PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quinta-feira, 26 de Junho de 2014
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - CAMÕES, PERSONAGEM DE TRANSIÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Camões viveu numa época de transição, já em pleno Renascimento, mas num ambiente em que ainda estavam vivas, ou pelo menos ainda sobreviviam muitas características psicológicas e culturais da Idade Média. O renascentismo português (como também o espanhol) era, a esse título, bastante sui generis, diferenciando-se do francês e, sobretudo do italiano. Camões era um humanista e mostrava-se muito naturalista, mas sua obra está repleta de traços esparsos, mas muito significativos, de espírito autenticamente medieval, tanto em seus aspectos guerreiros, heroicos e, poderíamos dizer um tanto impropriamente, feudais, quanto nos teológicos e místicos.

 

A nota cruzadística e missionária, por exemplo, característica constante da história de Portugal, especialmente no período da Dinastia de Aviz, está sempre presente em Camões. Em numerosas passagens dos Lusíadas está bem consignada a finalidade religiosa da epopéia marítima.

 

A religiosidade católica, ortodoxa e até inserida no contexto da Contra-Reforma tridentina, está presente e difusa no poema, sem embargo da forte presença mitológica, que não impediu sua aprovação pelo censor eclesiástico do Santo Ofício, que interpretou aquilo como sendo apenas um recurso estilístico, e não uma profissão de fé pagã. O Prof. Gladstone Chaves de Mello publicou no Rio de Janeiro, há muitos anos, um estudo pequeno e conciso, mas muito rico, sobre a ortodoxia doutrinária de Camões, e sobre seu profundo conhecimento teológico, deixado entrever no poema. E o Prof. Nunes Carreira escreveu, em Portugal, outro estudo, no qual apontava os profundos conhecimentos bíblicos demonstrados pelo poeta.

 

O lado renascentista, humanista e, enquanto tal oposto ao teocentrismo medieval está, também, presente em todo o poema. Nesse sentido, há que registrar, no poema, duas passagens eróticas muito vivas, uma delas descrevendo o corpo da deusa Vênus com pormenores anatômicos que, mesmo em nossos dias, impressionarim e chegariam a chocar muitos leitores; e outra com o extenso episódio da Ilha dos Amores, no canto IX (52-89), com descrições tão realísticas que, nas edições escolares antigas, esse episódio era censurado “ad usum Delphini”. 

 

Essa coexistência de influências conflitantes e até frontalmente contraditórias, à maneira de vetores, é muito sensível em todo o poema, e mereceria ser mais esmiuçada aqui, se tivéssemos tempo para isso.

 

Historicamente, o poeta também viveu numa época que foi de transição a outro título. Ele nasceu bem no início do reinado de D. João III, quando ainda estava muito vivo o triunfalismo dos tempos de seu pai, D. Manuel, o Venturoso (falecido em 1521). Pertenceu a uma geração que cresceu embalada pelos sonhos de glória, quando Portugal era uma potência de primeiríssima grandeza, depois de colhidos os frutos de um século de pacientes e laboriosas tentativas de domínio dos mares. Sua geração assistiu, durante o longo reinado de D. João III, a um lento declínio desses sonhos de grandeza com a nação cada vez mais se ressentindo do esforço hercúleo que fizera e continuava fazendo. O jovem rei D. Sebastião representou, para essa geração, a esperança de uma indispensável renovação, da qual Portugal teria saído ainda maior e mais fortalecido, não fosse o desastre de Alcácer-Quibir. A mesma geração assistiu à débâcle e ao “finis patriae”, ao triste ocaso de um grande ideal. Foi, pois, a geração que presenciou a grande transição, da glória mais elevada para a humilhação mais completa.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS    -    é historiador e jornalista, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:43
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - TORTURA, O MAIS GRAVE DOS CRIMES CONTRA OS DIREITOS HUMANOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Dia Internacional das Nações Unidas em Apoio às Vítimas da Tortura é celebrado em várias partes do mundo no dia 25 de junho, em comemoração à adoção pela ONU – Organização das Nações Unidas da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Desta forma, por toda Nação ocorreram durante a semana atos políticos, sessões legislativas e manifestações públicas que lembraram vítimas da tortura e da repressão. Trata-se de uma data de suma importância e que nos convida a sérias reflexões. Com efeito, tratamentos e penas cruéis constituem ofensa à dignidade humana e violação das liberdades fundamentais. Pelo direito internacional, “tortura é qualquer ato de dor violenta e sofrimento, físico ou mental infligido por um funcionário público para obter informações ou confissão. O Estado deve tomar todas as medidas para impedir sua prática”.

 

            No Brasil a Lei 9.455, de 7 de abril de 1997, afirma que “tortura é constranger alguém com uso de violência ou ameaça grave, causando-lhe dano físico ou mental para obter declaração ou confissão, provocar ação ou omissão de crime ou discriminar por raça ou credo. Também a caracteriza, a submissão de alguém sob a guarda de outrem ou autoridade, a intenso sofrimento físico ou mental, para aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”. É um crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Sua pena é de reclusão, em regime fechado, de dois a oito anos. Se houver morte, a pena é dobrada para até 16 anos. Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las, deve ser condenado de um a quatro anos de prisão.

 

            Ressalte-se que o Brasil é signatário da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, de 1969 (pacto de São José da Costa Rica), a qual aderiu em 1992, e da Convenção Interamericana Para Prevenir e Punir a Tortura, de 1985, ratificada em 1989. Além disso, e acima de tudo, a Constituição Federal no artigo 5º, inciso III, determina que “ninguém será submetido a tortura  nem a tratamento desumano ou degradante”. A Carta considera ainda inafiançáveis, insuscetíveis de graça ou indulto, os crimes denominados hediondos, dentre os quais se inclui a prática de tortura (artigo 5º, XLII). Nos ternos do artigo 2º da Convenção supramencionada, “entender-se á por tortura, todo ato pelo qual são infligidos intencionalmente a uma pessoa, penas ou sofrimentos físicos ou mentais, com fins de investigação criminal, como meio de intimidação, como castigo pessoal, como medida preventiva, como pena ou como qualquer fim. Entender-se-á, também, como tortura a aplicação, sobre uma pessoa, de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima, ou a eliminar sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou angústia psíquica”.

 

            Apesar dessas disposições legais, é notório o fato de que ela permanece em território brasileiro, utilizada por alguns, até mesmo como método de investigação policial. Tanto que o sistema de Justiça, desde abril de 1997, quando foi promulgada a lei criminalizando a tortura, tem se mostrado incapaz, como aponta relatório do governo federal, de processar e condenar os funcionários do Estado torturadores. Quando à repressão no sistema prisional, a dificuldade maior reside na diluição de responsabilidade de controle entre a Justiça, a polícia e a administração penitenciária, que infelizmente, não tem sido satisfatório.

 

Resultados preliminares de uma pesquisa que vem sendo realizado pela Comissão Teotônio Vilela (CTV) e pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV/USP), sobre processos referentes a crimes de tortura nas varas criminais da Capital de São Paulo, entre 2000 a 2005, indicam que, do total de casos  denunciados perante o Poder Judiciário, os agressores são agentes do estado em 68% dos casos e agentes privados em 32%. Dos processos em que já houve uma decisão, em menos de 50% deles ocorreu algum tipo de punição. Conforme os dados, dos casos em que se registraram condenações, 1/3 deles envolveu agentes do Estado e 2/3 envolveram agentes privados, na maioria das vezes, relacionados com violência doméstica ou vingança.

Outro problema grave, de acordo com o Centro de Informação das Nações Unidas em Bruxelas, diz respeito à prática sistemática de denúncia do crime de tortura, já que, em alguns casos, eles são legalmente tidos como “abuso de poder” e/ou “lesão corporal”, que apresentam penas mais brandas do que a de crime de tortura.

 

Por outro lado, a CF ainda dispõe no § 5º do art. 109: - “Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal”. Doutrinariamente, são considerados crimes contra os direitos humanos os seguintes delitos: tortura; homicídio doloso praticado por agente de quaisquer dos entes federados no exercício de suas funções ou por grupo de extermínio; crimes praticados contra as comunidades indígenas ou seus integrantes; homicídio doloso, quando motivado por preconceito de origem, raça, sexo, opção sexual, cor, religião política, idade ou quaisquer outras formas de discriminação, ou quando decorrente de conflitos fundiários de natureza coletiva e uso, intermediação e exploração de trabalho escravo ou de crianças e adolescentes, em quaisquer das formas previstas em tratados internacionais. Como se vê, ela aparece em primeiro lugar na escala de gravidade de tais práticas criminosas.

 

            Espera-se que a tortura, bastante utilizada pelo regime de exceção que imperou no Brasil após o golpe de 1964, e também hoje abusivamente usada como meio de investigação policial ou de intimidação por bandidos, seja totalmente banido de nossa convivência e quando comprovada a sua prática, os autores sejam rigorosamente punidos. Essas medidas são fundamentais para que valores democráticos como liberdade, justiça social e direitos  humanos, sejam efetivamente conquistados por nossa sociedade.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário.



publicado por Luso-brasileiro às 11:37
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - POR AÍ

 

 

 

 

 

 

 

Aproveitei minhas curtas férias de meio de ano para fazer  algumas visitas as pessoas que me são caras. Comecei pela casa de minha irmã caçula, segui para casa dos meus pais, da minha sogra e, por fim, passei um dia na casa de minha outra irmã. Revi cunhados,sobrinhas e sobrinho, primas, tios, amigos queridos e lugares nos quais um pedaço de meu coração persiste em habitar, mesmo na distância.

            Na ida fomos de carro, desfrutando das comodidades que tal meio permite. Na volta, contudo, tive que retornar mais cedo e, por isso, voltei sozinha, de ônibus. Há muito tempo eu não me valia desse transporte, embora já o tenha feito muito, no passado, em meus tempos de faculdade. Agora, como era um trecho curto, não me crie óbices e encarei numa boa. O ônibus era bom, o motorista dirigiu os quase 200quilômetros dentro da velocidade permitida e, não fosse um pequeno detalhe, teria sido uma viagem bem agradável.

            Infelizmente, o detalhe ao qual me refiro era o povo que comigo seguiu viagem. Para ser honesta, algumas pessoas, na verdade. Infelizmente, a falta de educação, de bons modos, parece imperar ultimamente e conviver em espaços públicos ou coletivos tem sido um exercício de tolerância e até de distanciamento. Ao menos para mim.

            Quando me refiro a boas maneiras eu não estou fazendo menção a fino trato, até porque eu sequer sei direito a maior parte da etiqueta à mesa, por exemplo. Já fico em pânico quando vejo que há mais garfos, colheres e facas do que minhas mãos e, tendo recebido uma criação simples, não posso me arvorar de muita coisa nesse campo. O que menciono são as regras simples de convívio, as boas maneiras que se espera de qualquer um que não tenha sido criado por lobos.

            Assim que entrei no ônibus, após despachar minha mala, a qual superestimei e estava prestes a explodir, cheia de lembranças físicas, quase na mesma quantidade da saudade que eu vinha trazendo no meu coração, senti um cheiro ruim, que de início pensei ser aquele tipo de salgadinho de bacon, mas que logo depois, para meu desprazer,descobri ser coisa bem pior! Assim, de tempos em tempos, alguém, sem qualquer pudor aparente, empesteava o ônibus com gazes fétidos, os quais todos nós, aprisionados pelo ar-condicionado, estávamos obrigados a compartilhar.

            Lá pelas tantas, quando o ar ficou mais agradável, eu consegui cochilar um pouco, mas logo acordei com um rapaz falando ao telefone como se estivesse fazendo um discurso a céu aberto. Fui obrigada a ouvir toda a negociação de um carro que ele vinha fazendo e, no fim, quase perguntei:  - E aí, vendeu ou não?

            Quando estávamos já próximos de São Paulo, um senhor começou a tossir como se o pulmão estivesse prestes a ser expulso do corpo. É certo que ninguém tem culpa de um acesso de tosse, mas ir até o banheiro e assoar o nariz teria, por certo, feito toda diferença. Acerta altura, os sons do que ia e vinha das entranhas já estava me deixando embrulhada.

            Quando a viagem acabou, foi com alívio que me catapultei para fora do ônibus, louca de vontade de poder respirar ar puro, mas minhas narinas foram logo invadidas pelo odor pútrido do Rio Tietê, um gigante que agoniza a céu aberto. Fui tomada por uma tristeza sem fim,por uma saudade de um rio que não vi e pela família que eu tinha deixado pra trás...

 

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA -  Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora   -  São Paulo.


 



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - DOIDA OU DOÌDA

 
 
 
 
 
 
 

 

 

Li, um dia desses, na página da Comunidade FB/ POESIASUBLIME, uma frase que me chamou a atenção: “Chamavam-na de doida, mas ela era, na verdade, doída”. Remeteu-me a diversas pessoas que conheci e, em meio a elas, àquela moça, com quem tenho contato há 45 anos, que se destacava no centro. Meninos e meninas, como eu na época, no início da noite de domingo, nos dirigíamos ao Cine Ipiranga ou ao Marabá.  A vivacidade de adolescentes invadia as ruas. Dinheiro contado para a sessão das 19h00, com sonhos incontáveis. “Entrávamos” na tela do filme e vivíamos com intensidade histórias de aventura, românticas, dramas, comédias...  A moça se inseria no cenário da cidade, contudo não se integrava ao nosso mundo. Os que passavam por ela se dividiam em: indiferentes, provocadores, zombeteiros, curiosos e compadecidos.

 

Incluía-me em meio aos apiedados e com interesse sobre o que a levava, tão jovem, a permanecer pelas esquinas, com suas canções da Jovem Guarda.  Minha vontade em saber mais não é de bisbilhotice, mas sim de compreensão das atitudes. Carrego comigo essa ânsia enorme de saber sobre indivíduos das margens, como exercício para me libertar do julgamento e me fazer compaixão. Em um primeiro instante, estabeleci um vínculo sem perguntas, pelo sorriso e, também, por lhe ofertar, na saída do cinema, um dropes Dulcora misto.

 

E como a vida remexe os acontecimentos e aproxima, se der liga – gente excluída, quase sempre, dá liga comigo -, tive um contato maior com a moça 15 anos depois.  Responsável e dedicada no trabalho, não perdera o costume, ao se sentir ferida, em gritar impropérios e nem das gargalhadas espontâneas a respeito de certas atitudes suas. Rir-se de si mesma é uma forma de autoconhecimento e aceitação.  O convívio me fez entender que os transeuntes, que desconhecia, eram a sua referência, por isso ficava nos arredores da praça da Catedral. A mãe e o pai morreram em acontecimento de desgraça, envoltos em atmosfera cinza. A avó, já acometida por doença grave, tentou criar as netas, porém se foi antes mesmo que saíssem por completo da infância. Ficaram as duas de casa em casa. A irmã, mais dócil, conseguiu se estabelecer sob um teto. Ela se fez das feridas expostas nas vias movimentadas, vista como personagem sem perspectiva de mudança. Conseguiu, no entanto, no que foi possível, alterar seus rumos.

 

“Se der a louca”, retorna aos mesmos lugares, fantasiada de ilusão e canta de Sérgio Bittencourt: “Agora resta uma mesa na sala/ e hoje ninguém mais fala do seu bandolim./ Naquela mesa tá faltando ele,/ e a saudade dele tá doendo em mim”. E é uma saudade estranha, saudade do que não aconteceu.

 

Contou-me, há poucas semanas, com expressão dorida, que a irmã se fora. Embora se encontrassem esporadicamente, era um ancoradouro. Em seguida comentou sobre Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, que escreve, em seu livro “História de uma Alma”, a respeito de jogar flores para Jesus, isto é, “de não deixar escapar nenhum sacrificiozinho, nenhum olhar, nenhuma palavra”, servindo-se das coisas mais insignificantes, fazendo-as por amor. Oferece, serena,  as amarguras da solidão e dos insultos e chacotas que ainda recebe de indivíduos que a reconhecem do passado. Grandeza dela e sordidez dos que a ofendem.

 

Sou convicta de que ela jamais foi doida, mas sim doída e essa compreensão me salva de sentenciar.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - É coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:05
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FAUSTINO VICENTE - SONHAR, VALOR AGREGADO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Que garoto pobre, e apaixonado por futebol, não sonha fazer o gol do título e cair nas graças de uma torcida  que lota o estádio,numa final de campeonato de juniores? Essa frase não é nossa,ela pertence aos repórteres esportivos. Ser destaque na decisão de um título pode representar a grande chance de dar um sensacional drible na miséria e  abraçar um elevado padrão de vida à família. O desfile de astros, dos principais clubes do esporte mais popular do planeta, comprova essa tese.O esporte e o mundo das artes são segmentos  democráticos,pois permitem que pessoas de qualquer condição social possam,através de suas habilidades, competências e dons,arquitetar uma vida bem-sucedida.

 

De uma mensagem que recebemos pela Internet destacamos alguns exemplos para os céticos em sua própria capacidade de realização. Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias.Difícil imaginar tal fato.Antes de construir a Disneylândia  ele foi a falência,mas nunca desanimou. Richard Bach teve recusada a sua história por várias editoras.Era a narrativa sobre uma ave chamada Fernão Capelo Gaivota.Por ser determinado,em 1970,a Macmillan publicou o livro,que transformou-se num best-seller mundial.Charles Darwin era considerado pelos seus professores e por seu próprio pai,um garoto comum. Por não se permitir desanimar, transformou-se no pai da teoria da evolução das espécies.Outro caso exemplar foi Abraham Lincoln,  que antes de se consagrar como presidente dos Estados Unidos,foi derrotado em outras eleições,fracassou como empresário indo a falência e colheu mais três insucessos como homem de negócios.

 

Sabemos todos que talento é indispensável, porém insuficiente para o sucesso sustentado.Mas qual será a diferença que pode fazer a diferença, na qualidade de vida da criatura humana? Entendemos que ela está na atitude das pessoas. O seu aprimoramento ocorre através da educação formal, e informal,  alicerce do desenvolvimento humano. Entre as várias ações, que passamos a descrever, e  que devemos praticar para atingirmos as nossas metas,priorizamos a  “beleza de ser um eterno aprendiz”. Conscientizar-se de que a busca da excelência deve ser um hábito,e não um objetivo,como dizia o filósofo  Aristóteles.Acreditar que os sonhos estão para a motivação como o oxigênio está para os pulmões.

 

Proceder como um campeão de skate que, pela ousadia e pela humildade, faz de cada queda uma nova etapa do processo de melhoria contínua. Investir nos valores essenciais da vida como a felicidade,por exemplo, objetivo comum à toda criatura humana. Demonstrar solidariedade para com o próximo,compartilhando com ele o mais precioso dos tesouros – a sabedoria – pedra angular da cultura coletiva.Questionar as idéias,não as pessoas,acreditando que a inovação é  fruto da imaginação. Contribuir para que o relacionamento inter-pessoal – semente das transformações - seja uma fonte inesgotável de harmonia no clima organizacional. Quanto as empresas, a tendência é que tenham  percepção suficiente para compreender que somente a felicidade de seus funcionários poderá gerar maior produtividade – fazer cada vez mais e melhor, com cada vez menos – fator decisivo para o êxito de qualquer empreendimento.

 

Se apesar de todas as nossas ações a incerteza nos parecer a única certeza, e a ciência não nos der mais esperanças poderemos contar, sempre, com a mais poderosa das nossas aliadas – a Fé – em cujo conceito o impossível não existe. “William James (1842-1910),o pai da psicologia americana, disse que a maior descoberta do século XIX não era no reino da ciência física.A maior descoberta,afirmou, era a força do subconsciente sustentada pela Fé.Em cada ser humano existe um reservatório inesgotável de força,capaz de superar qualquer problema do mundo.”

 

 

 

FAUSTINO VICENTE   -   Advogado, Professor e Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos – e-mail: faustino.vicente@uol.com.br – – Jundiaí (Terra da Uva) São Paulo - Brasil

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:53
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LAURENTINO SABROSA - POSTAL DE PARABÉNS AOS CASAIS QUE CELEBRAM O ANIVERSÁRIO DO SEU CASAMENTO

 

 

 

 

 

 

 

       PREZADOS AMIGOS E ANIVERSARIANTES

 

 

 

 

                        Suponho que sabem, mas permito-me lembrar-lhes que a palavra “trabalho” tem uma origem sinistra – deriva de “tripallium”, antigo instrumento de tortura. Parece paradoxal que tenhamos de amar o trabalho e dele viver. Por outro lado, também me permito lembrar-lhes que a palavra “cônjuge” também tem um significado à primeira vista pouco simpático, porque significa na sua origem “que sofre o mesmo jugo”. Também parece paradoxal que duas pessoas que se casam porque se amam, depois do belo título de noivos e nubentes, venham mudar de estatuto como se o casamento fosse um trabalho bastante ligado ao tripallium de antigamente.

 

E será de facto assim se faltar o amor e a simpatia. Porque “simpatia” não são apenas sorrisos e amabilidades sociais. Na sua origem, a palavra significa “que sofre com alguém”, “que compartilha do sofrimento de alguém”. Venho dar as minhas felicitações por celebrardes mais um aniversário de casamento, sobretudo, porque sei que o vosso trabalho é manter a felicidade dos outros, felicidade da vida que um dia construíram para eles; que entre vós existe amor e simpatia que substitui o jugo de ser cônjuge, fazendo de vós sempre noivos.

 

Meus Amigos, amem-se profundamente. A felicidade do outro está acima da felicidade própria. Quando alguém morre a amar alguém que mora no seu coração, esse amor o sustenta numa vida eterna e gloriosa, porque assim como na morte a vida não acaba, apenas se transforma, o amor também ele é eterno e na morte não se apaga, apenas se transfere.

 

 

Muita saúde em longa vida

 

 

 

LAURENTINO SABROSA    Senhora da Hora, Portugal

laurindo.barbosa@gmail.com

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:48
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Quarta-feira, 25 de Junho de 2014
PAULO ROBERTO LABEGALINI - CONSELHOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ernesto Artur, cardiologista, publicou 12 conselhos para se ter um infarto feliz:

 

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.

 

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se precisar, também aos domingos.

 

3. Durante a semana, leve trabalho para casa e ponha a cabeça para funcionar até tarde.

 

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.

 

5. Procure fazer parte de todas as comissões, diretorias, conselhos e aceite convites para conferências, seminários, encontros etc.

 

6. Não se dê ao luxo de fazer uma refeição tranquila. Pelo contrário, aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.

 

7. Não perca tempo com ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro!

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que seu corpo é de ferro!

 

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem.

 

10. Se sentir que está perdendo o ritmo e pintar aquela dor de estômago, tome logo energéticos e antiácidos. Eles o deixarão tinindo!

 

11. Se tiver dificuldades em dormir, tome calmantes de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

 

12. E, por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração, audição de boa música e reflexão sobre sua vida. Isto é para crédulos e tolos sensíveis. Repita sempre: ‘Eu não perco tempo com bobagens’.

 

Bem, é claro que eu não publicaria isto se não fosse para alertar os leitores para alguns cuidados com a saúde. Analisando os itens citados, cheguei à conclusão que estou cumprindo cinco dos doze conselhos. Nem sei se me arrisco muito, mas já me convenci que dá para regredir a três no ano que vem.

 

E para ajudar a melhorar a motivação de pessoas estressadas, um bom conselho é um pouco mais de autoestima a cada dia. Abraham Lincoln, por exemplo, orientou o povo americano a esse respeito. Ele, um dos maiores líderes da humanidade, quando tomou posse, fez a classe dominante sofrer um choque. Imagine um filho de sapateiro assumir a presidência do maior país das Américas!

 

Convocado pela classe política, um senador lhe fez esta pergunta irônica:

 

– O senhor pretende administrar o país como se fosse uma grande sapataria, já que seu pai foi sapateiro? Ah, estou usando agora um sapato feito por ele!

 

Lincoln tranquilamente respondeu:

 

– É bom o senhor trazer a lembrança de meu pai neste momento, pois ele gostaria de estar aqui. E não era um simples sapateiro, era o melhor sapateiro dos Estados Unidos da América, e quem me comprova isso é o senhor, pois, depois de tanto tempo que morreu, ainda está usando um sapato que ele fez.

 

E complementou:

 

– Mas não apenas meu pai foi sapateiro, eu fui lenhador e, depois de um dia exaustivo de trabalho, ainda estudava direito por correspondência para poder ter o direito de ser presidente de vossa senhoria.

Concluindo, disse olhando para a plateia que o assistia:

 

– Orem por mim, para que eu seja tão bom presidente quanto meu pai foi tão bom sapateiro.

 

Eis aqui o conselho deixado por Lincoln: ‘Nunca permita que alguém humilhe você. Tenha uma postura adquirida através de bons exemplos para que, toda vez que alguém tentar enlameá-lo, você continuar limpo. Faça o outro perceber que são as mãos dele que estão sujas. Quem atira barro, se suja primeiro’.

 

Então, com amor próprio no coração, dê mais valor a esta parte final do artigo, nisto que dizem ser muito bom:

 

1. Apaixonar-se e ser correspondido no amor.

 

2. Tomar um banho quente num dia muito frio.

 

3. Receber e-mail de alguém que você admira e não manda nunca.

 

4. Escutar sua música favorita no rádio.

 

5. Curtir uma boa conversa na praia.

 

6. Achar uma nota de 100 reais no casaco do inverno passado.

 

7. Ter alguém pra dizer o quanto você é especial.

 

8. Acordar e descobrir que ainda pode dormir por mais algumas horas.

 

9. Ter alguém mexendo no seu cabelo quando está cansado.

 

10. Ir a um ótimo show com quem você gosta.

 

11. Ganhar um jogo super disputado.

 

12. Agradecer a Deus por mais um lindo dia, mesmo que esteja chovendo.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI -    Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.



publicado por Luso-brasileiro às 12:05
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FRANCISCO VIANNA - A FARSA SOCIALISTA INTERNACIONAL DO “DIÁLOGO VENEZUELANO”

 

 

 

 

O chamado “diálogo venezuelano” foi criado por pressão internacional para possibilitar dias mais calmos para a Venezuela, que vem sendo obrigada a engolir, goela abaixo e contra a vontade, um socialismo nos moldes cubanos e que já dissemina a miséria e a pobreza pelo país mais rico em petróleo da América do Sul. Como as pessoas não comem petróleo, o pau está quebrando reto no nosso vizinho do norte, com a herança maldita herdada de Hugo Chávez e a comunidade internacional praticamente não reagindo a tudo isso.

 

Tudo leva a crer que o “dialogo”, interrompido há quase um mês, não irá continuar, mesmo porque as maiores pressões externas não passaram de uma farsa internacional, uma vez que os países membros da chamada UNASUL não têm interesse real em que tais negociações prossigam uma vez que acham que a Venezuela está à frente dos demais países da região com relação à “experiência socialista”.

 

Essa UNASUL, que, na prática funciona como um clube de esquerdistas sulamericanos empenhados em difundir essa doença social em todo o subcontinente, recebeu a ajuda do Vaticano, por outros motivos bem diferentes, é claro, e começaram a atuar como “terceira parte” para levar à mesa das negociações, na boa fé, o regime de Nicolás Maduro, e os representantes da MUD (Mesa de Unidade Democrática) na esperança encenada desde 13 de maio último. Enquanto “se propunha” a discutir a paz, Maduro prendia nas ruas as pessoas que manifestavam pacificamente sua insatisfação com o regime, jogando sobre elas suas milícias, parecidas com os “Black blocs” de São Paulo, apoiadas com o forte aparato policial e carta branca para matar e ferir.

 

Não sobrou outra coisa a fazer para a MUD senão anunciar o congelamento de sua participação nessas negociações a espera de algum “gesto” ou alguma “medida” por parte do Palácio Miraflores que demonstrasse querer também a paz, como, por exemplo, mandar soltar os “presos políticos”, uma qualificação de presos que só existe nas ditaduras.

 

Apenas os chanceleres, equatoriano, brasileiro e colombiano, passaram então a representar a UNASUL nessa alegada tarefa de mediação, com declarações esparsas em defesa da continuidade desse “diálogo” iniciado no último 10 de abril.

 

O torneio mundial de futebol iniciado na quinta feira de ontem, no Brasil, e as renhidas eleições presidenciais marcadas para o domingo de depois de amanhã na Colômbia, nas quais o presidente Juan Manuel Santos é candidato à reeleição, podem ter separado esses chanceleres, uma vez que o futebol e a política sucessória são para eles algo mais importante do que uma mediação apenas para o “mundo ver”.

 

A verdade é que esse pseudodiálogo, apoiado por Washington, tenha sido interrompido mais em função do apoio americano do que por falta de interesse da UNASUL e pela absoluta ausência de “resultados reais”. A história ensina que, quando essas conversas se alongam indefinidamente, pode-se interpretar que elas não vão resultar em nada de prático, o que acontece quando pelo menos uma das partes está apenas falsamente interessada em resolver o assunto.

 

Já o diretor regional da ONG Grupo de Crise Internacional, Javier Ciurlizza, afirmou que “a UNASUL deveria ser mais eficaz na reativação do diálogo e torná-lo breve e decisivo e, no caso de resistência das partes ou de uma delas, deve conclamar a OEA e a ONU para a reabrirem o debate político sobre a crise venezuelana”.

 

A famigerada Aliança Bolivariana, que, além da Venezuela, é constituída por Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e várias republiquetas insulares caribenhas, tem discutido nestes dias a situação na Venezuela, mas não chega a ser uma discussão de fato, pois só se reúne para dar apoio explícito ao regime de Nicolás Maduro e denunciar supostas “tentativas desestabilizadoras” causadas pela “ingerência dos EUA”, uma lenga-lenga que já não consegue impressionar ninguém. A Casa Branca nega tais acusações e diz apostar no diálogo e não nas sanções que tramitam no Capitólio, uma iniciativa dos republicanos para punir as autoridades venezuelanas supostamente envolvidas em violações dos direitos humanos.

 

A precisão mais realista é a de que a ditadura socialista deverá se aprofundar na Venezuela, que passará a funcionar como uma extensão da ditadura cubana e seu principal fornecedor de petróleo a baixo preço. Todavia, é de se supor que o conflito social no país evolua para uma guerra civil sangrenta que obrigue a OTAN a intervir para restaurar a ordem no galinheiro...

 

Aliás, a julgar pelo argumento russo de que a ação militar na Crimeia é um direito de Moscou pelo fato da Ucrânia estar em sua “área de influência”, representa um sinal verde para Washington intervir, via OTAN, em qualquer lugar de sua “área de influência”... Ou que a China, a hora que quiser, pode anexar a ilha de Taiwan (Formosa), hoje um dos poderosos tigres asiáticos capitalistas privados.

 

               

 

Sexta feira, 13 de junho de 2014

 

FRANCISCO VIANNA  -   Médico, comentador político e jornalista  - Jacarei, Brasil.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:55
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Terça-feira, 24 de Junho de 2014
HUUMBERTO PINHO DA SILVA - AS DÉCIMAS DA RAINHA

 

 

 

 

 

 

 

 

Andava a Dona Luísa de Gusmão preocupadíssima, porque as décimas que cobrava, mal davam para governar o reino.

 

Estando, certo dia, a lamentar-se diante de Luís de Vasconcelos e Sousa, Conde Castelo Melhor, prontamente, este, lhe respondeu:

 

- Medite Vossa Majestade, no que vai ver.

 

Pegando no areeiro, despejou-o nas mãos. Depois, solicitou, aos presentes, que passassem a areia de mão em mão, até chegar às da rainha.

 

Estupefacta com o estranho gesto, interroga-o sobre o significado da inusitada atitude.

 

O Conde de Castelo Melhor, empertiga-se e solenemente declarou:

 

- Saiba Vossa Majestade, que ao dinheiro das décimas, acontece o mesmo que à areia deste areeiro. Passando por tantas mãos, foi ficando pegado a elas. Quando a rainha recebe o dinheiro, está tão diminuído, que mal chega para as despesas.

 

Este curioso e verídico diálogo, é narrado por Rebelo da Silva, no Tomo II, do livro: “ A Mocidade de D. João V “.

 

Disse, e disse bem, o Conde de Castelo Melhor, à rainha Luísa de Gusmão: o dinheiro do Estado, até chegar a quem governa, passa por tantas mãos, que a maioria se perde nos intermediários.

 

Assim acontece em muitos países, que permanentemente se encontram endividados: uns, porque são corruptos; outros, porque quem governa, muitas vezes nem sabe  governar sua casa, como pode governar a nação?

 

Disse a antiga Ministra das Finanças, de Portugal, a Dr.ª Ferreira Leite, numa entrevista televisiva: toda a boa dona de casa, sabe governar um país: basta não gastar mais do que se recebe.

 

Mas, se há já poucas donas de casa, também poucos políticos há, que saibam governar, em justiça e rigor: A ambição, o fascínio, pelo poder, o receio de perder eleições, tolda a razão de quase todos.

 

Para mal dos políticos, não lhes faltam bajuladores, em busca de benesses: querem ser diretores – gerais, ministros, e administradores de empresas rendosas…

 

Conta-se que Salazar, após tratar negócios da nação, com um dos seus ministros, logo que fechou a porta do palácio de S. Bento, voltou-se para a governante, D. Maria de Jesus, e desabafou:

 

- Acaba de sair um grande ladrão!

 

Ao que a empregada, com a confiança que tinha – servira Salazar desde que o estadista era estudante, – retorquiu:

 

- Por que não o manda prender!?

 

- Para quê!? - Respondeu Salazar. - Ao menos este já roubou o que tinha que roubar…

 

A explicação do Conde Castelo Melhor, sobre o destino das décimas da rainha, é sempre atual, e serve para todos os reinos…e repúblicas.

 

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 12:12
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EUCLIDAS CAVACO - TRANSCENDÊNCIAS
 
 
 
 
 
TRANSCENDÊNCIAS Um poema que nos convida a uma reflexão mais intíma sobre a existência, quem somos e o conceito do Além. Veja e ouça esta versão poética  aqui neste link:
 

                      http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Transcendencias/index.htm
.
As minhas mais cordiais saudações para todos vós
EUCLIDES CAVACO   -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

.
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***
https://miraonlinejornal.wordpress.com/2014/06/17/euclides-cavaco-homem-da-terra-mesmo-tao-longe/

EUCLIDES CAVACO: HOMEM DA TERRA, MESMO TÃO LONGE…

 

A sede da JUNTA DE FREGUESIA DO SEIXO foi palco de uma justa homenagem a Euclides Cavaco, um digno representante da sua terra, pelo mundo todo.

 

Aproveitando a oportunidade da apresentação do novo livro de Euclides Cavaco, “TERRAS DA NOSSA TERRA”, Tiago Cruz, o presidente da Junta e muitos outros amigos de longa data, homenagearam o escritor, o orador, o empresário, o radialista, o divulgador da cultura portuguesa no país que o acolheu – o Canadá – e em muitos outros cantos pelo mundo fora… mas, principalmente, quiseram “dar um abraço” no ser humano, Euclides Cavaco.

 

E foram tantos os que lá estiveram… Tantos, os que usaram da palavra!..

 

Pessoas do Seixo, pessoas que moram noutras terras, pessoas que não quiseram deixar passar a chance de abraçar e ver o sorriso espontâneo deste trovador, felicíssimo naquele momento, rodeado de tantos “velhos camaradas” e – com a voz embargada – a desfrutar de estar na “sua antiga sala de aula”, onde aprendeu suas primeiras escritas e leituras, antes de ir para Lisboa trabalhar de dia e estudar de noite, para “chegar a bom porto”. Depois, foi para o Canadá, para voltar… e nunca mais voltou definitivamente.

 

Vai e vem todos os anos. É assim há mais de quarenta!

 

O seu coração está lá e está cá, nas “TERRAS DA NOSSA TERRA”, e por este motivo colocou no papel as emoções que assentam na sua pele quando por cá anda. Este escritor “canta com palavras escritas”, distribui sorrisos quando declama um poema escrito por si, pois o que vem de dentro é o que importa…

 

Este é Euclides Cavaco: autor homenageado pelos seus conterrâneos com emoção e justo reconhecimento daqueles que, traçando outros caminhos que não o seu, não quiseram perder a oportunidade de abraçar o autor e mostrar o seu apreço pelo homem que orgulha as suas gentes…

 

O JORNAL MIRA ONLINE, muito brevemente, dará a conhecer aos seus leitores um pouco mais de Euclides Cavaco, através de uma entrevista dada por este homem cativante, simpático, frontal e amigo do seu amigo…
***
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Homem ou mulher, eis a questão!

 

 

José António Saraiva, 28Mai2014

 

 

Tenho escrito com alguma frequência sobre os sinais de decadência da civilização ocidental. Foi uma civilização que engordou, aburguesou-se e perdeu o nervo. Esses sinais de decadência são, em geral, comuns a outras civilizações em iguais períodos. No declínio do Império Romano verificaram-se muitos dos sintomas que hoje observamos nos corpos doentes das nossas sociedades: sobrevalorização do prazer em detrimento do dever, explosão dos sentidos, confusão de valores, desaparecimento de referências, ausência de ojectivos colectivos, avanço da homossexualidade, instabilidade familiar, etc. Quando abrimos a TV, há uma frase que se ouve constantemente nos programas de grande audiência: "Isto é superdivertido!". O mais importante nos dias de hoje é ser 'superdivertido'.

 

O último sinal deste trajecto descendente do nosso mundo foi o último Festival Eurovisão da Canção, onde uma mulher com barba - uma cantora com nome de homem ou vice-versa - saiu vencedora. A impressão causada foi de confusão total. E mesmo quem, de espírito aberto, se dispusesse a perceber o que estava a acontecer, deve ter tido a sensação de que tudo está a andar depressa demais.

Uma mulher com barba ganhar o eurofestival? Será possível?
E qual terá sido o objectivo de quem criou tão insólita figura - e, sobretudo, de quem a premiou? Dizer que o género não existe? Que homem e mulher tendem a fundir-se num ser sem género, nem homem nem mulher? Pensar nisto recorda-me, vá lá saber-se porquê, uns animais híbridos que são produto dos cruzamentos entre os cavalos e os burros. Chamam-se 'machos' e 'mulas', e não podem reproduzir-se porque são estéreis.  Mas se a mensagem 'filosófica' do eurofestival foi essa, então estamos perante uma manifestação de nihilismo, de desesperança, de anúncio do fim dos tempos.  Claro que isto não teria qualquer importância e seria levado à conta de brincadeira se tivesse acontecido num qualquer festival alternativo ou num concurso promovido por canais de televisão tipo SIC Radical. Mas o que causa perplexidade é ter ocorrido num concurso organizado por estações de referência e contar com os votos de 350 milhões de telespectadores.  Parece que o culto do absurdo, que até pouco era apanágio de minorias que desafiavam o status quo, se tornou subitamente um fenómeno de massas. E isso assusta. Que as minorias sejam respeitadas (e até acarinhadas), é saudável. Que as minorias ocupem subitamente o palco e transformem as suas práticas minoritárias em hábitos correntes, tal constitui um sinal muito perigoso pois conduz directamente à perda de referências.
O que pensará uma criança de cinco anos ao ver no ecrã da sua televisão uma mulher com barba a cantar num palco iluminado, aplaudida por milhares de pessoas?

 

Repetem os apoiantes da mulher barbuda que se tratou de uma demonstração de liberdade, para mostrar que toda a gente pode fazer o que quer desde que não interfira com a liberdade do outro.  A questão da liberdade não é assim tão simples. Um dia destes, um canal transmitia um programa sobre nudistas em que um deles protestava porque o padre da aldeia não os deixava entrar nus na igreja. E dizia que isso era uma manifestação de "mentalidade medieval", acrescentando, porém, que havia cada vez menos pessoas assim.  Esta última frase vai ao encontro do apoio à mulher barbuda. Todas as sociedades vivem de convenções, de regras não escritas mas comummente aceites. Quando essa base estala, sucede-se a confusão e o caos.

Enquanto a farsa do eurofestival sucedia do lado de cá, do outro lado da antiga 'Cortina de Ferro' o senhor Putin, um homem gelado e sem escrúpulos, sorria. Mais tarde, o vice-presidente do Parlamento, Vladimir Zhirinovsky, diria: "Eles já não têm homens e mulheres. Têm 'aquilo'. Libertámos a Áustria há 50 anos mas não o devíamos ter feito". Nós rimo-nos desta frase. Mas não devíamos fazê-lo. É muito perigoso rir dos nossos inimigos. Sobretudo quando são poderosos.
Vladimir Putin assiste aos sinais de decadência da Europa ocidental e nós vamos dando-lhe razões para sorrir. Quando os ucranianos reclamam pela ligação ao Ocidente, quando denunciam o imperialismo russo, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Rogozin, responde: "[O eurofestival] mostrou aos que defendem a integração europeia o seu futuro europeu: uma rapariga de barba".
Esta vitória de uma drag queen no maior festival europeu de música ligeira foi um inesperado presente que a Europa deu aos russos no momento em que se discute a Crimeia e o futuro da Ucrânia. Porque do lado de lá presta-se ao ridículo e do lado de cá enfraquece a opinião pública. Muitos europeus, sobretudo os conservadores mas não só, começam a duvidar dos caminhos por onde isto vai - e a olhar com um misto de inveja e receio para o lado de lá, onde há ordem, autoridade e ainda não se confundem os sexos…

 

A democracia tornou-se uma barriga de aluguer onde estão a germinar todas as sementes da sua destruição.  A indisciplina nas escolas; a dificuldade que a Justiça revela de punir e condenar os culpados; a luta política constante e desgastante, dificultando a identificação de objectivos nacionais; a generalização do consumo de drogas; a perda de uma base de regras comummente aceites - tudo isto se volta contra a democracia e a enfraquece. Em vez de se fortalecer, de se enrijar com o tempo, a democracia vai-se desfazendo, como a madeira corroída pelo caruncho.  O regime democrático já não tem nada a que se agarrar para lá do voto - e aí as coisas também não estão bem, pois a abstenção é cada vez maior.
E isto não é um problema dos governos, nem dos défices, nem da austeridade, nem dos cortes de salários e pensões, nem de nada disso. Aliás, a senhora Merkel - educada no Leste - é que tem, ainda assim, posto alguma ordem no convento. Caso contrário, o regabofe seria maior: cada país fazia o que queria, não havia controlo das contas nem de nada, era a rebaldaria completa.

 

Por razões de vária ordem, eu tive uma educação bastante avançada para o seu tempo. Depois de acabar o liceu, tirei o curso superior numa Escola de Belas-Artes onde o ambiente era muito permissivo, recheado de candidatos e candidatas a 'artistas', com todos os sinais exteriores que poderão imaginar-se. Quando ainda estudava, comecei a trabalhar num ateliê de arquitectura (liderado pelo arquitecto Manuel Tainha) onde todos abraçávamos entusiasticamente as correntes modernistas. E depois dirigi durante mais de duas décadas um jornal (o Expresso) onde o ambiente era efervescente.  Convivi permanentemente com a modernidade e pratiquei-a, conheci muita gente à frente do seu tempo. Vi e li muito. E, no entanto, se me dissessem que uma cantora com barba ia ganhar um dia o Festival da Eurovisão, eu consideraria isso uma completa impossibilidade.

 

Julgo que muita gente que vai atrás destes fenómenos, que abraça sofregamente o politicamente correcto, não o faz por convicção mas por medo de parecer antiquada, old fashion, bota-de-elástico. Ninguém quer parecer mal. É sempre a história do rei vai nu. Como sucedeu neste caso, a sociedade ocidental pode pôr-se subitamente a representar uma peça de Ionesco pensando que é a própria realidade.
A explosão dos media, do online, das redes sociais, faz-nos viver aceleradamente tempos perigosos. Entrou-se noutra dimensão. Os fenómenos de imitação, por mais absurdos que por vezes se apresentem, alastram como fogo em palha.  Embora eu não seja católico, perante esta vitória de uma mulher barbuda num festival organizado pelos canais ditos 'sérios' e emitido em canal aberto no horário nobre das televisões, só me ocorre dizer: "Valha-nos Deus!".

 

 

(Transcrito do jornal "SOL"  -- 28/05/2014)


publicado por Luso-brasileiro às 11:36
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Quinta-feira, 19 de Junho de 2014
JOSÉ RENATO NALINI - O QUE O MUNDO PENSA DE NÓS

 

 

 

 

 

 

Aquilo que Charles de Gaulle teria dito – “O Brasil não é um país sério!” – e que alguns afirmam não chegou a dizer, reflete um pensamento mais ou menos generalizado sobre esta República. Não em relação ao seu povo, generoso e acolhedor, paciente e resignado, pelo menos até o momento. Mas em relação aos seus governos. Isso não é exagero, considerado o número de projetos grandiosos que têm orçamento, início e, infelizmente, não têm o fim previsto.

 

O “The New York Times”, semanário internacional de 22 de abril deste ano, estampa reportagem que só pode constranger os bons brasileiros: “Brasil grandioso se desfaz”. Noticia que o Brasil injetou bilhões de dólares na construção de uma ferrovia que atravessa terras áridas. Não terminou a obra e hoje atrai ladrões de metal. Prédios curvilíneos projetados por Niemeyer foram abandonados logo após a construção. Um museu de extraterrestres, criado com verbas federais em Varginha, parece um navio perdido em meio a ervas daninhas.

 

Nosso país acumula uma lista de atrasos nos projetos faraônicos, resultantes do ufanismo que ataca certos pretensiosos detentores de um frágil e transitório poder. Mas o Brasil vive uma ressaca, na qual se escancara a burocracia paralisante, a alocação irresponsável de recursos e bastiões de corrupção.

 

Gil Castelo Branco, diretor da ONG – Contas Abertas, não tem receio em declarar: “Os fiascos se multiplicam e revelam uma desordem que, lamentavelmente, é sistêmica”. Recursos imensos são desperdiçados em projetos extravagantes enquanto as escolas públicas são péssimas e falta saneamento básico para quase todos.

 

São milhares as obras paralisadas em todo o país. Exemplifica-se com rede de canais de concreto de US$ 3,4 bilhões no sertão nordestino, assolado pela seca, cuja conclusão fora prevista para 2010. Dezenas de novos parques eólicos continuam inativos diante da falta de linhas de transmissão. Hotéis de luxo inacabados estragam a paisagem da Cidade Maravilhosa.

 

Neste rol não estão incluídos os projetos faraônicos não iniciados: a revitalização do Centro Paulistano, a construção de torres majestosas para o Judiciário e tantos outros sonhos que viraram pesadelo numa economia em derrocada.

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:34
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - O PRÍNCIPE DOS POETAS DE ESPANHA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Luís de Camões retornou a Portugal em 1570, depois de 17 anos de lutas, trabalhos e sofrimentos no Oriente. Em 1572, conseguiu que fosse publicado seu poema épico, que, segundo a tradição, tinha sido, pelo menos em parte, lido pelo próprio poeta ao jovem Rei D. Sebastião.

 

O monarca concedeu a Camões uma pensão, no valor de 15 mil réis anuais, a ser paga durante um triênio, podendo depois ser renovada. Embora habitualmente se afirme que era uma pensão muito reduzida, sabe-se, comparativamente com o rendimento de outras pessoas da época, que até seria uma pensão bastante razoável... se fosse paga com regularidade. Mas o pagamento não foi regular, o que teria feito Camões penar, nos últimos anos da vida, vitimado pela pobreza. Um escravo que trouxera do Oriente, de nome Jau, mendigaria nas ruas de Lisboa, segundo a tradição oral, para alimentar seu amo.   

         

Em 1578, o desastre de Alcácer-Quibir, com a morte de D. Sebastião e a perspectiva próxima de Portugal passar a ser governado por um monarca estrangeiro (no caso, Filipe II, de Espanha), abalou profundamente a saúde já combalida do poeta. Ele teria afirmado, então, que amava tanto a sua pátria que não somente tinha retornado a ela para nela morrer, mas para morrer juntamente com ela.

 

De fato, após o breve reinado do Cardeal D. Henrique, em 1580 Filipe tornou-se rei de Portugal, dando início a um período de 60 anos em que as duas coroas ibéricas estiveram unidas sob um mesmo soberano, da Casa d´Áustria. Conta-se que, enquanto o velho cardeal-rei agonizava, a gente do povo cantava, junto ao paço, uns versinhos ofensivos: “Viva el-rei D. Henrique / no inferno muitos anos. / pois deixou em testamento / Portugal aos castelhanos”. Somente em 1º de dezembro de 1640 o Reino luso teria sua independência restaurada, sob a dinastia de Bragança.

 

Camões morreu quase ao mesmo tempo que a independência de Portugal, a 10 de junho de 1580. Foi sepultado como pobre, sem qualquer destaque. Os ossos que jazem no magnífico mausoléu do Mosteiro dos Jerônimos, muito provavelmente não são os verdadeiros de Camões. São ossos de um homem qualquer, desconhecido, que simbolicamente representam o maior poeta da nação e da língua portuguesas.

 

Durante os 60 anos de união ibérica, Camões adquiriu um prestígio enorme, se bem que paradoxal. De um lado, o rei Filipe II de Espanha (e I de Portugal), que era filho de uma infanta portuguesa e falava muito bem nosso idioma, promoveu duas edições de “Os Lusíadas”, e atribuiu oficialmente a Camões o título de “Príncipe dos Poetas de Espanha”. Com isso, não só procurava captar a benevolência de seus novos súditos, prestigiando o poeta máximo de Portugal, mas também intentava, de certa forma, incorporar às glórias da Espanha as glórias da nação portuguesa. Na ótica filipina e castelhana, a incorporação de Portugal à Espanha era definitiva.

 

Mas, por outro lado, naqueles 60 anos, precisamente Camões serviu para a afirmação da língua portuguesa, diferente da castelhana e ciosa de conservar sua alteridade e sua independência. Com sua literatura, Camões foi um marco divisor de enorme importância para que, naquelas seis décadas, Portugal não perdesse a noção muito clara de sua identidade nacional, de sua completa alteridade em relação a Castela. Sem Camões e sem “Os Lusíadas”, talvez o reino luso tivesse soçobrado no esquecimento de sua identidade, e desaparecido para sempre, reduzido à condição de mera província da grande Espanha...

 

O paradoxal é que Camões foi um poeta bilingue... Ele compôs a maior parte de sua obra em português e até determinou a incorporação, a esse idioma, de numerosos neologismos eruditos, derivados ou deduzidos do latim clássico; ele é, por isso, considerado a justo título um renovador e um fixador definitivo da língua portuguesa. Mas também escreveu muitas poesias líricas em castelhano castiço, como era comum entre os grandes intelectuais e literatos lusos do século XVI (inclusive Gil Vicente e Sá de Miranda).

 

Não estava de todo errado, pois, Filipe II ou I, quando o designou Príncipe dos Poetas de Espanha...

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -   é historiador e jornalista, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 10:26
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Quarta-feira, 18 de Junho de 2014
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - AS FESTAS JUNINAS ENRIQUECEM O FOLCLORE BRASILEIRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estamos em junho, um mês muito importante à preservação das tradições e do folclore brasileiros. Com ele, comemoramos as festas juninas – para Santo Antônio, São João e São Pedro, que a cada ano, infelizmente, vêm se descaracterizando.  Com exceção do Nordeste - onde representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos e os hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades - em muitos lugares, praticamente sumiram do mapa.

Em São Paulo, por exemplo, restringem-se a algumas escolas e clubes, pequenos focos de resistência ou se reduzem a quermesses de    paróquias. No entanto precisamos, mais do que nunca, preservar nosso patrimônio cultural, como forma de revitalizar a cidadania, por isso precisamos participar e prestigiar   eventos que valorizem nossos usos e costumes, como os    festejos juninos.

Eles foram e ainda continuam sendo marcantes em determinados lugares. Há fogueiras, que servem como centro para a famosa dança de quadrilhas, com os casais vestidos como caipiras, liderados pela noiva, envoltos a inúmeras situações, que só provocam diversão de pura qualidade ao som de músicas típicas sempre muito animadas.  As suas comidas e bebidas típicas: pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho, arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais nos deixam com água na boca. Os balões,  em função das leis que proíbem esta prática pelos riscos de incêndio que representam, ainda compõem o cenário, pendurados junto às bandeirinhas.

 

Os santos homenageados são cheios de mística e crendices populares. É o caso de Santo Antônio, considerado “casamenteiro”. São comuns as simpatias para mulheres solteiras que querem se casar e no dia 13 de junho, as igrejas católicas distribuem o “pãozinho de Santo Antônio”. Diz a tradição que o pão bento deve ser colocado junto aos outros mantimentos da casa, para que nunca faltem alimentos e as mulheres que querem se casar, diz a tradição, devem comer deste pão e se possível, também do bolo.

 

 As festas juninas somam hoje, contribuições culturais de vários povos que aqui se estabeleceram com o passar do tempo, embora cada vez mais escassas. O momento se mostra bastante oportuno para refletirmos: o Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para poder compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas como os festejos de junho que mantemos vivas as tradições e costumes do povo brasileiro, preservando deste modo, sua história para futuras gerações. Devemos assim festejá-las e valorizá-las.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário.



publicado por Luso-brasileiro às 12:05
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