PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quarta-feira, 8 de Maio de 2013
EUCLIDES CAVACO - FELIZ DIA DAS MÃES
FELIZ DIA DAS MÃES
Euclides Cavaco - Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá
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Quinta-feira, 2 de Maio de 2013
RENATA IACOVINO - VARIAÇÕES SOBRE O MESMO EU

Em época de egos inflados e inflamados, atenção redobrada.
Afinal, todos fazemos parte deste palco chamado vida, que ora nos presenteia com excelentes interpretações e ora nos decepciona com atuações que deixam a desejar... E cada um de nós, parte desse todo, vai se protegendo ou atacando como pode.
Ora de plateia, ora de protagonista, vamos nos individualizando à luz dos percalços e arremedos mal feitos, remendos de nossa identidade maculada aqui e ali. Até que nos reencontramos com nós mesmos, com o eu de nós.
Eu sei, eu posso, eu faço, eu ensino, eu descubro, eu devo, eu não devo, tudo isso quase sempre vem junto de você não sabe, você não pode, você não ensina, você não descobre, você deve, você não deve... A maneira mais fácil de nos destacarmos é depreciar o outro. Fórmula que combina bem com estes tempos, em que a regra dita que não nos aprofundemos em nada, então estamos sempre sabendo tudo, mas na verdade, não sabendo nada.
As redes socais estão aí a mostrar quem somos de verdade. De verdade? E lá sabemos quem somos de verdade? Mas acabamos que expomos uma boa porção de nós. E muitas vezes, aquela porção que está juntinho do ego. Parece que queremos tirar o atraso de algo que estava latente até então.
É a natureza humana? Sim, que também se reveste de bondade, mas me parece que boa parte das ações que fazemos hoje em dia se pautam em alguma contrapartida. Será que sempre foi assim e eu não havia percebido? Pode ser...
O fato é que estamos mais expostos e isto facilita perceber quando a máscara cai ou quando permanecemos com ela por longo tempo, a duras penas.
Não sei bem porque Hilda Hilst vem-me à mente: "É crua a vida. Alça de tripa e metal./Nela despenco: pedra mórula ferida./É crua e dura a vida. Como um naco de víbora./Como-a no livor da língua/Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me/No estreito-pouco/Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida/Tua unha plúmbea, meu casaco rosso./E perambulamos de coturno pela rua/Rubras, góticas, altas de corpo e copos./A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos./E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima/Olho d’água, bebida. A vida é líquida. (...)".
Em meio a esse turbilhão e à perda de um colega, que se foi de forma estúpida, encolho meu ego e tento fazer disto uma lição, uma bandeira e minha prova prática.
Renata Iacovino, escritora, poetisa e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /
reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - TIRADENTES, E A LIBERDADE, AINDA QUE TARDIA "

A data de 21 de abril tem uma grande importância à história da Nação; nela se presta homenagem a JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, o TIRADENTES, revolucionário de 1789 e que foi enforcado pela repressão portuguesa, no reinado de D. Maria I, a “Rainha Louca”. Também foi a 21 de abril faleceu em São Paulo, após longa agonia, Tancredo Neves, que seria o primeiro presidente após o golpe militar de 1964. Ainda neste dia, nasceu em Santos em 1931, o governador Mário Covas, falecido a 06 de março de 2001.
Entre os fatos destacados, por uma questão de ascendência, enfocaremos a Inconfidência Mineira e seu mártir. Para muitos historiadores, o caso de Tiradentes é relevante por ele ter participado de uma conspiração, junto com figuras proeminentes da vida econômica e cultural da sociedade mineira e que pretendiam realizar a independência do país, ou melhor, de Minas Gerais e capitanias vizinhas.
A razão mais forte do movimento era a constatação da decadência em que se encontravam as finanças públicas e a política fiscal extorsiva do Governo português, ameaçadora de devassas e arbítrios para o recebimento de tributos. Os conspiradores tinham inúmeros planos: pretendiam criar um exército brasileiro, montarem indústrias e fundarem uma universidade. Fizeram até uma bandeira, com os dizeres, “LIBERDADE, AINDA QUE TARDIA”.

Com a delação do grupo por um de seus integrantes, Joaquim Silvério dos Reis, os bravos patriotas – poetas, magistrados, sacerdotes,
advogados, militares – foram tidos como subversivos e condenados por tentarem livrar o Brasil do jugo português. Sofreram sérias sanções, como as deportações de José Álvares Manuel para Angola e Tomaz Antonio Gonzaga para Moçambique, constituindo-se na pior punição, no entanto, a que recaiu sobre Tiradentes: foi enforcado e seu corpo esquartejado.
Apesar dos atos inibitórios e repressivos dos portugueses, as idéias libertárias prosperaram, ganharam novos adeptos e se estenderam por quase todo o território nacional, até que em 1822 foi proclamada a independência do país.
O mártir da Inconfidência queria não somente libertar o País do domínio colonial, como alinhá-lo com as nações desenvolvidas do seu tempo. Tiradentes será sempre o profeta daquele Brasil com que sonham todos os brasileiros, não apenas uma nação livre e soberana, como uma sociedade capaz de construir-se a si mesma a partir de suas próprias forças.
Aproveitemos a data para uma reflexão: o Brasil necessita procurar a sua identidade, cultuar os seus heróis como Tiradentes e banir os inúmeros traidores que impedem o seu progresso, por interesses pessoais ou de grupos ainda não admitem uma vida digna para todos e lutam contra o pleno Estado de Direito, tão almejado à consolidação da verdadeira democracia. Está mais do que na hora de separarmos o joio do trigo (ou os traidores dos heróis).
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor, professor universitário e autor de vários livros, entre os quais “Manual de Títulos de Crédito” (Ed. Litearte).
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - QUESTÃO DE EDUCAÇÃO

Há problemas para os quais não é possível saber a resposta ou para os quais não há mesmo resposta. Há outros, no entanto, para os quais todos conhecem a resposta, mas que, por razões diversas, permanecem insolúveis.
Quando se fala da crise de moral, de segurança, da corrupção, da poluição, desde que me conheço por gente e olha que as décadas já começam a se avolumar, a resposta dos mais esclarecidos é sempre a mesma: é tudo uma questão de educação.
Infelizmente, embora essa seja o que se chama de verdade sabida, pouco ou nada, de efetivo, vem sendo feito para mudar esse estado de coisas, ou seja, da ignorância de princípios, que é muito mais, embora a contenha, do que a falta de instrução formal.
Se é certo que a falta de educação, a plena, é a maior, senão a única, responsável pelas mazelas pelas quais vem passando o planeta, também é certo que não é tão simples assim achar uma solução para dar cabo da ignorância. Ao menos, creio, uma solução a curto e médio prazo. O que não significa, por outro lado que, diante disso, devamos virar as costas e deixarmos tudo como está.
O processo educativo é de fato um investimento a longo prazo. Ousaria dizer que é, na realidade, eterno. O tempo todo é necessário aprender algo novo e isso, além de renovador do espírito e da mente e, nos dias atuais, condição de manutenção no trabalho. Dessa forma, se pretendemos educar uma nação, precisamos de pessoas igualmente educadas para fazê-lo. Precisamos de quem tenha mais do que boa vontade, mas que tenha competência e honestidade.
Dia desses fui levar minha sobrinha para conhecer o Aquário de São Paulo. Confesso que achei muito bonito, embora triste conhecer a razão pela qual um peixe-boi lá vive, sozinho, longe da natureza e dos seus. Vítima da ganância, mas, sobretudo, da crueldade e da ignorância humana, ele está condenado à solidão.
Logo na entrada, um carro de luxo parou, em fila dupla, para fazer descer duas mulheres, aparentemente mãe e filha, sendo essa última já passada dos vinte e tantos anos. Assim que tal veículo as deixou, a filha jogou no chão uma garrafa vazia, de água mineral, como se estivesse na casa dela, onde, aliás, ela não deve fazer isso e nem tolerar que o façam, sem sequer se importar com o gesto, que lhe parecia muito natural. Na sequência, entrou na fila para conhecer o aquário que, como mensagem, prega a necessidade da conservação do meio ambiente.
Lá dentro, a falta de educação imperava. Muitas pessoas se portavam como um rebanho enfurecido. Empurravam que estivesse pela frente, como se o mundo estivesse acabando. As crianças, curiosamente, eram as poucas que pediam licença e desculpas, feliz ou infelizmente. Embora seja permitido tirar fotos, é expressa, a todo o momento, a proibição de se usar flash, pelo bem estar dos animais. Era como se o aviso fosse o contrário. As pessoas pareciam nem se importar com os animais. O bacana era sair bem na foto...
A falta de educação de muitos, portanto, transformou parte do passeio em um zoológico às avessas. A certa altura concluí que eram os animais que nos tinham em observação, uma horda de bárbaros idiotas. Não tenho dúvidas, assim, de que só a educação poderá nos salvar de perecermos, soterrados em nossa própria imbecilidade, em nossa estupidez diante do mundo. Nada sabemos, mas vivemos, tolos, como reis de um mundo imaginário. Estou convicta, contudo, de que tais reis e rainhas estão nus....
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - "GRACIAS A LA VIDA "

Gosto de cantarolar “Gracias a la vida”, música popular composta e originalmente interpretada pela cantora chilena Violeta Parra. Inspirou-se em seu companheiro Gilbert Favre.
“Graças à vida que meu deu tanto/ Me deu o riso e me deu o pranto./Assim eu distingo fortuna de quebranto./ Os dois materiais que formam meu canto./ E o canto de todos que é meu próprio canto”.
Com mais de cinco décadas de caminhada, alegro-me demais pelas certezas que trago, bem como pela fé, a esperança e os cuidados de ternura e compaixão. Alegro-me, ainda, pelas cicatrizes, feridas de outrora, hoje estampas da realidade e da superação. Riso e pranto da história de cada um.
Com meus pais vivenciei, desde o ventre materno, que cuidar é imprescindível para dar sentido à existência. Cuidar das dores de meu entorno e das que assolam o mundo. Cuidar dos laços estabelecidos, abrir-se para novos, recuperar os danificados. Cuidar da proposta de amor de Deus para todas as criaturas das margens e do centro. Cuidar de meus tons, sabores, cenários, fragrâncias, afagos... De minha alma e do coração, afastando as sombras e abrindo-me para a claridade. Das asas do voo de meus sonhos. E como tenho sonhos!
Inúmeras pessoas de passos anteriores ou posteriores aos meus se foram. Eram parte do encanto de minhas paisagens. Sinto tanta falta deles e delas! Estou convicta, porém, de que, embora tenham atravessado a morte, não perderam a vida. Haverá um grande reencontro. Outras, talvez ao perceberem meus limites, se afastaram. E há aquelas de quem me distancie, pelos inúmeros compromissos ou pela ausência de identidade no agora. Mas não alimento mágoas e empecilhos para uma reaproximação.
Os valores, que a prática de minha vida me trouxe, apesar dos tantos limites, ninguém me poderá tirar e não abro mão deles. Oferecem-me a paz. Perdoo-me, perdoo, peço perdão a Deus.
Insisto em versos de Violeta Parra: “Graças à vida (...) Me deu o ouvido que em todo seu comprimento/ Grava noite e dia grilos e canários. (...) Me deu o som e o abecedário/ Com ele as palavras que penso e declaro/ Mãe, amigo e irmão. (...) Me deu a marcha de meus pés cansados/ Com eles andei cidades e charcos/ Praias e desertos, montanhas e planícies...”
Graças ao Senhor da Vida, meu grande Amor, que me teceu no seio materno, como diz o Salmo 138, e conhece, até o fundo, meu ser.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil
JOSÉ RENATO NALINI - RICO É ASSIM MESMO
O Brasil é um país para lá de estranho. Fôssemos assinalar os paradoxos, os absurdos, as incongruências e teríamos de escrever uma coletânea interminável. Muito mais ampla do que as “mil e uma noites”, porque seriam milhares de madrugadas sem dormir, ante o inexplicável que impera no reino da burocracia. Pequeníssimo exemplo: o ingresso irregular de bens no país é ilícito.
A Receita Federal apreende tudo o que não satisfaz às posturas vigentes. Mas um país, com 8 mil km de costas marítimas e de fronteiras terrestres em igual proporção, tem inúmeros furos. Apreende-se pequena amostragem de tudo o que chega ao Brasil sem passar pelas alfândegas. Aí começa o drama. O governo é obrigado a pagar pela armazenagem. A manter vigilância.
E a burocracia emperrada impede uma rápida destinação. As exceções são poucas. Alimentos, por exemplo, são entregues a estamentos governamentais reclusos e que precisam se alimentar. Mas há milhões de equipamentos eletrônicos. A demora é tamanha que eles se tornam obsoletos. Danificam-se, deterioram-se e têm de ser destruídos. Mais gastos para o Brasil. Roupas falsificadas. Os detentores das marcas não permitem destinação.
Então o governo é obrigado a destruir tênis, roupa de esporte, agasalhos, toda espécie de vestimenta que poderia servir para o brasileiro pobre, mas que tem de ser eliminada em nome da proteção do nome comercial. Parece um absurdo, mas é o que acontece. Será que o excesso de formalismo, de procedimentalismo, de regulamentação, não prejudica valores muito mais importantes do que aqueles que as regras pretendem preservar?
Será que o Brasil não precisa de uma grande faxina legal, eliminando-se o excesso de normas que paralisa, congela, fossiliza e mata o que é mais importante do que a lei? Dou cada vez razão maior a Jean Cruet, que nos brindou com o incomparável livro: “A vida do direito e a inutilidade das leis”. Cuja epígrafe diz tudo: “Sempre se viu a sociedade modificar a lei; nunca se viu a lei modificar a sociedade”. E assim vamos, acreditando, qual Polyana – quem se lembra dela? – que vivemos no melhor dos mundos…
JOSÉ RENATO NALINI é Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, biênio 2012/2013. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.
FELIPE AQUINO - SÃO JOSÉ OPERÁRIO

Dia 1 de maio a Igreja celebra a festa de São José Patrono dos trabalhadores. O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
Eram, como sempre, tempos difíceis para a Igreja. O Papa convocara o Concílio Vaticano I para enfrentar o brado da Revolução Francesa (1789) contra a fé, no endeusamento da razão e do nacionalismo. O século XIX começou marcado pelo materialismo racionalista e pelo ateísmo, fora da Igreja; dentro dela as tendências conciliaristas e de separatismo, que enfraqueciam a autoridade do Papa e a unidade da Igreja. Mais uma vez a Barca de Pedro era ameaçada pelas ondas do século. Então a Igreja recomendou-se ao “Pai” terreno do Senhor. Aquele que cuidara tão bem da Cabeça da Igreja, ainda Menino, cuidaria também de todo o seu Corpo Místico.Trinta anos depois, o Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899, assinava a Encíclica “Quanquam Pluries” sobre São José, nos tempos difíceis da virada do século. Ouçamos o Papa:
“Nos tempos calamitosos, especialmente quando o poder das trevas parece tudo usar em prejuízo da cristandade, a Igreja costuma sempre invocar súplice a Deus, autor e vingador seu, com maior fervor e perseverança, interpondo também a mediação do Santo, em cujo patrocínio mais confia para encontrar socorro, entre os quais se acha em primeiro lugar a Augusta Virgem Mãe de Deus”.
“Ora, bem sabeis Veneráveis Irmãos que os tempos presentes não são menos desastrosos do que tantos outros, e tristíssimos, atravessados pela cristandade. De fato, vemos perecer em muitos o princípio de todas as virtudes cristãs, de fé, extinguir-se a caridade, depravar-se nas idéias e costumes a nova geração, perfeitamente hostilizar-se por toda a parte a Igreja de Jesus Cristo, atacar-se atrozmente o Pontificado, e com audácia cada vez mais imprudente arrancarem – se os próprios fundamentos da religião”.
“Nós propomos… para tornar Deus mais favorável às nossas preces e para que Ele, recebendo as súplicas de mais intercessores, dê mais pronto e amplo socorro à sua Igreja, julgamos sumamente conveniente que o povo cristão se habitue a invocar com singular devoção e confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, o seu castíssimo esposo São José: temos motivos particulares para crer que seja isto aceito e agradável à própria Virgem. E, a respeito desse assunto, do qual pela primeira vez tratamos em público, bem conhecemos que a piedade do povo cristão não só é favorável, mas tem progredido também por iniciativa própria; pois vemos já gradativamente promovido e estendido o culto de São José por zelo dos Romanos Pontífices, nas épocas anteriores, universalmente aumentado e com indubitável incremento nestes últimos tempos, em especial depois que Pio IX, nosso antecessor de feliz memória, declarou às súplicas de muitos bispos, Padroeiro da Igreja Católica o Santíssimo Patriarca. Não obstante, por ser muito necessário que seu culto lance raízes nas instituições católicas e nos costumes, queremos que o povo cristão receba, antes de tudo, de nossa voz e autoridade novo estímulo”.
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Vemos assim que, nas horas mais difíceis de sua caminhada a Igreja sempre recorre à Sua Mãe Santíssima, que nunca a desamparou; e, em seguida ao seu esposo castíssimo São José.
Vemos assim como a Igreja tem em alta conta a proteção intercessora de São José. Hoje a Igreja vive os mesmos tempos difíceis que levaram Pio IX, Leão XIII e Bento XV a invocarem São José com tanta confiança e necessidade. Mais do que antes a fé está ameaçada pelo racionalismo, relativismo moral e religioso, permissividade sexual, proliferação das seitas, falsas religiões – especialmente as de origem oriental e a Nova Era . Novamente é preciso invocar o Patrono da Igreja Universal.
Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.
Santo Afonso de Ligório garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.
São Francisco de Sales diz que “São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia”.
São Jerônimo diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuia de modo perfeito todas as virtudes”.
De fato, podemos concluir que, se José foi escolhido para Esposo de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria.
São Bernardo diz de São José: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”. Os Santos Padres e Doutores da Igreja concordam em dizer que São José foi escolhido para esposo de Maria pelo próprio Deus.
O Papa Pio IX, antes mesmo de proclamar S. José Patrono da Igreja, já dizia : “É racional colocar o Corpo Místico do Salvador, a Igreja, sob a poderosa proteção dAquele que velou sobre Jesus e Maria. Os sustentáculos da Igreja nascente, José e Maria, retomem nos corações o lugar que jamais deveriam ter perdidos, e o mundo será salvo outra vez”.
Se na terra São José foi o protetor do próprio Menino-Deus, deve ser agora o Patrono (protetor, defensor, guarda) do seu Corpo Místico, a Igreja.

É eloquente o testemunho de Santa Teresa de Ávila, doutora da Igreja, devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:
“Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens alcança de Deus…De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.
Oração a São José
“A vós, São José, recorremos em nossa tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de caridade, que os uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue,e nos socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder.
Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e contra toda adversidade.
Amparai a cada um de nós com o vosso constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja.
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
JOÃO BOSCO LEAL - OS RAROS AMIGOS

Durante a vida conhecemos milhares de pessoas, bonitas, feias, altas, baixas, gordas ou magras que, de uma forma ou outra, passam a fazer parte de nosso círculo de relacionamentos.
Algumas continuam simplesmente nossas conhecidas, colegas, parceiras em alguma atividade social ou comercial. Outras, falsas, se aproximam por interesses diversos, mas poucas, muito poucas, se tornam nossas amigas.
Entretanto, é fácil perceber pessoas utilizando a palavra “amiga” com muita facilidade, quando, na realidade, são raríssimas as verdadeiras amizades que conseguimos construir durante nossa vida.
Normalmente elas chegam devagar e, muitas vezes sem sequer serem notadas, vão conquistando, construindo esse relacionamento em bases sólidas, transparentes, adquirindo seu espaço nas mentes e corações daqueles que como amigas se aproximaram.
São lindas onde mais importa, por dentro. Valorizam suas qualidades e não os seus defeitos, te apoiam, querem te ver crescer, sorrir, te ver feliz.
Estão sempre por perto mesmo que em determinadas ocasiões sequer sejam percebidas, cuidam-nos com muito amor, mas, quando necessário, apontam nossos erros e acertos.
Apesar da natureza e jeito mais rude de ser e de falar de alguns, é com atitudes ou palavras sinceras, mas com carinho e educação, que sugerem mudanças onde estamos errando mais, nos mostrando que, na hora da verdade, ninguém engana a vida.
Por somente desejarem o nosso bem, suas opiniões e ponderações devem ser sempre consideradas mais importantes do que a de simples colegas ou companheiros. Diferentemente destes, que na maioria das vezes são simples possuidores de algum interesse em estar ao nosso lado, em nossa ausência não nos criticam, mas nos defendem.
Ainda que conhecendo nossos defeitos sempre nos apoiam e mesmo quando distantes, as sentimos próximas. Sabemos a elas poder confidenciar todas as nossas intimidades, angústias, medos, segredos ou projetos e com elas contar, nelas confiar, o que nos aproxima cada vez mais.
Buscam não nos trazer os seus problemas, mas soluções para os nossos. Pensam conosco e sobre nós. Conhecem nossos planos e de algum modo deles participam - mesmo que somente com energias positivas -, para que se tornem realidade.
Ajudam em nossas dificuldades, dão-nos paz em meio ao inesperado, sorriem ou choram conosco, e mesmo quando as decepcionamos, possuem bondade, coragem e habilidade necessárias para buscar recomeços.
Com o tempo, a vida se encarrega de colocar cada pessoa em seu devido lugar e você realmente saberá quem são as colegas, parceiras, interesseiras e as verdadeiras amigas. Normalmente, estas aparecem quando e de onde menos se espera.
São pessoas raras, difíceis de encontrar e que diariamente, com palavras, gestos ou atitudes, estão sempre agradando, conquistando, mesmo que quando necessário, nos digam um “não”.
Se, como eu, você possui um verdadeiro amigo, retribua, participe da vida dele como ele participa da sua. Mostre-lhe, com palavras e ações, como sua amizade é importante em sua vida.
Agradeça simplesmente por existirem, pois são raros os que possuem verdadeiros amigos.
JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil
Quarta-feira, 1 de Maio de 2013
PAULO ROBERTO LABEGALINI - ESTA HISTÒRIA É SUA ?

“No estado em que me achava, meio acordado, meio dormindo, me vi dentro de uma sala. Não existia nada de interessante nela, exceto uma parede cheia de gavetas – arquivos para cartões. E quando me aproximei dos arquivos, o primeiro título a me chamar a atenção foi ‘garotas que eu gostei’. Abri, comecei a ver os cartões e logo reconheci os nomes ali escritos.
Sem ninguém precisar me dizer, descobri onde estava. A sala era, na realidade, o catálogo da minha vida! E um senso de curiosidade, espanto, misturado com horror surgia dentro de mim ao abrir cada gaveta para descobrir seu conteúdo. Algumas me traziam belas alegrias, outras me envergonhavam.
Os títulos iam do mundano à extrema loucura: livros que li; mentiras que contei; conselhos que dei; piadas que ri etc. Alguns eram hilariantes devido à sua exatidão: coisas que fiz quando estava com raiva; palavras que proferi contra meus pais; enfim, eu não parava de me surpreender com os conteúdos que se apresentavam.
Estava estupefato com o volume de coisas que fiz durante minha curta vida. Como eu tive tempo necessário para escrever aqueles milhões de cartões? E cada cartão, cada verdade, tinha a minha assinatura!
Cheguei, então, num arquivo intitulado‘pensamentos sensuais’. Um calafrio percorreu todo o meu corpo. Abri a gaveta somente um pouquinho, pois não estava a fim de testar o tamanho, e tirei um dos cartões. Senti mal em saber que esse momento havia sido gravado, e um pensamento tomou conta de mim: ‘Ninguém deve saber da existência destes cartões. Tenho que destruir tudo!’
Em frenético movimento, puxei uma das gavetas, estendendo metros e metros de conteúdo. Quando a gaveta saiu, joguei-a de cabeça para baixo e descobri que todos os cartões estavam grudados. Fiquei desesperado e peguei um bolo de cartões para rasgá-los, mas não consegui. Eram duros como aço!
Cansado, retornei a gaveta ao seu lugar. Foi então que vi um arquivo novo, como se nunca tivesse sido usado, com o título:‘pessoas com quem falei de Cristo’. O arquivo tinha menos de cinco centímetros de comprimento. Então, as lágrimas vieram. Caí de joelhos e chorei de vergonha, de pura vergonha! Pensei: ‘Ninguém pode entrar aqui. Tenho que trancar a sala e esconder a chave’.
Enquanto eu enxugava as lágrimas, vi Jesus entrando. Ele aproximou-se das gavetas e começou a abri-las, uma por uma, lendo os seus conteúdos. Nos momentos em que eu tive coragem suficiente para olhar Seu rosto, vi uma tristeza bem mais profunda do que a minha. E Ele ia exatamente aos piores títulos...
Finalmente, Ele virou-se e ficou me olhando com piedade, sem nenhuma raiva. Abaixei a cabeça e voltei a chorar, cobrindo a face com as mãos. Ele se aproximou, abraçou-me e chorou comigo. Depois, levantou-se e dirigiu-se para a fila de arquivos. Abriu a primeira gaveta, tirou o cartão e assinou o Seu nome. E assim fez com todos os cartões.
Quando percebi o que Ele estava fazendo, corri em Sua direção e gritei: ‘Por favor, não!’. Tudo o que eu quis dizer foi: ‘Seu nome não pode estar nestes cartões!’. Mas ali ficou escrito num vermelho escuro e vívido o santo nome de Jesus, que cobriu o meu com Seu próprio sangue!
Nunca entenderei como Ele assinou todos os cartões tão depressa, pois quando me dei conta, Ele já havia acabado. Colocou novamente a mão no meu ombro e disse: ‘Tudo está consumado!’.
Depois, Ele levou-me para fora da sala. Disse-me que ainda existem muitos cartões a serem escritos antes da vida eterna e lembrou-me que Deus enviou o seu Filho ao mundo não para julgá-lo, mas para que fosse salvo por Ele.”
Pois é, caro leitor, por toda a internet estão procurando o autor deste texto. Se for seu, sugiro que, nos cartões em branco, escreva casos de puro amor. Mas, como as histórias que irá contar ainda não aconteceram, valorize as qualidades que um ser humano precisa ter para caminhar com dignidade cristã: bondade, humildade, sinceridade e amor próprio. Duas virtudes são para se carregar dentro do peito –humildade e amor próprio – e as outras, de comportamento, devem ser disponibilizadas ao próximo – bondade e sinceridade.
Estas virtudes eu explico com detalhes no livro ‘O Mendigo e o Padeiro’ – Paco Editora. A obra conta a história de dois personagens que buscam um modelo de felicidade conjugal para ajudar casais com problemas de relacionamento. Procurando respostas para melhorar as vidas das pessoas, o destino de cada um também mudou.
Tenha certeza que, com Jesus Cristo no coração, sua vida igualmente mudará.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
Lançamento de livro:
Histórias Cristãs – Editora Raboni – Paulo R. Labegalini (www.raboni.com.br)
HUMBERTO PINHO DA SILVA - REFLEXÕES PARA O DIA DE PORTUGAL

Em 1645, anos depois dos conjurados terem libertado a Pátria do jugo espanhol, no sermão: “ Pelo Bom Sucesso das Nossas Armas”, Padre António Vieira pregava deste jeito:
“Todos nos cansamos de guardar Portugal dos castelhanos, e devêramos nos cansar mais em guardar de nós. Guardemos o nosso Reino de nós, que nós somos os que lhe fazemos a maior guerra”.
E inflamado, prosseguiu:
“ Cuidemos que a justiça divina não tem mais que um castigo: sete vezes libertou Deus o povo de Israel no tempo dos Juízes, e sete vezes reincidiram em seus pecados. Oh Portugal que o não temo de Castela, senão de Ti mesmo!”
Se o eloquente sermão fosse proferido agora, certamente diria o Padre António Vieira: Que Portugal, não temia Castela, nem União Europeia, nem FMI, mas a sórdida aleivosia de seus filhos.
Com a mutilação do Império, sem salvaguardarem vidas e bens. Com o desbaratar do Tesouro, que guardava ainda o oiro do Brasil. Com pecaminosas afrontas aos que O engrandeceram, Portugal entregou-se a ódios, invejas e vinganças.
Sanearam uns; enriqueceram outros. “Apunhalaram” patriotas de diferentes ideologias; cavando profundos sulcos, que o tempo e a democracia, não conseguiram, ainda, apagar.
Inundaram a Nação de toda a casta de torpezas, assegurando que o destempero era: progresso, cultura, abertura a amplas liberdades.
E o povo sofria … mormente os “ retornados”, espoliados de bens, como se não fossem portugueses; como se Portugal não fosse uno e multirracial.
No Império, cedo ou tarde, haveria implosão – eram os ventos da História; mas não era necessário lançar milhões na penúria e outros em guerras fratricidas.
Asseveraram que Portugal tinha o apoio da Europa e do mundo, se assim fizesse. Do mundo não sei, da Europa por certo teve.
Não souberam aproveitar. Endividaram-se, gastando mais que produziam, e caíram, de crise em crise, até à colossal divida, que, só Deus sabe, quando será paga.
Ao comemorarem o Dia de Portugal ou de Camões, como queiram, espero que não se esqueçam dos que partiram para terras estranhas.
Porque encontra-se muito mais amor, muito mais altruísmo, muita mais devoção e carinho à Pátria, no seio das comunidades portuguesas, no estrangeiro, que inflamadas intervenções, proferidas por alguns políticos.
Em Lisboa, nem sempre quem discursa ou comenta na mass-media fá-lo por amor, mas por interesse próprio ou do partido, que o serve. Pretende-se, muitas vezes, ser servido e não servir.
Mas quem conhece as comunidades portuguesas, espalhadas pelo mundo, sabe, que ai, há entranhado carinho pela Pátria, pela cidade, pela aldeia, pelo torrão, que os viu nascer.
Basta frequentar as associações ou ler a imprensa, que elas editam, para constatar a diferença.
É que uns falam o que o coração lhes diz; e outros, calam o que o coração lhes devia dizer.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
EUCLIDES CAVACO - VOZ DA SAUDADE
Euclides Cavaco - Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá
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