No Dia Internacional da Mulher comemora-se, também, o aniversário de 34 anos de Tombamento da Serra do Japi, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), presidido na época pelo Prof. Aziz Ab’Sáber, a quem devemos eterna gratidão. Conforme aprendemos com o Professor, a região é um raro remanescente da Mata Atlântica no interior do Estado de São Paulo. As belezas naturais constituídas de matas secundárias em solo de quartzo, são dignas de preservação como fatores de equilíbrio ecológico e climático.
Declarada Reserva da Biosfera pela Unesco, em 1992, muitos têm sido os projetos e as ações que visam à continuidade e ao aprimoramento da preservação, conservação e recuperação de suas áreas e de seu entorno. Em Educação Ambiental, por exemplo, um dos pioneiros foi o livro de poesia inspirado no Japi, de autoria dos alunos do Colégio Leonardo da Vinci, com apoio de professores, pais, funcionários e diretoria.
Na sede da Reserva Biológica da Serra, encontram-se informações sobre conformação geológica, formação vegetal e povoação animal, que remontam a Eras passadas e constituem bem vital ao planeta. Historicamente, as primeiras iniciativas de proteção surgiram em Jundiaí, com a aquisição de áreas pelo serviço de águas e esgoto, no início do século 20. Posteriormente, nos anos de 50, foram ampliadas pelo prefeito Vasco Venchiarutti. Com os movimentos ecológicos dos 70, a área de preservação foi expandida, e dia 8 de março de 1993, tombada como Monumento Natural.
A Fundação Serra do Japi tem sido responsável pelo monitoramento, visitação e criação de novas trilhas, com supervisão técnica para conhecimento do território e necessidades de zelo. A atuação da Divisão Florestal da Guarda Municipal coíbe atividades e incêndios nas bordas. O pesquisador científico Afonso Peche Filho, arquitetos, urbanistas, ambientalistas, entre outros cidadãos, afirmam que tais medidas, guardadas as observações de lei e de fato, revigoram a esperança de que, assim como a nossa, gerações vindouras possam usufruir dos benefícios naturais, conforme não se cansava de dizer o saudoso engenheiro agrônomo Antônio Araújo Vieira.
Em consonância com o tema Biomas Brasileiros e Defesa da Vida, é bom refletir sobre como Cultivar e Guardar a Criação, pois, assim como a Mulher, também a Natureza é digna de respeito e cuidado, para garantir a beleza e a harmonia na Terra.
SONIA CINTRA - É doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora da Cátedra José Bonifácio - IRI/USP e membro efetivo da UBE. Fundadora e mediadora do Clube de Leitura da Academia Paulista de Letras e do Clube de Leitura Jundiaiense. Ex-presidente da AJL, oradora da Aflaj e madrinha do Celmi. Pós-graduada em Educação Ambiental, ensaísta e articulista de jornais, revistas e blogs nacionais e internacionais. Tem 13 livros publicados com tradução para o italiano, francês e espanhol.
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