PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quarta-feira, 24 de Julho de 2013
PERÍODO DE FÉRIAS

               

 

 

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Por motivo de férias, como tem acontecido nos anos anteriores, não será atualizado o blogue durante o mês de Agosto.

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:14
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - VISITA DO PAPA E JORNADA DA JUVENTUDE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Milhões de cristãos do Brasil, em meio aos quais me incluo, estão atentos e com a alma voltada para a visita do Papa Francisco, sucessor de Pedro, ao Rio de Janeiro e Aparecida, motivado pela Jornada Mundial da Juventude, que acontece de dois em dois anos, com testemunho vivo e vibrante da fé. O encontro, que já aconteceu na Itália, Espanha, Polônia, Estados Unidos, Filipinas, França, Alemanha, Austrália e Argentina, tem como tema: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (MT 28,19).


Nossa Diocese acolheu na “Semana Missionária da Juventude” – precede a Jornada -, de 13 a 19 de julho, diversos jovens de países mais ou menos distantes que, junto com os daqui, se preparam para a peregrinação no Rio de Janeiro, em oração, reflexão sobre a Palavra, participação na Eucaristia e anúncio do Kerigma.


No último dia 19, por indicação do jovem José Augusto Aguiar, que é muito do Altíssimo, da Paróquia do Retiro, Deus me concedeu a graça de conviver, por alguns momentos, com um grupo de jovens e adultos – leigos, sacerdotes, religiosa, seminaristas -, do Panamá, integrantes do Caminho Neocatecumenal, que foram acolhidos por famílias da referida paróquia.


Pela manhã, com duração de três ou quatro horas, partindo do final da Estrada Municipal do Varjão e incluindo a Rua Oito do Jardim Novo Horizonte, com a Cruz à frente e cantando, abordaram as pessoas e visitaram casas, anunciando o Evangelho. A caminhada se encerrou na Casa da Fonte, onde trabalho, quando se juntaram ao nosso povo de lá.


Chegaram plenos da Boa Nova de Jesus Cristo, não somente por a noticiarem nos lugares por onde passaram, mas por uma experiência forte de acolhida na caridade. Carregavam, ainda, uma alegria que não passa, por estar firmada no Céu. E foi esse clima que invadiu a Casa da Fonte. É indescritível. Associaram-se aos nossos em um grande círculo, cantando, dançando, batendo palmas e bendizendo a Deus. Ali estavam pessoas de crenças e religiões diferentes, iluminadas pela unidade que somente o Espírito Santo de Deus pode proporcionar. Moradores do bairro adentraram ao espaço para se integrar a essa experiência forte de simplicidade, esperança e ternura. E é incrível como o idioma não é uma barreira. Onde o amor a Deus e ao irmão se faz maior, as criaturas dialogam através do Criador que é único.

Creio que aqueles que tiveram contato com esse grupo do Caminho Neocatecumenal, da paróquia do Retiro e do Panamá, carregarão, para sempre, esse instante de olhos desconhecidos que se fazem conhecidos no amor por ver, em cada um, sem preconceitos, um irmão, filho do mesmo Pai.


Não imaginava que a vinda de jovens à nossa Diocese me marcaria tanto. Senti-me peregrina, com eles, ao encontro do Papa Francisco, repetindo como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que Te amo”.

 

 

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:08
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Terça-feira, 23 de Julho de 2013
JOÃO CARLOS MARTINELLI - AOS 95 ANOS, MANDELA É LEMBRADO POR SUA LUTA PELA IGUALDADE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maior líder da luta pela isonomia na África do Sul, tornando-se um exemplo mundial, Nelson Mandela chegou aos 95 anos no último dia 18 de julho de 2013. Toda essa consideração lhe é outorgada, não apenas por sua história de vida, mas também pelas bandeiras que ergueu em seu governo, como educação e luta contra a Aids, o que contribuiu ainda mais para consolidá-lo como ícone da igualdade. 

 

 

 

A vida de Nelson Mandela foi marcada pela decisão de libertar não só a si mesmo, mas a todos os negros oprimidos sob o apartheid, regime institucionalizado de segregação racial por supremacia branca, extremamente opressor. Nascido a 18 de julho 1918 em Mvezo, com o nome de Rolihlahla (“criador de problemas”), passou a ser chamado de Nelson por sua professora em 1925.

 

A sua luta pela igualdade começou em 1943, quando aderiu ao partido Congresso Nacional Africano (CNA) cujos propósitos tomaram grandes proporções, com enfrentamentos e mortes. Em 1960, uma passeata de 10 mil manifestantes que entoavam canções de liberdade terminou com a morte de 69 pessoas e mais de 200 feridas. O CNA passou então para a clandestinidade em 1964 e milhares de militantes foram presos, inclusive ele, sendo condenado à prisão perpétua por sabotagem e conspiração contra o Estado sul-africano. “Mesmo preso, ele continuou fazendo convocações à luta”, lembra a consultora do Ministério da Educação (MEC) e pesquisadora, Ira Maciel, em matéria publicada pelo jornal Gazeta do Povo de Curitiba (“Bandeiras, firmeza e prisão de Mandela o tornaram um ícone”- 20/7/2008, p. 11, Helena Carnieri).

 

Durante quase 27 anos, foi o detento 466/64 do presídio da Ilha de Robben, número esse que hoje dá nome à campanha contra a AIDS que ele promove. O grito de seus partidários “Libertem Mandela”, com campanhas em inúmeros países e shows com a participação de consagrados artistas internacionais, fez eco por todo o mundo, até que, aos 72 anos, ele foi libertado. O maior evento foi o festival “Free Mandela” (Liberdade para Mandela), realizado em Londres em 1988, comemorando seus 70 anos.

 

 Ganhou incontáveis prêmios pela defesa dos direitos humanos, sendo o mais notório, o Nobel da Paz de 1993. Em 1994, pela primeira vez na história da África do Sul, os negros puderam votar – e o elegeram para governar o País. Honrando a palavra, ele foi presidente por apenas um mandato. Após um trabalho em nível mundial para que o dia de seu aniversário, o “Mandela Day” – 18 de julho – fosse anualmente dedicado ao voluntariado, desde o ano passado é celebrado nesta data o Dia Internacional de Nelson Mandela,  definida pela Assembléia Geral da ONU. “Nós ficaríamos honrados se esse dia pudesse reunir as pessoas ao redor do mundo para combater a pobreza e promover a paz e a reconciliação”, afirma uma declaração divulgada em seu nome. A comemoração foi idealizada pelas organizações de caridade da Fundação Nelson Mandela e pela Campanha 46664 para homenagear e dar continuidade ao seu legado.

 

A transição que conduziu, do regime do apartheid para a democracia, uniu e auxiliou no desenvolvimento da África do Sul. Uma das suas bandeiras foi a da educação, que sempre disse ser o fator mais importante para mudar o mundo. “Ele nunca pensou na educação isoladamente, mas num plano econômico”, explica Ira Maciel. Mandela se tornou ícone também por realizar ações afirmativas (que visam diminuir diferenças socioeconomicas entre as raças), que têm seu apoio até hoje. “Elas foram fundamentais para diminuir desiquilíbrios”, disse o antropolólogo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Dagoberto Fonseca, na matéria jornalística supramencionada.

 

“Ninguém nasce odiando outro por cor, origem ou religião. Precisa aprender e pode ser ensinado a amar.” - "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão  foram feitos para viverem como irmãos." - "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação."- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre." - "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo." Com esses pensamentos e com suas firmes convicções, Mandela se tornou um dos homnes mais admiráveis de todos os tempos, demonstrando empenho, firmeza, dedicação, altruísmo, desapego e total desprendimento em favor de seus objetivos e de sua ideologia anti-racista. Um permanente exemplo a ser seguido.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, professor universitário e escritor.



publicado por Luso-brasileiro às 11:34
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - AMOR À VIDA

 

 

 

 

 

 

 

Muita gente me pergunta como eu consigo fazer tantas coisas ao mesmo tempo e mais gente ainda me pergunta por que razão eu quero fazer tantas coisas. Sinceramente, a resposta para isso, para mim, é muito simples, sem segredos. Pode parecer o óbvio, mas consigo porque faço e todo mundo, quando quer, consegue. O tempo é medido da mesma forma para todo mundo e aí é uma questão de possibilidade e de prioridade.
Eu digo isso porque grande parte das pessoas que me fazem essa pergunta, tem tempo disponível, e teria plenas condições de fazer muito mais, de ser mais feliz, inclusive. Acho que algumas pessoas desperdiçam seus potenciais e seu tempo, de forma leviana ou inocente, mas o resultado inevitavelmente será o mesmo.
Por outro lado, é mais do que compreensível que alguém que viva em função de filhos pequenos, por exemplo, não tenha tempo para muita coisa extra, além do seu trabalho, mas, ainda assim, eu conheço muita gente que faz um dia ter 48 horas...Como eu disse, é tudo uma questão de prioridades, de momentos da vida e do que cada um deseja para si.
A única coisa que me desgosta é ouvir gente que tem tudo para ser feliz e ainda assim passa a vida reclamando. Eu acredito que tudo que a gente canaliza, volta para nós, para o bem e para o mal. Creio que passar o tempo reclamando, não tem o condão de fazer com que o universo se apiede e nos cubra de bênçãos. A contrario, aprendi que nada é tão ruim que não possa piorar.
A resposta a outra pergunta é pessoal. Eu faço muitas coisas diferentes porque gosto disso. Eu olho o mundo com os olhos que guardei da criança que um dia fui e da qual prometi nunca me afastar completamente. Há uma quase infinidade de lugares para ir, pessoas para conhecer, coisas a aprender, línguas a falar, risadas a rir e, infelizmente, lágrimas a chorar. Tudo o que temos para isso são, se tivermos sorte, algumas dezenas de anos e isso é muito pouco...
Li dia desses, que a grande tragédia da vida é que demoramos para ficar sábios e, paradoxalmente, ficamos velhos rápido demais. Assim, eu tento experimentar as alegrias que me são possíveis, aquelas que meus recursos econômicos permitem, aquelas que a minha idade ainda não limita, aquelas que fazem me coração bater mais forte e mais corajoso...
Não tenho autoridade para dar conselhos a ninguém e tampouco me considero expert em coisa alguma. Sou apenas uma pessoa curiosa, desejosa de ficar por esse mundo pelo máximo de tempo possível, porque espera dele o bem, mas não se olvida do mal. Se eu pudesse dar uma única sugestão, diria às pessoas para pararem de perder tempo, de desperdiçar o presente e as chances de explorar as coisas simples da vida. Sermos felizes, ainda que hajam dias difíceis, momentos de dor, é parte de nossa missão nesse mundo.
Quando tudo parecer perdido, quando a dor parecer forte demais, sugiro voltar os olhos para a grandeza do universo, na esperança de que em algum lugar as coisas possam fazer sentido. Se nada disso ajudar, procuremos o menor espaço no qual o Criador habita: o abraço de alguém querido...
Por amor à vida, vale tudo que não prejudicar o próximo, vale até fingir que um dia vale por dois e a vida não tem dias finitos...
 
 
 
 
 
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA    -  Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora   -  São Paulo.


publicado por Luso-brasileiro às 11:02
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FELIPE AQUINO - " AS ABORTISTAS NÃO NOS REPRESENTAM "

 

 

 

 

Renata Gusson Martins, mãe de cinco filhos, participou na Sessão da Subcomissão permanente em defesa da mulher, uma audiência com o para debater as políticas públicas para a saúde da mulheres, presidida pelas Senadoras Angela Portela (PT); Ana Rita (PT); Lídice da Mata (PSB), ocorrida em Brasília no dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher. Para a ocasião as senadoras da subcomissão convidaram mulheres financiadas pela Fundação MacArthur para falar sobre a “saúde” da mulher, mas não estenderam o convite às organizações de defesa da vida e de amparo a mulheres grávidas. No entanto, mesmo sem convite, essas iniciativas pró-vida se fizeram presentes em Brasília na audiência, para surpresa geral das senadoras e das feministas convocadas.

 

Usando da palavra Renata denunciou que as abortistas e feministas financiadas por fundações internacionais como a Rockefeller, Ford e MacArthur, as quais ferindo a soberania do país vêm promovendo o avanço da legislação pró-aborto em Brasilia, simplesmente não representam a mulher brasileira e seus verdadeiros interesses.

 

 

 

 

 

 

O vídeo já foi visto mais de 30 mil vezes em apenas uma semana no Youtube. Foi gravado pela TV Senado (Brasil).

 

Renata afirmou que causava “muita tristeza” observar naquela data, especial para as mulheres de todo o mundo, que outras mulheres supostamente comprometidas com o bem das brasileiras, ao seguir piamente os manuais das organizações estrangeiras que querem promover o aborto na América Latina, simplesmente “não representam” as mulheres do Brasil, onde mais de 70% da população rechaça o aborto.

 

“As senhoras não representam a mulher brasileira. É preciso dizer isso!”, reafirmou Renata Gusson, e criticou as senadoras pela má representação que fazem da mulher brasileira, ao comprometer-se com a agenda pró-aborto. Renata falou apenas três minutos, mas deu o seu recado cristão contundente, sem medo, corajosamente. Ela questionou a instrumentalização das senadoras e a de organizações feministas que se dedicam profissionalmente à tarefa de fomentar, junto ao poder legislativo, leis que promovem a legalização do aborto, de maneira especial no contexto da Reforma do Código Penal Brasileiro.

 

Renata Gusson lembrou sobre a terrível realidade que, uma vez permitido o aborto, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, a maior parte das clínicas seriam estrategicamente instaladas em regiões de baixa renda e em bairros de moradores predominantemente negros prejudicando estas populações.

 

“A senhora como secretária de políticas especiais de ações afirmativas sabe que o aborto nos Estados Unidos é legalizado até os nove meses desde 1973. E a maior quantidade de clínicas de aborto se concentram em bairros pobres e negros. Infelizmente esta é uma estrutura, uma engrenagem que se forma simplesmente para aprovar o aborto em um país. Infelizmente secretária, não se tem amor por mulher nenhuma”.  “E quem vai morrer, Secretária?” questionou Renata quem imediatamente respondeu: “50% das crianças abortadas são mulheres. As que vão morrer são as mulheres, e especialmente as crianças negras”.

 

“Eu queria deixar esta manifestação e pedir que as senhoras representassem as mulheres do Brasil e não representassem interesses estrangeiros, contrários à população brasileira”, concluiu Renata Martins.

 

Renata fez um verdadeiro desabafo pela grande maioria do público que repudia o aborto.

 

O vídeo pode ser visto em:

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=dRD-3ZcoxxY

 

 

É lamentável constatar que são especialmente algumas  mulheres que militam na política, que lutam para implantar o aborto livre no Brasil; são algumas deputadas, senadoras e ministras. Será este o papel da mulher? Destruir a vida? Matar o ser humano indefeso, no útero materno? Nada mais oposto à missão da mulher, que é gerar a vida, proteger a vida, cuidar da vida.

 

Por isso, o grito de Renata, em apenas três  minutos é o grito que estava preso em nossas gargantas, contra um sistema malvado que implanta a passos largos a “cultura da morte”. Deus seja louvado pela Renata, por suas palavras e sua coragem.

 

 

 

FELIPE AQUINO   -   Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:54
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - JEAN GUITTON

 

 

 

 

 

 

 

UMA CENA CURIOSA DA SUA VIDA

 

 

 

 

 

Alain de Botton, esteve recentemente em Lisboa, nas “Conferencias, Fidelidades Seguros “, e falou “Como Viver, sabiamente e Bem.”.

 

 

Logo saltou-me à memória o grande filósofo do séc. XX Jean Guitton, membro da Academia de França, e professor da Universidade de Dijon e Souborne.

 

 

Pouco depois do seu falecimento a 21 de Março de 1999, o Presidente do Conselho Pontifício da Cultura, o Cardeal Paul Poupard, comparou-o a Pascal, um pensador cultíssimo, senhor de fé convicta, admirado por François Mitterand, que o visitou, anos antes do seu falecimento, para saber o que se passa, além da morte. 

 

Mas não é da sua obra, nem de seus amigos, que abordo a figura de Guitton, mas para vos contar passos enternecedores, dessa grande figura de França.

 

 

Prestes a iniciar a vida militar, Jean Guitton, acercou-se de sacerdote para expor-lhe problema que há muito o inquietava.

 

 

Estava acostumado, ao entrar no seu quarto, ajoelhar-se para fazer as orações da noite. Ora, receava que os colegas o levassem ao ridículo, por manter tal prática.

 

 

O sacerdote, ligeiramente embaraçado, respondeu-lhe que era dever do católico, não se envergonhar da sua fé, e de a demonstrar em público, mas que compreendia o receio.

 

Jean Guitton, logo na primeira noite, antes de se deitar, ajoelhou-se, vencendo o medo, e em plena caserna, orou, diante dos companheiros. Para seu assombro, ninguém disse palavra de reprovação.

 

 

Passaram-se vinte anos. Guitton é professor catedrático e pensador de renome internacional, quando teve conhecimento que colega de camarata, havia falecido.

 

 

Como amigo e colega do pai - diretor da Faculdade de Ciência, - sentiu-se na obrigação de apresentar condolências.

 

 

Ao vê-lo, muito contristado com a morte do filho, avizinhou-se, e após agradecer a presença do colega. Disse-lhe:

 

 

- Meu filho, que era ateu, como eu, tinha grande admiração por si. Não tanto por ser um grande filósofo, mas pelo gesto e exemplo que deu ao ajoelhar-se, para rezar, diante de todos os camaradas.

 

 

Para concluir, e por considerar curioso, queria reproduzir o que Jean Guitton declarou sobre “ O medo do Além “ a uma revista francesa (tradução, publicada no jornal “ Diálogo Europeu “, de 18/02/95:

 

 

“ Tenho medo do Juízo Final. Vós sabeis, nas fórmulas da confissão, acusamo-nos dos pecados que se cometeram por Acão, e por omissão. A mim, o que me inquieta, são os pecados que cometi por omissão. Tenho medo que Deus me diga: “ Então Guitton, dei-te muitos talentos, coloquei-te numa sociedade muito interessante, ajudei-te em colóquios excecionais, e o que tu fizeste?”. Não sei como, no outro mundo, se põem de acordo a justiça de Deus e a Sua Misericórdia.”

 

 

“Naturalmente, penso que a segunda é superior à primeira, e que Deus acabará por perdoar a toda a gente, que Ele esvaziará completamente o inferno. Mas não estou seguro. ”

 

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA    -  Porto, Portugal

 

 

       

  



publicado por Luso-brasileiro às 10:44
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JOSÉ RENATO NALINI - PERIFERIA NÃO GOSTA DE VERDE

 

 

 

Ouvi de duas autoridades que, presumivelmente, conhecem bem o assunto, que não adianta querer plantar árvores em ruas da periferia cor de cinza da metrópole. Isso porque a periferia detesta árvores.

 

O primeiro, ambientalista, disse que as árvores comprometem a segurança. Representam esconderijo para a malandragem que, protegida pelos troncos, aguarda incautos para roubar.

O outro, detentor de função pública, disse que o pobre não gosta de árvore porque ela arrebenta o passeio e depois ele se vê obrigado a consertar. Além disso, a árvore deixa cair folhas, faz com que a dona de casa tenha de varrer o passeio. “Faz sujeira! Melhor cimentar tudo!”.

Desanimador pensar que isso possa ser verdade. Será que a periferia prefere continuar sem árvores, sem verde, sem pássaros, nas “ilhas de calor” que favorecem a péssima qualidade de vida, exacerbam sentimentos negativos como depressão, aumentam a violência pois fazem as pessoas perderem sensibilidade?

Um projeto interessante de fazer com que as escolas mantivessem hortas e pomares, cuidassem dos terrenos baldios para fazer nichos verdes, estimulassem os inúmeros “Jardins” que não têm árvores a serem, efetivamente, “Jardins”, fica paralisado quando quem entende aposta que o pobre não quer árvores em seus bairros.

A única esperança é motivar as crianças e fazer com que elas compreendam que a falta de verde é também um dos grandes problemas das cidades. 

Hoje, quase todo brasileiro mora na cidade. Mas mora mal. Se houvesse mais árvores, haveria maior escoamento da água, menos enchentes, menos insolação, menos “ilhas de calor”, que os professores já devem ter mencionado aos alunos como um dos nefastos fenômenos atuais.

É triste acreditar que os moradores das regiões mais inóspitas sejam os primeiros a abominar qualquer tentativa dos poderes públicos para tornar mais ameno o bairro, mais colorido, mais humano, mais vivo e mais feliz. Não consigo acreditar que isso seja verdade. Mas se for, o Brasil está muito mais pobre do que se imagina.

 

 

 

 JOSÉ RENATO NALINI é Corregedor Geral da Justiça do Estado de São Paulo, biênio 2012/2013. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.



publicado por Luso-brasileiro às 10:36
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - VOCÊ AMA DEUS DE VERDADE ?

 

 

 

 

 

 

 

Às vezes me pergunto: Como é possível nos esquecermos de Cristo? Se acreditássemos em tudo o que nos ensinou, não questionaríamos as graças que recebemos a cada instante, você concorda? Há aqueles que querem, um dia, estar com Ele, mas não se aproximam da Eucaristia! E muitos ainda dizem, como Satanás: ‘Eu acredito em Deus!’, mas também não fazem nada para agradá-lo e somente O procuram quando estão em grandes apuros!

 

Há muito tempo, numa missa que participei no Instituto Padre Nicolau, o querido Pe. José Maria disse que, na catedral de Lubeck, na Alemanha, há uma lápide de mármore em que se encontra esculpido o seguinte:

 

“Assim falou Nosso Senhor Jesus Cristo: ‘Vocês me chamam de Mestre e não me obedecem, me chamam de Luz e não me vêem, me chamam de Caminho e não me seguem, me chamam de Sábio e não me escutam, me chamam de Vida e não me desejam, me chamam de Justo e não me amam, me chamam de Rico e não me solicitam, me chamam de Eterno e não me procuram, me chamam de Bom e não confiam em mim, me chamam de Senhor e não me servem, me chamam de Onipotente e não me louvam, me chamam de Juiz e não me respeitam, me chamam de Poderoso e não me temem. Assim, eu os condeno, e não me culpem depois de tudo isso!’.”

 

Bem, se estas acusações não são dirigidas a você, levante as mãos para o céu e agradeça a fé que possui e a disponibilidade de tempo que oferece a Deus, porque são poucos os que O amam de verdade: sempre com o coração voltado à oração, com gestos de fraternidade cristã ao próximo e trabalhando fielmente na evangelização. Trocando em ‘miúdos’, vejamos algumas boas iniciativas para demonstrar o nosso grande amor ao Senhor, começando por esta linda oração a ser feita diante do Santíssimo Sacramento:

 

“Jesus Ressuscitado, eu creio que Você está vivo diante dos meus olhos na Hóstia consagrada. Creio, também, no Seu poder contra toda espécie de mal, porque Você venceu o pecado e a morte. Eu clamo, Jesus, que Seu sangue seja agora derramado sobre todos os meus familiares. Peço que, pelo poder libertador e salvífico deste sangue, possamos nos livrar de toda opressão diabólica na nossa família. Peço, ainda, que atenda este pedido que agora faço na Sua presença... Eu louvo o Pai por ter nos dado Você, Jesus, como presente de Páscoa. Eu agradeço ao Espírito Santo que me ilumina e me conduz nos momentos de sofrimento. Muito obrigado, meu Salvador.”

 

Querido leitor, reze para que Jesus nos inspire a construir um mundo novo, fazendo-nos homens e mulheres melhores, capazes de amá-lo de verdade. Assim seja!

 

 

 

 PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:18
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FRANCISCO VIANNA - A VENEZUELA, O BRASIL, E A CHINA COM SEU CAPITALISMO DE ESTADO

 

 

 

 

 

 

Os analistas econômicos que se debruçam sobre a situação atual da Venezuela, dizem que os investimentos externos no país, especialmente os chineses, caíram de forma impressionante e estão por um fio de serem completamente interrompidos, em função da crise asfixiante de liquidez que o país sulamericano atravessa.

O governo de Nicolás Maduro, cuja autenticidade ainda é motivo de discussões internas e externas no Tribunal Internacional de Justiça da ONU, em Genebra, tenta desesperadamente convencer Pequim a manter abertas as linhas de crédito e investimento do país asiático na Venezuela.

Por sua vez, a China tem dado sinais de que está difícil fazer isso, em função do fato de que Caracas não vem honrando os compromissos assumidos bilateralmente e a percepção de um risco maior e crescente de se investir no país sulamericano, risco esse que já vinha aumentando antes da morte de Hugo Chávez e que só tem se agravado atualmente.

“A verdade é que os chineses se desencantaram com a corrupção rampante do governo venezuelano, que enriquece os membros do “politiburo comunista de Caracas” enquanto empobrece de maneira acentuada a população do país, cujo PIB está em queda livre, com a fuga da mão de obra especializada e dos capitais privados da Venezuela”, disse Antonio De La Cruz, diretor executivo da empresa de assessoria “Inter American Trends”.

 

 

 

 

As escoras externas que ainda impedem a Venezuela de afundar de vez na miséria socialista.

 

“A decepção chinesa com o regime ‘bolivariano’ reside no fato de os fundos que ingressam na conta do BANDES (o BNDES venezuelano) quase sempre nunca chegam a ser aplicados nos seus respectivos projetos e o mesmo ocorre com investimentos brasileiros – a maioria com dinheiro público governamental de Dilma Roussef – sendo desviados para contas particulares de membros da cúpula ‘bolivariana’”, conforme explicou Evan Ellis, professor de Estudos de Segurança Nacional da Universidade Estatal de Defesa Nacional. “Os chineses reclamam que a Venezuela se tornou um ‘poço sem fundo’ para o dinheiro lá investido e que as recomendações de Pequim estão sendo solenemente ignoradas por Caracas”, acrescentou Ellis.

A pesar de o Brasil também ter diminuído os empréstimos a Caracas e suspendido alguns projetos bilaterais, como uma refinaria de petróleo em Pernambuco, tudo isso, por motivos ideológicos, vem sendo feito em silêncio corroborado pela mídia brasileira subserviente ao governo de Brasília.

Tais frustrações e preocupações quanto a estabilidade do regime após a morte de Chávez têm sido os principais obstáculos aos esforços de Caracas de continuar a drenar recursos chineses para o país, recursos esses que já ultrapassam os 4 bilhões de dólares em empréstimos ‘renováveis’ que Venezuela se propõe pagar com envios de petróleo para a China e Brasil.

Ninguém, do governo de Maduro, se dispõe a falar sobre o assunto para a mídia internacional e, muito menos, para a local. Tais problemas ficaram mais evidentes com a visita do chanceler Elías Jaua a Pequim, em fevereiro último, pouco antes de o regime anunciar o falecimento de Hugo Chávez. Jaua fora a Pequim numa tentativa de destravar o fluxo de dinheiro chinês, mas, “na ocasião os chineses simplesmente lhe disseram um redondo ‘não’ e de uma forma inusitadamente pública lhe expressaram sua frustração pela maneira como Caracas dispõe dos referidos recursos”, acrescentou ainda Ellis.

Ao que parece, os chineses foram com muita sede ao pote na Venezuela e, quando agora percebem o tamanho do calote que surge no horizonte, passam a reconsiderar o tema a pisar fortemente no freio. Todo esse imbroglio ganhou importância e evidência durante os meses de agitação social que se seguiram à morte do caudilho Hugo Chávez.

Qualquer um, que examine a situação da Venezuela hoje, tem a impressão de que o país já representa um risco demasiado alto para qualquer investimento externo, tanto público como, principalmente, privado.

O Banco de Desenvolvimento da China foi claro e enfático ao declarar que o dinheiro enviado por Pequim e outros países, como o Brasil, não está sendo usado corretamente nos projetos a que, teoricamente, se destinam e que, ao invés disso, “acaba indo para o bolso de certas pessoas” do politiburo bolivariano.

Como a PDVSA, a Petrobrás deles lá na Venezuela, vem diminuindo rapidamente a sua produção de petróleo – seja por dificuldades de mão de obra de manutenção de suas instalações que se encontram em adiantado estado de deterioração, seja por incúria e incompetência de seus governantes – o fato é que os chineses começam a ter a certeza sinistra de que a Venezuela não tem uma produção de petróleo suficiente para garantir os compromissos internacionais assumidos com a China, a Rússia (armamentos) e o Irã. Tal certeza se consolida também pelo fato de que a estatal petroleira da Venezuela vem, desde 2011, alterando os termos do acordo firmado com a estatal chinesa e, com a desculpa do preço mais alto do petróleo, enviar cada vez menos volumes para Pequim, ignorando, assim os termos do acordo de que todo o excedente ocasionado pela variação de preços da mercadoria teria que ser depositado, por um ou pelo outro, num fundo especial chinês criado para usá-lo em futuros empréstimos a Caracas.

Até que houve, como no Brasil, uma “reação do governo” local empreendida pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, contra a corrupção, mas que, também como no Brasil, levou apenas à prisão de “peixes miúdos”, com os principais tubarões ainda incólumes e a desfrutar o grosso do dinheiro desviado. Essa, aliás, é uma praga comum na política e na economia sulamericana e, quanto mais o país é estatizado, com mais intensidade ela incide. No caso da Venezuela, os “bois de piranha” presos foram responsabilizados pelo desfalque de apenas 84 milhões de dólares – menos de um quinto do total – do fundo Chinês-Venezuelano e do BANDES.

A busca pelo dinheiro chinês acontece numa hora em que a Venezuela atravessa uma dentre as priores faltas de moeda e de liquidez de sua história, a ponto de se sentir o país ameaçado de ter sua economia totalmente paralisada pela hiperinflação que bate às portas de Caracas e que cresce a taxas às mais altas do planeta.

A impressão que se tem é a de que a Venezuela só não entrou ainda em colapso total graças a esse reduzido fluxo externo de divisas estatais provenientes, principalmente, de China e Brasil, sem os quais a vaca venezuelana, que já foi para o brejo, já teria atolado totalmente.

A história recente da Venezuela conta com ricos detalhes como o socialismo não passa de um mero golpe conduzido por um grupo de pessoas dentro do país, não habituadas ao trabalho duro, honesto, e constante que, uma vez reunidas e organizadas, após tomarem o poder, agem apenas na gerência de negócios espúrios para enriquecimento próprio de sua reduzidíssima burguesia governamental. Nada, na Venezuela, parece se encaminhar de modo diferente do que ocorre com os poucos países que ainda insistem no socialismo. Com a exceção, talvez, da própria China que desenvolve uma forma extremamente imperialista de capitalismo: o capitalismo de estado, sem concorrência interna e agindo de forma insidiosa no exterior.

 

Segunda feira, 22 de julho de 2013


 

 

FRANCISCO VIANNA  -   Médico, comentador político e jornalista  - Jacarei, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:13
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PINHO DA SILVA - CAVALO DE CARROÇA
 

  

 
 
 

 
Cavalo de carroça, a galopar
- catatum! catatum! catatum! -
a galopar, a galopar
sem parar...
Sempre a trote,
sob a ameaça do chicote!
 
 

 
Boi de lavoura, sempre a andar
- Ei! Ei! Ei! -;
sempre a andar, sempre a andar,
a lavrar...
Aganhar pão,
sob a ameaça do aguilhão!
 
 

 
A vida
é uma corrida:
- catatum, catatum, catatum;
sempre a andar, sempre a andar
...até parar!

 
 
PINHO DA SILVA   -    Vila Nova de Gaia, Portugal
 

 
***
 
 

 
 
 
 
***
 
 
ACABA DE SAI O NÚMERO DE AGOSTO DO JORNAL FRI-LUSO
 
PUBLICAÇÃO AO SERVIÇO DA COMUNIDADE PORTUGUESA, NA SUÍÇA
 
 
 
 
 


publicado por Luso-brasileiro às 09:53
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Quarta-feira, 17 de Julho de 2013
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - DESINSTALAR-SE

 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho refletido sobre mudanças que acontecem no meu dia-a-dia e no entorno que possui ligação comigo. É incrível! De uma hora para outra, as coisas mudam e exigem novos rumos, projetos diferenciados, atitudes imprevistas. Meu pai ressaltava, nas alterações, que “o homem põe e Deus dispõe”. Penso ser isso: é Deus que me desinstala para me dizer algo.

 

Se não fossem as modificações, por certo me tornaria uma pessoa estagnada. Procuro organizar o que faço e o que possuo com cuidado. Caso tudo acontecesse e se repetisse da minha forma, conforme arquivos arrumados com primor, andaria no mesmo ritmo, imune a sustos e emoções.  Ah, é isso, caminharia por estradas retas sem sobressaltos e descobertas! Ao me remover da cadência de chuva mansa no telhado, Deus me oferece a oportunidade de me ver ao perder o controle sobre os fatos e de me aprimorar. Ele me mostra que contratempos, com os quais me deparo, são ínfimos, ao observar, com olhos de compaixão, tanta gente que sofre por miséria, doença, abandono, fome, guerras.  E constato, ainda, que sou impotente diante de certas situações. Incontáveis vezes, em minhas conversas com o Senhor, Lhe digo: “ Para essa circunstância, não possuo trilhas.  Deixo em Suas mãos”.  É uma forma de assumir meus excessivos  limites e entrar na humildade que o “posso tudo” mascara.

 

Já experimentei, em deslocamentos repentinos, a falta de esteio. São pessoas que se distanciam ou partem e que, para mim, representavam força nos riscos de naufrágio.  São as cartas enigmáticas indecifráveis no presente e para o amanhã. São fronteiras que me impedem um próximo passo. Em “Aquarela”, de Vinícius e Toquinho, existem versos intensos sobre o que há de vir: “E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar/ (...) Sem pedir licença muda nossa vida/ e depois convida a rir ou a chorar...”

 

Ao nascer, chorei demais. E continuei chorando tanto, nos primeiros dias, que passei a ser conhecida, na maternidade, por “Manhosa”.  Acabara de ser transferida do aconchego das entranhas de minha mãe para o mundo que oscila entre áspero e macio. Ao longo dos anos, prossegui em variações, de um lugar para o outro, com ou sem escolha. Quanto me rebelei, em atitude interior de desassossego e inconformismo!

 

Hoje, apesar de determinados receios, ao perceber que Deus me desinstala disso ou daquilo, já não me comprime em profundidade o coração. Carrego vivências de transformações e, embora parte delas dolorosas, para todas houve um sinal do Céu. Reconheço-me peregrina. Encorajo-me na certeza de que “o homem põe e Deus dispõe”. E, se Deus dispõe, há, no acontecimento novo, a mão dEle, que ampara, acaricia e conduz. Mão de ninho que acolhe e acompanha a um voo mais próximo do azul.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:58
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Terça-feira, 16 de Julho de 2013
JOÃO BOSCO LEAL - AOS OLHOS DO AMOR

 

 

 

 

 

 

Comum entre os seres humanos, as paixões começam a ser sentidas ainda na infância, mas o amor verdadeiro só – e se – se sente em raríssimas ocasiões durante toda a vida.

 

Surge inesperadamente, vindo não se sabe de onde, é sentido na pele, coração e pulmão, depositado na mente, perpetuado na alma e nem quem o já sentiu consegue explicar.

 

Almejado por todos, mesmo os que já maduros ainda não o encontraram, continuam buscando, mas muitos viveram ou viverão sem senti-lo e quem o sente não consegue defini-lo com clareza e objetividade.

 

Sentir o cheiro de mato em pleno centro urbano, ver muito mais cores que as do arco íris e provar mais sabores que todos os já experimentados pelo homem, são sensações comumente relatadas entre os que verdadeiramente amam.

 

Sem medida de espaço ou tempo, pode ser alegre ou triste, discreto ou escandaloso, fechado ou escancarado, mas sempre provoca sensações de alegria inimagináveis aos que nunca amaram e machuca quando nasce onde não é nutrido, regado e flores não surjam quando menos se espera.

São infinitas as facetas e possibilidades desse amor: pelos pais, filhos e netos, por pessoas do mesmo sexo ou do oposto, pelo próprio corpo, por animais, pela profissão ou pelo dinheiro, mas os que amam não sabem como, quando, onde e porque esse sentimento começou nem possuem qualquer controle sobre por quem ou pelo que o sentirá.

 

Porém, sem conhecer seu próprio interior, ambições e desejos, ninguém conseguirá amar outra pessoa, pois o autoconhecimento é que lhe dará as informações necessárias sobre suas virtudes e defeitos, que o orientarão sobre o que buscar no outro, para que se completem.

 

Nas pessoas que se atraem mutuamente, gera autoconfiança e as refresca como a água do rio. Como um vulcão em erupção – que jorra lavas para todos os lados -, os que amam são felizes, transmitem alegria, bondade, carinho, delicadeza e possuem brilho no olhar.

 

Quando é unilateral, gera medo, insegurança e queima como o fogo das lavas. Como os vulcões adormecidos – que permanecem na escuridão das profundezas da terra -, os não correspondidos são infelizes, transmitem mágoa, solidão, tristeza e perdem o brilho dos olhos.

 

Em busca desse amor nos deparamos com diversas barreiras, que provocam a desistência de muitos, mas quem ama possui forças desconhecidas, saídas de suas entranhas, que lhe permite caminhar com bastante facilidade, contra a inveja e o egoísmo de quem nunca amou ou não quer ver a felicidade do outro.

 

Daí a ansiedade e insistência daqueles que já sentiram o amor – e por algum motivo o perderam -, em recuperá-lo ou encontrar outro que reacenda aquela chama em seu coração e lhes devolva a alegria de viver, pois com seu amadurecimento e o reconhecimento dos erros cometidos, certamente o sentirá de modo ainda mais intenso.

 

Quem ama sente, fala e escreve com a alma, o coração, sem nenhum controle mental, e por isso expressa o que muitos, que não amam, não conseguem sentir, entender ou enxergar.

 

Só quem ama vê o invisível e entende o ininteligível, coisas impossíveis aos olhos e mentes dos que não amam.

 

 

 

 

 

JOÃO BOSCO LEAL, é articulista político, produtor rural e palestrante sobre assuntos ligados ao agronegócio e conflitos agrários. Campo Grande, Brasil



publicado por Luso-brasileiro às 12:16
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CIINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - SINERGIA

 

 

 

           

 

 

 

 

              Todas as pessoas tem, durante suas vidas, momentos que as marcam especialmente, que, por inúmeras razões, diferenciam-se dos demais dias vividos. Infelizmente, alguns desses momentos são dolorosos e deixam cicatrizes profundas. Outros, entretanto, são felizes e constituem as boas razões pelas quais vale a pena passar por esse mundo...

 

 

            Assim, tive a dádiva de, nos últimos dias, vivenciar momentos que, no meu referencial de vida, foram sublimes. Na verdade, sequer sei se conseguirei explicar corretamente a quem não conhece o assunto ou a quem não estava presente lá, mas, de toda forma, hoje, é o que minha inspiração me pede para deitar ao papel.

 

 

            Sou praticante de aikido há alguns anos e aprendi muito com essa arte marcial, sobretudo como ver a vida de um modo diferente. Há cerca de dois anos, nosso Sensei e um grupo de aikidoístas iniciamos as preparação para recebermos, aqui no Brasil, amigos e senseis de outros países.

 

 

            De preparativos em preparativos, o tempo passou muito rapidamente e, quando vimos, já estava na hora. Assim, de repente, nos vimos em meio a ingleses, australianos e japoneses, todos dentro do mesmo tatame, vibrando em uma mesma sintonia. Pouco importava que a maior parte sequer entendia o que os outros falavam, pois mesmo quando não havia ninguém para traduzir, partíamos para o gestual, ou, simplesmente, deixávamos nosso coração falar por nós.

 

 

            A par de eu constatar que preciso, urgentemente, aprimorar meu inglês, só para dizer o mínimo, eu percebi que, no fundo, as fronteiras físicas e culturais não são relevantes. O que importa, de verdade, é o que move as pessoas, que tipo de energia e de intenção as une. O resto vai acontecendo...

 

 

            Não sou capaz nem mesmo de entender o que nos fez, a todos, amigos em poucos dias, o que transformou frases inteiras em sorrisos simples e largos. Foram dias incríveis não apenas porque treinamos muito, porque saímos para comer e beber, porque rimos demais, mas porque vivenciamos sentimentos de família, de uma família que não se constituiu por sangue, pela lei ou pela proximidade, mas pela sinergia, pela vontade de nos descobrirmos, de fazermos parte de um todo maior e único, pelo desejo de, pelo esporte, estarmos mais perto do Criador...

 

 

            Eu já havia ouvido que o esporte tem esse poder, mas apenas agora é que de fato entendi. Foi incrível ver jovens, e nem tão jovens, brasileiros e estrangeiros, homens e mulheres, brancos, negros e amarelos, tudo junto e misturado, como devia sempre ser pelo mundo afora.

 

 

            Compreendi, por fim, o significado de Paz...

 

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA    - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora   -  São Paulo.

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:08
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