PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 27 de Junho de 2010
PAULO ROBERTO LABEGALINI - VIVENDO E APRENDENDO

 

                        

 

 

A história abaixo veio da França, onde vivem a Sandra e o Ricardo. Ela me encaminhou o texto, com estas palavras no corpo do e-mail: “Oi Paulo, tudo bem por ai? Muita agitação com os jogos da copa? Por aqui tudo tranqüilo, sem agitação, nem parece que estamos tendo uma copa do mundo. Ainda mais agora, com a França fora. Recebi este texto e achei interessante, é por isso que te repasso. Abraço a todos”.

Uma moça tinha um relacionamento difícil com o pai. Quase nunca conversavam, mas surgiu a oportunidade de viajarem juntos de carro e ela imaginou que seria um bom momento para se aproximarem.

Durante o trajeto, o pai comentou sobre a degradação de um córrego que acompanhava a estrada. A garota olhou para o córrego ao seu lado, lembrou um cenário de Walt Disney e teve a certeza de que ela e o pai realmente não tinham a mesma visão da vida. Seguiram a viagem sem trocar mais palavras.

Anos depois, a moça fez a mesma viagem por aquela estrada, dessa vez com uma amiga. Estando agora ao volante, ela surpreendeu-se. Do lado esquerdo, o córrego era realmente feio e poluído como seu pai havia descrito, ao contrário do belo córrego que ficava do lado direito da pista. E uma tristeza profunda se abateu sobre ela por não ter levado em consideração o comentário do pai, que havia falecido no ano anterior.

Pois é, isso acontece sempre: a gente vê o que mostra a nossa janela e quase nunca a janela do outro. A mesma estrada para uns é infinita; para outros, curta. Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto outra parcela da população perdeu totalmente a esperança. Alguns celebram a tecnologia como um fator essencial da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias. Assim, muitos grudam o nariz na sua janela, somente nos seus próprios interesses.

E também pela internet recebi um texto de William Shakespeare – poeta e dramaturgo inglês do século 19. Gostei destes trechos:

“Depois de algum tempo você aprende a sutil diferença entre dar as mãos e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo você aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.

Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la; você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. O que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Bons amigos são a família, que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que amigos mudam; percebe que seu velho amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas – pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada seja uma situação, sempre existem dois lados. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários celebrou. Aprende também que há mais de seus pais em você do que você suponha.

Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.

Aprende que o tempo não é algo que se possa voltar atrás; portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar, que é forte para ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.

E aprende finalmente que a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!”

Eu completaria Shakespeare, dizendo: ‘com Cristo, por Cristo e em Cristo alcançaremos a salvação’. Isto significa: aprender a viver.

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI --    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI

 



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VISITE O MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS, LISBOA, PORTUGAL



http://3d.culturaonline.pt/Content/Common/VirtualTour/Index.htm?id=75047666-4597-4a28-ae77-9b7567c4732b



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Sábado, 26 de Junho de 2010
EUCLIDES CAVACO - COSTA DA CAPARICA
COSTA DE CAPARICA...
É o tema que ocupa hoje o espaço de poema da semana.  Primariamente para prestar
um leve tributo à Terra que tem sido o meu destino balneário das últimas semanas e,
também para dar a conhecer que a COSTA se encontra em festa esta semana 
celebrando as suas festas mais populares em honra  de São João.                     
Veja e ouça o tema aqui neste link:
 
http://www.euclidescavaco.com/Terras_da_Minha_Terra/Costa_da_Caparica/index.htm
 
As minhas mais cordiais saudações
Euclides Cavaco
ecosdapoesia@netcabo.pt


publicado por Luso-brasileiro às 11:56
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Sexta-feira, 25 de Junho de 2010
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - FESTEJOS JUNINOS - O FOLCLORE TAMBÉM É UMA QUESTÃO DE CIDADANIA

 

                      

 

 

Estamos frente às comemorações juninas, infelizmente, cada vez mais escassas. Por isso, o momento se mostra bastante oportuno para refletirmos sobre a necessidade de compreensão, valorização, respeito e preservação de nossa cultura e de nosso folclore que têm suas raízes no passado. Isto é, a continuação no tempo e no espaço da alma brasileira, das nossas tradições e de perpetuação do que somos hoje. 

 

 

A tecnologia e a própria ciência têm, perigosamente tornado o homem vulnerável na perda da sua identidade e do seu real papel dentro dos grupos a que pertence, colaborando para com esse quadro, a  ausência na transmissão de princípios culturais pelos meios de comunicação em massa, em virtude dos processos de divulgação serem mais diretos e o próprio homem menos participante da coletividade e menos solidário com o próximo. Além destes fatores que contribuem para a inexistência do espírito comunitário, somam-se outros como o consumismo desenfreado, a alienação e massificação dominantes. Tais aspectos têm colaborado decisivamente com a gradativa perda de nosso patrimônio cultural, tornando cada vez menores as demonstrações de nossos costumes, tradições e folclore.

Estamos em pleno mês de junho e tão ou mais populares do que o carnaval, na zona rural do Nordeste, as festas juninas – para Santo Antônio, São João e São Pedro – praticamente sumiram do mapa nas cidades grandes e o que ocorre ainda, como em São Paulo, nos pátios das igrejas e escolas, e em alguns quintais de casas da periferia, são um arremedo das comemorações trazidas ao Brasil pelos portugueses. Na região nordestina, elas  coincidem com a época em que se quebram as espigas de milho, ou seja, o tempo da colheita, do frio e o início do ano agrícola. É quando os moradores do campo acreditam precisar mais de proteção, para evitar a influência dos espíritos do mal e para espantá-los, soltam bombas e rojões. Efetivamente, o ciclo junino, urbanizando-se, vem perdendo a sua originalidade, embora ainda se vislumbrem alguns pequenos focos de resistência e nesta trilha, outras ricas manifestações populares também se reduziram de forma significativa, dependentes de poucos entusiastas ou idealistas que procuram mantê-las a qualquer custo.

O jurista Walter Ceneviva em seu artigo semanal no jornal “Folha de São Paulo”, certa feita, discorreu com muita primazia sobre a preservação do patrimônio cultural também como forma de viabilizar da cidadania, ressaltando que ninguém constrói o futuro sem preservar o passado:- ”A Constituição de 1.988 foi a primeira a tratar da proteção do patrimônio histórico e ambiental da Nação. Foi além ao dar armas ao cidadão interessado na proteção. Incluiu no rol dos seus direitos fundamentais e legitimidade para propor ação  popular que vise anular ato lesivo à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, como se lê do inciso 73 de seu  artigo 5º. O autor do processo nem sequer responderá por custas e honorários de advocacia da parte contrária caso perca a ação, salvo hipótese de comprovada má-fé”.

Por outro lado, destacou que a própria Carta Magna, em seu art. 24, inciso 7º dispôs que é da competência da União dos Estados e do Distrito Federal legislar concorrentemente sobre proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico e paisagístico, ampliando a esfera de controle sobre tais questões: - “Mais que uma questão de economia e de preservação ambiental contemporânea, a preocupação com o patrimônio cultural chama atenção para a nossa transitoriedade enquanto indivíduos.Transitoriedade a ser contraposto à permanência do patrimônio cultural como garantia das gerações que virão, a dos nossos netos de nossos netos. O futuro deles será melhor se nós, no presente, formos fiéis aos preceitos  constitucionais mencionados” ( 16/1/94 – “Letras Jurídicas”).

 Mais do que nunca precisamos compreender e valorizar o nosso folclore, que tem suas raízes no passado. Isto é, a continuação no tempo e no espaço da alma brasileira das nossas tradições, de perpetuação do que somos hoje. E exigirmos de nossas autoridades, embasados nos preceitos constitucionais existentes, maior respeito por nosso patrimônio cultural, cobrando-lhes ações efetivas que promovam a sua manutenção e novas formas que possam desenvolvê-lo no sentido de alcançar um número sempre superior de pessoas envolvidas com seus efeitos e reflexos, pelo próprio bem do país. 

Vale reiterar que a sabedoria – concepção justa do sentido da vida – proporciona uma idéia geral do mundo, de Deus, do bem e do mal, da ciência, do homem, da cultura e da sociedade. Estas realidades deveriam ser mais desenvolvidas nos brasileiros, principalmente nos jovens, preparando melhor sua personalidade social através da consciência de valores, do cultivo da autonomia crítica e do sentido de responsabilidade, condição indispensável para o exercício da liberdade e da democracia. O que introduz ordem e clareza na multiplicidade de conhecimentos, sendo que a tradição histórica e o folclore se revelam em instrumentos hábis à consecução dessas circunstâncias.

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI, advogado, jornalista, escritor e professor universitário



publicado por Luso-brasileiro às 10:48
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PELO AMOR

                       

 

Não sei direito qual seria a melhor sequência para esta crônica a respeito do livro “A LUTA POR UM AMOR” da escritora RAY RUAS MENDES. São dois fatos que desejo ressaltar: o livro em si e a atitude de bem dela, voltada às mulheres excluídas.

Foi no “Roberto Cabeleireiro”, em meio a apetrechos e produtos que embelezam, que aquela senhora de olhar meigo, expressão determinada e cabelos azulados me disse que o trabalho da Pastoral da Mulher/ Magdala lhe tocava o coração. O ambiente era propício. O Roberto é sensível às dores das pessoas, não vive de aparências. Contou-nos ela, naquela manhã, que adolescente ainda, em Araçatuba, tivera uma amiga que fora afastada do convívio dos que eram próximos. Desonrada pelo namorado, o pai, com apoio de autoridade policial, como era costume na época, entregou a filha, “considerada morta”, a um cabaré. Dona Ray jamais a esqueceu e, quando em visita a Araçatuba, chega a procurá-la nos asilos da cidade e da região. Ela gostaria de tê-la visitado na casa frequentada por “homens de bem” que usavam meninas e mulheres consideradas do mal. Desejaria tê-la resgatado da prostituição como trajetória de vida imposta. Mas como romper, na década de 30 – Dona Ray está com 87 anos -, as cercas obrigatórias da hipocrisia da sociedade? Incompreensível encaminhar uma menina para o comércio do sexo. Compreensível a Da. Ray não conseguir transpor as fronteiras que também lhe eram estabelecidas.

Seu livro, “A Luta por um Amor’, pela Editora In House, foi lançado no final de maio. Vem nele a história de sua família desde 1883, em Brejo das Almas, Minas Gerais, com seu avô. Ao longo dele, Da. Ray se revela com o que seus olhos captam e sua alma diz. A lavoura de feijão, arroz milho; as carroças com seis burros em cada uma; a produção de tijolos, telhas, ladrilhos; os periquitos, galinhas d’angola, porcos, patos, gansos; as cigarras no pomar; os vidros com vaga-lumes... As músicas: “Saudade de Matão”, “Adeus, amor, eu vou partir...”, “Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora...”, a “Canção do Expedicionário”; os seriados do Tarzan, Flash Gordon no cinema. Valsa, conga, tango, fox, rumba e sapateado nos salões de dança e no coreto da praça. Os programas radiofônicos: “A voz do Brasil” e o “Repórter Esso”. A sua grande história de amor, com luta e resistência, junto ao Major Lourival Jorge Mendes, convocado para a FEB em 1944, que foi seu marido adorado por 58 anos e com quem teve oito filhos. Em 27/04/1943, em acróstico, Mendes lhe escreveu: “Sou um peregrino, implorando o direito de te amar”. Ele que ansiava melhorar o mundo.

Na véspera do lançamento do livro, Da. Ray me informou que parte do resultado da venda seria destinada à Pastoral da Mulher/ Magdala. Emocionei-me. “A Luta por um Amor” dela, dentro da proposta do Amor de Deus para mulheres que foram empurradas às margens. Veio-me o Livro do Gênesis (1,31): “Deus viu tudo o que tinha feito: e era muito bom”. Bendito seja Deus! Obrigada, Da. Ray.

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher e autora de “Nos Varais do Mundo/ Submundo” –Edições Loyola

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:42
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - CAFÉ COM BOBAGEM

                      

 

 

              A Ângela estava certa de que dessa vez tinha uma boa chance de se dar bem. Ela tinha um bom pressentimento. Andava bem era cansada de encontros arranjados, principalmente considerando as últimas experiências que tivera. No ano passado, cada uma das amigas encontrou um cara “super legal” e muito “gente fina” para apresentar para ela. Depois de recusar umas três vezes, chegou um dia em que ela resolveu aceitar, muito mais porque não conseguia inventar novas desculpas, do que por convicção de que fosse encontrar alguém interessante.

             Assim, quando a Carlinha falou para ela que o João era um rapaz bacana, ela ficou com a orelha em pé, primeiro porque o gosto da Carlinha era duvidoso, mas também porque há séculos ninguém chamava ninguém de “bacana”. Só podia ser furada, mas o que custava tentar? Quinze minutos depois de conhecer o João, a Ângela concluiu que, em termos de encontro às escuras, nem sempre as coisas eram tão simples. Ela já não esperava que ele fosse um galã, mas acalentava a ilusão de que ele ao menos fosse agradável. O hálito de jararaca morta que o “bacana” tinha, contudo, acabou não só com as expectativas amorosas, mas também com o apetite dela.

            Depois de conhecer o Cláudio, apresentado pela Júlia, que tinha o ego mais inflado que ela já tivera notícia; depois de conhecer o Gustavo, irmão da Luciana, e constatar, com tristeza, que só a família não tinha visto que aquela Coca era Fanta Uva, ela só desistira mesmo quando encontrou o Rubens, apresentado pelo Mário, primo dela. Aquilo, com certeza, era vingança de família, porque ninguém em sã consciência pensaria que ela se interessaria por um cara cujo maior talento pessoal era imitar o Pato Donald. Ao menos não a noite toda...

            Assim, quando ela abriu a porta e viu o Antônio, o rapaz que, enviado pela mãe dela, Deolinda, fazia casinhas para cachorros, ela concluiu, sem muito esforço, que no quesito aparência, ele ganhava, de longe, da maior parte dos seus últimos, digamos, pretendentes. Claro que o Gustavo era lindo de viver, porém, enquanto pretendente, ele acabara resultando em uma “ótima amiga”.

            Como ela já tinha uma certa experiência na área, ao estender a mão para cumprimentar o Antônio, aguçou seu olfato ao máximo, no esforço para conferir o hálito dele. “Obrigada meu Santo!” O cheiro dele era inteiro bom! Pediu para ele entrar e aguardar no sofá enquanto ela ia passar um café.  Passou pela cozinha, ligou a cafeteira elétrica e voou baixo até o quarto, onde trocou de roupa e penteou os cabelos, para, minutos depois, com a maior cara de naturalidade, voltar para sala cheirando a perfume.

            “Glória a Deus” pensou ela. Ele não falava como o Pato Donald ou qualquer outro personagem da Disney. Na verdade, dando uma olhada geral, ele mais se parecia com um super herói Marvel e agora só faltava ele não ser a Mulher Maravilha. Em uma segunda, terceira e quarta olhada, ele não dava pinta nenhuma, mas, se fosse o caso, pensava, ela seria uma boa amiga e o apresentaria ao Gustavo...

            Quando ela viu Alegria aos pés dele, enquanto ele lhe fazia carinhos, ela não pode deixar de reparar nas enormes mãos que ele tinha. Era meio que um fetiche dela, que adorava mãos másculas. Achava sexy. Aquelas, definitivamente, tinham potencial em seu pódio pessoal de mãos bonitas. Foram até a cozinha, já que lá ela também tinha alguns biscoitos. Enquanto tomavam café, a mesa bamba dela deu sinal de vida. O Antônio, prestativo, pediu a ela que arrumasse algumas folhas de jornal e, de modo prático, improvisou um calço. Enfim, pensou Ângela, um pouco de equilíbrio...

            Para espanto dela, os assuntos foram fluindo sem dificuldade, de forma natural. Ele tinha aquele jeito bom de olhar nos olhos e tinha um sorriso meio torto que era um charme. Ai, será que Santo Antônio era mesmo milagreiro? Ou seria um milagre materno? Ela precisava ligar para mãe, Deolinda, agradecendo...

            Depois de duas horas de papo agradável, ele disse que precisava ir embora. Tinha ainda muita coisa para fazer. Adorara conhecê-la. Naquela semana teria jogo do Brasil, pela Copa do Mundo. Será que ela não queria ir assistir lá no condomínio dele? Eles montariam um telão e haveria um churrasquinho. Por que não? Lógico que iria.

            Quando ele foi embora, a Ângela, embora feliz, ficou meio ressabiada, porque há tempos ela se tocara de que as aparências enganam e que quando a esmola era demais, até mesmo o Santo desconfia. Procurou pelo Alegria, que não estava à vista e foi encontrá-lo embaixo da mesa, dormindo. Vai saber, às vezes, Alegria, fica mesmo onde menos se procura... De toda forma, fosse como fosse, era melhor do que assistir ao jogo sozinha. Ia pagar para ver!

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo



publicado por Luso-brasileiro às 10:36
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Côn. JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO - MURILO BADARÓ, NOTÁVEL POLÍTICO E LITERATO

Causou profunda consternação  no mundo  político e literário o falecimento do Dr. Murilo Badaró dia 24 de junho último. Aos 27 anos o jovem Bacharel em Direito já era eleito deputado estadual, iniciando uma carreira política extraordinária. Tornar-se-ia um benemérito da sociedade. Nele reconcentrar-se-iam como num foco e refletiriam como num espelho as qualidades mais admiráveis dos grandes mineiros que serviram com denodo a pátria. É que sua palavra tão robusta como a sua inteligência e sua inteligência tão elevada como o seu caráter  sem jaça o fizeram galgar altos cargos nos quais demonstrou a grandeza de uma personalidade marcante, caracterizada por uma probidade inconcussa. Inspirava confiança a quantos o conheciam e, por isto, em 1962 foi reeleito Deputado com um número considerável de votos. O Governador  Israel Pinheiro o nomeou Secretário do Governo. Como político, ele fez da política o verdadeiro campo de batalha de suas lides incansáveis, jamais compactuando com as injustiças. Tornou-se uma espécie de mediador plástico, um formidável centro de equilibro entre as cainhezas de certa parcialidade suspeita e as demasias de certa parcialidade impaciente. Era fiel e firme nos seus princípios. Esta fidelidade e firmeza eram próprias do homem que exprimiu nos seus discursos toda veemência de sua alma. Tanto isto é verdade que, por exemplo, encarando o sentimento de milhares de compatriotas, notabilizou-se na protestação contra a cassação do Presidente Juscelino Kubischeck de Oliveira, sendo sua peça oratória cognominada “Protesto de uma geração”. Deputado Federal em três mandatos se mostrou um dos mais atuantes membros do Congresso Nacional, respeitado pela sua autoridade indiscutível e competência sem rival. Muito honrou também o  Senado Federal e suas atitudes corajosas não permitiriam que houvesse laivos de um rastejar sutil, o escorregar macio de uma opinião flexuosa e revirada e jamais ele entraria os laboratórios da conveniência.  Por isso teve seu nome incluído na lista para cassação de seu diretos políticos enviada ao Presidente Costa e Silva. Este soube decodificar bem os dizeres e a postura do grande político mineiro e não compactuou com uma tremenda injustiça. Tal a lisura de Murilo Badaró que, posteriormente, o Presidente Figueiredo o indicou para ser líder do Governo. Inscreveu seu nome entre os mentores da abertura política iniciada naquele período. Figueiredo o nomeou para presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal. Foi também por este Presidente indicado para Ministro da Indústria e do Comercio, tomando medidas acertadíssimas, como o fortalecimento da Açominas.  Exerceu com eficiência a presidência  do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais no governo de Itamar Franco. Magno orador parlamentar, honra e glória da política nacional, o aquilatadíssimo cidadão quis ainda demonstrar seu civismo se tornando  Prefeito de sua idolatrada cidade de Minas Novas, cargo a que renunciou para dar maior assistência à sua família e outro grande amor de sua vida: a Academia Mineira de Letras, da qual era Presidente, sucessor do inesquecível Vivaldi Moreira. Durante o período em que esteve na Política fôra um grande orador e na estância parlamentar   brilhou o literato que se aprimorava sempre lendo os melhores autores da literatura mundial. Foi por isto que nos seus discursos, nos seus artigos, nas suas crônicas, nos seus livros se notam um fundo sólido, fruto de uma vasta cultura; uma forma lúcida, efeito de seus conhecimentos literários; uma intuição estremada, proveniente de sua acuidade intelectual. Na Academia Mineira de Letras um dos seus mais belos discursos foi o proferido na recepção ao Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, D. Walmor Oliveira de Azevedo, pulquérrima peça retórica na qual brilhou a palavra adamantina e vibrante do orador  insigne a brindar o numeroso auditório com  o  sabor de frases cristalinas de um admirável estilista acadêmico. Distinguiu-se, outrossim, como biógrafo talentoso, sendo seu último livro sobre Bilac Pinto, digno dos maiores encômios. A comemoração do centenário  da Academia Mineira de Letras foi como que seu Canto de Cisne, tal o esplendor com que revestiu tal acontecimento em Belo Horizonte,  em Juiz de Fora, berço da deste Cenáculo de Letrado e, igualmente, na Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro. Nos anais dos grandes políticos e literatos brasileiros há de fulgir sempre o nome de Murilo Badaró, exemplo de  civismo e de amor à Língua Pátria.

 

 Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho  -   Membro da Academia Mineira de Letras.



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Quinta-feira, 24 de Junho de 2010
HUMBERTO PINHO DA SILVA - PAROLISMO NACIONAL

                      

 

 

Tendo visitado casal amigo, que vive para as bandas da Maia, encontrei menina, sobrinha da dona da casa, que fora convidada a passar férias em Portugal.

 

A jovem nascera em França e ainda que seja filha de portugueses, considera-se parisiense, o que é natural, já que nasceu na Cidade da Luz.

Mas, o que é extraordinário é não conhecer a nossa língua e exprimir-se apenas em francês.

 

Interrogada porque não lhe ensinaram a língua dos progenitores, declarou que os pais não queriam que se soubesse que era portuguesa, para não sofrer zombetices na escola.

 

Que somos um país pobre e pequeno, todos sabemos, mas que os nossos compatriotas se envergonhem da nossa terra, quando estão fora da comunidade lusa, pelo menos em França, foi para mim novidade e triste novidade.

 

Também não admira que seja assim. Não há político que se preze, empresário, intelectual, jogador de futebol, de nacionalidade portuguesa, que não fale a língua onde temporariamente vive.

 

No final de 1987, António José Saraiva foi entrevistado por três estudantes universitários. Nessa curiosa entrevista, publicada no “ Público ”, a 02/Abril/90, declarou, a propósito dos portugueses que moram na Comunidade Europeia:

 

“ Os portugueses são acomodatícios. Perdem facilmente o sentimento. Por exemplo, os filhos dos portugueses em Paris quase todos decidem ser franceses. Uma coisa que a mim entristece. Um português acha sempre que o estrangeiro é melhor. Tem razão para achar quando olha para uns pais desenvolvido. Mas a gente vê um país como o país basco a lutar pela sua personalidade e percebe o que é o nacionalismo, o que é patriotismo. “

 

E referindo-se a Espanha afirma: “Um castelhano só fala castelhano em qualquer parte do mundo. A gente ouve, mesmo em Paris, um castelhano falar francês duma maneira que se percebe logo que é castelhano. O português, coitadinho, adapta-se, fala português pretendendo falar francês e quando chega vem cheio de “pierres”, “ à gouche”…

 

Já Eça criticava o nosso parolismo. A seu parecer devia-se falar mal o idioma estranho.

 

Mais de cem anos passaram sobre as palavras queirozianas e continuamos a ser os mesmos “coitadinhos”. Agora virados para a Inglaterra e América do Norte, mas com o mesmo servilismo, sempre a reconhecer o eterno complexo de inferioridade.

 

Sempre a imitar o que se faz e se diz lá fora. Sempre a bajular tudo e todo que não se exprima na nossa língua. Até os brasileiros, que sofrem o mesmo complexo, e não são capazes de visitar a Argentina sem falarem castelhano apalhaçado, ao visitarem Portugal, não deixam de empregar palavras - ao contrario dos portugueses, - que apenas se usam no seu país…e muitos têm dupla nacionalidade!...  Até eles se riem do nosso parolismo!

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA  -  Porto, Portugal



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CLARISSE BARATA SANCHE - O MEU CRISTO

       

   Pintado por um filho tenho um Cristo

  Aos pés da cama, mesmo em frente a mim,

  Todo em azul, um tom tão imprevisto

  Que nunca imaginei um Cristo assim!

 

              João de Castro Nunes

 

 

                            Glosa

 

  “Pintado por um filho tenho um Cristo”

  Diz Doutor Castro Nunes num livrinho.

  Eu tenho também um, assaz benquisto,

  Mas a perder a cor e já velhinho!

 

 

                  Era da minha mãe, mas como o seu

               “Aos pés da cama, mesmo em frente a mim,”

               Não está, mas foi o sítio que escolheu

               Para o ter perto dela até ao fim...

 

 

 

Como o seu é diferente, pelo visto!

O meu tem uma cruz e não é não

“Todo em azul, um tom tão imprevisto”

Mas conforta bastante o coração!

 

 

             Amava-o minha mãe, por que era antigo

            E eu também gosto dele; é de marfim!

             Tão belo! Tão Jesus e tão Amigo,

            “Que nunca imaginei um Cristo assim!”

 

CLARISSE BARATA SANCHE   -  Gois, Portugal



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PINHO DA SILVA - CAPELINHA DE S. JOÃO BAPTISTA, LINDA-A-PASTORA; PORTUGAL

                   



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Domingo, 20 de Junho de 2010
PAULO ROBERTO LABEGALINI - COISAS DA VIDA

 

                        

 

 

Um sujeito lembrou que era o dia do aniversário da filha e que ainda não havia comprado um presente. Então, entrou numa loja e perguntou à vendedora:

– Quanto custa uma boneca Barbie?

– Depende – respondeu ela. – Temos: Barbie vai à academia, Barbie joga vôlei, Barbie vai às compras, Barbie vai à praia, Barbie vai dançar e Barbie divorciada.

– Tem diferença nos preços?

– A Barbie divorciada custa R$ 265,95 e as outras custam apenas R$ 39,95.

Ele se assustou com o preço da primeira boneca e perguntou:

– Mas, por que a divorciada é tão mais cara que as outras?

– Meu senhor, a Barbie divorciada vem com: o carro do Bob, a casa do Bob, a lancha do Bob, o trailer do Bob, os móveis do Bob e o celular do ex-marido Bob!

Bem, isto é apenas uma brincadeira da internet, mas sabemos que casos como este existem. Na separação de casais, muitos problemas acontecem e nem sempre o bom senso prevalece. Não me refiro somente à partilha de bens, mas, sobretudo, ao amor que deixou de existir.

Compreendo que o desejo dos cônjuges em ficar juntos possa ter acabado, porém, um não precisa ser inimigo do outro. Na intenção de ver o parceiro sofrer, a pessoa má intencionada começa perder a graça de Deus em sua própria vida. Jesus ensinou: reze pelos seus inimigos.

É simples entender que o amor é um dom gratuito que recebemos no Batismo e não temos o direito de aprisioná-lo. Quando abrimos o coração e o disponibilizamos ao irmão que sofre, se torna caridade. E a verdadeira caridade é aquela que tem sentido de compaixão – como Cristo praticou.

Não basta eu ter pena de alguém; se não acolho o sofrimento do próximo no coração e não me entrego na ajuda que ele precisa, fico distante da solução do problema. Ao adoecer um parente próximo, por exemplo, não nos envolvemos até o pescoço? Pelo menos um pouco desse amor deveria ser compartilhado com outros irmãos de fé, não acha?

Mas, quando entra o bendito dinheiro na história, quase tudo muda de figura. Temos em mente que: não vou repartir aquilo que ganhei com o meu suor; ao pobre dou apenas algumas moedinhas; não pagarei dízimo à Igreja etc.

Voltando a falar do divórcio, o dinheiro também é uma das maiores causas dos conflitos, principalmente durante e após a separação. Quem é rico, se apega tanto aos bens que parece ter medo de ficar pobre! Quem não tem muito, parece que quer deixar o parceiro na miséria! Será tão difícil entender que Deus deu a ambos – juntos! – a graça de possuírem alguns bens materiais aqui na Terra? Por que um precisa fechar a porta para o outro? E quem cuida da tristeza dos filhos quando cada um só pensa em si?

Hoje em dia, casais separados são comuns em nosso meio. Mesmo com aconselhamento que ‘a união se deu para sempre’, a Igreja Católica os acolhe com carinho e os orienta a perseverar na fé. Para isso, algumas reflexões de vida precisam periodicamente acontecer, como nesta história que já contei nesta coluna e revivi na reunião de Ministros da Comunhão Eucarística na semana passada.

Um grupo de jovens formados e bem estabelecidos em suas carreiras decidiu visitar um velho professor da faculdade que sempre serviu de inspiração para eles. Durante a visita, o bate-papo se transformou em reclamação sobre o estresse em seus trabalhos e relacionamentos.

Ao oferecer chocolate quente a seus ex-alunos, o professor foi à cozinha e retornou com uma jarra cheia da bebida e com grande variedade de canecos. Alguns eram de porcelana, outros de vidro e de cristal, uns simples, outros caros e bonitos, e até alguns bem feios. Então, ele os convidou a se servirem da bebida.

Quando todos já estavam com o chocolate quente em mãos, o professor compartilhou seu pensamento:

Percebam que os canecos caros e bonitos foram os escolhidos, e que os simples e baratos foram deixados na mesa. Embora vocês achem normal desejarem os melhores para si, é aí que está a fonte dos problemas. O caneco no qual cada um está bebendo não acrescenta nada à qualidade da bebida; na maioria das vezes ele é apenas mais caro ou esconde o que se está bebendo. Vocês não queriam os canecos, apenas chocolate, mas inconscientemente escolheram os melhores.

Agora, por favor, considerem o seguinte: a vida é o chocolate quente; o emprego, o dinheiro e a posição na sociedade são os canecos – apenas ferramentas que fazem parte da vida. Às vezes, ao concentrarmos somente no caneco, deixamos de saborear o chocolate que o Céu tem nos ofertado. Lembrem-se sempre disto: Deus provê o chocolate; Ele não escolhe o caneco!

As pessoas mais felizes não são as que têm o melhor de tudo, mas as que fazem o melhor de tudo que têm. Viva simplesmente, ame generosamente, cuide-se imensamente, fale bondosamente e deixe o resto com Deus. Os mais ricos não são os que têm mais, mas os que precisam de menos.

Agora, aproveite você também, leitor, seu chocolate quente!

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI --    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:25
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Sábado, 19 de Junho de 2010
EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DO NASCIMENTO DO Com. HERMENEGILDO MARTINELLI

            

  

                        

 

 

                No próximo dia 03 de julho, centenário do nascimento do saudoso Com. Hermenegildo Martinelli, será inaugurada uma exposição em sua homenagem no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí (Rua Barão de Jundiaí, n.° 762, centro), às10 horas da manhã, com curadoria do artista-plástico João Borin.

                Natural de Jundiaí, ele foi uma pessoa que se dedicou extremamente à sua cidade e ao seu povo, tendo sido vereador por seis legislaturas e por seu desempenho político, foi escolhido como “vereador honorário”, tendo sido o primeiro brasileiro a receber tal título, em dezembro de 1977.

                Líder católico ocupou cargos de direção nas entidades, Congregação Mariana, na Legião de Maria, na Cruzada da Mocidade Católica e na Sociedade São Vicente de Paulo. Manteve durante muitos anos o programa radiofônico “Sorrisos de Nossa Senhora”, no qual diariamente às 18 horas e aos domingos também às 12 horas, discorria sobre temas ligados à Igreja Católica, principalmente em nossa região.

                Todo dia 27 de cada mês, irradiava uma missa diretamente da Igreja da Ponte de São João, onde era realizada a “benção para os doentes”, possibilitando que os enfermos participassem daquele ato litúrgico através do rádio.

                Por toda a sua vida visitou os menos favorecidos no Hospital São Vicente de Paulo que possuía inclusive, uma dependência especial para atender indigentes e os presos da Cadeia Pública, criando e tendo sido o primeiro presidente do Conselho Carcerário de Jundiaí, entidade que objetivou promover e assistir até espiritualmente os presidiários locais.

                Escreveu uma coluna jornalística por mais de cinqüenta anos intitulada “Meditação”, sendo a última crônica publicada pelo “Jornal de Jundiaí” no dia 07 de agosto de 1979, data em que veio a falecer.

                A sua trajetória se constitui num exemplo de vida, de desprendimento, de amor ao próximo, de valorização da família e principalmente, de manifesta fé em Deus e de grande dedicação à Igreja Católica.

                A exposição no Museu, que ficará aberta até 31 de julho, recorda fatos, fotos e trabalhos deste ilustre jundiaiense, cujo reconhecimento geral lhe rendeu homenagens, não só locais e nacionais, como internacionais, recebendo as Comendas da Ordem de Malta e Ordem de Jerusalém.

                Seus filhos Maria Lúcia, José Eduardo e João Carlos José, bem como seus netos, são pessoas de destaque em nossa comunidade e continuam a elevar o nome do Com. Hermenegildo Martinelli, cuja esposa, Jorgina Ribeiro Martinelli, aos noventa e três anos de idade e apesar dos problemas de saúde, permanece com os seus idênticos propósitos.



publicado por Luso-brasileiro às 17:20
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Sexta-feira, 18 de Junho de 2010
Cfd. ALUIZIO DA MATA - QUE CANÇÕES DE NINAR MARIA CANTAVA ?

  

                       

 

 

A figura de Maria, assim como a de Jesus, sempre me fascinou.

Não quero comparar Maria com Jesus, pois isto seria impossível, já que Jesus é Deus, já que é uma das três pessoas da Santíssima Trindade.

E fico pensando: No entanto, Ela tem uma relação direta com a Santíssima Trindade! Como pode isso? Ser Filha de Deus, Esposa do Espírito Santo e Mãe de Jesus! Mistério insondável e impressionantemente belo. Se pudéssemos explicar, como tentam algumas pessoas, Deus não seria Deus.

Mas hoje quero pensar em Maria como uma mãe como as outras mães.

A começar pelos momentos difíceis pelos quais passou, quando se viu grávida sem conhecer homem algum. Como explicar uma gravidez assim?

Mas Ela não teria que explicar nada. Teria apenas que viver o Plano e Deus, depois que resolveu, com coragem, dar o seu SIM.

“Enfrentar” José, cara a cara e se dizer grávida sem nunca ter tido relações com ele deve ter sido um momento sublime por parte dela e por parte dele. Depois, com certeza, viver as angústias e  expectativas que qualquer mãe sente quando está esperando um filho.

Quanto ao sexo, ela já sabia, pois o anjo já lhe tinha dito que Ela iria ter um filho que deveria se chamar Jesus. Mas como ele será? Como terá sido a preparação de um pequeno enxoval para ele? Sabemos que eram, Ela e José, pessoas simples, que viviam do trabalho. Não tinham riqueza e nem luxo. As roupinhas do Menino Jesus foram as mais simples possíveis, mas como Maria deve tê-las feito!... Com que carinho deve ter tecido panos, costurado peças, escolhido cores... Com que carinho José fez um bercinho para o menino que iria chegar!

Se uma mãe comum tem muitos cuidados sobre esses pontos, imagine Maria se sabendo Mãe do Filho de Deus!

Volto à questão das situações de mulheres grávidas, suas reações e suas preocupações. Teria Maria ficado com enjôos? Teria tido “desejos” de comer coisas e alimentos estranhos? Teria Ela pedido a José para conseguir uma fruta que não tinha naquela região? Teria ela se preocupado com o parto? Teria ela se preocupado em saber se Jesus seria perfeito no físico? Onde estaria José na hora do nascimento de Jesus? Penso que na aflição de ver Maria tendo os primeiros sinais do parto, José deve ter saído do estábulo para procurar um médico ou uma parteira para ajudar Maria. Se ele encontrou alguém, não sabemos. E nem sabemos se ele ao voltar, ainda teria tido a oportunidade de ajudar em alguma coisa. Teria Maria sofrido dores no parto? Se Ela não teve pode ter sido porque Deus não queria antecipar os sofrimentos que mais tarde teria. Se teve dores pode ser porque Deus já queria mostrar-lhe como teria de sofrer por Jesus, como sofrem todas as mães pelos seus filhos.

Mas uma coisa que me fascina é pensar quais canções Maria cantava para ninar Jesus. Já imaginaram com que amor, com que doçura, com que enlevo ela o fazia? Teria Ela inventado canções novas como Jesus merecia ou cantado simplesmente as músicas que Ana cantava para Ela?

De qualquer maneira, Jesus deve ter tido momentos em que gostaria de retornar ao colo de Maria e novamente escutar as canções de ninar...

 

ALUIZIO DA MATA - Vicentino, Sete Lagoas, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 13:15
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