PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2014
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PASSAGEM DO ANO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para inúmeras pessoas, as festas de dezembro e da passagem do ano despertam seus pesares. Existe um luto que caminha entre luzes coloridas, cânticos e euforia. E quanto mais tempo passa no relógio de sol, maiores as perdas, maiores a dores da ausência, maior a saudade de alguém e/ou de acontecimentos. Vinícius de Moraes, em seu “Poema de Natal”, retratou com fidelidade o quanto somos passageiros: “Por is...so temos braços longos para os adeuses/ (...) Uma tarde sempre a esquecer/ Uma estrela a se apagar na treva/ Um caminho entre dois túmulos...”

A moça que inspirou a crônica de hoje deu sinais de luto. Compreendi por conhecer um pouco sua história. Foram tantas as mágoas, que não sabe qual delas deve tratar por primeiro. O seu desgosto a faz, em várias horas, de cemitério com sepulturas abertas. Não consegue enterrar os fatos do passado.
Infância difícil sem brinquedos. Ainda menina, colaborava com a família manejando uma jangada rústica, meio de travessia da aldeia para a cidade. Entregava à mãe as moedas conquistadas. Na cidade maior de Estado longínquo, seus sonhos cresceram junto ao marido e aos três filhos. Traída, desequilibrou-se. Tentou outras vivências de amor, que julgava para sempre, mas as covas abertas as deglutiram. Tornou-se de coração andarilho. Uma hora reúne os filhos debaixo das asas e em outras se desvia em indagações.

Seu padecer maior me parece o da solidão com crateras em determinados dias e o do medo da distância dos seus. Nesta época esses fatos se agigantam, pois os abraços se ampliam e os dela recuam. Cultiva as mortes e se apavora diante da vida.

Há aqueles que partiram e, pela bondade em nossa existência, de alguma forma, se perpetuam em presença que enternece. Trazem-nos nostalgia agridoce. Existem, porém, os que, embora de corpo presente, reavivam as cinzas que provocaram. Falta respiração aos “queimados”, com o propósito de assoprar os restos sem centelhas das labaredas.

Continuando o Poema de Vinícius: “Pois para isso fomos feitos:/ Para a esperança no milagre/ (...) Para ver a face da morte. / De repente nunca mais esperaremos.../ Hoje a noite é jovem; da morte, apenas/ Nascemos, imensamente”.

Desejo a todas as pessoas em 2015, em especial às que não conseguem se libertar de suas mortes, o renascimento pleno com os olhos nos olhos do Senhor da Vida!

 

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - EM UM NOVO TEMPO....

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            O passar do tempo é tema que me fascina, mas, sobretudo, que me apavora. Por conta desses sentimentos, inclusive, o tempo já se tornou um de meus personagens principais, habitando muitos de meus textos, realidade brincando de ficção e ficção querendo ser realidade.

            E assim, sem que eu me tivesse me dado conta por completo, sem que eu conseguisse realizar os propósitos que me coloquei com meta, sem que eu tivesse tempo de me despedir de quem resolveu ir passear pelos campos do além, mais um ano se passou, feliz e infelizmente.

            Há anos em nossas vidas que passam meio insípidos, inodoros, mas esse não foi o caso de 2014, que se mostrou um ano particularmente intenso para mim. Foi um ano de muito trabalho, de várias preocupações, de muitos planos e de mudança de planos também. Passei alguns sustos com resultados de exames, passei raiva com algumas injustiças e me penitenciei por atitudes que tomei sem pensar, pelas pessoas que eu talvez tenha feito sofrer sem razão.

            Mas também foi um período de boas e fortes emoções. Em meio a risadas entre amigos, foi um ano para estar em família e para reafirmar a importância de estar ao lado daqueles que amamos. Mais um ano com meus amigos caninos, pequenas bolas de pelo que mais me lembram esponjas lotadas de xixi, mas que protagonizaram vários dos meus bons momentos.

            Conheci muitas pessoas, fiz amigos, perdi alguns e enxerguei melhor outros. Lutei pelo que acreditava e dei o braço a torcer nas vezes que errei, mesmo quando sabia que isso não mudaria muita coisa. Fui a lugares nos quais nunca havia estado antes. Aprendi línguas, aprendi um instrumento musical, pintei, bordei, sorri e chorei, tudo junto e fora de ordem...

            Li mais do que tinha tempo livre e escrevi muito menos do que deveria. Não terminei meus inúmeros livros começados, nem os tapetes, nem os sonetos, nem plantei todas as sementes que escolhi. Ainda assim, colhi muito do que plantei, de um jeito e de outro. Se me entristeci com parte dos frutos foi porque não consegui decifrar o pé que os jogou para mim, o que eu fiz que tenha resultado neles, mas continuo nessa busca, sempre...

            Há tempos de ficar nos portos e há tempos de velejar. Estive muito tempo no cais. Sinto, agora, a brisa que fresca sacode os cabelos de minha alma. Sei que estou prestes a deixar a calmaria e me lançar ao mar. Sei que há muitas mudanças vindo por aí, inclusive de dentro de mim. Estou rumo a novos planos, novos desafios e sinto, de fato, minha vida se reinventar. Sei também que muitos estão imbuídos do mesmo propósito, da mesma ânsia.

            Desejo a todos, como desejo a mim mesma, desse modo, que 2015 seja ano de ímpares realizações, de crescimento, de amores, de amigos, de paz necessária para entender como tudo isso chega até nós e de forças para resgatar os sonhos que vamos perdendo pelo caminho, órfãos de nós mesmos ou de nossos esforços...

            Agradeço a cada um que dedica seu precioso tempo para ler o que eu escrevo, meus cúmplices nessa empreitada de pensar as coisas, as pessoas e o mundo. Obrigada a todos aqueles que me permitem ser lida, publicando os pensamentos que ofereço ao papel. Que venha 2015, pois estaremos a postos...

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



publicado por Luso-brasileiro às 12:34
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JOÃO CARLOS MARTINELLI - TER UM PAI REPRESENTA POSSUIR RAIZ; IDENTIDADE E UMA BASE SÓLIDA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No coração do ser humano, ter um pai representa possuir raiz, identidade e uma base sólida, constituindo-se num direito de toda criança conhecê-lo e conviver com ele. Quem não teve essa oportunidade, corre o sério risco de ficar, para sempre, buscando a compreensão de si mesmo. É por isso que um homem precisa ter consciência da importância destes aspectos e pensar que sua força e virilidade não estão na quantidade de filhos que gera, mas em sua disponibilidade de assumi-los e na qualidade de sua presença. Por isso, a mensagem que temos para dar é: não há tempo melhor aplicado do que aquele destinado aos filhos.

Efetivamente, filho precisa de amor, carinho, atenção, presença, amizade, orientação, modelo e estímulo daquele que o gerou. Inexiste qualquer coisa que possa preencher o vazio deixado por um pai. “O pai é a figura que constela determinados símbolos no desenvolvimento dos filhos. Ele assegura a passagem para a vida social e a ruptura da ligação com a mãe. È a instância normativa, a lei. Aponta para o crescimento, a saída, o externo. Para a menina, representa a primeira figura masculina com quem ela interage e por quem desenvolve afeto. Para o menino, é o modelo de como um homem funciona. Sua ausência ou presença tem efeito condicionador preponderante na formação da criança e na vida do futuro adulto” – afirmou o psicólogo Ageu Heringer Lisboa em matéria publicada pela revista“Família Cristã” (08/1994- p. 22).

Num mundo consumista e egoísta em que vivemos, no qual cresce a lei do vale-tudo, onde as pessoas são cada vez mais valorizadas por aquilo que têm e não pelo que são, a relevância da figura paterna é manifesta, havendo de se diminuírem as distâncias com os filhos, possibilitando-lhes uma convivência serena e de confiança mútua. Diante deste processo de inversão de valores e mudanças nos padrões de comportamento, a imagem de pai distante, rígido e exigente, vai cedendo lugar a outra mais humana, próxima, envolvida com a vida do filho desde a sua concepção, afastando-se das barreiras impostas por condutas autoritárias e de distanciamento.

A paternidade faz parte de uma filosofia de vida, que aplicada diariamente, numa seqüência coerente através dos anos, constitui-se numa das missões mais importantes desempenhadas pelos seres humanos. E há que se ter uma grande dose de fé, amor e esperança, acrescida de muita sabedoria, maturidade e despojamento no exercício de tal atributo, preservando-se a autoridade da função que estabelece limites e compromissos, ao mesmo tempo em que gera afeto aos filhos, provendo-os nas suas necessidades. A própria legislação vem se adequando a esta nova realidade traduzida num potencial maior de relacionamento e de participação paterna.

 

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário.



publicado por Luso-brasileiro às 12:26
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Domingo, 28 de Dezembro de 2014
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - RESISTÊNCIAS À NAVEGAÇÃO A VAPOR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Data de meados do século XVIII a invenção do motor a vapor, pelo escocês James Watt (1736-1819), mas somente em 1803 esse sistema foi aplicado com sucesso para mover embarcações. Deve-se ao norte-americano Robert Fulton (1765-1815) a invenção do primeiro barco a vapor, que navegou no rio Sena, na presença de cientistas membros do prestigioso “Institut de France”, os quais atestaram, assim, a paternidade e a veracidade do invento. Quatro anos depois, em 1807, o barco a vapor foi pela primeira vez utilizado comercialmente, pelo mesmo Fulton: seu barco Clermont inaugurou a primeira linha comercial regular de navegação a vapor, unindo as cidades de Nova York e Albany, pelo rio Hudson.

O sistema de Fulton, que foi usado durante muito tempo, consistia em mover, com a força do vapor, um conjunto de pás, dispostas numa roda, as quais giravam em torno de um eixo e, em contato com a água, propeliam a embarcação para adiante. O princípio de propulsão, em essência, não diferia muito dos antigos remos, apenas variando a força utilizada, que não mais era dos braços humanos, mas passava a ser a do vapor.

Fulton chegou a projetar um submarino e um navio de guerra. Seu sistema parecia muito prático, pois possibilitaria que os barcos se movessem por si mesmos, sem ficar na dependência dos ventos.

No entanto, não foi fácil a aceitação do novo sistema. Os maiores opositores da navegação a vapor foram os ingleses. Ao longo de boa parte do século XIX, conviveram e disputaram a supremacia dos mares os dois sistemas de navegação, o dos tradicionais veleiros, e o novo, dos vapores. Somente no final do século os vapores assumiriam a hegemonia dos mares, e os veleiros cada vez mais passariam a se tornar raros.

De início, foram as dificuldades decorrentes das limitações tecnológicas (e também logísticas) que dificultaram a adoção do vapor como meio de propulsão das Marinhas do mundo inteiro. Ainda eram precárias e pouco confiáveis as primeiras embarcações movidas a vapor. O reabastecimento delas não era fácil, pois não se dispunha de muitos locais adequados para tal, nos mares do mundo todo. O combustível pesava e ocupava espaço, diminuindo a capacidade de estocar água, mantimentos e munições, de modo que a autonomia das embarcações ficava diminuída. Parecia muito mais prático e confiável fazer o que sempre se fizera desde a Antiguidade, ou seja, confiar no vento, o mais barato, leve e eficiente dos “combustíveis”.

No caso da Inglaterra, havia ainda uma dificuldade de caráter político. A marinha britânica (tanto a de guerra, quanto a mercante) era a primeira do mundo, e sempre fora movida a velas. Era uma posição hegemônica, arduamente conquistada, desde o século XVI, era incontestada e parecia inabalável. Nem o grande Napoleão conseguira sequer ameaçá-la seriamente... Por que, então, comprometer essa tão segura posição de hegemonia mundial, em busca de uma mudança no sistema de propulsão, com resultados incertos? Do ponto de vista político, isso parecia uma loucura.

Foi só pouco a pouco que o novo sistema se impôs. Franceses e norte-americanos saíram à frente, obtendo melhoramentos técnicos que corrigiram as limitações dos primeiros vapores. Os ingleses não podiam ficar para trás. Pragmáticos e acima de tudo práticos, adaptaram-se. Conseguiram modificar seu poderio naval, e mantiveram nos mares sua supremacia, no espírito do hino “Rule, Britannia”.

Foi assim durante algumas gerações... até que os norte-americanos lhes passaram à dianteira!

 

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 22:01
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JOSÉ RENATO NALINI - DESAFIOS PARA 2015

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

O ano próximo apresentará um quadro preocupante para a economia brasileira. 2014 foi o ano da Copa, era preciso acenar com o Brasil Maravilha para elevar a autoestima doméstica e propiciar um bom espetáculo aos estrangeiros. Encerrado o festival – e tudo funcionou adequadamente – vieram as eleições e agora chegou a hora da verdade.

Tudo indica uma estagnação da atividade econômica, uma recessão, um crescimento quase negativo do PIB. Entretanto, é preciso reagir. Passos importantes foram dados para a inclusão financeira de nacionais que eram praticamente invisíveis, integrando a economia informal. Agora é preciso consolidar a inclusão desses 40 milhões de usuários do sistema. Qualificar os serviços. Ampliar o leque de funcionalidades. Treinar para uma educação financeira responsável, pois o incluído nem sempre atua com sensatez e se endivida, aumentando a inadimplência e gerando crise interna e externa.

As PPPs, Parcerias Público-Privadas devem ser estimuladas. O Estado não tem recursos financeiros para atender a todas as demandas. Aqueles empresários que sobreviveram à exagerada volúpia e ao excessivo apetite da voragem fiscal devem colaborar para incrementar as atividades lucrativas. As pequenas e médias empresas devem ser estimuladas, para que persistam na geração de empregos e passem a integrar o mercado formal.

O crescimento brasileiro há de ser sustentável. Como diz IVES GANDRA, o Estado não cabe no PIB. Temos uma inflação acima do desejável e nada indica próxima queda de seus índices. Impõe-se um realinhamento de preços e de tarifas. O Estado precisa ser mais responsável e gastar menos. Todos os gastos devem ser redimensionados e o enxugamento não pode ser descartado. Um bom início seria acabar com a propaganda institucional, quase sempre a disfarçar um personalismo que é nefasto. Seja porque exaure o Tesouro com investimentos em publicidade eleiçoeira, seja em virtude de disseminar um hábito que em nada contribui para o aperfeiçoamento da Democracia tupiniquim.

Na verdade, 2015 será um ano difícil. É melhor que nos preparemos. Quem continuar como avestruz ou fazendo o jogo de Polyana, vai se assustar com o quadro que se avizinha.

 

 

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 21:53
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RENATA IACOVINO - NINGUÉM MAIS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            A quem mais poderíamos recorrer num momento de dor e desespero? Responda sem pensar.

            No meu caso, à minha mãe. Alguns preferem recorrer a Deus. Como até hoje não conheço esse cara direto... prefiro duvidar.

            Mãe não. Mãe é de carne e osso. Tudo bem que muitas vezes ela até parece de outro mundo. Aguenta humilhações que ninguém suportaria, conforma-se com o desprezo, não cansa de repetir os mesmos conselhos por uma vida inteira, passa noites em claro sem reclamar, guarda para si preocupações que ninguém é capaz de compreender, enxerga nos filhos qualidades que não existem, perdoa os reincidentes deslizes, convive em segredo com um silêncio que esmaga sua alma, cultiva os melhores planos, faz renascer a esperança a cada morte diária, tempera a vida com condimentos mágicos e que não são passíveis de serem reproduzidos por nenhum especialista no assunto, aturam o maçante cotidiano como se aquilo fosse uma dádiva, e fingem, para o bem, que tudo está em sua perfeita ordem.

            Eu, por minha vez, esquivei-me dessa arte. Por ser egoísta, intolerante, incapaz, arrogante, covarde... uma série de características que só agora, na madura idade, descubro que tenho.

            Pois é, a vida tem dessas surpresas. Vai nos revelando, à medida que estamos preparados, para desgostos tamanhos.

            E foi por estar bem triste, com a autoestima baixa, que me veio minha mãe. É sempre assim. É o tal do egoísmo que citei ali acima...

            Mas hoje só posso alcançar os braços de minha mãe em pensamento. Até porque imagino que se aqui ela estivesse, eu permaneceria numa quietude profunda, apenas sugando silenciosamente seu afeto, seu incrível poder transformador.

            E então eu me conformaria com meus defeitos, já que ela amorosamente os aceitou. Entenderia-os não como defeitos, mas como tentativas de acertar. Compreenderia que toda minha caminhada, até aqui, não foi em vão. Que algo eu apreendi.

            Mas ela não está... Então só posso assimilar que meus defeitos são, de fato, defeitos. E de choradeira ninguém quer saber. Portanto, não adianta eu querer lamentar pelo leite derramado... Bebo minhas próprias lágrimas e assim busco uma cura paliativa.

            Pois não é Deus que buscamos na hora do desespero e da dor? Alguém que tudo pode? Pois acho que estou começando a acreditar nele. Deus é a mãe. São nossas mães. Ninguém mais.

 

 

 

 

 

RENATA IACOVINO , escritora e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br / reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br

 



publicado por Luso-brasileiro às 21:46
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - VIDA MODERNA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saiu isto na internet:

“Todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro, uma banana pelo potássio, também uma laranja pela vitamina C e uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água, e uriná-los – o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos, que ninguém sabe bem o que é, mas que, aos bilhões, ajudam a digestão. Todos os dias deve-se comer fibra – muita, muitíssima fibra! Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Cada dia uma Aspirina previne infarto; uma taça de vinho tinto também; uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso; um copo de cerveja para não lembro bem o quê, faz bem.
O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber!

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia! E não esqueça de escovar os dentes depois de comer, ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma; sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia; menos você, porque todos os dias vai caminhar ao menos meia hora – por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma.

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente; o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia! A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo.

Tome banho frio com a boca aberta, assim você bebe água e escova os dentes. Sobrou uma mão livre? Chame os amigos e seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da parceira ou parceiro. Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e uma colherada de leite de magnésia.

Não tem dado tempo para escrever aos amigos, mas tenho certeza que todos entendem muito bem a razão dessa falha.”

Acho que é quase tudo verdade, concorda? E se eu fosse orientar você apenas na parte espiritual, diria que uma hora por dia poderia ser dividida assim: 5 minutos para perdoar os inimigos, 10 minutos para ler a Palavra de Deus, mais 10 fazendo caridade, 15 para diálogo em família e 20 minutos para rezar o terço.

O tempo de perdoar com o coração pode ser acumulado e, no final da semana, ir pessoalmente dar um abraço no desafeto – a partir dali, não deixe de rezar por ele. A Palavra pode ser lida diariamente na Liturgia Diária. A caridade também pode ser acumulada e praticada com mais tempo no domingo – visitando um pobre ou um doente.

O diálogo em família precisa ser transparente e com oração, sem TV ligada e lançando desafios para melhorarem a vida espiritual neste mundo moderno. Quanto ao terço, pode ser rezado com um CD de apoio, já que temos muitos rosários lindos gravados. Mesmo no carro, em viagem, esta oração nos conforta e nos protege. Eu não deixo essas oportunidades passarem em branco. Ah, a missa pode substituir isso tudo num dia ou noutro.

E para minhas orientações não ficarem concentradas em apenas uma hora, veja quanta coisa pode-se fazer diariamente: falar a verdade, agir com humildade, dar um abraço, esbanjar sinceridade, sorrir, amar, acolher os famintos, e rezar a qualquer momento.

Reze pela conversão dos pecadores, por aqueles que precisam de libertação, pelas pastorais da Igreja, pelos pobres, drogados, jovens, pelos que não têm fé, pelas missões e vocações, pelo Papa, religiosos, sofredores, pela cura dos doentes, desempregados, almas do purgatório, paz no mundo, falta de amor nas famílias, pelos que praticam injustiças, pelos desesperados, presos, idosos abandonados, excluídos da sociedade, e peça proteção ao anjo da guarda – para conduzi-lo sempre longe dos pecados e perigos.

E que a vontade de Deus prevaleça em nossa vida moderna no ano de 2015. Feliz ano novo!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.

 



publicado por Luso-brasileiro às 21:41
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ISRAEL SE RECUSA A ELOGIAR A "NOVA POLÍTICA AMERICANA PARA A DITADURA CUBANA"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em decisão fechada, o Knesset – Parlamento de Israel, se negou a atender ao pedido do Presidente Barak Obama dos EUA para que Israel elogiasse publicamente o fim do embargo americano e o descongelamento das relações entre Washington e Havana.  

 

 

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Jovens estudantes carregam uma grande bandeira cubana, em desfile pelas ruas de Gibara, em Cuba em 20 de janeiro de 2014. (foto: Flash90)

 

 

            Israel não aceitou o pedido americano de acolher e aprovar oficialmente o degelo nas relações EUA-Cuba bem como a suspensão do bloqueio à ditadura cubana.

            Na semana passada, Washington e Havana concordaram em trabalhar para acabar com cinco décadas de “inimizade mútua” e desconfiança. Os dois governos trocaram prisioneiros, incluindo Alan Gross, um judeu americano, e começaram a falar sobre o fim do embargo dos EUA de longa data sobre a nação insular.

            O movimento veio como uma surpresa em Washington – e também em Israel.

            A cada ano, a Assembleia Geral da ONU vota uma resolução instando os EUA a levantarem o embargo à Cuba. E a cada ano, incluindo a última em outubro desse ano, Israel é a única nação que tem votado com os EUA contra essas ‘resoluções’.

            Destarte, as autoridades israelenses foram pegas de surpresa com a dramática mudança da política em relação à ditadura cubana que fora anunciada sem que Tel Aviv fosse previamente notificada, informou ontem o Haaretz. "A Casa Branca sequer nos deram alguns minutos de advertência", disse um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores judaico ao jornal israelense.

 

 

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Alan Gross, recentemente liberado de longa prisão na ilha caribenha pela ditadura cubana, fez um discurso com sua esposa Judy numa conferência de imprensa em Washington, DC, pouco depois de chegar aos Estados Unidos, em 17 deste mês (AFP).

 

 

            A nova política para Cuba adotada pela administração Obama tem enfrentado críticas no Capitólio. Alguns dos críticos mais estridentes dessa política é a Senadora Republicana pela Flórida, nascida em Havana e naturalizada estadunidense, Ileana Ros-Lehtinen e que preside a Comissão de Relações Exteriores do Senado, juntamente com o senador Robert Menendez, ambos estando entre os defensores mais atuantes de Israel em Washington.

            Em vista da subitaniedade, quando as embaixadas dos EUA em todo o mundo pediram aos respectivos governos para que aprovassem a nova política, as autoridades israelenses se recusaram de modo peremptório.

            Ficou a sensação ruim de que o apoio solitário de Tel-Aviv ao bloqueio americano a Cuba, sequer mereceu uma justa advertência sobre essa reviravolta política, isso levando-se em conta que o estado sionista não tem o menor desejo e interesse de criar confrontos políticos com Washington, o que obrigou o governo de Israel a parar de responder ao insistente pedido americano. As relações exteriores de Tel Aviv com Hanana já tem seus próprios problemas independentes da política norte-americana vigente ou que irá vigorar.

            "Israel apoiou a política americana para Cuba em fóruns internacionais, no contexto da aliança estratégica entre os dois países, e por causa da linha crítica de Cuba em Israel nestes fóruns", o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, disse à imprensa local que tão teve alternativa senão negar o pedido de Obama.

            Cuba unilateralmente cortou, em 1973, as relações com Israel, não devido a Guerra do Yom Kippur – como muitas vezes erradamente se menciona –, mas porque o então líder do país, Fidel Castro, buscava a presidência naquele ano do “Movimento dos Países Não Alinhados”.

            Desde então essas relações entre os dois países tiveram altos e baixos, mas na maior parte do tempo manteve-se extremamente deteriorada. Em 2010, por exemplo, Fidel Castro comparou o tratamento de Israel aos palestinos ao genocídio dos judeus pelos nazistas. "Parece que a suástica do Führer é bandeira hoje de Israel", afirmou o octogenário ditador.

            Neste ano, ele acusou Israel de "genocídio" em Gaza e condenou a chamada “Operação Proteção da Orla” de uma "nova forma repugnante de fascismo", o que torna o discurso de Castro irracional, uma vez que o fascismo não passa de uma forma nacionalista de socialismo, como o nazismo.

            Em 2010, no entanto, Fidel Castro, que tinha então sido substituído por seu irmão mais novo, Raul, disse à jornalista Jeffrey Goldberg, dos EUA, que Israel tem "sem dúvida" o direito de existir como um Estado judeu.

            Perguntado por Goldberg se Havana consideraria retomar relações diplomáticas com Tel Aviv, o senil Castro respondeu que “essas coisas levam tempo, mas não rejeitou a ideia de imediato”.

            Apesar de sua desconfiança inicial sobre a mudança de política americana, as autoridades em Jerusalém sugeriram uma mudança na política de Israel em relação a Havana e é provável que, gradualmente, siga o exemplo americano, principalmente se o regime cubano der mostras de que estará sendo mais tolerante com uma abertura democrática. Mas isso é coisa que pouca gente acredita que acontecerá.

 

 Sexta feira, 25 de dezembro de 2014

 

 

(Tradução livre de Francisco Vianna de matéria do jornal israelense The Times of Israel de hoje.)



publicado por Luso-brasileiro às 21:23
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A DESGRAÇA DE SER CADEIRANTE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho o feio costume de escutar conversas, quando viajo ou bebo o cafezinho.

Sei que não devo, mas não resisto à tentação. O vicio tem-me sido útil para conhecer o que pensa o semelhante, e muitas vezes encontro matéria para as conversas, que com prazer, travo com o leitor.

Dias destes, vindo de metro da Povoa do Varzim para a Trindade, estacionou a cadeira de rodas, bem ao meu lado, uma jovem, que não teria ainda vinte anos.

Era bonita, de grandes olhos brilhantes e irrequietos. Vinha acompanhada por senhor, que pensei ser o pai. Enganei-me.

Durante o percurso, conversaram animadamente. Dizia a jovem que os inválidos sentem dificuldade em movimentarem-se nas cidades.

Os prédios não possuem rampas, assim como a maioria das casas comerciais, repartições públicas e até as caixas Multibanco são muitas vezes inacessíveis.

- Veja! - Dizia com mágoa a rapariguinha. - São poucos os templos que têm acesso por rampas! Olhe: para a nossa Póvoa. Cresceu, a olhos vistos, nas últimas décadas. A maioria dos prédios não têm mais de vinte anos, todavia raros são os que permitem acesso a cadeirantes.

O senhor sacudia a cabeça em sinal de aprovação. Lamentando que não houvesse esse cuidado, mesmo em prédios com elevadores.

Passei a viagem a refletir sobre o assunto, e conclui: que muitos construtores, engenheiros e arquitetos são de grande insensibilidade.

O que custa criarem rampas de acesso aos prédios? Não se colocam elevadores, para facilitar o acesso aos andares superiores, e rampas, nas entradas das garagens? Então para quê colocar degraus nas entradas?!

Que prédios antigos fossem construídos sem esse requisito, é desculpável - mas não se compreende, - mas que as Câmaras aprovem prédios novos sem rampas de acesso, é inacreditável.

Não será falta de respeito para os que tiveram a infelicidade, por velhice ou acidente ficaram inválidos?

 

 

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto,Portugal

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 21:11
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EUCLIDES CAVACO - MOSAICO DE NATAL
 
 
 
 
 
 
 
MOSAICO DE NATAL
Este é mais um poema declamado no contexto natalício
que compartilho convosco esta semana o qual poderão
ver e ouvir aqui neste link:


http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Mosaico_de_Natal/index.htm
 
 
 
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
cavaco@sympatico.ca
 


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Sábado, 20 de Dezembro de 2014
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - NATAL E DOÇURA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em todos os meus natais, desde pequenina, prevaleceu a imagem do presépio: o Menino, Maria, José e a gruta tão simples, aquecida pelo hálito dos animais. A chegada do Menino interrompeu as trevas e vieram de imediato os pastores e, mais tarde, os reis.

A emoção da primeira vez que compreendi o que significava o Natal permanece comigo. E sempre a celebração desse acontecimento único, em casa, aconteceu e acontece sem a euforia que escorre em seguida, mas na fé, na paz e na felicidade pelo sucedido, que salva o ser humano do despenhadeiro.

Encanta-me o anúncio do Salvador pelo profeta Isaías (11), quando: o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão próximas, o leão comerá palha com o boi, a criança de peito brincará rente à toca da víbora e o menino desmamado colocará a mão na caverna da áspide. “Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e entendimento. (...) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os fracos com equidade, fará justiça aos pobres da terra”.

Agrada-me a doçura do olhar do Menino, de Maria e de José. Rubem Alves, certa vez, escreveu: “Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente”. O Menino, ao descerrar os olhos, por certo viu a humanidade em seus descaminhos, pela qual Ele morreria e ressuscitaria 33 anos depois. Nem por isso perdeu a meiguice, a compaixão, o perdão, a esperança... O mesmo olhar, sobre o povo, embora embaçado pelo sangue que jorrava da coroa de espinhos, O fez dizer: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

Hoje, observo inúmeras pessoas, filhas da miséria, cansadas de tantos “nãos”, revestidas pela fuligem da argamassa que, ao enxergar o sentido verdadeiro do Natal, contemplam refletida em sua alma a delicadeza de Belém e, de alguma forma, ajeitam e amaciam o seu coração em farrapos para se tornar manjedoura do Pequenino.

Natal é experiência, também, de afabilidade e aconchego, pois a rispidez não é de Deus, é de Herodes.

Desejo-lhes, querida leitora, querido leitor, um Feliz Natal com a certeza de que, como afirmou Bento XVI, na homilia de 28 de novembro de 2009, Deus está aqui e vem nos visitar de múltiplos modos.

 

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 00:15
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - O ESPÍRITO DOS NATAIS FUTUROS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Normalmente, nessa época do ano, sou tocada pelo Espírito dos Natais Passados, até por ser uma data que normalmente traz muitas recordações, lembranças da infância, de pessoas que o tempo tomou para si. Penso que isso, inclusive, não é um sentimento que apenas toque a mim, mas a todos que, em algum momento de suas vidas, tiveram ao menos um Natal especial. Para minha sorte, tive muitos, cada um feliz ou especial ao seu modo. Não é sobre eles, contudo, que escrevo hoje.

            Pensando em escrever um texto sobre o Natal, ocorreu-me que nesse ano tenho pensado mais nos Natais que ainda virão, em quem encontrarei neles, em como espero vive-los. Em verdade, esse não é um pensamento para o Natal, mas para tudo o que está por vir. Tento ser otimista sobre todas as coisas, até porque essa é minha filosofia de vida, mas nem tudo me inspira tempos melhores.

            Vejo com pesar os caminhos que a economia do país toma e temo pelos empregos e pela qualidade de vida das pessoas que amo, bem de como todos os trabalhadores, aqueles que realmente fazem a diferença, entregando ao mundo, no dia a dia, o suor de seus corpos e o esforço de seus intelectos.

            Olho as crianças de minha família e fico pensando que cabe a nós, os adultos, pela ordem da ciranda da vida, construir as lembranças felizes do que um dia serão os Natais passados delas. Penso em como elas se recordaram das coisas que dissemos, que fizemos, dos sorrisos que esquecemos de dar, ou das risadas que as fizemos soltar. Penso até nas crianças que leem o que escrevo e fico na esperança, um tanto vaidosa, de que eu esteja contribuindo com o adulto que um dia virão a ser e, nesse por vir, talvez se lembrem das minhas lembranças, aquelas que busco eternizar nos caminhos do papel.

            Mais um Natal se aproxima e eu sei que não é um dia de bondade ou bons sentimentos que poderá nos redimir diante da vida, diante dos outros, diante do Pai, mas gosto de pensar que muitos bons sentimentos, universalmente direcionados, possam criar uma energia especial para esse mundo, capaz, quiçá, de fazer dele um lugar melhor para se viver e até para se sonhar...

            Gosto de pensar que fiz o que pude, do melhor jeito que pude e, se não fiz além do que esperavam, esse foi o melhor de mim. E ainda que signifique que há tanto a melhorar, significa também que estou certa de não ter poupado esforços quando eles foram necessários.

            Para os próximos Natais, espero estar por aqui ainda, mas, sobretudo, espero não me afastar jamais do que faz do Natal uma data especial, algo infinitamente maior do que dar presentes e comer ceias fartas. Quero que o desejo da bondade não me abandone, mesmo quando, assim querendo, eu não o atinja, por algum descuido.

            Desejo a todos um Natal de Paz, porque aprendi que quando estamos em paz, estamos com tudo que nos faz felizes, com o que de fato deve nos importar. Que os Espíritos de todos os Natais estejam com vocês... Feliz Natal!

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.

 

 

 

 

natal

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 00:06
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Sexta-feira, 19 de Dezembro de 2014
JOÃO CARLOS MARTINELLI - A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO DA PESSOA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A família, cujo Dia Internacional se comemora neste domingo, não é somente uma unidade jurídico-social e econômica, mas também uma comunidade de amor e solidariedade, insubstituível à difusão dos valores éticos, sociais, espirituais e religiosos, elementos que se mostram essenciais ao bem-estar de seus membros e da comunidade.

 

 

 

No último dia 08 de dezembro, comemora-se o DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, criado pela Igreja Mormon e que visa ressaltar a importância da instituição como primeiro grupo social do qual desde o nascimento tomamos parte e como o mais antigo agrupamento humano, além de se constituir no núcleo vital da coletividade. Com efeito por mais inovações que se pretenda implantar em relação à família, por mais que se tente colocá-la em segundo, terceiro ou até último plano na escala de importância, não há como negar seu caráter indispensável na vida de quem quer que seja. É ela quem garante a sobrevivência do indivíduo e providencia para ele o sentido da sua identidade.

Às suas finalidades principais - a procriação e o amor recíproco - aparece a circunstância eminentemente social que a torna um centro de socialização, de formação da pessoa em todos os níveis, fazendo com que essa dependência não se esgote apenas no aspecto biológico, mas abranja, também, o moral, o psíquico, o espiritual, etc. Como afirmou Plinio Sampaio, “a família é que providencia para o ser humano o sentido da sua identidade, do seu ser-pessoa, da sua singularidade e particularidade no corpo social” ( revista “Família Cristã”- 03/1985 – pág. 8). E essa questão adquire mais seriedade na medida em que a sociedade passa a desempenhar um papel negativo, sendo massificadora, opressora, agente de desidentificação. O que exige da família atitudes mais coerentes nesse processo de formação, em que a pessoa aprende a sentir-se sujeito dos direitos e deveres, a se libertar do egoísmo; cresce na fé; se adestra, enfim, para contribuir ativamente na construção de um novo corpo social.

Vale reiterar que, partindo da concepção de que se situa na origem não só da existência, como também do desenvolvimento pessoal, estamos diante de uma entidade jurídica que não pode ser vista como algo descartável ou ultrapassado. Ao contrário, ela se insere numa realidade muito concreta, na qual lhe cabe o importante papel de participação na formação de indivíduos aptos a viverem em agremiação e contribuírem para seu aperfeiçoamento. Indispensável, pois, que o tecido da estrutura familiar se confeccione com o fio do relacionamento interpessoal harmonioso, da fidelidade recíproca entre os cônjuges, do respeito pelo direito um do outro e do auxílio mútuo entre os mesmos, descerrando-se de maneira coletiva aos desafios de transformação que cotidianamente norteiam seus princípios básicos. Mesmo porque, quanto mais fechada em si própria, mais ameaçada estará; quanto mais se abrir e se unir aos outros para uma luta justa e fraterna, tanto mais fortalecida e realizada será. Invoquemos aqui Marco Antonio Fetter, doutor em Sociologia da Família: - “A família de hoje não está mais isolada, fechada no círculo restrito de seus interesses privados, ela faz parte de um contexto geral e deve ser ligada a relações humanas mais vastas, que proporcionem aos seus membros – todos eles – uma integração positiva na sociedade”.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (martinelliadv@hotmail.com).

 

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 23:58
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