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Domingo, 28 de Fevereiro de 2010
EUCLIDES CAVACO - ONTEM

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Olá amigos de todo o mundo
 
ONTEM é apenas uma fracção do TEMPO que serve de tema a muitos
dos meus trabalhos visto poeticamente como um dia mais longo
na sua relação filosófica com o ser humano.
Ouça o tema aqui neste link:
 
 
Desejos antecipados dum excelente fim de semana
Euclides Cavaco
cavaco@sympatico.ca



publicado por Luso-brasileiro às 18:01
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - CASOS E CONSELHOS

 

 

                        

 

 

Um professor de química queria ensinar os alunos sobre os males causados por bebidas alcoólicas e elaborou uma experiência que envolvia um copo com água, outro com cerveja e dois vermes. Colocando uma criatura na água e outra na cerveja, chamou a atenção da sala para o resultado. O verme que estava na água nadou agilmente no copo como se estivesse brincando. O bicho da cerveja se contorceu desesperadamente, louco para sair do líquido e, depois, afundou absolutamente morto.

 

Satisfeito, o professor perguntou aos alunos: ‘E então, o que podemos aprender desta experiência?’ Joãozinho levantou a mão e respondeu: ‘Beba cerveja e você nunca terá vermes!’

Pois é, como piada dá até pra rir, mas quando a bebida vira vício, o risco de morte aumenta gradativamente na vida da pessoa. E além do vício, há outros males que silenciosamente nos atacam a cada dia. Pensando nisso, um médico cardiologista publicou os ‘doze conselhos para ter um infarto feliz’:

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se precisar, também aos domingos.

3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve serviço para casa e trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer ‘não’, diga sempre ‘sim’ a tudo que lhe solicitarem.

5. Procure fazer parte de todas as comissões, diretorias e aceite convites para conferências, seminários, simpósios etc.

6. Não se dê ao luxo de um café da manhã e uma refeição tranqüilos. Pelo contrário, aproveite o horário das refeições para fechar negócios.

7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro!
8. Nunca tire férias. Lembre-se que você é de ferro.

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo; delegar é pura bobagem.

10. Se sentir que está perdendo o fôlego e pintar aquela dor de estômago, tome logo energéticos e antiácidos. Eles o deixarão tinindo!

11. Se tiver dificuldades em dormir, não perca tempo: engula calmantes de qualquer tipo. Agem rápido e são baratos.

12. E o mais importante: não se permita ter momentos de oração, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis.

Outro médico, sem cinismo, deu sua receita para evitar adoecer: ‘Fale de seus sentimentos; tome decisões com o coração; busque soluções simples; não viva de aparências; aceite-se; perdoe; tenha esperança em coisas melhores; não viva muito tempo triste’.

Se fizermos uma composição disto com o inverso dos doze conselhos citados, certamente nossa qualidade de vida melhorará rapidamente, pois sabemos que o tempo passa voando e não permite retrocesso. Quando damos conta, já nos encontramos em fases delicadas da vida, que merecem todo cuidado. Esta história retrata bem isso:

Uma turma de amigos quarentões discutia onde jantar. Finalmente concordaram que seria no Café Ritz porque a garçonete era bonitona. Dez anos depois, aos cinqüenta, se encontraram de novo e demoraram a resolver onde jantar. Finalmente foram ao Café Ritz porque a comida era boa e a seleção de vinhos excelente.

Passados mais dez anos, tornaram a discutir onde deveriam jantar. Chegaram à conclusão que iriam ao Café Ritz para desfrutar uma refeição na paz de um restaurante para não fumantes. Após outros dez anos, já com setenta de idade, juntaram-se e escolheram o Café Ritz porque tinha elevador e fácil acesso para cadeira de rodas.

E com oitenta anos no lombo, o grupo se reencontrou uma vez mais para jantar. Após duas horas de discussão, decidiram ir ao Café Ritz porque seria uma ótima idéia experimentar um restaurante onde nunca estiveram antes...

Eu sempre digo que quanto mais refletimos nos conselhos que recebemos ou casos conhecidos, mais devemos valorizar a sabedoria da Palavra de Deus – que nos orienta para a vida eterna. Por exemplo, o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus (6,7-15) diz assim:

“Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lhe pedirdes. Rezai, pois, assim: ‘Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o teu nome, venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, como no Céu, assim também na terra. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia; perdoa as nossas ofensas, como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal’. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.”

 

No mês passado, eu segui este conselho e rezei o Pai Nosso em mais dois Santuários: Nossa Senhora Desatadora dos Nós (Campinas) e Mãe Rainha Três Vezes Admirável (Atibaia). Tenho certeza que a oração me ajudou no processo de aprender a amar o próximo.

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI --    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI



publicado por Luso-brasileiro às 16:53
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Sábado, 27 de Fevereiro de 2010
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - COMEÇOU O ANO

              

               

                Tenho certeza de que não sou a única pessoa a pensar assim, mas parece que somente agora, praticamente findo o mês de fevereiro, após o Carnaval é que o ano começou. Nem vou entrar muito no mérito da questão, mas o fato é que as coisas “funcionam mas não funcionam” até que o Carnaval passe.

                Nas ruas, ao menos em São Paulo, é possível sentir a diferença. Há muito mais carros, muito mais gente circulando pelos metrôs, ônibus e trens. Embora as aulas já houvessem se iniciado em várias escolas, a impressão que dá é que só agora os alunos entenderam que o ano letivo estava já em andamento. Antes, sei lá, devia ser período facultativo, de integração...

                Quem é profissional liberal, igualmente, sente na carne, ou melhor, no bolso, o que é um país ficar em standy by por dois meses. Pura e simplesmente, ninguém contrata nada, profissional algum, à exceção daqueles casos que são de urgência, que não podem esperar. No mais, quase nada gira. Mesmo com muitas promoções, até mesmo as lojas não vendem como deveriam vender, como esperavam vender. Tenho ouvido muita gente dizer que vem passando por dificuldades financeiras, esperando que, a partir de março, as coisas possam melhorar.

                Também percebo que muita coisa parece “estourar” depois do Carnaval. Curiosamente, alguns problemas igualmente deixaram para aparecer agora. É coisa de casa que quebra, é notícia nova que vem, e assim por diante. Sem contar, é claro, que o imposto de renda, em março, também inicia sua contagem regressiva. É hora de ver o quanto mais o Leão nos irá devorar, o quanto do osso que já roeu durante todo o ano anterior, irá sobrar para ser triturado. Acaba o IPVA, mas começa o IR...

                Tenho uma amiga que, depois do Carnaval, recebeu do marido o passe livre. Ele disse a ela que há tempos não estava feliz, que já amava outra pessoa. Somente a título de curiosidade, ela perguntou a ele porque então esperara até terminar a viagem que fizeram para passar o Carnaval com a família dela. Surpresa, ouviu dele a inusitada explicação de que o fizera porque antes do Carnaval, no Brasil, nada andava direito, assim, agora, seria mais fácil procurar um advogado e a Justiça!

                Um outro amigo me disse que iria, por fim, começar o regime do ano. Perguntei a ele se isso não era uma proposta que se faz no início do ano, ao que ele me respondeu que sim. Antes do Carnaval, ele me disse com um grande sorriso, não vale prometer nada...

                Para mim, por outro lado, o ano começou faz tempo, há aproximadamente quase dois meses. Talvez eu precise ajustar meu calendário ou desacelerar meu relógio. Se eu conseguir convencer minhas contas a pular Carnaval, a esperar pelo confete e pela serpentina, então talvez eu possa igualmente cair na folia. Feliz Ano Velho, de toda forma!

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVAAdvogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:32
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - AURÉOLA RESPLANDECENTE

              

 

 

Contam, os maranhenses, que em 19 de novembro de 1614, no confronto entre portugueses e franceses diante do Forte de Santa Maria de Guaxenduba, com evidência de que os lusitanos seriam derrotados, pela inferioridade numérica em homens, armas e munições, surgiu dentre eles uma formosa mulher em auréola resplandecente, para eles a mãe do Salvador. Ao contato de suas mãos milagrosas, a areia se transformava em pólvora e os seixos em projéteis. Revigorados moralmente e providos de munições que lhes estavam faltando, os portugueses impuseram severa derrota aos invasores, que se renderam. Em memória desse feito, foi a Virgem aclamada padroeira da cidade de São Luís e invocada com o título de Nossa Senhora da Vitória.

A moça, ainda menina, na cidade de Imperatriz, por diversas vezes, ouviu da avó, que era quem mais lhe dava atenção naquela época, essa história que a emocionava e emociona. A avó, apegada ao Coração de Maria, nos revezes de sua vida e nas alegrias,  pedia pela neta. A neta, embora amasse a avó e a escutasse com cuidado, tinha seu pensamento distante das escolhas dela. Acelerava o passo, sem discernimento maior, no ritmo do desenvolvimento de sua cidade, que, a partir de 1970, passou a receber contingentes migratórios das mais diversas procedências, para os setores de agricultura, pecuária, extrativismo vegetal, comércio, indústria e serviços, tornando-se o segundo maior centro econômico, político, cultural e populacional do Estado. Os migrantes ampliaram o comércio do sexo e em um deles a menina-moça tropeçou. Abriu mão do artesanato com cerâmica, palha, corda, raízes, que faziam parte do cotidiano da família onde nascera. Esqueceu-se das festas que a alegravam na infância, o Bumba-Meu-Boi, as Quadrilhas Juninas. Deixou de ouvir os cantos dos curiós, e, após dormir em diferentes leitos, decidiu pelo Estado de São Paulo, em busca de ventura na aventura de outros homens. Voltara algumas vezes para ver a família e a avó interpretava, no relato dos triunfos dela, com brincos de lata e boca de coloral, que não se encontrava bem.

Grávida, em local distante, decidiu juntar-se a outras mulheres, de idade menor ou maior do que a dela, que se reuniam, na Catedral de Nossa Senhora do Desterro, para ouvir a Palavra de Deus, cantar e rezar. Depois do parto, continuou. A menina está para fazer um ano. Levou-a, em janeiro, para conhecer os de sangue e as águas abençoadas do Tocantins. Para a avó carregou a surpresa maior: apresentar-se com a estampa de Nossa Senhora do Carmo na camiseta e lhe contar que estava frequentando a Igreja.

A avó, velhinha, viu a neta vestida de vitória, apertou o escapulário, sentiu-se no Monte Carmelo, recordou da branca nuvenzinha, semelhante à palma da mão, vista por Elias, que suplicava a Deus que pusesse fim a uma longa seca(1 Rs 18,44) e repetiu como Simeão no templo: "Agora, Senhor, deixai a vossa serva ir em paz. (...)  Porque os meus olhos viram a Vossa salvação..."

 

MARIA CRISTINA CASTILHO ANDRADE DA -É coordenadora Diocesana da Pastoral da Mulher e autora de "Nos Varais do Mundo / Submundo" --Edições Loyola

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:27
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Cfd. ALUIZIO DA MATA - MARIA, OBRA PRIMA DO CRIADOR
                   

 
Na ermida da Canção Nova, onde o Terço é rezado, existe uma figura de Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços. O artista que fez a obra conseguiu dar às imagens uma beleza muito grande. Poderíamos dizer que, conseguiu dentro das possibilidades humanas, uma perfeição de traços e cores.
Ao rezar o terço hoje, como sempre o faço às seis horas da manhã, ligado na TV Canção Nova, veio-me ao pensamento fazer uma comparação:
- Se um ser humano conseguiu dar a Jesus Menino e à Sua Mãe expressões tão bonitas, imagine Deus ao gerar Jesus e criar Maria! Pode nossa mente imaginar o que fez Deus nessas duas pessoas?
Já não falo pelo lado espiritual, pois nelas não há defeitos. Aventuro-me a falar sobre o aspecto físico. É sabido, por relatos bem antigos e transmissão da tradição, que Jesus era um homem muito bonito. Nele a perfeição dos traços fisionômicos se fazia notar.
Mas, e Maria? Pode alguém imaginar diferente daquele que pensa que Maria foi a criatura mais bonita que Deus fez? Pode, por mais crítico que seja, alguém pensar em Maria sem uma beleza digna da perfeição? Se um pintor procura dar a maior beleza à sua obra, imagine Deus, que é o maior artista que possa existir!
Pelos cálculos possíveis de serem feitos, Maria viveu 13 anos e dois meses depois da Ressurreição de Jesus. Levando em consideração que ela tenha se casado aos 15 anos, como era o costume da época e somados os 33 anos que Jesus viveu, ela teria vivido em torno de 60 anos. Sabendo que ela passou por grandes privações, por grandes medos e angústias, por enormes sofrimentos físicos e espirituais, lógico será pensar que isto pos a ter refletido em sua aparência. Que mulher que sofrendo o que ela sofreu, vendo a trajetória e o fim de Jesus, não teria estampado em suas feições tantos sofrimentos?
Mas, aí vem a grande Obra de Deus! Ele faz com que a pessoa depois de deixar esta vida terrestre, tenha um aspecto diferente daquele que tinha quando vivia neste mundo.
A perfeição do espírito se faz presente. Com Maria muito mais que isto aconteceu, pois além do espírito ela foi assunta ao Céu de corpo e alma. Primeiro, porque ela teve a assistência de Deus desde antes de nascer e a tem até agora. Segundo, porque nas diversas aparições dela em épocas diferentes, a descrição de sua figura é feita como a de uma mulher muito jovem, de beleza indescritível.
Por isto, mesmo que o autor que pintou Maria e Jesus Menino tenha conseguido fazer uma obra de arte, não pode ter expressado totalmente a beleza real dos modelos. Pode ter alguém a pretensão de ser melhor artista do que o Criador de
todas as artes? Feliz é quem ama Jesus, mas que ama também Maria Santíssima. Feliz é o vicentino que a tem como protetora. Pense sempre em Maria, criatura sem mancha ou defeito, físico ou espiritual, pois ela é a Obra prima de Deus.
 
ALUIZIO DA MATA - Vicentino, Sete Lagoas, Brasil


publicado por Luso-brasileiro às 14:21
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A PÁSCOA EM PORTUGAL HÁ MAIS DE SETENTA ANOS

 

 

Depois dos dias fúnebres da Semana Santa, chegava o domingo de Páscoa Alegre. A Ressurreição de Jesus.

Nas nossas aldeias - Relicários que eram de tradições, - os cristãos agrupavam-se no templo, entoando hinos Jubilosos e Aleluias.

Do alto Campanarios de Rústicos, os sinos tangiam animada, festivamente em gralheada e pueril.

Saiam os compassos, cada um com sua cruz alçada. Alvas Opas Envergando, homens acompanhavam o prestimoso Abade ou seminarista, que levavam o Senhor de casa em casa.

Tapetes de flores e verdes, caminhos toscos vestiam e soleiras de entrada, devotas que colhiam mulheres com carinho e Amor.

Foguetes Estalejavam alegremente, em alarido desenfreado; alvoracados e cachorros, em roda-viva, pareciam, também, dizer: Chegou a Páscoa! ... Chegou a Páscoa!

As famílias reuniam-se à mesa, que permanecia coberta de toalha branquíssima, com o tradicional folar, amêndoas cobertas de açúcar, pão-de-ló e vinho fino.

No meu tempo de menino, no Sábado de Aleluia, nas igrejas, retiravam-se os panos roxos que recobriram as imagens, nos dias tristes de Quaresma. Os altares, despidos que permaneceram, enganavam-se nessa hora de toalhas alvíssimas e vistosas cores garridas de flores, enquanto os sinos soavam ao desafio, em animada e ruidosa desgarrada.

Nas ruas, grupos de rapazes e moças, confeccionavam boneco de trapos, que suspendiam num poste. Era o "Judas". Boneco que recolhia, na pança, numerosas bombas Carnavalescas, e lembrava certa figura, em regra, pobre diabo, bombo de festa do garotio.

Pegava-se, então, aos pés do Fogo, e para Gáudio de todos, assistia-se queimar ao fazer "Judas", que estourava entre gritos e palmas da rapaziada.

Nesse tempo, no dia de Páscoa, os afilhados visitavam os padrinhos, levando-lhes raminho de flores ou de Oliveira, benzido em Domingos de Ramos.

Estes retribuíam com dinheiro ou amêndoas. A isso, chamava-se pedir o folar.

Em terras montanhosas, nomeadamente em Trás - os - Montes e Beiras, folar era, e ainda é, gigantesco bolo, recheado uma carne, que tinha, por vezes, feitio de alguidar.

Mais romântico e eram citadino, como caixinhas de porcelana, que os namorados ofereciam com amêndoas. Eram de todos os tamanhos e feitios, algumas de grande beleza.

Bem diferente se comemora, nos nossos dias, o tempo pascal. São poucos os que Vivem e Participam as cerimónias da Semana Santa, e as velhas tradições quase desapareceram, e, sem elas, morreu um pouco da alma portuguesa, como raízes que identificam um povo.

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA- Porto, Portugal

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:14
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PINHO DA SILVA - BRASÃO DE VILA NOVA DE GAIA

                    



publicado por Luso-brasileiro às 14:06
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Domingo, 21 de Fevereiro de 2010
PAULO ROBERTO LABEGALINI - EM DEFESA DA FÉ CATÓLICA

 

 

Um cidadão estava atrasado para uma importante reunião  no centro da cidade e não  encontrava vaga para estacionar. Então, levantou as mãos  para o  céu e disse: ‘Senhor, me arruma um estacionamento e prometo que irei à missa todos os domingos pelo resto da minha vida’. Nesse instante, milagrosamente, apareceu uma vaga à sua frente, e ele rapidamente falou: ‘Não se preocupe, Senhor, já achei sozinho’.

Infelizmente, coisas assim acontecem. As pessoas se lembram de Deus apenas em momentos de apuros e, pior que isso, costumam criticar a religião que ‘pertencem’ para aliviar a consciência. Por isso, em defesa da fé católica, quero convidar você, leitor, a esta reflexão:

O padre John McCloskey ganhou notoriedade por ter convertido ao catolicismo membros influentes da elite política americana, tradicional reduto de protestantes. Economista, abandonou um emprego promissor em Wall Street para se ordenar padre em 1981. No ano passado, foi entrevistado pela Revista Veja e deu respostas sensatas sobre religião e fé, pelo menos no meu ponto de vista. Eis alguns bons argumentos que usou:

Veja: Por que um protestante abriria mão de sua religião para se converter ao catolicismo?

Padre: Porque é crescente o número de protestantes que compartilham os valores morais da Igreja Católica. São cristãos que acreditam na Bíblia, nos dez mandamentos e têm laços pessoais com Jesus Cristo. Ao longo de seu pontificado, João Paulo II insistiu na defesa dos valores da Igreja. São 2000 anos de história! A Igreja Católica tem sacerdotes, Papa, tradição dos grandes santos, arte, cultura, literatura. Enfim, tem uma carga que não se vê em outras religiões.

Veja: O senhor concorda que boa parte dos católicos discorda da posição oficial da Igreja em assuntos como controle de natalidade e divórcio?

Padre: A posição do Papa sobre divórcio, aborto, controle de natalidade não pode mudar, pois está ligada ao que é a Igreja Católica. A Igreja propõe a verdade a seus fiéis, não impõe. Se alguém não quiser pertencer à Igreja, está livre para sair. Note que a Igreja Católica não é uma democracia. É uma instituição Divina que não pode ser questionada. Ao ser criada, tinha apenas doze apóstolos. Hoje chega a 1 bilhão de fiéis, e isso sem que precisasse mudar suas opiniões, baseadas na ressurreição Divina e na palavra de Jesus Cristo. É preferível ter um rebanho menor de católicos do que mudar as regras apenas para arregimentar mais seguidores.

Veja: É mais difícil converter um ateu ou alguém que já tem uma religião?

Padre: Converter o ateu, sem dúvida. Mas cada um tem sua própria história e sobretudo uma graça que o impele a buscar o catolicismo. Alguns fizeram a opção em questão de meses. Outros levaram anos. Não há uma receita pronta, é uma questão de graça e de boa vontade da pessoa que está se convertendo à fé católica.

Veja: É possível ser um católico não-praticante, ou isso é uma contradição?

Padre: Sempre existiram na Igreja os católicos não-praticantes, que são aqueles que não estão cumprindo as leis morais que norteiam a Igreja. Ou seja, culpam a Igreja, mas não culpam a si mesmos, porém, há a possibilidade de você confessar seus pecados e voltar à Igreja. Mas sempre me pareceu uma contradição essa pretensão de ser católico sem acreditar no que a Igreja ensina.

Veja: As pesquisas mostram que a maioria dos católicos americanos acredita que os padres deveriam ter o direito de casar-se. Qual sua opinião sobre o celibato?

Padre: Acho difícil uma mudança no celibato, tradição que remonta aos apóstolos e que a maioria dos sacerdotes ainda apóia. Os que defendem o fim do celibato são grupos pequenos e barulhentos, que se dizem católicos liberais. Talvez seja o último grito antes da morte, pois boa parte desses ativistas tem mais de 70 anos. Nos últimos 35 anos, eles têm esperado mudanças profundas na Igreja, e tudo continua igual. Nada mudou, e nada vai mudar. Vale lembrar que todos os padres assumem um compromisso ao optar pela vida religiosa. O celibato é um símbolo de devoção a Jesus Cristo.

Veja: O senhor costuma repetir que a Igreja Católica só será revitalizada se retornar às raízes. O que significa isso?

Padre: Significa manter estrita fidelidade aos ensinamentos doutrinários e morais da Igreja, que são perpétuos e necessários para a salvação. A Igreja nunca vai rever sua posição de temas como contracepção, aborto, divórcio ou a participação de mulheres no sacerdócio. Para ela, qualquer pessoa – homossexual ou heterossexual – não deve exercer sua sexualidade exceto dentro do casamento. Como um homossexual não pode casar-se, tem de se manter casto. Todo católico deve submissão ao que a Igreja propõe como necessário à salvação.

Veja: A Igreja Católica brasileira perdeu milhões de fiéis nos últimos anos para seitas evangélicas. Por quê?

Padre: Muita gente abandonou a Igreja, mas não perdeu a fé. A maioria passou a ter um laço mais pessoal com Jesus, lendo a Bíblia. Não tenho elementos para analisar o que aconteceu no Brasil, mas acredito que a migração de católicos para as seitas evangélicas não deverá prosseguir pelos próximos anos. É algo que podemos recuperar no futuro.

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI- Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:15
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - SABORES

                          

 

O padre GIAN CARLOS PEREIRA - OMV, da Igreja São João Batista, comentou comigo sobre os sabores que, a partir da experiência de Deus, deixamos de lado. Coloquei em mim essa reflexão.

Alguns sabores são Próprios da faixa etária e não cabem mais em nosso cotidiano. Outros, se fôssemos sempre iluminado de interior, desejaríamos jamais.

Sou da geração em que mantinham como púberes se vestidas pelos contos de fada de sua infância. Castelos de pedra, um lago próximo, flores em profusão, aves de espécies variadas. E o príncipe encantado?  Ah, o Príncipe Encantado, Capaz de despertar, o encanto do sono profundo! Como princesas que beijavam os sapos e os Príncipe transformados em viam? E em quantas épocas me senti "Alice País das Maravilhas não" ...

O tempo passou mais depressa do que eu imaginava. Deus entrelaçou, desde pequenina, em minhas divagações, os sonhos dele. Sonhos mais claros, mais fortes, mais meigos que os meus. E a beleza dos sonhos de Deus curvou-me em alguns aspectos, tirou-me alguns gostos, mas há ainda tanto para mudar! Sou, Inúmeras vezes, de resistência infértil.

Perdi o sabor de retrucar por retrucar, ser para uma última palavra. Perdi o gosto em ser uma dona da verdade na insistencia de me impor ou defender-me, divergem quando de minhas opiniões. Encontro, atualmente, em sabor me calar e engolir o que me incomoda ou dói, caso aquilo que diga POSSA destruir o outro. Considero mais paladar, ao agradável, como vaias, que me fazem rever posturas, aos aplausos que me envaidecem. Prefiro a graça da sinceridade que purifica os olhos, às ilusões que fascinam. Sair do centro de mim mesma, dos meus apegos e preconceitos, e me inserir na periferia com seu povo sofrido, de dores e Clamores, ofereceu mais sabor à minha caminhada do que o período em que bailava com sapatinhos de cristal.

Sabores antigos deram lugar aos novos em minha vida. Permitir-me ser protegida e Proteger, cuidar e ser cuidada, abrir mão de uma natureza programada para viver o dia-a-dia fez-me e me faz um grande bem. Nas passarelas de meu mundo, não havia Sabor. No chão de terra sim. É espaço próprio às sementes.

Tantas coisas me preocupam, outras me irritam e me deixam ansiosa, mas eu gosto intenso permitem encontrar na tolerância, na serenidade, na aceitação, na Misericórdia. Compreendo, assim, que o Criador não é Possível à criatura.

E em tempo de sabor e graça, em que se mastiga com paladar de eternidade, copio o poema "Saudação", de Adélia Prado: "Ave, Maria! / Ave, Jesus em carne florescida. / Ave, silêncio Radioso, / urdidura de paciência / Onde Deus fez seu amor inteligível ".

 

MARIA CRISTINA CASTILHO ANDRADE DA -É coordenadora Diocesana da Pastoral da Mulher e autora de "Nos Varais do Mundo / Submundo" --Edições Loyola

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:06
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Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
JOÃO ALVES DAS NEVES - Peço palavra: O INESPERADO FIM DO ANO DE 2009 QUE VIVI NO HOSPITAL DE SÃO JOAQUIM, EM SÃO PAULO
1- Talvez vez seja oportuno lembrar que, após um ataque de tosse, pode vir outro – e foi o que me aconteceu. Depois do primeiro, vieram muitos, embora ao chegar ao pronto-socorro do grande hospital da Beneficência Portuguesa esperasse achar depressa a mezinha salvadora e voltar para casa, antes que os meus filhos e netos fossem cumprir os programas que haviam feito para a noite de 31 de Dezembro. Mas não foi assim e eu e a minha Mulher ficámos num apartamento hospitalar confortável e em segurança.

Afinal, a broncopneumonia foi eficazmente combatida, mas não sem afetar outros órgãos, entre os quais o coração, a garganta e sei lá mais o quê e somente após 36 dias pude regressar a casa – espero que por bastante tempo! Sentia-me protegido, no hospital São Joaquim (a Beneficência Portuguesa de São Paulo inaugurou há meses as novas instalações do São José (que fica do outro lado da rua), moderníssimo (aliás, ambos estão super-equipadíssimos, dispondo de mais de 60 salas de cirurgia e de quase 2.000 leitos), contando com a assistência de cerca de 1.500 médicos e vários milhares de enfermeiro(a)s - no total, são perto de 5.000 os funcionários: admito que o conjunto hospitalar luso-paulista é não só o maior do Brasil mas também do vasto Mundo Português.

Aqueles que ainda não puderam avaliar o esforço da emigração portuguesa têm na Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência Portuguesa de Beneficência de São Paulo, fundada em 2 de Outubro de 1859, o exemplo da fé inquebrantável da Diáspora Lusíada, cujos representantes dispersos pelos 5 Continentes dignificam a Pátria distante e os países onde se radicam. Os emigrantes portugueses valem pelo que constroem!

2- Sim, quando temos dores, as noites custam a passar. E sem dores também custam: o silêncio não é apenas de ouro. A semi-sonolência levou-me com freqüência à aldéia natal e a toda a Beira-Serra, aos familiares e amigos, a Lisboa e a São Paulo (onde, afinal, eu me encontrava). E as pessoas vivas e mortas dialogavam comigo – lá em frente, eu via os soutos (que já desapareceram), as oliveiras e os meus amigos de outrora. E eu renascia! Sonho? Talvez, mas era o passado que se confundia com o presente, era o meu Pisão restaurado, após a grande luta que a gente da minha terra travou pelo progresso comunitário. E, entre os felizes minutos revividos, algumas mágoas e incompreensões dos que não me conhecem. Haja o que houver, valeu a pena!

3- Já estou outra vez na luta, mas, antes de concluir, quero agradecer aos amigos que me contactaram e desejaram “boa saúde”!
 
JOÃO ALVES DAS NEVES  -  Escritor português, radicado no Brasil. Foi redactor – editorialista de “ O Estado de S. Paulo”, durante trinta e um anos e professor - pesquisador da Faculdade de Comunicação Social Gásper Libero ( São Paulo), durante um quarto de século. Autor de cerca de três dezenas de livros publicados, seis dos quais sobre a obra de Fernando Pessoa. O seu último livro foi lançado em  em Lisboa, pela Editora Dinalivro, sob o titulo de “ Dicionário de Autores da Beira- Serra”, região onde nasceu.


publicado por Luso-brasileiro às 13:25
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Dom GIL ANTÔNIO MOREIRA - QUARESMA: TEMPO DE CONVERSÃO

 

                

      

  

 “Lembra-te pó, que tu és homem e que em homem te tornarás”. O trocadilho de Vieira nos ajuda a entender o significado da quaresma que iniciaremos na Quarta Feira de Cinzas. Observo que também não é difícil encontrar sua relação com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano: Economia e Vida, com o lema Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro! (Mt.6,24)).

            Ao pregar o sermão na Quarta Feira de Cinzas de 1672, na Igreja dos portugueses em Roma, Padre Vieira não quis tanto recordar que o homem saiu do pó da terra e para ele deverá inevitavelmente voltar, mas desejou muito mais imprimir nos corações dos fiéis a esperança de uma vida nova, conquistada pela morte e ressurreição de Cristo, celebrada na Páscoa que a Quaresma prepara. É útil, abordando este aspecto, recordar-se da fábula grega da fênix, a ave que renasce das cinzas. A reflexão leva a perceber a vida como algo sublime, superior e sagrado, que tem força de eternidade. Por isso ela deve ser defendida em cada ser humano e em toda a natureza e não ser escravizada pelo materialismo.

            Já estamos acostumados a ouvir a exortação, ao receber as cinzas na quarta feira: “Lembra-te, homem, que tu és pó e em pó te tornarás” (Gen. 3,19). Após o Concílio Vaticano II, adotou-se também uma fórmula alternativa que é: “Convertei-vos e crede no evangelho” (Mc. 1, 15).  Tanto a primeira quanto a segunda asseveram ao fiel a necessidade de reconhecer a efemeridade da vida terrena, a necessidade de defender-se contra o pecado e contra todo tipo de mal e ainda de se preparar atentamente para a vida eterna, sem se submeter ao materialismo. Porém, a vida eterna não se dá apenas depois da morte, mas tem seu início no seio materno e prossegue no tempo até seu fim natural neste mundo.

            A expressão vieiriana é uma eloqüente profissão de fé na vida, na ressurreição dos mortos, conquistada por Cristo na cruz para todos os que crêem, celebrada na Páscoa anual das comunidades cristãs.

            A cerimônia das cinzas nos introduz no tempo quaresmal, no qual devemos reforçar nosso hábito diário de conversão. Durante quarenta dias, nos propomos a entrar em clima de oração intensa, a jejuar, e a praticar mais a caridade, a semear a solidariedade, afinal, a criar e recriar formas de se viver em plena fraternidade. Oração, jejum e esmola são as três palavras históricas do tempo quaresmal desde os primórdios do cristianismo.

            Observamos, assim, que as cinzas que recebemos na entrada da quaresma nos levam a crer na vida como vitoriosa sobre a matéria, sem desprezá-la, a observar a força de Deus mesmo nas situações difíceis ou que pareçam sem solução, além de nos levar a abaixar nossa cerviz e a destruir nosso orgulho, passando por real processo de conversão, assumindo atitude nova, de olhar o outro como verdadeiro irmão e a contemplar a vida como dom de Deus. 

            A quaresma não existe para si mesma, mas em vista da Páscoa. As cinzas não têm valor em si mesmas, mas estão postas em contraste com a exuberante luz da ressurreição. Se as cinzas são o resultado de um fogo que se apagou, a luz é expressão de uma chama que ilumina e aquece com o amor, com a partilha e com a solidariedade, os caminhos da vida terrena, onde as coisas materiais têm valor relativo.

            Ao final de nossa existência terrena, ao ouvir a voz da trombeta angelical, o fiel que se santificou na oração, na penitência e na caridade, na consciência de sua imersão na morte redentora de Cristo, há de ouvir solene proclamação: “Lembra-te pó, que tu és homem e em homem te tornarás”, pois foste criado para viver e não para morrer.

Dom GIL ANTÔNIO MOREIRA

ARCEBISPO DE JUIZ DE FORA

 



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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - A CAMPANHA DA FRATERNIDADE E A NECESSIDADE DE SE CONSOLIDAR DE UM PAÍS SEM EXCLUSÕES

                    

 

 

A Campanha da Fraternidade deste ano, ecuménica basicamente, um enfoca   tema complexo e importante, "Economia e Vida" com o lema "VOS QUE NÃO   PODEIS SERVIR A DEUS E AO DINHEIRO "(Mt 6,24). O seu objetivo é    conscientizar uma sociedade sobre a Necessidade de se consolidar um País sem             exclusões, onde efetivamente prevaleça o Princípio da isonomia e POSSAM todos             viver dignamente. Constitui-se, assim, numa Vigorosa Celebração pela unidade,       dotada de um contexto amplo de reflexão e de ação.

 

 

Em 2010, o tema da Campanha da Fraternidade (CF-2010) será "Economia e Vida" eo lema, "QUE NÃO VOS PODEIS SERVIR A DEUS E AO DINHEIRO" (Mt 6,24). Promovida todos os anos pela CNBB, Conferência dos Bispos Nacional do Brasil, desta vez ela está sob uma responsabilidade do CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, sendo, portanto, ecuménica, aberta à participação de todas as Denominações cristãs e pessoas de boa vontade não comprometer Espírito do Ecumenismo que nela quiserem-se. Para essa Finalidade foi Constituída uma comissão responsável à sua realização, formada por dois delegados de cada Igreja-membro da Entidade.  

De acordo com D. Odilon P. Scherer, "um CF-2010 abordará a questão econômica de maneira não académica e, de certa forma provocadora, a partir do olhar dos menos beneficiados pelas teorias econômicas convencionais e de Critérios que, apesar de esquecidos, são determinantes Para alcançar os objetivos prioritários da economia: Pão na mesa, casa, educação, saúde e oportunidades de vida digna para todos os membros da família humana "(Economia e Fraternidade - 14.11.2009-O Estado de São Paulo - p. 02).

Com efeito, nota-se atualmente certo desencanto, bastante um clima de insegurança e insatisfação na população brasileira, provocados pela séria situação financeira e ininterruptos pelos escândalos que atingem o país, com reflexos profundos no geral Ela, Vislumbrando-se uma completa descrença Na maioria dos políticos e algumas Instituições em até - Retrato de uma questão extremamente difícil e complexa que, já as mudanças que se impõem afastam-se cada vez mais da realidade dos Cidadãos. Assim, enfocar aspectos da área econômica é de extrema importância, principalmente numa época em que as enguias se sobrepõem aos sociais, alimentando fortes anseios Consumistas.

Mais do que nunca, precisamos nos empenhar na execução de um projeto que desfaça o mundo do caos, da doença e da fome. Uma tarefa difícil diante da inversão de valores e da tentação do materialismo, mas não impossível se concentramos Esforços conjuntos na busca de mudanças que propiciem a todos, sem distinção, a satisfação de suas Necessidades básicas ea consecução dos direitos Fundamentais que lhes são inerentes. O brilhante Cardeal Dom Hélder Câmara costumava dizer que "um povo organizado e unido, erradicará uma miséria sem ódio e sem violência, mas com coragem e consciência. O que suja as mãos não é o trabalho, mas o roubo, a corrupção, sangue O, A Avareza ".

Diante da ameaça que paira sobre todos, é hora de assimilarmos gestos de boa vontade e nos unirmos em atitudes concretas de partilha, para que em uma construção de uma nova sociedade, como desigualdades não tão ostensivas e sejam chocantes EO DIREITO POSSA efetivamente regular uma ordem , para em conjunto progredirmos rumo a tão almejada paz, compreendida como fruto da Eliminação da miséria e do desenvolvimento integral de todos os brasileiros.

A Campanha da Fraternidade, ao propor uma reflexão sobre a realidade social e os Problemas Decorrentes das teorias eminentemente econômicas, apoiada numa fundamentação legal, bíblica e teológica sobre a dignidade, pode auxiliar numa grande tomada de consciência sobre as Condições Geralmente são difíceis que Impostas aos menos favorecidos e muitos desencadear iniciativas à uma efetiva inclusão dos mesmos.

 Na realidade, buscamos ser felizes, mas não conseguimos nos realizar coletivamente; sonhamos em ser iguais, mas cultivamos os piores contrastes já que o egoísmo gera o anonimato que impedem o surgimento de alianças sólidas entre os indivíduos e as relações Tendem e ser um fortuitas Passageiras . Na realidade, o tempo passa mais rápido que nossa Capacidade de Doação, propiciando um cenário promissor ao distanciamento da solidariedade.

            É por isso que no período quaresmal, somos Chamados um assumir determinadas posições com coragem e determinação, adotando uma postura normal de aceitação, respeito e fraternidade total, já que não haverá prosperidade, enquanto persistir uma concentração de riquezas nas mãos de poucos, como gritantes INJUSTIÇAS cometidas sob os argumentos mais frágeis; um devassadora corrupção e outros machos provocados pela prevalência das questões financeiras sobre as circunstâncias humanísticas - verdadeiros acintes aos valores cristãos, invocando-se um novo projeto de sociedade, ou seja, justo Financeiramente, politicamente democrático, socialmente eqüitativo e culturalmente plural.

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:53
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - OS CÃES DA MINHA RUA

 

               

                Moro em uma daquelas ruas de um único quarteirão, tão comuns em São Paulo.  Pena somente não ser uma rua fechada, como tantas vielas charmosas que há na redondeza. Quando saio para caminhar, sempre fico maravilhada por descobrir, bem escondida, mais uma delas. Quase todas são floridas, com sobradinhos de fachada mais antiga, bem pintados e, da rua, pode-se ver lá dentro crianças jogando bola ou pessoas lendo, sossegadas, em cadeiras nas varandas. É como se, naquele lugar, o tempo tivesse dado uma pausa ou então corresse mais devagar. Tenho a sensação de que são legítimos refúgios de paz e tranqüilidade.

                 A rua onde moro padece somente do mal de não ter portões que a isolem, mas, ainda sim, conquista aqueles que por ela passam. Florida, sempre limpa, é praticamente só residencial, não fosse por um escritório que ali se esconde, sem placa ou identificação. Muitos dos moradores são idosos que ali vem se estabelecendo há mais de trinta anos. Nos últimos dois anos, no entanto, a cegonha andou dando o ar da graça por aqui e deixou uma leva de bebês. Até entrega de gêmeos ela fez. Assim, o silêncio habitual é intercalado com uma dose ou outra de chorinho, mas, de fato, o som que mais altera a rotina do lugar é o  dos cães.

                Pelas minhas contas, por aqui, há um cão para cada duas casas. Não sei de praticamente nenhum desses ilustres moradores, mas gosto de observar seus hábitos e, com base neles, acabei apelidando quase todos. Duas casas abaixo da minha, mora um cãozinho pequeno, cujos donos até hoje não identifiquei direito. Na verdade eu poderia até jurar que ele mora sozinho lá, porque só vejo um carro na porta, mas nunca sei quem é que o dirige. O dito cãozinho é da raça Fox Paulistinha, sendo branco com manchas marrons e pretas. Eu o chamo de Cuco, pois ele somente é visto quando saí na sacada, para latir e, segundos depois, desaparecer. Acho que o Cuco é tímido ou, vai saber, vive ocupado cuidando sozinho da casa.

                Ainda um pouco mais para baixo, mas do lado oposto da rua moram o Trovão e o François.  Eu descobri que eles contam com serviço vip de passeio e que saem quase diariamente com sua personal trainer. O Trovão é um husky siberiano, branco dos olhos azuis. Ele fica sempre na janela do sobrado em que mora e, pontualmente, antes das oito da manhã, quase me faz enfartar, porque, mesmo sabendo que acontecerá, sempre me assusto com seu latido tão grave quanto a batida de um surdo. Ele late somente nessa hora, mas é algo perturbador. Daí eu o apelidei de Trovão. O companheiro dele, um cachorro cuja raça não sei precisar, é peludo, de porte médio, branco com manchas marrom claras. Talvez seja por conta do lenço vermelho que ele leva amarrado ao pescoço, mas o fato é que eu o acho com a maior cara de francês. Daí o François! Enquanto o Trovão é mansinho, exceto pelas trovoadas matinais, o François fica na janela, sorrateiro, esperando alguém passar para latir inesperadamente. Se alguém me dissesse que o humano daquela casa era médico, eu arriscaria o palpite de que seria cardiologista...

                Bom, claro que os meus cachorros não podem ser excluídos da lista dos ilustres moradores da minha rua. A diferença é que sei os nomes deles e não preciso pensar em apelidos. Só não sei se algum outro morador, assim como eu o fiz com os cachorros alheios, também não os tenha apelidado. Meus dois pentelhinhos, Peteco e Floquinho, em princípio, segundo eu pensava, não eram de muito barulho, até que descobri que, tão logo eu fecho a porta de casa para sair, os dois iniciam, em muitas das vezes, uma serenata de uivos lamentosos... Poderiam até mesmo formar uma dupla sertaneja, algo como Nhô Chato e Carrapato, sei lá...

                Na casa vizinha, agora subindo a rua, moravam três cachorras. Uma delas era bem agitada e brava. Bonitinha, enganava qualquer um que, crente de sua mansidão inerente, arriscasse uma passada de mão. Segundo relatos dos próprios donos, já mordera Raimundo e todo mundo. Talvez sofresse de fixação na fase oral, vai saber. No fim do ano, enquanto a família viajava, a Brabeza morreu. Estava desfeito o trio das Três Marias.

                Ainda subindo a rua, do mesmo lado da minha calçada, mora o  Lobo Sofredor. O pitbull cor de caramelo, cujo dono, creio, é um estudante, passa vários fins de semana sozinho, uivando sem parar. Tenho muita pena e já tive até vontade de ligar para a polícia ou alguma sociedade protetora dos animais, mas quando o dono volta e eu os vejo caminhando juntos, noto que o Lobo Sofredor está muito bem cuidado e que parece feliz.

                Por fim, há também o Xerife. O Xerife é um boxer que vive na garagem de um prédio. Com cara de mau, no fundo ele é um bom sujeito. Só late quando acha que algo ou alguém é suspeito e, encontrado fora de serviço, ou seja, fora das grades da garagem, só se importa com cheirar as coisas e fazer o xixi de demarcação. Eu o chamo de Xerife porque tenho a sensação de que ele patrulha a rua, estrategicamente colocado no início dela. Se a rua tivesse um chefe canino, seria ele.

                Há gatos também por aqui. Grandes, peludos e sonolentos, vivem nas janelas, deitados, contemplando a vida, bem aristocráticos. Enquanto os cachorros trabalham, eles existem, doce e tranquilamente. São os “Bon Vivants”...

                Curioso é que cães e gatos, por aqui, coexistem na paz, embora cada um no seu galho. Desconfio, contudo, que isso se deve muito mais a esperteza dos gatos, do que propriamente a tolerância dos cachorros. É só ver, por exemplo, que, aqui em casa, o Peteco até caça ratos... Talvez, no fundo, os gatos é que sejam os manda chuvas do pedaço... Olhando bem, acho que o gatão persa acinzentado que mora na terceira casa depois da minha, subindo rua, tem mesmo a maior cara de Poderoso Chefão... Sei não... 

      

 CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVAAdvogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo



publicado por Luso-brasileiro às 12:40
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