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Quarta-feira, 12 de Junho de 2013
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - AS NOSSAS INDIFERENÇAS PREJUDICAM A CIDADANIA

 

 

 

                           

 

 

 

     Cremos que seja um bom tema de reflexão para esses conturbados dias, que os cidadãos tomem consciência de suas responsabilidades unilaterais frente às comunidades em  que vivem e da força coletiva que emanam, quando atuam unidos pelos mesmos ideais. Só assim poderão exigir das autoridades e da sociedade em geral, trabalho e honestidade, instrumentos básicos à consolidação da tão almejada democracia no Brasil. Posições egoístas e cômodas devem ser substituídas por ações solidárias e participativas, deixando de lado nossas indiferenças para com os próximos e para com o meio em que vivemos.

 

 

 

                     Se pararmos para fazer uma avaliação dos atos praticados em prol de nossos semelhantes, nos últimos tempos, é bem provável que cheguemos a um resultado não muito animador. Logicamente, existem exceções à regra, o que impede uma generalização dessa constatação. Contudo, se verificamos o que de concreto realizamos, concluiremos que poderíamos ter feito muito mais. O empresário e consultor Gerson Raul Persike de Joinville-SC, em artigo publicado pelo jornal “A Notícia” de Santa Catarina (pág. A.3 – 8/5/98), assim se expressou: “Na verdade, dentro de um contexto de uma sociedade já globalizada onde a tônica é o resultado (e não os meios para atingi-lo), seria, talvez utópico esperar que cada um de nós pudesse ‘perder tempo’ com o próximo. O problema é que estamos, na verdade, perdendo a sensibilidade. E, quando essa é reduzida, passamos a menosprezar os sentimentos alheios, a não considerar as opiniões do outro e a relegar a um segundo plano as noções mais básicas de cortesia e bom relacionamento”.

 

          No entanto, o ser humano é criado por amor e para a felicidade, tendo, em conseqüência, direito às condições necessárias para lograr seu desenvolvimento. O bem comum se identifica como a associação de circunstâncias que permitem aos indivíduos alcançarem a perfeição. Devemos, portanto, resgatar os princípios de solidariedade e de fraternidade para reduzirmos as diferenças entre as pessoas, eliminarmos a  violência e buscarmos uma convivência harmoniosa em comunidade. O descompromisso com terceiros e a indiferença com a situação destes, revela um egoísmo extremo que impossibilita a maioria da população  de conseguir alimentos, moradia, educação, saúde, trabalho com salário justo, lazer e segurança, elementos essenciais a um mínimo de dignidade.

 

          Não podemos perder de vista, no entanto, que a cidadania é sempre uma conquista coletiva que depende do nosso corajoso empenho pessoal e operacionalmente, revela-se em qualquer atitude cotidiana que implique a manifestação de um  atributo de pertinência e de responsabilidade conjunta. Assim, se não executarmos a nossa parte ou não termos a ciência de pertencer a um grupo, continuaremos condescendentes com as irregularidades que acabam prejudicando a todos. E o fato de mantermos grande parcela do povo afastada de suas aspirações básicas, por nossa omissão e comodidade, prejudica sensivelmente a consolidação da Nação-cidadã que almejamos.

 

                        A Constituição Federal de 1988 menciona ser um dos objetivos fundamentais da república erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais (art.3., inciso III). Sem dúvida, uma tarefa a ser executada pelo Brasil da democracia que necessitamos formar. Por isso, mais do que nunca, direcionemos a educação pela decência, procurando contribuir ainda, decisivamente para que haja uma tomada de posição quanto aos desmandos que se avolumam nos mais variados setores da sociedade. O Estado não está conseguindo dar respostas à dívida social por ele criada e alimentada pela elite que o sustenta e controla. Com isso, crescem os índices de miserabilidade e indigência. Embora a maioria dos brasileiros ainda não tenha percebido, o país vive um momento de  concordata silenciosa, em que fomos conduzidos a uma armadilha que nos deixou em grande vulnerabilidade externa por culpa das taxas de juros e da infindável dívida com países ricos.

 

                        Se persistirmos no manifesto marasmo e no descaso que  caracterizam os dias atuais, o que esperar no futuro de adultos que estão  sendo criados hoje, com o objetivo de estar à frente apenas para se fazer ouvir em benefício próprio e não de toda a coletividade? O que será do amanhã quando todos estiverem imbuídos apenas pela ânsia de levar vantagem? Quem defenderá os mais humildes, os injustiçados, o cidadão comum, contra a sanha de políticos corruptos, de impostos altos, de inúmeros ocupantes do Poder que embasam suas condutas em posturas inescrupulosas e do desemprego que grassa, se estarão todos voltados apenas ara si? É muito fácil jogar uma moeda a uma pobre ou um macro de pão a um faminto. Faz-nos sentir menos culpados pelo escândalo da miséria do próximo. A caridade que se revela desta forma não é mais que um meio de preservar a penúria e aliviar temporariamente nossa consciência, uma maneira de cobrir com um véu os nossos defeitos e delitos.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, escritor, jornalista, professor universitário, integrante da Academia Jundiaienses de Letras e presidente da Academia Jundiaiense de Letras Jurídicas



publicado por Luso-brasileiro às 11:30
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FRANCISCO VIANNA - A RÚSSIA ENVIA ARMAS À SÍRIA E TENTA RATIFICAR SEU PAPEL NA REGIÃO

 

 

 

 

 

Moscou atendeu a uma encomenda de armas feita pelo exército sírio para que enviasse “o mais rápido possível”, uma expressiva quantidade de armas de guerra suficiente para manter uma longa e cansativa batalha contra os insurgentes na guerra civil que vitima o país. A estatal russa exportadora de armas, a ROSOBORONEXPORT (Birô Russo de Exportação), enviou cerca de vinte mil rifles Kalashnikov com 20 milhões de cartuchos de munição, metralhadoras, lançadores de granadas, granadas de mão e rifles com mira de visão noturna.

 


 

Além da quantidade impressionante de civis mortos e refugiados, as cidades sírias estão devastadas por uma guerra civil de caráter religioso entre uma minoria alauita e uma maioria sunita.

 

O arsenal é capaz de manter o combate diário e contínuo contra as forças rebeldes por um tempo bastante prolongado e é composto de material e armamentos usados nas batalhas diárias desta longa e genocida guerra civil de uma minoria alauíta contra uma maioria sunita, o que faz supor que muita gente ainda vai morrer “em nome de Deus” neste hoje miserável país em se tornou a Síria.

Quanto à Rússia, o envio de armas e munições é mais do que apenas um “negócio” de exportação e representa uma tentativa de reafirmar sua influência e papel hegemônico na região, que na prática é como um convite às potências ocidentais a fazer o mesmo em favor dos rebeldes que lutam contra o regime de Damasco. Se isso realmente ocorrer, teremos um envolvimento bélico sem precedentes que poderá engolfar todo o Oriente Médio num conflito não declarado onde os vendedores de armas têm grandes chances de nunca receber de seus ‘clientes’ o respectivo pagamento, num cenário em que a teocracia islamofascista do Irã a tudo assistirá com indisfarçável satisfação, sem enviar um persa sequer para a luta ou uma arma que seja para engrossar a carnificina.

Além do material bélico convencional ‘exportado’ por Moscou, seguiram também as avançadas bases móveis de lançamento de mísseis defensivos antiaéreos S-300, prometidos pelo governo russo ao longo da semana passada.

Tudo isso ocorre em meio às citadas expectativas de que uma conferência internacional conjunta, proposta pelos EUA, possa levar a uma negociação capaz de por termo, politicamente, à guerra civil síria. Tal conferência, no entanto, só existe no terreno das hipóteses, uma vez que ainda não tem data para ser realizada e talvez não haja interesse real das partes em levá-la adiante. Apesar de tudo, fala-se em realizá-la até meados de julho, quando talvez já possa ser tarde demais para se evitar uma ampliação perigosa do conflito, no qual a OTAN e os países ocidentais relutam em participar diretamente, limitando-se a agir como a Rússia, só que enviando armas e logística para os rebeldes insurgentes.

Líderes da oposição síria, por sua vez, questionam quem os representaria nessa reunião ou mesmo se algum deles compareceria a ela, embora, o governo sírio esteja dizendo, atraves de seu Ministro do Exterior, que “compareceria a ela com a melhor das intenções”. Entrementes, todos os lados envolvidos reavaliam suas perspectivas quanto ao futuro do país e os rumos do próprio conflito fratricida.

Quanto ao Ocidente, a Grã Bretanha e a França estarão à vontade para armarem os rebeldes sírios se assim desejarem, enquanto lutam para levantar um embargo da União Europeia que expira na sexta feira de amanhã. O governo Obama, que por enquanto se mantém for a do fogo, está propenso a começar a enviar ajuda letal para as forces de oposição ao regime de Assad.

Na vizinhança, o Qatar e a Arábia Saudita, junto com alguns ricaços do Golfo Pérsico já gastaram milhões em armas em prol de diversos grupos rebeldes.

O Irã começou a enviar suprimentos na área de tecnologia, equipamento e pessoal especializado para auxiliar o governo sírio, que conta também com a participação de um considerável contingente do grupo terrorista do sul do Líbano, o Hezbollah, um cliente do Irã e da Síria na luta contra Israel.

Todavia, nenhuma força externa tem tido um envolvimento tão consistente na Síria como a Rússia, que tem servido a Damasco como principal fornecedor de armas, como já havia feito anteriormente com o governo do pai de Assad.

Obama tem dito que Assad deve renunciar, e uma grande quantidade de autoridades americanas, em nome de preocupações humanitárias, tem instado Moscou a ficar fora do caminho ao longo do processo, ao invés de perigosamente, intervir nele e com isso proporcionar uma ampliação do mesmo na região, com limites e consequências incalculáveis.

 

 

 Quinta feira, 3 de Junho de 2013

 

 

FRANCISCO VIANNA  -   Médico, comentador político e jornalista  - Jacarei, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 11:19
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - VAMOS FALAR DE PLÁGIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

José Cascales de Muñoz, disse: “No hay poeta que no haya plagiado  más de ciento de los antigos y contemporâneos “.

 

 Nem há escritor que não tenha plagiado, ainda involuntariamente, os clássicos. Nem jornalistas e professores que não tenham copiado, modo de ensinar e expressões, que ouviram a antigos mestres.

 

Todos nós, segundo Cruz Malpique: “ Chegamos muito tarde, a um mundo já muito velho. Cada um de nós, falando, escrevendo, pensando, fazendo seja o que for, é como tivesse procuração dos que nos precederam.” 

 

Muitas vezes há nítida intenção, de plagiar, como é o caso do “ Caramurú” - poema em dez cantos, de Frei José de Santa Rita Durão, publicado em Lisboa, em 1781, - que é decalque grosseiro dos “ Lusíadas”

 

Mas também o plágio pode ser por mero acaso:

 

Germano Almeida, escritor cabo-verdiano, planeara escrever sobre fictício congresso, a realizar em Lisboa, sob o tema: Homens traídos por suas mulheres.

 

Com o texto criado na mente, entrou numa livraria lisboeta e depara com Fernando Assis Pacheco, que recomenda-lhe a leitura do livro: “ Jogos da Idade Tardia” de Luís Landero.

 

Ao folhear a obra, encontra passagens idênticas, muito semelhantes, ao que trazia, quase concluído, na memória.

 

Essas coincidências, ainda que não sejam vulgares, acontecem. A ideia uma vez lançada, funciona como onda de rádio. Há sempre recetores que a acolhem.

 

O povo, que é grande mestre, costuma usar frase que explica tudo: “Anda no ar”.

 

Andar no ar, é uma espécie de boato mudo, que não se ouve, mas sente-se.

 

Nova forma de plagiar, é recorrer à Internet. Em segundos, alcança-se a matéria, e “rouba-se” conhecimentos, quase sem esforço.

 

Teses, mestrados, doutoramentos, uma vez publicados na Net, são alvos de copianços e apresentados, após ligeira maquilhagem, como originais, fruto de aturado trabalho.

 

Para combater a fraude, existem programas informáticos, que detetam o copianço. Entre outros, encontram-se o: “ Turnitin” e o “Ferrit”.

 

Mais difícil de descobrir, são teses feitas por encomenda, a antigos licenciados, apreços que podem atingir os 25 mil euros.

 

Famosos escritores foram acusados de plágio. Entre eles: Gabriel d’Annunzio, Moliere, Virgílio e até o nosso Eça de Queiroz.

 

Plágios, que certamente não passaram de acasos ou resultado de leituras antigas.

 

O escritor é fruto de muitas leituras e de muitas conversas e estudos, acumulados desde a infância; não se erra, se dissermos, que todos nós repetimos, o que pensaram e escreveram os que nos antecederam.

 

Se escrevo esta crónica, deve-se ao trabalho dos que publicaram artigos e obras que trataram o tema. Apenas coube-me o papel de abelhinha: “roubando” mel, de flor em flor.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -  Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:10
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EUCLIDES CAVACO - SANTO ANTÓNIO
 
 
 
 
 
SANTO ANTÓNIO Hoje, antevéspera de Santo António, fiz questão de visitar Alfama inteirinha onde não faltou uma visita à Sé, e ao lugar onde o nosso Santo nascera. Rendido à euforia das celebrações que já ecoam pela nossa Lisboa, recordo de novo este ano, as glórias do nosso SANTO MAIS POPULAR. com desejos de feliz dia de Santo António para todos...
 
http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Santo_Antonio/index.htm
 
 

Euclides Cavaco  - Director da Rádio Voz da Amizade.London, Canadá

cavaco@sympatico.ca


publicado por Luso-brasileiro às 10:02
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Sábado, 8 de Junho de 2013
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - OS NARCÓTICOS ANÓNIMOS E A VIDA DELE

 

 

 

 

 

 

 

Ligou-me. Costuma fazer isso quando vem a Jundiaí. Quer saber como estamos e, em seguida, comenta sobre o tempo em que se encontra limpo das drogas. Percebo que cada dia na lucidez é uma vitória. Não deve ser fácil esse exercício, que supera a vontade maculada, para se manter sóbrio.

Na época em que começou a frequentar o NA, na cidade em que reside, já dava mostras de que havia encontrado o caminho que mais lhe fortalecia a razão e o coração.

No contato atual, pediu-me que escrevesse uma crônica sobre seus desatinos, já que o acompanhara, nem tão próxima e nem tão distante, em diversos acontecimentos. Notícia não mais em página policial. É a terceira que escrevo a seu respeito: a primeira por emoção minha e a segunda por ele solicitada. Deseja testemunhar, a partir do que era, a importância dos Narcóticos ANÔNIMOS – NA – em sua história de reconstrução. Uma irmandade real, sem fins lucrativos, unida por um problema comum: a doença da adicção. São homens e mulheres para quem as drogas se tornaram um problema maior e buscam se recuperar. O único requisito para ser membro é o desejo de estancar o uso de entorpecentes. Não se interessam por quanto a pessoa usou, quais eram os seus contatos, o que fez no passado. Fixam-se, somente, naquilo que a pessoa deseja fazer com seu problema e como podem ajudá-la.

Ele insiste que escreva sobre suas contradições, embora me  desagrade ruminar a respeito do passado de alguém. Posso, contudo, dizer sobre como o enxergava. Algumas vezes, ele percorria a rua na penumbra, com silhueta fantasmagórica. A maioria o ignorava, por não importunar. Como pústula que não atinge os transeuntes. Poucos faziam pilhéria pelos trajes femininos e pelas marcas de violência no corpo. Todavia, ao transbordar seus ressentimentos, chegava à delegacia e à mídia como um transgressor, um pária. A sociedade, normalmente, procura estrangular o grito de socorro dos excluídos. Em determinados momentos, ao não ser ouvido em seus delírios, considerava-se, também, vítima da família. Adotou posicionamentos que lhe garantissem a aquisição de drogas e houve quem se aproveitou dele e de quem ele se aproveitou. Diante de um fato que o assustava, assumia o papel de injustiçado ou se resguardava em alguma clínica. Na calmaria, se considerava com poder para destruir ou silenciar. Mas testemunho que, em todos os acontecimentos, ele se encontrava em busca do equilíbrio que oferece a paz.

Noto que, no NA, reencontrou o controle de sua vida, porque descobriu que a humildade salva. Experimentou a impotência ante o vício, reconheceu os erros, desculpou-se e concluiu sua responsabilidade pela recuperação, deixando de culpar os que lhe eram próximos no convívio. Foi lá que se sentiu plenamente acolhido como é e descobriu que Deus é amoroso.

Alegro-me por me ter como amiga e por me fazer portadora de sua mensagem sobre a força de um grupo que entende de sofrimento e procura minorar as dores do mundo.

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 11:12
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - 09 DE JUNHO. DIA NACIONAL DE PADRE ANCHIETA, PRECURSOR NA DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Teoria Geral dos Direitos Humanos primordialmente defende os direitos fundamentais dos seres humanos e sua concretização, além do respeito irrestrito a dignidade da pessoa humana, sendo o Cristianismo o primeiro momento efetivo da evolução de tais princípios. E um dos incansáveis precursores de que o homem deve ser tratado como um fim e nunca um meio em nosso país foi o Padre José de Anchieta. 

 

            Nascido nas Ilhas Canárias, Espanha, a 19 de março de 1534, dia consagrado a São José e a quem deve o nome, ingressou na adolescência na Companhia de Jesus em Portugal para em 1553, incorporar-se ao terceiro grupo de jesuítas que chegou ao Brasil, onde se mostrou infatigável. Ainda jovem, em sua nova terra,  mesmo doente, dedicou-se a trabalhos árduos. “Sirvo de médico e de barbeiro, medicando e sangrando os índios, e alguns se restabeleceram com os meus cuidados, quando já não se contava com suas vidas, tendo outros morridos da mesma enfermidade. Além desses empregos, aprendi outra profissão que a necessidade me ensinou, a de fazer alpercatas” – escreveu em uma carta a Santo Inácio de Loyola, fundador da ordem religiosa a que pertencia.

 

            Como catequizador, ele também mediou e pacificou conflitos, tendo sua atuação se destacado durante o episódio da Confederação dos Tamoios (1560), quando essas tribos aliadas aos invasores franceses – se uniram para guerrear contra os portugueses. Ainda noviço, permaneceu meses como refém dos índios no litoral de São Paulo, quando escreveu, nas areias da praia, o Poema da Virgem. Com a paz entre os silvícolas e colonizadores, Anchieta passou o texto para o papel, composto de 4.172 versos que até então estavam arquivados apenas em sua memória.

 

 

 

 

 

            Foi ordenado sacerdote em 1566, na Bahia, aos trinta e dois anos de idade. A partir daí, passou a viajar pelo território nacional, também exercendo atribuições, como reitor do Colégio do Rio Janeiro, cidade que ajudou a fundar, assim como Niterói, tornando-se em 1576, o sexto provincial dos jesuítas no Brasil. Foi ele que juntamente com o Pe. Manoel da Nóbrega formou o primeiro vilarejo que depois originou a cidade de São Paulo, hoje um dos maiores centros brasileiros. Anchieta faleceu a 09 de junho de 1597, em Reritiba, Espírito Santo, hoje município de Anchieta, tendo sido beatificado por João Paulo II em junho de 1980, reiterando que o processo de sua canonização está sob análise do Vaticano e sua santificação pode ocorrer a qualquer momento.

 

Nem sempre compreendido, pois pautava suas ações nos princípios religiosos e preceitos de absoluta Justiça Social, acabava por contrariar muitas vezes os interesses dos que o cercavam. Entretanto nunca perdeu a convicção de trabalhar em prol de terceiros e do respeito aos anseios fundamentais do ser humano, desdobrando-se em colonizador, sacerdote, pacificador, pregador e mediador, o que antecipou na prática, preceitos de futuros institutos jurídicos. Fonte inesgotável de amor e perseverança, dotado de grande conteúdo intelectual, suas lições maiores foram simplicidade e bondade tornando-se um exemplo de homem a ser seguido, com a esperança de que continuemos a construção de um mundo melhor, tendo as mesmas bases por ele apregoadas: o Senhor Jesus Cristo, resgatador da vida eterna e o Espírito Santo de Deus, provedor da sabedoria.

 

            Vale ressaltar que o Pe. Anchieta atualmente é patrono de inúmeras instituições de ensino no Brasil, sendo que uma das maiores é a de Jundiaí, Estado de São Paulo, integrada por cursos desde o ensino fundamental até o universitário e que já começa a se ramificar por toda a região. A sua Faculdade de Direito mantém a cadeira de Direitos Humanos no curso de graduação, na qual como professor da disciplina, busco inspiração no chamado “Apóstolo do Brasil”.

 

 

 

 

                       

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI  é advogado, jornalista, escritor e professor universitário


 

 

                Amanhã, dia nove de junho, celebra-se o DIA NACIONAL DE ANCHIETA, em homenagem ao jesuíta que ajudou a colonizar o Brasil e criar grandes centros como o Rio de Janeiro e São Paulo. Sua importância histórica também invade a área jurídica, a partir de sua atuação na defesa dos direitos indígenas. Mesmo perseguido por sua postura indelével que contrariava interesses da época, sempre pautou suas ações na concepção de que o homem deve ser tratado como um fim e nunca um meio, preceito básico da atual da Teoria Geral dos Direitos Humanos.          



publicado por Luso-brasileiro às 11:05
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - VOCÊ É INSUBSTITUÍVEL

 

 

 

 

 

 

 

 

Na sala de reuniões de uma multinacional, o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, ameaça:

 

– Ninguém aqui é insubstituível, entenderam?

 

A frase parece ecoar nas paredes da sala em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada até que, de repente, um braço se levanta e o diretor o interpela furioso:

 

– Alguma pergunta cretina?

 

– Tenho sim. E Beethoven, quem o substituiu?

 

– O que o senhor quer dizer com isso? – resmunga em tom mais baixo o diretor.

 

– Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e acho muito pertinente falar a respeito. As empresas se esforçam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo, continuam dizendo que os profissionais são simples peças dentro das organizações e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar. Quem substituiu Tom Jobim, Ayrton Senna, Ghandi, Frank Sinatra, Garrincha, Santos Dumont, Monteiro Lobato, Elvis Presley, Beatles, Jorge Amado, Pelé, Albert Einstein, Picasso, Zico?

 

Após um breve silêncio, o gestor continua:

 

– Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostavam e o que sabiam fazer bem, ou seja, fizeram seus dons brilharem; portanto, ainda são insubstituíveis! E acho que cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora de os líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da equipe, focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia para criticar suas deficiências.

 

Fortalecido com as palavras do colega, outro gestor disse:

 

– É verdade, ninguém lembra se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico... O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis, melodias inesquecíveis – resultados de seus talentos. Cabe aos líderes de organizações mudarem o olhar sobre a equipe e voltarem seus esforços para descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o dom de cada um em prol do sucesso de seu projeto deveria ser o maior objetivo.

 

Então, meio sem palavras, o diretor lançou um desafio à equipe: que lhe trouxessem a solução para o problema que vinham enfrentando. Se conseguissem equacioná-lo em tempo de reverter os prejuízos, ganhariam recompensas e passariam mais tempo com suas famílias. Assim, motivados com a nova situação e valorizados pelas competências que julgavam possuir, começaram a trabalhar na solução do problema.

 

E completando essa linha de pensamento, se todos fossem reprovados por suas fraquezas, Garrincha correria um sério risco em não atuar por ter as pernas tortas, Albert Einstein pararia os estudos por ter tirado notas baixas na escola, Beethoven viveria desmotivado por ser surdo... E o mundo teria perdido todos esses talentos!

 

Ah, quando o Zacarias de‘Os Trapalhões’ morreu, ao iniciar o programa seguinte, Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim: ‘Estamos todos muito tristes com a partida do nosso irmão Zacarias. Hoje, para substituí-lo, chamamos...‘ninguém’, pois nosso Zaca é insubstituível’.

 

Portanto, nunca se esqueça: você é um talento único! Com toda certeza, ninguém o substituirá. Eu também sou um só, mas ainda assim sou quem sou. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa boa para alguém. E por não poder fazer tudo, não me recuso a trabalhar no pouco que posso ajudar.

 

Às vezes fico triste pensando nas mães que rezam terços e terços sozinhas. E quantos pais idosos não vão mais à missa porque ninguém os leva! Quantos filhos também se revoltam com a vida indigna dos pais! Muita gente gostaria de ter as migalhas dos ricos para comer! E quantos agonizam por falta de remédios!

 

Acho que não é necessário dizer mais nada, pois cada um sabe o que poderia estar fazendo pelo seu irmão e não faz. Quanto ao irmão ser ou não de sangue, para Jesus não importa; mas julgando com o meu coração humano e pecador, dói mais quando vejo alguém sofrendo, sendo que a família tem condições de acolhê-lo e o deixa abandonado. A caridade deveria sempre começar em casa e, depois, com a graça de Deus, se espalhar por toda a humanidade.

 

Se você concorda comigo, primeiro olhe ao seu redor e depois, se puder, ajude as famílias carentes e excluídas da nossa sociedade. Com certeza, a recompensa a quem sofre e a quem ajuda virá do Céu.

 

No mundo, sempre existirão pessoas que irão amar você por aquilo que é, e outras, que irão tentar desprezá-lo pelo mesmo motivo. Acostume-se a isso com muita paz de espírito. Valorize-se sempre mais, ajude o próximo e, um dia, todos saberão que você é insubstituível.

 

 

 

 PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 

 

Lançamento de livro:

Histórias Cristãs – Editora Raboni – Paulo R. Labegalini (www.raboni.com.br)

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:58
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FELIPE AQUINO - NOVELAS E DIVÓRCIO

 

 

 

 

Um estudo realizado pelo Banco Interamericano do Desenvolvimento – BID, constatou que as novelas fazem aumentar o número de divórcios no Brasil. Alberto Chong é coordenador da pesquisa.

 

Os pesquisadores analisaram as três últimas décadas e verificaram que a taxa de divórcios no Brasil cresceu cinco vezes desde 1980.

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo o resultado das pesquisas do BID, a porcentagem de mulheres divorciadas é maior nas regiões onde se pode sintonizar a Rede Globo, em especial nas pequenas comunidades que recebem o sinal dessa emissora.

 

 

 

Fonte: http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mulher/mat/2009/01/30/estudo-do-bid-relaciona-novelas-divorcios-no-brasil-754213091.asp

 

 

 

Infelizmente qualquer pessoa sabe que isso é verdade, mas a pesquisa vem comprovar esta tristeza para aqueles que ainda acham que as novelas brasileiras são inofensivas. Na verdade elas fazem uma pregação sistemática de anti-valores, destruindo os pilares da civilização cristã; fomenta o divórcio, incentiva o sexo livre e sem compromisso, fora e antes do casamento, enaltece a luxúria, promove a vida luxuosa e vazia, elimina Deus da vida das pessoas, etc.,etc., etc.

 

 

 

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As cenas de sexo e de beijos são permanentes, em horários onde as criancinhas estão na sala vendo tudo e aprendendo um comportamento perverso, desordenado, anti-cristão.

 

 

 

 

 

 

 

Que tudo isso sirva de alerta aos pais para que amanhã não venham a estranhar o comportamento dos seus filhos, mesmo oas menores de idade.

 

 

 

FELIPE AQUINO   -   Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:45
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LAURENTINO SABROSA - PENSAMENTOS

 

 

 

 

 

 

 

88 - Não faço promessas em casa para cumprir em Fátima.

Faço promessas em Fátima para cumprir em casa.

 

89 - Há pessoas que não são prestáveis a fazer favores mas gostam de os receber; há pessoas que gostam muito se ser prestáveis a fazer favores, mas não gostam de aceitar. As primeiras têm uma certa forma de parasitismo; as outras têm uma certa forma de orgulho e de vaidade. Não se pode “viver juntos” se a conceder favores não corresponde receber favores se e quando houver oportunidades. 

 

90 - São Francisco de Assis foi quem melhor conseguiu imitar Cristo. Amava a natureza, a irmã morte, a irmã água e o irmão lobo. Não amaria ele também o irmão touro? lá porque este é fero e bravo? Imitar plenamente Cristo é impossível; imitar São Francisco é difícil mas possível, o que aumenta a obrigação de o fazer. Assim, como se pode gostar de touradas?

 

             91 - “De quem eu gosto nem às paredes confesso”. Mas eu digo “Quem eu amo só às paredes confesso”. Bem posso fazer delas relicário do meu segredo, como se fossem augusta pitonisa, porque é da velha Sabedoria da Nações que elas têm ouvidos, e é da sabedoria mística de Teilhard de Chardin que elas estão impregnadas do Espírito de Cristo. São, assim, o mais perfeito confidente, mais fiel e sigiloso que o zéfiro que ondula as searas, porque esse, orgulhoso de saber o que lhe foi confiado, propala-o aos quatro ventos seus irmãos. Então, eis que “todo o mundo o sabe”: os ventos semeiam-no no éter, o Sol absorve-o e o transmite à Lua, a Lua informa o Mar, o Mar enrola-o na areia, a areia vai incubá-lo como se fosse um preciosíssimo ovo, donde vem a surgir “o mais” de todos os tempos e para que todos, mesmo todos, tomem conhecimento e se extasiem. Porém, nesse momento, o que Sky e Heaven sabem ser pulquérrimo, imediatamente fica desbotado e, mesmo perante os que seguem a Sabedoria das Nações e são tão permeáveis ao Espírito como as paredes, não passará de ser “uma coisa” bonita, louvável, enternecedora.

Como isso é pobre para quem tem sede de infinito! O que é belo e puro, perfeito e sublime, há-de, um dia, ter a a sua paga, que nem o beneficiado por “essa coisa” espiritual e terna, terna e eterna, pode dispensar. A recompensa do que eu só às paredes confesso há-de ser excelsa e digna, a corresponder à beleza do que lhes digo e, então, aguarda-me uma entrada triunfal no Reino daquele de quem eu queria ser o alter ego, Aquele que enchendo as minhas paredes as tornou dignas de serem minhas confidentes. Estou a ouvir desde já, em cortejo solene e grandioso, uma marcha nupcial ainda desconhecida, em que ao som de harpas, cítaras e liras Ele manifesta nas alturas a Sua grandeza ao mesmo tempo que na terra faz brilhar a Sua glória, para quem tem tão bons ouvidos como as paredes e está como elas cheio do Espírito de Cristo. Um tapete largo como o céu, ornado de estrelas, resplandecente de luz mais branca do que a neve me há-de conduzir a uma mansão privada e colectiva, que nunca foi nova nem nunca foi antiga, onde vou recomeçar o princípio sem dele ter saído, onde vou reencontrar o que nunca perdi, onde não é preciso tendas para nos sentirmos bem, nem tectos de abrigo para nos sentirmos seguros, nem paredes com ouvidos para desabafarmos amores ou angústias.

Por isso, se só em Deus ponho a minha esperança, “ quem eu amo só às paredes confesso”.

 

92 - A Natureza não faz milagres, faz revelações Carlos Drummond de Andrade. Consideramos milagres aquilo que não sabemos ou podemos fazer, não sabemos explicar. A Natureza é “um outro eu” de Deus, e Deus não faz milagres, porque para Ele é tudo muito “natural”, tudo se processa segundo os seus planos os seus desígnios, segunda a sua Providência. Milagres não existem, só existem na nossa imaginação como consequência das nossas inferioridades. Tudo decorre segundo a vontade e o poder de Deus.

 

93 - O prazer é a prova da Natureza, o seu sinal de aprovação. Quando somos felizes, somos sempre bons, mas quando somos bons nem sempre somos felizes Óscar Wilde. É uma visão muito pagã das coisas. O autor, mestre do paradoxo, nem sempre neles é feliz. Este pensamento deve ter sido congeminado na perspectiva social da moral do prazer e na sua época mundana em que era homo-sexual o que lhe veio a custar uma vergonhosa prisão. O ser bom não é consequência de sermos felizes, embora a felicidade possa contribuir para, em entusiasmo fortuito, sermos epidermicamente, pontualmente, bons. Ser bom é inato, embora susceptível de aperfeiçoamento. Todo o prazer tem a sua mescla de dor, quanto mais não seja por se saber que é fugaz e transitório. Quando somos bons, medularmente, espiritualmente bons, ao contrário do que diz O. Wilde, somos sempre felizes.

 

 

LAURENTINO SABROSA    -   Senhora da Hora, Portugal

laurindo.barbosa@gmail.com



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Quinta-feira, 6 de Junho de 2013
JOÃO BOSCO LEAL - ONTEM, HOJE E AMANHÃ
 
 

 
 
 
 
 
 
Tenho pensado e conversado bastante com amigos sobre como já fui, como sou, e como seriam minhas reações em situações análogas às que me ocorrem atualmente.

 

É bastante interessante desenvolver esse raciocínio, pois através dele podemos perceber o quanto, com a idade, mudamos, alteramos nossos pontos de vista, crescemos, amadurecemos.

 

Por outro lado, em alguns aspectos nos tornamos mais jovens, ou até mesmo infantis, com menos preocupações, dando menos importância a muita coisa que antes nos eram caras.

 

Nossas atitudes em relação a filhos e netos são tão distintas do passado, que até os filhos estranham, pois exigimos bem menos e sorrimos bem mais.

Passamos a não ter interesse algum em ser o que não somos para agradar quem quer que seja e, sobre qualquer assunto, não aceitamos mais as fórmulas prontas.

 

Normalmente corremos mais riscos do que no passado e nos divertimos com isso. Queremos viver intensamente e não simplesmente passar pela vida.

Em algumas ocasiões e ambientes, as bebidas, mesmo para aqueles que sequer bebem, são absorvidas com menos preocupações com o quanto subirá.

As novas experiências sejam elas comerciais, sentimentais, ou sexuais, são exercidas com muito menos cuidados, temores ou pudores. Muitas ideias deixam de parecer insanas e algumas até procuramos concretizar.

 

Não queremos mais ser iguais ou parecidos com alguém, mas simplesmente viver a nossa vida como achamos que deve ser vivida.

 

Nos relacionamentos, ainda que pouco duradouros, gostamos de sentimentos mais fortes, intensos. Deixamos o coração bater mais forte e comandar nossas atitudes. Não nos apaixonamos pela metade. Os apetites são mais vorazes, a imaginação bem mais fértil e os prazeres bem mais intensos.

Muitas coisas que antes pensávamos ser importantes, hoje pouco significam. O que os outros pensam a seu respeito é uma delas. Isso passa a ter pouca valia. Atitudes diferentes de cada um muitas vezes levam outros a se comportarem da mesma maneira, o que leva a mudanças sociais.

Reações adversas às que esperávamos de certas pessoas deixam de nos machucar tanto e passam a ser encaradas com maior normalidade, pois entendemos agora, que cada um é o que é e não o que esperávamos que fosse.

 

O comportamento em relação a milhares de atividades diárias é totalmente diferente do que seria duas ou três décadas atrás, pois não existe mais a preocupação de acertar sempre.

 

Adequações aos novos tempos, novas realidades, novos conceitos ou preconceitos acabam ocorrendo, algumas até sem que percebamos.

 

Mesmo os valores morais da sociedade - muito sólidos em minha educação e na de meus filhos -, em alguns aspectos e no decorrer do tempo vão sendo flexibilizados, tanto que as próprias leis do país são alteradas, de modo a dar cobertura a coisas que em décadas atrás seriam impensáveis, como os casamentos homo afetivos.

 

As pessoas mudam, crescem, melhoram ou pioram, mas jamais serão as mesmas.

 

 

 

 

JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil.

 



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FAUSTINO VICENTE - A NATUREZA NÃO RECLAMA, VINGA-SE

 

 

 

 

 

 

A palavra grega ISO,que significa igualdade, é a sigla da International Organization for Standardization, ou seja,  Organização Internacional para Normalização, fundada em 1947, e localizada em Genebra, na Suíça. Trata-se de uma entidade não-governamental que edita uma série de normas técnicas, reconhecidas internacionalmente, que visam padronizar e melhorar a qualidade de produtos e serviços de empresas do mundo todo. Milhares de empresas, de mais de uma centena de países, têm investido na busca de um Certificado de Qualidade ISO. Ela pode ser entendida como: – escreva o que e como você faz, e faça como você escreveu.

 

Do elenco de normas existentes daremos destaque, nesta oportunidade, para a ISO14.001 – Sistema de Gerenciamento Ambiental –, que objetiva prevenir, eliminar ou minimizar os efeitos nocivos ao meio ambiente causados por empresas privadas e públicas. Os passos para a implementação desta norma estão assim definidos: 1.) Comprometimento e definição da política de meio ambiente – 2.) Planejamento do sistema de gestão ambiental (SGA) – 3.) Implementação do SGA – 4.) Medições e avaliações e, 5.) Revisão e melhorias contínuas. Conscientizar, envolver e comprometer – do presidente ao servente – é de fundamental importância para que o SGA atinja as metas pré-estabelecidas. Acompanhar rigorosamente, e validar, cada uma das etapas do processo operacional da fabricação de produtos, e da prestação de serviços, é procedimento obrigatório para garantir o equilíbrio do meio ambiente e a  melhoria continuada da qualidade de vida.

 

Para que o SGA seja bem-sucedido é recomendável fazer um diagnóstico através do diagrama dos 7Ms: 1.) mercado, 2.) mão-de-obra, 3.) matéria-prima, 4.) máquinas, 5.) método, 6.) medição e 7.) meio ambiente. Essa análise crítica nos levará a reduzir as possibilidades  de poluição, reutilizar parte do que já foi usado, reciclar todo tipo de sucata e reinventar novos processos operacionais para a fabricação de produtos e prestação de  serviços. A agressão ao meio ambiente é, também, um desrespeito à massa consumidora, que está tendo a sua percepção despertada para recusar produtos e serviços de empresas ecologicamente incorretas.

 

Os gravíssimos problemas que estão ocorrendo com o aquecimento global não devem ser atribuídos apenas á uma parcela da classe empresarial, pois os governantes, também, têm a sua parte de responsabilidade na degradação do meio ambiente. Políticas públicas ineficientes, fiscalização insuficiente, investimentos em saneamento básico aquém das necessidades, excesso de burocracia e corrupção, são  fatores da mesma equação – ações públicas ineficazes.

 

Além da iniciativa privada e dos órgãos públicos cabe, a cada um dos seis bilhões e seiscentos milhões de habitantes do planeta azul, a sua cota de responsabilidade pela preservação do meio ambiente. Combate de desperdício de toda espécie, redução do volume de lixo, coleta seletiva, jogar o lixo no lixo, incentivos á cooperativas de coleta e implementação da CIPRAM – Comissão Interna de Preservação Ambiental são medidas indispensáveis á qualidade de vida. A educação pode contribuir para que tenhamos maior consciência sobre a chamada - Pegada Ecológica, que significa o “quanto da terra produtiva, área florestal, energia, habitação, água, mar, urbanização e capacidade de absorção dos dejetos cada pessoa necessita, para viver de forma minimamente digna. A esse conjunto de fatores, Martin Rees e Mathis Wackermagel, deram o nome de pegada ecológica, cujo estudo indica 2,8 hectares para cada pessoa”.

 

Numa simples reflexão sobre alguns textos da Bíblia (Gênesis 1, 24-31 + 2,1-19 e Deuteronômio 8,7-10), podemos encontrar referências  sobre a preservação do meio ambiente, desenvolvimento sustentável do ser humano e a destinação social dos recursos naturais da terra. Esse Livro Sagrado prevê, até, punição para os que destroem a Terra (Apocalipse 11:18).

 

 

 

 Faustino Vicente  -  Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos, Professor e Advogado – e-mail: faustino.vicente@uol.



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FRANCISCO VIANNA - O QUE HÁ POR TRÁS DAS MANIFESTAçÔES VIOLENTAS DE PROTESTO NA TURQUIA

 

 

 

 

 

Aparentemente, a demolição planejada de alguns prédios, a remoção de árvores e alguns jardins e mudanças consideradas execráveis de locais históricos e de valor cultural em praças do Parque Gezi, serviram de motivação para que um grupo de ‘ambientalistas’, quase todos jovens, se reunisse na Praça Taksim, em 28 de maio último, na turística Istambul, para uma manifestação pacífica de protesto, que acabou tornando-se progressivamente violenta na noite do dia 30, depois que a polícia tentou dispersar uma concentração que já passava de cem manifestantes.

 

 

 

 

  

Manifestantes turcos se ajuntam na Praça Taksim em Istambul neste 1 de junho. (AFP/Getty Images)

 

                No início, a movimentação foi organizada, logo no dia seguinte ao que começou, por altos representantes do Poder Judiciário do país, juntamente com figuras do principal partido de oposição ao governo (o secular Partido Popular Republicano – PPR) e as mensagens da manifestação eram de protestos ambientalistas em defesa das árvores do Parque Gezi e de gritos e cartazes condenando e exigindo a renúncia do Primeiro Ministro Tayyip Endorgan por um rosário de queixas. Coros antigovernamentais incluíam "Abaixo o ditadora Endorgan”, ou "Tayyip, peça demissão", ou ainda “O povo unido contra o fascismo".

Com a ação truculenta da polícia, os protestos também cresceram rapidamente tanto em veemência quanto em agressividade e, após o fim de semana, no dia 1º de junho, a massa de manifestantes já era de mais de dez mil pessoas reunidas na Praça Taksim, com muitos deles vindos do distrito de Kadikoy, um reduto do PPR, no lado asiático de Istambul, atravessando a ponte sobre o estreito do Bósforo, batendo panelas e fazendo algazarra em aberto desafio às leis contra a passagem de pedestres pela ponte. Alguns deles chegaram a jogar coquetéis Molotov, fogos de artifício, e pedras contra a polícia, que revidou com gás lacrimogêneo, canhões d’água e balas de borracha contra os manifestantes. Este rápido movimento de condenação ao governo fez com que as autoridades retirassem temporariamente a polícia do local, o que permitiu que mais manifestantes chegassem para engrossa a ruidosa turba.

A resposta de Erdogan foi contundente e desafiadora, embora admitindo que a polícia tivesse feito uso excessivo da força e ter pedido uma investigação sobre o fato. Declarou que não "toleraria a ação de extremistas selvagens que agem por motivos ideológicos", em oposição ao “movimento ambiental" e que “iria mobilizar para as ruas um milhão apoiadores do seu regime para cada cem mil manifestantes contrários”. O resultado foi que cerca de cinco mil manifestantes apedrejaram o escritório do Primeiro Ministro, no bairro de Besiktas, em Istambul.

Fortes chuvas mantiveram os manifestantes fora da Praça Taksim, na manhã de domingo, dia 2 de junho, exceto algumas dezenas que se reuniam em torno de fogueiras.

Mais manifestantes começaram a chegar à Praça no período da tarde, enquanto Erdogan fazia outro discurso desafiante e culpava o PPR pela agitação e prometia prosseguir com os planos de desenvolvimento urbano. Houve então confrontos de manifestantes com a polícia e o pau comeu com cerca de mil pessoas presas e dezenas feridas.

 

 


 

 

Mapa do alastramento das manifestações na Turquia de 30 de maio a 2 de junho de 2013

 

Até onde o primeiro Ministro Endorgan pode ir? Espera-se que ele não volte atrás com as reformas urbanas que decidiu fazer. Até anteontem, 1º de junho, as manifestações tinham crescido e se alastrados por diversas províncias (estados) da Turquia, tais como Izmir, Eskisehir, Mugla, Yalova, Antalya, Bolu, Adana, Ancara, Kayseri e Konya . Muitas delas são redutos do PPR e de onde se esperam que os protestos incluam um número cada vez maior de adeptos. Entre essas províncias, destacam-se Konya, Kayseri e Ancara, fortes núcleos de apoio ao governo também através do Partido da Justiça e Desenvolvimento.

Tai protestos, até agora, não indicam que o partido de Erdogan esteja sob risco sério ou iminente de sair do poder, mas revelam os limites da ambição política do Primeiro Ministro. Erdogan está tentando ganhar votos de um processo de paz lento e extremamente frágil com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão para lhe angariar o apoio necessário para levar adiante um referendo de reforma constitucional. Tal referendo transformaria a Turquia de um sistema parlamentarista para presidencialista e, pois, habilitaria Erdogan, cujo mandato de Primeiro Ministro termina em 2015, a continuar liderando o país como presidente depois de 2014, quando haverá no país eleições presidenciais.

Tendo em vista a coalizão do Partido Popular Democrata (PPD) e os que são pró-paz com os curdos com o PPR pelos atuais protestos, o fato parece não aborrecer Erdogan ou prejudicar o seu plano de confiar naqueles votos no referendo. Embora o Partido da Justiça e Desenvolvimento, que ainda é o mais popular da Turquia, principalmente entre a maioria conservadora da população da Anatólia interior, até o momento não enfrenta um adversário político de peso para as eleições legislativas locais de outubro próximo bem como para as eleições parlamentares nacionais de 2015, e a manobra política de Erdogan para se tornar presidente deverá enfrentar uma resistência maior.

O principal partido da oposição secular ao governo está alarmado com as políticas de Erdogan que comprometem os princípios que regem o núcleo do estado turco, de acordo com a definição de do ‘Kemal Ataturk’.

A partir de medidas sociais que proíbem a venda de álcool depois das 10 horas da noite e de medidas de política externa pelas quais a Turquia tenta moldar e influenciar grupos rebeldes islâmicos na Síria, tais políticas prejudicam diretamente o mandato ataturquiano pelo qual o país deva permanecer sendo secular e evite extrapolar as fronteiras da república.

Mas a crescente dissidência contra o partido governamental não é uma simples divisão do secularismo islâmico; a percepção que cresce entre um crescente número de turcos é a de que o partido está buscando uma forma agressiva do capitalismo que desafia as considerações ambientais, bem como ignora valores islâmicos. Dentro dos círculos de negócios, a frustração está tomando conta de um número de concessões distribuídas a aliados mais próximos de Erdogan, fazendo crescer a dissidência.

O estado turco está, pois, polarizado e isso fica evidente no relatório oficial dos protestos no do Parque Gezi. As manifestações parecem ter dado um pouco mais de coragem aos jornais que criticam o governo, como o Hurriyet, que reassumem uma postura antigovernamental que era meio invisível nos últimos anos em que Erdogan tem procurado domar a mídia nacional. O Hurriyet tem transmitido a "derrota" de Erdogan com manchetes como tais como “Erdogan não é o Todo-Poderoso".

No outro extremo do espectro político, a notícia financiada pelo Estado e divulgada pela agência Anatólia reporta que os protestos são consequência de uma "briga" entre o fogo de artifício lançando pelos extremistas jovens contra a polícia e a afirmação de uma mensagem democrática, pela qual, o governo permitiu que o PPR levasse adiante as demonstrações em Taksim.

Já o relato das fontes de apoio tradicionais do Partido Desenvolvimento e Justiça, é muito mais interessante. O jornal Yeni Safak, governista, condenou o projeto do parque e simpatiza com os manifestantes e o mesmo foi lido no jornal Zaman, dirigido por seguidores do movimento islâmico moderado ‘Gulen’. Os gulenistas formam um componente crucial da base governista, mas também mantém uma distância ‘segura’ do partido no poder. O movimento tem sido cada vez mais crítico a Erdogan, sugerindo fortemente que ele e seu partido tornaram-se hipertrofiados. Em editoriais do jornal, Erdogan é advertido pelo seu comportamento "excessivo" e defende em tese os manifestantes.

Muito embora a dissidência esteja crescendo, Erdogan e o Partido do Desenvolvimento e Justiça tem ainda um apoio substancial da base partidária que lhe dá governabilidade. A oposição continua a carecer de potencial de credibilidade alternativa (as eleições locais de outubro próximo irão, provavelmente, nos dizer o quanto de apoio o partido ainda dispõe).

Concomitantemente, a Turquia busca uma agenda externa altamente ambiciosa, que prevê a paz negociada com o Curdistão e seus militantes e a construção de oleodutos no Iraque e no Curdistão para tentar manter afastados os ataques de militantes apoiados pela Síria.

A Turquia se achava também altamente constrangida na busca de tais objetivos de sua política externa, mas têm um papel secundário nas políticas de desvio de atenção do povo turco internamente, uma vez que Erdogan prioriza os desafios de crescimento doméstico enquanto que adversários externos, como a Síria tentam tirar vantagem das preocupantes forças de segurança turcas e tentar patrocinar mais ataques dentro da Turquia.

Terça feira, 4 de junho de 2013

 

FRANCISCO VIANNA  -   Médico, comentador político e jornalista  - Jacarei, Brasil

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:58
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - O DESEJO DA IMORTALIDADE

 

 

 

 

 

 

 

Não recordo quem disse, que para o ser humano sentir-se realizado, deve concretizar três desejos: um filho, escrever um livro e plantar uma árvore.

São três modos, a seu alcance, para se perpetuar.

 

O jeito mais sublime, é sem dúvida, conceber a criança, carne de sua carne, a quem legue, nome e valores que acredita.

 

Mas nem sempre o filho perpetua a memória do gerador. Há quem despreze os pais, mormente se estes são de origem modesta; e os que aproveitam o casamento para se libertarem de sobrenomes “indesejados “.

 

O melhor meio de “permanecer”, após a morte física, é, a meu ver, escrever o livro. Nele deixa-se: o pensamento, reflexões e o estilo, que é um pouco da alma.

 

Infelizmente, o livro também morre. Morre nas estantes das bibliotecas, vítima de enfermidades de papel, ou esquecido como mono, manchado pela humidade, em escuros armazéns de livreiros.

 

Sei bem que pode haver reedições, mas isso acontece a poucos, aos que ascenderam ao estrelato; a maioria desaparece, comidos pelas traças e bichinhos indesejáveis.

 

Resta, finalmente, ao infeliz mortal, a árvore, já que esta permanece dezenas e até centenas de anos; e todas as primaveras se touca de graciosas flores e frutos, se for frutífera.

 

Mas a árvore não é eterna, e raras vezes, quem a observa, se lembra de quem a plantou e ajudou-a a crescer.

 

É humano o desejo de perpetuar-se, mas a melhor forma de o fazer, é a prática do bem, a dedicação, desinteressada, à causa humanitária.

 

Certo é que, também a prática do bem, a entrega ao próximo, não irá, por certo, perpetuar, o mortal. Decorrido, e não é necessário muitas gerações, não passará de pálida imagem em papel fotográfico, e permanecerá para os descendentes, como antepassado, quase desconhecido, do qual - mesmo para os que usufruam bens por ele deixado, - nem sequer conhecem o nome.

 

Assim é, porque este não é o nosso mundo. Somos meros peregrinos que caminhamos, diariamente, para a Vida, ainda que alguns pensem o contrário.

 

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:51
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