A agência de notícias EFE, da Espanha, disse hoje que, atendendo a uma solicitação do Secretário Geral da ONU, Ban Ki-Moon, por motivos humanitários, Israel tinha aceitado suspender sua operação militar na Faixa de Gaza por um período de seis horas, mas em menos de quatro horas dessa trégua unilateral o HAMAS lançou do território cerca de cento e vinte foguetes contra o país judaico e comunicou que havia sequestrado outro soldado israelense, o recruta Shaul Aaron.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) resolveram então suspender o curto armistício, retomaram a varredura terrestre, e intensificaram seus ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza em diversos bairros e locais catalogados como possíveis esconderijos dos terroristas islâmicos.
Corpos de mortos e feridos são transportados por paramédicos pelas ruas na localidade de Shahaiya, ao norte da Faixa de Gaza.
Ninguém mais fala em cessar-fogo e o pau está quebrando reto no território da orla marítima. John Kerry, o vice-presidente “progressista” americano qualificou a Operação Proteção da Orla como “infernal”. Israel não confirmou o anúncio do braço armado do HAMAS, o Ezedin al-Qassam, de que o soldado havia sido sequestrado, o que equivale esperar que já deva estar morto.
O domingo de hoje acabou se tornando o dia mais violento na região desde que ISRAEL, sem alternativa, teve que dar início a uma operação militar de larga envergadura para retomar a Faixa de Gaza e exterminar com o HAMAS no território bem como na Cisjordânia, há doze dias.
O sacrifício humano deste fim de semana na área foi de mais de cem palestinos e de treze soldados israelenses mortos e centenas de pessoas feridas no conflito.
A legítima defesa de Israel, no entanto, tem gerado manifestações de rua em diversos lugares do mundo, que, todavia não consegue arregimentar grandes multidões contra ela, mostrando que, apesar de a opinião estar polarizada, a maioria das pessoas entende que Israel está legitimamente lutando por sua segurança e sobrevivência.
A última vez que o grupo terrorista sequestrou um soldado de Israel foi em 2006, o qual foi mantido em cativeiro até 2011, quando foi libertado em permuta por 1.027 prisioneiros palestinos.
Acontece que, a maioria desses que foram soltos nessa gambira, foi depois recapturada pelas FDI e sua inteligência militar. Talvez, em consequência disso, os adolescentes judeus, agora, foram mortos sem tentativa de escambo por parte do HAMAS.
Em Gaza houve celebração de rua por parte de dezenas de pessoas quando o HAMAS anunciou esse novo rapto. A resposta de Israel veio com forte fogo de artilharia e ataques aéreos.
A operação militar israelense ganha contornos cruéis de massacre, no bairro de Shahaiya, o mais povoado de Gaza, justamente porque os terroristas se escondem por trás da população civil, com a intenção exata de provocar o maior número de vítimas possível entre ela e, com isso, sensibilizar a opinião pública mundial contra os judeus.
O resultado dessa ‘tática’ homicida é que, só hoje, mais de 60 pessoas morreram durante o intenso bombardeio de mais de dez horas de duração da aviação, marinha de guerra e exército de Israel.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moonchegou hoje ao Qatar e deverá em seguida fazer um périplo pelo Oriente Médio numa tentativa de diminuir a “tensão” em Gaza, tensão que, de fato, é uma guerra aberta embora assimétrica e não declarada. O diplomata classificou o conflito como “terrível” e pediu a ambas as partes que “respeitem o direito humanitário” e que Israel “tente evitar a morte de civis em Gaza”, coisa que se sabe ser quase impossível, pelos motivos expostos acima.
O chanceler também pediu à comunidade internacional que intervenha para suspender o “bloqueio que Israel impõe a Gaza”, o que não passa de uma cretinice, uma vez que esse bloqueio é estritamente militar, para tentar impedir que armas e partes de foguetes provenientes principalmente da Síria e do Irã cheguem a Gaza para serem montados e disparados contra o estado judaico.
Enquanto isso, o ‘presidente’da AP (Autoridade Palestina – uma arremedo de estado mantido pela ONU) Mahmud Abbas também chegou a Doha, e deverá se reunir com Ban Ki-Moom e o chefe do HAMAS, Khaled Meshal, segundo informou a agência de notícias palestina QNA. Tal reunião foi solicitada por Abbas para ver se consegue sensibilizar o Conselho de Segurança da ONU.
Barak Obama, em conversa telefônica com o Primeiro Ministro israelense, Benjamin Natanyahu, expressou ao mandatário judeu sua preocupação pelo número de vítimas no conflito, mas disse entender que isso ocorre justamente pela tática do HAMAS em usar a população como “escudo humano”.
De qualquer forma, o Primeiro Ministro prometeu intensificar ao máximo os cuidados para não atingir a pobre população da Faixa de Gaza, usada como “bucha de canhão” pelos estados antissionistas (Síria e Irã, principalmente), mas que isso só poderá ser feito até certo ponto.
Mais de 450 palestinos, entre terroristas e civis usados como seus escudos humanos, já foram mortos no conflito. Evidentemente, entre elas há mulheres, crianças e idosos, considerados pelos fanáticos islâmicos como heróis da “jihad”, a guerra santa contra o ocidente, patrocinada pelos fundamentalistas maometanos.
A guerra foi desencadeada não apenas pelo sequestro seguido de assassinato covarde de três adolescentes judeus, mas principalmente pela intensificação dos lançamentos de foguetes sobre cidades israelenses, inclusive Tel Aviv sua capital administrativa e Jerusalém, sua capital cultural e cosmopolita.
Se ao menos o HAMAS, que nega o rapto seguido de homicídio dos rapazes judeus, tivesse mostrado algum respeito, talvez essa guerra não tivesse começado. Mas, ao contrário, a morte covarde dos meninos foi comemorada nas ruas de Gaza e os disparos de foguetes intensificados, dando a entender que o HAMAS deseja o conflito.
Para isso, os terroristas do HAMAS e do “jihad islâmico”, não dão a menor pelota para o que diz a Autoridade Palestina e seu presidente Abbas. O acordo com o FATAH recentemente assinado também passou a ser letra morta.
Os israelenses parecem, afinal, convencidos de que sua existência como nação e sua própria segurança só poderão ser conquistadas com a eliminação desses elementos terroristas, bem como, como disse Netanyahu, “a própria população do território só terá paz e liberdade quando se livrar do jugo desses grupos”.
Não acho que os americanos ou mesmo a ONU vá influir nos rumos do que já começou. Esse conflito deve produzir, por baixo, mais de cinco mil cadáveres só do lado de Gaza e terminará com a reincorporação do território ao estado judeu, conforme prevê os especialistas sobre a região. Isso só não acontecerá se houver intervenção externa no conflito, coisa que país nenhum parece desejar, pelo perigo de um conflito mundial que, com os eventos na Ucrânia, já vem tirando o sono de muita gente.
O tamanho da encrenca: bairros inteiros de Gaza estão sendo atacados, por enquanto apenas por mar e ar, mas logo chegarão as tropas terrestres israelenses para consolidar a reanexação da Faixa e o fim dos grupos terroristas que chamam isso de “guerra santa”...
(da mídia internacional)
Domingo, 20 de julho de 2014
FRANCISCO VIANNA - Médico, comentador político e jornalista - Jacarei, Brasil.
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A MENSAGEM DE ISRAEL AO MUNDO ÁRABE MUDOU
O HAMAS EXIBE UMA FALSA EUFORIA PARA ESCONDER A PREOCUPAÇÃO DE QUE ISRAEL PROVAVELMENTE O EXPULSARÁ DA FAIXA DE GAZA, SE NECESSÁRIO.
= FRANCISCO VIANNA (com dados da midia internacional)
Sábado, 19 de julho de 2014
O conflito na Faixa de Gaza situa Israel em meio a lados preocupados no mundo islâmico sunita. Se Israel quiser por um fim a ele, as regras do jogo precisam mudar, e depressa.
Veículo armado transportador de tropas das FDI a cruzar um campo próximo à fronteira com a Faixa de Gaza no sul de Israel na sexta feira de ontem, 18 de julho de 2014 (Foto: Flash90).
A iniciativa de cessar-fogo do Qatar ilustra como a contínua escalada do conflito em Gaza, na verdade, não tem nada a ver com Israel em si, mas, tristemente, a nação judaica se viu enredada e envolvida numa guerra que tem proporções muito mais amplas, e que vem como um reflexo da disputa sem fim entre dois eixos rivais no mundo islâmico sunita.
De um lado estão o Egito e a Autoridade Palestina, com a Jordânia e a Arábia Saudita provavelmente indo se juntar a eles no próximo par de dias. Por outro lado, o Qatar, a Turquia e o Hamas, bem como outros defensores globais da Irmandade Muçulmana. Esta é uma “guerra por procuração” sob todas as intenções e propósitos.
Não se engane o leitor, pois o Hamas continua comprometido com a destruição de Israel e, de um modo mais amplo com o “jihad” ou “guerra santa” contra o Ocidente. Por isso, o Hamas está a disparar foguetes contra Tel Aviv e enviar terroristas através de túneis, no sul de Israel, que aportam, em essência, no Cairo e conta com o apoio de Doha e Ancara.
Ambos os lados usam a população palestina da Faixa de Gaza e agentes infiltrados na Cisjordânia para agredir Israel, na condição de “buchas de canhão”, pois não cabe alternativa a Israel senão a de defender-se com as armas que tem.
O que emerge desse estado de coisas, e das demandas infundadas do HAMAS como aparecem na proposta de cessar-fogo do Qatar, é que esta crise está longe de terminar. O HAMAS está confiante, até mesmo eufórico, e nos últimos dias, as pessoas que entraram em contato com os líderes dessa organização terrorista antissemita que usa os palestinos relatam que a sensação que eles transmitem é a de que o HAMAS está sitiando Tel Aviv e que irá começar a invasão de Israel em breve, e não o contrário, ou seja, admitirem que as FDI estejam varrendo sem maiores dificuldades a Faixa de Gaza com suas tropas terrestres e que deverão eliminar o HAMAS do enclave palestino.
Num encontro com o Presidente da ‘Autoridade Palestina’ – um arremedo de estado mantido com o dinheiro da ONU –, Mahmoud Abbas, no Cairo na última quarta feira, Moussa Abu Marzouk, subchefe do escritório político do Hamas, rejeitou os apelos de Abbas para que parasse com o lançamento de foguetes contra Israel visando um cessar-fogo e explicou que, "afinal, o que são 200 mártires em comparação com o levantamento do bloqueio militar naval e terrestre da Faixa de Gaza, que os israelenses consideram tão importante para a sua ilusória segurança”? Abu Marzouk, mais tarde escreveu pelo Tweeter que “não haverá trégua alguma que não reconheça as demandas da ‘resistência’ e que é melhor que Israel ocupe a Faixa de Gaza do que continue com o seu bloqueio militar”. Abu Marzouk, desnecessário dizer, reside no Cairo, longe da ameaça da reação israelense com seus ataques aéreos cirúrgicos, pelos quais, provavelmente já estaria morto.
Sua intenção é fazer com que Israel reconsidere suas “noções pré-concebidas e seus planos de ação em relação ao HAMAS”. O conceito básico que norteou Israel nos últimos anos é o de que o controle do Hamas na Faixa tem sido administrável e, até mesmo "bom para os judeus", e no final das contas, menos risco para a segurança do que qualquer cenário alternativo. Mas Israel já não pode se dar ao luxo de transmitir a mensagem de sempre, qual seja a de que a "calma será recebida com calma". A mensagem, agora, é a de que “a agressão será recebida com a perda do território e o extermínio da organização terrorista”, pois a Israel não resta outra opção para existir.
O HAMAS vem operando na suposição básica de que Israel acabará por agir para preservar seu domínio sobre a Faixa de Gaza e, daí a atual confiança do grupo terrorista e, mesmo, sua euforia. Também acredita que Israel não quer, de fato, eliminá-lo ou matar seus líderes.
Para forçar esses líderes a reconsiderar a sua atitude, portanto, Israel deverá, no entanto, agilizar o que começou, e depressa. O HAMAS precisa entender que as regras do jogo já mudaram e que Israel está disposto a destruí-lo bem como o seu regime local, reincorporando toda a Faixa de Gaza ao país, se necessário.
Tzipi Livni deu o primeiro passo nessa direção, para a surpresa de seus entrevistadores, ao dizer pelo Canal 2 da mídia judaica, nesta última sexta feira à noite, que não descartou a ideia de eliminar o HAMAS, caso isso seja preciso para restaurar uma calma sustentada no seio da população palestina de Gaza.
O que há, todavia, até o momento, não é uma recomendação explícita para as FDI reocupar e reincorporar o pequeno território litorâneo de Gaza ao pai, mas, apenas a missão de pôr fim ao conflito pela única opção deixada aos judeus, eliminar o HAMAS como grupo terrorista, o que implica a levá-lo a crer que o seu desaparecimento será iminente, caso ele não deponha suas armas. Certamente, seus líderes, por enquanto, não pensam em nada parecido com nisso no momento.
A proposta de cessar-fogo apresentada pelo Qatar se constitui mais ou menos dos mesmos termos que o HAMAS vem exigindo desde o início da operação, inclusive com algumas exigências adicionais, como a libertação de prisioneiros como ocorreu no acordo de troca de Gilad Shalit, onde os libertados foram presos novamente na recente varredura da Cisjordânia pelas FDI. Também exige a abertura da passagem de Rafah com o Egito, além da construção de um porto em Gaza e muito mais. Tais exigências devem ser cumpridas paralelamente com um cessar-fogo.
Esses termos foram encaminhados ao governo americano, que foi convidado pelo Qatar para intermediar as tratativas com Israel. Um dos objetivos – embora não o único – era o de manter o Egito fora do esforço de cessar-fogo.
O tratamento desta questão pelos norte-americanos, no entanto, tem sido tipicamente hesitante e pouco claro, como, por sinal, têm sido as posições de Barak Obama em relação ao habitual apoio a Israel por parte da Casa Branca. Washington flertou tanto com Doha como com o Cairo.
Foi só depois que Israel exigiu que o Qatar ficasse de fora das negociações e a partir da imagem de que os EUA teriam ao anunciar seu apoio à iniciativa egípcia, com suas cláusulas que, que em grande parte ignoram as exigências do HAMAS, que Israel, a Liga Árabe, os EUA rapidamente se entenderam.
Empresas do Qatar dão apoio contínuo ao HAMAS, o que explica a sua retirada plena da proposta egípcia. No Egito, o ministro do Exterior Sameh Shukri entendeu bem isso e acusou diretamente Doha e Ancara de tentarem minar deliberadamente seus esforços de cessar-fogo. A Turquia reagiu ferozmente, com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan chamando o presidente egípcio, Abdel-Fattah el-Sissi, de ditador.
E assim, as iras sunitas da guerra são claras com a possibilidade de um cessar-fogo entre o HAMAS e Israel, tornando o cessar-fogo mais remoto. Abbas ainda está tentando preencher a lacuna entre as partes – entre Qatar, Turquia e Egito, ou seja, não entre o HAMAS e Israel. Mas é duvidoso que ele venha a ser o homem capaz de reunir o mundo sunita, amargamente dividido.
Aliás, a sorte de Israel – muitos já disseram isso com boa dose de razão – consiste na aparente incapacidade de unificação do mundo árabe, fortemente dominado pelo islã.
Não tendo mais o que fazer e fustigado pela barragem de foguetes meia-bocas que Gaza tem despejado sobre o estado judaico, Israel foi forçado a seguir a única opção de sobrevivência que lhe restou e a mensagem que agora passa aos árabes é a de que “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, isso para dizer o mínimo.
Tel Aviv sabe que, por outro lado, a reincorporação da Faixa de Gaza o obrigará a repensar com cuidado o destino da população palestina que lá habita, acostumada a pensar que quanto maior for o sofrimento mais créditos terão junto a Allah e que a imolação da guerra vai garantir a essa gente pobre e miserável as maravilhas do paraíso islâmico.
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