PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 10 de Novembro de 2014
FRANCISCO VIANNA - BRASIL DEVE OBSERVAR E APRENDER COM A UNIÃO EUROPEIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A experiência inusitada da criação da União Europeia surgiu da necessidade dos países do Velho Continente (e do mundo em geral) em suprimir o perigoso nacionalismo de seus estados membros, com a finalidade de evitar que esse nacionalismo exacerbado viesse a criar uma situação de conflito parecida como a que, há seis décadas, levou a humanidade à Segunda Guerra Mundial. Contribuiu também o anseio de muitos europeus de criar um contraponto à hegemonia estadunidense, ou seja, uma espécie de “Estados Unidos da Europa”, numa iniciativa que começou com o Tratado de Maastricht (*).

Apesar da facilidade de mobilização dos europeus através de suas fronteiras e da unidade monetária forte adquirida, a inexistência de um sentimento de “pátria europeia” e a crescente exacerbação do velho sentimento de nacionalismo em cada um dos seus estados membros, deixa bem claro as limitações que impossibilitam a União Europeia de funcionar como um nação unificada, mas apenas como um bloco comercial de conveniência. É esse sentimento persistente que faz com que a taxa de desemprego seja crescente, o que coincide com uma rampante frustração dos seus povos com a elite dirigente do bloco que tem a pretensão de virar nação.

Se alguém razoavelmente informado viajar pela Europa e observá-la com atenção, verá que os seus países membros estão tendo respostas heterogêneas à atual crise internacional, uma vez que as reações dos países chaves da zona do euro apresentam uma atitude diferente com relação ao desenvolvimento econômico dos países ditos “periféricos”, com relação inclusive à própria base monetária. Existem inúmeros fatores geoeconômicos que explicam tais disparidades, sem falar nas reprimidas diferenças políticas. De um modo geral, os países sulistas do Velho Continente aparentemente não conseguem resolver o dilema de seus altos custos de funcionamento, de altas taxas de estatização, de uma população altamente acostumada a benesses estatais, por um lado e, por outro, de sua baixa capacidade de produção e de geração de riqueza (PIB), nem de longe comparada com a dos países do norte e do centro europeu.    A Espanha, por exemplo, é um caso emblemático desses fatores geoeconômicos. Um país que sempre se debateu com sérios obstáculos geográficos, que sempre dificultaram a mobilização de bens e pessoas ao longo do seu território peninsular, sempre se viu às voltas com a formação de bolsões populacionais que acabaram por gerar fortes identidades nacionais. Assim, é notório o conflito latente e às vezes ativo entre Madri e a Catalunha, a Galícia, e o País Basco, apenas para citar os principais. O próprio Portugal teve sua origem em tais fatos geossociais. Pobre em recursos naturais e em identidade nacional, à Espanha sobrou a opção de avançar em direção ao mar, ao Atlântico, em busca dessas riquezas no chamado Novo Mundo, desde os tempos das Grandes Navegações.  Domesticamente, não raro, o país tem recorrido à violência para manter a sua unidade nacional. 

Já a Alemanha, sendo uma área plana, não enfrenta tais dificuldades e não deve ter sido muito difícil para Otto von Bismarck— Ministro e Presidente da Prússia — unificar os povos germânicos (que falavam o idioma alemão) mesmo sem ter tido provavelmente um plano adrede elaborado para fazê-lo a partir da expansão da Confederação da Alemanha do Norte em 1866, passando a incluir os demais estados independentes numa única entidade, ou de simplesmente expandir o poder do Reino da Prússia, o que, sob a ótica geopolítica dava no mesmo. O certo é que a Realpolitik de Bismarck, fez com que a Alemanha se tornasse uma nação com forte sentimento nacionalista, que se exacerbou na década de 1930 sob o controle do Partido dos Trabalhadores do Nacional Socialismo da Alemanha.

Os vales hidrográficos da Alemanha, o do Reno, o do Elba e o do Danúbio têm abençoado todas as pessoas que vivem nas suas imediações, possibilitando a elas a geração de riquezas incalculáveis para as cidades comerciais, como Frankfurt e Colônia. Mas, nem sempre toda essa riqueza significou paz para os seus habitantes, haja vista a grande quantidade de castelos e fortificações em ambos os lados de suas margens, a lembrar o estado de fragmentação em que o mundo alemão viveu durante séculos. Também a praticamente inexistência de fronteiras físicas tanto para leste como para oeste, faz com que o observador tenha uma explicação nítida do conflito histórico da Alemanha com sua vizinhança.

Na Espanha, as carreteras, como são chamadas as autoestradas do país, parecem quase vazias em relação às autobahns – as superestradas alemãs – sempre com grande densidade de tráfego de veículos, predominantemente caminhões e carretas levando em seu bojo uma produção industrial poderosa. Quanto mais tempo se permanece na Alemanha, mais nítida e compreensível se torna a crise econômica que assola os chamados países periféricos da União Europeia, como a Grécia por exemplo.

A Grécia é um país de estreitas planícies costeiras que rapidamente dão lugar a montanhas. Para complicar as coisas, o país tem cerca de 6.000 ilhas e ilhotas, onde apenas um punhado delas é habitado. Com uma geografia extremamente fragmentada e uma posição estratégica no Mediterrâneo oriental, a Grécia não é difícil de ser entendida por que tem lutado ao longo da história para realizar qualquer coisa. O desenvolvimento de uma economia grega integrada a uma entidade supranacional como a União Europeia assoma no horizonte do bloco como uma tarefa difícil.

A Grécia foi o país europeu que mais aproveitou a estabilidade do euro para financiar a “distribuição socialista de renda” entre seus habitantes e a estatizar ao máximo a sua economia, daí o mergulho intenso ao fosso da pobreza, tendo de tornado o cugar onde a crise internacional de 2008 se abateu primeiro e onde teve o seu impacto mais profundo. Pelas ruas de Atenas vê-se a todo instante os sinais do estrago socialista da última década. O centro da cidade está repleto de lojas fechadas com janelas quebradas, pichações e outros sinais de abandono de longo prazo. Em Atenas, há muito mais policiais do que em qualquer outra grande cidade europeia. No entanto, isso não ocorre por causa de uma possível criminalidade, mas em função da agitação social. O grego hoje ainda não passou da fase de reclamar os “direitos perdidos” de proteção estatal para recomeçarem a empreender e, de um modo ou de outro, gerarem riqueza para soerguer a economia do país. A maioria ainda nutre a falsa esperança de que Atenas volte a lhe suprir o dinheiro fácil em troca de trabalho insignificante. Embora na Grécia de hoje a segurança das pessoas esteja relativamente controlada, a situação social ainda é uma bomba-relógio.

O mesmo ocorre no outro extremo, a oeste do Velho Continente, com o pequeno país chamado Portugal. Apesar de ter havido uma queda da taxa de desemprego – uma mostra de que o português, diferentemente do grego parece já ter arregaçado as mangas e posto mãos à obra – o que se vê, no entanto é ainda uma economia onde o único setor que ainda funciona é o do turismo. Apesar de apresentar melhores perspectivas econômicas que a Grécia, Portugal ainda tem uma economia travada, estática, onde a carência de investimentos externos é ainda muito insuficiente e a produção de riqueza interna está longe de ser satisfatória. A herança maldita da estatização que ocorreu no país após a chamada “revolução dos cravos”, ainda pesa enormemente sobre os portugueses.  A espetaculosidade monumental de cidades como Lisboa e Porto, convive tristemente com uma pobreza de há muito não vista neste país e causada pela depressão econômica. Quando estive em Portugal e visitei estas e outras cidades, em 2000, era visível a efervescência econômica produzida, contudo, sob os auspícios dos bancos nacionais estimulados com as falsas garantias do governo de Lisboa. Hoje, apesar de o país ter completado seu programa de resgate com a União Europeia e com o FMI em janeiro e fevereiro último, a vida dos portugueses ainda permanece difícil e o país não conseguiu recuperar a confiança do grande capital internacional para que se sinta estimulado a investir pesadamente por lá.

Para o hipotético viajante e observador citado acima, salta aos olhos que os problemas econômicos europeus vêm se transformando também em problemas políticos, piorados, como soem ocorrer, entre uma elite que tenta restaurar o empreendedorismo privado e atrair mais capital externo para ser investido nos seus estados membros, e uma massa de eleitores ainda saudosos das falsas benesses distribuídas pelo estado a custa de um formidável e crescente endividamento. Isso faz com que, em muitos de seus países membros as pessoas estema se tornando cada vez mais cansadas das políticas concebidas por Bruxelas e apoiadas por políticos domésticos. Assim, o discurso antiausteridade e a mentalidade distributiva do enganoso socialismo recomeçam a ganhar força de com seus temasantiestablishment, que em alguns casos ganham um aroma germânico.                                       

Circula, na cidade do Porto, entre os best-sellers, um livro chamado “Nós não somos alemães”, enquanto que em Roma um livro chamado “Não vale a pena a Lira” é um apelo claro para abandonar o euro e a Itália voltar à sua antiga moeda, o que parece ser um desejo bastante popular. Não é coincidência que Portugal e Itália sempre foram os países que mais se entregaram aos devaneios socialistas, desde a queda de Francisco Salazar e a reconstrução italiana do pós-guerra com as benesses norteamericanas do Plano Marshall.

Apesar de os europeus do sul (da faixa do Mediterrâneo) temerem e ao mesmo tempo admirarem a Alemanha, por verem o país centro europeu como um lugar onde tudo funciona bem com seus governos eficientes e bem dimensionados, é certo também que a hegemonia tedesca é tida pela vizinhança sulista como sendo desligada e despreocupada com a situação desses países com os quais quer criar uma espécie de “Estados Unidos da Europa”.

O grande repto dos socialdemocratas europeus, que têm tradicionalmente abraçado o processo de integração europeia, é, todavia a incongruência, por mais demonstrada que tenha sido, de oferecer prosperidade econômica através de estados de bem-estar social (welfare states) grandes e forte em sua legislação trabalhista. Não veem que tal modelo está em crise e desacreditado em muitos países, onde os governos e até mesmo de viés socialista estão a aplicar cortes de gastos públicos sob pressão do Parlamento Europeu.

Enquanto as forças conservadoras estão se movendo no sentido antiestatista e as forças estatizantes estão ganhando força, os socialdemocratas passam por uma crise de identidade que está gerando atritos dentro dos partidos e confundindo seus eleitores tradicionais – uma coisa que o presidente francês, François Hollande, está aprendendo da maneira mais difícil.

Junto com o conceito de democracia, a Grécia Antiga também desenvolveu o conceito de “cleptocracia”. Toda vez que você falar com os gregos sobre política, uma palavra vem à boca quase imediatamente: "kleptos", que significa, literalmente, "roubo” e “ladrões". A maioria dos europeus do Sul têm opiniões semelhantes de seus governos. Qualquer semelhança com os países da América latina NÃO é mera coincidência...

E enquanto não há uma grande lacuna entre o que as pessoas dizem em conversas e do jeito que votar, estes sentimentosantiestablishment não se amenizarão tão cedo – e irá manter ameaçando a sobrevivência da União Europeia.

Será que não podemos ser expertos o suficiente para tirar as devidas lições do Velho Mundo e aplicá-las ao Brasil?

Pensem nisso...

 

Sexta feira, 07 de novembro de 2014

 

 

 

FRANCISCO VIANNA - Médico, comentador político e jornalista - Jacarei, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 11:40
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - LIÇÕES DO CÉU E DA TERRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No início da era cristã, quando os anjos estavam reunidos no Céu, Jesus lhes disse:

– Eu criei os seres humanos, dei-lhes inteligência, sensibilidade, livre arbítrio e, mesmo assim, vivem me pedindo que resolva tudo por eles. Se eu tomar a dianteira dos seus problemas, jamais crescerão! Eu gostaria de me esconder por algum tempo, mas também quero ficar perto para o caso de precisarem realmente de mim.

Então, um anjo falou:

– Senhor, por que não vai para o alto da montanha e fica olhando lá de cima o que acontece com eles?

Jesus respondeu:

– Tenho certeza que me achariam rapidamente; mas, esperem, tive uma ideia: vou me esconder dentro das pessoas, no coração de cada um! Assim, nunca me acharão, exceto quem vive buscando tomar decisões com o coração à frente. Eu poderei acompanhá-los o tempo todo e ajudar aqueles que agirem com amor.

E isto ainda acontece nos dias de hoje. Há pessoas que buscam Deus onde não está e se surpreendem quando descobrem que o Espírito Santo esteve sempre ‘disponível’. Se pedirmos com sabedoria, receberemos como nesta história:

Certa vez, um homem pediu a Deus uma flor e uma borboleta, mas recebeu um cacto e uma lagarta. O homem ficou triste porque não entendeu o porquê do seu pedido vir errado, e pensou: ‘Também, com tanta gente para atender, Ele nem deve ter me ouvido’.

Passado algum tempo, o homem verificou que do espinhoso cacto havia nascido uma bela flor e a horrível lagarta transformou-se numa linda borboleta. E percebeu que Deus sempre age certo, mesmo que nos pareça errado – Ele dá aquilo que mais precisamos no momento certo. É preciso amar e confiar, sem vacilar, pois nem tudo o que desejamos é exatamente o que necessitamos.

Se rezarmos, os espinhos de hoje serão as flores de amanhã. E a providência Divina é tão grande que os presentes chegam a todo instante, principalmente por intermédio das pessoas que nos cercam. Veja que surpresa maravilhosa aconteceu na data natalícia de uma jovem:

Conta-se que uma menininha entrou na loja e pediu para embrulhar um colar de turquesas azuis.

É para minha irmã, você pode fazer um pacote bem bonito? – disse ela ao balconista.

O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e perguntou:

Quanto dinheiro você tem?

Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão e disse:

Isto dá, não dá? – mostrando apenas algumas moedas que exibia orgulhosa.Sabe, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Ela cuida de mim desde que mamãe morreu e não tem tempo para mais nada. Hoje é seu aniversário e tenho certeza que ficará feliz com o colar, que é da cor dos olhos dela.

O homem foi para o interior da loja, colocou o colar num estojo, embrulhou-o com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com fita azul.

Tome disse para a garotinha. Leve com cuidado.

Ela saiu saltitando pela rua abaixo, mas não demorou para que uma linda jovem de cabelos loiros adentrasse na mesma loja. Colocou sobre o balcão o conhecido embrulho e interrogou o proprietário:

Este colar foi comprado aqui. Quanto custou?

– O preço de qualquer objeto em minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o cliente – respondeu prontamente o lojista.

Mas minha irmã tinha somente algumas moedas e este colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele!

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem, dizendo:

Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha.

O silêncio encheu a pequena joalheria e lágrimas rolaram pela face da jovem enquanto suas mãos pegavam o embrulho de volta. E o melhor presente que ela ganhou no aniversário foi aprender esta lição: a verdadeira doação é dar-se por inteiro, com amor sincero, sem restrições.

Então, leitor, que os ensinamentos deste artigo fiquem em nossos corações e deem frutos a cada dia. Se não direcionarmos nossas ações para o bem comum, não seremos dignos de participarmos do banquete celeste. Quem deseja a presença do Espírito Santo em si, é atendido; quem supera as provações com dignidade cristã, é abençoado; quem pratica a caridade, ganha a vida eterna.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:34
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - BEM PREGA FREI TOMÁS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 1530, ano depois de Frei Bartolomeu dos Mártires haver professado, em Lisboa, nascia, em Ponte da Barca, Frei Tomás, filho bastardo do Morgado de Fonte Arcada.

 

Ao constatarem que o menino tinha facilidade em aprender, logo o enveredaram para a Religião.

 

Professou em 1549, como frade dominicano, no convento de S. Domingos, em Lisboa.

 

No correr dos anos tornou-se pregador famoso. Do púlpito, afoitamente, lançava violentas verrinas, condenando, asperamente, degradados costumes e a desenfreada corrupção que existia na corte.

 

Os sermões, e o rigor da conduta, como sacerdote, despertaram o interesse da Rainha, que era conhecida por ser extremamente cuidadosa a escolher os diretores espirituais.

 

Ocupou, então, o cargo que fora de Frei Luís de Granada, antigo confessor da Rainha.

 

Como confessor de Dona Catarina, tinha livre acesso à corte, e conhecia, perfeitamente, todas as imoralidades dos ilustres fidalgos.

 

Isso acarretava-lhe agros dissabores, porque os viciosos não gostam de serem chamados à razão.

 

Certo dia, fidalgo, que fora severamente advertido, colocou na porta do gabinete que o cenobita possuía, no paço, os seguintes dizeres:

 

 

Aqui mora Frei Tomás, que bem diz e mal faz.

 

 

Frei Tomás não se deu por achado, e escreveu por baixo:

 

 

Fazei o que diz, e não façais o que faz.

 

 

Criados e restante pessoal da corte viram os dizeres e divulgaram-no.

Foi tal o concurso, que a própria Família Real deslocou-se para ver a espiritualidade do pregador.

 

Em 1578, Frei Tomás foi eleito Provincial. Nesse ano era Frei Bartolomeu Arcebispo de Braga.

 

Todavia o Cardeal Dom Henrique, anulou a nomeação, entregando o cargo a Frei António de Sousa.

 

Razões? Desconheço; mas pode ter sido devido a inimigos de Frei Tomás.

Aqui está a razão, porque é costume dizer-se:

 

 

Bem prega Frei Tomás: faz o que ele diz e não o que ele faz.

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA  -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:21
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EUCLIDES CAVACO - PREGÕES DE LISBOA
 
 
 
 
 
 
 
PREGÕES DE LISBOA
 

Aqui desde esta Lisboa onde me encontro, partilho com todos vós este poema
feito balada, que embora tenha já a sua idade, continua a ser sempre novo.
Veja-o e ouça-o em Poema da Semana ou aqui neste link:
 


http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Pregoes_de_Lisboa/index.htm
 
 

Desejos duma maravilhosa semana para todos vós.
 
 
 
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
cavaco@sympatico.ca
 
 
 
 
***
 
 

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CONVITE

Ficaremos imensamente felizes com sua presença na Missa em Ação de Graças pelos 32 anos da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena e 19 anos da Associação Maria de Magdala da Diocese de Jundiaí – SP.

A Missa será celebrada por nosso Assessor Espiritual, o Reverendíssimo Padre José Brombal.

Data: 19 de novembro (4ª. feira).

Horário: 17h00.

Local: Capela do Carmelo São José (Av. Dom Pedro I, 531 (Anhangabaú).



publicado por Luso-brasileiro às 11:12
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Quinta-feira, 6 de Novembro de 2014
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - ANSEIOS E LÍDERES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alguns personagens, por terem falado forte à alma desta ou daquela pessoa, agigantam-se na lembrança.

Conversando com uma senhora, nascida no sertão de Pernambuco e que reside no Jardim Novo Horizonte de nossa cidade, comentou que o pai dela fora amigo pessoal de Virgulino Ferreira da Silva, o cangaceiro conhecido como Lampião.

Dentre as histórias contadas por ela a respeito dele, escrevo sobre aquela em que passou com seus cabras por uma fazenda e nela se deteve ao ver uma criação de aves. A dona da casa, assustadíssima, o acolheu. Pediu almoço apetitoso com peru assado a que ela, de pronto, acatou. Junto às serviçais, prepararam a refeição. Todos na mesa, saboreando os quitutes quando, com humildade, quis saber de Virgulino se o atendera bem. Disse que sim e agradeceu. Um dos jagunços, contudo, concluiu que se tivesse colocado sal na comida seria melhor. Nervosa, ela se esquecera desse ingrediente. De imediato, Lampião recomendou que lhe trouxesse dez pedras de sal. Entregou-as ao pistoleiro que reclamara e o fez comer todas.

Questionei-a sobre o grande motivo de seu entusiasmo pelo “Capitão” – assim chamado por seu bando - e ela me disse, embora se oponha a atrocidades cometidas por ele, que procurava agir com justiça, tirando o que sobrava de fazendeiros, políticos e coronéis egocêntricos para dar aos miseráveis, que sofriam de fome e lutavam, em situação de escravidão, a fim de sustentar suas famílias. Era o olhar de enternecimento aos despossuídos. E usava, também, de benevolência com os que acatavam suas súplicas, conforme com a senhora do fato narrado acima.

Quando os que têm poder legítimo não agem de acordo com seus encargos em favor dos que se encontram em situação de vulnerabilidade social, os líderes ilícitos crescem.

Relatou-me, ainda que, antes do nome da companheira de Lampião, Maria Bonita, era usado o adjetivo temida. Penso que temida por sua audácia, porém mais por ser a sua protegida.

Interessante, hoje em dia, muitas adolescentes procuram namorar meninos da ilegalidade para se sentirem escudadas diante das contrariedades e dos perigos que correm, desde a rejeição na escola, na rua ou mesmo na família. Convertem-se de fragilizadas em temidas.

Parece-me que a sociedade não mudou muito em relação ao comportamento de seus líderes, sejam eles legítimos ou não.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:20
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JOSÉ RENATO NALINI - PENSE NO AMANHÃ

 

 

 

 

 

 

 

 

Toda ação humana provoca uma reação. Nem sempre igual e contrária, pois não se cuida de lei física. As reações das espécies animais são imprevisíveis. O “bicho-homem” continua sua plena domesticação. Se o exame das ocorrências propiciar qualquer diagnóstico, muitos concluirão que Hobbes tinha razão: o homem é o lobo do homem.

Comportamentos lastimáveis encontram-se em todos os espaços e em todos os estamentos. A relação do ser humano consigo mesma é conflitiva. Cresce o número dos deprimidos, dos desalentados, dos desesperançados e desiludidos. Mal-humorados, são incapazes de uma palavra amável. Tropeçam em si mesmos e chutam o próximo. Literalmente. Basta verificar como são as aglomerações na metrópole: não apenas para as legiões que se utilizam dos coletivos, mas às portas dos estádios, nas filas dos grandes eventos e em qualquer recinto em que haja afluxo de pessoas.

Está falhando a educação doméstica, o papel da escola que se limita a fornecer informações, mas desistiu do treino da cidadania, a Igreja, que não consegue mais atrair a juventude como há algumas décadas. A sociedade inteira deve repensar suas estratégias de formação das futuras gerações. Mas há uma categoria que poderia encetar uma revolução nos costumes sem alarde, sem cataclismos, sem estardalhaço. É o conjunto das profissões jurídicas.

O Brasil tem mais faculdades de direito do que a soma de todas as outras faculdades existentes no restante do planeta. As profissões jurídicas absorvem seu conteúdo de uma esfera muito mais ampla, denominada ética. E a ética é a ciência do comportamento moral do homem em sociedade. Começa com a polidez que, desrespeitada, leva a infrações disciplinares mais graves. Depois, infrações administrativas. Em seguida, ilícitos cíveis e, por último – e mais grave – delitos. Crimes.

Esse o caminho trilhado por uma juventude sem disciplina, sem hierarquia, tudo tendo início na falta da boa educação de berço. No momento em que dermos à criança noções de dignidade humana, consciência para olhar para o outro, cuidar do outro, interessar-se pelo outro, como um igual, não como um estranho, talvez tenhamos perspectiva de um mundo melhor.

 

 

 

 


JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 10:17
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JOÃO CARLOS MARTINELLI - DIA DA CULTURA NO BRASIL HOMENAGEIA RUI BARBOSA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rui Barbosa amou e participou intensamente da vida política. Deve-se a ele, como homem público, entre outros, a elaboração do projeto de emancipação dos sexagenários, isto é, a libertação dos escravos com mais de sessenta anos. Elogiado pela primazia de sua redação, consagrou-se como o relator da Comissão Constituinte que elaborou e promulgou a primeira Constituição brasileira após a Proclamação da República em 1889. Rui Barbosa ainda foi conferencista, juiz, escritor e jornalista. Chegou a ter em sua biblioteca particular mais de cinqüenta mil obras e a parte publicada dos seus escritos rendeu mais de cem livros.

 

 

 

Em homenagem a uma das mais brilhantes figuras que o Brasil já teve, RUI BARBOSA, comemora-se a 05 de novembro, data de seu nascimento em 1849 na cidade de Salvador, Bahia, o DIA NACIONAL DA CULTURA. Legando-nos maravilhosos exemplos de desprendimento, patriotismo e amor à Justiça, de firmeza de princípios, nada mais coerente do que reverenciarmos tão ilustre personalidade, dotado de grande bagagem intelectual e um dos mais profundos conhecedores da ciência jurídica, como se fosse, em cada ramo do direito público ou do direito privado, um especialista que os dominava com culto esmerado.

Revelando desde a infância uma extraordinária inteligência, unida a uma impressionante força de vontade, concluiu, com esses sentimentos de otimismo e decisão, o curso de Direito na Faculdade do Largo de São Francisco em São Paulo. Como estudante, já revelava o vigor de seus propósitos. Ainda no quarto ano, apesar da escravidão ser um assunto melindroso, do qual poucos ousavam combatê-lo abertamente, Rui clamava contra a legalidade do cativeiro: - “Uma brutalidade que está fora de todas as Constituições e de todas as leis”. Sua pena fulgurante a serviço das questões sociais a classificava como o “resumo de todos os crimes”.

 

Fidelidade às suas convicções

 

Uma de suas grandes virtudes foi nunca se trair. Assim, jamais negociou por exemplo, qualquer de seus ideais com determinado cargo de relevância, tornando-se um exemplo para grande parte dos políticos de hoje. Tanto que recusou convite do Visconde de Outro Preto para o posto de Ministro, pois o programa governamental deste não dispunha sobre a Federação (campanha iniciada por ele para união das províncias, hoje, Estados). Sempre defendeu seus direitos e contra as falsas acusações levantadas por um deputado baiano, respondeu: - “Creio na moderação e na tolerância, no progresso e na tradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes, rejeito as doutrinas de arbítrio e abomino as ditaduras de todo o gênero”.

A retidão de seus princípios motivou-lhe uma intensa perseguição, obrigando-o a fugir para Buenos Aires e de lá à Inglaterra, onde escreveu as famosas “Cartas do Extremo Oriente”, sobre o significado da Marinha de Guerra na vida das nações. Em “As Minhas Conversações” respondeu ao escritor Afonso Celso à acusação de ter sido incrédulo, materialista e ateu:- “Calúnia contra a qual protesta a minha vida, o lugar que sempre teve a religião na minha casa, nas minhas relações domésticas, na educação de meus filhos”. Neste aspecto, ressalta-se, que Rui Barbosa lutou com grande interesse pela liberdade religiosa, elaborando inclusive, o decreto de separação da Igreja do Estado, estabelecendo relações entre o poder eclesiástico e o civil, combatendo o divórcio e projetos oprimentes ao catolicismo.

 

Exímio jurista

 

Como constitucionalista, elaborou com refinado texto nossa primeira Carta Magna republicana. Na trilha do Direito Comercial, legou-nos uma obra capital, “Cessão de Clientela”. As suas sólidas noções de economia e tributos se consolidaram no livro “Finanças e Política da República”. Entretanto, seus comentários como civilista e criminalista se caracterizaram prioritariamente pela genialidade de suas análises, ganhando perenidade, mantendo viço e atual o seu pensamento.

 

O saudoso Prof. Alfredo Buzaid, em trabalho específico pela Editora Saraiva, abordou a contribuição do jurista baiano ao progresso do Direito Processual Civil e, de modo especial, ao conhecimento da bibliografia estrangeira que possuía sobre a matéria, circunstância até certo ponto pouco divulgada.

O seu valor internacional foi reconhecido em 1907, em Haia, na Holanda, durante a Segunda Conferência de Paz. Representando o Brasil, impôs-se a todos pelo extraordinário talento e brilhantismo com que se houve para defender a “força do direito contra o direito da força”. Não hesitou em pregar ante os representantes das Nações lá reunidos o respeito aos fracos e a igualdade jurídica dos povos.

 

Patriotismo

 

Durante o Império, chegou a ser monarquista, aspecto que não o relegou a uma pessoa controvertida. Ao contrário, em todas as épocas e regimes, a meta que Rui Barbosa sempre perseguiu foi a de construir uma Pátria economicamente forte, moralmente digna e socialmente justa. O seu espírito exuberante necessitava de abertura e atividade, embora em seu caminho se acumulassem decepções. No entanto, venceu-as sempre impávido, com aquela têmpera de aço com que desafiou as investidas contra o Direito, a Justiça e a Liberdade. Em meio século de apostolado, ele intentou fazer uma política em seu verdadeiro sentido, aquela em que definia como a que “afina o espírito humano, educa os povos no conhecimento de si mesmos, desenvolve nos indivíduos a autenticidade, a coragem, a nobreza, a previsão, a energia e cria, apura e eleva o merecimento”.

Encerramos com transcrição de parte de texto do brilhante Prof. Buzaid:- “...Se, em sua longa e luminosa trajetória de homem público, nada mais tivesse feito do que ensinar a boa doutrina para imortalizá-lo, bastaria a lição em que definiu os rumos da nacionalidade que, em sua evolução, busca reencontrar-se, valorizando o homem, pregando a legítima coexistência das classes sociais e dignificando o trabalho, tudo sob a inspiração de Deus” ( “Rui Barbosa – Processualista Civil e Outros Estudos”- Pág. 121 – Ed. Saraiva).

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 10:09
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - MEUS TIPOS INESQUECIVEIS - PARTE 1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Penso que todo mundo tem seus tipos inesquecíveis, daqueles que ficam guardados em um lugar especial em nossa mente e, às vezes, em nosso coração. Eu tenho vários, particularmente. O curioso é que eventualmente me dou conta disso quando alguma lembrança que eu julgava perdida retorna sem mandar avisos, ou sem que eu a tivesse buscado em meu baú de memórias.

            Assim, embora sejam tantos e pelas mais variadas razões, alguns, em especial, retornam para mim, em imagens e recordações, nesse momento em que escrevo. Vou me abster de comentar, hoje, sobre aqueles que me foram mais próximos, como meus avós, tanto maternos como paternos, cada um deles compondo, ao seu modo, meu rol de pessoas inesquecíveis.

            Uma primeira figura que puxa meus pensamentos nesse instante é o Seu Emílio. Seu Emílio, cuja formação acadêmica exata eu não saberei informar, morava na esquina de frente com minha casa, lá na cidade de Lins, quando eu tinha uns 6 anos de idade. O fato é que, fosse farmacêutico ou não, ele vivia de branco e era o responsável por aplicar, em mim e na minha irmã, as necessárias injeções. A simples figura dele, ainda que avistada à distância, já nos causava pânico e temor pela mísera possibilidade de que fossemos tomar injeções. Rapidamente revisitávamos nosso estado de saúde e, se tinha nariz escorrendo ou tosse, era hora de correr.

Lembro-me especialmente de uma vez na qual minha mãe me chamou de lado e me disse que minha irmã Ivy iria tomar injeção e que, quando Seu Emílio chegasse, não era para eu dar alarde. Bastou, porém, ele aparecer na porta que minha irmã desapareceu. Procuramos por ela por bastante tempo, até que fomos encontra-la embaixo da cama, agarrada ao estrado. Depois de muito esforço, eis que ela pareceria ter adquirido ventosas, entre risos e broncas, não houve meios de escapar da injeção. Na nossa cabeça de crianças, ele era o vilão de quem nunca se conseguia escapar. O mais curioso de tudo é que, muitos anos depois, minha irmã mesma se tornou farmacêutica, mas não sei se por algum trauma oculto em sua mente, não suporta a ideia de aplicar injeção em ninguém...

Tantas décadas já se passaram e eu nunca fui capaz de esquecer do rosto e do andar do seu Emílio, vindo na direção de nossa casa, com sua maleta de tortura. Não sei se ele está vivo ainda ou mesmo se tem alguma lembrança de nós, mas ele, sem dúvida, é um de meus tipos inesquecíveis. A quem interessar possa, inclusive, continuo com o mesmo pavor de agulhas, sobretudo daquelas destinadas a me furar. Somente as agulhas de costura, crochê ou tricô ganham meu afeto, mas nada além delas.

Todas as vezes nas quais eu preciso tomar alguma injeção, enxergo, em cada pessoa vestida de branco, a figura do Seu Emílio e, através dela, volto a ser uma criança. E embora essa criança estivesse com medo, é com muito carinho que me recordo do Seu Emílio e agradeço a ele, hoje, por todas as vezes nas quais cumpriu seu papel e trouxe de volta nossa saúde...

 

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



publicado por Luso-brasileiro às 10:05
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - CURIOSIDADE E MARAVILHA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Graças! Graças – minh’alma é vária!/ E este meu espírito – eclético!/ Seja MPB... rock ou ária.../ a mim tudo soa imagético./ Um avião que no céu passa/ é giz que risca tela anil;/ se da chaminé sai fumaça/ é porque o carvão arde em cio./ Coas portas e janelas suas/ e altivo olhar de elevador/ vejo prédios comendo ruas,/ praças e canteiros em flor.../ Mas, a estes olhos que a terra há/ de, faminta, também comer.../ dou graças, graças – e oxalá/ possa ainda mais com eles ver.”.

            Eu acompanhava suas evoluções na guitarra, enquanto fazia as unhas de meus pés.

            Entre os riffs: “mãe, sabia que minhas unhas de pés e mãos direitos crescem mais rápido do que as do lado esquerdo?”.

            “Veja que curioso”, respondi: “uma informação dessas você esperou até o ensino médio pra receber”.

            Que ingenuazinha eu sou às vezes.

            “Aprendi isso no papelzinho do chiclets, mãe!”.

            E eu, então, acabo de aprender ainda mais essa!!!

            Que posso argumentar a meu favor, senão que minha vida é uma comédia?

            Se algo que se assemelha lhes acontece... conselho de quem experiência própria tem no currículo: é rir pra não chorar – mesmo.

            Minha filha diz que quando eu acordo tenho o topete do Elvis. Então tá. Sempre que me dá na telha, digo, no topete, vou despertá-la com um sonoro awop-bop-a-loo-mop alop-bam-boom.

            Não que eu tenha um humor invejável. Quem me conhece mais de perto, sabe de suas limitações. Lapido-o e ele a mim pra ver quem ganha.

            Se querem saber, dou a mão à palmatória. Sou tão abençoada que nada me resta que não seja crer no incrível, no misterioso, na bênção. Na maravilha, enfim, que é aprender sem cessar. Seja à custa do estudo minucioso de todas as coisas, sobretudo as pequeninas; do trabalho do corpo e da mente, porque ninguém é só uma ou outra coisa; da sagrada curiosidade, em cuja raiz a inocência milagrosamente sobrevive a tudo e a todos.

            Quanto às unhas, acrescentou minha amiga médica que nos destros é assim, nos canhotos é o contrário, haja vista o crescimento estar relacionado à irrigação, esta, por sua vez, maior num ou noutro lado devido ao uso constante no exercício de suas respectivas funções.

 

 

 

           

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI   -    escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br



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Quarta-feira, 5 de Novembro de 2014
FELIPE AQUINO - POR QUE REZAR PELOS MORTOS ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Catecismo da Igreja lembra que: “Reconhecendo cabalmente a comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo, a Igreja terrestre, desde os tempos primeiros da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos…”(n. 958). Ela reza em todas as missas pelo sufrágio das almas que estão se purificando no Purgatório para atingirem a santidade plena e viverem para sempre na comunhão com Deus. Elas não podem mais fazer nada por elas mesmas. A Carta aos Hebreus diz que “sem a santidade ninguém pode ver o Senhor” (Hb 12,14).

 

São João Crisóstomo (349-407), bispo e doutor da Igreja, já no século IV dizia: “Levemos-lhe socorro e celebremos a sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelos sacrifícios de seu pai (Jó 1,5), porque duvidar que as nossas oferendas em favor dos mortos lhes leva alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer as nossas orações por eles” (Hom. 1Cor 41,15). “Os Apóstolos instituíram a oração pelos mortos e esta lhes presta grande auxílio e real utilidade” (PG 62, 204). São Cirilo, bispo de Jerusalém (†386), disse em suas Catequeses: “Enfim, também rezamos pelos santos padres e bispos e defuntos e por todos em geral que entre nós viveram; crendo que este será o maior auxílio para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de nós a santa e tremenda vítima”.

No segundo livro de Macabeus, da Bíblia, encontramos esta recomendação: “É coisa santa e salutar lembrar-se de orar pelos defuntos, para que fiquem livres de seus pecados”. (2Mac 12,46). Não só é coisa santa rezar pelos falecidos, mas o dia de

 

 

 

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finados é uma oportunidade para todos refletirem sobre a morte: “Bem-aventurado o homem que, quando o Senhor vier buscá-lo, estiver preparado”.

No dia de Finados, não festejamos a morte, mas a vida após a morte, a ressurreição que Cristo nos conquistou com sua morte e Ressurreição. E as almas também rezam por nós. Diz o Catecismo que: “A nossa oração por eles [no Purgatório] pode não somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua intercessão por nós” (n. 958). Falando dos falecidos disse um dia o Papa João Paulo II: “Numa misteriosa troca de dons, eles [no Purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio”. (LR de 08/11/92, p. 11). “A tradição da Igreja exortou sempre a rezar pelos mortos. O fundamento da oração de sufrágio encontra-se na comunhão do Corpo Místico… Por conseguinte, recomenda a visita aos cemitérios, o adorno dos sepulcros e o sufrágio, como testemunho de esperança confiante, apesar dos sofrimentos pela separação dos entes queridos” (LR, n. 45, de 10/11/91).

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



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PAULO ROBERTO LABEGALINI - AMOR E FÉ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leia a linda reflexão de Artur da Távola:

“Aos casados, aos que não casaram, aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar... Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar.

Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado... Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência...

Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Tem que ter disciplina para educar os filhos, dar exemplo, não gritar. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.

É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar ‘solamente’ não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta!”

Realmente, lindo texto, embora pareça difícil viver tudo o que o escritor nos coloca. Mas a vida, para ser vivida com sabedoria, precisa ser bem resolvida – espiritualmente inclusive. Muita gente diz que não se adaptou à condição de casado e prefere partir para outro relacionamento, porém, será que rezou e teve uma experiência verdadeira com Deus antes da separação? Veja esta história:

Um professor ateu falou durante uma hora e meia aos alunos, provando que a ressurreição de Jesus era falsa. Ele disse que leu muitos livros e concluiu que, a partir do momento que não havia provas materiais da ressurreição, a tradição religiosa da Igreja caía por terra.

Depois de ouvi-lo com atencão, um jovem se levantou, colocou a mão na sacola, pegou uma carambola e começou a comer. Em seguida, perguntou:

– Eu nunca li tantos livros como o senhor, mas gostaria que me dissesse : esta carambola está doce ou azeda?

– Eu não tenho como lhe responder isso, pois eu não a provei! – respondeu o mestre.

– Pois é, o senhor também nunca provou do meu bom Jesus. Então, como pode afirmar o que está dizendo? Posso lhe contar as vezes que Ele me tirou da cama de um hospital e outras tantas curas que minha família já recebeu Dele?

O professor, dissimulando, preferiu mudar de assunto.

E na linha de amor e fé, ouvi um relato maravilhoso antes de uma missa na Comunidade Nossa Senhora do Sagrado Coração. Eu estava me preparando para animar o canto quando o senhor José Raimundo Carneiro se aproximou e disse:

– Paulo, deixe-me contar um fato que ocorreu comigo há 41 anos. Eu estava na Basílica de Aparecida e, vendo tanta gente rezando a Nossa Senhora, fui até a sua imagem atrás do altar, olhei fixamente para ela e pensei: ‘Se a senhora é tão poderosa, faça aparecer um terço no meu bolso e rezarei esse terço o resto da minha vida’. Em seguida, uma mão tocou no bolso lateral do meu paletó e, para meu espanto, colocou um terço nele! Vi que foi minha tia que fez isso, mas, com certeza, por providência de Nossa Senhora Aparecida.

Sem comentários!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:51
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ANTÔNIO JOAQUIM COELHO DA CUNHA - HOMENAGEM PÓSTUMA AO ALMIRANTE BENJAMIN SODRÉ - RIO DE JANEIRO ,10 DE ABRIL DE 2006

 

 

 

 

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Nascido em 10 de abril de 1892, próximo à Lagoa de Maraponga, em Messejana, no Estado do Ceará, faleceu no dia primeiro de fevereiro de 1982. Foram quase 90 anos vividos. Completam-se hoje 114 anos da sua imortalidade. Seu corpo não está mais entre nós. Todavia, seus exemplos permanecerão, mostrando os caminhos para a dignidade, para a honradez, para a cidadania, para a moral e civismo, para o amor ao próximo e o verdadeiro significado da família.

 

 

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Muitos títulos lhe foram outorgados. Mais de 60 condecorações são mencionadas no livro “A Educação Pelo Exemplo”, que sua filha Dora lhe dedicou, contando parte da sua vida. Seus méritos foram mencionados pela Marinha Brasileira; por Lojas Maçônicas; por inúmeras prefeituras e Câmaras Municipais; por Associações e Clubes; por Academias; por Ministérios e pela Presidência da República. Seu nome figura em centenas de diplomas e placas. Denomina Escolas e bibliotecas; Grupos de Escoteiros e Lojas Maçônicas. Dá nome a obras públicas: como ruas, praças, viadutos e instituições esportivas. A Universidade Gama Filho prestou-lhe homenagem dando o seu nome ao belíssimo Parque Desportivo. Foi reconhecido como Cidadão Honorário por vários Municípios e Estados, inclusive o Estado do Rio de Janeiro.

Foi um dos fundadores e o primeiro presidente da ADESG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra

Foi Presidente por vários anos da COMISSÃO NACIONAL DE MORAL E CIVISMO do Ministério da Educação E Cultura.

Conheci-o em julho de 1968 quando Felipe Tiago Gomes, criador da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos o descobriu para ser presidente nacional da instituição. Foi eleito Presidente da Direção Nacional no Congresso de Miguel Pereira, na oportunidade em que a instituição teve alterada a denominação para Campanha Nacional de Escolas da Comunidade. Eram mais de mil unidades educacionais que se espalhavam por quase todo o território nacional. Mais de 500 mil alunos e mais de 30 mil professores passaram a depender de sua ação e do seu prestígio junto às autoridades governamentais dos Estados e da Federação. Ao aceitar a indicação e a sua eleição, uma exigência apresentou de pronto: que em todos os atos e momentos, incluindo as viagens pelos Estados brasileiros, Dna. Alzira Sodré, sua esposa – “ZI” como ele a chamava –, deveria estar junto dele, tamanho era seu amor pela eterna namorada.

E foi assim que no mês de setembro de 1968, viajamos por 18 Estados brasileiros, do Rio Grande do Sul ao Pará, visitando escolas, comparecendo a reuniões e sendo recebidos pelas mais altas autoridades, incluindo-se Governadores de Estados, Presidentes de Câmaras Estaduais e Secretários de Educação. Todos lhe prestavam as maiores homenagens. Onde houvesse uma Capitania de Portos e uma loja Maçônica, ao saberem de sua presença, o tornavam alvo de sensacionais e emocionantes homenagens, tamanho era o carisma inspirado pelo casal Alzira e Benjamin Sodré !.

Nas Capitanias da Marinha, mesmo depois de reformado, continuava a ser recebido com as tropas formadas e bandas de música. Na Maçonaria era aplaudido efusivamente com celebrações que voltavam no tempo e se estendiam ao nome de seu pai – o General Lauro Sodré , Ex-Governador do Pará - que também fora Maçom.

Nos esportes, destacou-se como excelente jogador de futebol, ponta esquerda do América, do Botafogo e da Seleção Brasileira, entre 1910 e 1916. Era conhecido como “Mimi Sodré”.

Os escoteiros o viam como um grande ídolo.

Seguidor dos ideais de Baden-Powell, contribuindo com a formação moral da juventude brasileira, participou da fundação e organização dos Escoteiros do Mar, da Federação de Escoteiros Paranaenses e outros importantes grupos.

Em 1925 escreveu o “Guia do Escoteiro”, uma importante obra do escotismo que ainda hoje é referência.

Fora denominado e até hoje é conhecido pelos mais antigos, como “O Velho Lobo”.

Sendo ele o portador da matrícula Nº 01 dos Escoteiros do Mar, ajudou Dna. Alzira a desenvolver o Bandeirantismo, um movimento semelhante ao escotismo, voltado para as meninas e moças. No escotismo, tornou-se Presidente da Ordem do Tapir de Prata, a mais importante condecoração escoteira do Brasil.

Na Maçonaria, filiado à Loja “Regeneração Catarinense”, era conhecido como o “IMPOLUTO MAÇOM” pelas suas qualidades de caráter e de coração, Foi eleito membro honorário e escolhido Deputado da Assembléia Legislativa do Grande Oriente do Brasil, chegando a exercer o cargo de Grão-Mestre.

Foi professor de Astronomia; Professor de Navegação e História na Escola Naval, com vários trabalhos publicados.

Assim passei a perceber a importância do Almirante Benjamim.

Interessei-me por sua história e pude conhecê-lo com profundidade, apaixonando-me por sua forma de ser.

Para encerrar a minha participação neste ato de veneração póstuma ao grande vulto da história, colhi no livro de Dora Sodré, o seguinte depoimento:

Quando seu estado começou a piorar e percebeu que o fim se aproximava, Papai, olhando carinhosamente para a Mamãe, disse-lhe:

“Energia e coragem !”

E assim ela se manteve o resto de sua vida, que foi efêmero, como todos nós sabíamos que seria, pois tínhamos certeza de que um não suportaria viver sem o outro.

Ao enterro de Papai alguns de nós não comparecemos, preocupados em acompanhar a Mamãe. Seu filho Ruy - médico dedicado), sobre a escrivaninha do Papai, deixou-lhe esta mensagem:

“Querida Mamãe: Transcrevo pensamentos que tive durante o velório do Papai e que pretendia externá-los ao pé do túmulo, por ocasião do sepultamento, não fora a missão mais importante de ficar com a Mamãe e que me frustrou a ida ao cemitério”:

“Acorda Terra! ........ Deitado eternamente em berço esplêndido! ...

É contigo mesmo Brasil, que estou falando.

Levanta, pois, e vê se te dás conta do que se passa em tua superfície”.

Acorda Terra ! ... e te dispõe a receber esse filho especial.

Esse que tanto fez por ti em teu enorme território: plantando escolas, ministrando lições sem conta, plasmando gerações morais, verdadeiro agricultor em semeadura do bem.

Do Amazonas ao Chuí, se colhe o seu amor plantado.

“Privilegiado este teu pedacinho de terra, Brasil, que ele escolheu por definitiva morada nas Charitas, que melhor seria dizer-se Cáritas, sagrado que passa a ser.”

“Te cuida, Terra, e te faz em aconchego a recebê-lo, posto que esse teu filho anda sempre alerta por fazer o melhor possível.

Servir bem a quem sempre te serviu, é dever”.

“Treme, Terra; treme, porque morreu um imortal diferente e que hás de abrigar em tuas entranhas. Sua vida marcou quantos com que privou, na certeza de que em se querendo, se é.

Que não se espantem os homens do que vier a brotar dessa cova purificada.

Que os mais dotados consigam perceber, nem que apenas vibrações em sintonia cósmica que anulem tanto mal que paira”.

É o que preparei para lhes dizer neste ato cívico do mais elevado significado .

Agradeço por tamanha emoção que me fora concedida em poder confessar-lhes o que me vai na alma reavivando com alegria suas energias e iniciativas nobres.

O futuro é a força do que vivemos em nosso presente. Temos que dar importância a cada momento vivido. O futuro de cada um de nós será o reflexo do que semeamos.

Benjamin Sodré viveu com qualidade e abnegação, germinando para as futuras gerações a semente do amor e da dedicação ao ser humano. Os nossos olhos, hoje e sempre, com muita emoção estarão voltados para BENJAMIN SODRÉ como um belo retrato da MARINHA DO BRASIL

 

 

Rio de Janeiro, 10 de abril de 2006.

 

 

 

 

ANTÔNIO JOAQUIM COELHO DA CUNHA   -   Secretário do Rotary Club Duque de Caxias. Presidente no Ano do Centenário de Rotary Internacional. Governador Assistente 2006-07 - Grupo VI do Distrito 4.57 Governador Assistente 2013-14 – Área IV do Distrito 4570 Governador Assistente 2014-15 – Área IV do Distrito 4570 Governador Assistente (Indicado) 2015-16 – Distrito 4570 .Associado Representativo da CNEC/RJ



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - NÃO ENTENDO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acabo de ver na SIC, reportagem sobre a vida de pequeno circo familiar, onde todos ou quase – artistas e empregados, – são parentes.

Adquiriram um tigre, ainda bebé. Trataram-no com carinho. Chegaram a leva-lo, em passeio, pela trela, como fosse um gato, mas o animal cresceu em tamanho e força, e tiveram que o manter numa jaula.

 Enquanto assim contavam, a dona acarinhava a fera, que se mostrava grata pela companhia e pelas festas.

Dentro de anos, devido à lei que proíbe os circos possuírem animais, as crianças e adultos, apreciadores de espetáculos circenses, deixarão de ver animais a trabalhar.

Dizem que é barbaridade domesticá-los e obriga-los a trabalhar na arena.

É natural que para aprenderem habilidades, que tanto encanta as crianças, seja necessário usar a violência. Depois é uma crueldade manter animais de grande porte, em pequenas jaulas.

Mas não compreendo porque a lei é tão severa para os trabalhadores circenses, e tão branda para as touradas, onde o touro é lançado para a arena, atordoado pelos gritos e música, e depois transformado em “ paliteiro”.

Digam-me agora: Será mais cruel exibir animais, bem tratados e acarinhados, num circo, ou picá-los, com rojão numa tourada?

- É tradição! … - Dizem-me. E em certas terras, a tradição, manda até matar o boi, na praça.

Houve épocas, em que a lei, que proíbe sacrificar o touro, na arena, para se fazer cumprir, enviou a guarda.

Esta, nunca detectou nem viu o que sabíamos e víamos na TV. Talvez porque se esqueceram de levar cães, que julgo serem menos míopes que soldados…

No circo é crime hediondo… na arena, é divertimento…. Confesso que não compreendo…

Ou será que os artistas de circo, em regra, são pessoas modestas, e os toureiros e ganadeiros, normalmente, abastados? Não sei.

Sei apenas que não entendo.

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 10:59
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