As festas de final do ano desviam nossa atenção de coisas importantes, tipo: refletir nos erros e acertos dos últimos doze meses. Para a maioria das pessoas, os pecados cometidos voltarão a acontecer no ano seguinte. Mas, como fazer essa reflexão?
Parar para pensar na vida é virtude de poucos porque quase ninguém tem tempo de ficar revendo fatos passados. O ser humano tem a capacidade de processar rapidamente as experiências armazenadas na mente e acha que isto já é o suficiente para tomar decisões acertadas. Se fosse verdade em todos os casos, não erraríamos tanto em tão pouco tempo.
Que bom seria se conversássemos mais em família, respeitando opiniões de cada um e revendo paradigmas que só constroem a infelicidade. Que bom seria se procurássemos aqueles que magoamos e pedíssemos perdão. Como seria bom rezarmos para doar mais amor ao próximo, principalmente ao mais próximo de nós e ao mais próximo de Deus – que sofre pelos nossos erros.
Se eu fosse orientar alguém a escolher um tema para analisar os pontos positivos e negativos de 2009, apontaria para a caridade. Aqueles que ajudamos não esquecemos jamais, mas e os que desprezamos, sabemos ao menos quem são? Alguém pode negar que ouviu falar do sofrimento que existe em muitas famílias por falta de dinheiro? Infelizmente, a pobreza de espírito de alguns causa a exclusão de muitos.
Um dia, ouvi isto: ‘Somos o que fazemos, mas somos principalmente o que fazemos para mudar o que somos’. Pois é, a inteligência do homem às vezes se destaca com frases simples porque quase ninguém pensou em praticar certos ensinamentos, como este outro: ‘É melhor estar preparado para dar uma oportunidade e não ter nenhuma, do que ter uma oportunidade e não estar preparado’. Não custa lembrar que a escola de caridade acontece em comunidade – movimentos e pastorais da Igreja. Lá, aprendemos a planejar, rezar e trabalhar em grupo para o bem comum. Os vicentinos ajudam os pobres, a Pastoral Familiar orienta os casais, os cursilhistas resgatam corações para Deus; enfim, na oração e na ação dos agentes a caridade acontece.
Mas, e no trabalho, é possível planejar uma grande festa para Jesus Cristo? É claro que sim! Neste mês de dezembro, realizamos a 5ª edição do Natal no Campus UNIFEI. Não foi fácil organizar sete lindos shows e instalar enfeites luminosos nos postes, árvores e edificações, contudo, nos momentos de maior cansaço vinha à minha mente que Nossa Senhora estava à frente de tudo e abriria novas portas para o sucesso do evento. E foi o que aconteceu: problemas que pareciam sem solução foram resolvidos no devido tempo de Deus.
Na noite do primeiro show, quando o Moacyr Franco chegou ao Palácio de Cristal, fingi que não o vi e perguntei em voz alta: ‘O Moacyr não veio ainda? Acho que vou cancelar o show’. Ele imediatamente se virou para mim e disse: ‘O Moacyr não vem, eu sou o pai dele, muito prazer’. E me deu um forte abraço, como se nos conhecêssemos há muito tempo. Na simplicidade e no talento desse grande artista, o espetáculo foi maravilhoso! Eu não soube uma só pessoa que não tivesse gostado e, aquelas que conversaram comigo, pediram que ele voltasse em 2010. Não faltou oportunidade para quem quis tirar foto ou pegar autógrafo, pois ele não teve pressa para se ausentar do local após o show. Grande Moacyr Franco!
O Teatro de Bonecos Armatrux divertiu crianças e adultos. Eu fiquei de boca aberta vendo a magia dos movimentos acontecendo enquanto o maestro Amaury se arrebentava de rir ao meu lado. Foi muito gratificante presenciar milhares de crianças sorrindo num evento preparado especialmente para elas.
E o Dunga, o que dizer? O Brasil e outros países viram ao vivo o público se deixar contagiar pelo carisma do missionário da Canção Nova. Ele próprio ficou tão feliz que prometeu a 3000 pessoas voltar nos anos seguintes. Naquela noite, com certeza, Deus estava presente e derramou bênçãos sobre todos nós.
A apresentação da Adriana Calcanhoto foi tão aguardada que fez a platéia esquecer o corpo molhado. Pelo fato de ela passar o som antes do show, não pudemos abrir a portaria com antecedência e a chuva pegou os fãs na fila. Mesmo assim, fiquei encantado de ver a compreensão de todos e os aplausos abundantes nas músicas. Também não faltou o carinho do público para o humorista Sérgio Rabello, para os artistas amadores de nossa cidade e muito mais para o ilusionista Issao Imamura. Valeu a pena diversificar os shows; teve evento para todos os gostos.
Fechando a semana, a cantora que veio com a Orquestra Sinfônica de Campinas brilhou tanto quanto os músicos. Foi uma apresentação surpreendente, pois não esperávamos tamanha qualidade de voz. E se não bastasse, 77 cantores de Itajubá subiram no palco e mostraram por que somos reverenciados em canto coral.
Assim, o espírito de Natal prevaleceu. Alguns números mostram isso: mais de 1500 pessoas assinaram o livro de visitas na Exposição de Presépios e Mesas Postas Natalina; mais de 1000 pessoas foram recebidas com alimentos e presentes no Almoço Solidário; mais de 30 mil pessoas visitaram o Campus em 15 dias – 5 a 20 de dezembro.
Eu disse que, quando escrevesse este artigo, agradeceria nominalmente a todos que ajudaram, mas Jesus Cristo sabe o nome de cada um que preparou sua Festa de aniversário e os guardará em seu imenso Coração. Por tudo e por todos: Deus seja louvado!
PAULO ROBERTO LABEGALINI- Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI
E-mail: labega@unifei.edu.br
OS MEUS LINKS