PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sábado, 30 de Junho de 2012
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - "QUANDO O SOL..."

    

 

             

 

 

 

 

 

 

Quem segue da Ponte São João em direção ao centro pode observar, entre sete e oito da manhã, um morador de rua que se dirige à Av. Frederico Ozanan ou à Rua Carlos Gomes. À noite, já o vi, diversas vezes, na Rua do Rosário, à procura de uma marquise que melhor o abrigue no sono. É simpático e me parece sereno. Jamais o encontrei com atitudes de violência. Não consigo entender aquilo que fala. Chama-me a atenção, nas manhãs em que o Sol se aproxima, sem interferência da nebulosidade, os intervalos em suas pegadas, ao abrir os braços e, num sorriso ímpar, com expressão de alegria, saudar a claridade. Saúda e inclina a cabeça em agradecimento. Creio que é prece pelo amanhecer que se repete, com seus acontecimentos diferenciados. Leva-me a refletir sobre sua coragem em enfrentar a claridade. Não se fez das sombras neste tempo em que caminha nas margens. Ver todas as coisas e a si mesmo na luz o encanta.

Ele me reporta a uma música que a mamãe traz com ela desde 1932 e constantemente cantarola. No primeiro colégio em que estudou. Externato Lameira, de Da. Zica e Da. Zinha, em Santos, cantar no orfeão estava inserido na formação do caráter das crianças. A canção que cito diz assim: “Eu conheço um passarinho,/ Bonitinho sem igual,/ Amiguinho dos meninos/ Que nunca lhe fazem mal. / Bem-te-vi, Bem-te-vi,/ Canta logo ao romper da aurora./ Bem-te-vi, Bem-te-vi,/ Que menino gentil./ Quando o Sol radiante e belo/ Trás dos montes veem surgir/ Seus trinados tão singelos/ Que sempre se faz ouvir./ Bem-te-vi, Bem-te-vi,/ Canta logo ao romper da aurora./ Bem-te-vi, Bem-te-vi,/ Que menino gentil”.

De que lugar será que ele vem? Possui família? Qual foi o acontecimento que o empurrou às ruas? Não creio que habitar as calçadas seja uma escolha consciente. Reconheço como uma trajetória de vida imposta. Há anos, um trecheiro de fala soturna e conversa com nexo, ofertou-me uma garrafa de vidro verde com um navio dentro. É um artesanato comum nos estabelecimentos penitenciários. Não me contou se passara em um deles. Somente afirmou que as viagens de sua história foram aprisionadas em um litro de aguardente. Isso é muito triste! São tantas as possibilidades do ser humano e se permitir encarcerar em receptáculo ébrio...

O mendigo, sobre quem escrevo, possui menos correntes que as do homem que aprisionou sua vida em um vasilhame. “Quando o Sol radiante e belo/ Trás os montes vê surgir”, estende, com certa inocência, os braços para a Luz e busca, no cotidiano, um rumo sem nódoas, como as crianças do Externato Lameira.

 

 

 

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

Coordenadora da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala, Jundiaí



publicado por Luso-brasileiro às 15:13
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - A IMPORTÂNCIA DO NAMORO PARA O ÊXITO DO CASAMENTO

 

 

 

                                               

 

 

 

 

 

 

O namoro se revela na forma de um homem e uma mulher se conhecerem melhor e aprimorarem sua aptidão de amar; na procura de uma companhia exclusiva e no aprendizado para uma permanente vida a dois. O casamento é instituto jurídico sério e um sacramento religioso bastante elevado, que se consolida nesta fase de conhecimento.

 

 

O Dia dos Namorados, que se comemora a 12 de junho, constitui-se numa excelente ocasião para refletir sobre a importância do namoro, especialmente na vida dos jovens, que estão começando a trilhar os caminhos do amor e a descobrir os encantos e as decepções dessa tão antiga e sempre maravilhosa forma de entrosamento entre sexos opostos.

O consagrado psicoterapeuta de adolescentes, Içami Tiba, destacou tal circunstância:- “Namorar é fundamental. O jovem está deixando seu núcleo familiar em busca de seus próprios valores e interesses. Isso inclui, entre outras, a escolha da pessoa com quem irá conviver para o resto da vida. Como o namoro nada mais é do que tentativas de relacionamentos que, através de acertos e erros, vão ajudando nessa escolha, é melhor que se namore e ‘desnamore’ muitas vezes, do que, mais tarde, se case e descase.”(in “Família Cristã”- 06/92- p. 50). Efetivamente, os namorados buscam determinados rumos para encontrarem a estrada definitiva que os levem ao casamento, uma opção extremamente séria, razão pela qual, necessita de uma preparação que conduza os nubentes a concretizá-lo, cientes de sua importância como instituição legal e como sacramento religioso.

No primeiro aspecto, é de se ressaltar que o art. 1566 do Código Civil Brasileiro dispõe que os cônjuges, pelo matrimônio, contraem diversos deveres legais, a saber: fidelidade recíproca; vida em comum no domicílio conjugal; mútua assistência; sustento, guarda e educação de filhos, e respeito e consideração mútuos. Qualquer infração a tais obrigações autoriza a parte inocente a requerer separação judicial, condenando-se o cônjuge culpado em diversas sanções civis.

No segundo, destaque-se que esse rompimento da vida a dois na maioria dos casos, poderia ser evitado se o marido e a esposa colocassem o amor como motivo condutor ou força catalisadora da relação que mantém, concebendo-o também como um dom divino. Por isso, o casamento necessita embasar-se num encontro de pessoas abraçadas sobre o mesmo compromisso, para o bem da espécie humana, posto que a procriação dos filhos é a sua finalidade primordial, mas igualmente entrelaçada, para um aperfeiçoamento recíproco, com o auxílio físico, moral e espiritual. A verdadeira e completa harmonia se vislumbra quando o homem e a mulher, abandonando o egoísmo, se abrem plenamente um ao outro.

Assim, namorar é uma necessidade, que pressupõe retidão, afim de que os pares se conheçam bem, ajudem-se mutuamente a enfrentarem os desafios em geral, com firmeza de fé e confiança em Deus, para que no futuro, juntos, pautem a aliança entre si no envolvimento, na doação e no conhecimento pleno dos direitos e deveres que geram do instituto.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário, mestre em Direito Processual Civil pela PUCCamp e membro das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas

                            

                                    



publicado por Luso-brasileiro às 15:09
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - FÉRIAS Á VISTA ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Há muito se foi o tempo que o mês de julho representava um mês de férias, em seu sentido mais pleno de significados. Atualmente, ainda que não lecione nesse mês, há o serviço do escritório, da casa, os cursos livres, algumas aulas de pós e mais um milhão e meio de outras obrigações que a vida adulta e responsável nos impõe.

            Dia desses, ao telefone com minha irmã, minha sobrinha Isadora pediu para falar comigo. “_ Tia, eu estou de férias!” Fiquei pensando no que férias podem significar para uma garotinha de 5 anos e disse a ela que eu também queria estar de férias para poder ficar brincando com ela, ao que me respondeu: “_Fala com seu chefe e fala pare ele deixar você nas férias.”

            Simples. Aliás, simples como o mundo das crianças e como o dos adultos não é. Penso que por isso as crianças são felizes, porque não possuem o sentimento de complexidade das coisas. Essa a sabedoria infantil, que se esvai aos poucos, conforme a idade vai se somando aos anos vividos.  No fundo, gente grande complica tudo e não chega a quase lugar nenhum...

            Ainda ao telefone, minha irmã me contou que a filha estava preocupada com o que iria fazer nas férias. Tempo vazio e energia a mil, sinceramente, não combinam. Do mesmo modo, tempo escasso e cansaço, mas deixemos para lá. Há muito tempo eu não sei o que é me preocupar em como preencher os meus dias. Ao contrário, luto para esvaziar algumas poucas tardes ou manhãs ensolaradas, nas quais a vontade de andar a esmo, de não fazer nada, são quase alucinantes.

            Tenho um grave defeito que é não conseguir ficar parada muito tempo. Sei que isso parece bem incongruente com o desejo meio concomitante que tenho de descansar, mas é que meu conceito de descanso não é o ócio pleno. Gosto das férias para ler, para fazer caminhadas, para, na verdade, não ter preocupações ao extremo. Anseio por férias mentais, por desligar dos problemas, meus e dos alheios. Assim, meu lugar imaginário, de consolo e de paz é aquele no qual os celulares só fazem ligações, mas não recebem, onde eu não tenho que sair correndo para não me atrasar, mas onde corro para sentir o prazer de uma corrida, onde o barulho é da música do meu fone e não de pessoas desfiando um mundo de problemas...

            Olho para a natureza e observo que os animais, as folhas, o vento, a chuva, as nuvens, nada parece ter pressa e, ao mesmo tempo, nunca há ausência de movimento. A música da vida me lembra um balé, uma valsa, algo constante e delicado, mesmo quando o som dos trovões me faz lembrar uma orquestra. Curiosamente, a humanidade perdeu o compasso com o tempo das coisas. Estamos fora de sintonia, fora de prumo, desesperados em busca do que não sabemos, andando como loucos, como se tivéssemos ânsia pelo fim. Não deveríamos desejar as férias como um hiato único de descanso, de paz. Deveríamos saber dosar os momentos, mas creio que ainda estamos distantes disso.

            Enquanto minha sobrinha se preocupa, prematuramente, com o que vai fazer nas férias, eu penso como maximizar as minhas, diminutas. Nesse quesito, minhas férias estão mais para a prazo, do que à vista...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo



publicado por Luso-brasileiro às 15:03
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - SERÁ QUE HOJE JESUS SERIA CONDENADO?

 

                                                 

 

 

 

 

É muito estranho alguém acreditar em horóscopo e não usar de água benta, por exemplo, para se proteger. Bem, logicamente, quem pensa o contrário, também não dá nenhum valor à água benta por um sacerdote e continua preso a superstições, não é mesmo? Mas, se os padres são os legítimos representantes de Jesus na Terra, podemos concluir que, se Ele voltasse, seria novamente condenado à morte?

Infelizmente, se não usasse de proteção Divina, acredito que sim, porque a maior parte do nosso povo perdeu o respeito por quase tudo o que é sagrado e prefere buscar alternativas pagãs para sobreviver. Muitos, só na hora do desespero recorrem a Deus, mas sem amá-lo e – pior! – sem conhecê-lo. Ninguém pode amar a quem não conhece e, quem não ama o irmão sofrido que vê, como vai amar a Deus que não vê? Continua tudo muito estranho, não?

Leitor, lembre-se que o capítulo 2 do livro do Eclesiástico ensina que Deus conduz a vida do ser humano conforme a entrega e retidão do seu coração. Reflita, agora, um pouco nestas Palavras:“Mantém o teu coração firme e sê constante, inclina teu ouvido e acolhe as palavras de inteligência, e não te assustes no momento da contrariedade... suporta as demoras de Deus... tudo o que te acontecer, aceita-o... crê em Deus e ele cuidará de ti... confia nele e a recompensa não te faltará... vós, que temeis o Senhor, esperais coisas boas: alegria duradoura e misericórdia... quem permaneceu nos seus mandamentos e foi abandonado?”.

Parece simples afirmar que acreditamos fervorosamente nas promessas do Antigo Testamento, mas, até que ponto? Será que resistiríamos a uma grande tribulação de dor com dignidade cristã? Antes da certeza na resposta, não devemos esquecer que no capítulo 9 do Evangelho de São Marcos, os discípulos não conseguiram expulsar os demônios por falta de oração! E, ainda, todos os que seguiam Jesus, deixaram-no praticamente sozinho no Calvário – por temerem morrer com Ele na cruz.

Pois é, se até os doze apóstolos decepcionaram Nosso Senhor em tantas oportunidades, não é tão trivial dizermos que somos muito mais fiéis aos ensinamentos Divinos, afinal, eles largaram tudo para se dedicarem exclusivamente à Verdade e, mesmo assim... Mas, talvez, o mais importante hoje não seja este tipo de comparação.

Voltando ao livro do Eclesiástico, não é difícil concluir que só iremos ter paciência nas provações e plena confiança na misericórdia do Pai, quando colocarmos diariamente em prática os dons que recebemos no batismo: fé, esperança e caridade. Rezando sempre para crescer na fé, estudando a Palavra de Deus para não perder a esperança de salvação, e ajudando o irmão necessitado, estaremos plantando mais amor em nossos corações

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:58
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FILIPE AQUINO - O NAMORO É UM APRENDIZADO DO AMOR

 

 

      

 

 

 

 

 

Mas, afinal, o que é amar? O que leva muitos casamentos ao fracasso é a noção falsa que se tem do amor hoje. Há no ar uma “caricatura” do amor. Amor não egoísmo; isto é, preferência por mim, mas pelo outro. Amar não é gostar; gostamos de coisas, amamos pessoas. Se você treme de paixão diante de uma menina, e lhe diz: “eu te amo”, esteja certo de que você está mentindo, pois esta tremedeira é sinal de que você quer saciar o seu ego desejoso de prazer.

Isto não é amor, é paixão carnal, é egoísmo. Amar é muito mais do que isso, pois não é satisfazer a si mesmo. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isto é preciso que você se renuncie, se esqueça. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isto não é amar. Assim o amor morre nas suas mãos.

Você só começará a compreender o que é amar, quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si, para satisfazer-se. Para amar de verdade, será preciso uma longa preparação, porque somos egoístas. Se você não aprender de verdade a amar, poderá construir um lar oscilante e de paredes frágeis, que poderão não suportar o peso do telhado.

As paixões sensíveis da adolescência não são o autêntico amor, mas a perturbação de um jovem que encontra diante de si os encantos e a novidade da masculinidade ou da feminilidade. Amar é dar-se, ensina-nos Michel Quoist.

Mas para que você possa verdadeiramente dar-se a alguém, você precisa primeiro “possuir-se”. Ninguém pode dar o que não possui. Se você não se possui, se não tem o domínio de si mesmo, como, então, você quer dar-se a alguém? Como você quer amar? Amar não é “ser fisgado” por alguém, “possuir” alguém, ou ter afeição sensível por ele, ou mesmo render-se a alguém.

Amar é, livre e conscientemente, dar-se a alguém para completá-lo e construí-lo. E isto é mais do que um impulso sensível do coração; é uma decisão da razão. Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade. A decisão é tomada com a razão. O seu egoísmo é o seu tirano! A autenticidade do amor se verifica pela cruz. Todo amor verdadeiro traz o sinal do sacrifício. E é através desse sinal que você identifica o verdadeiro amor e o falso. Não há amor sem renúncia. Não foi isto que Jesus nos ensinou? “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Ele mandou amar, mas amar “como Eu vos amo”. E como Ele nos amou? Até à cruz!

 

 

 

FILIPE AQUINO   -   Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 14:54
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JOÃO BOSCO LEAL - A INCAPACIDADE DO GOVERNO DILMA

 

 

                                             

 

 

 

 

 

 

 

Ao ler: “Os humanos serão sempre imperfeitos e jamais serão totalmente racionais, o que é precisamente a razão pela qual não devemos confiar em nenhum humano para comandar a vida dos outros”, escrito por Steven G. Horwitz, mestre e doutor em economia, autor de diversos livros sobre a matéria e professor da St. Lawrence University, em Canton, NY, logo pensei em tudo o vem sendo divulgados nos últimos dias.

O atual governo brasileiro tem assumido compromissos diante de outros países que só poderiam ser realizados por aqueles que tivessem uma economia extremamente pujante, com muita sobra de caixa e com sua população sem necessidade alguma investimentos nas áreas de sua responsabilidade.

Como certamente esse não é o caso do Brasil, fiquei perplexo com declarações atribuídas a nossa presidente, de que o país está 300% seguro contra a crise econômica mundial. Desculpe senhora presidente, mas sua declaração é tão estúpida, que chego a duvidar de que tenha sido pronunciada por quem diz possuir vasto conhecimento das atividades econômicas do país.

Economia não existe sem matemática e esta, apesar de ser mundialmente entendida quando numericamente transcrita, necessita de uma língua – no nosso caso o português -, para ter resultados divulgados de modo a ser compreendida pela população.

Entretanto, mesmo quando explicada em português, nenhum brasileiro consegue entender como podemos emprestar US$ 10 bi ao FMI para ajudar na crise dos países europeus, quando seu governo alega não possuir recursos suficientes para investir na saúde, de modo que ele seja dignamente atendido quando necessita de amparo hospitalar. As imagens frequentemente divulgadas de pessoas morrendo em filas, por não conseguirem atendimento médico, e os protestos dos que nelas buscam socorro não lhe diz nada?

A população estudantil brasileira que, meio século atrás, em sua quase totalidade estudava em escolas públicas, tinha uma formação exemplar. Depois disso os governos deixaram de investir em educação e milhares de escolas particulares foram criadas, fazendo com que os pais tivessem de pagar pela melhor educação de seus filhos.

Mesmo com esse sacrifício econômico dos pais, atualmente esses alunos não possuem o direito de concorrer a todas as vagas do ensino universitário público, pois grande parte delas está destinada a alunos que, por conta do péssimo ensino gratuito oferecido pelo governo em suas escolas, não conseguem ser aprovados no vestibular, e outras vagas são destinadas às quotas raciais agora existentes.

A população brasileira está falando em outra língua, e se referindo a algo tão difícil de ser entendido pela senhora e seus ministros, ou a senhora é que está tão preocupada em impor uma nova língua – onde possa ser chamada de Presidenta ao invés de Presidente-, que não tem tempo de pensar em saúde e educação pública?

Seu partido político reclama de perseguição durante os governos militares, mas depois de uma década governando não foi capaz de realizar uma única obra realmente significativa paras o país, que proporcionasse o bem coletivo, como as grandes usinas hidrelétricas, a enorme malha rodoviária construída em todo o país, as escolas, universidades, hospitais e tantas outras obras de infraestrutura realizadas por eles.

Seus próprios ministros admitem que o país não pode crescer 5% ao ano por não possuir infraestrutura necessária, como energia elétrica, ferrovias, rodovias, portos e aeroportos para aumentar e escoar sua produção.

E mesmo sem fazer nada disso temos dinheiro para emprestar aos outros? A senhora é Presidente da República do Brasil ou está governando só para os “companheiros” e para os que possuem votos no Conselho de Segurança da ONU, onde Lula sonha em ter um cargo?

Presidente Dilma, antes de poder nos mostrar para o mundo como um país rico, os brasileiros precisam de saúde, educação, segurança, transporte e moradias dignas, o que seu governo se mostra incapaz de fazer.

 

 

 

JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 14:49
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JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO - DANOS CAUSADOS PELA MALDADE HUMANA

 

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                Através de uma palavra, de um gesto, de um escrito ou de uma ação malfazeja o mal-intencionado arrasa a verdade e destrói a virtude na alma do próximo. Expressões faladas ou escritas, gesticulações maliciosas, atos escandalosos que ferem o senso moral, propagam o vício e se tornam um obstáculo para o bem. Há dois aspectos na conduta iníqua de quem viola a ética: um ativo da parte daquele que pratica ações condenáveis e outra passiva da parte de  quem recebe e assimila o erro, seguindo o mesmo caminho da perversidade. Quem fere a moralidade  não somente é um calamitoso, mas ainda faz a desgraça de outrem.  Ele oferece o veneno que vai matar os valores morais no indivíduo, na família e na sociedade. Semeia a erva daninha que vai danificar o  bem e impedi-lo de crescer e de se desenvolver no mundo. Nada mais danoso, de fato, que os maus exemplos, a disseminação da obscenidade, os quais levam os outros aos vícios e às atitudes torpes. É o que se dá, sobretudo, nos filmes, nos sites pornográficos da internet, nas novelas televisivas, nas revistas, nos perversos formadores de opinião que atropelam os preceitos divinos e ridicularizam a religião. Aqueles que não controlam suas paixões desregradas e os ímpetos de sua natureza malvada guiam para as veredas trevosas os incautos e todos que não possuem um senso crítico apurado. Eis porque Davi pedia a Deus: “Preservai-me do laço que armaram e das armadilhas dos malfeitores Caiam os malvados nas suas próprias malhas, enquanto ao mesmo tempo eu passo adiante” (Sl 142,9-10). A virtude não pode florescer na alma dos que não agem como este salmista que assim desejava não se prender nas emboscadas dos maliciosos. Os libertinos usam as armas  mortíferas do poder das trevas e flagelam o mundo com o cancro da iniquidade que vai destruindo as qualidades inatas no ser humano que se deixa enredar pela fascinação das ilusões terrenas. Esta triste realidade, infelizmente, está por toda parte, em todos os recantos, em todas as sociedades, em todos os lares. São Pedro já  alertava: “Sede sóbrios e vigiai! O vosso adversário, o diabo, rodeia-vos como leão que ruge, à procura de quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé. [...] E Deus autor de toda a graça, que vos  chamou para a sua eterna glória em Cristo,  depois de um pouco de sofrimento, ele mesmo vos aperfeiçoará e vos tornará firmes, fortes, inabaláveis” (1 Pd 5, 8-10), O Príncipe dos Apóstolos adverte e oferece, ao mesmo tempo, o recurso para a vitória e incentiva com o resultado faustoso de quem não cai na garra de satanás e seus adeptos.  Alerta, sim, porque as forças diabólicas  devoram como um incêndio que se alastra, arruinando as almas, de tal sorte que neste início de milênio com a tecnologia a seu serviço o príncipe das trevas ilude facilmente os que não buscam as armas da luz.   Cumpre evitar as más companhias e policiar os cinco sentidos, mortificando-os e, outrossim, é necessária muita oração, reflexão e usufruir as maravilhas que o Criador espalhou pelo mundo. Embora o quadro acima descrito seja tétrico, é preciso, porém, ter otimismo, porque o bem é mais poderoso do que o mal. Este precisa fazer alvoroço, enquanto a santidade  que reina em milhares de seguidores de Cristo também se comunica e coloca barreiras à voragem horripila da improbidade. Sem número os que sabem se blindar e buscam a honra, a paz, o verdadeiro amor. Morigerados, entregam-se às conquistas gloriosas rumo à pátria celeste.  Sabem vencer o antagonismo entre o bom senso e a insensatez e evitam toda compatibilidade com o que pode perverter os corações retos, honestos e idealistas. Oram para que os impudicos, os tímidos, os fracos se convertam e fazem um apostolado admirável que arranca das trevas os iludidos por aqueles que se enriquecem através das multinacionais dos crimes. Apóstolos denodados que cooperam com Cristo na redenção da humanidade, coadjutores na obra divina da salvação, iluminando os horizontes fulgurantes da vida futura na Casa do Pai. É esta têmpera dos justos que contrabalança a justiça divina, a qual sempre oferece oportunidade de conversão para todos. Os autênticos cristãos necessitam, contudo, estar à altura de sua nobre missão que é serem “sal da terra e luz do mundo”. Estejam conscientes de que eles reparam pela sua vida modesta, humilde, santa os estragos causados pelos crápulas e irradiam os esplendores da dignidade e do pundonor

 

 

 

CÔN. JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO   -  da Academia Mineira de Letras. Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos. - Viçosa, Brasil.

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publicado por Luso-brasileiro às 14:42
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BEATRIZ W. DE RITTIGSTEIN - O ATUAL E SANGUINÁRIO REGIME PERSA

 

 

http://www.eluniversal.com/opinion/120626/regimen-sanguinario

 

 

 

De modo arbitrário, acusam-se mulheres de adultério; a sentença é morrer por apedrejamento (ante o olhar tolerante e permissivo do ocidente gerado pelo do engodo do "multiculturalismo").

 

 

Desde o seu começo, a revolução fundamentalista islâmica no Irã mostrou seu total desapego pela condição humana, passou a cobrar de seus cidadãos apenas deveres - quase todos com base no Corão - e lhes nega sistematicamente os mais comezinhos direitos da pessoa humana, hoje reconhecidos universalmente pelas nações civilizadas. Assim, durante a guerra entre o Iraque e o Irã, o aiatolá Komeini distribuiu 500 mil chaves de plástico às crianças da cidade de Basij, dizendo a elas que as chaves serviriam para a sua entrada no paraíso e ordenou que marchassem através de campos minados entoando cânticos enaltecendo o martírio em louvor a Alá. Milhares dessas crianças morreram ou ficaram mutiladas nessa guerra, ocupando as linhas de frente e encarando o fogo do combate. Isso mostra como os 'heroicos' fundamentalistas islâmicos, até hoje, perpetram seus ataques terroristas usando mulheres e crianças como escudo humano, para poder em seguida exibir ao mundo a "perversidade do inimigo".

Independentemente de quem seja o presidente - que não passa de um pau mandado do clero odioso fundamentalista - o regime dos aiatolás tem imposto normas estritas pelas quais controla, escraviza e se imiscui intensamente na vida privada da sua população. Os imãs fundamentalistas fazem a sua parte de lavagem cerebral dentro das mesquitas, sob a vigilância constante de watchdogs de sua famigerada doutrina pseudoreligiosa.

O regime cruel e desumano é oriundo de um estado totalitário, porém, travestido de institucionalmente democrático, com Parlamento, Judiciário e Executivo que, todavia, são marionetes cujos cordões são manipulados pelo clero radical. Tal estado, persegue seus cidadãos quando estes não cumprem os rígidos códigos do fundamentalismo islâmico. Entre tantos aspectos, a teocracia é intolerante à homossexualidade, que é punida com pena de morte. As autoridades estabeleceram as "patrulhas do terror", por meio das quais a polícia "limpa as ruas de tais criminosos". 

O mesmo radicalismo irracional se aplica, de modo arbitrário, às mulheres, que são corriqueiramente acusadas de adultério, para cujo 'crime' a sentença é morrer apedrejada em praça pública. Além disso, o não vestir-se de acordo a lei sharia - cobrir o cabelo e o rosto com um véu - é motivo para que elas sejam acossadas, agredidas e até presas pela famigerada "polícia religiosa".

Em relação à oposição, é só lembrar como o regime teocrático radical coibiu os protestos após a fraude nas eleições presidenciais de 2009, que assegurou o poder à marionete do Mahamud Ahmadinejad. Nessa ocasião, para calar a dissidência, o regime censurou a mídia, reprimiu as manifestações populares, prendeu num número enorme de pessoas (prisão em massa), torturou e assassinou.

Quando essa marionete islamo-fascista chamada Ahmadinejad comparece a foros mundiais, deve-se ter em mente e adquirir consciência de quem ele é e o perigo que existe em admiti-lo em nosso meio. A fajutice da alegação de "diferenças culturais" tem protegido o trabalho francamente subversivo desse facínora em solapar e menosprezar os nossos verdadeiros valores morais e civilizacionais judaico cristãos. O ocidente tem tido uma tolerância francamente desproporcional com o fundamentalismo islâmico que não encontra, nem remotamente, paralelo com tal atitude por parte de Teerã. Paris e Londres, por exemplo, são vitrines que exibem tais absurdos. 

 

 

BEATRIZ W. DE RITTIGSTEIN para o jornal venezuelano 'EL UNIVERSAL'

Tradução livre, não literal de FRANCISCO VIANNA

Terça feira, 26 de junho de 2012

 

bea.rwz@gmail.com

Tradução de francisco.vianna@terra.com.br

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:36
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - QUEM PÁRA A BARBARIA ?

 

 

                                                               

 

 

 

Julgo que foi Alexander Humboldt que disse: o grau de civilização de um povo mede-se pelo modo como tratam os animais.

Anos há, estando em Cuiabá, a conversar com responsável da Funai, este revelou-me que os índios, das tribos que conhecia, eram incapazes de matar animal por eles criado. O laço de afectividade que os une ao bicho, não lhes permitia, mesmo para alimentação.

Ocorre isso no sertão, e pena é que o mesmo não aconteça na supercivilizada Europa, mormente neste cantinho, que se orgulha, com razão, ser: jardim plantado à beira mar.

Ao entardecer de calmo dia de Maio, do corrente ano, depositava o lixo, senhora de Santo Tirso, quando escutou dolorosos gemidos, que saíam do contentor. Atónita, enxergou no fundo, coberto de sacos, um cachorrinho.

Avisada a Associação dos Animais, de imediato foram tomadas as medidas necessárias.

Lançaram-no para o contentor, talvez, por ser velho e cego de uma vista.

Semanas antes, em Santa Couto Cristina do Couto, um cão foi enforcado e arremessado ao contentor.

Dois casos repugnantes, passados em Santo Tirso, uma das mais belas Vilas de Portugal; mas quantas ocorrências semelhantes não houve noutras localidades, que não chegaram à mass-media?

Casos parecidos, também acontecem com seres humanos. Estou a lembrar-me de crianças maltratadas, pais abandonados pelos filhos, fetos esquartejados, a pedido da mãe, e todo a hedionda barbaria que campeia em Portugal.

A insegurança é gritante.

Outrora, na província, as casas estavam destrancadas. Entrava-se e só depois pedia-se licença; hoje gradeiam-se as janelas e aferrolham-se portas

Nas cidades há medo de sair à noite. No Porto, depois das vinte horas, as ruas despovoam-se e as vitrinas cerradas, a cortinas de ferro.

Que sociedade vamos legar aos nossos filhos e netos?

Políticos que se governam em lugar de governarem. Empresários que realizam negócios ilícitos. Professores espancados pelos alunos. Alunos que espancam outros alunos. Violações, estupros e assassinatos diários, sem haver quem ponha cobro ao desvario.

As crianças vivem em terror constante. Antigamente brincavam na calçada e divertiam-se nos parques; agora nem na escola encontram sossego.

A culpa é de quem? Em primeiro lugar dos promotores da Nova Moral, os que planearam destruir valores assentes no cristianismo. Depois, os que a difundem na mass-media, colaborando no aniquilamento da família, na depravação do jovem, e perversão da mulher.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



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ROSA MARIA AZORIANA - CANTO A CAVACO, EUCLIDES !
 
 
Rosa Silva
 
 
 
 
 
A vinte e cinco de junho
Aponto no meu rascunho
Uma dádiva preciosa
Vi “Terras da Nossa Terra”
Num livro que nos descerra
Uma leitura gloriosa.

Poeta Euclides Cavaco
Solene escritor que destaco
Numa sincera homenagem
O seu preito é ditoso
De poemas é famoso
É rica a sua viagem.

Viaja pela cultura
E com amor dá ternura
Às Terras de Portugal
Não esquece dos Açores
E a cada canto dá flores
Num poema capital.

“Idílicas Ilhas”, “Ribeira Grande”
Em “Angra do Heroísmo” se expande
Em linhas de cortesia
“Cruzeiro das Ilhas”, “(…) Sete Cidades”
“Ponta Delgada” veracidades
Da sua culta poesia.

Meu amigo, Deus te guarde,
E se faça muito alarde
Da tua vasta poesia
Cada página é um azulejo
Que com o meu olhar beijo
Como se fora magia.

Contagiada de Amor
Enalteço o teu valor
Com raízes portuguesas
O que o teu coração brota
É um Fado que não se esgota
A maior das fortalezas.

Resta-me, agora, um reparo
Seguindo o Roteiro raro
De todas as tuas passagens
Só Angra do Heroísmo
Porta aberta pró lirismo
Não consta dessas viagens.

Um dia, se Deus quiser,
Farei tudo o que puder,
Para o ver neste “Cruzeiro”
Encostar seu peito ao meu
Com o dom que Deus nos deu
Num abraço hospitaleiro.

Mil agradecimentos da
Rosa Maria Azoriana   -   Angra do Heroísmo  -  AÇORES
25-06-2012
 
 
 
 

    AGÊNCIA DE NOTÍCIAS REDE  CARIDADE

                               AO SERVIÇO DA FAMÍLIA VICENTINA

 

                                                      

                                  VISITE E COLABORE

                    

  

                                             http://www.rededecaridade.com/index1.php

 

 

 

                

 

           ACABA DE SAIR O NÚMERO 41 ,RELATIVO A JUNHO DE 2012

Sede e redacção: Case Postale,14 . 1246 Corsier, Genéve  -  Suiça

                        

CINEMA GRATUITO NA CIDADE DE JUNDIAÍ

O cinema
está de volta ao centro da cidade!
A Prefeitura de Jundiaí por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio do Cineclube Consciência, promove o projeto Cineclube na Cidade, proporcionado mais uma opção de cultura à cidade, com sessões de cinema gratuitas às quartas-feiras de agosto a novembro na Sala Glória Rocha, á partir de 25/08.
O projeto Cineclube na Cidade
cria um espaço alternativo de cinema com debates e convidados, oferecendo
reflexão e difusão cultural.



Local: Sala Glória
Rocha (Rua Barão de Jundiaí, 1093, Centro) (11) 4521-0971


Realização:
Prefeitura Municipal de Jundiaí- Secretaria Municipal de Cultura e Cineclube Consciência

Apoio cultural:
Centro Cineclubista de São Paulo

Produção: Vânia
Feitosa- Cine a Vapor Produções



Contato com a
produção

Vânia Feitosa
cineclubenacidade@yahoo.com.br
(11) 9700-3120 ou (11)
8029-3780
             

 

 

 

Museu do Trabalho Michel Giacometti

Largo Defensores da República

2900-470 Setúbal - Portugal

 



publicado por solpaz às 10:31


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Domingo, 24 de Junho de 2012
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - À PROVA DE TUDO

 

 

 

 

 

 

 

                Nascida em uma família de professores, nem causou espanto quando acabei, eu mesma, advogada, entrando para o rol desses profissionais.  No fundo, creio, eu sempre imaginei que enveredaria pela vida acadêmica. Treze anos depois, não posso dizer, nem de longe, que tenha me arrependido. Ao contrário, encontrei na docência jurídica algo que me instiga, uma atividade que me impele à inovação, a melhorar sempre.

                Por óbvio que sempre há novos desafios, geralmente acompanhados por novas turmas, por alunos novos, por alterações legislativos, por estudos que se fazem necessários, por tantas variáveis que nunca deixam que se torne (e nem poderia) uma atividade de mera repetição. Igualmente evidente que não dá para agradar sempre e eu jamais tive essa pretensão, ainda que eu procure ser agradável, o que são coisas diferentes.

                De tudo, vejo uma profissão belíssima, mas de extrema importância e responsabilidade. Aquele que ensina não o faz somente no que tange a conteúdos, mas também ao que acompanha esses conteúdos, em valores como ética, por exemplo. Confesso que, assim como qualquer trabalho, às vezes fico cansada, às vezes não tenho a paciência que precisaria ter e, não raramente me policio e me cobro nesse sentido.  O que realmente me tira do sério, entretanto, não é a atividade docente em si, não é o cansaço, não são as provas a corrigir, nada disso...

                O que de fato me exaure é a choradeira. Refiro-me ao chororô que acontece após o resultado das provas, com a publicação das notas. Acho engraçado que alunos que praticamente mais faltaram do que apareceram, mais conversaram ou ficaram ocupados mandando mensagens via celular durante as aulas, são os que aparecem com as histórias mais trágicas e tristes sobre as inúmeras razões pelas quais não podem, não devem e/ou não querem ficar reprovados.

                Há casos em que eu até gostaria de ajudar, casos nos quais eu percebo que houve algo imprevisto, algo sério e, nessas situações, analisando a performance do aluno durante todo o semestre ou todo o ano, sou obrigada a admitir que faço o possível para ajudar, para tentar, de alguma forma, nos limites do legal e do permitido, amenizar o que puder. Acredito em dar chances, acredito em recuperação, acredito nas pessoas, ainda.

                Por outro lado, há casos que me tiram do sério, que me deixam a um milímetro de perguntar se me acham com cara de ingênua ou coisa pior, como quando alunos me procuram para dizer que, “por minha causa” não irão conseguir aquele emprego, aquela promoção, aquelas merecidas férias... Acho isso, além de desrespeitoso, no mínimo curioso. A pessoa não assiste aula, não estuda, não tira nota e a culpa é minha??? Realmente, a cada dia, as pessoas assumem menos os próprios erros, as próprias responsabilidades...

                Minha culpa seria se eu não tivesse dado a aula, se não tivesse me disposto a ajudar quem não estivesse me entendendo, se eu não indicasse onde e como estudar, se eu não cumprisse meu papel de professora.  Agora, depois do próprio fracasso, atribuí-lo a terceiros, seja a mim ou a outrem, isso já é algo que não admito, que não apoio e que não me comove. Assim, sinto muito e doa a quem doer, mas o processo de aprendizagem é uma via de mão dupla e precisa ser levado a sério, não só pelos governantes, pelos professores, mas também pelos alunos. A cada qual, o pedaço, os louros e as dores...

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



publicado por Luso-brasileiro às 18:10
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - O POVO PRECISA SE REBELAR CONTRA A CORRUPÇÃO NO PAÍS, CONSOLIDANDO A VERDADEIRA CIDADANIA.

 

 

                                                          

 

 

 

 

Há quase cinco anos atrás, publicamos um artigo retratando o quadro do nosso país naquela atualidade. Decorrido esse período, a coisa só não continua idêntica, porque aumentaram os desmandos e o desrespeito para com a coisa pública. Tais situações, mais do que nunca, suscitam uma efetiva participação popular na condução dos destinos da Nação. Não só votando, mas também fiscalizando e cobrando posturas coerentes de nossos representantes. Diante da intolerável corrupção que nos assola e com as poucas mas necessárias reações contra ela, a transcrição do mesmo,  atendendo pedidos, mostra-se oportuna e compatível com a realidade.

 

“Diz o ditado popular que ‘quando uma estrutura está rachada, todo o prédio pode ruir’. Parece que este preceito retrata com fidelidade a atual situação de nosso país: a corrupção corre solta, atingindo elevados níveis e minando quase todos os segmentos sociais. E o que é pior: os que têm a força e o poder nas mãos, acabam se acomodando em seus interesses pessoais e impedem quaisquer avanços em favor de uma sociedade mais igualitária e participativa.

As pessoas estão descompromissadas com os valores cristãos, humanos e familiares, sem os quais não se operam as necessárias transformações sociais. A política, que deveria se revelar numa realidade extremamente dinâmica, estacionou-se quase que em barganhas, nos conchavos entre compadres, nos favorecimentos espúrios, na troca de dívidas amorais e em outros aspectos, caracterizados pela baixeza e total falta de ética. Os reclamos coletivos só são atendidos se renderem dividendos políticos, o que frustra necessárias ações de longo prazo, todas de infra-estrutura capazes de alterar a estagnação nos campos da saúde e educação.

Para o Direito, a vida do ser humano deve estar acima de tudo. Mas inúmeras situações demonstram que o egoísmo prevalece e a insensibilidade faz parte do cotidiano de muitas pessoas, relegando a humanização da convivência a um segundo plano. A violência parece um problema insolúvel, já que não se ataca o mal pela raiz e a impunidade reina triunfante nas brechas jurídicas e na força do Poder Econômico.

Por isso, precisamos acompanhar de perto os trabalhos de nossos parlamentares e governantes, pressionando-os mediante manifestações e apoiando-os em seus avanços. A participação possibilita atentarmos aos achegos do jogo político, evitando abusos e fiscalizando o que é feito com as coisas públicas. Mais do que nunca, temos que batalhar por uma sociedade justa e fraterna, ainda que tal tarefa seja constantemente dificultada por inúmeras circunstâncias. No entanto, é preferível pecar pela ação, que pela omissão.

Além do mais, temos que ter consciência do exercício da cidadania, que consiste na prerrogativa que se concede a brasileiros, mediante preenchimento de certos requisitos legais, de poderem exercer direitos políticos e cumprirem deveres cívicos. “Cidadania, palavra que se deriva de cidade, não indica somente a qualidade daquele  que habita a cidade, mas, mostrando a efetividade dessa residência, o direito político que lhe é conferido, para que possa participar da vida política do país em que reside. É expressão, assim, que identifica a qualidade da pessoa que, estando na posse de plena capacidade civil, também se encontra investida no uso e gozo de seus direitos políticos, que indicam, pois, o gozo dessa cidadania.” (De Plácido e Silva, “Vocabulário Jurídico”, Ed. Forense, 1991)

A tríplice geração dos direitos humanos, graças fundamentalmente à histórica participação da sociedade organizada no processo constituinte, está fortalecida na  Constituição, sendo que os conceitos de dignidade, da pessoa e da autodeterminação dos grupos sociais,  substituíram a anterior concepção de Estado forte, centralizado e repressivo, inspirado na visão militar, fundamentada na Doutrina de Segurança Nacional. No entanto, a busca da plena cidadania requer comportamentos pessoais radicalmente opostos aos de uma cultura submissa, que infelizmente nos acompanha em toda a nossa história.

E nessa trilha, temos que privilegiar as associações que aumentam a capacidade de pressão e reduzem, ao mesmo tempo, os riscos inerentes à luta pelos direitos. “Cidadão é o homem da cidade, e a cidade é a rua, a praça, e isso envolve a comunicação com aqueles que não fazem parte do círculo restrito da família e da vizinhança. Quem fica só dentro de casa, pensa só na família, no seu trabalho, no seu patrimônio, no grupinho de amigos, não exercita a sua cidadania. Em termos religiosos, não exercita plenamente a caridade. Porque o próximo, como Jesus Cristo deixou bem claro, não é apenas aquele que a gente vê” (Plínio de Arruda Sampaio - revista “Família Cristã” – 10/92- p. 42)”.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário, mestre em Direito Processual Civil pela PUCCamp e membro das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:04
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - MATSUNAGA E ELIZE

 

                                                      

 

 

 

 

 

O assassinato e o esquartejamento, em maio, de Marcos Kitano Matsunaga, executivo da Yoki, por sua atual mulher Elize Araújo, com quem tinha uma filha de um ano,  chocou o país.  Ele, um homem de posses, que se separou da esposa e da filha pequena para morar e, posteriormente, oficializar seu relacionamento com Elize. Conheceu-a em 2004, em um site na internet de comércio de sexo   Nascida na cidade de Chopinzinho, interior do Paraná, foi criada pela mãe, que trabalhava como empregada doméstica. Aos 18 anos, em Curitiba, a moça fez um curso técnico de enfermagem. Trabalhou em um centro cirúrgico, mas logo se mudou para São Paulo, onde ingressou no submundo da prostituição. Garotas de programa, com certo preparo, que se oferecem a executivos, normalmente são motivadas pelo consumismo que impera em nossa sociedade e exige quantias cada vez mais altas. Em nome do dinheiro muitas pessoas se vendem de inúmeras formas. A corrupção também é uma delas.

Por certo enfastiado de Elize, Matsumaga, cujo patrimônio comprava corpos em anúncios e anúncios de corpos, relacionava-se, atualmente, com outra garota de programa. Comprovada a traição, Elize, com comportamento de psicopata, o destruiu fisicamente. Entendo que, para ela, corpos são desprezíveis.

Recordo-me de Cérbero (demônio do poço) da mitologia grega. Era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e cobras cuspidoras de fogo, ao redor do pescoço,  que guardava a entrada do Hades, reino subterrâneo dos mortos, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. Quando alguém chegava, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia, tornando-se um cão feroz e temido. As enormes bocarras eram guarnecidas de dentes afiados e cruéis.

Constato que no poço do interior de cada um existe um “Cérbero” que se agiganta ou enfraquece de acordo com o alimento que recebe. Cada situação pode gerar, fazer nascer ou crescer um monstro, desde que o sustente com ira, ódio, medo, mentiras, soberba, poder, ambição desmedida... Embora considere que Elize possui algum tipo de psicopatia, suponho que o comportamento que carece de valores dignos e de limites permite que o Cérbero ganhe força e domine o ser humano. Tornou-se refém de si mesma, com poucas chances de retornar de Hades, ainda que seu tempo de cárcere, no plano de Deus, possa se tornar tempo de redenção.

Quanto a Matsunaga, transformou-se em presa fácil e frágil da falta de domínio sobre seus instintos, que pediam novas carnes e o distanciavam da renúncia pela fidelidade a um amor pleno.

Lamento por ele. Lamento por Elize que buscou independência em um site de prostituição e se prendeu às grades do cárcere de seu eu. Lamento pela família dos dois. Lamento pela história que as filhas dele terão acesso, história de tragédia pela ausência de um ideal maior.

 

 

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

Coordenadora da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala, Jundiaí

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:01
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