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Quarta-feira, 28 de Setembro de 2011
FELIPE AQUINO - NÃO É FACIL COMEÇAR NEM TERMINAR UM NAMORO

                   

 

 

Já vai muito longe o tempo em que os pais arranjavam os casamentos para os seus filhos. Se você quer encontrar alguém terá que procurá-lo. Normalmente, é no próprio círculo de amizades e ambiente de convívio que os namoros começam. Sabemos que o ambiente molda, de certa forma, a pessoa; logo, você deverá procurar alguém naquele ambiente que há os valores que você preza. Se você é cristão, então, procure entre famílias cristãs, ambientes cristãos, grupos de jovens, entre outros, a pessoa que você procura.

O namoro começa com uma amizade, que pode ser um pré-namoro que vai evoluindo. Não mergulhe de cabeça num namoro, só porque você ficou “fisgado” pelo outro. Não vá com muita sede ao pote, porque você pode quebrá-lo. Sinta primeiro, por intermédio de uma pura amizade, quem é a pessoa que está à sua frente. Talvez já nesse primeiro relacionamento amigo você saberá que não é com essa pessoa que você deverá namorar. É o primeiro filtro, cuja grande vantagem é não ter ainda qualquer compromisso com o outro, a não ser de amigos.

Nem sempre será fácil para você começar e terminar um namoro. Especialmente hoje, com a maior abertura do país, logo as famílias são também envolvidas, e isso faz o relacionamento se tornar mais compromissado. Se você não explorar bem o aspecto saudável da amizade, pode ser que o seu namoro venha a terminar rapidamente porque você logo se decepcionou com o outro. Isso poderia ter sido evitado se, antes, vocês tivessem sido bons amigos. Não são poucas as vezes em que o término de um namoro envolve também os pais dos casais, e isso nem sempre é fácil de ser harmonizado.

O namoro é o encontro de duas pessoas, naquilo que elas são e não naquilo que elas possuem. Se você quiser conquistar um rapaz só por causa da sua beleza ou do seu dinheiro, pode ser que amanhã você não se satisfaça mais só com isso. Às vezes uma pessoa simpática, bem-humorada e feliz supera muitos que oferecem mais beleza e perfeição física que ela.

Infelizmente, a nossa sociedade troca a “cultura da alma” pela “cultura do corpo”. A prova disso é que nunca as cidades estiveram tão repletas de academias de ginástica, salões de beleza, lojas de cosméticos, clínicas de cirurgias plásticas, entre outros, como hoje. Investe-se ao máximo naquilo que é a dimensão mais inferior do ser humano – embora importante – o corpo. É claro que todas as moças querem namorar um rapaz bonito, e também o mesmo vale para os jovens, mas nunca se esqueça de que o mais importante é “invisível aos olhos”.

O que é visível desaparece um dia, inexoravelmente ficará velho com o passar do tempo. Aquilo que você não vê: o caráter da pessoa, a sua simpatia que se mostra sempre atrás de um sorriso fácil e gratuito, o seu bom coração, a sua tolerância com os erros dos outros, as suas boas atitudes, etc., isso tudo não passará e o tempo não poderá destruir. É o que vale.

Se você comprar uma pedra preciosa só por causa do seu brilho, talvez você compre uma “joia” falsa. É preciso que você conheça a sua constituição e o seu peso. O povo diz muito bem que “nem tudo que reluz é ouro”. Se você se frustra no plano físico, poderá ainda se realizar nos planos superiores da vida: o sensível, o racional e o espiritual. Mas, se você se frustrar nos níveis superiores, não haverá compensação no nível físico, porque ele é o inferior, o mais baixo.

A sua felicidade não está na cor da pele, no tipo do seu cabelo e na altura do seu corpo, mas na grandeza da sua alma. Você já reparou quantos belos e belas artistas terminam de maneira trágica a vida? Nem a fama mundial, nem o dinheiro em abundância, tampouco os mil “amores”, foram suficientes para fazê-los felizes. Faltou cultivar o que é essencial; aquilo que é invisível aos olhos. Tenho visto muitas garotas frustradas porque não têm aquele corpinho de manequim ou aquele cabelo das moças que fazem as propagandas dos “shampoos” ; mas isso não é o mais importante, porque acaba.

A vida é curta – mesmo que você jovem não perceba – por isso, não podemos gastá-la com aquilo que acaba com o tempo. Os homens de todos os tempos sempre quiseram construir obras que vencessem os séculos. Ainda hoje você pode ver as pirâmides de 4 mil anos do Egito, o Coliseu romano de 2 mil anos, e tantas obras fantásticas. Mas a obra mais linda e mais duradoura é aquela que se constrói na alma, porque esta é imortal. Portanto, ao escolher o (a) namorado (a), não se prenda às aparências físicas, mas desça até as profundezas da sua alma. Busque lá os seus valores.

 

 

 

FILIPE AQUINO   -  Escritor católico.Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 11:23
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RENATA IACOVINO - EM TERRA FIRME

 

 

 

Regressando a um hábito remoto, atravesso, a bordo de uma balsa, as águas que me levarão ao outro lado de um resultado incógnito.

Desenham-se ideias e intenções, mas, ao longo, acabam se desviando, pegam um atalho aqui, outro ali...

Procurarei não interromper a viagem para dar um mergulho em alto-mar, embora isto tantas vezes me tente.

O que me parece claro e seguro quando faço uso de um instrumento praticamente essencial, neste momento ousa escapar de minha mente, como se necessitasse do tal apoio extra-humano; como se caneta e papel estivessem mais próximos do humano e eu ficasse exposta a mim mesma.

A ausência de uma máquina que carrega anos de trabalho, obriga-me a abrir mão de teclado, consulta a dicionários e pesquisa via internet. Enquanto ela dista de minhas mãos e vista, recordo como se dá o velho e bom exercício de fazer nascer um texto sem mensurar tamanho ou calcular número de caracteres.

O delicioso e estranho labor prova-me que minha crença – ou sensação?! – é um mito.

A bordo de um computador, embora conte com a facilidade da internet e com as ferramentas nele dispostas, constato que raramente deixei de utilizar livros, revistas e demais suportes físicos para destrinchar o assunto escolhido. Até mesmo a escolha do tema muitas vezes passou longe do campo virtual. Além destes amigos reais, com os quais compartilho tato, olfato e visão, há, ainda, aquilo que não é possível tocar, mas comumente me auxilia: meu pensamento, com experiências de vida, empirismo, visões de mundo, subjetivismo... criando, num vai e vem, um resultado. Pode ser o início de um outro pensamento, o nascimento de algo oculto, que se não estimulado assim, permaneceria às escuras.

Faço uma pausa.

Releio o que se teceu acima. Com a diferença de que não há uma tecla para deletar ou corrigir o que parece ser necessário.

Rabiscos e letra rascunhada são sinais de que preciso passar a limpo o texto, visualizá-lo, compreendê-lo.

A balsa seguiu seu itinerário e me vejo chegando ao destino.

Antes de atracar, reconheço-me nesta busca, primitiva e fantástica como as missivas que escrevi na pouca idade ou as poesias que brotaram em cadernos exaustivamente manuseados e guardados naquela gaveta preferida.

É com este espírito que faço nascer mais um texto e o divido agora, colocando os pés em terra firme.

 

Renata Iacovino, escritora e cantora, reiacovino.blog.uol.com.br/reval.nafoto.net/ caju.valquiriamalagoli.com.br

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:14
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - AO MESTRE COM CARINHO

 

 

 

 

            Penso que algumas coisas estão fora do lugar ou, talvez, eu esteja fora de lugar e do tempo. Há quem diga que, quando a gente começa a dizer “no meu tempo isso, no meu tempo aquilo”, é sinal de que se está ficando velho, mas, seja isso, não seja isso ou seja parcialmente isso, o fato é que eu estranho demais alguns acontecimentos...

            Então, vamos lá, “no meu tempo” os alunos tinham nos professores exemplos a serem seguidos, objeto de admiração ou, no mínimo, de respeito. Lembro-me de que meus pais, ambos professores, hoje já aposentados, viviam trazendo para casa presentes e mimos oferecidos pelos alunos. Claro que tudo não era somente alegria. Sempre houve e sempre haverá, creio, alunos problemáticos, professores sem carisma ou aptidão, mas, de uns tempos para cá, parece-me, a relação professor e alunos tornou-se um pouco mais complexa e até mais perigosa.

            Infelizmente, cada dia tem ficado mais comuns as notícias envolvendo alunos que invadem escolas e atiram em professores ou colegas, bem como de alunos que perseguem determinados professores, fazendo deles objeto de ódio e violência individuais e, muitas vezes, gratuitas.

            Nunca soube, em tempo algum, de alguém que gostasse de ser advertido por um professor, só que as pessoas pareciam lidar melhor com isso, entendo que faziam parte do processo. Não se trata de dizer que os professores tem direito de serem autoritários, grosseiros ou arbitrários, mas alguma coisa está errada quando alunos simplesmente ignoram a importância e a autoridade natural dos mestres, não aceitando quando esses lhes contrariam, pedagógica ou disciplinarmente.

            Eu não adorei todos os professores que tive, mas aprendi com todos eles alguma lição importante para minha vida. Sou hoje um pouco do que cada um deles me doou, o resultado dos esforços de todos eles, dos erros e dos acertos. Nunca, jamais, contudo, imaginei voltar-me contra qualquer um deles com violência de qualquer tipo. Fui daquelas crianças que levavam chocolates aos meus mestres, que escolhia flores para levar para as tias do primário. Não me esqueci, jamais, da minha primeira professora, Dona Meire...

            Hoje, sou eu também professora e não tenho ilusões de agradar a todos, mas, para minha alegria, até hoje, mais recebi expressões de carinho e de respeito, do que de ódio declarado. Aqueles que assim se sentiram, porventura,  foram equilibrados o suficiente para não tomar medidas extremadas...

            Cada vez que um professor é vitimado por um aluno, morre um pouco também da educação, da esperança de que, um dia, possamos viver tempos melhores. Se nos faltar educação, respeito pela mão que ensina, que direciona, pobre do futuro que nos aguarda...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:08
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FAUSTINO VICENTE - SECRETÁRIAS ADOTAM NOVO FIGURINO

 

De mandona a meiga, de negra a branca,de principiante a experiente,de "extintor de incêndio" a anjo da guarda,todas as participantes do desfile de milhões de secretárias do mundo todo,conquistaram esse singular lugar nas organizações,públicas e privadas, graças a formação profissional, competências ecléticas e simpatia - triângulo do sucesso.Durante uma palestra para cerca de trezentas secretárias fomos questionados com várias perguntas,tendo uma delas se destacado pela sua abrangência e profundidade: qual o nosso futuro profissional? Ser uma secretária virtual ou, simplesmente,uma ex-secretária? Legalmente e com todos os méritos, hoje, o termo correto é: Profissional de Secretariado.

 

Ratificamos o que respondemos no evento,afirmando que grande parte das responsabilidades da profissão é encontrada no Livro dos Provérbios,nas antigas civilizações gregas e egípcias,atribuições que deverão perdurar ao longo dos tempos. Não visualizo a perda de importância da nova roupagem da profissão,a qual transformou-se numa destacada passarela que abre espaço para vôos mais altos,dentro das organizações.Até em filmes como "Uma Secretária de Futuro", estrela por Melaine Griffith,que interpreta a eficiente,mas exageradamente ambiciosa secretária ou de "Loucuras de Amor"onde,a então estonteante Marilyn Monroe.contracenou com o incrível Groucho Marx ou de "Amor Eletrônico"com a  excepcional Katerine Hepburn,ou ainda na novela brasileira - A Indomada - com a caricata Mérilu,pode-se encontrar ingredientes especiais,sobre a receita do sucesso em tão atraente profissão.

 

Observando os requisitos indispensáveis de uma secretária de uma grande empresa transnacional,de um profissional liberal ou de um pequeno empreendimento,concluímos que o essencial resume-se na conduta ética,competência técnica e habilidade eclética.Com as profundas transformações estruturais e tecnológicas provocadas pela globalização,o futuro destas profissionais continua vinculado ao significado (do latim) original da palavra secretária - secretum - aquela que guarda segredo de outrem - conduzindo-a a uma assessoria executiva,com todas as prerrogativas do cargo. O sucesso na carreira passa,obrigatoriamente,por um cursos específicos de Secretariado e pela participação continuada em eventos e atividades que potencializem o seu talento e,elevem o seu desempenho.

 

A habilidade na operação dos modernos meios de comunicação eletrônica,com seus processadores de textos,Internet,software dos mais sofisticados,Intranet e outros dispositivos, têm contribuído com o sistema de excelência em gestão das empresas,de todos os portes e segmentos.A fusão de empresas multinacionais evidencia que o domínio do inglês tornou-se obrigatório,mas,ser fluente em mais de um idioma,poderá representar a diferença, que fará a diferença, na ascensão da carreira. A busca incessante da redução de custos operacionais tem exigido que uma mesma funcionária atenda a várias Diretorias, ou setores da empresa, desempenhando uma multiplicidade de tarefas,que têm sido facilitadas graças ao cotidiano da mulher,que sempre exigiu dela a tão propalada empregabilidade,mesmo quando o termo não era usual no mercado de trabalho.

 

Saber aplicar os fundamentos de administração de empresa, estar em sintonia com o planejamento estratégico,primar pelo relacionamento interpessoal com os clientes/fornecedores internos e externos e, principalmente,  ter habilidade para lidar com a imprevisibilidade do Chefe,são aviamentos de um figurino que,cada vez mais,ganha silhueta gerencial.Com a lembrança de que a prioridade zero da Secretária de sucesso é saber, exatamente, o que ela nunca deve fazer,encerramos com o bordão daquela simpática comediante da TV brasileira - "está provado que eu não sou apenas um rostinho bonito,mas,que aqui tem muita cuca no lance".

 

 

Faustino Vicente - Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos, Advogado e Professor -     e-mail:  faustino.vicente@uol.com.br  - Jundiaí (Terra da Uva)  - São Paulo -  Brasil

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:01
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Terça-feira, 27 de Setembro de 2011
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - O CHOQUE DA REALIDADE

 

 

 

Quarta-feira, dia 21 de setembro, alegrei-me por estar em uma classe do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual “Parque Residencial Almerinda Chaves”. Destaco que admiro bastante a direção, a coordenação pedagógica, os professores e funcionários daquela escola, pelo interesse e empenho na formação de seus alunos e pela postura em relação a limites, que são essenciais para o equilíbrio e o discernimento do ser humano.

Uma palestra na escola foi proposta minha. O tema: “Os danos emocionais e sociais da promiscuidade sexual”.  Fico desassossegada com as campanhas dos setores de saúde dirigidas a adolescentes, a respeito de DSTs e gravidez,  que podem incentivar a promiscuidade com frases como: “Seja com quem for, use sempre camisinha” e “Você não precisa parar de transar. Precisa parar e pensar”. Como assim, “seja com quem for”? Não é ofensivo à moral dos adolescentes? E o “parar e pensar” está relacionado somente ao preservativo? Unir-se desordenadamente é promiscuidade sexual. Conheço bem, em 29 anos de convívio com mulheres em situação de vulnerabilidade, na Pastoral da Mulher/ Magdala, os estragos que carregam, feridas que não cicatrizam. Nos meus quase 29 anos de magistério, de 1973 a 2002, sempre vi as crianças e os adolescentes muito além do físico. Assim igualmente os vejo na Casa da Fonte – CSJ, na qual trabalho.

De início, os alunos me olharam com estranheza. Logo em seguida, notaram que refletir sobre a preservação da dignidade do indivíduo é um ato de amor. Ao final, responderam um questionário, identificando somente o sexo e a idade. Dos 37 alunos, 70% afirmaram desconhecer as sequelas emocionais e sociais da promiscuidade e situações decorrentes dela como compulsão pelo sexo, prostituição, abuso sexual infanto-juvenil, traumas, depressão etc. e a pornografia como vício.  97% concluíram que a promiscuidade pode ter consequências negativas no emocional da pessoa e 92,5%, que prazer de imediato, “seja com quem for”, não faz bem.  Uma das alunas, impressionada com a constatação do egocentrismo nos relacionamentos, sem uma proposta de amor, escreveu: “Como se o corpo da mulher fosse elástico e cheio de água. O homem satisfaz sua sede, amassa o corpo e joga fora”. Interessante os recados: que retornasse, para, em cada aula, aprofundar um dos itens abordados; a importância das considerações, já que ninguém aborda o emocional, e a formação dos pais nesse aspecto. Há quem indagou sobre os caminhos para se conter diante do desejo que nada acrescenta. Chamou-me a atenção a mensagem sobre a importância, para o jovem, do choque com a realidade é que é indispensável, aos pais, conversarem dessa forma com os filhos, para que não caiam nas desgraças do uso/abuso.

Fui convidada, ao término, pela direção da escola, a retornar. Que bom! Regressarei, pois creio que somente o amor é cataplasma – termo usado pela escritora Adélia Prado -, capaz de acalmar as dores existenciais.

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

É educadora e coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher/ Magdala, Jundiaí, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 15:25
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - OUTUBRO, UM MÊS REPLETO DE COMEMORAÇÔES

                       

 

 

 

 

Outubro se destaca como um mês composto por datas comemorativas, algumas de suma relevância ao aprimoramento do Direito, enquanto órgão regulador da ordem social e que também nos levam à profundas reflexões, na esperança de alcançarmos um mundo melhor e mais justo.

 

 

O mês de outubro, que se iniciou ontem,é repleto de datas comemorativas importantes para os direitos fundamentais do homem, notadamente em relação ao equilíbrio ecológico, à educação, à convivência social harmônica e à reflexão sobre a situação das crianças e a própria proteção da vida, que merece tutela legal desde a concepção. Destacamos a seguir, algumas delas:

 

 

DIA DOS ANIMAIS.

 

 

Comemora-se a quatro de outubro o DIA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, que viveu apenas 44 anos (1182-1226) e, no entanto, deixou em nossos corações marcas indeléveis, entre as quais, a de amor e de veneração pela natureza, tanto que é considerado o “Santo da Ecologia”, pois conversava com pássaros e lobos, vivia numa cabana silvestre nas cercanias da cidade de Assis, tendo criado a expressiva oração que leva o seu nome. Também foi dele a idéia de comemorar o Natal em torno do presépio, no qual introduziu inúmeros bichos ao redor do Menino Jesus, além de ter sido o autor dos hinos ao “irmão Sol” e à “irmã Lua”. Por isso, nesta data, também se celebra o DIA DOS ANIMAIS, o que nos motiva a refletir sobre a situação dos mesmos, merecedores de respeito e bons tratos. Uma festividade tradicional ocorre no domingo que atencede essa data, com a benção dos animais na maioria das igrejas católicas.

 

 

DIA DA NÃO VIOLÊNCIA

 

 

Em homenagem a dedicação e repercussão da causa de Mohandas Kasramchand Gandhi (foto), e o intenso apreço por princípios fundamentais de Direito, de respeito à dignidade humana e de combate à tirania que sempre manifestou, a ONU – Organização das Nações Unidas, através de resolução,  declarou DOIS DE OUTUBRO, aniversário de Gandhi, o DIA INTERNACIONAL DA NÃO VIOLÊNCIA. A medida recomenda que todos os Estados-membros e organizações internacionais comemorem a data de uma “forma apropriada”, divulgando “a mensagem da não violência a partir da educação e da conscientização pública”. Um legado de Gandhi  de grande importância, segundo o jornalista José Pedro Martins “é sua visão de poder, que deveria ser descentralizado e não o monopólio de uma elite ou cidade, ou região. O poder deveria ser descentralizado, transparente, aberto. Tudo o que se reivindica agora, na aurora de um novo modelo de desenvolvimento, atento ao local e respeitoso com as gerações futuras. A biografia e as reflexões de Gandhi permanecem, assim, muito atuais. Uma motivação e uma grande esperança renovada no amanhã de uma nova civilização” (Correio Popular -05/10/2008- A10). Uma das palavras-chaves na filosofia de Gandhi é “satyagaha”, que seria “a busca da verdade” ou “o caminho da verdade”.

 

 

 

DIA DO NASCITURO

 

 

O PACTO DE SÃO JOSE DA COSTA RICA, uma das mais importantes convenções internacionais, dispôs em seu art. 4, que “TODA PESSOA TEM O DIREITO DE QUE SE RESPEITE SUA VIDA. ESSE DIREITO DEVE SER PROTEGIDO PELA LEI E, EM GERAL, DESDE O MOMENTO DA CONCEPÇÃO. NINGUÉM PODE SER PRIVADO DA VIDA ARBITRARIAMENTE” . Em nosso país, o Código Civil Brasileiro, no art. 2, “...põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro”. O Conselho da Europa, órgão legislativo que tem suas recomendações seguidas por mais de trinta países europeus, definiu o que é um ser humano: “Desde o momento em que o espermatozóide fecunda o óvulo, aquela diminuta célula já é uma pessoa e portanto intocável”.

Assim, a vida merece tutela legal desde a concepção. Por isso, na primeira semana de outubro, há vários anos, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove em todo o País a Semana Nacional pela Vida, com o objetivo de promover a maior valorização da vida humana, desde seu início, na concepção, até a morte natural. A comemoração se encerra com o Dia do Nascituro, 8 de outubro, chamando a atenção para aqueles seres humanos que já existem, mas ainda não nasceram e mesmo assim merecem proteção legal. Em Jundiaí há uma lei municipal que também consagra essa data.

 

 

DIA MUNDIAL CONTRA A PENA DE MORTE

 

 

A 10 de outubro, celebra-se o DIA MUNDIAL CONTRA A PENA DE MORTE, instituído pela Organização das Nações Unidas – ONU, objetivando chamar a atenção para este tipo de violação do direito fundamental à vida que ainda se insere em na legislação criminal de diversos países. No Brasil, infelizmente, cresce a indignação popular diante da onda de violência e da bestialidade de alguns criminosos, estimulando a defesa da pena capital como solução na busca de segurança e de justiça. Ledo e perigoso engano, já que nos países em que ela foi adotada, estudos e dados estatísticos demonstram cabalmente a sua inutilidade como forma de combate à violência, vindo acompanhada, em muitos casos, pelo aumento da criminalidade. Além de contrariar princípios cristãos e preceitos básicos de Direito, ela se constitui numa macabra loteria, com requintes de crueldade, equiparando os métodos empregados à sua efetivação com os atos dos delinqüentes acusados e julgados pelo próprio Estado, que, assim, também acabaria por cometer essas mesmas ações.

 

 

DIA DO MAR

 

 

Todos que, de alguma forma, têm atividade relacionada com o mar, comemoram a doze de outubro, o Dia do Mar. A data foi instituída para celebrar a histórica viagem do navegador Cristóvão Colombo, que no dia 12 de outubro de 1492 desembarcou na Ilha de Guanahari, por ele batizada de San Salvador, no arquipélago das Bahamas, na América Central. Apesar de ter sido motivada por um apelo histórico, a data hoje também é lembrada em função da preocupação mundial com a poluição marinha. Afinal, os oceanos cobrem três quartos do planeta (a Terra tem quatro oceanos e treze mares, pelo menos). 

 

 

DUPLA COMEMORAÇÃO

 

No dia 12 de outubro, comemora-se o DIA DA CRIANÇA. Para os católicos há uma outra celebração, o DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA, Padroeira do Brasil. Duas festividades numa mesma data que nos inspira a refletir sobre a importância de formarmos crianças felizes, que se tornarão adultos felizes, equilibrando a ordem social. Da mesma forma, indica a relevância de reverenciarmos os valores cristãos, humanos e familiares, sem os quais é impossível construir uma sociedade fraterna e solidária, capaz de operar as necessárias transformações sociais.  Por outro lado, voltando os olhos para as crianças, que representam, de fato, o futuro de nosso País,  observamos um acúmulo de fatos chocantes, entre os quais, a exploração de menores na prostituição, o alto índice de uso do trabalho infantil e a existência de milhares de crianças, entre sete e quatorze anos, fora da escola. Vários outros dados dão conta do atraso em que nos encontramos, nesse aspecto essencial da formação da nacionalidade. Por isso, apesar das leis especiais que as deveriam proteger, faz-se necessária uma estruturação consistente de sistemas essenciais como a do próprio de ensino, para se cuidar da base da Nação, alcançando  não apenas segmentos privados, mas também e principalmente,  os setores oficiais. O primeiro passo para que a criança tenha seus direitos preservados é que ela freqüente a escola e o segundo, revela-se na luta pela melhoria da escola pública.

 

 

DIA DO PROFESSOR

 

 

Quinze de outubro foi escolhido para celebrar o Dia do Professor, pois foi nessa data, no ano de 1927, que o imperador D. Pedro I assinou a Lei Nacional, aprovada pelo Legislativo, que instituiu no Brasil a instrução primária (ou das primeiras letras, como então se denominava), pública e gratuita, em todas as províncias do Império. Como reflexão, invocamos parte de editorial publicado pelo suplemento “Escola Aberta” do jornal “Diário Catarinense”:- “O caminho para uma relação educacional, onde alunos e professores possam encontrar horizontes mais vastos, essenciais à realização de metas e construção de sonhos, implica no reconhecimento e valorização do educador, como o mentor deste processo. A palavra ensenãr, em espanhol, significa mostrar, que é a missão primordial do ato ensinar/aprender, tarefa que ultrapassa em muito os conceitos tradicionais da Pedagogia. Aprender é ler o mundo sob as luzes norteadoras do mestre” (outubro 2008- p. 02).

 

 

DIA DA MISÉRIA

 

 

O Dia Mundial contra Miséria, que se realiza a 16 de outubro, tenta lembrar à opinião pública as dimensões da pobreza, que deixa bilhões de habitantes sem acesso ás mínimas condições de uma vida digna. Em nosso país, inclusive, erradicá-la se constitui um dos fundamentos da República Federativa, por disposição expressa da Constituição Federal. Mais do que nunca é preciso encontrar soluções para os gravíssimos casos de degualdade social que impedem a efetiva consolidação no planeta dos dispositivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

 

 

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO

 

 

  A Organização da Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura escolheu o dia 16 de outubro – dia de criação da FAO (Food Agricultura Organization), 1945 – para  comemorar o Dia Mundial da Alimentação. A Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, cujo objetivo principal é o de disseminar os conhecimentos  relativos aos alimentos, quer tornar público a sua mensagem relativa à comemoração. A fome afeta atualmente 1,02 bilhão de pessoas, quase um sexto da população mundial, segundo um relatório da FAO, a agência da ONU para a Agricultura e a Alimentação, divulgado ontem em Roma por ocasião do Dia Mundial da Alimentação. “Nenhuma nação está livre e, como sempre, são os países mais pobres – e as populações mais desprotegidas – os que mais sofrem”, lamenta Jacques Diouf, diretor geral da FAO, em um informe realizado em conjunto com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e apresentado às vésperas do Dia Mundial da Alimentação, em 2009. De acorco dom Jacques Diouf, “portanto, alimentar o mundo em 2050 requererá também estratégias de redução da pobreza, redes de proteção social para produtores e consumidores e programas de desenvolvimento rural. Ao mesmo, será necessário ter uma melhor governança e o estabelecimento de condições socioeconômicas que melhorem o acesso a alimentos. Também é importante uma reforma do sistema de comércio agrícola para que ele seja não só livre mas também justo” (Folha de São Paul- 18/10/2009- p.A3).

 

 DIA DO MÉDICO  

 

      

A Universidade e Pádua, na Itália, proclamou no dia 18 de outubro de 1468, o evangelista e médico Lucas como patrono do Colégio dos Filósofos e dos Médicos. A partir daquele ano essa data passou a ser comemorada como o Dia do Médico. É uma homenagem aos profissionais que exercem a arte de curar, através de métodos científicos. Nessa trilha, transcrevemos parte de artigo publicado pelo jornal “Folha de São Paulo”, assinado por Miguel Srougi: “A medicina nos oferece um privilégio sem paralelo na existência humana: a chance de aliviar o sofrimento e de resgatar seres para vida. A sensação proporcionada por esses momentos é arrebatadora. E isso acontece no cotidiano da vida médica. Esse processo de insere no conceito de felicidade plena, cuja melhor definição roubei da telinha despretensiosa de meu computador. Li e concordei que felicidade é um estado de contentamento como que somos, é viver num “continuum” de bem-estar físico, mental e afetivo. Nada material.” (16/01/2011- p. A-3)

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário



publicado por Luso-brasileiro às 14:44
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LAURENTINO SABROSA - " POSTAIS DE PARABÉNS"

 

 

 

 

 

POSTAL DE PARABÉNS POR ANIVERSÁRIO

Dedicado em especial a alguém que se chame “Vieira”

 

 

Meu Caro Amigo

 

Começo por contar um episódio real. Um certo Sr. J. Vara estava a trabalhar com um amigo chamado M. Vieira. O Vara era homem letrado, com cultura superior à média, ponderado e sensato; o Vieira era bom amigo mas de grau académico inferior. Um dia, estavam ambos e juntos a meter em envelopes circulares que a empresa tinha emitido para os seus clientes e fornecedores. Serviço extremamente simples, em que o Vieira era bastante mais rápido, e conseguia, por isso, despachar por minuto mais envelopes que o Vara. O Vieira sentindo-se mais expedito, e já sabendo por convívio anterior da maneira um pouco vagarosa do Vara trabalhar, blasonou-se da sua eficiência por rapidez, diante dos outros colegas presentes, e a, de algum modo, rebaixar o funcionalismo do Vara .  O Vara retorquiu.

- Olha! Tu sabes o que significa a palavra “vieira”?

- Ora …“vieira” … é o meu nome e faz parte do nome de muita gente!

- É verdade, mas devias saber que assim como eu sou “vara”, e toda a gente sabe o que é uma vara, tu devias saber que vieira é uma certa espécie de molusco e a sua concha. Pois é. Tu pões a tua supremacia na rapidez; eu ponho a minha supremacia na sabedoria, sabendo um pouco mais que  muitos, que só sabem ser rápidos. És muito rápido, mas não sabes o que devias saber, nem sequer a respeito do teu nome.

 

Caro Amigo.

 

Não é só no trabalho manual que “quem faça depressa e bem há pouco quem”. Vale mais a perfeição que a rapidez e convém estabelecer prioridades entre o que é preciso fazer e o que é preciso saber. Cada nome tem uma história assim como o santo do teu nome tem uma biografia. Procura, antes de mais, conhecer a história e a biografia. Se ainda não o fizeste, começa hoje mesmo, dia do teu aniversário, para o celebrares com mais beleza e com mais brilho. 

 

PARABÉNS, COM SAÚDE E FELICIDADES PELA VIDA FORA NA  COMPANHIA DE TODA A FAMÍLIA

 

Afectuosamente, em meu nome e em nome do  PAZ

                                    laurindo.barbosa@gmail.com

 


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POSTAL DE PARABÉNS DE ANIVERSÁRIO

Especialmente dedicado a quem celebra o seu aniversário com o primeiro filho no berço

 

 

O Imperador Napoleão disse, certo dia, a uma dama da corte de quem não gostava, que uma mulher só era verdadeiramente mulher depois de ter o seu terceiro filho. Disse-o por acinte vexatório, pois sabia que a referida dama não tinha nenhum.

 

No entanto, sob alguns aspectos, Napoleão teve uma opinião mais judiciosa do que parece. Quem tem muitos filhos, economicamente é pobre, mas social e espiritualmente é rico, e será tanto mais rico quantos mais filhos legar à sociedade. Ter muitos ou poucos filhos, é assunto entre Deus e o casal, mas Deus poderá verberar um casal por não ter filho nenhum, mas não deixa de o louvar por ter muitos.

 

O mérito de ter filhos já foi realçado por Salomão, no  Salmo 127, onde se diz: “Os filhos são uma bênção do Senhor; o fruto das entranhas é uma verdadeira dádiva. Como flechas nas mãos de um guerreiro, assim são os filhos nascidos na juventude. Feliz o homem que deles encheu a sua aljava”. É evidente, porque todos muito o sentimos, que os filhos, a par de muitas alegrias são causa de muitas ansiedades, mas nisso mesmo é que está o mérito de os aceitar e até desejar. É uma maneira de contribuir com o nosso prazer e com o nosso sofrer

na  obra da Criação. Um homem e uma mulher, para verdadeiramente serem

”humanos”, não podem procurar uma vida morna de comodidades, sem responsabilidades e sofrimentos. Com responsabilidades e sofrimentos, sofre-se, mas quanto mais se sofrer, mais se vive – vive-se, no pleno sentido da palavra, com ardor, com ímpeto, com determinação, com intensidade.

 

Um poeta português no seu lirismo exclamou: “Ó filhos, vós não pagais, nem que de rastos vos visse, um beijo dos vossos pais!”. Mas eu vos digo que o poeta está muito enganado. Todos temos uma maneira divina, generosa e meritória de pagar os beijos que recebemos, uma maneira que a sociedade agradece e Deus abençoa – é sermos também pais, transmitindo assim para os filhos todo o amor que dos pais recebemos.

 

Parabéns pelo aniversário e pelo bebé que tem no berço, com saúde e felicidades para todos. Que esse filho, agora no berço, um dia, querendo ser generoso e agradecido à Vida, venha a conceder-lhe muitos netos.

 

Afectuosamente em meu nome e em nome do PAZ          

                                                                                     laurindo.barbosa@gmail.com

 

                                             &&&

 

 

POSTAL DE PARABÉNS POR ANIVERSÁRIO

 

 

       PREZADO ANIVERSARIANTE,

JOVEM ou MENOS JOVEM, ELE ou ELA

 

 

É meu prazere atémeu dever, dar os parabéns e apresentar os meus desejos de felicidade a quem celebra o seu aniversário, não só no seu dia mas pela vida fora. Porém, como a felicidade não é só ter aquilo que se quer, mas também ir aprendendo aquilo que para essa felicidade nos faz falta, eu tomo a liberdade de vos convidar a aumentar dia-a-dia a vossa sabedoria.  

O grande Sócrates dizia : SÓ SEI QUE NAD SEI . Como ele era limitado na sua sabedoria! Agora, na era da Graça de Cristo, todos devemos saber muito mais: sabermos que também nada somos, nada podemos e nada merecemos. Para nesta época sermos tão sábios e filósofos como Sócrates era   no seu  tempo,  também  temos  de saber que tudo temos, apesar de

nada sermos e nada merecermos. 

         Para a verdadeirasabedoria e verdadeira felicidade, estas “sabedorias” são essenciais. Quem vos fala é alguém que tem mais de oitenta anos. Pode ser, pelo menos avô de muitos de vós. Eu não duro sempre. Por isso, enquanto é tempo, aprendei de mim que sou…Oh! Meu Deus! Eu não sei aquilo que sou! Só sei aquilo que queria ser.

          Afectuosamente, em meu nome em nome do PAZ

                           laurindo.barbosa@gmail.com

 

&&& 

 

POSTAL DE PARABÉNS POR ANIVERSÁRIO

   Especialmente dedicado a quem celebra os seus

18 anos

 

 

Jovem! Uma nova fase começa na tua vida, possivelmente desde há muito a mais desejada! É a maioridade, que se é maior no número de anos também é maior na responsabilidade que te confiam, por entrares no pleno gozo dos teus direitos de cidadão. Mas não esqueças que, para harmonia de todos nós e felicidade da tua vida, a par dos teus direitos tens indeclináveis deveres.

 

A tua grande sabedoria vai ser equilibrar e exercer uns e outros, com serenidade e com vigor, para seres simultaneamente o orgulho dos teus pais e o orgulho dos teus filhos. Honra o teu nome e a tua assinatura. Cada época tem as suas crises e se tu, com inteligência e elevação, deres o teu contributo para as resolver, não com fúria ou sedição mas com inteligência e elevação, serás também o orgulho da sociedade em que vives.

 

Há muitas maneiras de o conseguir. Uns elevam-se pelas Letras; outros elevam-se pelas Armas; muitos se elevam pela Ciência; muitos se elevam pela Arte; muitos se elevam pela Consagração  –  escolhe o teu caminho, com a orientação da Fé, com o impulso do Amor e com a presença da Alegria.

 

Seja qual for o caminho que escolheres, lembro-te um velho provérbio árabe que diz: um velho que morre é uma biblioteca que arde. É o que sucederá um dia, quando tu chegares à maior idade que Deus te conceder. Mas eu te faço um convite. Constrói, sim, uma biblioteca, por valioso espólio cultural e por grande sabedoria, mas não te contentes com isso. A tua biblioteca, a tal biblioteca que um dia vai arder, deve lentamente, insensivelmente, despretensiosamente, pela integridade de carácter, pela abundância das virtudes, ir-se transformando em museu. É difícil? Talvez. Mas compensa. É que a BIBLIOTECA arde, o MUSEU não.

 

Parabéns pelo aniversário, com saúde e felicidade   pela vida fora.  

Afectuosamente, em meu nome e em nome do PAZ                 laurindo.barbosa@gmail.com

 

 

LAURENTINO SABROSA   -  Senhora da Hora, Portugal

 

 



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PAULO ROBERTO LABEGALINI - HISTÓRIA e O PREÇO DAS NOSSAS ESCOLHAS

                                         

 

 

 

* H I S T Ó R I A

 

Antônio, um pai de família, quando voltava do trabalho deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente. Vinha cortando todo mundo e, quando se aproximou do carro de Antônio, deu-lhe uma tremenda fechada e o jogou para a outra pista. Naquela hora, a vontade de Antônio foi xingá-lo e impedir sua passagem, mas  logo pensou:

- Coitado! Para estar tão nervoso e apressado assim, com certeza precisa chegar logo ao seu destino.

Assim, foi diminuindo a marcha e o deixou passar.

Chegando em casa, Antônio recebeu a  notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital pela esposa. Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua mulher veio ao seu encontro e o tranqüilizou, dizendo:

- Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho. Ele já está fora de perigo.

Bem, acredito que já deu para concluir que o cirurgião era aquele senhor apressado que Antônio havia dado passagem. E se os dois estivessem com pressa, o que teria acontecido? E se o médico não atendesse o chamado com tanto amor à vida humana, qual seria o destino do menino inocente?

Neste caso, uma pessoa comprometida com a saúde do próximo evitou uma morte, mas há quem diga que não visita um pobre por ‘falta de tempo’. Corre tanto que só se ocupa com ‘coisas urgentes’!

Ainda bem que Jesus deixou bem claro que os dois primeiros Mandamentos são os mais importantes: ‘Amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo’. Portanto, não há como colocar nada na frente disso e ainda usar alguma desculpa para disfarçar a preguiça ou se acomodar no serviço a Deus.

Exercite, você também, a virtude de rejeitar todo mal que vem de fora.

 

 

* Do programa ‘Nossa Reflexão’, que vai ao ar em quatro horários no Canal 20: 8h30, 11h30, 17h30 e 22h30. O site www.canal20tv.com.br disponibiliza os vídeos já apresentados na televisão. Clique em ‘Arquivos de Vídeo’ e depois em ‘Nossa Reflexão’.

 

 

O PREÇO DAS NOSSAS ESCOLHAS

 

 

No filme ‘Crimes e Pecados’, o personagem interpretado por Woody Allen diz: “Nós somos a soma das nossas decisões”. Concordo que, se não aceitarmos os chamados de Deus, colheremos o que plantamos e o ‘destino’ nada tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outras e, de opção em opção, vamos escrevendo as histórias de nossas vidas. Não é tarefa fácil, pois no momento em que alguém escolhe ser médico, por exemplo, está fechando as portas das outras profissões para sempre; mas, não se pode ter tudo, não é mesmo?

No amor, acontece a mesma coisa: namora-se um, outro, até que chega o momento em que é preciso decidir com quem se casar e como estruturar uma família, assumindo a responsabilidade de conduzi-la nos caminhos da fé e do amor.

Todas as decisões têm seus prós e contras: morar ou não na cidade; ter muitos ou poucos filhos; comer de tudo ou ser vegetariano; enfim, a maioria das alternativas é válida, mas há um preço a pagar por elas!

Muita gente gostaria de ser uma pessoa diferente a cada ano só para deixar as experiências ruins para trás e recomeçar, tipo: ser solteiro novamente; não ter mais filhos para cuidar; zerar as contas a pagar etc. Como nada disso é possível para quem tem caráter, nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, concorda?

É lógico que devemos reavaliar decisões e trocar de caminho – ninguém é o mesmo para sempre –, mas as mudanças devem acrescentar algo positivo para o futuro e não apenas anular as experiências vividas. A estrada da vida é longa, o tempo é curto e quanto menos errarmos, melhor.

Bem, caso isto tudo tenha ficado bem claro e você concordado comigo, vamos refletir agora em como melhorar as nossas decisões. Partindo da célebre frase de Einstein: “É mais fácil quebrar um átomo do que mudar um hábito”, sem dúvida, antes estar sempre no caminho certo do que tentar correr atrás do prejuízo, não?

Portanto, as nossas decisões só nos colocarão numa trilha abençoada se forem tomadas com oração. Rezando, reduzimos as possibilidades de alguma coisa dar errada e, assim, ganhamos o respeito de muitos e a confiança necessária para fugirmos dos pecados. Quanto mais isto tudo acontecer – orar e tomar decisões que nos aproximem de Deus –, mais bonita será a nossa ‘história de hábitos’ quando partirmos para o Céu.

Olhe ao seu redor... Quanta gente quer lhe dar a mão ou precisa da sua ajuda para se levantar! Faça o que Jesus Cristo faria se estivesse no seu lugar ou explique a sua escolha a Ele. Cada um pagará sozinho o preço da sua decisão.

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 

 



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Domingo, 25 de Setembro de 2011
HUMBERTO PINHO DA SILVA - INEZITA BARROSO - A MAIOR CANTORA DA MÚSICA CAIPIRA DO BRASIL

 

 

No passado mês de Agosto, completou sessenta anos de Carreira, a genial Inezita Barroso, a mais famosa intérprete da música caipira.

A cantora, que tem voz inconfundível, conheceu na juventude a genuína música caipira, que nasceu no Brasil rural, e foi, e ainda é, cantada pela gente simples do campo.

No vidro que gravou em 1991, a cantora, que pertence a família de abastados cafeicultores, conta a infância feliz, que a seu parecer, foi linda:

“ Aliais a minha infância se prolonga até aos 16 anos. Naquele tempo brincava-se na rua, aquelas cantigas de roda, jogos infantis. Brincava como moleque, porque meus amigos, na maioria eram meninos; já que tenho um único irmão. Então era bicicleta, era pião, futebol. Brinquei de tudo, até bem tarde. Meu pai era super alegre, muito culto e de família do litoral. Minha mãe pertencia a gente de fazenda, do interior de São Paulo.”

E mais adiante acrescenta: “Tenho várias lembranças, muito doces. Minha mãe levando-me para cantar com sete anos. Vestidinho cor-de-rosa, cabelinho com fita, que nunca parava.”

“ Quando chegávamos ao lugar onde devia cantar, sentava-me no chão, porque era muito inquieta. E ela com carinho, arrumava a fita no cabelo. Dava-me, então, beliscões no rosto, para ficar corada; eu tinha ódio disso. Ainda não existia blush. Meu pai afinava-me o violão. Não tocava, mas afinava perfeitamente.”

“ A primeira vez que cantei com violão, foi ele que afinou. É uma doçura isso. Ele sempre se interessou por mim, e pela minha carreira, até ao dia que morreu.”

Inezita Barroso, cujo nome de baptismo é: Inez Magdalena Aranha de Lima, nasceu em São Paulo, a 4 de Março de 1925.

 

 

 

                         

 

 

Muito cedo, quando ia de ferias para as fazendas da família, conviveu com os trabalhadores rurais, e coligia, cuidadosamente, todas as letras, que estes entoavam na roça e aos serões, após o dia de trabalho.

Foi com essa gente simples, na maioria analfabeta, que em menina, cantava as tradicionais coplas sertanejas, ao som da viola portuguesa, violão e sanfona.

Nessa recuada época, a maioria dos brasileiros viviam no campo e  a má influência da música comercial, não se fazia sentir.

Hoje a música sertaneja sofre graves influências, que começam apartá-la das raízes, e se cantor há, que ainda conserva a tradição, deve-se muito ao aturado trabalho de Inezita Barroso.

O seu programa “Viola, Minha Viola”, gravado no Teatro Franco Zampar, todas as quartas-feiras, em São Paulo, é o de maior audiência da TV Cultura. Além de interpretar belas canções do folclore brasileiro, Inezita, apresenta o melhor que há de música caipira.

Inezita Barroso, que é também notável atriz de teatro e cinema, foi condecorada, em 2003, com a Medalha Ipiranga, pelo governador de São Paulo, Ackmin, e deu o nome ao Hospital do Câncer de Bernabé.

A cantora é doutorada Honoris Causa, em Folclore brasileiro pela Unicapital, e em Folclore e Arte digital, pela Universidade de Lisboa. Lecionou, até 2009, nas Faculdades Unifai e Unicapital.

 

Ouça a Inezita:

 

Marvada Pinga     http://youtu.be/8a3PJ8E7nhg

 

Lampião de Gás        http://youtu.be/AnuqqmqVvPg

 

A Moda da Mula Preta       http://youtu.be/G1tq5Jz8ypc

 

Meu Limão Meu Limoeiro       http://youtu.be/8nUWDdY5u-k

 

Saudades do Matão         http://youtu.be/SqgpdESPHEE

 

Viola Enluarada               http://youtu.be/SvxZbrZRTkk

 

Chuá Chuá                  http://youtu.be/aQgxQlvcgR4

 

Maringá                 http://youtu.be/g_zq7A0R-Vw

 

Coletânea de músicas de Inezita Barroso: 

       

http://www.juzp.net/-H_V3ZNNRUaBS

 

 

 

 



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CLARISSE BARATA SANCHE - CONTIGO

                     

 

 

Ao prezado Amigo e distinto escritor Humberto Pinho da Silva. filho deste grande autor do mote: Pinho da Silva,de Vila Nova de Gaia, com elevada consideração.

 

 

 

Deixa-me estar ao pé de Ti, Jesus!,

- no silêncio, na paz, na solidão!...

Eu não quero seguir a multidão,

que a multidão, a mim, não me seduz!...

 

PINHO DA SILVA

 

 

 

GLOSA

 

“Deixa-me estar ao pé de Ti, Jesus!”

A Tua companhia faz-me bem.

Nesta hora de Graça, És minha Luz,

pois não tenho, comigo, mais ninguém!.

 

 

E quando Te imagino, de momento,

“no silêncio, na paz, na solidão,”

eu sinto uma Esperança, um novo alento

a alegrar-me, de Vida, o coração!...

 

 

Num mundo sem moral, sem devoção,

sem os gestos de Amor e de bondade,

“eu não quero seguir a multidão”

que vive de ilusões e de vaidade!...

 

 

Se há quem não baixe, a Ti, o seu chapéu,

eu abrigo-me à Sombra duma Cruz!...

Pois quero que Me esperes lá no Céu,

"que a multidão, a mim, não me seduz!..."

 

 

CLARISSE BARATA SANCHES   -   Góis, Portugal

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:30
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Quarta-feira, 21 de Setembro de 2011
JOSÉ RENATO NALINI - LOUVADO SEJA O CRIACIONISMO

              

O biólogo Fernando Reinach escreveu o artigo “Meu agradecimento aos criacionistas”, (OESP de 14.7.11) narrando sua revisita ao Museu de História Natural em Nova York. Antes de entrar, temera se decepcionar, pois talvez as cenas bucólicas criadas nos albores do século XX pudessem ter sido eliminadas pelo tsunami do “politicamente correto” que varreu os Estados Unidos.

Mas seu temor não se confirmou. O museu está ainda melhor, porque “montou um contra-ataque eficaz ao movimento criacionista”. Lamenta a reação ao darwinismo, prestigiado pela Suprema Corte que banira o ensino do criacionismo nas escolas. Repudia o direito dos alunos de aprender que a evolução das espécies e o processo de seleção natural não passavam de uma entre as diversas explicações para a origem da biodiversidade existente na Terra. Atribui essa tendência a “burlar a decisão da Suprema Corte”.

Está convencido de que o darwinismo é uma explicação melhor, baseada em dados e experimentos. E o Museu de História Natural adotou a corrente, pois parte do material exposto foi reorganizado para demonstrar como os fósseis sugerem que as espécies mudam. O Museu ficou melhor e grande parte da melhoria se deve à pressão exercida pelo movimento a favor do design inteligente. Agradece aos criacionistas por isso.

Eu também rendo graças ao criacionismo. Ao contrário de Reinach, penso que é mais racional “a ideia de que algo tão complexo como a vida só poderia ter sido criada por um ser superior”. Sempre menciono o exemplo do “puzzle”, quebra-cabeças com 5 mil peças. É viável aguardar que, jogadas todas simultaneamente para cima, caiam a formar o desenho original?

A vida é realmente um milagre. As precondições externas para a existência da biosfera da Terra se subordinam a algo racional. Um clima que conduza à vida na Terra depende de parâmetros orbitais muito estreitos: Vênus é quente demais, Marte frio demais e só a Terra está no ponto para a vida. Se a órbita da Terra fosse 5% menor do que é, teria havido um “efeito estufa descontrolado” e as temperaturas teriam subido até que os oceanos fervessem. Por outro lado, se a distância entre a Terra e o Sol fosse pelo menos 1% maior, teria havido uma glaciação descontrolada e os oceanos da Terra teriam congelado e teriam permanecido assim desde então, com uma temperatura média abaixo de 45º C negativos. O fato de existirmos pode ser tributado a Darwin?

 

José Renato Nalini é Desembargador da Câmara Especial do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - ABANDONO DE BEBÉS

                     

 

 

Em maio, a Câmara Federal arquivou um anteprojeto, de autoria do IBDFAM (Instituto Brasileiro de Direito da Família), que tramitou durante três anos, sobre o parto anônimo, conforme acontece em alguns países como a França, Itália, Alemanha e Bélgica. A gestante faz o pré-natal e, ao dar a luz, entrega o bebê para adoção no hospital sem se identificar. Nas primeiras décadas, do século passado, havia a “roda”, para as mães que não podiam, por algum motivo, criar o seu filho. A “roda” girava e, do outro lado, alguém, responsável pela instituição, acolhia a criança. Funcionou até o fim da década de 40, principalmente no Rio e em São Paulo, O IBDFAM pretende reapresentar a proposta, que é polêmica, pois o Comitê de Direitos das Crianças das Nações Unidas o considera violação do direito de a criança conhecer a sua origem. O IBDFAM reconhece que o parto anônimo pode evitar um abandono trágico como o do corpo de bebê encontrado em uma sacola plástica, em 11 de maio, em São Bernardo do Campo; o do bebê, ainda com cordão umbilical, em 21 de agosto, que foi deixado, em uma mochila, em Mauá; o do recém-nascido jogado de um carro em movimento em Guarulhos, em 27 de agosto. Em abril, aqui em Jundiaí, houve o caso do recém nascido, que não sobreviveu, encontrado no banheiro de um hospital, dentro da cesta do lixo e envolto em papel higiênico. A mãe justificou que desconhecia estar grávida.

Há mães em situação de desespero diante da nova vida e da solidão. Se levantarmos o número de pais, nesse caso, que estariam dispostos a assumir o bebê, creio que a porcentagem seria próxima a 0,1%. Comumente é a mulher, em situação de dificuldade, que arca com o desafio de criar o pequenino que carrega no ventre.

Fico pasmada, contudo, nessa discussão com a fala da secretária executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Telia Negrão, e de Débora Diniz, antropóloga, professora da Universidade de Brasília e pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. Entrevistadas pela Folha de São Paulo, em 11 de setembro (C4 Cotidiano), Telia condena o projeto do direito ao parto anônimo e afirma que o mesmo não aponta para as alternativas de prevenção da gravidez indesejada ou de interrupção da gravidez. Diniz argumenta que “a indignação do público diante do bebê abandonado ignora o sofrimento das mulheres que são obrigadas a se manter grávidas contra a sua vontade” e propõe que se revise a política de planejamento familiar no direito ao aborto. Defendem, em lugar de um parto anônimo, em que a criança poderá ser encaminhada para adoção, que seja legalizado o assassinato no ventre materno.

Matar seria uma exigência para a questão de gênero, que beneficiaria a mulher? Inconcebível e perverso!

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

É educadora e coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher/ Magdala, Jundiaí, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 11:34
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RENATA IACOVINO - ATRÔNITOS E AUTÔMATOS

 

 

 

Não só as relações de hoje em dia se revestem da ditadura da superficialidade.

Tudo parece ser conduzido pelo condão da efemeridade.

Produtos que antes adquiríamos e chamávamos de bens duráveis eram, de fato, duráveis. Hoje este conceito está ultrapassado. Não é possível classificarmos um bem como durável ou não durável. Nenhum é durável.

E como as relações humanas também se tornaram um bem (ou um mal?!), uma coisa – denominação justa e apropriada a tudo o que é inanimado ou não –, são descartadas como a bateria do celular, o despertador de R$1,99, os óculos vendidos em ambulantes, ou os livros de conteúdo duvidoso lançados a mancheias.

Uma necessidade sucessiva de substituição de coisas colocou-me em desespero momentâneo, e aí percebi: não pertenço à geração do descarte, sou de outra época. Adaptar-me à forçada troca de objetos é contra minha natureza.

Resmungo, afinal nem bem algo chega, está indo embora.

Por isso não temos mais memória. Como criar um vínculo com algo se nem bem nos acostumamos e isso já nos é subtraído? Como conhecer, compreender, interagir, se a regra é descartar, é se relacionar apenas de forma utilitária?

Após ver minha máquina de lavar, adquirida há menos de três anos, ser vítima de um mau súbito, soube, pelo técnico, que isto é comum. “Isto” o quê?, indago, sem entender. A quebra da dita cuja nesse prazo. E devo me conformar, pois as que estão sendo lançadas agora não possuem tal durabilidade.

Meu computador, que quando da aquisição, há oito anos, apresentava um desempenho exemplar, faleceu, pifou, cansado. Ouvi que sua vida útil correspondeu ao previsto. E eu que mantenho roupas, discos e objetos de alguns bons anos atrás... Cada um deles contribuiu para os valores dos quais me sirvo para pensar, ouvir e ter senso crítico. E agregam uma história – outro quesito em extinção.

Então... o mundo anda atrás de afetividade. O mesmo mundo que a expurga. Não estou fora dele.

Vazios de sentimentos e diálogos, o sangue que corre em nossas veias é frio e se coaduna com as telas de cinema a mostrar filmes que primam pela ação e por efeitos especiais desprovidos de cunho reflexivo, emburrecendo-nos e consumindo-nos dia a dia.

A mediocridade desapercebida e a prepotência alienada alimentam a apatia necessária à submissão ao universo da automação.

 

Renata Iacovino, escritora e cantora, reiacovino.blog.uol.com.br/reval.nafoto.net/ caju.valquiriamalagoli.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 11:28
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