PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2012
JÚLIA FERNANDES HEIMANN - DESOBEDIÊNCIA
Para saber quando D. João VI mandou construir o Jardim Botânico no Rio de Janeiro ou abriu os portos às nações amigas é fácil. Basta consultar livros de História ou, para os mais novos, procurar na Internet.
No entanto, são as “coisas miúdas”, os pormenores fora dos livros que dão sabor à leitura e ao conhecimento.
Ao visitarmos o Jardim Botânico, entre inúmeras espécies raras de plantas, encontramos uma palmeira especial, a Palma Filia. Como a achamos interessante e incomum, resolvemos escrever sobre ela.
Essa palmeira é descendente da Palma Mater, plantada por D. João VI em 1809. O primeiro exemplar foi trazido pelo oficial português Luiz Vieira da Silva, quando fugiu da prisão na Ilha Mauricius, na França. Para agradar ao então regente D. João VI, o oficial retirou uma muda do Jardim Gabrielle e a trouxe na viagem de fuga para o Brasil.
Quando foi plantada, recebeu o nome de Palmeira Imperial (Roystonea Oleracea).
Os frutos das palmeiras são pequenos coquinhos, sendo também estes, as suas sementes. Quando amadurecem e caem na terra, brotam normalmente.
No caso da Palma Mater, os escravos que cuidavam da limpeza do Jardim Botânico eram obrigados a queimar todos os frutos caídos, sob a rígida vigilância do feitor.
Porém, eles eram escravos mas não eram bobos. Perceberam o valor daquele espécime porque muitos estudiosos da flora o observavam e procuravam os pequenos frutos pelo chão.
Quando tinham oportunidade de entabular conversa, sorrateiramente, perguntavam se havia algum interesse nos frutos, o que os botânicos logo afirmavam.
Os escravos então, à noite, subiam na Palma Mater, tiravam alguns frutos e os escondiam.
Pela manhã, recolhiam os caídos e os queimavam, sob pena de serem chicoteados.
Os frutos retirados e escondidos eram vendidos por 100 réis cada.
A propagação dessa palmeira no Brasil deve-se aos espertos escravos da época.
A Palma Mater viveu 163 anos. Em 1972, foi fulminada por um raio. Em seu lugar foi plantada a Palma Filia que não é filha única devido aos desobedientes escravos da época!
Continuando com curiosidades, lemos que a maior semente de palmeira que existe é a da Lodoicea maldivica, das Ilhas Seychelles - ilhas inglesas no Oceano Indico. Ela pesa cerca de 28 quilos e seus primeiros frutos só nascem depois da árvore-mãe ter 100 anos!
É a natureza nos dando lições...
Julia Fernandes Heimann é escritora e poetisa brasileira. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro mas reside em Jundiaí-SP. É autora de sete livros e pertence às Academias de Letras da cidade de Jundiaí e da Academia Brasileira de Literatura, no Rio de Janeiro, sendo membro correspondente da várias entidades similares. Recebeu da Câmara Municipal de Jundiaí, a comenda "Prof. Joaquim Candelário de Freitas" pelas atividades culturais que desenvolve e o título de "Cidadã Jundiaiense"´pelo serviço prestado à cultura da cidade
PAULO ROBERTO LABEGALINI - HISTÓRIA e O MUNDO EM QUE VIVEMOS
*H I S T Ó R I A
Vladimir Petrov, um jovem prisioneiro de um campo de concentração no nordeste da Sibéria tinha um companheiro chamado Andrey e ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois o suprimento que davam aos prisioneiros políticos não os mantinha vivos por muito tempo. Por isso, era natural roubarem comida uns dos outros para não morrerem de fome.
E Vladimir escondia numa pequena caixa alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar – coisas que sua mãe lhe havia mandado clandestinamente de quase três mil quilômetros de distância! Guardava-os para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo.
Certo dia, Vladimir soube que seria enviado para um trabalho temporário em outro campo e, como não sabia o que fazer com a caixa, Andrey lhe disse:
- Deixe-a comigo que a guardo. Pode estar certo de que ficará a salvo.
Um dia após a sua partida, uma tempestade de neve tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando o transporte de provisões. Só dez dias depois, as estradas foram reabertas e, voltando ao lugar de origem, Vladimir não viu o amigo entre os demais. Dirigiu-se ao capataz e perguntou:
- Onde está Andrey?
A resposta o surpreendeu:
- Ele está enterrado, mas, antes de morrer, pediu-me que guardasse isto para você.
Vladimir sentiu um forte aperto no coração. Abriu a caixa e, dentro dela, ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo:
- Escrevo enquanto posso mexer a mão. Não sei se viverei até você voltar porque estou horrivelmente debilitado e sem alimentos. Se eu morrer, avise minha mulher e meus filhos. Deixo as suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas. Seu amigo, Andrey.
Este relato prova que uma amizade duradoura só se constrói com fidelidade e honestidade recíprocas. Da parte de Deus, isso é inquestionável... e de sua parte, caro leitor? Sugiro que prove a verdadeira amizade que tem por Ele rezando um pouco mais e nunca desistindo da sua fé!
* Do programa ‘Nossa Reflexão’,que vai ao ar em quatro horários no Canal 20: 8h30, 11h30, 17h30 e 22h30. O site www.canal20tv.com.br disponibiliza os vídeos já apresentados na televisão. Clique em ‘Arquivos de Vídeo’e depois em ‘Nossa Reflexão’.
**O MUNDO EM QUE VIVEMOS
Segundo dados da UNESCO, temos em nosso planeta: mais de 60% de pessoas analfabetas; cerca de 50% sofrem de má nutrição; 80% habitam em moradias de construção precária; e, o pior, 50% de toda a riqueza do planeta se encontram nas mãos de aproximadamente 6% da população!
Com certeza, este não é o mundo que Jesus Cristo pediu que construíssemos. Se, no meio dos cristãos, pelo menos houvesse mais justiça social, poderíamos afirmar que os ensinamentos do Santo Evangelho prevalecem entre nós, mas, infelizmente, nem isso acontece!
Mesmo assim, sabemos, o céu mantém suas portas abertas para quem nele quiser morar. E todos nós somos chamados a participar do banquete do Senhor, principalmente neste Brasil de fé católica; ou será que algum nosso conhecido nunca ouviu falar de Jesus Cristo e de sua Santíssima Mãe, Nossa Senhora? É claro que já, não é mesmo?
A Igreja Católica sempre está reconhecendo fatos milagrosos que acontecem através da intercessão da nossa Rainha e, ainda assim, muita gente prefere ignorar os caminhos da purificação. Cada vez mais vai se alastrando o consumismo e o sexo liberado entre nós!
Tenho certeza que o pecado será excluído da Terra quando Jesus Cristo voltar, ou melhor, os piores pecadores serão excluídos do Reino de Deus! Enquanto isso não acontece, que tal trabalharmos para estar entre os felizes escolhidos do Pai?
Um conselho que dou para aqueles que querem iniciar uma caminhada na fé católica é o seguinte: leia e medite diariamente um trecho do Evangelho; reze o Terço (se não puder participar de algum Movimento Mariano, compre um livro ou um CD para aprender a rezá-lo); se confesse sempre; assista missas semanais, receba Jesus na Eucaristia; ame e ajude o seu irmão.
Isso é muito mais do que um simples conselho – é a receita para a salvação! Reflita comigo neste texto que tirei do Boletim Brasileiro da Sociedade São Vicente de Paulo:
“Eu pedi a Deus que tirasse o meu orgulho e Deus disse que não cabia a Ele tirá-lo, mas a eu deixá-lo. Eu pedi que me desse paciência e Deus disse que a paciência nasce das atribulações e que ela não é concedida, mas merecida. Eu pedi a Deus que me concedesse a felicidade e Ele disse que me daria as suas bênçãos e que a felicidade eu teria que encontrar por mim mesmo. Eu pedi a Deus que me poupasse do sofrimento e Ele falou que a dor me afasta das ilusões da vida e me leva para mais perto Dele. Eu pedi que moldasse a minha vida espiritual e Deus disse que eu deveria crescer por mim mesmo, mas para produzir frutos, Ele seria o meu jardineiro. Eu perguntei a Deus se Ele me amava, e Ele me disse que me ama tanto que seu Filho morreu por mim. Então, eu pedi a Deus que me ajudasse a amar os outros como ele me ama... e Deus disse assim: Finalmente você compreendeu!”
** Do programa ‘Acreditamos no Amor’, que vai ao ar em dois horários na Rádio Futura FM, 106,9 MHz: 6 h e 18 h – segunda, quarta e sexta.
Site para ouvir o programa ao vivo: www.futurafm.com.br
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
JOÃO BOSCO LEAL - MOMENTOS FELIZES
Sempre ouvi pessoas comentando sobre sua busca da felicidade, como ser feliz e coisas parecidas. O tema também é muito comum nas centenas de títulos de livros expostos nas livrarias, que dizem ensinar caminhos para essa felicidade.
Recentemente recebi um e-mail que falava sobre a importância dos momentos de felicidade, uma vez que a felicidade plena, essa imaginada e buscada por todos não existiria e só seria possível vivermos momentos felizes.
Olhando à minha volta, pensando nas pessoas que conheço e analisando minhas próprias experiências, conclui que passamos mais tempo buscando essa tal felicidade do que procurando criar momentos felizes diariamente, como o de dar um abraço apertado em um amigo, irmão, filho, neto ou contar uma piada divertida.
Estamos sempre em busca de coisas grandiosas e com isso não vivemos as pequenas, que no conjunto, poderiam proporcionar-nos, e aos nossos próximos, dias muito mais agradáveis.
Isso também ocorre no comércio, pois estamos sempre em busca de construir ou inventar algo enorme, maravilhoso, quando cada vez mais se comprova que o que realmente faz sucesso são coisas simples, especialmente aquelas que facilitam a vida, o comércio, a comunicação, a alimentação e a diversão das pessoas.
O lucro da fabricação ou venda de uma caixa de fósforos, ou de um isqueiro cricket, pode ser proporcionalmente muito maior do que a venda de um computador ou mesmo um automóvel, produtos de construção muito mais difícil, cara e complexa, mas poucos pensam em fabricar caixas de papelão, imprescindíveis em todos os segmentos da indústria e do comércio. A grande maioria está sempre pensando em descobrir, inventar, produzir ou vender algo bem maior, sem se lembrarem de que proporcionalmente, provavelmente será menos rentável.
As buscas por esse grande produto e pela felicidade total acabam fazendo com que deixemos de lucrar muito vendendo milhões de caixas, ou vivermos centenas de pequenos momentos de felicidade. Fechando os olhos para coisas pequenas, acabamos não vivendo nem essas nem as grandes.
Perdemos muito tempo procurando inventar ou descobrir algo inédito e que nos torne milionários ou a felicidade plena. Com isso, muitas vezes deixamos de produzir mais e não percebemos grandes oportunidades de ganhar dinheiro ou vivenciar diversos momentos de felicidades simplesmente por estarmos focados em objetivos muito distantes. Buscando coisas praticamente impossíveis, não percebemos e deixamos de atingir as possíveis que, não raramente, estão próximas.
Passamos noites e dias sonhando, imaginando momentos maravilhosos, especiais, mas só depois de muito tempo percebemos quantos assim já perdemos, deixamos passar, por estarmos em busca de algo maior ainda, ou nos desgastando por guardar lembranças e mágoas dos momentos tristes, quando deles é que deveríamos procurar nos esquecer, arquivando na memória apenas o aprendizado, a experiência vivida em cada episódio.
A constatação da perda, do não aproveitamento desses momentos, normalmente ocorre com todos, mas ainda assim acaba pouco ensinando, pois continuamos não colocando em prática esse aprendizado e aproveitamos minimamente os momentos alegres que diariamente ocorrem em nossas vidas, tanto que é comum lembrarmos como deixamos de aproveitar, demos pouca ou nenhuma importância a momentos que vivenciamos tempos atrás, que poderiam ou deveriam ter sido mais intensamente vividos. O mesmo ocorre nos relacionamentos, onde estamos sempre procurando algo duradouro, quando o que importa é a intensidade enquanto durou.
No balanço geral da vida, pouco importa se fizemos grandes descobertas ou vivemos raros momentos de felicidade plena, mas se fomos felizes muitas vezes.
JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil.
Domingo, 19 de Fevereiro de 2012
EUCLIDES CAVACO - CARNAVAL
Olá prezados amigos
Aqui vos deixo esta semana um poema com sabor a CARNAVAL
que poderão ver e ouvir em poema da semana ou aqui neste link:
Desejos duma agradável Quinta Feira
Euclides Cavaco
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - O CARNAVAL MUDOU. MAS AINDA PERMANECE UM INSTRUMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE CIDADANIA
O Carnaval está se transformando num período de descanso – um feriado prolongado, como tantos outros – onde, quando muito, se assiste aos desfiles das escolas de samba pela televisão, numa nítida constatação que estamos perdendo esse pequeno espaço de superação das desigualdades, de crítica e de participação, através de marchas, fantasias e outros aspectos. No entanto, ainda permanece um instrumento de manifestação de cidadania, já que propicia a possibilidade de se protestar, com alegria e até deboche, de determinadas situações que são desfavoráveis
à população.
O carnaval é tido como espetáculo folclórico, diversão popular e até catarse coletiva, existindo inúmeras palavras ou expressões que o definem. O fato é que em alguns países, como o Brasil, tornou-se uma grande festividade nacional e popular. Historiadores e sociólogos não têm uma única teoria para explicar a importância que ele passou a ter para os brasileiros, mas todos concordam que ele promove uma ruptura provisória da hierarquia social, com ricos e pobres, homens e mulheres, adultos e crianças transgredindo ou dissolvendo símbolos de gênero, poder ou classe. No entanto, ele sempre teve beleza poética, exibições artísticas e riqueza rítmica.
Além do mais, durante muitos anos serviu como instrumento de demonstração de cidadania e de participação, possibilitando aos foliões, através de marchas, fantasias e outros aspectos típicos criticarem a sociedade em geral, principalmente as atitudes negativas de alguns políticos e protestarem contra determinadas situações. Nessa trilha, transcrevemos trecho de editorial do jornal “A Tribuna” de Santos (04.02.2008-A2): “Para além do simples divertimento descompromissado, que constitui a sua verdadeira essência, no Carnaval, alguns aspectos a destacar. Um deles são as manifestações do senso crítico da população. Desde os seus primórdios, o Carnaval serviu para extravasar sentimentos coletivos, seja na forma da critica dos costumes, seja como expressão de desagrado em relação ao establishment e aos seus barões. A ferroada ferina, mordaz, implacável, a exacerbação do ridículo dos fatos e das pessoas, notadamente das pessoas poderosas ou que estejam em evidência, sempre foi uma das marcas registradas da folia...”.
O antropólogo Roberto DaMatta, autor de “Carnavais, Malandros e Heróis”, publicada em 1979, coloca o período carnavalesco como um ritual de inversão de papéis, ou seja, no cotidiano o Brasil é um universo dividido entre o mundo da rua – baseado em leis universais, numa burocracia antiga e fortemente ancorada e num formalismo legal-jurídico quase absurdo – e o mundo da casa – fundado na família, na amizade, na lealdade, na pessoa e no compadrio. No reinado de Momo,prevalece um estado de que vale quase tudo. Na visão do saudoso Darcy Ribeiro, “o nosso povo é tão sacrificado, que alenta e comove a todos” e que manifesta uma “inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade”.
Atualmente, no entanto, essa fusão de mundos, talvez seja válido ainda nos lugares onde o Carnaval é tão forte quanto intenso, levando todos às ruas, como no Recife, Olinda ou Salvador. Em outros lugares, prevalece só o espetáculo, destinado à contemplação, como nos desfiles do Rio de Janeiro. O Carnaval está se transformando num período de descanso – um feriado prolongado, como tantos outros – onde, quando muito, se assiste aos desfiles das escolas de samba pela televisão, numa nítida constatação que estamos perdendo esse pequeno espaço de superação das desigualdades.
Por outro lado, a sociedade se transforma a cada geração, incorporando novos hábitos às tradições que se modificam ao sabor das novidades e da forma como as pessoas se relacionam. Cabe a cada grupo determinar as vantagens de estabelecer comunicação em todos os níveis, respeitando-se os limites do bom senso e da convivência saudável. Efetivamente mudou o Carnaval e talvez nós tenhamos mudado também. Alguma coisa se perdeu e como não foi dado conta, pelo gradativo da alteração, não houve como reaver. Ainda que as tentativas de resgate sejam válidas, importantes. Na década de 70, sem que diminuísse sua força, a marcha carnavalesca, ora fazendo críticas aos políticos e aos costumes, foi deixada de lado pelos grandes meios de comunicação como o rádio e a televisão.
Outro aspecto que o diferencia no presente é o significado exacerbadamente econômico que prevalece no Carnaval. É uma gigantesca engrenagem que se movimenta pelo País inteiro, a estimular negócios e a gerar empregos e renda para não pouca gente, deixando bastante de lado o simples divertimento descompromissado, que se constitui a sua verdadeira essência. E apesar de todas essas circunstâncias, de um jeito ou de outro, que fique um pouco de Carnaval em nossos corações e que aquela infantilidade gostosa de outrora não se perca de vez.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - advogado, jornalista e professor universitário.
CLARISSE BARATA SANCHES - MORREU O BOM SENSO
Chamava-me BOM SENSO, mas morri
Por ver a Terra sem nenhum respeito,
Faltando a educação,eu deduzi
Que no meio do povo era suspeito…
Com o passar do tempo envelheci,
E foram-se os afectos e o direito.
Ao ver-me desprezado eu desisti
De tão farto da vida… e contrafeito.
Sendo BOM SENSO, quis morrer, então,
Por ver o mundo mau, sem coração,
E a Justiça a viver ao Deus dará…
Há ladrões, há corruptos com fartura…
Mas meus netos que vivem, na amargura,
Rezam a Deus, por mim, que volte cá!...
Morri, porque não me sentia bem neste meio tão diferente daquele em que fui criado. Custa-me viver num mundo onde há muitas necessidades, entre as quais estas que são imprescindíveis à vida e deixo aqui anunciadas:
A JUSTÇA// OS BONS COSTUMES// OS EMPREENDEDORES HONESTOS// AS FAMILÍAS SÃS // A HUMILDADE// O RESPEITO/, GOVERNANTES DE BOA CONSCIÊNCIA// A EDUCAÇÃO // O SENTIDO DE RESPONSABILIDADE//O BOM EXEMPLO//O AMOR PELA NATUREZA// E A AMIZADE DE IRMÃOS ENTRE TODOS.
Clarisse Barata Sanches – Góis – Portugal
Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 2012
UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE DO PORTO - AS PONTES QUE UNEM GAIA AO PORTO
Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2012
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - CAMPANHA DA FRATERNIDADE DESTACA ESPÍRITO FRATERNO E COMUNITÁRIO NA ATENÇÃO AOS ENFERMOS
Para a Campanha da Fraternidade de 2012, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil escolheu o tema "Fraternidade e Saúde Pública" com o lema "Que a saúde se difunda sobre a terra", visando promover ampla discussão sobre a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas da área, para contribuir na qualificação, no fortalecimento e na consolidação do SUS, em vista da melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.
O objetivo geral é “refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e
comunitário das pessoas na atenção dos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde" (p. 12 do Texto-Base). Além do objetivo geral a Campanha da Fraternidade para 2012 apresenta seis objetivos específicos. Estes são: "a) Disseminar o conceito de bem vier e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável; b) Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade; c) Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe; d) Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos sócio-culturais de nossa sociedade; e) despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a reivindicação do seu justo financiamento; e f) Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde" (cf. p. 12 do Texto-Base da CF)
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário, mestre em Direito Processual Civil pela PUCCamp e membro das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - CANÇÃO QUE INQUIETA
Quando penso que vi ou soube de todas as formas de degradação humana, relatam-me ou enxergo mais uma. Conheço a moça há alguns anos. Tentei decifrar o que a levava à decadência nos desencontros que ela julgara encontros, nos descaminhos do crack. Ouvi histórias diversas a respeito. Uma delas sobre desilusão amorosa, na qual uma companheira de desatinos lhe ofereceu, em socorro, a pedra que produziu, por instantes, esquecimento e prazer. Ela se agarrou de tal forma à fração do contentamento sem felicidade, que se desfez do duradouro, como a família, o trabalho. Dom Hélder Câmara escreveu que mais importante que ouvir as palavras é adivinhar a angústia, sondar o mistério, escutar o silêncio. Mas como traduzir o seu silêncio, se ele não é quietude, mas um emaranhado de gemidos? Ao recolher a voz, teias ruidosas germinam em sua face e lhe provocam desespero. Ultimamente, distante do lar, dormia no canto de um terreno. Da cabeça à cintura, dentro de uma casinha abandonada de cachorro
Que significado têm, agora, os filhos que passaram por suas entranhas e a mãe que a carregou por nove meses, em anos posteriores e hoje assume e cuida de quem é dela? E os sonhos teriam se dispersado com a fumaça suicida do cachimbo? Fico nessa inconformação de quem deseja interpretar hieróglifos para compreendê-la e me empenhar em propostas de claridade que a salve. Fico nessa inconformidade de quem se considera responsável por transformar fatos tenebrosos em projetos de esperança.
Interrompi esta crônica para participar, no dia 11 de fevereiro, da Missa das 19h00 na Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Vila Arens, presidida pelo pároco, Padre Luís Dalmoni Spolti e concelebrada pelo Padre José Brombal, assessor espiritual da Pastoral da Mulher/ Magdala. Fomos a Rose Ormenesi, o Padre Bombral e eu para, ao final da Missa, recebermos da Festa Portuguesa, representada pelo casal presidente de 2011, Marcel Scarabelin Rigthi e Maria das Graças, uma porcentagem do lucro para investimento na Magdala. Ato de extrema misericórdia, generosidade e comunhão solidária com mulheres violentadas sexualmente, a maioria desde a infância, e consumidas pela exploração do comércio do sexo. Durante a homilia, o Padre Luís ao comentar sobre um leproso curado por Jesus Cristo (Marcos 1, 40-45) discorreu a respeito da sociedade enferma em que vivemos, do estigma com que se marca uma pessoa ou um grupo delas com o propósito de marginalizá-las e, ainda, sobre os excluídos que rondam onde estamos e compõem uma música própria que nos tira a paz. Música que nos convida a sair da omissão e a nos consumir para colocar, nos rumos da humanidade, os passos da partilha e da inclusão.
Voltando ao pensamento de Dom Hélder: “As pessoas – por que não sei – me lembram sempre um pedaço do dia: amanhecer, pôr do sol, noite serena. Mas há pessoas que são sempre meio-dia”. Carrego comigo – e o povo da Festa Portuguesa e da Paróquia Nossa Senhora da Conceição age assim - que, por mais que o indivíduo adentre as trevas, existe sempre uma nova chance, no plano de amor de Deus: retomar o amanhecer. Que a moça faça essa escolha.
Maria Cristina Castilho de Andrade
É educadora e coordenadora da Pastoral da Mulher/ Magdala, Jundiaí, Brasil
Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 2012
EUCLIDES CAVACO - COIMBRA AO ENTARDECER
Bom dia prezados
amigos
O poema desta semana
conduz-nos à paradisíaca cidade de Coimbra
para ali nos imaginarmos
virtualmente em COIMBRA AO ENTARDECER.
Veja este
singelo tema aqui neste link:
Desejos duma
excelente Quinta Feira.
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá
cavaco@sympatico.ca
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - QUANDO O AMOR SE VAI
Sempre defendi que a advocacia, sobretudo em algumas áreas de atuação, como Direito de Família, por exemplo, envolve a psicologia em certo grau. Não dá para trabalhar nessa área sem um toque de sensibilidade. Os sentimentos envolvidos são inúmeros e tanto quanto são diversas as pessoas e suas circunstâncias, também são diversas as causas que levam um casal, duas pessoas que um dia se amaram, a escolher caminhos distintos.
Infelizmente, sob essa ótica, já perdi as contas de quantos casais ajudei colocar um ponto final ou um ponto e vírgula (às vezes, reticências...) em histórias que já foram comuns. Embora eu trabalhe com o Direito Civil como um todo, já não sei se escolhi as questões de família ou se elas me escolheram, mas o fato é que essa acabou sendo uma área de preponderância no exercício de minha advocacia.
Há momentos nos quais me pego refletindo sobre a profissão que escolhi e surpreendo-me ao constatar que já se vão longos 17 anos desde que me formei. Nesse tempo, conheci muitos casais e nunca consegui deixar de pensar na trajetória da história deles, no começo, no meio e no fim... A primeira coisa em que penso é que eles, nem que por um momento, já se amaram, já estiveram sonhos e esperanças em comum.
É claro que entendo que tantas coisas podem ter acontecido e que tenha ocasionado o fim do sentimento de afeto. Algumas vezes, talvez, o amor simplesmente faz as malas, sem avisos, sem recados e sai, deixando portas abertas ou fechadas. Costumo dizer que, em princípio, ninguém se casa para se separar. A maior parte das pessoas inicia um relacionamento esperando dele o melhor, dure o quanto durar.
Não consigo ficar indiferente às separações. Quando atendo um casal ou um dos cônjuges, antes de mais preciso me convencer se de fato, o divórcio e outras medidas afins são, de fato, o que a pessoa deseja. Muitos foram os casos nos quais as pessoas se arrependeram, algumas antes e outras durante o processo. De minha parte, entendo que meu papel é não julgar. Nunca atirei pedras na parte adversa, tampouco muni delas quem quer que fosse. Estou convicta de que essa não é, nem de longe, o que se chama de boa briga, bem como de que fomentar a discórdia não tem o condão de ampliar meu rol de clientes.
Tudo o que sei é que é triste, seja como for, constatar que o amor se foi. Faço meu trabalho, mas gostaria, muito mais, de ver reconciliações. Poucas coisas me deixam tão profundamente entristecida como quando o casal parte para agressões mútuas ou para aquela indiferença que não se comove nem mesmo diante da dor daquela pessoa que já foi muito mais do que uma estranha...
Para dor de quem ama, o amor é algo frágil, que necessita de cuidados diários, de empenho, mas, por outro lado, nada disso, infelizmente, é garantia de que ele suportará toda complexidade que envolve duas pessoas diferentes. Resta, aos apaixonados, a esperança de que, se terminar, que possa ter parte da leveza que um dia o fez chegar...
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA- Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo
LAURENTINO SABROSA - PROTEGE, Ó CRISTO, O NOSSO PORTUGAL
É sabido que os homossexuais proclamam muito o seu orgulho de o serem. É na linguagem deles, o orgulho gay, de que de vez em quando, fazem paradas e várias manifestações a mostrarem que são orgulhosos.
Há dias um indivíduo de certa notoriedade social, na televisão, declarou-se maçónico e disse que tinha muito orgulho nisso.
Já por mais do que uma vez que tenho ouvido dizer a comunistas que, sim senhor, são comunistas, com muita honra e muito orgulho.
E eu fico a pensar: temos de concordar que homossexuais maçónicos e comunistas, todos com orgulho de serem pelo menos uma dessas coisas, é uma massa importante da população portuguesa. Portugal! Um país tão pequeno, com uma massa demográfica tão reduzida, com tantos “orgulhosos”! Como faz falta voltarmos aos tempos em que eu era jovem, em que, em Igreja, se cantava Protege, ó Cristo, o nosso Portugal – que é seu brasão a chaga do Teu lado – e sempre quis, por timbre seu real – ser filho Teu, Teu mais fiel soldado. /// A Ti pertence a terra portuguesa – nossa Rainha é Tua Mãe bendita – somos cristãos, não há maior nobreza – Teu coração de amor por nós palpita.
Como seria bom que este cântico, agora fora de moda, voltasse agora a ser amplamente repetido à maneira de oração, pois parece que, por falta deste cântico, Cristo deixou de proteger Portugal! Se nenhum sacerdote ou bispo tomar a iniciativa de o restaurar, façamo-lo nós, cada católico no silêncio do seu quarto e no conjunto das suas orações. Protege ó Cristo o nosso Portugal!
Pensando melhor, meditando um pouco, o Protege ó Cristo o Nosso Portugal, deve passar a ter em intenção não apenas Portugal, mas todos os países do mundo. Porque todos os países necessitam dessa protecção de Cristo, apesar de muitos não sentirem que o Seu amor por eles palpita e nem terem por rainha a Sua Mãe bendita. Pelo contrário, tem actos e ideias que a Cristo e a Sua Mãe são ofensivos, ideias e actos de que são orgulhosos, com uma satisfação que é o orgulho de serem orgulhosos. Que Cristo proteja Portugal e todo o Mundo!
Não sejamos egoístas, sejamos ecuménicos.
laurindo.barbosa@gmail.com
http://autores2.blogs.sapo.pt/
LAURENTINO SABROSA - Senhora da Hora, Portugal
RENATA IACOVINO - HIPÉRBOLES NECESSÁRIAS
No artigo anterior eu falava sobre algumas drogas da moda.
Nem todas couberam dentro do que tentei expor.
Há a droga do consumismo, um dos maiores vícios na modernidade (ou contemporaneidade?) e semeada no século passado (ou no século XVIII, com a Revolução Industrial?); a droga da alienação, um produtinho fácil de nos viciarmos, bastando não ter contato com livros, relacionar-se pouco, ir na onda, não saber o que acontece no mundo ou à sua volta, repetir frases de efeito, crer apenas na sua verdade (absoluta!), só assistir filmes de ação, adquirir os supérfluos lançados na última semana e... bem, vai longe.
O consumismo e a alienação são elementos independentes, que encontraram seu par no sistema econômico vigente, ou decorrem dessa aberração em forma de monstro, sem cabeça, sem braços, sem pernas, sem olhos, sem vida, sem sentido, sem sentidos, chamada moda, cultuada por muitos e abominada por poucos?
Alguns outros elementos contribuíram para esses germes procriarem: a televisão e o computador; a primeira, uma autêntica babá eletrônica, com efeitos calmantes e estimuladores da falta de atitude e da ausência de ação física; o segundo, um inibidor da socialização natural e intuitiva. Incentivadores da impulsividade e destruidores da criatividade.
Para o professor Valdemar W. Setzer, engenheiro do Departamento de Ciência da Computação, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, o computador limita a capacidade de a criança ver as coisas de maneira mais natural, mais humana, “porque se desenvolve pensamento abstrato fora da hora e, se a criança é forçada a exercer esse pensamento, ela já não está mais se comportando como criança. (...) O computador não leva em conta a maturidade e a individualidade da criança. Ele está lá pronto e a criança vai usá-lo do jeito que quiser, mas sempre dentro do espaço bitolado apresentado pelo software. Muito pior é a Internet, onde ela vai ter acesso a coisas que não foram nem colocadas no computador pelo professor ou pelo pai. Vai ter acesso a qualquer coisa fora do seu contexto de maturidade.”.
Exposição hiperbólica? Nenhuma transformação ocorre se não houver atitude extremada, porém carregada de calor, de humanismo.
Renata Iacovino, escritora e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br