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Domingo, 15 de Janeiro de 2012
PAULO ROBERTO LABEGALINI - HISTÓRIA e A MÚSICA NA EVANGELIZAÇÃO

 

 

*H I S T Ó R I A

 

Um homem contratou um carpinteiro para ajudá-lo a arrumar algumas coisas na sua fazenda. O primeiro dia do empregado foi bem difícil: o pneu do automóvel furou, a serra elétrica quebrou, cortou duas vezes o dedo e, ao final da tarde, o carro não funcionou. O fazendeiro, então, deu-lhe uma carona para casa.

Durante o caminho, falaram bastante a respeito do dia cheio de problemas e, assim que chegaram, o carpinteiro convidou o patrão para conhecer sua família. Quando os dois se encaminhavam para a entrada da frente, o bom carpinteiro parou junto a uma árvore, fechou os olhos e, na ponta dos pés, tocou num dos galhos com as duas mãos.

Depois de abrir a porta, ele transformou-se: os traços tensos do rosto deram lugar a um grande sorriso, abraçou os filhos e beijou a esposa. Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou o patrão até o carro e, assim que passaram pela árvore, o homem da fazenda perguntou:

– Por que você se esticou todo para tocar na planta antes de entrar em casa?

E o carpinteiro respondeu:

– Ah, esta é a minha árvore dos problemas. Eu sei que não posso evitar ter aborrecimentos no trabalho, mas eles não devem chegar até a minha família. Então, toda noite, eu os deixo nesta árvore quando chego e os pego no dia seguinte. E quer saber de uma coisa? De manhã, quando volto para buscá-los, eles não são nem metade daquilo que me importunava na noite anterior!

Simples, não? Se ele não fizesse isso, certamente enfrentaria mais aborrecimentos à noite, amanhecendo cansado, ansioso e sem vontade de recomeçar o dia. Embora devamos partilhar certos problemas com a família, nem tudo precisa ser levado para dentro de casa, principalmente a raiva.

E você, já parou para pensar que, às vezes, colocamos bastante esforço em coisas muito menos importantes do que a nossa família? Temos tempo suficiente para darmos atenção às pessoas que nos amam? Não esqueçamos que a família é o nosso maior bem.

Eu diria que quem não descarrega o mau humor em casa e aceita as pessoas como elas são, já deu um grande passo para cultivar a paz em família. E no dia-a-dia, não pode faltar diálogo, oração e fraternidade, para que o amor prospere também.

 

* Do programa ‘Nossa Reflexão’,que vai ao ar em quatro horários no Canal 20: 8h30, 11h30, 17h30 e 22h30. O site www.canal20tv.com.br disponibiliza os vídeos já apresentados na televisão. Clique em ‘Arquivos de Vídeo’ e depois em ‘Nossa Reflexão’.

 

**A MÚSICA NA EVANGELIZAÇÃO

 

Cada vez mais a música católica atrai pessoas à conversão. Não só jovens, mas também vovôs e vovós são tocados pelas belíssimas melodias e mensagens que escutam.

            Sabemos que não é correto alguém ir à missa exclusivamente pelas músicas da celebração, mas, quando isso acontece, tal condição dura muito pouco tempo. A liturgia é tão maravilhosa nos mistérios de nossa fé, que acaba conduzindo cada um ao centro da Celebração Eucarística – Jesus Cristo: o mesmo ontem, hoje e sempre. E, neste contexto, as músicas colaboram bastante também.

           Caro ouvinte, se, ao cantar, você deseja rezar duas vezes, medite bem nas palavras que canta e espere até crescer a sementinha de amor plantada em seu coração. Em pouco tempo, você não será o mesmo. E as obras de Jesus, por meio de Maria, estarão mais fortemente presentes na sua vida – uma vida nova!

Que se renove em nós, a cada dia, a fidelidade em servir a Deus cantando, no desejo sincero de encontrá-Lo no convívio fraterno com os irmãos. Mas se você prefere rezar, muito mais opções terá. Veja que linda esta oração escrita por Madre Tereza:

“Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessite de comida; quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água; quando sentir frio, dai-me alguém que necessite de calor. Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo; quando minha cruz parecer pesada, dai-me compartilhar a cruz do outro; quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos; quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém; quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo. Quando sentir necessidade de compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha; quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender; quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa. Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje. Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria. Amém!”

Repito, quem escreveu esta oração foi Madre Tereza, aquela de Calcutá – serva do Senhor, devota de Maria e um grande exemplo para todos nós.

Cantando ou rezando com o coração, Deus sempre nos ouvirá!

 

** Do programa ‘Acreditamos no Amor’, que vai ao ar em dois horários na Rádio Futura FM, 106,9 MHz: 6 h e 18 h – segunda, quarta e sexta.

Site para ouvir o programa ao vivo: www.futurafm.com.br

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:16
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Sábado, 14 de Janeiro de 2012
HUMBERTO PINHO DA SILVA - D. JOÃO DA CÂMARA E MARIA MATOS

 

 

 

 

Escrever sobre D. João da Câmara, é sempre, para mim, prazer inaudito, que inunda-me a alma de imenso júbilo.

Dele, contam-se comoventes episódios, de extrema bondade, próprios de quem busca a perfeição.

Gabriela Castelo Branco, in “ Diário de Lisboa”, de 12/02/1943, assevera que escutou da boca da Senhora D. Maria de Jesus, filha do dramaturgo, gestos de ternura do iminente fidalgo, descendente dos ilustres Lafões e Ribeira Grande, cujas raízes mergulham no notável navegador, João Zarco da Cãmara.

Certa vez ofereceu a pobre, como outro Martinho, sua capa de abafo; e a jovem, aluno do Conservatório, as botas que usava, ficando, assim, recluso no leito, por falta de calçado.

Mas a cena mais poética, mais comovente, que permaneceu na retina de todos, quiçá por envolver a famosíssima e genial actriz, Maria Matos, foi o exame de admissão desta, ao Conservatório.

O júri, formado por Eduardo Schwalbach, D. João da Câmara, Júlio Dantas, Carlos Malheiro Dias, Henrique Lopes de Mendonça, Maximiliano de Azevedo, examinava os candidatos.

 

 

                      

                                        Maria Matos

 

 

                                      D. João da Câmara

                          Estatueta de F. da Silva Gouveia

 

 

Apareceu menina, vergonhosa, pálida de pavor, de vestidinho sóbrio, que mal podia balbuciar palavra, tão pesado era o medo que a tomara.

Bem insistia Schwalbach para declamar poema, mas a menininha, balançava de leve a saia, e de cabeça inclinada de vergonha, mansamente murmurava:

- Não sei…Nunca recitei…

Abriu-se largo silêncio. Entreolharam-se os examinadores.

Junto à janela, D. João da Câmara mantinha-se estático. Vagarosamente, volta-se, olhando a menina, que tremia de pejo. Sorrindo, abeira-se de Maria Matos  e sussura-lhe amorosamente:

- Diga a Avé- Maria.

Ganhando ânimo, a menina recitou com tanto entusiasmo, com tanta fé, que os presentes em uníssono declararam:

- Está admitida.

Não admira que Maria Matos actriz e actriz de reconhecido mérito, sempre que era assaltada pela tristeza e problemas de difícil solução, abeirasse do jazigo do dramaturgo e, com ele,”dialogasse”, pedindo-lhe conselhos e protecção. Quem o diz, é D. Emília da Câmara Almeida Garrett, em missiva endereçada à mãe, datada de Castelo Branco, a 28/06/1910.Carta que a minha querida amiga a Sr.ª D. Maria Eugénia da Câmara Rebello de Andrade, neta do escritor, teve a gentileza de ma mostrar.

 

 

 

 

Em “ Dizeres de Amor e Saudade”, Maria Matos, escreveu: o dramaturgo possuía um “ coração bondosíssimo”, e remata, em ternura:” Abençoado seja a tua memória, mestre querido, pelas puras alegrias que sempre me deste.”

 

 

 

                    

 

                     Fac-simile do manuscrito do final de: "A Gota de Orvalho", último conto do livro: "Contos de Natal" de D. João da Câmara.

 

 

 

Seis dias decorreram, depois de D. João da Câmara, completar 55 anos, o dramaturgo falecia no quarto contíguo ao que nascera; antes, porém, despediu-se de todos, rogando que o não chorassem; e cerrando pálpebras rezou o Pai -  Nosso, e para sempre dormiu.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 



publicado por Luso-brasileiro às 16:22
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PINHO DA SILVA - O SONETO QUE CORREU O MUNDO A FAVOR DA VIDA: ESCUTA, MINHA MÃE...

 

 

 

"Não matarás!..."

Êxodo, 20-13

 

 

 

Posso não ser "menino", mas sou VIDA!

Sou VIDA que começa, por meu mal!

Tem piedade, tem, minha mãe querida,

não sejas assassina pré-natal!

 

 

Matar, a Deus pertence, minha mãe,

e eu não quero morrer!...Que mal te fiz?!...

Antes não ser gerado!...Antes, também,

não fosses tu gerada, ó infeliz!...

 

 

Escrito, e claro, está: NÃO MATARÁS",

e Moisés  legislou acerca do aborto (x)

( se abrires a tua Bíblia, lá verás!);

 

 

esta "coisa", portanto, tal qual é,

PELO TEU QUERER, SERÀ TEU FILHO MORTO!!!

Minha mãe, minha mãe...tu não tens Fé!!!...

 

 

x) Êxodo, 21-22,25

 

 

PINHO DA SILVA  -  Vila Nova de Gaia, Portugal

 

 

 

 

Versão em lingua espanhola do Prof. Doutor

ANTÓNIO PERPIÑÁ RODRIGUES

Da Real Academia de Ciencias Morales Políticas, de Madrid.

 

 

 

            ESCUCHA, MADRE MIA...

 

 

 

Puedo no ser "niño", más soy vida.

Soy vida que comienza, por mi mal...

Y ten piedad de mi, madre querida,

no seas asesina prenatal.

 

 

Matar incumbe a Dios, ese es Su assunto,

Yo no quiero morir. Qué mal te hice?

Por qué me concibiste?... Y aún pergunto:

por qué te concibieron?; oh, infelice!

 

 

Bien claro se escribió: NO MATARÁS!

Contra el aborto legisló Moisés

( Si abres tu Bíblia, alli lo leerás).

 

 

Sin, esta "cosa", tal como es,

POR TU CULPA, SERÁ TU HIJO MUERTO!!!

Madre, no tienes fé, eso es lo cierto.

 

 

                   PINHO DA SILVA

 

 

 

Versão em língua francesa do Prof. Doutor

             René Ehrentrant

 

 

 

                  ECOUTE, Ô MA MÉRE...

 

 

"Tu ne tueras pas"

Exode, 20 - 13

 

 

 

Il est possible que je ne sois pas un enfant, mas je suis vie!

Je suis une vie qui commence, pour mon malheur!

Aie pitié, aie pitié, ma mère cherie,

Ne sois pas mon assassin avant même que je naisse!

 

 

Tuer n'appartien qu'à Dieu, ma mère,

Et moi, je ne veux pas mourir!... Quel mal t'ai je fait'?!...

Il eût été préférable que je n'ais pas été  procrée...

Il eût été préférable, aussi, que tu ne fusses point engendrée,

                                                                         ô malheureuse!...

 

 

Il est écrit, et c'est clair, " Tu ne tueras pas",

Et Moise a legiferé, clairement, sur l'avortement

( Si tu ouvres ta Bible, tu le verras!);

 

 

Et, cependant, "cette Chose" existe, telle qu'elle est:

C'EST PAR TA VOLONTÉ QUE TON FILS SERA MORT!!!

Ma mère, ô ma mère, tu n'as pas la Foi!...

 

 

                 PINHO DA SILVA

 

 

Versão em lingua inglesa.

( Original by Pinho da Silva.

Translated from Portuguese into

English by Isaura Correia Santos

Escritora, cidadã honorária do Texas, USA.

 

 

 

           LISTEN MOTHER O'MINE

 

 

"You shall not kill"

Exodus - 20-13

 

 

 

I amn't really a child but I am life

beginning springing up and doomed do death!

Pity on me, mother o'mine, mother  o'mine,

not commiting a pre-natal crime!

Only God has the right to take life away,

mother o'mine, mother o'mine,

and I don't want to be killed - why should I?!

I did you no wrong, not even telling you a lie!

How much I wish I had not been brought to life!-

-neither you either, being you no fragile...

It is clearly written " YOU SHALL NOT KILL"

and Moses decreeded about miscarrying a Child (x)

(that you will ses if you open you Bible)

this very ,thing, as it is absolutely like,

"As you decide, so will your sonnie die"!!!

Alas! -you arent a faithful Christ's child,

mother o'mine, mother o'mine!

 

 

x) Exodus 21-22,25

 

 

PINHO DA SILVA

 

 

Versão em língua alemã 

 

 

            Hore, MEINE MUTTER...

 

 

Ich darf kein Junge sein, aber ich bin LEBEN!

Ich bin LEBEN das anfangt, fur mein Ungluck!

Habe Erbarmen, meine liebe Muther,

Sei kein Morder vor der Geburt!

 

 

"Toten, das ateht Gott zu", meine Mutter,

Und ich mochte nicht sterben!...Was habe ich dir schlechtes getan?!...

Mochte nicht erzeugt sein!...Mochte auch,

Du warst nicht erzeugt worden, du Ungluckliche!...

 

 

Geschrieben und klar steht: " Nicht Toten",

Und Moses hat gesetz gegeben uber die Abtreibung

(Wenn du deine Bibel offnest, da wirst du sehen!);

 

 

Diese sache folglich, wie sie ist,

Nach deinem wunsch ware dein Sohn tot !!!

Meine Mutter, meine Mutter...  Du hast keinen Glauben!...

 

 

PINHO DA SILVA

 

 

 

VERSÃO  EM LÍNGUA JAPONESA

 

PINHO DA SILVA(1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o  Colégio da Formiga, Ermesinde e a Escola de Belas Artes do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia.

 

Vilaflorense adoptivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor.

 

Tem textos seus dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e no “Mundo Português”, do Rio  de Janeiro, onde publicou as “ Crónicas Lusíadas”.

 

Foi redactor do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP.



publicado por Luso-brasileiro às 10:20
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Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2012
FALECEU JOÃO ALVES DAS NEVES

 

 

 

 

 

 

É com grande pesar que informamos o falecimento em Arganil - Portugal, do jornalista e professor JOÃO ALVES DAS NEVES .

 

A família lamenta a perda do pai, avô e apaixonado marido que nos ensinou muito e sempre ouviu a todos. Como herança ficamos com a sua alegria em viver, estar com as pessoas queridas e trabalhar exaustivamente com as suas paixões.

 

O velório ocorrera na capela do Pisão, sua terra natal, na região da Beira Serra em Portugal e o sepultamento em Coja sábado dia 14 de Janeiro às 15 horas horário de Portugal.

Nossa admiração será eterna assim como a saudades.

 

(Mensagem recebida, pela Internet, enviada pela filha.)

 

A missa de 7º dia em Homenagem ao Prof. João Alves das Neves, em São Paulo, será no dia 19/01/2012 (quinta-feira) às 12horas (horário do Brasil) naIgreja São José - Rua Dinamarca,32 - Jardim Europa - São Paulo-SP.

 

JOÃO ALVES DAS NEVES,  honrou, com a sua colaboração, o nosso blogue. Durante anos, os nossos leitores tiveram o prazer  de apreciar os seus belos artigos. É mais um que abandona  a "PAZ", mas que ficará para sempre nos nossos corações.

 

 

Biografia do Professor João Alves das Neves

 

 

João Alves das Neves nasceu em Arganil, em 1927. É ensaísta e jornalista. Estudou em Lisboa, no Porto e em Paris, onde se formou na École Supérieure de Jornalisme. Em Lisboa foi redactor do Diário Ilustrado e da Agência France Presse, tendo também colaborado no Primeiro de Janeiro, Diário Popular, Nova Renascença e na revista Ocidente. Entre 1951 e 1954, trabalhou na Radiodifusão Francesa. Fixou-se no Brasil em 1958, onde foi redactor do Estado de S. Paulo. Dirigiu a revista Portugália, a revista Comunidades de Língua Portuguesa e a Gazeta do Descobrimento. Foi professor na Faculdade de Comunicação Social Cásper Libero, na qual chefiou o
departamento de Jornalismo. Leccionou ainda na Escola Superior de Jornalismo e no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Empresa, no Porto. João Alves das Neves é autor de cerca de duas dezenas de obras que abordam vários aspectos das letras portuguesas, brasileiras e africanas. O seu último livro, Dicionário de Autores da Beira-Serra, é um levantamento exaustivo da vida e obra dos autores da região.

 

Transcrito de:"WooK"

http://www.wook.pt/authors/detail/id/11861



publicado por Luso-brasileiro às 15:01
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Domingo, 8 de Janeiro de 2012
TEREZA DE MELLO - A GATA ARISCA

 

 

 

Nunca gostei especialmente de gatos, embora em pequena tivesse tido um gato, o Adelino. Era amarelo com laivos mais escuros, como as madeixas que algumas louras fazem no cabeleireiro, e que não fez história, ou pelo menos não me lembro o que é natural porque era muito novinha. Apenas me ficou na memória o que ria em surdina quando havia visitas. Ele gostava de as arranhar à traição. Escondia-se debaixo das cadeiras de palhinha e era um fartar vilanagem. Se elas eram de cerimónia faziam um sorriso amarelo, se eram íntimas da casa gritavam, levantavam-se e fugiam espavoridas e furiosas. Bem, mas à noite acalmava. Dormia no meu quarto numa cama de madeira, à sua medida, dentro de lençóis, também pequenos, almofada, cobertores e colcha. Tudo a preceito até a camisa de noite e a toca de rendas que tinha sempre o cuidado de lhe vestir e pôr antes de o deitar.

Já casada, a viver em Abrantes, cheguei a ter mais de vinte, todos com nome e coleira. A razão foi por me terem deixado um casal à porta e, claro, não podia abandoná-lo. Como são animais, embora domésticos, muito independentes, faziam pela vida, comendo os ratos e ratazanas que abundavam na quinta. E também tinham a comida do Vadio um enorme cão da serra. Depois do almoço, quando o apanhavam deitado era uma festa. Saltavam para cima dele e muito quietinhos, dormiam a sesta, como bons amigos que eram. Claro que não cabiam todos ao mesmo tempo. Penso que se organizavam primeiro ou deitariam à sorte, não sei. E como competia à natureza, cresceram e multiplicaram-se de tal maneira que um ano depois já contava vinte. Bem, não eram só eles. Outros também tinham vindo cá parar igualmente abandonados e os casamentos foram seguidos. Juntos ou separados trepavam às árvores, saltavam para cima dos muros, brincavam uns com os outros.

   Todas as noites, antes de me deitar ia à porta da rua chamar: “Gatinhos, gatinhos.” E lá vinham eles numa correria louca a ver quem chegava primeiro. Só esse podia entrar para dormir comigo.

   Tudo acontecia na maior das harmonias, embora o meu marido dissesse que parecia uma tonta. Eu deixava-o falar. E aqui entre nós, penso que nunca percebeu que dormia também com um gato aos pés da cama. Havia como que uma cumplicidade entre mim e o felino, pois tudo era feito na maior dos segredos, numa conjugação perfeita. Até que um belo dia de chuva e frio fiquei doente com uma pneumonia. Dias seguidos sem poder ir chamar por eles. Quando fiquei curada e me levantei, tinham desaparecido. Até hoje estou sem perceber como tal aconteceu. Só sei que seis anos depois chegou o Malaquias, qual filho pródigo, mas já velho, a perder o pelo, muito magro, e a fugir de todos, de toda a gente, menos de mim. Quando cheguei ao jardim e me sentei numa cadeira de verga, ele saltou para o meu colo, com um miar estranho. Por onde teria andado? Perguntei-lhe mas nunca tive resposta. No dia seguinte disseram-me que tinha morrido... Não digo o que senti, pois se não gosto de gatos, sempre preferi cães... Mas penso que teria motivo para mandar averiguar aquela estranha morte.

   Toda esta introdução para chegar à minha Arisca. Aqui começa a história.

Foi o meu sobrinho neto Sebastião que a encontrou na rua, há anos na Ponte da Barca. Não sei quantos, mas muitos. Ele era uma criança ainda e agora é um homem alto, espadaúdo, e quase engenheiro.

   Pois naquela tarde apareceu-me com ela ao colo, enquanto me dizia: “— Ó tia encontrei este gatinho que não me larga. Andou todo o dia atrás de mim. Eu bem o enxotei, mas ele não se foi embora.”

“ Mas deve ter dono, respondi, já a sacudir a chuva do capote. Vamos dar-lhe leite e depois rua. A “família” deve estar aflita.”

   Qual leite, qual carapuça. Não bebeu, nem comeu nada do que lhe dei.

   E o gatinho sempre atrás de nós, como um cão fiel. No fim do nosso jantar fui pô-lo no jardim que dava para a rua, na esperança de nunca mais o ver.

No dia seguinte lá estava ele. Parecia que esperava por nós e condescendente lá o deixei entrar. A cena repetiu-se no dia seguinte e no outro. Não sei como se aguentou tanto tempo sem comer. Eu tinha jurado a mim mesma que enquanto houvesse fome no mundo nunca compraria whiskas, mas o malvado sem comer tantos dias continuava a não gostar de leite, que é sabido ser um bom repasto para eles... Então não tive outro remédio senão ir comprar os tais granulados.

   Pois o nosso amigo que afinal era gata e não um gato, disse-me a cozinheira, não só comeu como devorou tudo o que lhe dei. Nessa noite dormiu no meu quarto, o que passou a ser um hábito.  

   Entretanto o Sebastião tinha-se ido embora com os pais, mas chegara outra leva de sobrinhos – netos que iam para as festas de Ponte do Lima, as Feiras Novas. Eu já não ia. Tinha-me fartado de essas andanças de viras, chulas e malhões. Nem o fogo de vista me entusiasmava e ficava com a gata, que ingrata não aceitava nem uma festa. Olhava-me com um olhar profundo com uma mistura de despeito e gratidão. Os seus olhos enormes, verdes e em bico brilhavam intensamente. Esticava uma pata com as unhas de fora, mas apenas fazia o gesto de arranhar, não se atrevia, e logo sacudindo a cabeça dava um salto e escondia-se debaixo do móvel mais próximo. Nunca percebi aquelas reacções porque, depois quando me ia deitar seguia-me sempre, mas altiva, arrogante, sem permitir uma festa, um carinho, nada. Daí o nome de Arisca.

Passado dias adoeceu. Imóvel em cima de uma cadeira parecia chorar. Confesso que senti um alívio. Ainda não estava “apaixonada” por ela. Foi quando o Diogo, outro dos sobrinhos netos, me chamou a atenção e então achei-me com a obrigação de fazer qualquer coisa. Fui buscar a lista de telefones e dei-lha. Ele percebeu e de telefone em punho tanto procurou que acabou por encontrar um veterinário que estava em Viana do Castelo, mas tinha consultório na Barca.

   “—É uma vaca que está a parir ?—perguntava o médico”.

   “ – Não. Respondia o Diogo. E continuava: --É a gatinha da minha tia que está doente.

“--Diga-lhe que sou muito velhinha e que só tenho a gata por companhia, que é de muita estimação, repetia-lhe eu, envergonhada por lhe estragar o dia, que ainda por cima era domingo. E o senhor voltou para o seu consultório. Nós todos, em fila indiana fomos lá ter. Eu levava a Arisca ao colo no qual aproveitou para fazer as suas necessidades.

   O médico, muito atencioso, até lhe cortou as unhas, mas a desgraçada estava mesmo doente com uma pneumonia. Nessa mesma tarde, com um certo receio, comecei a tratá-la. De tantas em tantas horas remédio pelas goelas abaixo. Sentia remorsos de a ter deixado tantas noites ao frio. Era como uma forma de me redimir. E o certo é que me fui afeiçoando a ela. Dias depois já estava curada e, talvez por gratidão, uma noite saltou para a minha cama e lambeu-me a cara toda. Eu deixei. Era como que o selar da nossa amizade que começava. De novo sozinha na Barca passou a ser realmente a minha companhia. Comecei a falar com ela. Foi quando a ouvi miar pela primeira vez... Mas que miar estranho. Parecia que falava. Nenhuns dos outros gatos que tinha tido miavam assim. Apurei melhor o ouvido, não havia dúvidas, quando me zangava com ela a Arisca chamava-me má... má... Quando queria ir para a quinta e eu não deixava, quando a enxotava da minha cadeira preferida, sempre que a contrariava, chamava-me má... Não havia dúvidas. Aquilo não era natural, mas guardei segredo. O que seria se eu contasse. Nem faço ideia. Pelo menos davam-me por interdita.

   A Arisca crescia a olhos vistos. Tornou-se numa gata muito grande, enorme mesmo, o espanto de todos os veterinários, linda com o seu focinho e colo, não de garça, porque é muito felpuda, mas também todo branco. O resto do corpo cinzento com riscas pretas, simétricas e muito bem desenhadas. Por vezes dou por mim a olhar fascinada com aquela obra - prima do criador.

  Uma vez trouxe-me um passarinho, com muito cuidado para não o magoar, que deixou a meus pés, mas este chegou quase moribundo. Bem o tratei, tentando curá-lo mas em vão. Certamente para o segurar melhor tinha-lhe dado uma dentada tão grande que o pobrezinho tinha sangue em todas as penas. Penso que não fez por mal, a intenção era das melhores.

   Também gostava de jogar às escondidas comigo. Chegava ao pé de mim, olhava-me com um olhar especial a desafiar-me e desatava a galope de sala em sala, a escorregar no encerado, a tropeçar nos reposteiros, acabando por se esconder debaixo de um móvel ou de um “maple”onde esperava por mim, para recomeçar a correr e esconder-se noutro lado qualquer. Outras vezes olhava-me com um olhar melancólico e ficava horas no mesmo sítio sem se mexer. Outras, o seu olhar era especial, muito atento, fixo e distante. Eu seguia-o, mas não via nada. Parecia que tinha visões. Bem a chamava mas nessas alturas não me obedecia. Nas outras parecia um cãozinho, só não me dava a pata. Obedecia sempre. Tinha inventado um dialecto especial para falar com ela. Palavras curtas, sempre as mesmas, que ela já percebia tais como: venha, embora, coma, não, etc. Obedecia cegamente.

   E os meses foram passando. Quando chegou Novembro e comecei a fazer as malas e a fechar a casa, lembrei-me da Arisca. Não podia e nem queria fazer o mesmo que os outros donos. Não a podia abandonar. E vai daí, entre a bagagem sempre volumosa, entre caixas de cartão com vinho verde, sacos com as inevitáveis compras da feira, malas, malinhas, embrulhos, lá veio também a Arisca.

   Sabe-se, ou diz-se, que os gatos não conhecem dono, mas apenas os locais onde estão habituados. Pois a gata tem um poder de adaptação admirável. Não estranhou nada, nem quando passou a ir comigo também para Lisboa. Apenas confundiu a seda das paredes com as arvores onde aparava as unhas que entretanto tinham crescido... E lá fiquei com a seda das paredes toda rasgada. Também não gostava que eu a deixasse sozinha. Não percebo como adivinhava que eu ia sair, pois já era Primavera e ia para a rua exactamente como estava em casa, nem casaco vestia. A malvada para me castigar vinha por detrás e dava-me uma dentada nas pernas. O sangue escorria e lá tinha eu de ir mudar de meias. Mas para me compensar esperava-me sempre empoleirada na cómoda da entrada. E continuava com os seus ralhos:

              -má! má ...

   Eu tinha o segredo bem guardado. Não falara disso a ninguém, mas numa noite estando a fazer o jantar com uma amiga de longa data, enquanto eu mexia o refogado a Arisca, também o quis provar e como eu a afastei do fogão começou a ralhar-me. Ela ao ouvir aquele fraseado arregalou os olhos, olhou-me, quase se engasgou e disse:”- Mas está a chamar--lhe má...” “Não gosta de ser contrariada”, respondi, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e continuei a cozinhar. Finalmente podia revelar o meu segredo. Tinha pelo menos uma testemunha.

   No Verão seguinte, de novo na Barca recebia os sobrinhos netos com os seus amigos e então, fazendo conversa ao jantar contei as habilidades da gata. Eles por educação, não disseram o que pensaram de mim e começamos a falar de outras coisas. Dias depois quando se iam embora a Arisca resolveu ir despedir-se deles ao jardim e como não a deixei sair começou com o seu miar especial. Então eles espantados tal como a minha amiga nem queriam acreditar e acabaram por dizer em coro: “ – Ò tia, mas ela está a chamar-lhe má.”

— Pois está respondi calmamente, eu não lhes tinha dito que a Arisca falava...

   E eu continuava também a falar muito com ela, desabafava os meus inúmeros problemas de saúde e não só. Nessas alturas ela olhava-me de uma maneira diferente, quase carinhosa, penso que me compreendia, mas não me consolava ou aconselhava, o que de certo modo era um bem porque assim também não me contradizia, como certas pessoas.

As nossas relações não podiam correr melhor, com respeito uma pela outra. De dia passeava ou fazia-me companhia enquanto eu trabalhava. Depois do jantar, no geral, ia dar a sua voltinha. Era muito noctívaga e penso que teria encontros clandestinos, mas como também sou dada a noitadas, muita vez quando voltava ainda eu estava levantada e só depois íamos para o quarto. Dormíamos de mão dada. Até que chegou o dia do regresso a Abrantes. Ela sabia, sabia sempre de antemão, nunca percebi como. Ficava triste, acabrunhada e escondia-se constantemente. Era o pavor do cesto. Do cesto onde teria de ficar fechada, enquanto durasse a viagem de carro.

Nesse ano quando cá chegamos esperava-nos uma surpresa. A casa virara hotel. Hotéis de gatos... Ele eram pretos, amarelos, brancos, cinzentos, quase de todas as cores. Felinos por todos os lados a brincarem na quinta, a dormirem a cesta nos sofás das salas. A Arisca não gostou nem eu, mas depois os caseiros, que também guardam a casa, explicaram-me a razão daquela invasão. Tinha aparecido uma gata-preta vadia, cheia de fome, a procurar casa e, se possível, família que a adoptasse. E ficou. Os namorados que começaram a aparecer eram mais do que muitos. Penso que a gata-preta terá um passado, que será melhor não averiguar. Mas tinha a sua moral, os seus princípios, pirula não era com ela, nem qualquer outro processo que evitasse os filhos que a natureza lhe desse. E a mãe natureza foi pródiga com ela. O resultado estava à vista...Tal como anos antes quando à noite ia ao jardim chamar: -- gatinhos... --gatinhos...

Mas a Arisca quase ficou possessa. Sentia-se destronada, trocada por aqueles vagabundos sem educação. Ela que devia ter sangue real, se o País dos Gatos fosse uma monarquia, tal a sua altivez e postura em todas as circunstâncias. A sua educação de princesa, incapaz de saltar para cima da mesa da casa de jantar e comer a minha dieta, ou coisa semelhante. Uma humilhação. Só podia revoltar-se e, pela primeira vez, que eu saiba, pois nunca antes tinha visto, começou a assanhar-se sempre que algum deles queria conversa. E eles, atrevidos, vingavam-se indo ao prato dela comer tudo. Nessas alturas a Arisca nem reclamava, seguia altiva no seu porte majestoso, votava-os ao desprezo.

Vi-me grega e usei de toda a diplomacia possível para evitar consequências desastrosas. Nunca afaguei nenhum dos gatos na sua presença. Cheguei a fechá-la num quarto para que não me visse agarrar neles quando os queria pôr na rua. Só ela tinha direito, por estatutos próprios e adquiridos, aos meus carinhos e a dormir em casa, na minha cama de mão dada comigo, como já contei. 

Só que tal nunca mais aconteceu... Despeito? Ressentimento? Nunca percebi. Só sei que durante meses votou-me ao desprezo, deixou de saltar para cima da minha cama e, dormir de mão dada, nem pesar. Só meses depois, ao acordar comecei a ver a Arisca a meu lado, mas com a devida distância, nada de intimidades. Ia depois de eu adormecer e logo que eu abria os olhos saltava para o chão, como que envergonhada de ter sido apanhada em flagrante delito.

Mas quando adoeci e fiquei de cama ela percebeu e passava os dias enroscada como uma cobra numa cadeira perto de mim. Só quando me levantei ela voltou para a quinta e então ninguém a apanhava. Corria, pulava, sem descanso, trepava às árvores, saltava e tornava a correr e a pular, como que dando largas à sua alegria.

Devia ter problemas e conflitos psicológicos. Se por um lado, apesar de humilhada, continuava minha amiga, por outro a sua dignidade não a deixava ceder a sentimentalismos. Seria ela como as pessoas com sentimentos e personalidade própria? Se a Arisca é para mim uma gata especial, porque não serei eu também especial para ela?... Uma amizade de tantos anos não se desfaz assim facilmente, por isso está a passar por uma fase de hesitação, sem saber ao certo o que fazer. E se assim for, bate tudo certo. Todas as suas atitudes têm razão de ser. Só que a Arisca não é uma pessoa, perdão, uma gata normal, pois se até me chama má....

 

 

 TEREZA DE MELLO  -   Abrantes, Portugal

 

 

Tereza de Mello é o pseudónimo literário da poetisa, Senhora Dona Maria de Lourdes Brandão de Mello, já falecida, e que honrou, durante anos,
este blogue, com a sua colaboração. Dela disse Alfredo Guizado :“ Dispõe da pena com leveza, com simplicidade, sabendo contar o que nem todos são capazes de fazer.”  E Luis Forjaz Trigueiro: “ A sua poesia vem ao surgir, amplamente definida e segura quanto ao que exprime.”



publicado por Luso-brasileiro às 17:53
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EUCLIDES CAVACO - POEMA
Boa tarde amigos
especiais
tenho hoje o prazer de vos oferecer este...
P O E M A
Este meu simples, mas ousado tema  corre o risco de talvez sofrer a discordância de alguns leitores e poetas. Porém, esta é a transparência da minha filosofia sobre o âmago dum poema , sem quaisquer exibicionismos ou tentar ensinar algo,  seja a quem for. Sujeito-me por isso
aos comentários mesmo que sejam discordantes.    Veja-o aqui neste link:
http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Poema/index.htm
Aceite as minhas
mais cordiais saudações
Euclides Cavaco
cavaco@sympatico.ca


publicado por Luso-brasileiro às 17:41
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - RENOVAÇÃO

 

 

 

 

 

            É claro que a maioria de nós sabe que o simples mudar de um dígito, dando conta da passagem de um ano, por si só, não tem o condão de transformar a vida de todos, resolvendo pendências e realizando sonhos. Peço desculpas aos numerólogos e acredito que, nessa seara, deva até ter algum sentido a alteração numérica, mas como sou leiga no assunto, deixarei de entrar nessa discussão, sob esse prisma.

            O que digo é que penso ser improvável que todas as vidas, em todo o mundo, transformem-se completamente com o virar do relógio. Assim, não penso que 2011, desejado em 2010, deva ser esquecido e superado por 2012. Todos os anos, enquanto vivermos, teremos anos melhores ou piores, de acordo com os acontecimentos que neles se fizerem presentes e isso é inevitável. Assim, de fato, podemos desejar que certa época reste esquecida em nossos corações, enquanto que outras nunca se apaguem...

            A despeito da ausência de uma mágica capaz de elaborar sapatinhos de cristal, creio que, simbolicamente, a passagem de um ano para outro seja importante. Ainda que eu desconheça as razões científicas disso, acredito que somos seres cíclicos, que precisamos encerrar fases, dando um sentido a todo o mistério que é a vida. No fundo, todos sabemos que o dia 1° do próximo ano, será tão igual quanto o 31 do ano anterior, mas algo em muitos de nós se opera, intimamente, dando a sensação de recomeço, de novas possibilidades, de chances renovadas... O que seria de nós sem a esperança a temperar os nossos dias?

            Na realidade, só o fato de que as coisas possam ser diferentes no futuro, já é capaz de propiciar certo conforto. Como nunca vemos, materialmente, o futuro, a passagem do ano fica como um marco de futuro, como se, de fato, acabássemos nos transportando para lá. A renovação da fé nas coisas, nas pessoas, o próprio clima de preparação e de confraternização nos leva a reflexão sobre o que realmente vale à pena. Quando “passamos a régua” e paramos um pouco para pensar, contabilizamos as perdas, os entes queridos que se foram, as crianças que o mundo e nossa família ganhou, os amigos que estão sofrendo, aqueles que perdemos no tempo e na correria, aqueles que conquistamos com pequenos ou grandes gestos.

            Bom demais, ainda que seja ilusória, a chance de fazer melhor. No dia em que eu sentir que não posso melhorar, terá chegado a derradeira de minhas horas. Vejo gente de quase 90 anos se renovar e vejo a vida se expandir naqueles que vão nascendo e crescendo. A vida é um espetáculo. Nem sempre estamos dispostos, nem sempre somos a melhor platéia, mas o show se renova sempre, porque os artistas e a assistência se transformam todos os dias, tais como o rio cujas águas nunca são, nem serão, as mesmas.

            Sonhar com dias melhores, penso, longe de ser uma ilusão, tão somente, é o faz tudo o mais ser possível de ser vivido. A cada dia, sem que nos demos conta, somos uma nova versão, atualizada, de nós mesmos, o que dá provas de que a vida se renova, sempre, juntamente com nossos desejos e sonhos...

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo



publicado por Luso-brasileiro às 17:32
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - OS DOIS REIS

 

                     

 

 

 

Em 28 de dezembro, a Igreja celebrou a festa dos Santos Inocentes Mártires. Trata-se do acontecimento relatado por Mateus (2, 13-18): o rei Herodes, ao saber do nascimento de Jesus, mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, na tentativa de destruir Aquele que foi anunciado pelo profeta: Pastor de Israel, do povo de Deus. Conforme  a “Bíblia Sagrada – Ave Maria – edição de estudos” (2011), a crueldade sanguinária do rei,  que se moveu contra o Recém-Nascido e Sua Família, é um dado histórico daqueles tempos turbulentos pelos quais atravessava a Palestina sob a opressão do tirano. Ainda sobre esse fato, São Quodvultdeus (Séc. V) reflete sobre o medo de Herodes, que não compreende o acontecimento do Salvador e mata o corpo das crianças, porque o temor lhe destruiu o coração. Julga que, se conseguir o seu propósito, poderá viver muito tempo, quando precisamente quer matar a própria Vida.

Penso nas tantas outras crianças inocentes do mundo contemporâneo, vítimas da fome, da miséria, da promiscuidade sexual, do analfabetismo, das drogas, da exploração do comércio do sexo, do preconceito, das diferenças sociais, das armas, do abandono, do desrespeito, do bullying, do desequilíbrio mental sem tratamento adequado, das propagandas enganosas... Você sabe e eu igualmente.

Penso na perversidade da omissão. Há meninas seduzidas pelo marketing do consumismo, que transforma tudo em obsoleto e coloca como padrão da felicidade o celular que acaba de ser lançado, o modelo dos corpos esquálidos, os aplausos das platéias repletas do vazio de inúmeros. Meninas pobres, induzidas pelas mentiras que lhes apresentam, trocam-se pela possibilidade de ter. Vendem-se, pouco depois, por uma pedra de crack a fim de se anestesiar.  Meninas ricas adquirem produtos e mais produtos e, perdidas de um ideal que dê sentido à sua existência, consumem álcool e drogas mais caras.

Há meninos que não encontram, em casa, alguém que olhe o seu coração. Tornam-se presa fácil dos aliciadores para o uso e para o tráfico de drogas e armas.

Há meninas e meninos, pelos preconceitos, empurrados da escola e do convívio social para o submundo. Há meninos e meninas condenados à morte pela omissão dos que podem  e devem proteger suas vidas, mas os enxergam apenas como o zero das estatísticas de vitórias e de derrotas. Não se manifestar também ressuscita Herodes.

Li recentemente, do Padre André Daigneault, canadense, que temos a história de dois reis: um se chama Herodes e o outro Jesus Cristo. Herodes é um tirano e Jesus é o Servo do Amor, comprometido com o ser humano. Esses dois reis combatem dentro de nós. A escolha de quem vencerá é de cada um, é sua, é minha.

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

É educadora e coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher/ Magdala, Jundiaí, Brasil.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:27
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - 13 DE JANEIRO - DIA DO LEONISMO

 

 

 

Em comemoração ao nascimento de seu fundador, Me lvin Jones, e m 13 de janeiro de 1879 em Fort Thomas, Arizona, EUA, celebra-se nesta data, o Dia do Leonismo, que se revela num movimento universal que congrega homens e mulheres motivados pela finalidade de servir desinteressadamente à sua comunidade e aos seus semelhantes. Traduz um conjunto de normas e objetivos da Associação Internacional de Lions Clubes em prol do bem-estar cívico, cultural, social e moral da comunidade, sem ligações religiosas ou políticas. Através dos seus Clubes de Serviço estuda as necessidades da coletividade e apresenta meios ou sugestões para enfrentá-los, seja através dos seus próprios esforços ou em cooperação com terceiros.

Conforme a Declaração de Missão do Lions Clubs International, uma de suas finalidades primordiais é criar e fomentar um espírito de compreensão entre todos os povos com relação às necessidades humanitárias, fornecendo serviços voluntários por meio de envolvimento comunitário e cooperação internacional. Assim, aproximadamente 1,4 milhão de homens e mulheres realizam exames de vista e de saúde, construem parques, apoiam hospitais oftalmológicos, concedem bolsas de estudo, auxiliam jovens, distribuiem cestas básicas, dão apoio a entidades filantrópicas, fornecem ajuda em momentos de catástrofes e muito mais.

O Lions Clubs International foi fundada nos Estados Unidos da América em 1917 por Melvin Jones e se tornou internacional em 1920, quando foi fundado um Lions Club no Canadá. Atualmente, existem mais de 46.000 Lions Clubs espalhados por 206 países do mundo. Em nossa cidade, destacam-se pela execução  de inúmeras atividades filantrópicas.

Ressaltamos a atuação do leonismo pois ela se embasa na solidariedade que integra a Terceira Geração dos Direitos Humanos e nos convida a uma séria reflexão sobre a importância de desenvolvermos uma convivência mais fraterna e solidária, notadamente numa época em que o desenfreado consumismo se sobrepõe a inúmeros princípios, tornando as pessoas mais frias e insensíveis.

Como propósito moral que vincula o indivíduo à subsistência, aos interesses e às obrigações dum grupo social, duma nação ou da própria humanidade, fazendo com que ele partilhe construtivamente da vida do seu semelhante, a solidariedade encerra dois aspectos, ou seja, participação e ajuda: uma virtude que se subordina à disposição afetiva em relação a quem nos avizinha.

 O futuro, coletivo e individual, depende de esforços pessoais que se somam e começam a mudar pequenas questões para, estruturado em muito trabalho e nunca boa dose de renúncia, alcançar gradualmente, e o quanto antes, a consolidação de uma convivência afável e justa.

 

 

 

João Carlos José Martinelli é advogado, jornalista, escritor e professor universitário, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 17:16
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - HISTÓRIA e O AMOR DO PAI CELESTE

 

                               

 

 

 

*H I S T Ó R I A

 

Havia uma mulher muito rica que tinha um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um ótimo emprego e uma família unida. Ela não conseguia conciliar tudo isso porque os seus afazeres profissionais lhe ocupavam todo o tempo e, como conseqüência, a sua vida familiar e espiritual estava cada vez mais deficitária. Se o trabalho lhe chamava, ela desaparecia dos filhos; se surgiam problemas na organização de festas que planejava, ela deixava o marido de lado; e, assim, as orações também ficavam para depois.

Um dia, seu pai lhe deu uma flor raríssima de presente e disse a ela:

- Filha, esta flor vai ajudá-la muito mais do que imagina. Peço que não deixe de regá-la e podá-la de vez em quando para ter em troca este perfume maravilhoso e esta beleza incomparável.

O tempo foi passando, os problemas surgindo e a vida seguindo tão confusa que não permitia àquela senhora cuidar da flor. Ela chegava em casa, olhava o presente, via que não mostrava nenhum sinal de fraqueza e passava direto.

Quando a flor secou e morreu, ela levou um susto! Chorou muito e contou ao pai o que havia acontecido. Ele, então, respondeu:

- Eu já imaginava isso e não posso lhe dar outra flor porque não existe nenhuma igual a essa. Ela era única, assim como seus filhos, seu marido e as graças que você perde por não rezar. Como uma planta, os sentimentos também morrem! Você se acostumou a ver a flor sempre lá, bonita, perfumada, e se esqueceu de cuidar dela. Daqui pra frente, ajude as pessoas que ama e coloque Deus no seu coração, caso contrário, sua dor será muito maior do que a simples perda de uma linda flor.

Caro leitor, eu também procuro mostrar às pessoas algumas alternativas de fortalecimento na fé, mas reflita comigo:

Por descuido, quantas vezes deixamos de socorrer um irmão aflito – rico ou pobre – e pouco nos importamos com seu coração? Assim como a flor da história que por falta d’água morreu, a Água Viva não deveria faltar na vida de alguém, concorda?

Eu tenho a solução:‘Se o nosso poço estiver sempre cheio, todos beberão!’

 

* Do programa ‘Nossa Reflexão’,que vai ao ar em quatro horários no Canal 20: 8h30, 11h30, 17h30 e 22h30. O site www.canal20tv.com.br disponibiliza os vídeos já apresentados na televisão. Clique em ‘Arquivos de Vídeo’ e depois em ‘Nossa Reflexão’.

 

 

**O AMOR DO PAI CELESTE

 

 

Era uma vez um sujeito que não dormia de preocupação devido a um grande pecado que o atormentava. Passava noites se remoendo, com dor na consciência, sem conseguir se desculpar. Certo dia, resolveu procurar um padre e contar a ele o seu problema. Acabou se confessando, foi perdoado pela Misericórdia do Pai e conseguiu viver em paz, perseverando na fé.

É fácil concluir que o nosso personagem mudou de linha de ação para resolver o problema; antes, preocupava-se em se desculpar, depois, resolveu experimentar o Amor de Deus e não mais pecar. Portanto, o passo inicial ao se analisar um problema é o resultadoque se deseja atingir. E foi olhando para o futuro que o cidadão do citado exemplo resolveu o seu problema.

Que bom se todo cristão se conscientizasse que é um filho amado de Deus e Nele confiasse para alcançar os melhores resultados nos seus problemas! Nunca existiriam dúvidas sobre qual o caminho a seguir; mas, infelizmente, muitos não buscam a Deus por amor e, quando o fazem, já estão sofrendo na dor.

Para aquele que caminha nas estradas de Jesus e é protegido por Maria Santíssima, parece tão simples usar do seu poder de decisão pessoal para aceitar o Amor de Deus e se entregar à Sua vontade! Por que assim também não agem alguns de nossos irmãos em Cristo? Até quando irão insistir em critérios de decisão baseados em riscos, sem oração?

Tenho certeza de que muita gente, ao tomar a decisão de participar da Santa Missa, por exemplo, vai progredir no relacionamento com Deus. Passará a conhecer Jesus Cristo como Salvador e Senhor! Também ficará fortalecido em dons e carismas pelo poder do Espírito Santo, e crescerá com os demais irmãos na vida comunitária!

Você, leitor, não quer atingir um resultado maravilhoso em sua vida, quando poderá ter um encontro pessoal com Jesus? Os responsáveis em revigorar a sua fé e a sua identidade no Amor de Deus estão muito próximos de você. Há muitas comunidades católicas com as portas abertas e, mais que isso, precisando da sua ajuda – precisando do seu trabalho!

Olhe você também para o futuro e comece agora a rezar. Peça ao Espírito Santo que aja na sua decisão e, principalmente, agradeça a Ele por mais essa oportunidade de experimentar o Amor Divino em sua vida.

Vá à missa, confie na graça de Deus, reze! Assim como eu, você vai se sentir muito melhor.

 

** Do programa ‘Acreditamos no Amor’, que vai ao ar em dois horários na Rádio Futura FM, 106,9 MHz: 6 h e 18 h – segunda, quarta e sexta.

Site para ouvir o programa ao vivo: www.futurafm.com.br

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:06
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LAURENTINO SABROSA - POSTAL DE PARABÉNS

 

 

 

 

 

 

PREZADO(a) NIVERSARIANTE 

 

 

A vida está cheia de paradoxos e vivemos neles mesmo sem deles nos apercebermos. O paradoxo tem sempre um sabor enigmático e nada mais enigmático que a vida, pelo que a própria vida pode ser considerada um paradoxo. No seu dia de aniversário, tente recomeçar um novo ano e com vida nova, dando atenção aos paradoxos que nos rodeiam, muitos deles em frases sapienciais, que são normas de vida e de felicidade. Um desses paradoxos diz-nos: LIVRE-ME DEUS DOS MEUS AMIGOS QUE DOS MEUS INIMIGOS ME LIVRO EU.

É um dito que tanto pode ser dito por graça como em oração. Na verdade, alguns dos que se dizem nossos amigos, com atitudes ou palavras maldosas e esconsas, prejudicam-nos, ofendem e fazem-nos sofrer. São falsos amigos, contra os quais muito precisamos da ajuda de Deus. Contra aqueles que já sabemos serem nossos inimigos, já estamos precavidos.

Quem é superior, é superior a este paradoxo, porque é tão amigo, tão amigo, que quando alguém pensa nele não tem receio, e nem por sombras o inclui nos amigos contra quem, muito possivelmente, Deus tem de o ajudar. Por outro lado, é tão amigo e tão superior que os que estavam dispostos a serem seus inimigos, verificam que não têm razões para o ser, e, então, deixa de ter inimigos contra os quais tem de se precaver. 

Convido o leitor a esquecer muita coisa e a ser superior. Note que quem lhe escreve este POSTAL, mesmo sem ser assim tão superior, é um dos tais seus amigos que não têm atitudes ou palavras maldosas e esconsas, e menos ainda é seu inimigo. Por isso, termino esta mensagem de PARABENS POR ANIVERSÁRIO apresentando-lhe efusivos parabéns e sinceros desejos de felicidade pela vida fora. 

 

Em nome pessoal e em nome do PAZ

laurindo.barbosa@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 16:53
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A SERRILHA DOS SELOS

 

 

 

 

Charles Toeler era famoso cronista inglês, que vivia em Londres, no século XlX.

As suas reportagens sobre incêndios, tornaram-se célebres, ficando conhecido por “Fire Fowler”.

Ora o jornalista, certa ocasião, estava a introduzir, em sobrescritos, a crónica que acabara de escrever, quando verifica que não tinha tesoura para separar os selos.

Saltou-lhe então a ideia de recorrer ao alfinete que tinha na aba do casaco, e com paciência franciscana, picotou cuidadosamente ao redor dos selos.

Estava a observá-lo o amigo Henry Archer, que admirou o engenhoso meio de separar as estampilhas.

Archer, ao regressar a casa, cogitava no que vira, e tentou construir máquina de picotagem, que executasse a tarefa de modo fácil e eficiente.

Decorrido semanas, já com a improvisada maquineta, encaminhou-se para “Somerset House”, no propósito de vender a ideia aos Correios da Inglaterra.

Estes encontraram a invenção excelente, já que além de facilitar o trabalho aos utentes, seria de grande vantagem para os serviços, e adquiriram a patente por 4000 libras, importância, que para época, era bem recompensadora.

Deste modo, os selos passaram a serem distribuídos em folhas picotadas.

Em Portugal, foi no reinado D. Luís, no ano de 1867, que essa ideia de Charles Toeler, foi utilizada pelos correios, com pleno agrado de todos.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 16:37
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PINHO DA SILVA - ASCO

 

 

 

 

 

Mas entrem, meus senhores, que vale a pena!

- Vem de longe a comédia, e não tem fim;

enquanto dura o mundo, é sempre assim:

outros actores, mas sempre a mesma cena!

 

 

Alcunha-se de génio, a reles pena,

e chama-se " um artista", a pintor ruim;

só tem razão... quem pensa igual a mim,

a vida bem "vivida", é a obscena!...

 

 

Diz a gente: "Bom dia!..." -, por dizer;

- "Bom apetite, amigo!..." - e... que comer?!

Terá ou não terá, também, comida?!

 

 

Comédia das comédias, este mundo!...

Como isto faz, à gente, asco profundo,

como é nojenta a cena desta vida!

 

 

PINHO DA SILVA   -   Vila Nova de Gaia, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 16:20
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