PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 10 de Setembro de 2012
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - QUANDO ENTRAR SETEMBRO

 

 

 

 

 

 

 

 

            Em alguns quesitos da vida, penso que não vale a pena ficar no meio termo. Para certas coisas, precisamos ser quentes ou frios, pois o meio do caminho, de alguns modos, também significa lugar nenhum. Já para outras coisas, a temperança me cativa.

            Tenho, portanto, com o clima, um amor pelo meio, por um ser que não é, por um tempo que não se mostra todo e só em metades. Minhas estações preferidas, o outono e a primavera, são repletos de ser e de não ser. Representam a pausa e a renovação. É a queda das folhas e a chegada das flores. É um meio que também é começo e fim.

            Nessas duas estações do ano, sempre fico embevecida com os tapetes de folhas que se deitam ao chão, cobrindo de cores dormentes a terra que espera para despertar, bem como com o colorido das flores que explodem em meio ao verde novo.

            Ao mesmo tempo, em que pese tudo isso, a temperatura é amena e o vento passeia como um ilustre convidado que em breve se despedirá. É um misto de timidez, de luxúria e de orgulho, que a natureza parece desfilar, soberana. Mesmo onde o verde se faz improvável, a primavera dá um jeito de evoluir na passarela, mesmo que em um só pé.

            De algum modo, gosto de pensar que eu também adormeço no outono, deixo cair minhas folhas velhas, para, na primavera, apresentar, em botão, aquilo que me desejo em flor. Gosto de pensar que as estações também me guiam, regem meu ciclo de vida e de alma, transformando-me como transforma, todos os anos, o mundo todo...

            Parece-me que o outono e a primavera trazem consigo, de forma mista e invertida, um pouco do verão e do inverno. Cada qual a seu modo, mistura os irmãos mais fortes e igualmente ganham força com isso, mas naquilo que formam no todo e não pelas partes que os compõem...

            Quando entra setembro, e a primavera se faz anunciar, alguma espécie de primavera também se faz em meu coração. Floresço com cada flor de meu pequeno jardim e fico esperando pelas abelhas que se farão chegar. Se é fato que a natureza não teria equilíbrio sem primaveras, é também verdade que não dá para ser feliz sem alguma espécie de primavera no coração.

            Nossa vida também é feita de altos e baixos, de esperas e de chegadas, de partidas e de inícios. Estamos sempre em movimento, ainda que nos imaginemos parados, assim como para cada folha que cai há outra se preparando para nascer e ocupar sem papel. Mesmo as flores, em todo seu esplendor, são temporárias, frágeis, mas carregam em si a promessa dos frutos e das sementes.

            Talvez, porém, não saibamos, como o sabem as plantas, que o tempo de nascer e o temo de morrer sejam tão apenas fase de uma mesma existência...

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA -Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



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FELIPE AQUINO - ACEITE-SE PARA SER FELIZ

 

 

 

 

 

 

 

 

Cada um é importante neste mundo de Deus

 

 

 

Cada um de nós é um ser em construção; todos temos defeitos e qualidades, e os nossos limites não podem fazer com que deixemos de nos amar e valorizar. É uma grande sabedoria saber aceitar-se a si mesmo; quem não se aceita é porque carrega um refinado e escondido orgulho; e isto não deixa você ver o seu valor. Todos nós nascermos com a capacidade de vencer e de ser feliz.  Quem não se aceita acaba se tornando rancoroso contra si mesmo, contra os outros, contra a vida e até contra Deus… e isto o leva à revolta, à  auto-piedade e à depressão.

Pare de sonhar, pegue o material que você tem e comece a construir a sua casa, do jeito que for possível. É melhor você morar num casebre do que ficar ao relento sonhando com um castelo. Ninguém é perfeito; por isso, todos precisam se aceitar.  Não estou dizendo para você negar os seus limites; isto seria perigoso, pois não os elimina. Olhe-os com coragem, de frente, sem exagerá-los nem diminuí-los, e mude o que for possível. O que não pode ser mudado, aceite e ofereça a Deus. Você não é menos amado por Ele por causa dos seus limites. A partir desta aceitação, toda a sua pobreza pode começar a se transformar em imensa riqueza. Comece agora a ver as suas qualidades; você as tem. Ser humilde é reconhecer a verdade sobre si mesmo.

Aceite-se também diante dos outros; não se sinta pequeno ou invejoso porque o seu colega tira notas melhores do que você, ou porque ele se destaca e você não. Não deixe a inveja aninhar-se no seu coração; lance-a fora, é um veneno. Seja o que você é diante dos outros; não finja ser outra pessoa, e não fique paralisado diante dele por um complexo de inferioridade.   A melhor maneira de impressionar alguém é ser autêntico e espontâneo diante dele. A personalidade é para o homem o que o perfume é para a flor, o que a luz e calor são para o sol. Uma engrenagem pequena não é menos importante do que uma engrenagem grande num jogo de engrenagens. Um tijolinho que falte em uma construção deixa um buraco na casa. Cada um é importante neste mundo de Deus.

Não fique imitando a vida dos outros; você é rico porque é único no universo; não esqueça isso. O Pai lhe deu uma vida sob medida, e única, irrepetível; viva-a, desenvolva-a.    Se você se aceitar, os outros te aceitarão também. Não queira parecer o que você não é. Não tenha medo ou vergonha de ser você mesmo; e seja honesto em dizer: “eu não entendi isto”, “eu não sei fazer aquilo”, etc… e você ajudará os outros.  Saiba de uma coisa: os homens têm necessidade de ver pessoas que reconhecem os seus limites, para que tenham coragem de reconhecer também os seus. É nobre saber dizer: “eu não compreendo isto…”, “por favor, me ensine isto!” Enfim, os outros precisam de você como você é, como Deus o fez. Você é um exemplar único na História da Humanidade.  Todos nós somos limitados, mas isto nos ajuda a aprender a precisar uns dos outros. Assim aprendemos a amar, pois damos o que temos e receberemos o que nos falta, e todos crescemos juntos. Não é bonito isto? Chegar à perfeição é chegar a ser plenamente aquilo que Deus quer que você seja, e não os outros. Deus deu uma vida para cada um, para que cada um cultive a sua e respeite a do outro.

Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem? Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você tem, e tudo o que recebeu gratuitamente Dele. Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… e diga muito obrigado Senhor! Pense nos teus olhos que enxergam longe, teus ouvidos que ouvem o cantar dos pássaros, e diga obrigado Senhor!

Olhe para a beleza e vigor da sua juventude, e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda dádiva boa. A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai. Você recebeu uma grande herança: sua inteligência, sua memória, consciência, liberdade, capacidade de amar, de cantar de sorrir e de chorar, e muitos outros talentos que Deus espera que você faça crescer para o seu bem e o dos outros.

Mas a primeira coisa para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente. Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidades; e isto te tornará vitima de seus sentimentos. São Paulo disse que somos como que “vasos de barro”, mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. 1Cor4, 7).

Eu não estou dizendo que você deve se esconder dos seus problemas, ou fazer de conta que eles não existem, não é isto. Reconheça-os e aceite-os; e, com  fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem  ficar derrotado e lamuriando a própria sorte. Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas. Não tenha medo dos problemas, eles existem para serem resolvidos. Todo problema tem solução, quando um deles não tem solução, então, deixa de ser problema. É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera.

Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas. Deus quer que você seja um aliado dele, um cooperador Seu, na obra da construção do mundo. Ele não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos seus colaboradores nesta bela obra. É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isto não é ser menor ou menos importante; é ser real. Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus.”

Certa vez iam por uma estrada um velho, um menino e um burro. O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal. Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer: “Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!” Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho lá em cima, e continuaram a viagem. Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer: “Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!”  Então, eles pararam e começaram a pensar no que fazer: O velho disse ao menino: Só nos resta uma alternativa: irmos a pé carregando o burro nos nossos braços!…” Moral da estória: é impossível agradar a todos!   Se eu não me aceitar como sou, jamais saberei amar os outros como eles são; estarei sempre desejando conviver com pessoas sem defeitos; e isto não existe. Saiba reconhecer e aceitar os erros; um erro reconhecido com simplicidade é uma vitória ganha.

 

 

 

FELIPE AQUINO   -   Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

Prof. Felipe Aquino



publicado por Luso-brasileiro às 11:06
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - MANIPULAÇÃO DE NOTÍCIAS OU A INFLUENCIA DA TV

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda que o neguem, afirmando serem independentes, os meios de comunicação, além de informarem, formam a mentalidade dos leitores e ouvintes.

 

O modo como são redigidas as notícias ou como as “ cozinham”, os pareceres dos redactores e cronistas, e até os títulos, influenciam no jeito de pensar dos leitores, mormente os mais assíduos.

 

O actor João Reis, em entrevista concedida a “ Notícias TV” (29.06.12), assevera, igualmente, isso: “ Se quiserem, as televisões conseguem manipular as pessoas. Aliás, basta ver, às vezes, o alinhamento dos noticiários para ver que manipulam.”

 

Poderosos grupos económicos guerreiam-se para adquirirem órgãos de maior audiência, e partidos políticos esforçam-se para assenhoreiam-se de “títulos” ou conquistarem a simpatia de empresas jornalísticas.

 

Político que crie laços de amizade com jornalistas, homens de letras ou grupos importantes de comunicação, têm a actividade facilitada, e pode, se o desejar, manipular notícias ou evitar que sejam publicadas.

 

A TV, como órgão de informação por excelência, é entre a mass-media, a que maior influência exerce no comportamento dos cidadãos.

 

A socióloga Helena Vilaça, em entrevista concedida a Joana de Belém, publicada no “Diário de Notícias” de 24/08/12, lembra, que: “ No Brasil houve um fenómeno muito interessante: os últimos censos dão conta de um aumento de conversões ao Islão e os estudos indicam que estão relacionados com uma telenovela que passava uma imagem positiva do Islão, o que contribuiu para que houvesse mais conversões”.

 

Em poucos anos, a TV, pode alterar hábitos, modos de pensar e até subtilmente influenciar resultados eleitorais.

 

Como se sabe, a maioria da população não pensa, repete o que ouve ou insinuam, pela telenovela, mesas redondas, noticiários e blogues.

 

A publicidade conhece perfeitamente esse extraordinário poder, vendendo produtos, lançando figuras públicas ou ideias, com sucesso, em escassos meses.

 

Nem a literatura escapa. Cai bem aqui o que li sobre livro de Mário Sá Carneiro, julgo ser “ Confissão de Lúcio”.

 

Lamentava-se o editor de não conseguir vender. Mário Sá Carneiro manda retirar os volumes do mercado. Pede a amigos que escrevam palavras elogiosas. Imprime páginas extras, com essas “críticas”, e cinta os livros, indicando que é segunda edição. A obra esgotou-se em poucas semanas.

 

Por isso se vê muita coisa, que não vale um chavo, ser best-seller, e obras dignas de serem lidas e relidas, como monos nas estantes dos livreiros, enodoadas de humidade e empoeiradas pelo tempo.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 10:59
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JOÃO BOSCO LEAL - A RESSACA AMOROSA

                                        

 

 

O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo”.

 

Lendo o pensamento do Duque François La Rochefoucauld, que viveu em Paris de 1613 a 1680, pensei em como todos demoramos a aprender essa regra simples – válida para o amor, as amizades e todo tipo de relacionamento -, e de como, apesar da farta literatura existente a esse respeito, dos infindáveis conselhos e sugestões que se ouve desde essa época, ela raramente é absorvida de modo a se tornar uma prática comum.

Essa necessidade também está presente em qualquer outro tipo de relacionamento, inclusive os comerciais, e como diz um velho ditado: “quem não é visto ou ouvido, não é lembrado”.

Todos sabem que são os pequenos detalhes que mantém acesas as chamas da amizade, mas mesmo assim raramente nos lembramos de telefonar para aquele amigo de anos e que há muito não vemos, simplesmente para cumprimentá-lo pelo aniversário, saber como está sua família e coisas assim.

O atual nível de automação do sistema bancário brasileiro é um exemplo, pois com a necessidade cada vez menor do cliente se dirigir à sua agência, seu relacionamento com os funcionários deste diminuem ou até acabam e com a rotatividade de seus quadros normalmente promovida pelos mesmos, quando necessitar de algo já não conhecerá ninguém dos que lá trabalham.

Mesmo que ao telefone, é muito importante o contato frequente, inclusive com os filhos adultos – que já se casaram e agora com sua própria família residem em outra casa -, dos quais também iremos afastando, se não o fizermos.

Nos relacionamentos amorosos essas necessidades são ainda maiores porque além de frequentemente nutrir a relação com gestos e palavras de carinho, existem outras que precisam ser supridas, como a geração, criação e educação dos filhos, instinto natural da preservação da espécie.

Com a maturidade, quando já se buscam outros valores além da beleza física e já não se pretende mais ter filhos, aumentam as possibilidades de se encontrar e viver um amor diferente, mais profundo, onde as exigências mais importantes serão a amizade, a cumplicidade e principalmente o companheirismo.

Nessa fase, quando já percebemos a necessidade da alimentação dos relacionamentos, passamos a fazê-lo, mas certamente também queremos ver essas atitudes correspondidas, o que nem sempre ocorre, principalmente porque seu parceiro pode ainda não haver adquirido essa compreensão.

Outra coisa que pode atrapalhar esse tipo de relacionamento são as interferências externas, normalmente provenientes daqueles cuja visão não alcança a profundidade de um amor mais maduro e a não percepção, por essa parte, de que aqueles que estão interferindo não serão seus companheiros na solidão da velhice.

Normalmente os filhos e netos de um adulto separado, divorciado ou viúvo, deixam de pensar que em muito poucos anos estarão distantes, cuidando de sua própria vida e, com suas interferências irresponsáveis ou egoístas, talvez acabem com a possibilidade de um de seus pais possuírem, ao seu lado, uma amizade, cumplicidade e companhia, que é o que realmente importará em sua velhice.

Isso normalmente é muito dolorido para aquele que não teve correspondido o que doou, ou que percebeu as interferências externas sobre seu par que provocaram o rompimento, mas como todas as outras, a ressaca dolorosa também passa e, depois de algum tempo, ele estará pronto e deve realizar uma nova tentativa, pois envelhecer só deve ser muito triste, sendo, portanto, a pior escolha.

Nenhum amor é grande o suficiente para sobreviver sem demonstrações efetivas daquilo que se diz.

 

 

 

JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:53
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - APOSTAS E CONSELHOS

 

                                

                                     

 

 

 

 

 

Um dia, Jesus foi tentado pelo demônio (Mc 1,12-15) e resistiu, porque sabia que não podia se desviar do caminho santo. E Ele permitiu que o demônio o tentasse para nos mostrar que ninguém passará por este mundo sem ser provado; porém, o pior de tudo é sabermos que a tentação sempre tem aparência de coisa boa: a Cristo, o diabo prometeu fazê-lo dono do mundo; a nós, promete o inferno!

Você, ouvinte da Rádio Futura FM, pode agora estar questionando: ‘O inferno é coisa boa?’. Bem, eu apostaria que muita gente pensa que sim, pois continuam pecando mesmo sabendo o destino que os espera! Na verdade, procuram não pensar no inferno e preferem ‘se deliciar com os pecados do dia-a-dia’: não amando a Deus e aos irmãos; pecando contra a castidade; desonrando pai e mãe; desrespeitando os dias santos; matando; levantando falsos testemunhos; cometendo adultérios; roubando; cobiçando as coisas do próximo... e maldades piores.

Parece ter muitas ‘coisas boas’ nestes pecados? Dou graças a Deus se você disse ‘não’, porque aposto que todos nós já levantamos falsos testemunhos, ou tivemos um pouco de inveja da riqueza, ou enfrentamos os nossos pais... concorda? O importante, hoje, é termos confessado e vencido as tentações – para ganharmos o Céu.

Jesus se defendeu do demônio no deserto usando a própria Palavra de Deus, portanto, também temos que usar dessa Força para nos prevenir. Da mesma forma que Cristo fez jejum, rezou muito e louvou o Pai, precisamos confiar nas graças que alcançaremos se formos mais obedientes e menos auto-suficientes. Aposto também que as ocasiões de pecado poderão, assim, ser evitadas.

E como todo bom conselho é bem-vindo na vida de qualquer pecador, que tal este:

Sempre que desejar a proteção de Deus, não peça somente para si, mas pense nos seus semelhantes. Concentre-se e diga com fé:

‘Jesus Cristo, que veio ao mundo para nos trazer vida nova, sabemos que os pobres são o nosso caminho mais curto de salvação... sabemos que a vossa Mãe nunca nos deixa órfãos nas aflições... e sabemos que a Páscoa do cristão é todo dia! Vós que fostes tentado e vencestes a morte, não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém!’.

Aposto em momentos felizes a todos que seguirem este conselho.

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:47
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EUCLIDES CAVACO - UNIVERSIDADE DA VIDA
 
                                   
 
 
Olá amigos especiais
UNIVERSIDADE DA VIDA É o poema formatado que vos ofereço esta semana que procura dar atenção mais peculiar e fazer justiça ao conhecimento empírico do nosso Povo. Veja o poema aqui neste link: http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Universidade_da_Vida/index.htm
Cordiais saudações Euclides Cavaco
cavaco@sympatico.ca
 
 
EUCLIDES CAVACO   -   Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá
 
 
 
ACABA DE SAIR O NUMERO DE OUTUBRO DO "FRI-LUSO", PUBLICAÇÂO AO SERVIÇO DA COMUNIDADE PORTUGUESA NA SUIÇA.
 
                                   
          http://friluso.no.sapo.pt
 
 
     
 
 
 
 
                              ASSOCIAÇÃO “MARIA DE MAGDALA”

C.G.C 01217945/0001-22

Declarada de Utilidade Pública – Lei 4.906/96

Rua Senador Fonseca, 517 – Fone (011) 4522-4970

13201-789 – JUNDIAÍ-SP

http://associacaomagdala.wordpress.com 

 

 

 

     1.             Nos próximos dias 12 e 13 de setembro (quinta e sexta-feira), realizaremos o Bazar de Seminovos (roupas e sapatos), das 8h00 às 16h30, com o custo de R$ 2,00 por peça, na sede da entidade.

 

2.                O Almoço Beneficente, realizado no dia 22 de julho, no salão paroquial da Catedral Nossa Senhora do Desterro, tendo como prato principal Puchero, teve como resultado R$ 3.765,00.

 

3.                  Com a estrutura dada à nossa cozinha semi-industrial, através de equipamentos adquiridos a partir de recurso financeiro de Emenda Parlamentar, em 2010, do inesquecível Deputado Ary Fossen,  e com a implantação dos equipamentos com o valor do almoço beneficente, a partir de 17 de setembro, a Magdala passa a fornecer marmitex, no valor de R$ 8,00 (tamanho normal – nº 8) e R$ 6,00 (mini –nº 7). O lucro será partilhado dentre as integrantes da cozinha.

 

Cardápio:

2ª. – Arroz, feijão, carne de panela com batata.

3ª. – Arroz, feijão, frango ao molho, batata frita.

4ª. – Arroz, feijão, linguiça frita acebolada, couve refogada.

5ª. – Arroz, feijão, macarrão ao sugo, frango assado (coxa e sobrecoxa).

6ª. – Arroz, feijão, almôndega e purê de batata.

Obs.: Para todos os dias há a opção de: bife bovino ou peito de frango grelhado ou frito ou ovo frito.

 

 

 

 

 

JÁ SAIU O NÚMERO DE SETEMBRO DO:  "JORNAL POVO DE PORTUGAL!

 

 

     

 

                                                                           www.jornalpovodeportugal.eu

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:36
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Quarta-feira, 5 de Setembro de 2012
VALDEREZ DE MELLO - A PENA DE MORTE NÃO EXISTE ?

 

 

                                               

 

 

 

 

 

 

       

 

Discursos oníricos em nome da falsa democracia apregoam ser indispensável oferecer nova chance aos criminosos, reeducar os delinquentes e ter compaixão dos assassinos. Isto posto, torna-se notório o divisor de águas sobre a pena de morte por parte dos doutores no assunto. Enquanto o Estado despende fortunas em projetos sociais para a utópica reintegração de facínoras na sociedade, centenas de crianças morrem de inanição e o cidadão brasileiro cumpridor de seus deveres passa frio, fome e sede.

 

E no valsar do tempo, discute-se a proibição da pena de morte com  aval de credos  que alegam tratar-se de pecado mortal, pois somente a mão de Deus pode ceifar vidas.

 

Porém, a realidade dos fatos registra a existência escancarada da pena de morte praticada diariamente sem dó nem  piedade. Famílias destruídas, crianças esganadas, jovens assassinados brutalmente, enfermos abandonados pelos corredores dos hospitais sem assistência, motoristas sanguinários sem punição. Portanto, a pena de morte existe e se mostra deveras utilizada, enquanto a justiça com os olhos vendados se deixa guiar pelas mãos de leis paternalistas a estimular a carnificina humana por entre as dobras da vergonhosa impunidade. Confusa, a população vive em pleno luto social,  assistindo o macabro cirandar da hipocrisia e o constante tergiversar sobre direitos humanos.

 

Perdoar assassinos, menores atrevidos e reincidentes, permitir a banalização do crime e marcar com ferro em brasa a alma e o coração de milhares de pessoas que carregam a dor da tristeza e o peso da saudade de entes queridos, certamente não é o comportamento aprovado por Deus. Diuturnamente podemos sentir o bafo quente da pena de morte, percorrendo praças,  alinhavando ruas,  invadindo casas,  espreitando parques, frequentando restaurantes, entremeando o trânsito, invadindo escolas. Porém, os guardiões do pecado da omissão preferem não enxergar a tenebrosa realidade que acampa a sociedade. Enquanto isso, inocentes recebem a pena de morte, não pelas mãos de Deus, mas pela justiça dos  fora da lei.

 

Ao mesmo tempo que incautos discutem o  direito de viver dos facínoras, o pecado mortal e o arder no fogo do inferno, os puros e mansos de coração são sepultados, famílias pranteiam seus mortos e a insegurança acampa a nação. O direito de viver dos humanos deveria a todos agasalhar, não somente os infratores. Imperativo avaliar a penalidade para praticantes de crimes hediondos que transformam cidadãos do bem em míseros reféns  do medo! Pena de morte não existe?

 

 

 

Valderez de Mello, poeta, escritora, advogada, pedagoga e psicopedagoga. Autora do livro Lágrimas Brasileiras e Trama e Urdidura.

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:22
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - 08 DE SETEMBRO - DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

Comemora-se a oito de setembro, sábado próximo, o Dia Internacional da Alfbatetização, criado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e  Cultura), cuja luta prioritária, é a educação para todos. Trata-se de uma data de suma relevância, já que há milhões de iletrados no mundo, que precisam ler e escrever, para o resgate da cidadania e da auto-estima. Com efeito, um dos pontos altos da Declaração de Hamburgo sobre educação de adultos, em 1997, foi o reconhecimento de que a educação permanente não constitui apenas um direito de todas as pessoas, mas é uma das chaves para as aspirações de cidadania do século 21.

 

           De acordo com Koichiro Matsubana, economista, diplomata japonês e membro da Unesco, "milhões de indivíduos, particularmente mulheres, não têm acesso ao direito básico da educação. Há também muitos outros que, como resultado da degradação da posição econômica e social, estão perdendo o controle até dos conceitos básicos que já tinham adquirido e encontram-se diante do analfabetismo funcional. A pobreza e a  exclusão são as principais responsáveis por isso. Elas fazem lembrar que o desenvolvimento econômico não assegura necessariamente o desenvolvimento social”.(08/07/2000 - "Folha de São Paulo" - pág. 03).

 

          Efetivamente, alfabetizar é um processo que se desenvolve ao longo de anos e está longe de se resumir a sentar o aluno num banco escolar, para aprender a escrever o próprio nome e ler um bilhete simples, critério há muito utilizado para avaliar o  aprendizado de jovens e adultos sem domínio de leitura e escrita. Associar o desenvolvimento educacional ao desenvolvimento social é fundamental para que se obtenham resultados positivos verdadeiros no processo de alfabetização, principalmente no caso daqueles que perderam a chance de passar pela escolarização regular.

 

              Invoquemos novamente Koichiro Matsubara: "A Unesco coloca  a alfabetização no topo de sai lista de prioridades. Somente a mobilização de toda a comunidade internacional poderá fazer  face  a  esse desafio. Gostaria de homenagear, neste dia muito especial, todo aqueles que, dia após dia, dedicam-se, freqüentemente como voluntários e em condições particularmente difíceis, a esse nobre e generoso combate."

 

             De acordo com Jorge Werthein, sociólogo argentino e doutor em educação pela Universidade de Stanford, os desafios deste milênio, sobretudo os que se referem à urgente necessidade de reduzir a miséria e a exclusão social, “requer a instauração de um sistema permanente de educação de adultos, para erradicar o analfabetismo e assegurar, ao longo da vida, condições de aquisição e renovação dos conhecimentos básicos indispensáveis” e conclui que “a educação de adultos deve seguir um caminho que leve em conta as experiências do homem adulto, que valorize e reconheça seus aprendizados tácitos. Não se trata só de mudar a linguagem ou dar aos conteúdos uma sequência diferente, mas, antes, de encontrar novos estilos de ação, que associem o trabalho aos problemas sociais e políticos da vida cotidiana dos adultos” (Folha de São Paulo – 1.3 – 07 de junho de 1998 – artigo “Educação de Adultos e Democracia”).

 

            Muitos estudiosos já destacaram que diante do quadro de desigualdades sociais no mundo, a educação, também de adultos, sobressai como estratégia insubstituível para proteger direitos humanos e combater a pobreza, requisitos fundamentais da construção democrática. Num momento em que desenvolvimento é sinônimo de conhecimento, em que se produz uma admirável revolução no campo das comunicações, é intolerável que tantos brasileiros continuem a ter seu acesso barrado ao mundo da cultura e da informação, apesar dos significativos avanços nos últimos tempos. Por isso não deve ser descurado o combate ao analfabetismo e quando o Estado não propicia condições para tanto, evidentemente que o voluntariado se faz cada vez mais necessário, já que o setor privado, preenchendo uma lacuna deixada pelo Poder Público, beneficiar-se-á das conquistas neste campo. No Brasil, felizmente há um grande número de grupos que atuam nesta área.

 

      A Constituição Federal dispõe em seu art. 3º, incisos I a III, que "constituem objetivos  fundamentais da República Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a  marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de desanimação". Para que alcancemos  tão nobres e importantes propósitos, a Educação se mostra como fator manifestamente preponderante, razão pela qual a alfabetização é uma ferramenta de extrema utilidade, a ser permanentemente utilizada e aperfeiçoada.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário, mestre em Direito Processual Civil pela PUCCamp e membro das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:05
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RENATA IACOVINO - MEDO DO MEDO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi numa dessas trocas de e-mail entre o pessoal da Confraria Japi de Haicai, que Lena – uma haijin de versos bem humorados, mas que também costuma lançar algumas pitadas filosóficas vez ou outra – chamou atenção para o que seja, talvez, o maior dos medos.

O tema da vez era “trovão” e, claro, a palavra “medo” surgiu logo nas primeiras elucubrações do grupo.

Luiz Vicente foi quem apresentou o primeiro haicai, já trazendo o medo: “Trovão e relâmpagos./Noite escura, cães uivando./Conheci o medo.”.

E cada um foi dizendo – aí então na prosa trocada por e-mails – do que mais tinha medo.

E eu, agora, penso um pouquinho mais a respeito... Medo do tempo que passa, medo do que o tempo nos leva, medo do que virá, medo do inesperado, medo do esperado, medo da partida, medo da saudade, medo da solidão, medo da imprecisão, medo da incapacidade, medo da ignorância, medo de saber, medo do outro, medo do silêncio, medo da ausência de respostas, medo da falta de poesia, medo da incompreensão, medo da imensidão do amor, medo... um medo involuntário.

Lena apareceu com o seu haicai: “Raios e os trovões!/Afinal qual o segredo?/Quiçá medo do medo!?”. E foi nos dizendo que achava que muitas vezes o medo que temos pode ser do próprio medo.

Não sei o quanto há de ineditismo nisso, mas o fato é que naquele momento isso me causou impacto. Talvez por eu nunca ter parado para pensar ou aceitar tal possibilidade. Porque se assim for, em tese, é mais fácil de resolver o problema... Será?

Se o medo que temos é do medo, a barreira que temos a ultrapassar é uma só? Todas as situações nas quais esse sentimento se manifesta, ele na verdade não está lá, não existe ali. Mas é criado por nós, por algum motivo.

Mas se o medo é involuntário, como poderemos nos educar para deixar de ter medo do medo?

Eu, por exemplo, percebi que tenho medo dos meus defeitos. Pelo que eles possam causar de efeitos... E só depois de muito tempo convivendo comigo, é que os venho descobrindo.

E encontrei consolo numa frase de Clarice Lispector, em carta dirigida a uma das irmãs: “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso – nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”

Assim, acho que passo a conviver melhor com eles... com os medos e com os defeitos. Com medos e defeitos.

 

 

 

Renata Iacovino,  escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br / reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br

 

 



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PASTORAL DA MULHER EM JUIZ DE FORA

 

      

                     

 

 

 

 

 

 

 

 

“O que é a argila em suas mãos, assim sois vós nas minhas”, diz o Senhor através do profeta Jeremias (18, 1-6). E São Paulo, na carta aos Filipenses (1, 6), afirma que “Deus dará acabamento à obra iniciada”. Mas quem emprestará suas mãos para que o Criador restaure as suas criaturas?

 

De acordo com o Documento Sinodal, promulgado pelo Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, é preciso se preparar sempre mais para, movidos pelo amor a Deus e aos irmãos e irmãs, de modo especial aos mais sofridos, colocar-nos ao lado deles.

 

Dentre outras atividades do Vicariato Episcopal para o Mundo da Caridade daquela Arquidiocese, no final do mês acontecerá a II Semana da Caridade. Tivemos a chance de, a convite de Dom Gil, antecedê-la no último dia primeiro de setembro, com o Seminário “Das Trevas à Luz”. Refletimos sobre a realidade dos excluídos, principalmente das mulheres e homens dos cárceres, das prostituídas, da sociedade atual e seus desvios e a superação à luz da Palavra de Deus. A principal proposta de Dom Gil, no Seminário, foi a implantação da Pastoral da Mulher em caminhada de parceria com a Pastoral Carcerária, que já existe na Arquidiocese. E aconteceu. Ao final, surgiu a primeira equipe, formada por Dalva (médica legista), Rosimeire (fisioterapeuta), Cristiane (assistente social) e Hellen (missionária).

 

Participaram do Seminário, sob a coordenação de Dom Gil, padres, diáconos, seminaristas e leigos.

 

Em uma oficina de modelagem em argila, após a proclamação da leitura do Profeta Jeremias (18, 1-6) a respeito do trato do oleiro em suas peças e, ainda, a partir da Carta de São Paulo aos Filipenses (1, 3-11), sobre Deus burilar Sua obra, os grupos concluíram que realmente a mão de Deus transforma e amolda as pessoas. Às vezes como pilão, que tritura para dar sabor. Nos questionamentos sobre o que é a porta estreita (Lucas 13, 22-30) aos agentes, à sociedade e aos excluídos, ficou claro que é possível resgatar a dignidade humana, na perseverança e no compromisso efetivo, rompendo o preconceito e se libertando dos medos de perseguição e de riscos, embora não seja fácil descer à própria miséria e à dos outros. Aos que foram destruídos por sua história e posicionamentos, os grupos consideram que lhes falta, em algumas situações, a vontade individual e concreta de: ser restabelecido, assumir os erros, se reconhecer com direito à dignidade de filhos e filhas de Deus. Essencial, disseram, romper os véus para distinguir o Deus presente e recobrar a inocência, quebrando o círculo vicioso, que condena e destrói. Mas não se pode ignorar que, no meio onde vivem, o acolhimento - começo de tudo - é falho. Não se pode, igualmente, desconhecer os valores distorcidos da sociedade, a influência nefasta de determinados programas televisivos, a ausência de formação espiritual e o preparo profissional inadequado. A porta estreita é, segundo um dos grupos, um caminho, dentre inúmeras mortes, que leva à vida.

 

Alegria imensa para nós (mamãe, Rose Ormenesi e eu) o convívio fraterno com Dom Gil e sua irmã Miralice, com os Padres José de Anchieta e José Maria, com os seminaristas que saúdo na pessoa dos Wellingtons, com os diáconos e leigos, que demonstraram o interesse e a seriedade com que tratam o que é do Reino de Deus. Alegria imensa por participarmos, em Juiz de Fora, desse momento que fala de uma nova época para mulheres aprisionadas ao comércio do sexo: as algemas serão abertas e experimentarão, como Maria Madalena, a presença do Cristo ressuscitado.

 

Louvado seja Deus por Seu Amor que chega a todas as criaturas!

 

 

 

 

Maria Cristina Castilho de Andrade

Coordenadora da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala, Jundiaí

 



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - AMOR DE SEXTA-FEIRA

 

 

 

 

 

 

 

            Eu acho até engraçado, mas comungo da sensação de que as sextas-feiras são os melhores dias da semana. Creio até, pelo que vejo nas mídias sociais, que a maior parte das pessoas pense dessa forma.

            Não creio que seja porque as sextas sejam efetivamente melhores em termos absolutos. Aliás, algumas delas, na vida de que qualquer pessoa, são bem pesadas, repletas de momentos difíceis, de chateações e de trabalho em excesso.

            Em geral, é a ideia da sexta-feira que agrada. Precede o fim de semana e, para muita gente, além de ser um prenúncio dele, é também o seu início. Quando vai chegando o final da tarde, para quem não trabalha ou estuda na sexta à noite, ou até mesmo para esses, o corpo começa a relaxar, a mente a se desligar das ocupações, das “pré-ocupações” e já se iniciam alguns preparativos para o descanso merecido.

            Para constatar isso basta passar pelos barzinhos no fim de tarde da sexta e ver a alegria das mesas de estudantes, de amigos, de gravatas afrouxadas, de gente rindo a valer, entre petiscos, paqueras, papo jogado fora sem remorso. A aparência é de uma tarde que nunca vai virar noite e de uma noite que nunca vai virar dia. É quase como uma licença para deixar de ser um monte de coisas e ser um pouco mais do que se é ou do que se gostaria de ser...

            Ordinariamente, na sexta-feira, as pessoas fazem planos para o sábado, como um cinema entre amigos, uma balada, um churrasquinho entre amigos e família, uma caminhada, uma pedalada, uma dormida de horas a fio na frente da televisão e mais mil possibilidades que os sábados parecem destinados a oferecer.

            Às vezes os sábados servem para arrumar armários, para fazer compras, para ajeitar a vida, mas, ainda assim, penso, os sábados tem um gosto especial. O problema é que eles morrem cedo e, ao contrário da sexta, não trazem o embrião de um fim de semana, eis que guardam em si o domingo.

            O domingo é outro dia engraçado. Quase todos o amam até o meio dia, até enquanto se almoça tranquilo, enquanto é tempo de passear com os filhos, com os cães, de ficar lendo jornal de pijamas, na ilusão de que, se respirarmos devagar, o dia poderá se tornar mais longo. Basta, porém, pouco piscar os olhos e a estamos diante da expectativa do início de uma nova semana. Costuma ser essa uma hora de certo desespero, pois damos conta de que tudo aquilo que iríamos deixar pronto no fim de semana, ficou esquecido soterrado sob coisas mais legais que nos encontraram pelo caminho.

            Por tudo, é que as sextas-feiras são as namoradinhas da semana. Elas prometem, mas de forma velada, misteriosa, as mil alegrias que poderão ser encontradas mais a frente. Mesmo que não se concretizem, ainda assim a expectativa é arrebatadora, é a preparação que mais anima do que a viagem, o toque que precede o beijo...

            E nem adiante dizer que muitas das melhores coisas da vida acontecem durante a semana e que todos os dias são iguais, porque, ainda assim, a preferência nacional será para as sextas-feiras. No fundo, creio, o que todos desejamos, é a esperança de sermos mais felizes, menos cansados, mais disponíveis para o que de fato gostamos de fazer, mesmo que não nos sustente. Sem esperança, pouco fica. Viva a sexta-feira!!!

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo



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PAULO ROBERTO LABEGALINI - A FELICIDADE EXISTE ?

 

                                              

 

 

 

 

 

 

Eu digo que a felicidade perfeita não existe; aliás, só a experimentaremos no Céu! E sei que esta afirmação pode contrariar a opinião de quem se julga imensamente feliz, mas eu ainda diria que, vivendo muitos momentos de alegria, pensamos ser felizes a toda prova. Será que isso é mesmo verdade?

Leitor, reflita nestas questões: ‘É possível rir da miséria que tira a dignidade de milhões de famílias no mundo? É bom viver num país com mais de 90% de cristãos e ver cerca de 20 milhões de irmãos flagelados? Sabendo que Jesus sofre no pobre desfigurado – Mt 25, 31-45 –, é possível ser feliz sem partilhar o que Ele nos deu?’.

Não é fácil falar sobre isso porque constrange muita gente, mas, felizmente, chegou a hora de pararmos de brincar de fazer caridade. Quem pensa que dando um trocado a um pedinte na porta de casa vai ajudar a resolver os nossos problemas sociais, está tentando enganar a si próprio. E quem vive rindo à toa porque se envolve em tudo o que lhe dá prazer e não tem tempo para Deus, está se afundando cada vez mais nos seus pecados.

Sei que uma dose de felicidade diária também é necessária à nossa caminhada cristã eu sempre me proponho a levar paz e alegria aos corações dos ouvintes, contudo, de vez em quando, preciso enfocar um assunto meio triste para orientar os passos de algumas pessoas e fazê-las conhecer, um dia, a verdadeira felicidade.

Eu também já disse– e continuo dizendo! – que vivo feliz, mas estou consciente que apenas experimento momentos de alegria – quando tenho paz de espírito e estou em comunhão com Deus.

Pois bem, o importante nisso tudo é sabermos que a miséria do nosso vizinho nos afeta profundamente. Precisamos nos comprometer com o combate à fome, porque a falta de alimentos na mesa das famílias causa doenças, retarda o desenvolvimento mental das crianças, gera incapacidade para o trabalho, faz crescer a violência e desestrutura o lar.

A ganância em promover somente a própria felicidade nos afasta de Deus e, para diminuir essa distância, precisamos programar ações comunitárias libertadoras em todos os níveis. A vida deve estar sempre acima dos interesses materiais! Disse Jesus: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Lc 9, 13).

Portanto, vamos fazer tudo o que está ao nosso alcance: cortando gastos desnecessários, educando os nossos filhos para o baixo consumismo, participando de Mutirões de Combate à Fome, rezando e lutando ao lado da Igreja pelos direitos sagrados dos mais humildes, amparando o pobre com alegria... repartindo!

Você tem outras idéias? Com certeza, se quiser, será inspirado pelo Espírito Santo e poderá ajudar a formar novas gerações para o exercício pleno da cidadania!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI



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JAVIER TOVAR - para a AFP - O BRASILEIRO É UM OBCECADO PELO CORPO, MAS ESTÁ CADA VEZ MAIS GORDO - TRADUÇÃO DE FRANCISCO VIANNA

 

 

http://www.elnuevoherald.com/2012/08/30/1289784/brasil-un-pais-obsesionado-con.html#storylink=cpy

 

 

         Mulheres esculturais em biquínis mínimos tomam sol enquanto adonises de sunga jogam futebol e futevôlei de praia: esta imagem clássica do Brasil, um país obcecado com a beleza do corpo, se vê ameaçada pelo sobrepeso, pela obesidade, que afetam a metade da população, com repercussões de saúde pública que preocupam as autoridades sanitárias do país.

 

            Na avenida que bordeja o mar e nas praias do Rio de Janeiro, gordos e flácidos exibem democraticamente seus corpos rotundos num país que nos últimos anos “conseguiu tirar da miséria” 30 milhões de pessoas, e onde a dieta diária tradicional inclui arroz, feijão e carne de porco.

            Mas, de modo crescente, os gordinhos começam a tomar conta do cenário, ofuscando as musas que certa vez inspiraram canções como a popular ‘Garota de Ipanema’. Um relatório do Ministério da Saúde, divulgado em abril, mostrou que a percentagem de pessoas com sobrepeso passou de 42,7 por cento em 2006 para 48,5 por cento em 2011; ao mesmo tempo em que o número de obesos aumentou quase 5 por cento nesse mesmo período e, dos 11,4 por cento, são hoje 15,8 por cento. “Estamos na hora de dar a volta por cima dessa situação para não chegarmos a ser um país como os Estados Unidos da América, onde 35,7 por cento da população é obesa”, disse então o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

            O brasileiro “come mal, poderia comer verduras, legumes, mas não, prefere carboidratos, gorduras, que é mais barato”, disse Solange Gonçalves, uma carioca de 38 anos que pesa 123 kg e está entre os 30 milhões de obesos do país.

            A vida do obeso no Brasil não é fácil, sempre apontado, gozado, e discriminado, e que nunca consegue emprego, relata Solange. “Na rua as pessoas ficam olhando para os obesos com uma expressão ora de desaprovação oura de menosprezo, e não conseguem comprar roupa com facilidade, e, nos ônibus, quase não conseguem se sentar ou passar na catraca onde ficam presos. E ainda, o cobrador, quando os vê, às vezes fazem-nos entrar pela porta de trás de modo a não precisarem passar pela catraca. Ninguém quer sentar ao lado de um obeso, uma situação realmente triste”, descreveu a obesa. Solange vê com inveja as artistas, lindas e esguias, que ocupam todos os dias os espaços na TV.

            São os corpos de fantasia que, por exemplo, tem Suede Junior, um mulato modelo que, na praia de Ipanema, exibe uma tatuagem no seu peitoral onde se lê “Made in Brazil”, para não deixar dúvida sobre a sua origem. “Ir à academia, exercitar-se e cuidar do corpo, é quase um hábito carioca. Não é difícil estar em forma”, comentou, desafiando a condição da metade da população.

            Em julho, depois de 12 anos na lista de espera, Solange conseguiu se submeter sem custo, através da rede de saúde pública, a uma cirurgia bariátrica, um procedimento pelo qual se reduz drasticamente o tamanho do estômago, cuja capacidade passou de 1,2 litros para 30 mililitros. “Estou feliz, pois já perdi 15 kg e me garantiram que posso chegar a perder uns 50 kg no total”, disse a mulher, que, por sua condição é já hipertensa e diabética.

O tratamento cirúrgico bariátrico da obesidade grave o paciente pode perder até 80 por cento do excesso de peso, mas o procedimento é apenas um pequeno passo de um tratamento que, além do cirurgião gastrenterologista, inclui um endocrinologista, um psicólogo, um nutricionista e, mais tarde, um cirurgião plástico, além de, provavelmente se estender pelo resto da vida do paciente.

 

            “O segredo do tratamento é seguir a dieta com rigor. A cirurgia funciona como uma ferramenta para ajudar o paciente, mas se ele não seguir a dieta prescrita pelo nutricionista — voltar a comer doces, refrigerantes, bebidas alcoólicas e gorduras — a tendência é que volte todo o excesso de peso perdido como ocorre com qualquer pessoa que ingere mais energia do que é capaz de utilizar”, explicou o cirurgião Octávio Falcão, especialista em operação de obesos.

            O número de cirurgias bariátricas aumentou 275 por cento no Brasil entre 2003 e 2010, chegando a 60 mil intervenções por ano, conforme os números da AMB (Associação Médica Brasileira).

            A redução gástrica é um procedimento muito caro, mas que hoje é coberto por todos os planos de saúde do país. Mas casos como o de Solange, sem plano de saúde e sem dinheiro, lhes restam esperar pelo SUS, Sistema Único de Saúde, que atende em tese a qualquer brasileiro, mas que, justamente pelo período de espera, fica relegado ao mais pobres e desassistidos.

            Após 10 anos de obesidade, Jederson Edealdo das Dores decidiu se submeter à operação, que dura uns 45 minutos se for por vídeo laparoscopia — técnica privilegiada pela maioria dos médicos particulares — ou seis horas caso seja uma operação “a céu aberto” por via laparoscópica, como ocorreu com Solange, que exibe uma ampla cicatriz na barriga. “Antes eu era flácido, mas uma pessoa normal”, disse cabisbaixo Jederson, que não soube precisar seu peso anterior. “Quero viver diferente, ser saudável, normal”, insistiu.

            A sociedade, enquanto isso, vai se adaptando pouco a pouco às mudanças na balança de seus membros. No ano passado, pela primeira vez na história, a prestigiosa escola de samba do Salgueiro do Rio de Janeiro elegeu como musa Vânia Flor, uma grande bailarina de 27 anos e com 104 kg de peso corporal.

 

Transcrito do:

05/09/12

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