O Papa Paulo VI disse certa vez que a primeira oração do dia deve ser esta: “Vinde Espírito Santo…”
Sem a presença do Espírito Santo em nossa alma, não podemos fazer a vontade de Deus, porque somos todos fracos; por isso, esse pedido tem de ser frequente e desejado. Ele só vem ao coração que o deseja ardentemente, como a terra seca deseja água.
Para ser sempre renovado no Espírito Santo, o cristão precisa antes de tudo de se purificar, porque Ele é Santo e não pode conviver com o pecado assumido, aceito e não combatido. Ele está pronto para ocupar qualquer “vaso”, pequeno, grande, culto, iletrado, pobre ou rico, de ouro ou de plástico, mas Ele não pode ocupar um vaso sujo. O Espírito do Senhor pode conviver conosco na luta contra o pecado – porque Ele é o nosso Santificador – mas Ele não pode ser conivente com o pecado; então, quem deseja ser renovado no Espírito do Senhor, precisa sempre se Confessar, com humildade e sinceridade entregar as suas misérias ao Senhor; lançar na fornalha ardente do Seu Coração Sagrado todas as faltas da natureza humana.
Para ser reinflamado no Espírito e nos seus dons infusos e carismáticos, e preciso “querer fazer a vontade de Deus”. Ele não nos é dado para outra missão a não ser para poder proclamar com a vida: “Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como o Céu!”
É preciso pedir o Espírito Santo continuamente, mas com desejo profundo; Jesus prometeu que o Pai o daria a quem o pedisse. Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem” (Lc 11, 13). Deus estabeleceu uma norma: para receber as suas graças é preciso pedir: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” (Lc 11,9). Quem não pede não recebe. Então, depois de se purificar, é preciso pedir ao Pai o Espírito Santo, e já agradecer, pois Ele virá.
E para manter acesa a chama do Espírito na alma, é preciso “viver no Espírito”, isto é, viver sempre em vigilância e oração, com uma vida de contínua Comunhão e Confissão, caminhando com Nossa Senhora e rezando o seu Rosário e alimentando a alma com a santa Palavra de Deus.
Um velho ditado diz que “môsca não assenta em prato quente”; muitos experimentaram o ardor do Espírito Santo, mas agora estão frios, por que? Porque deixaram a alma esfriar; abandonaram os “exercícios espirituais”, a vida ascética; então, o prato esfriou e as moscas venenosas nele pousaram. O que fazer? Reacender o fogo da alma pela chama do Espírito e espantar as moscas.
Em 1963, o Papa João XXIII, ao abrir o Concílio Vaticano II, pediu a Deus um Novo Pentecostes para a Igreja; e Deus o está concedendo desde então. Ele pediu com ardor:“Repita-se no povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da Ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo Pentecostes, e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de paz”.
É importante meditar no que disse em 1992 o Papa João Paulo II aos líderes da Renovação Carismática em Roma, porque isto mostra a importância do cristão ser hoje renovado no Espírito Santo e inflamado de seus carismas:“A Renovação surgiu nos anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II, e foi um dom particular do Espírito Santo à Igreja. Foi sinal do desejo que muitos católicos tinham de viver, de maneira mais plena, a sua própria dignidade e vocação batismal, como filhos e filhas adotivas do Pai, de conhecer a força redentora de Cristo, nosso Salvador, numa experiência mais intensa de oração pessoal e coletiva, e de seguir o ensinamento das Escrituras mediante a sua leitura, à luz do mesmo Espírito que inspirou o seu autor. Certamente um dos resultados mais importantes desse despertar espiritual foi a aumentada sede de santidade, visível nas vidas das pessoas individualmente e na Igreja inteira… Neste momento da história da Igreja, a Renovação Carismática pode desempenhar um papel significativo na promoção da defesa, extremamente necessária, da vida cristã, nas sociedades em que o secularismo e o materialismo enfraqueceram a capacidade que as pessoas têm de responder ao Espírito e de discernir o chamamento amoroso de Deus. O vosso contributo para a re-evangelização da sociedade será efetuado, em primeiro lugar, mediante o testemunho pessoal do Espírito que habita em nós e mediante a demonstração da Sua presença, com obras de santidade e de solidariedade… Independentemente da forma que a Renovação Carismática assumir – nas orações de grupo, nas comunidades conventuais de vida e de serviço – o sinal da sua fecundidade espiritual será sempre o fortalecimento da comunhão com a Igreja universal e com as Igrejas locais… Ao mesmo tempo o aprofundamento da vossa identidade católica, haurindo da riqueza espiritual da Tradição católica, é uma parte insubstituível do vosso contributo ao diálogo ecumênico autêntico que, alimentado pela graça do Espírito Santo, deve levar à perfeição da “comunhão na unidade, na confissão de uma só fé, na comum celebração do culto divino e na fraterna concórdia da família de Deus” (Unitatis redintegratio, 2).(L’Osservatore Romano, n. 15, 12/4/1992, 4; 184).
A RCC tem uma grande missão hoje na Igreja como afirma o Papa; nesses tempos de secularismo, hedonismo, relativismo religioso e ateísmo, o mundo precisa do testemunho urgente de “novos” cristãos, que combatam com as armas do Espírito os exércitos do Mal.
O frei Raniero Cantalamessa, pregador do Papa há 29 anos, diz que a Renovação Carismática “é uma corrente de graça para toda a Igreja católica.” Ela não é um simples movimento a mais da Igreja; é a própria Igreja em movimento pelo poder do Espírito Santo. Todos os cristãos, de todos os movimentos, precisam ser renovados no Espírito Santo e não deixar que os seus carismas se apaguem em seu coração. Quanto mais cada cristão for repleto do Espírito Santo, tanto mais a Igreja o será, e mais preparada estará para implantar na terra o Reino de Deus, como Jesus pediu ao Pai. Venha a nós o Vosso Reino!
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
Uma gravação revela corrupção e divisão dentro do “bolivarianismo chavezista” na Venezuela.
A chamada ‘Revolução Bolivariana’ está cada vez mais sendo chamada na Venezuela de “robolución”, ou seja, de ‘roubolução’. O regime está imerso numa corrupção galopante, agravado pela inépcia de seus próceres e funcionários e pelas manobras e conspirações internas para propiciar a queda de seu líder substituto de Hugo Chávez, Nicolás Maduro. Há uma sedenta corrida aos cofres do país para um saqueio gigantesco que está a permitir um enriquecimento ilícito, vertiginoso e rápido, da cúpula dirigente, tudo com o beneplácito da inteligência cubana que controla efetivamente o país. Pelo menos é o que revela um personagem do primeiro escalão do regime, Mario Silva, angustiado pela possibilidade de a oposição vir a acabar com a situação de submissão à inteligência de Havana e com o empobrecimento acentuado do povo venezuelano.
Cabello e Maduro, os nuveaux riches do comunismo bolivariano
As revelações de Mario Silva – que é um dos porta-vozes mais visíveis do chavezismo – deixam claras as profundas fissuras existentes entre Maduro e Diosdado Cabello (presidente do Congresso ou Assembleia Nacional), que é considerado uma das maiores ameaças ao processo ‘revolucionário’ comunista por sua alegada ‘avareza e desmedida ambição de poder’. Cabello era quem, segundo a violada Constituição venezuelana, deveria ter assumido a presidência do país para o mandato tampão a que foi guindado Maduro por meio de um golpe apoiado pelas Forças Armadas.
Mario Silva, o comunista entreguista da Venezuela à ditadura cubana, é o pior inimigo interno que o povo venezuelano tem.
Tais declarações de Mario Silva estão contidas numa gravação que foi entregue pela oposição à imprensa e que foram expressas durante uma conversa entre Silva e um agente da inteligência cubana, identificado como Palacios, na qual o dirigente chavezista o advertia sobre o grave perigo enfrentado pelo regime de Maduro diante das manobras de Cabello. Apesar do primeiro nome do agente cubano não ter sido mencionado na gravação, analistas disseram que pode se tratar de Aramis Palacios, um tenente coronel enviado pela ditadura cubana a Caracas para treinar o chavezismo nas tarefas de ‘contrainteligência’.
Na gravação, Mário Silva diz ao seu interlocutor cubano, literalmente, o seguinte: "Eu tenho medo, Palacios. Um medo [...] Que eu diria visceral, emocional, muito aferrado. Tenho estado muito deprimido nos dias de hoje. Mas eu tenho um medo, mas um medo terrível de que estejamos a enviar toda essa merda para o espaço". Silva tem um programa de TV chamado ‘La Hojilla’ (O Folhetim), que é visto como uma das principais plataformas de Chávez para transmissão ideológica (lavagem cerebral marxista).
De acordo com Silva, “a imensa corrupção praticada pela cúpula do chavezismo, cuja cúpula trata de se enriquecer ao máximo e a toque de caixa, é um dos principais fatores da deterioração da economia venezuelana, praguejada neste momento por uma das mais altas taxas de inflação do planeta e por um déficit público que representa o dobro do ocorrido na sofrida e atribulada Espanha, além de uma aguda escassez de produtos de primeira necessidade que causa uma crescente insatisfação popular no país”.
E o mais cruel e irônico de tudo é que, além dos capitais terem se espaventado para fora da Venezuela e a mão de obra qualificada ter emigrado para os países vizinhos, é descomunal a quantidade de dinheiro que os corruptos atuais estão enviando para fora do país, principalmente para os EUA e paraísos fiscais, segundo o consenso da classe média.
Em suas confissões ao cubano, Silva disse em dado momento que a corrupção, ainda durante o governo de Chávez, era tão alarmante, que o então guru das finanças públicas venezuelanas, Jorge Giordani, esteve a ponto de renunciar ao seu cargo no ministério do falecido. Segundo Silva, “um dos que mais enriqueceu ilicitamente com tanta corrupção foi Diosdado Cabello”. “Vou cair fora desta faina porque estes putos estão sangrando o país”, teria dito Giordani ao então ministro da Defesa, Henry Rangel Silva, referindo-se às ‘meganegociatas’ nas quais grupos associados a Cabello roubavam a metade das centenas de milhões de dólares que recebiam com ‘taxa preferencial’ para realizar importantes obras ou importar produtos de primeira necessidade.
Mas, além do impacto econômico de toda essa corrupção, vejam como Mário Silva procura entregar mais a Venezuela ao controle de Cuba para garantir ao máximo o “socialismo bolivariano” no país. Silva se mostra perante o enviado de Havana preocupado pelo poder político de Diosdado Cabello sobre o setor policial e militar do país, e com suas manobras para, segundo diz, ‘se impor a Maduro’. “Tal concentração de poder torna Cabello um perigo para a sustentabilidade do regime comunista de Maduro”, diz Silva. “Maduro está obrigado, sim, está obrigado, a seguir a trilha do Comandante [Chávez]; e está obrigado a por contra a parede Diosdado Cabello. Obrigado…”, comentou.
“Oxalá meu Comandante tenha mandado gravar um vídeo no qual tenha exposto os motivos de ter escolhido Maduro para sucedê-lo, em face do que estavam conspirando a toda faina. Porque estou certo de que meu Comandante sabia que ia morrer logo, tenho certeza disso. Mas meu Comandante, caso fosse deixar tudo bem costurado, deve ter gravado tal vídeo. Teria que tê-lo gravado”, acrescentou. E continua: “Esse vídeo, se existir, seria importante para derrubar Cabello e tirá-lo do caminho, porque Maduro não tem força suficiente para afastar o presidente da Assembleia Nacional por sua própria conta”. “Além disso, Diosdado também pode acusar Maduro de traição e [nesse caso] criar uma confusão total dos diabos no país e a única forma de deter Diosdado será a existência de uma prova cabal e indiscutível de que o Comandante sabia de tido”, disse na gravação.
Segundo Mario Silva, Maduro quer afastar Cabello, mas não sabe como. “Acredito que Nicolás, assim, tenha vontade de fazer o que quer fazer, mas está enrolado. Vou supor isso porque o tenho visto, porque falando com ele tenho constatado isso, e vou supor que ele tenha a vontade, mas as amarras que o impedem estão em todos os grupos de poder [controlados por Cabello]”, explicou no áudio.
O dirigente chavezista sugeriu que a eliminação de Diosdado Cabello também seria do interesse de Cuba, já que o presidente da Assembleia Nacional, na realidade, acredita que a aliança entre a Venezuela e a ilha-cárcere dos Castros deve ser posta de lado, uma vez que Cuba representa hoje um fardo pesado demais para ser carregado pelo país.
Mario Silva explicou ainda em sua conversa com Palacios que “em face das necessidades por que estamos passando, os que formam os grupos em torno de Diosdado Cabello, consideram uma obrigação a da Venezuela se desligar, manter relações diplomáticas, mas por fim à ‘irmandade’ que existe atualmente, e acabar com os ‘convênios’ firmados com Cuba”, disse o dirigente.
Seu interlocutor cubano concordou que isso terminaria com os programas de “assistência médica”, conhecidos como “Barrio Adentro” que, na verdade, além de algum atendimento primário de qualidade extremamente duvidosa, se dedica muito mais à lavagem cerebral marxista dos bairros mais pobres de Caracas e se mantêm em estreita submissão à inteligência de Havana.
Como se pode deduzir dessa gravação, não é impossível que Diosdado Cabello, por mais que tenha enriquecido com a corrupção generalizada e desenfreada do regime “bolivariano”, passe a formar, ostensivamente ou por baixo dos panos, uma aliança com a oposição de Capriles, caso esse líder assim entenda como útil para frear a entrega de um país inteiro à ditadura cubana.
Ao invés do regime encontrar um vídeo sonhado por Mario Silva ou outra qualquer prova que possa incriminar Cabello, foi a oposição que recebeu de presente uma gravação que equivale a uma imensa quantidade de merda jogada no ventilador de uma Venezuela quase destruída pela famigerada mentalidade socialista.
Afinal, é mais fácil correr atrás e pegar um mentiroso do que um coxo...
Terça feira, 21 de maio de 2013
FRANCISCO VIANNA - Médico, comentador político e jornalista - Jacarei, Brasil.
Prezados Aniversariantes
Suponho que sabem, mas permito-me lembrar-lhes que a palavra “trabalho” tem uma origem sinistra – deriva de “tripallium”, antigo instrumento de tortura. Parece paradoxal que tenhamos de amar o trabalho e dele viver. Por outro lado, também me permito lembrar-lhes que a palavra “cônjuge” também tem um significado à primeira vista pouco simpático, porque significa, na sua origem, “que sofre o mesmo jugo”. Também parece paradoxal que duas pessoas que se casam porque se amam, depois do belo título de noivos e nubentes, venham mudar de estatuto como se o casamento fosse um trabalho bastante ligado ao tripallium de antigamente.
E será de facto assim se faltar o amor e a simpatia. Porque “simpatia” não são apenas sorrisos e amabilidades sociais. “Ser simpático” é acima de tudo “compartilhar do sofrimento de alguém”. Venho dar as minhas felicitações por celebrardes mais um aniversário de casamento, sobretudo, porque sei que o vosso jugo de serem cônjuges não chega a ser jugo, porque o vosso trabalho não é “trabalho”, é manter a felicidade mútua e a dos outros, e a vossa simpatia é mesmo simpatia a minorar o sofrimento mútuo e o dos outros. É uma felicidade de vida que faz de vós sempre noivos.
Meus Amigos, amem-se profundamente. A felicidade do outro está acima da felicidade própria, e a felicidade própria decorre da felicidade do outro. Quando alguém morre a amar alguém que mora no seu coração, esse amor o sustenta numa vida eterna e gloriosa, porque assim como na morte a vida não acaba, apenas se transforma, o amor também ele é eterno e na morte não se apaga, apenas se transfere.
Sinceros desejos de muita saúde em longa vida. Em meu nome e em nome do PAZ.
LAURENTINO SABROSA - Senhora da Hora, Portugal
A saudade da minha netinha Luísa bate forte no peito e, há pouco, quando liguei pra ela, ouvi coisas assim: ‘Vovô, recebi a historinha que você mandou pra mim; comprou balinha pra me dar?; eu te amo, vovô!’
Emocionado por pensar nela e com vontade de vê-la novamente, fui olhar algumas ‘coisas de criança’ na internet e vi relatos engraçados que foram publicados na revista ‘Pais e Filhos’.
Primeiro:Uma menina estava assistindo aula e sua professora disse que era impossível uma baleia engolir um ser humano porque, apesar de ser um mamífero muito grande, sua garganta é pequena. Mas, a menina insistiu que a Bíblia relata que Jonas foi engolido por uma baleia. Irritada, a professora repetiu que a baleia não pode engolir nenhum ser humano. A menina, então, disse:
– Quando eu morrer e for ao céu, vou perguntar a Jonas.
A professora questionou:
– E o que vai acontecer se Jonas tiver ido para o inferno?
A menina respondeu:
– Aí a senhora mesma pergunta.
Segundo:Uma professora de creche observava as crianças de sua turma desenhando. Quando chegou perto de uma menina que trabalhava intensamente, perguntou o que desenhava. Ela respondeu:
– Estou desenhando Deus.
A professora contestou:
– Mas, ninguém sabe como é Deus!
Sem levantar os olhos de seu desenho, a menina respondeu:
– Saberão dentro de um minuto.
Terceiro:Uma menininha de sete anos admitiu calmamente a seus pais que Luis Miguel havia lhe dado um beijo depois da aula.
– E como aconteceu isso? – perguntou a mãe assustada.
– Não foi fácil, mamãe, mas três meninas me ajudaram a segurá-lo.
Quarto:Certo dia, uma menina estava sentada observando sua mãe lavar os pratos na cozinha. De repente, percebeu que a mãe tinha vários cabelos brancos que sobressaíam na sua cabeleira escura. Olhou para ela e lhe perguntou:
– Por que você tem tantos cabelos brancos, mamãe?
– Bom, cada vez que você faz algo de ruim e me faz chorar, um de meus cabelos fica branco –respondeu a mãe.
A menina, então, logo disse:
– Mãe, por que todos os cabelos de minha avó estão brancos?
Quinto:Um menino de três anos foi com seu pai ver uma ninhada de gatinhos que tinham acabado de nascer. De volta à casa, contou à mãe que havia gatinhos e gatinhas.
– Como você soube disso? – perguntou a mãe.
– Papai os levantou e olhou por baixo. Acho que ali estavam etiquetas escritas.
Sexto:Todas as crianças haviam saído na fotografia e a professora estava tentando persuadi-los a comprar uma cópia da foto do grupo:
– Imaginem que bonito será quando vocês forem grandes e disserem: ‘Ali está a Catarina, é advogada!’; ou também: ‘Este é o Miguel, médico’.
Ouviu-se uma vozinha vinda do fundo da sala:
– E ali está a professora. Ela já morreu!
Continuando a pesquisar na internet, eis o que achei:
Perguntaram a uma menina de cinco anos o que ela gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu:
– Gostaria de ser avó, porque os avós escutam e compreendem a gente. Além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles. Minha avó, por exemplo, é uma mulher velhinha que não tem filhos, mas gosta dos filhos dos outros. Meu avô leva a gente para passear e conversa sobre pescaria e outros assuntos parecidos.
E continuou:
– Os avós não fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente. Como eles são velhinhos, não conseguem rolar pelo chão ou correr, mas não faz mal. Levam-nos ao shopping e nos deixam olhar as vitrines até cansar. Na casa deles tem sempre uma mesa cheia de coisas gostosas! Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir seu perfume. Avós nunca dizem‘depressa, já pra cama!’ ou ‘se não fizer logo, vai ficar de castigo’.
E não parou por aí:
– Quase todos usam óculos e eu já vi uns tirando os dentes e as gengivas. Quando a gente faz uma pergunta, os avós não dizem ‘menina, não vê que estou ocupado?’. Eles pensam e respondem de um jeito que a gente entende. Não falam com a gente como se fôssemos bobos, nem se referem a nós com expressões tipo ‘que gracinha!’, como fazem algumas visitas. O colo dos avós é quente e fofinho, bom da gente sentar quando está triste. Todo mundo deveria tentar ter um avô ou uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo suficiente para nós.
Bem, acho que chega. É melhor rir para não chorar de saudade.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
Lançamento de livro:
Histórias Cristãs – Editora Raboni – Paulo R. Labegalini (www.raboni.com.br)
A dupla Antônio Carlos e Jocafi, totalmente desconhecida pela juventude atual, mas muito famosa quando eu era jovem, fez muito sucesso com uma música cujo refrão era: “Você abusou, tirou partido de mim, abusou”.
“Mas não faz mal, é tão normal ter desamor, é tão cafona, é sofredor, que eu já nem sei se é meninice ou cafonice o meu amor”, dizia a letra.
Hoje observo como essa letra está atualíssima, pois, realmente, na sociedade em que vivemos, parece ser cafona e sofredor amar alguém. O normal é ter desamor, não se apegar a nada ou ninguém.
Falar de amor, declarar-se apaixonado então, parece ser algo inimaginável atualmente, em virtude de “Se o quadradismo dos meus versos vai de encontro aos intelectos, que não usam o coração como expressão”.
“Você abusou, tirou partido de mim, abusou”, parece ser o único sentimento possível de ser recebido pelos que, como eu, ainda pensa sobre e procura um amor verdadeiro, como o daqueles tempos, quando se buscava uma companheira para conosco permanecer até o apagar das luzes.
“E me perdoe se eu insisto nesse tema, mas não sei fazer poema ou canção que fale de outra coisa que não seja o amor”, continua a letra, exatamente como eu diria àquelas que, atualmente, desprezam um verdadeiro amor.
Outro dia, em uma rede social, li que atualmente, “Os homens querem casar e as mulheres querem transar”, ou seja, está ocorrendo uma inversão enorme de valores entre os da minha geração e os da atual.
Mesmo que não seja para literalmente “transar”, parece que as mulheres - apesar de reclamarem do inverso -, estão mesmo é procurando sair, dançar e beber sem nenhum compromisso, sem se apegar a alguém.
Dão mais importância às saídas com suas amigas, colegas ou parentes do que com um pretendente a ser seu amor. Não pensam em seu futuro. E esse, penso, será o maior problema das que assim agem.
O tempo da diversão também pode ser curtido com um parceiro, e não exclusivamente com pessoas com quem não possua nenhum relacionamento amoroso. Esse tempo passará, elas se cansarão, procurarão um ambiente mais caseiro e aí, certamente você estará só. Seus filhos e netos estarão levando a própria vida e as atuais “amigas” já não estarão mais interessadas em noitadas, danças ou bebidas.
São fases da vida daqueles que não pensam em seu futuro e não poderão ser revertidas quando, já com mais idade, os interesses serão outros, mas não terá com quem viver maravilhosamente tão bem, como os que escolheram estar ao lado de alguém com quem construíram uma história, têm o que conversar e do que se lembrar.
Entretanto, a grande maioria não pensa assim e continua dançando e bebendo cada dia com um, sem pensar no amanhã e muitas vezes até zombando da minoria, que pensa diferente. Mesmo que de mim tirem partido, prefiro fazer parte desse pequeno grupo, dos eternos apaixonados.
E deixar que “o quadradismo dos meus versos vá de encontro aos intelectos, que não usam o coração como expressão”.
JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil
Certa vez escutei, em entrevista a Manuela Ferreira Leite, esta asseverar: “ Qualquer boa dona de casa sabe governar um pais”. A fórmula é simples: Não gastar mais do que se recebe.
A nação não é mais que uma grande família. E, se a dona de casa deve cuidar para que nada falte, governando-se com o orçamento que tem, o mesmo deve fazer o Governo.
Ninguém, que não sabe governar bem sua casa, devia ser político, e muito menos ministro.
O que acontece, em alguns países, mormente no Sul da Europa, não é só devido à crise financeira internacional, mas ao facto de terem gasto o que tinham, com despesas, muitas desnecessárias, e não se precaverem para situações inesperadas.
Muitas famílias encontram-se em péssimas situações, porque quiseram ter tudo: o necessário e o supérfluo, de imediato.
Endividaram-se, recorreram ao crédito, para comprar: casa, carro, eletrodomésticos, roupas e viagens… e não tiveram cuidado de se precaverem para eventualidades.
Dizem que Calouste Gulbenkian, o multimilionário, após a saída dos empregados, andava à cata de toquinhos de lápis, que estes tinham deitado fora, para reutilizá-los no aproveita lápis.
Contaram-me que no tempo de Salazar, após este ter pago a colossal divida, saiu uma ordem imanada dos CTT, para que os fios que atavam os maços de cartas, fossem reutilizados. Amarrando-os uns aos outros, fazendo novelos.
Parece-me exagero, quase sovinice, mas Salazar, talvez por saber como custa pôr as contas em dia, chegou a esse extremo.
Escritor francês, cujo nome esqueci, conta que havia em certa localidade, castelão rico, apelidado der avarento, porque aproveitava papelinhos e fósforos queimados e outras extravagâncias.
Uma vez houve um grande incêndio na aldeia, que deixou famílias na miséria. Fez-se peditório, e este doou quantia volumosa.
Perante o pasmo de muitos, explicou: “Foram os papelinhos e fósforos queimados e outras ninharias que permitiram, agora, ser tão generoso.
Sem economia, sem poupança, sem limitar gastos, sem investir bem, sem pé-de-meia, como faziam nossas avós, não há país ou família que progrida.
A crise abalou apenas economias deficientes, os que não imitaram o eleito de Deus, José do Egipto, os que não souberam investir corretamente, os que não puseram a render dinheiro e talentos.
Agora quem paga esses erros são as “formiguinhas” que veem os celeiros espoliados pelas cigarras, que passaram o Verão a cantar, não pensando no Inverno que se aproximava.
São as “formiguinhas, que labutaram uma vida para terem velhice tranquila, que pagam os erros das cigarras, que cantaram, dançaram e desbarataram dinheiro a rodos, no tempo das vacas gordas.
É sempre assim: quem poupa, quem amealha, quem trabalha para ter vida melhor, ou é espoliado por financeiros ou Estado.
As cigarrinhas, quando lhes falta alimento, assaltam os celeiros cheios e ainda reclamam e insultam quem, grão a grão, lhes vai enchendo o papo.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
Euclides Cavaco - Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá
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Lançamento do livro: "MARKETING EDUCACIONAL"
Dia: 6 de junho de 2013
Horário: a partir das 19h
Local: Livraria Saraiva - Shopping Diamond Mall - Belo Horizonte
Considerando a vida escolar de uma pessoa que terminou sua graduação, passam em torno de 100 professores. Pense em quantos passaram pela sua
vida e procure identificar quantos se tornaram realmente inesquecíveis. Pelos dados que obtive na pesquisa realizada e durante os cursos e palestras que ministrei nos últimos anos, pude determinar que este número varia em torno de 10% a 12% apenas.
Não é fácil se tornar inesquecível na vida de alguém!
Título: MARKETING EDUCACIONAL - Desperte seus Talentos Pessoais e torne-se um Professor Inesquecível
Autor: ALEXANDRE GOBBO
Editora: WAK EDITORA - 168 páginas
ISBN: 978-85-7854-231-3 - 14x21cm
Valor 32,00
LANÇAMENTOS DA WAK EDITORA
NAS MELHORES LIVRARIAS
Mais informações sobre o livro e sobre o autor no site - www.wakeditora.com.br .
Santo Ivo, francês, empregou a sua mocidade no estudo das letras e já adulto, no exercício da advocacia, dedicando-se com particular desvelo (sem esperança alguma de interesse humano) à proteção dos miseráveis, órfãos e viúvos, a ponto de lhe outorgarem o título de "Advogado dos Pobres”, sendo posteriormente considerado o “Padroeiro dos Profissionais do Direito”. Celebra-se a dezenove de maio, o DIA DE SANTO IVO, que faleceu nesta data, a mesma em que também foi canonizado em 1390. Trata-se de um momento manifestamente oportuno para se meditar sobre os seus ensinamentos e sua obra, voltados ao desempenho no amor ao próximo e no cumprimento de suas missão de fé.
"Ó Deus de Misericórdia, dignai-vos a conceder-me a graça de desejar com ardor o que é de Vosso agrado, procurá-lo com prudência, reconhecê-lo com sinceridade e cumpri-lo com perfeita fidelidade para honra e glória de Vosso Nome. Amém". Assim rezava, no início de cada estudo ou trabalho, o santo que hoje reverenciamos, recordando no aniversário de sua morte, há seiscentos e dezessete anos, o seu insuperável ensinamento duma vida inteira dedicada a fazer o bem e amar ao próximo.
Nascido na Bretanha América em 1253, pertencente à alta nobreza da França, ele foi advogado, juiz e sacerdote da ordem franciscana. Durante toda a sua vida, lutou pelos direitos dos pobres, principalmente contra os senhores feudais e demais poderosos da época, tendo como magistrado, criado a isenção de custas para os necessitados, razão pela qual, muitos historiadores apontam-no como criador da Justiça Gratuita. O seu juramento, prestado na Catedral de Tregular, aos quatorze anos de idade, quando sagrado Cavaleiro do Santo Sepulcro, constitui-se num verdadeiro símbolo do Cristianismo:- "Juro pela pureza das minhas intenções. Quero ser a fortaleza dos fracos, dos humildes dos pobres e dos necessitados”.
Sua atuação se pactuou no entendimento de que as virtudes do homem de Justiça são a probidade e a competência, comuns e naturais à atividade honesta e, principalmente, o amor à verdade, que desvenda e impõe a causa justa. Por isso, o seu primeiro mandamento recomenda aos advogados que recusem o patrocínio de causas contrárias à Justiça, ao decoro ou a própria consciência.
Destacando o patrono dos advogados, podemos dizer que enquanto instituição, a advocacia tem sido líder da cidadania. No exercício do Poder Judiciário, ela se revela em peça básica à consolidação do princípio constitucional de que todas as pessoas têm de solicitar o pronunciamento da função jurisdicional através do denominado direito de ação (art. 5º, XXXV da Constituição Federal). Tanto que a Carta Magna estabelece, em seu artigo 133, que “o advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Ao alçá-lo ao nível de “preceito constitucional”, o constituinte definiu-o para além de sua atividade estritamente privada, qualificando-o como prestador de serviço de interesse coletivo e conferindo a seus atos, “múnus público” .
De acordo com Roberto Busato, ex-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, “não há outra profissão com status equivalente. Para alguns, trata-se de privilégio, mas, na verdade, trata-se de compromisso com a coletividade, verdadeira promissória social que assumimos ao proferir o juramento solene do advogado, que vincula o exercício da profissão, ente outras coisas, à defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado de Direito Democrático, dos direito humanos e da justiça social” (Folha de São Paulo – A-3- 22.09.2004).
Além das atividades que lhes são inerentes à profissão, por sua própria conduta social, o advogado desperta as mais nobres aspirações de liberdade e de defesa das instituições democráticas. Liderando e comandando uma eterna batalha em prol do bem estar da humanidade, ele se posiciona sempre na defesa, inclusive, em seus momentos mais críticos e históricos. Assim, rendemos nossas sinceras homenagens a esses profissionais, cuja missão é a de praticar aquilo que Santo Ivo fez em sua vida, como exemplo de dignidade e proteção aos oprimidos, revitalizando a advocacia como ação, como um constante préstimo aos valores que regem a conduta humana.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário e autor de vários livros, entre os quais “Crônicas Jurídicas. Família & Casamento” (Ed. Litearte)
As integrantes da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala estranharam quando o prof. Jorge Valter Romualdo, que faz parte da diretoria da entidade, vestido de mágico, tratou-as como “respeitável público” e, em seguida, convidou uma delas para que fosse sua assistente naquela noite.
À medida que a música aumentava e elas acertavam o compasso com palmas, notava-se que viajavam pela magia da infância. Algumas delas, na faixa de sessenta ou setenta anos, chegavam a balançar as pernas, como se os pés, pela altura da cadeira, não conseguissem tocar o chão. Eu as observava. Vi-as na periferia de cidades distantes, com ruas de terra, pirilampos e córregos repletos de guarus, embasbacadas com o cartaz colado em algum poste ou muro, anunciando que o circo chegaria e com ele o palhaço, os trapezistas, o mágico... Pela impossibilidade de comprar ingresso, assim que a lona era armada, procuravam um ponto frágil que lhes possibilitasse entrar por baixo e, de algum canto, sem pipoca e algodão doce, aplaudir os artistas que brilhavam sob a luz dos holofotes.
A maioria delas ensaiava os primeiros passos na adolescência quando o circo foi embora de suas vidas. Alguém as derrubou do trapézio de sua história, sem rede por baixo. Passaram a significar a carne que dava prazer ou lucro a terceiros. Ao observarem o picadeiro de seus sonhos, com madeiras podres, jogadas em um canto qualquer, confundiam-se entre a culpa e o destino. Não conseguiam se perceber como vítimas e muitas ainda não alcançam essa verdade, que não mais deveria doer nelas, mas sim em seus algozes.
Naquela noite na reunião da Pastoral foi diferente. Sentaram-se em círculo e experimentaram a plateia e a arena. Ora eram a imagem melhor que lhes ficou das fantasias de criança, ora se tornavam espectadoras do fascínio das personagens que viam, antes que o mundo as sugasse para, mais tarde, descartá-las nas margens.
E como se sentiram felizes naquele momento raro em que a menina se sobrepôs à mulher adulta e restaurou pureza e emoção!
Ao final, da tampa de um recipiente de alumínio, surgiram inúmeros bombons. Os olhos brilharam e, em alegre alarido, cada uma foi buscar a sua parte de doçura.
Já tive também o meu tempo de espera que o circo chegasse. Residia em rua de terra, porém muito próxima ao centro. A diferença é que adentrava ao circo pela porta da frente, de mãos dadas com meus pais. A diferença está em ter experimentado a força do amor e do respeito que possibilita a paz.
E ver, das cadeiras numeradas do espetáculo de meus dias, aqueles e aquelas que espreitam um buraco na lona para conseguir instantes de magia, chama-me a fazer a minha parte na devolução da dignidade a quem, pelas misérias impostas, teve negado o direito ao livre arbítrio.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
De vez em quando, aparece, na minha casa, uma infestação de moscas, aquelas famosinhas, do Mendel, conhecidas como drosophila melanogaster ou simplesmente drosófilas. Elas surgem não sei de onde e sem dar sinais. É como se materializassem de repente, tal como geração espontânea, vindas do nada e em bandos.
Por mais que tudo esteja limpo, asseado, arrumado, elas invocam com um lugar e começam a rotina asquerosa de depositar pequenos pontos marrons por todo local em que circulam. Eu até pensei que podiam ser ovos, mas descobri que, embora tenham a mesma origem na geografia corpórea, são outra coisa bem pior.
Nem sei dizer o quanto elas me incomodam e me causam repugnância, por conta, sobretudo, dessa mania besta de seguirem pela vida deixando suas marcas. Durante muito tempo eu as persegui, buscando matá-las com tudo que estivesse ao meu alcance. Arremessei objetos, coloquei velas aromáticas (fedidas para elas!), comprei inseticidas especiais, instalei repelentes eletrônicos e quase tudo foi em vão. No máximo, eu as deixava atordoadas ou as espalhava...
Em um dia qualquer, contudo, elas sumiam. Todas. De uma só vez. Pena que as“pegadas” delas não se apagavam no mesmo ato. Lá ia eu, então, com um pano úmido e algum líquido de limpeza, tentar dar um jeito nas paredes, espelhos, armários e mil outros lugares. Em alguns casos, passava mesmo era a tinta e sepultava “as coisas” sob camadas generosas e assépticas.
Já fazia um tempo, assim, que as “mendelinhas” tinham evaporado. De vez em quando eu avistava alguma e já tratava de exterminar a bichinha com uma boa palmada. Há semanas, contudo, creio que na calada da noite, sorrateiras, os exércitos delas se fizeram anunciar em minha cozinha.
Tratei de esconder as frutas, pois quem estudou Ciências sabe que essas dão a tais moscas outro de seus codinomes. Cobri os pães, coloquei fatias de limão com cravos da índia espetados, tudo para desviar delas a atenção. Novamente, tudo em vão. Pela manhã, até dentro da pia da cozinha elas estavam, em bandos, nojentas como sempre.
Ao telefone, desabafei com minha mãe e ela me sugeriu comprar uma daquelas raquetes elétricas para matar pernilongos e afins. De início eu fiquei pensando se o fato delas serem miudinhas não impediria a eficácia da coisa, mas, como mãe não se contesta e de mãe não se duvida, ao menos não da minha (rs), eu tratei de adquirir a dita raquete.
Logo no primeiro dia, descobrimos, em casa, um novo e empolgante esporte: o tênis de mosca! A cada estalido que denunciava uma drosófila morta, percebíamos que algumas batalhas, por fim, estavam sendo ganhas. Ao final da primeira sessão, tínhamos o chão forrado de pontinhos pretos e no rosto, um sorriso de vitória! Dias depois, após explorados todos os recônditos da nossa casa, quase não há drosófilas dando sopa e nem outras coisas.
Eu sou grata a elas pela valiosa contribuição para o conhecimento da genética, mas lá em casa, nesse quesito, agora, impera a lei do mais forte! E viva o tênis de mosca, modalidade não poluente e que ainda pode oferecer condicionamento físico. O que diria Mendel sobre isso?
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.
E como não se tornar descrente face a uma realidade tão decepcionante?
Como não ser cético diante de religiões e religiosos que com prepotência e arrogância deturpam a palavra de deus em benefício próprio, enganando milhares de fiéis, que são na verdade fiéis à causa desses mercenários e não à causa de deus?
Como não se revoltar em ver esses ditos religiosos se meterem em assuntos que não lhes dizem respeito, interferindo de maneira tendenciosa e prejudicial em questões que tocam no respeito à dignidade e aos direitos básicos do ser humano, atrasando debates sérios e mal influenciando a opinião alheia?
Como não ficar estarrecido diante de uma situação que nos mostra pessoas inescrupulosas ocupando cargos políticos importantes e a opinião da população sendo ignorada?
Como não desacreditar dos partidos políticos, se hoje já não há diferença entre um e outro? Se o fisiologismo engoliu o idealismo e a ética é uma prática obsoleta? Se o locupletamento é o ato mais exercido por homens que se dizem de bem? Se a democracia é um elemento utópico e usa-se, em nome dela, todo tipo de declaração para dizer que ela existe, que está aí? Mas na verdade sofremos do grande mal estar do mundo contemporâneo, que é a escravidão a esse sistema consumista, que nos torna seres viciados em tecnologia e aptos a apartar, sempre com mais veemência, as relações que possibilitam algum tipo de afetividade. Como é possível lutar contra essa violência silenciosa e mascarada? Quantos braços, mentes e vozes querem, de fato, abater esse mal?
Como não descrer de quem tudo prometeu e nada cumpriu, roubando-nos o último suspiro de esperança?
Como não sucumbir, desprezando uma sonhada alegria de viver?
Como entender que pessoas sofrem de ignorância aguda – e algumas de ignorância crônica – e não achar que têm parte da responsabilidade sobre isso?
Como ser pacífico diante da passividade alheia, que pensa estar se beneficiando de um comodismo conveniente, mas está, sim, impedindo que um debate consciente e honesto aconteça?
Contradições sempre existiram, desde que o mundo é mundo.
Mas viver numa sociedade cuja base tem se pautado no deboche, na disseminação da alienação, na violência entrelinhada, na ausência de ética e na máxima “os fins justificam os meios”, é jogar fora todos séculos da chamada evolução humana.
Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br
Nos humanos a procura pela felicidade é tão importante que provavelmente jamais tenhamos visto uma pessoa que, de uma forma ou de outra, não a estivesse buscando.
Passamos grande parte de nossas vidas caminhando em determinado direção, imaginando que assim o fazendo chegaremos a algum lugar onde seremos mais felizes do quem hoje somos.
Interessante como nossa visão de felicidade é a de encontra-la em algo, lugar ou alguém que, pensamos, poderá nos proporcionar prazeres e satisfações ainda não conseguidos, ou que preencherá plenamente nossos corações.
Durante essa procura, muitas vezes erramos, sorrimos ou choramos, mas continuamos buscando, pois, realmente, encontrar a felicidade ao lado de alguém não é uma tarefa conseguida por muitos.
Há ainda os materialistas, que imaginam só serão felizes se estiverem morando em casas enormes, com belos carros na garagem, consumindo bebidas, roupas e acessórios das lojas mais renomadas e frequentemente promovendo festas para seus “amigos”, que em sua grande maioria os criticam dentro de suas próprias casas.
São pessoas pequenas, sem nenhuma autoconfiança, que imaginam ser queridas por aparentarem bens matérias quando, sabemos, as pessoas que frequentam esses ambientes só estão ali para se aproveitar da festa, música, alimentos ou do glamour, mas nunca em busca de uma amizade verdadeira.
Usufruem o que comeram, beberam e ouviram, mas saem do local criticando o tempero ou a quantidade dos alimentos servidos, a qualidade da bebida ou a seleção musical tocada durante o evento. Por maior e melhor que tenha sido o cuidado do promotor para que a festa fosse perfeita, sempre haverá os insatisfeitos com algum detalhe.
Para essas pessoas a aparência e o ter normalmente são muito mais importantes que o ser, pois pelo tamanho de sua inteligência, não conseguem enxergar que durante toda a vida, a única coisa que realmente e permanentemente lhe pertence é sua sombra. Todo o resto é passageiro.
Nossos bens materiais podem ser perdidos em um único negócio mal feito. O físico muda diariamente e, apesar de toda a tecnologia hoje existente, que nos permite “comprar” o que já caiu, ele jamais será o mesmo. A própria cultura, adquirida durante décadas passa a ser perdida, falha, esquecida.
Os anos já se foram, a saúde já não é a mesma, os reflexos são mais lentos, muitas coisas já não podem ser realizadas, mas ao buscar a felicidade em outros locais e junto a outras pessoas nos tornamos tão cegos que acabamos não conhecendo nossa própria sombra, que nunca nos abandonou ou abandonará.
Assim é a felicidade. Pode estar tão próxima que não a enxergamos. E isso ocorre principalmente porque não conhecemos a nós mesmos. Não sabemos objetivamente onde, como, com quem ir, e o que realmente pretendemos de nossas vidas.
É necessário buscar, antes de tudo, nosso autoconhecimento, entendermos o que já fomos, fizemos e o que pretendemos ser. Só conhecendo a si próprio é que teremos a oportunidade de realmente fazer nossas escolhas.
A felicidade de cada um só poderá ser encontrada em seu próprio interior e somente poderá ser compartilhada com alguém que também já a tenha encontrado.
JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil.
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