PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 8 de Janeiro de 2012
SENSAÇÕES BRASILEIRAS EM TERRAS LUSITANAS
Viajar a um outro país é sempre inusitado e cheio de surpresas. Viajar a Portugal foi pra mim, além da surpresa natural, uma fonte inesgotável de aprendizagem e reflexões.
A primeira sensação que tive, e isso já faz quase 20 anos, é que ao chegar a Lisboa eu me encontrava em casa. O povo, a comida, os equipamentos urbanos, tudo muito familiar, com a grande diferença de ser tudo mais limpo e organizado. Ah! e menos gente também!!!
Tudo muito bem até abrir a ementa (cardápio) e perceber que mesmo falando "quase" a mesma lingua, não nos entendíamos quando o assunto era a identificação de tipos de comida. Foi um tal de borrego, de vitela, de migas, de prego e eu entendendo todas as palavras mas não os seus significados!!! Acho que é a parte mais complicada de uma viagem a denominação das comidas de cada lugar. Está aí uma boa idéia para pesquisa e produção de um guia alimentício para os turistas!!!!! Outra situação que estranhei foi que nós brasileiros sempre nos achamos "especiais" para os protugueses, afinal eles fazem parte fundamental de nossa história, mas a recíproca não é tão verdadeira. Para os portugueses a nossa existência foi importante durante a colonização, mas hoje é como se fôssemos aquele filho mais velho, que cêdo se emancipou, e que possui vários irmãos que não se foram tão rápidos, como os casos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Macau e Timor. No início foi meio frustante perceber que não éramos tão especiais assim, mas depois isso deixou de ser importante. O que importava mesmo era perceber nossas ligações culturais,semelhanças e diferenças que o tempo foi deixando em nós.
Com relação a isso, eu me ressinto muito do afastamento que principalmente o Brasil passou a ter em relação a Portugal, que eu entendo ser uma espécie de ranço do colonizado, mas que a meu ver não faz mais sentido. Colabora também o fato de durante muito tempo o Brasil enxergar Portugal como um país menos desenvolvido economicamente do que outros europeus, mas que à partir de sua inclusão na UE essa sensação começou a mudar. Existe em certa camada da população brasileira um certo antagonismo com relação à Portugal que sinceramente repudio, pois só se deve a um rancor extemporâneo e ultrapassado. Vejo grandes possibilidades de cada vez mais os dois países se reaproximarem e fortalecerem-se mutuamente, podendo ser estendida essa união aos demais países lusófonos. Aprendi esse termo "Lusofonia" num site sobre o assunto, ou como preferem os protugueses num "Sítio".Gosto muito de seu significado que nos coloca todos num só mundo, o mundo português. Acho muito interessante quendo leio alguma notícia em um jornal português, tratando de algum assunto no Brasil e apenas citando o nome da cidade sem precisar mencionara sua origem. Falam coma mesma intimidade de Belém do Pará como de Goa ou Lisboa. Esse tipo de relação de posse soava muito estranho aos meus ouvidos no início. Demorei um pouco a perceber que só o Brasil se separou de Portugal mas para os portugueses náo continuamos parte deles. Nós e todas as outras antigas colônias!!!! É o mundo portugues que ainda existe mas que dentro de nossa ótica não faríamos mais parte!!! Santa inocência!!!!
De certo modo olhar Lisboa é enxergar um Rio de Janeiro que não existe mais. Seus elétricos que ainda circulam, lembram nosso bondes que devido ao "progresso"só se mantêm em Santa teresa."!!!! As semelhanças das praças como o Rossio e a Tiradentes. O Chiado, com a Brasileira, e novamente Santa teresa o nosso Bairro Alto. A praça do Comércio e a Praça Quinze, uma reproduzindo a outra. O Algarve, meu Deus, o que é aquilo??? Albufeira é Búzios em Portugal, falei certa vez... Cascais me lembra o Leblon...O que fazer se vejo Portugal em tudo no Brasil e vejo Brasil em muitas coisas em Portugal?????
O Alentejo, de Beja e Évora, com o calor de nosso nordeste, sensivelmente mais quente, mas com carcterísticas bem parecidas no espírito do povo. Suas casinhas brancas que me lembram a nossa arquitetura colonial. Suas igrejas e seus sinos que me lembram Minas Gerais, a terra do ouro, "o estado mais portugues do Brasil"!!!!
O Minho com suas florestas, a Serra da Estrela com o frio de Itatiaia ou das serras catarinenses e gaúchas e por aí vai. É um sem fim de semelhanças!!!!!
Faltava falar do Porto: Não por gostar mais dessa ou daquela cidade, eu particularmente adoro tanto o Porto quanto Lisboa e também o Algarve, já que sou carioca e doido por praias. Mas o Porto tem cara de Rio de Janeiro, ou vice-versa. Com o seu povo mais simples, menos cosmopolita, com suas crianças a brincar em suas ruas estreitas.
A Ribeira é uma das visões mais lindas que já tive na vida e apreciá-la de Gaia é tudo de bom. Até nisso nos parecemos pois a vista mais bonita do Rio de Janeiro é obtida em Niterói, do outro lado da baía de Ganabara que nos separa.
E o que falar de São Gonçalo do Amarante???? Parece feita por Deus!!!! Falando nisso, o encanto de Fátima, a nossa Aparecida....
E os pastéis de Belém???? Aí nada se compara!!!! só existe um. O legítimo, o inigualável. O sabor mais encantador do açúcar e da canela.
E pra terminar por hoje o vinho verde... A prendi a apreciá-lo aos poucos, devagarinho, de gole em gole, sem pressa de engolir. Alguém me falou que o vinho verde refresca no verão e aquece no inverno. Foi a melhor definição que tive para uma bebida, pois além de estimular o seu consumo o ano todo é a pura verdade!!!!
Tripeiros e lisboetas. Alentejanos, Minhotos, transmontanos e Algarvianos. Enfim todos. Fiquem na paz e cuidem bem dessa terrinha pois ela é motivo de orgulho e prazeres a todos que têm a felicidade de conhecê-la. Abraços e até.
bellobar
http://bellobar.blogs.sapo.pt/498.html
Terça-feira, 3 de Janeiro de 2012
EUCLIDES CAVACO - FELIZ ANO NOVO
Amigos de todo o
mundo
Os meus mais
sinceros desejos de FELIZ ANO NOVO
para todos vós, com este poema que
poderão
ver e ouvir aqui neste link:
FELIPE AQUINO - SUPERSTIÇÕES DE ANO NOVO

Quanto mais cresce o neo-paganismo de nossos dias, mas cresce também o esoterismo, o ocultismo, as superstições, etc. Foi assim no tempo do paganismo pré-cristão em Roma, Grécia, Egito, Babilônia, Éfeso, etc., e hoje se repete em novas metrópoles modernas.
Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a Ele, então, fabrica o seu deus, à sua pequena imagem e semelhança; semelhante á pedra, ao cristal, à magia, etc.
Este deus é um deus “que lhe obedece” mediante algumas práticas rituais um tanto secretas, misteriosas e mágicas. Ele busca neste deus com pés de barro, o conhecimento do futuro ou as revelações do presente, de modo a ser feliz durante o Ano que surge.
Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que alma não esteja tão clara; para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.
O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro, “Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, como diz o Credo, ou passa a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscientemente não se dê conta disso. E assim as seitas se multiplicam a cada dia.
Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios, de umbanda, de macumba e de todos os tipos de ocultismos, tentando encontrar uma forma de satisfazer as suas necessidades.
Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras. Lamentavelmente, muitos cristãos (e até católicos!), por ignorância religiosa na sua maioria, acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida espiritual.
A doutrina cristã sempre condenou todas essas práticas religiosas. Já no Antigo Testamento, Deus proibiu todos os cultos idolátricos, supersticiosos e ocultos. O livro do Deuteronômio relata a Lei de Deus dada ao povo: “Que em teu meio não se encontre alguém que se dê à adivinhação, à astrologia, ao agouro, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo ou à evocação dos mortos, porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas” (Dt 18,10-12).
É interessante que, logo em seguida, disse Deus ao povo: “Serás inteiramente do Senhor; teu Deus” (Dt 18,13).
No livro do Levítico também encontramos: “Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19,31) e: “Não praticareis a adivinhação nem a magia” (Lv 19,26b).
A busca dessas práticas ocultistas revela grande falta de fé e confiança em Deus, já que a pessoa está buscando poder ou conhecimento do futuro, fora de Deus e contra a Sua vontade.
Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração, todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou lugar. São Paulo disse: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6). E São Paulo advertiu severamente as comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14) e mais:
“As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios”
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?” (1 Cor 10,20-22)
Muitos católicos, por ignorância, quando não conseguem por suas orações as graças e favores que pedem a Deus, especialmente nos momentos difíceis da vida, perigosamente vão atrás dessas práticas supersticiosas proibidas pela fé católica, arriscando-se, como disse São Paulo, a prestar culto ao demônio sem o saberem, magoando a Deus (cf. 1 Cor 10,20-22).
Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se temos fé e confiança nEle, não vamos atrás de coisas proibidas. Toda busca de poder, de realização, de conhecimento do futuro, etc., fora de Deus, sem que Ele nos tenha dado, é grave ofensa ao Senhor por revelar desconfiança nEle.
O Ano que começa é um grande presente de Deus para cada um de nós; e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos para que Ele cuide de cada dia e de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé.
FILIPE AQUINO - Escritor católico.Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
RENATA IACOVINO - PEQUENAS VIOLÊNCIAS

A violência sofrida e cometida por nós está no dia a dia. Não se encontra unicamente em crimes reconhecidos por lei, mas reside em atos aparentemente inofensivos, que tomam uma proporção gigante e acabam por influenciar o curso de nossa história, negativa e – aparentemente – irreversivelmente.
Dessas pequenas violências cotidianas brotam – e proliferam – as grandes violências, conhecidas por todos nós; como o desrespeito, a agressão física, a discriminação, o homicídio, o roubo, o tráfico, o latrocínio, o estupro...
O que leva uma sociedade a tal colapso de conduta? Que fatos impedem a Educação de realmente fazer seu papel? Quais práticas descarrilaram, rendendo-se a um novo estilo de vida?
As respostas podem ser inúmeras, ou pode ser nenhuma.
Esse existencialismo acentuado por vezes pode apontar para um ceticismo exagerado. Mas... é a minha natureza. É assim que consigo refletir, tentar remexer no que está inerte.
A inércia talvez seja um dos (não) movimentos cotidianos que desembocará numa atitude violenta. Dela vem a anodinia, uma patologia social bastante em moda ultimamente. Cultivada sem perceber e descontroladamente. Sim, a insensibilidade impera nesta era.
E ela gera algumas ausências. Ausência de gentileza, ausência de solidariedade, ausência de altruísmo, ausência de empatia, ausência de tolerância, ausência de diálogo, ausência de humanismo, enfim, ausência.
Há bem pouco tempo nenhuma dessas ações era difícil de ser praticada. Hoje, são raridades a gritar quase que mudamente aqui e ali.
As pequenas violências cotidianas são aparentemente inofensivas e, algumas vezes, não são levadas a sério.
Mas como dito no início, somos receptores de algo e também praticantes desse algo. Vítimas e algozes. O tempo atual nos cobra fugacidade, superficialismo, utilitarismo, individualismo... e quando vemos torna-se irresistível não ceder aos apelos da modernidade e seus modismos, do materialismo e sua infinitude perversa, da busca incessante pelo distante de mim, embora eu esteja ensimesmado...
E então, no desespero, busca-se a autoajuda, a religião, o consumismo, tudo que pode parecer nos indicar um caminho para a felicidade, ou para alguma solução.
E assim vamos... nos violentando com teses frágeis e, por vezes, inescrupulosas, para que todos os fins justifiquem os meios.
Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br
JOÃO BOSCO LEAL - AS PAIXÕES E O AMOR

Sem me recordar exatamente onde, li uma frase onde John Lennon dizia que ninguém será capaz de se apaixonar ou de ser feliz, antes de se tornar apaixonado por si mesmo.
Além de compor músicas com mensagens maravilhosas como "Imagine", na frase John Lennon resume o que normalmente levamos décadas para perceber: só quando gostarmos de nós mesmos é que seremos capazes de verdadeiramente nos apaixonar por outra pessoa.
Interessante é que o autor se refere à paixão, mas não ao amor, o que é muito diferente e quando disse isso talvez pretendesse falar exclusivamente de paixões ou - como nos deixou muito jovem -, nem ele próprio já possuísse maturidade suficiente para amar verdadeiramente.
Atualmente os jovens ficam, namoram, noivam e se casam exatamente como seus pais fizeram, com a diferença de que em seu tempo, eles não "ficavam" e tinham muito menos liberdades sexuais.
Tudo isso normalmente ocorre durante uma fase em que as pessoas ainda não conhecem a si próprias, mas pensam já haver encontrado o amor de sua vida, aquela com quem gostariam de constituir uma família, ter filhos, netos e envelhecer junto.
Sentimentos de atração, desejo e excitação por outras pessoas ocorrerem centenas de vezes durante a vida e podem virar paixões, mas não são suficientes para se transformar em amor.
Estamos apaixonados quando nos tornamos incapazes de tirar aquela pessoa de nossas mentes e a todo instante queremos estar ou falar com ela, tocar sua pele, pegar em suas mãos e sentir seus lábios nos nossos.
No meio de um estudo na biblioteca ou durante algo que nos prenda a atenção, mesmo sem naquele momento querer ou poder, perdemos completamente a concentração para nos lembrarmos dela, com quem sonhamos e sentimos prazeres, ainda que estejamos muito distantes.
Independentemente da idade, as paixões mexem conosco, nos deixam alegres, esperançosos e cheios de desejos, físicos e mentais, fazendo com que voltemos a sentir as mesmas tensões e ansiedades amorosas da juventude.
Penso que já estamos preparados para um verdadeiro amor quando, com o amadurecimento e as paixões já vividas, vamos conseguindo distinguir sutis diferenças entre estas.
Detalhes antes imaginados muito importantes, como o físico, vão gradativamente perdendo a importância na avaliação de seus sentimentos enquanto outros, como os princípios éticos, morais, circulo de amizades, nível educacional e cultural vão sendo mais valorizados.
O companheirismo, a amizade e objetivos passam a ser considerados muito mais valiosos do que os quilos da balança ou a quantidade de rugas e cicatrizes.
Esse é o momento em que a próxima paixão, adicionada desses ingredientes, se transforma em algo bem mais sublime e diferente das anteriores, o amor.
Esse é o verdadeiro amor, maduro, calmo, sem cobranças, buscado por todos, alcançado por poucos e livre a ponto de se sustentar com todas as portas e janelas abertas.
O amor maduro é o que só consegue enxergar belas histórias de vida nas rugas do companheiro e que provoca a vontade de roubar uma flor de um jardim, somente para ver o sorriso da amada ao recebê-la.
JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários.
Campo Grande, Brasil.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - HISTÓRIA e A SITUAÇÃO DA FOME NO MUNDO

*H I S T Ó R I A
Um mecânico estava desmontando o cabeçote de uma moto, quando viu na oficina um cardiologista muito conhecido. O médico lia um texto fixado na parede, que mostrava algumas dicas para ser feliz:
- Sorria sempre.
- Divida com os outros.
- Mantenha seu espírito jovem.
- Relacione-se com ricos, pobres, bonitos e feios.
- Sob pressão, mantenha-se calmo.
- Perdoe aos que lhe incomodam.
- Tenha alguns amigos em quem confiar.
- Valorize cada momento com quem você ama.
O mecânico aproximou-se do cardiologista e falou:
- Doutor, olhe este motor. Eu abro seu coração, tiro as válvulas, conserto-as e ponho tudo de volta para trabalhar perfeitamente. Como é que ganho tão pouco comparado ao senhor, se o nosso trabalho é praticamente o mesmo?
O cirurgião deu um sorriso, se inclinou e disse baixinho ao mecânico:
- Tente fazer isso com o motor funcionando!
Pois é, independente de quanto cada um ganha, são dois trabalhos dignos e de respeito, mas reflita:
Você gostaria que Jesus operasse um grande milagre no seu coração? Para que isso acontecesse, escolheria estar vivo ou morto? E quanto pagaria a Ele por isso? Seria capaz de pedir-lhe perdão e deixá-lo morar em você para sempre?
Se responder ‘sim’, tem absoluta certeza disso? Então, chegamos ao ‘método de salvação’ para o ano de 2012: ‘Plantar a verdade para colher confiança; plantar o amor para colher amizade; plantar a vida para colher gratidão; plantar a fé para colher milagres; e plantar a caridade para, enfim, colher salvação’.
Boa colheita!
* Do programa ‘Nossa Reflexão’,que vai ao ar em quatro horários no Canal 20: 8h30, 11h30, 17h30 e 22h30. O site www.canal20tv.com.br disponibiliza os vídeos já apresentados na televisão. Clique em ‘Arquivos de Vídeo’ e depois em ‘Nossa Reflexão’.
**A SITUAÇÃO DA FOME NO MUNDO
Livro do Eclesiástico (5, 8): “Não confie nas riquezas injustas, porque elas não o ajudarão no dia da desgraça”.
Afirmar que o nosso povo é generoso e que, ainda assim, falta comida na mesa do pobre, parece incoerência, mas é verdade. O fato é que quando uma equipe de ‘pessoas conhecidas na cidade’ sai às ruas pedindo mantimentos, muito se arrecada, porém, se ninguém for buscar de casa em casa, pouca gente dá.
Infelizmente, cada vez mais essa realidade se propaga nas famílias cristãs de Itajubá. Caso houvesse mais voluntários para novas equipes de arrecadação, o problema estaria praticamente resolvido, mas, atualmente, a proporção entre famílias precisando de alimentos e pessoas comprometidas em angariá-los, é bastante injusta.
Será que existe alguém que ainda não ouviu falar da pobreza que há nos bairros periféricos da cidade? Eu até concordo que ir olhar de perto constrange muita gente, mas sabendo que algumas comunidades ajudam, porque voluntariamente não entregam suas contribuições?
É inútil procurar justificativas, pois dezenas poderiam ser apresentadas, mas acredito que nenhuma iria convencer o nosso irmão pobre que vê a ganância tomar conta da sociedade. Cada vez mais o rico se fecha em sua casa e se esquece que um dia será julgado por isso.
Nós, vicentinos, cadastramos as famílias carentes após fazermos uma visita para averiguar as reais necessidades de alimentação, e acompanhamos a situação de cada uma mês a mês. Quando há prioridade em outro tipo de ajuda que foge das nossas possibilidades– recursos financeiros, por exemplo –, procuramos socorrer os assistidos através de campanhas de arrecadação.
E para uma proteção especial em minha vida, além de um melhor discernimento no trabalho aos pobres, quando eu saio da cama, toda manhã, rezo assim:
“Levante-se Deus e a bem-aventurada Virgem Maria, São Miguel Arcanjo e todas as milícias celestes, e sejam dispersos os seus inimigos e fujam de Sua face todos os que os odeiam. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém!”
Já que os governantes do país não conseguem resolver os graves problemas sociais que temos, nós, vicentinos, vamos à luta.
Faça também você a sua parte no ano novo, caro leitor, pois a fome não pode esperar!
** Do programa ‘Acreditamos no Amor’, que vai ao ar em dois horários na Rádio Futura FM, 106,9 MHz: 6 h e 18 h – segunda, quarta e sexta.
Site para ouvir o programa ao vivo: www.futurafm.com.br
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - REIS MAGOS, PRECURSORES DA GLOBALIZAÇÃO

Celebra-se a 06 de janeiro, o DIA DE REIS. Durante muitos anos em Portugal e na Espanha (e aqui na América, no Brasil e nos países de idioma castelhano), era nessa data que se fazia a entrega dos presentes às crianças, lembrando as oferendas (ouro, incenso e mirra) que os Três Reis Magos levaram ao Menino Jesus.
Segundo relata o Evangelho de Mateus, eles chegaram a Jerusalém e ali indagaram onde estava o rei dos judeus que acabara de nascer e cuja estrela tinham visto no Oriente, de onde chegavam para adorá-Lo. Embora sempre apareçam como persas em representações artísticas, de acordo com a tradição popular, os personagens em questão seriam reis de reinos não especificados, e no sentido bíblico, representavam as nações que reconheceram no menino o monarca prometido. Seus nomes eram Melquior, Gaspar e Baltazar e os presentes que ofertaram significavam divindade, transcendência e eternidade.
A festa dos Reis Magos encerra o ciclo natalino, marcando o tempo de se desarmarem as árvores, guardarem as guirlandas e os festões prateados, entendendo muitos que ela encerra a magia, arquiva os milagres e os encantos até o próximo ano. No entanto, com as demonstrações de desprendimento dos reis - que podemos dizer foram os precursores da globalização -, reafirma-se as mensagens de solidariedade e fraternidade do Natal, induzindo-nos a vivenciá-las durante todo o ano.
Eles nos convidam a abrir o coração para contemplar novamente o mistério da vida que renasce, para transformar este mundo tão carente e sofrido. Tanto a celebração festiva carrega consigo uma rica simbologia que felizmente resiste ao tempo e às indiferenças de milhares de pessoas, ultrapassando fronteiras geográficas e culturais. Em muitas cidades do Interior, mesmo de São Paulo, grupos apresentam a denominada “Folia de Reis”.
Trata-se de um folguedo popular tradicional. O termo folguedo, na cultura, quer dizer representação teatral, cênica; ou seja, é um teatro do povo. A tradição chegou ao Brasil com os portugueses na época colonial. Mas possui uma conotação muito diferente aqui. Enquanto os portugueses vêem a folia como um momento de diversão, os brasileiros atribuem valores religiosos a ela.
A comemoração conta a história da viagem dos Reis Magos à gruta de Belém. E assim, como os magos, a folia vai, de casa em casa, adorar o Menino Deus no presépio ou lapinha. À frente do grupo vai uma bandeira, que para os foliões significa o sagrado.
Dentro deste quadro, procuremos pelas cores do afeto, da amizade, da tolerância e do respeito indistinto a todos, notadamente por eles representarem uma globalização solidária, fraterna e justa.
João Carlos José Martinelli é advogado, jornalista, escritor e professor universitário
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - FRAGRÂNCIA DA RESSURREIÇÃO

Tenho por costume anotar o que Deus me fala, a cada dia, numa agenda reservada especialmente para isso. Inspirações que me despertam após: as preces, as leituras escritas pela revelação e pela fé, acontecimentos no cotidiano, a escuta da vida das pessoas. No final do ano, releio na tentativa de incorporar a fragrância da ressurreição que se perdeu em minhas fragilidades. É o meu balanço maior do ano que se finda. Partilho, portanto, com meus leitores, um pouco do que consta na agenda de minha alma em 2011.
Deus, que se afeiçoa a todas as suas criaturas, me convidou e renovou o convite, para, como caminhante, não me deter, na busca pelo Reino. Aceitar as dores das mudanças na liberdade não somente para agir, mas também para me conter. Dominar as próprias paixões, visto que a maior virtude é resistir e não agredir. Deus empresta ao homem a Sua força, se ele estiver cônscio de sua fraqueza. E, em minha missão de batizada, devo procurar somente os interesses de Jesus Cristo, não destinando ao proveito próprio aqueles por quem somente Ele derramou o Seu sangue.
Insistiu que é necessário negar-me em minhas inclinações inférteis. Renunciar às pretensões do eu, abafar as vozes interiores de vanglória, pois a vida cristã não é êxito, mas serviço. Não diminuir, em momento algum, a força da bondade de Deus. Agir sem me preocupar com a aprovação do outro – Jesus Cristo é o mesmo ontem e hoje e as consequências de segui-Lo também – em busca unicamente da glória do Pai. Quem é de Deus, renuncia ao que não é dEle, porque a única vontade santa e santificante é a vontade de Deus.
Em relação aos pobres, solicito com delicadeza que comprove aquilo que escreveu Santo Agostinho: “O amor do próximo purifica o teu olhar, porque os teus olhos passam a contemplar a Deus claramente”. Só a caridade pode dilatar o coração e quanto mais dilatado estiver, mais consigo ver a Deus. Ao ter dificuldade com alguém, relembrar que o Criador quando não pode ter o ser humano por amigo, ama-o como obra de Suas mãos, ama-o por aquele bem que ainda resta nele. Viver em paz com os que me são contrários e com caridade longânime a fim de, através do amor, pouco a pouco, abrir passagem à luz. A misericórdia humana atende a miséria dos pobres e a misericórdia divina concede-nos o perdão dos pecados. Para a caridade não há tempo e espaço.
Agradeço a Deus por Ele me chamar com voz tão forte, que rompeu a minha surdez, e encontrar caminhos para mostrar a minha insignificância. Respondo-Lhe com palavras do Profeta Jeremias (20, 7): “Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir! Tu te tornaste forte demais para mim, Tu me dominaste”.
Feliz 2012, meus queridos, em intensa amizade com Deus!
Maria Cristina Castilho de Andrade
Educadora e coordenadora da Pastoral da Mulher/ Magdala
CIINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - RETROSPECTIVA 2012

Então o ano de 2012 acabou tão rápido que, uma vez mais, nem vi passar. De comum com os anos anteriores, teve o de ser um ano de temperaturas loucas, com dias muito frios e outros muito quentes. De diferente, por outro lado, muitas coisas.
Nesse ano, depois de muito tempo de sonambulismo, o povo brasileiro aprendeu a votar de maneira mais consciente e a cobrar transparência dos órgãos públicos. Os primeiros resultados já se fizerem notar, porque nunca tanto “macaco velho” deixou de ser reeleito, bem como os valores levados em conta na hora de escolher um candidato foram diversos. Não adiantou, nesse ano, contratar os melhores publicitários. Quem não tinha passado digno, dentro e/ou fora da política, não conseguiu se eleger.
Em uma decisão histórica, foram diminuídos os excessos e os políticos brasileiros passaram a ter um ganho compatível com o trabalho realizado. Foram cortados os “auxílios” isso e aquilo, bem como a mamata de carros oficiais para todo mundo. Quem quer ter o seu, que compre. De tanto estancadas as sangrias do dinheiro público, a conta começou a dar certo e a saúde, a segurança e a educação já se beneficiam de recursos melhores.
Uma coisa de que gostei muito nesse ano foi de ver a mudança do Poder Judiciário. Já estava na hora! Lá também foram cortadas as mesmas regalias injustificadas. Agora os membros do Poder Judiciário aceitaram, como qualquer um que nada tenha a dever ou a esconder, que também são fiscalizáveis e que prestam um serviço essencial ao povo que, por sinal, paga os subsídios deles. Os advogados comemoraram o acesso efetivo que tiveram aos magistrados e membros do Ministério Público. Os advogados procrastinadores, antiéticos, foram definitivamente excluídos dos quadros da OAB. De um modo geral, a Justiça, em 2012, ganhou em celeridade, transparência e efetividade, sonho que, há muito, vinha sendo de papel...
Comemoração especial, nesse ano, mereceu a saúde pública. Não se teve mais notícia de gente morrendo na porta de hospitais por falta de atendimento ou de leitos. Cessados os desvios de verbas, com administração eficiente e honesta, muita coisa pôde ser melhorada. Ainda estamos longe da perfeição, mas nunca se teve notícia de uma melhora tão efetiva.
Em uma operação histórica das polícias civis, militar e exército, muitos mandados de prisão foram cumpridos e muita gente foi ver o mundo por detrás das grades. De favelas a condomínios de luxo, nada que pudesse esconder atividades criminosas restou sem ser checada. Foram operações dignas e nenhum inocente pereceu. Os chamados poderes paralelos e as milícias, a cada dia mais, estão próximas de terem sua influência extinta.
Além do Brasil, a Europa também conseguiu se reerguer. Com ajuda internacional não intervencionista, mas bem intencionada, os pacotes econômicos abriram fronteiras e selaram mais e novos laços de paz e cooperação. Ainda há muito que fazer, mas os animais tiveram mundialmente reconhecido o direito de não serem submetidos a práticas cruéis e, aos poucos, igualmente o meio ambiente foi alvo de atenções dos dirigentes mundiais.
Nesse ano de 2012, de 366 dias, vi gente nascendo, crescendo, amando e sendo feliz. Nem tudo, é claro, deu certo, mas muito se fez pela humanidade, pelo mundo e muito menos se falou, em vão, no nome de Deus. Para 2012 ter sido um ano melhor, só faltou acontecer... A esperança, contudo, é a derradeira a deixar os corações. Que venha 2012, abençoado... Feliz Ano Novo!
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo
Segunda-feira, 2 de Janeiro de 2012
HUMBERTO PINHO DA SILVA - FLASHES DE UMA VIDA

É bom recordar! Reviver o passado! Rebuscar, nas gavetas da memória, o tempo que passou!
Diante de meus olhos cansados, ressurge, toda uma vida; e tudo vejo melhor ao cerrar as pálpebras. Penso no passado que morreu, mas revive, anima-se, dentro de meu peito.
Vejo-me menininho, suspenso da mão morena de minha mãe, a percorrer o mercado
Vejo-me de pasta de cabedal negro, caminhando sorumbático, para o liceu.
Vejo-me encolhido, a mirar o Príncipe, e seus cabelos de oiro, rebrilhando ao doce sol de serena manhã de Primavera, no recreio da escola. Hoje o Senhor Dom Duarte.
Vejo-me adolescente, ouvindo aulas de Economia e Direito Comercial.
Vejo-me, neste doce recordar, ao lado de minha mãe agonizante, no leito que lhe fora de matrimónio. Estava ceguinha, e dores que não lhe davam descanso; e meu irmão, médico, tentando reanimá-la:
- “ Não pode morrer…É minha Mãe! …”
Vejo meu pai, dias antes de falecer, enterrado numa poltrona, de cabeça baixa, proferindo num ténue sussurro:
- “ Como somos maus! …Como esquecemos que havemos de morrer!…”
Chega-me, neste reconfortante recordar, vozes familiares: primos, tios, companheiros de infância, que já partiram. Ecos ancestrais que incomodam e soam tristemente dentro de mim.
Escorrem-me lágrimas de saudade, ao lembrar-me daquela terna menina, que encontrei em casa de seus pais. Com amizade e inocência cativou-me para sempre.
Seus olhos castanhos, reluziam de pureza ao cruzarem-se com os meus.
Vejo-me trajado a azul-escuro, gravata cinzenta clara, a entrar na igreja, no dia do matrimónio; e sinto, como se agora fosse, a suave carícia de pétalas a baterem-me no rosto risonho de felicidade
.
Escuto o choro de minha filha, deitada no berço, que fora meu, e vejo o embalo carinhoso da mãe, tentando adormecê-la.
Ouço balbuciantes palavras, incertas e silabadas:
- “ Pa…pá! …Pa…pá! …”
Envelheci, sem saber que envelheci. Vincaram-se sucos no rosto; descarnaram-se as mãos; branqueou-se a cabeça; deformou-se o corpo; mas o espírito continuou jovem.
No coração, dorme, em sono eterno, a criancinha, o adolescente, o homem adulto, que fui.
Sou jovem em corpo envelhecido, e pequenas centelhas da vida entranharam-se e vivem dentro de mim.
Meu pai, minha mãe, meu irmão, vozes ancestrais, a menina de olhos castanhos, cujo nome eram duas letras, O Príncipe, minha filha pequenina, todo o passado, aninhou-se no coração, juntamente com vicissitudes, que escurentaram a existência.
Um dia também morrerei, e essas vozes, essas personagens que “representaram” no palco da minha vida, não passarão mais, como eu, de meras fotos amarelecidas! E os provindouros, encolhendo os ombros, simplesmente dirão: antepassados…
Tudo termina! Tudo será como não tivesse existido!
Tudo morre! Tudo acaba! Tudo será pó!
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
Tudo morre! Tudo acaba! Tudo será pó!
PINHO DA SILVA - O SENHOR DIRECTOR

O Senhor Director!...Ei-lo, que chega!...
Redondo e pequenino, ar carrancudo,
não fala p'ra ninguém!...Parece mudo!...
Atrás, vem o " chauffeur ", como uma pega.
Entra, e senta-se à banca. Lógo pega
com o pobre empregadote, tartamuda:
ele, que nada sabe, sabe tudo,
porque....manda fazer! Nisso se emprega.
No mundo em que se vive, p'ra ser gente,
de nada vale o ser intelegente,
ser culto ou sabedor: - sempre o primeiro
lugar, o mais honroso, o mais brilhante,
veremos cada dia, cada instante,
na posse de uma besta com dinheiro!...
PINHO DA SILVA - Vila Nova de Gaia, Portugal
No mundo em que se vive, p'ra