No último dia 23 de junho, na Casa da Fonte – projeto idealizado e mantido pela Companhia Saneamento de Jundiaí – CSJ, aconteceu o descerramento de placa que lembra o legado de nossa mãe.
Desde que o Rafael Vettori, me disse que, com apoio dos irmãos Camila e Lucas Gianella, os três do grupo econômico da CSJ, pretendiam colocar uma placa na sala de artesanato, como homenagem a ela, que fez parte do projeto desde 2005, deixei-me invadir por uma emoção bonita, ora com lágrimas, ora com murmúrios ternos.
Fiz memória, a partir da abertura do espaço, com ela presente e feliz, na experiência de seu envelhecer, junto ao povo adorável do Jardim Novo Horizonte e entorno. Assim que deu seu último suspiro para receber o sopro de vida eterna de Deus, a Ana Paula Fernandes Abrahão – Gerente Ambiental, Social e de Governança da CSJ, como homenagem, me enviou o seguinte: “A história da Casa da Fonte está entrelaçada ao acolhimento e carinho da Da. Irene. Com sua ternura, transformou o futuro de famílias inteiras através do bordado e das conversas. Da. Irene foi uma figura marcante e abrilhantou a Casa da Fonte com sua presença sempre tão leve e alegre. Sentiremos saudades do seu sorriso que acalmava, inspirava e motivava todos ao seu redor”.
Emocionada recebi as mensagens do Rafael Vettori – moço sensível, idealista e capacitado – desde o layout da placa, do convite e da programação para o dia. Abracei os olhos com brilho da Camila e do Lucas sobre o acontecimento, sinal de gente de alma boa, capaz de se alegrar com a alegria do outro. Acolhi o apoio do presidente da CSJ, Luiz Panutti Carra, da inteligência e da objetividade, e dos funcionários da empresa, cuidando para que tudo ficasse bonito para o dia.
Feliz, recebi as pessoas que desejaram, conosco, rememorar acontecimentos da vida de nossa mãe ou saber sobre eles. Pessoas de longe, daqui, das escolas parceiras, da CSJ, da Tera Ambiental, do convívio de antes, alunos e equipe da Casa da Fonte. E como a equipe da Casa da Fonte se dedicou para que o dia fosse de claridade!
Comovida, dos que usaram a palavra, ouvi a Thayná Mikaelli dos Santos, de 14 anos, dizer que ainda sonha que ela desça do carro e venha em direção a eles; a artesã Marina Gonçalves Neto, emocionada, expôs que até os adultos entravam na fila para receber o pirulito que ela distribuía, junto com um abraço, e meu irmão testemunhou o bem que a Casa da Fonte fez a ela, modificando-a em muitas coisas. Segundo ele, onde ela se reencontrou. Padre Márcio Felipe de Souza Alves, seu neto por afinidade, descreveu o perfil dela de firmeza e que a Casa da Fonte é terra santa, por ser um lugar onde, a partir da CSJ, existe a oportunidade de recomeçar. O Gestor de Governo e Finanças, José Antonio Parimoschi, que a conhecia desde 1995, enfatizou sua bondade, seu alto astral, sua dedicação como professora e a importância de projetos com investimento de empresa, como o da CSJ, que chega a lugares mais distantes.
Tudo passou como se fosse um momento. Como escreveu Cecília Meireles (1901-1964): “Se num instante se nasce e num instante se morre, um instante é o bastante pra vida inteira”. Que nesse instante, de cada um, haja motivo para belas lembranças que permanecem no coração.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.