A notícia de falecimento do Padre Paulo André Laurièr Labrosse, aos 74 anos, na residência paroquial de Nossa Senhora da Fátima, na Vila Hortolândia, dia 28 de dezembro, entristeceu muita gente. Canadense, havia chegado ao Brasil há 42 anos, como irmão de São Vicente, e desenvolvia um trabalho voltado para auxílio aos excluídos que não tinham alternativas de vida. Maria Cristina Castilho de Andrade lembra que na luta comum em prol dos jovens ele era entusiasta e responsável pelo fomento de programas de ajuda a crianças e adolescentes, quando ainda nem era padre.
Ordenado diácono em 1982, em Cajamar, e, posteriormente, padre pela Diocese de Jundiaí, em 9 de dezembro de 1984, Paulo André completou trinta anos de vida sacerdotal, à frente de muitas paróquias, dentre elas, a paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Hortolândia, a de Santo Antônio, no Anhangabaú, e a Nova Jerusalém, à rua Pirapora, e em outras cidades, sendo respeitado e querido por sua honestidade, alegria e bom coração. Era um homem de grande força de vontade e de intenções altruístas, que usou da inteligência e dons para incentivar o diálogo e a prática cristã.
Nas políticas públicas soube conciliar os ideais religiosos com projetos e programas sociais. Colaborou na reurbanização da Vila Ana e trabalhou para que muitas famílias tivessem moradia condigna. Por indicação do vereador Erazê Martinho foi condecorado Cidadão Jundiaiense e reiterou sua gratidão na homenagem póstuma rendida a Erazê, em evento da Academia Jundiaiense de Letras, que reuniu familiares e amigos, no Museu Solar do Barão, em bela manhã de novembro de 2013, coroada com a apresentação da Banda São João Batista. Naquele dia, Padre Paulo André fez um depoimento emocionante sobre a generosidade discreta de Erazê, que mensalmente levava os jovens sob tutela do Padre para passarem o fim de semana no sítio do Sem-fim, reforçando a reintegração dos adolescentes ao convívio social sadio e à cidadania.
Quem teve o privilégio de conviver com o Padre Paulo André aprendeu a ter uma visão de mundo que vai além do pragmatismo usual e dos discursos egoicos, que transcende as ações banais e os falsos pretextos, para alcançar a liberdade de pensar e refletir, de se relacionar com o bem maior que habita cada um de nós. Padre Paulo André considerava a Vila Hortolândia seu lar. Sua última prece foi para morrer ali. A par e passo da saudade, ele nos deixa exemplos de amor e compaixão.
SONIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA
Tive a alegria de reencontrar na Praça José Bonifácio meu grande amigo Esio Pezzato. Estava radiante, 10 quilos mais magro e 20 anos mais jovem. Perguntei que fada operara aquele manifesto milagre. Respondeu que estava chegando da Espanha, onde fizera, a pé, os 814 km do famoso Caminho de Santiago.
Recordei, então, a leitura de um livro fantástico, sobre essa histórica peregrinação. Tem como título “Priez pour nous à Compostelle” (Rezem por nós em Compostela), e como subtítulo “La vie des pélerins sur les Chemins de Saint-Jacques” (A vida dos peregrinos nos Caminhos de Santiago), figurando como autores Pierre Barret e Jean-Noël Gurgand, (Hachette, Paris, 1978, 348pp).
Os dois autores, que fizeram pessoalmente, a pé, o famoso Caminho, compilaram dez relatos de peregrinos de várias classes sociais e provenientes de vários pontos da Europa, que percorreram o mesmo Caminho entre os séculos XII e XVIII. A partir desses relatos (oito dos quais com autores perfeitamente identificados e dois outros, um inglês de 1380 e um florentino, de 1477, com autores anônimos), apresentaram um estudo minucioso das condições de vida dos peregrinos.
O livro é de leitura extremamente agradável e instrutiva, pois traça um quadro completo da vida real no dia-a-dia dos peregrinos. Transcreve também numerosas poesias e orações antigas, encontradas em antigos devocionários compostelanos. Está incluído no volume o relato circunstanciado, também no dia-a-dia, que cada um dos autores fez de sua peregrinação a Compostela. Isso constitui um complemento muito interessante dos relatos históricos de séculos anteriores.
A obra desde logo me pareceu de grande interesse e atualidade, tanto mais que assistimos, nos últimos anos, a uma sensível revalorização do Caminho de Santiago, atualmente uma das mais procuradas rotas turísticas de todo o mundo. Muitos caminhantes, aliás, não seguem essa rota por motivos religiosos ou de misticismo, mas apenas como esporte ou como superação de desafios. É frequente empresários ou executivos fazerem o Caminho no seu "ano sabático", para reavaliação das prioridades da vida num contexto de total afastamento das rotinas de trabalho diário.
São Tiago, ou, contraidamente Santiago, também pode ser designado como Tiago, Iago, Jacó, Jaime, James, Jacques, Jack, Jacobus. É o mesmo nome hebraico Ia'aqob, em formas diferentes, em vários idiomas. Significa “aquele que segura o calcanhar". O primeiro que o usou foi o patriarca Jacó, que era filho de Isaac e de Rebeca, e era irmão-gêmeo de Esaú. Segundo o Gênesis (25,25), quando nasceram os gêmeos, primeiro veio à luz Esaú, e logo em seguida, segurando com a mão o pezinho do outro, Jacó.
São Tiago, o Maior, foi um dos doze Apóstolos de Jesus Cristo, por Ele escolhidos como colunas vivas da sua Igreja. A designação “o Maior” é para diferenciá-lo de outro Apóstolo, São Tiago, o Menor. Os dois Tiagos, aliás, eram aparentados entre si, ambos eram primos de Jesus Cristo. São Tiago, o Maior, apóstolo da Península Ibérica, era irmão de São João Evangelista. Seu pai era Zebedeu e sua mãe era Maria Salomé, uma das mulheres que, de acordo com os Evangelhos, acompanhava Jesus Cristo e Lhe prestava assistência e serviços.
A família de São Tiago não parece ter sido pobre. Seu pai era pescador, como São Pedro, profissão que na época se revestia de respeitabilidade. Em termos modernos, poderíamos dizer que era um pequeno empresário da pesca. Sabemos pelos Evangelhos que tinha criados ao seu serviço.
São Tiago foi escolhido como discípulo do Senhor quando, depois de concluída uma pescaria, consertava as redes. Imediatamente ele e seu irmão João deixaram o pai, os criados e as redes na barca, passando a seguir a Jesus Cristo. São Tiago foi o primeiro dos doze Apóstolos a derramar o seu sangue, como Mártir, para dar testemunho de Jesus Cristo (Atos, 12,2). Foi decapitado pela espada, por ordem de Herodes Agripa, por volta do ano 42 d.C..
De acordo com uma tradição muito antiga e bem assentada, da qual faz eco, no século VII, Santo Isidoro de Sevilha (Patrística Latina, 83,151), quando ocorreu a dispersão dos Apóstolos pelo mundo, para cumprirem o mandado de Nosso Senhor "Ide e pregai a todas as nações", São Tiago se dirigiu à Península Ibérica, lá esteve algum tempo e, depois, retornou a Jerusalém, onde sofreu o martírio.
Ainda de acordo com relatos muito antigos, os quais dão base a uma tradição muito sólida, o corpo do primeiro Apóstolo martirizado foi levado de Jerusalém para o porto de Jafa, onde foi embarcado e conduzido por dois discípulos seus até Iria, no Norte da Península Ibérica. Os relatos antigos não esclarecem a razão dessa viagem. Terá, talvez, o Apóstolo determinado, antes de morrer, que seus restos mortais fossem levados para a terra na qual pregara o Evangelho?
Voltaremos ao assunto.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS , é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Volto hoje a escrever sobre meus tipos inesquecíveis. O Natal se aproxima e é comum que nosso coração se coloque em outro compasso. Ainda que seja desejado que tenhamos especiais sentimentos o ano todo, é comum que, em algumas datas, certos sentimentos aflorem e encontrem um terreno mais propício para nos levarem a reflexões.
Assim, nesses dias, diante de tantas mensagens de Boas Festas, de pessoas queridas que passam para nos deixar um abraço, uma palavra de esperança para o ano que se iniciará, eu fico mais sensível naturalmente e é quase inevitável pensar na fragilidade da vida, de toda ela, daqueles que ocupam esse pedaço de terra e água no Universo.
Daí começo a lembrar de tanta gente que o coração guarda em algum canto escondido da mente, só para que seja possível viver em meio a tantas ausências que vamos acumulando. Quando requisitado, o coração aciona o cérebro e recebemos uma leva de lembranças, repletas de cheiros, de cores, de risadas ou lágrimas, mas sempre envoltas na saudade.
Eu vivo escrevendo que não sou saudosista, mas já não estou tão convencida disso. Sou saudosista no sentido de ter saudade de tudo aquilo que o tempo levou e não deixou rastros, mas isso não significa que eu gostaria de morar no passado e, nesse sentido, não sou saudosista. Cada tempo tem seu bem ou mal querer, sua dor e sua alegria. Só penso que, como já escreveram por aí, o Céu deveria ter dia de visitas... E que cada um pudesse ter acesso ao seu próprio Céu, aquela espécie de baú do tesouro no qual guardamos tudo o que já nos foi caro...
Quando comecei a escrever esses textos sobre meus tipos inesquecíveis eu me propus a não escrever sobre familiares, pelo risco de ser injusta, de pecar por alguma omissão. Contudo, talvez embalada pelo espírito dos natais passados, eu peço vênia para homenagear meus avós.
Sem que Maria Antônia e Wilson tivessem se encontrado, eu não teria a imensa dádiva de ser filha de Elizabeth, mulher de coração infinito e riso fácil. Sem que José e Sebastiana se unissem, eu não seria filha de Luiz, meu maior exemplo de integridade. Eu poderia ser qualquer pessoa, mas não seria quem sou...
Assim, na proximidade de mais um Natal eu sinto saudades de comer os pães do meu Vô Zé, de ficar na padaria vendo os pães tomarem forma e sabor, perfumando o local tão simples em que viviam. Enquanto isso, o cheiro do café coado no coador de pano ia tomando conta de nossas narinas, como faz agora, apoderando-se do meu coração.
Fecho os olhos e estou na fazenda. Meu avô Wilson me entrega o seu chapéu para que eu possa sair, eufórica, para colher ovos, pequenas joias brancas e azuis. Na cozinha, o cheiro de frango assado, com folhas de louro já faz minha barriga de criança roncar e vejo Dona Tita, como chamávamos minha avó Maria Antônia, andar apressada, de lá para cá, sempre em meio aos seus quitutes.
Fecho meus olhos agora e estou entre os quatro. Sou parte dos quatro e de cada um deles tenho uma parte comigo, no DNA, no coração, na alma e nas palavras que agora faço deslizar para o papel. Meus avós, meus tipos inesquecíveis, para sempre...
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.
Seis de Janeiro é DIA DE REIS. Durante muitos anos em Portugal e na Espanha (e aqui na América, no Brasil e nos países de idioma castelhano), era nessa data que se fazia a entrega dos presentes às crianças, lembrando as oferendas (ouro, incenso e mirra) que os Três Reis Magos levaram ao Menino Jesus. Segundo relata o Evangelho de Mateus, eles chegaram a Jerusalém e ali indagaram onde estava o rei dos judeus que acabara de nascer e cuja estrela tinham visto no Oriente, de onde chegavam para adorá-Lo. Embora sempre apareçam como persas em representações artísticas, de acordo com a tradição popular, os personagens em questão seriam reis de reinos não especificados, e no sentido bíblico, representavam as nações que reconheceram no menino o monarca prometido. Seus nomes eram Melquior, Gaspar e Baltazar e os presentes que ofertaram significavam divindade, transcendência e eternidade. A festa deste domingo, encerra o ciclo natalino, marcando o tempo de se desarmarem as árvores, guardarem as guirlandas e os festões prateados, entendendo muitos que ela encerra a magia, arquiva os milagres e os encantos até o próximo ano. Ledo engano. Com as demonstrações de desprendimento dos reis - que podemos dizer foram os precursores da globalização - , reafirma-se as mensagens de solidariedade e fraternidade do Natal, induzindo-nos a vivenciá-las durante todo o ano.
Além da fascinação da celebração dos Reis Magos, o mês de janeiro é repleto de datas comemorativas, de suma relevância às questões públicas e como tal, ao próprio Direito enquanto instrumento regulador da ordem social, razão pela qual, destacamos abaixo algumas delas.
LUTA PELA IGUALDADE DE DIREITOS
Trinta e um anos depois de seu assassinato em Memphis, nos EUA, milhares de americanos – especialmente da comunidade negra – aproveitam a data de l5 de janeiro, quando se comemora o nascimento de Martin Luther King Jr., para reivindicarem direitos iguais para todos os seres humanos. Ainda hoje, não conseguimos consolidar o ideal deste grande líder, porém sua vida e o seu trabalho são sinônimos de coragem, enfrentamento, dedicação, altruísmo e desprendimento na busca de um mundo onde os seres se compreendam, se respeitem e procurem viver dentro dos parâmetros eminentemente traçados por uma legislação embasada na democracia e nos princípios basilares da Justiça.
DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO
No dia 21 de janeiro comemora-se o Dia Mundial da Religião, data muito especial em nosso país que conta com dezenas de credos religiosos, ligados às culturas dos povos que ajudaram a construir o Brasil, sendo que todos são livres para seguir a religião que bem entenderem, o que não acontece em outros lugares do mundo. Vale ressaltar aqui, que professar um credo, não é apenas ir ao templo e rezar. É amar todas coisas vivas sobre a terra, ajudar o próximo, ser solidário e generoso, perdoar e respeitar os outros.
TENTATIVA DE ABRANDAR
ACIDENTES E DELITOS DE TRÂNSITO
No próximo dia vinte e dois, completam-se quatro anos de vigência do Código de Trânsito Brasileiro, que criou uma expectativa de mais decência , dignidade e respeito à vida nas ruas e estradas brasileiras. Entretanto, apesar do grande otimismo que cercou a sua promulgação, constata-se que ele ainda não está sendo corretamente utilizado. Espera-se assim, que se amplie a fiscalização e se garanta que as multas cheguem aos infratores para que este estatuto efetivamente alcance os seus excelentes propósitos.
DIA DO APOSENTADO
Vinte e quatro de janeiro é o “Dia do Aposentado” no Brasil, especialmente instituído para homenagear aqueles que contribuíram à construção de um país melhor e que até hoje, notadamente os aposentados do setor privado, sofrem com os desajustes de um sistema previdenciário oficial manifestamente falho e injusto. Resta-nos a esperança de que as coisas melhorem para esta sofrida e heróica classe, cujas reivindicações precisam ser atendidas em respeito aos próprios ditames de nossa Constituição Federal.
DIREITO DOS ANIMAIS
A Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada pela UNESCO no dia 27 de janeiro de 1978, em Bruxelas, na Bélgica. O Brasil não só assinou e reconheceu o documento como participou de sua elaboração. Em seus artigos, proclama que todos os animais nascem iguais diante da vida e têm o mesmo direito à existência; que têm direito ao respeito; da não superioridade do homem, enquanto espécie animal, sobre as demais; que o abandono de um animal é ato cruel e degradante; que o ato que leva a morte de um animal sem necessidade é um delito contra a vida; entre outros.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário
Surgiram cogumelos brancos em volta da árvore da calçada em frente de onde moro. No quintal em que passei parte de minha infância e a adolescência, com árvores frutíferas, flores, plantas ornamentais, havia diversos tipos de cogumelo. Embora não os aprecie na culinária, gosto de suas formas e cores. Talvez o meu encanto por esses elementos do Reino Vegetal – alguns cientistas preferem classificá-los à parte, tantas são suas diferenças em relação às plantas -, desprovidos de clorofila, que pertencem ao agrupamento de fungos, esteja ligado aos contos de fada que ouvi e li. Segundo antigas lendas irlandesas, os duendes costumavam aparecer nas florestas durante a noite, para brincar e dançar com as fadas. O lugar escolhido era sempre uma circunferência formada por dezenas de cogumelos. Falava-se que uma série de castigos desabaria sobre quem se atrevesse a desmanchar um desses círculos. E de outros países também existiam histórias fantásticas sobre cogumelos, seus poderes mágicos e os perigos que apresentam.
A primeira impressão que me deu, ao vê-los, foi que pertenceriam a alguma fábula de natal e os colocaram ali por engano.
Tirei algumas fotos e as postei no facebook, perguntando ao meu amigo biólogo, prof. José Durval Imperato, a possibilidade de identificá-los. Apenas curiosidade. Em seguida surgiram comentários repletos da magia do rever-se que tocam o coração. O Durval e eu demos aula no SESI – 409. Alguns alunos, que já haviam me localizado no Face, alegraram-se pela presença do Durval. Surgiram para uma conversa com lembranças de como estudavam, de nossos recursos didáticos: Dani Pinheiro, Adriana Nolli Ruiz, Luís Gustavo Stringari, Ricardo Saito, Amanda Gabrieli Brossi, Isabel Pessotto...
Retornei ao tempo deles e os vi na atualidade. Tenho certeza de que muita coisa, no relacionamento humano, deixei de lhes dizer ou vivenciar por ter descoberto somente depois. Meu pai gostava de repetir: “Ah, se a juventude soubesse e a velhice pudesse!” Contudo, como eles eram e permanecem de alma grande, não deixaram que minhas dificuldades e limites arranhassem as reminiscências, assim como outros ex-alunos que me chamaram no Face.
Verifico, agora, que os cogumelos brotaram ali para alinhavarem ternuras de Natal no reencontro com as palavras feitas de festa e afeto de um grupo de ex-alunos.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom…
Há um provérbio que diz que “um homem motivado vai a Lua, sem motivação não atravessa a rua!”.
Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom, e manter para o novo ano; e o que fizemos de mal e que deve ser deixado ou corrigido. Agradecer as graças que recebemos de Deus e pedir perdão por nossos erros. Continuar a caminhada em busca da perfeição querida por Deus.
Precisamos ter metas pessoais para o novo ano, sem isso nada se realiza de bom. O objetivo geral deve ser amadurecer e crescer na fé, na espiritualidade, no amor às pessoas, no desapego das coisas transitórias; enfim, fazer a alma crescer. São Paulo nos lembra que “não importa que o corpo vá desfalecendo, desde que o espírito se renove…” E ele nos lembra ainda que “a nossa tribulação presente, momentânea e ligeira, nos prepara um peso eterno de glória sem medidas” (2 Cor 4,16).
Para isso, manter a luta constante contra os pecados, aproveitar melhor o tempo que Deus nos dá; melhorar a qualidade da oração e da meditação diária, receber bem os sacramentos, exercitar a paciência e não ficar murmurando nas contrariedades, viver na fé, confiando em Deus. Não se deixar vencer pelo mau humor.
A escolha das metas, não muitas, deve ser feita em cima do exame do que não fizemos bem no ano que findou. O que eu preciso mudar? Ser bem objetivo e prático. Em seguida, perseguir essas metas com perseverança, pedindo a Deus a graça de cumpri-las, com calma e alegria, sabendo recomeçar se falhar, mas não desanimar e nem desistir. Santa Teresa de Jesus aconselhava: “Importa muito, em tudo, uma grande e muito determinada força de não parar até chegar à meta, venha o que vier, suceda o que suceder, custe o que custar, murmure quem murmurar”.
Alguém disse que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Se as nossas metas forem “pequenas”, o Ano será pequeno. Não podemos ter apenas como metas objetivos temporários: ganhar dinheiro, comprar um carro, trocar os móveis, emagrecer, viajar mais, comer melhor, e assim por diante. Essas aspirações, se não forem tomadas como um fim, mas como um meio, não são erradas, mas insuficientes para satisfazer a nossa alma; pois ela tem sede do Infinito.
Deus tem planos para nós! E Ele mostra-nos a sua vontade em nossa vida diária, em cada acontecimento que nos envolve. Por meio deles, Deus nos corrige, purifica, ainda que muitas vezes sejam carregados de dor e de lágrimas. Isto não quer dizer que não somos felizes; ao contrário.
Jesus ensina como o cristão deve viver cada dia do ano: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33). Isto quer dizer, “Deus em primeiro lugar” no Ano Novo. “Amar a Deus sobre todas as coisas” é o Mandamento mais importante.
Então, é preciso “fazer a vontade de Deus” e aceitar o que Deus permite que ocorra em nossa vida neste Ano, sabendo viver cada acontecimento na fé. São Paulo diz que “o justo vive pela fé” (Rom 1,17), e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).
Não se preocupe com o futuro, viva bem o presente, na comunhão permanente com Deus que habita em nossa alma. Não somos dignos disso, mas Ele o quer assim. Tralhando com honestidade e competência, hoje, você prepara o seu futuro e da sua família, sem estresse.
Uma orientação segura é esta que São Paulo nos deixou:
“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, não para os homens, mas para o Senhor, certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor!” (Col 3,23)
Faça tudo para o Senhor: a casa que você limpa, a roupa que você lava, o bebê que você alimenta, o marido que você consola, o doente que você opera… E terás um Ano Novo Feliz!
É isso que nós da Editora Cléofas desejamos a você que nos acompanha, neste Ano Novo da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Ano é Dele, pois Ele é o Senhor da História. Não tenha medo, Ele, ressuscitado caminhará conosco cada dia.
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
Todos nós sabemos que o advento é um tempo de espera do nosso Salvador. Também todos nós sabemos que Ele já veio ao mundo e morreu por nós. Então, o que realmente estamos aguardando acontecer no Natal?
Quem se preparar com oração e renúncia do pecado, certamente sentirá Jesus renascendo em seu coração; mas quem não melhorar em nada neste advento e desprezar a Palavra proclamada mais forte, somente poderá participar da festa materialista dos egoístas. Sem espiritualidade e caridade, o Natal simplesmente não existe!
Sei que é ruim criticar os outros, mas como aceitar a falta de respeito no aniversário de Cristo? Comer, beber, gastar, dormir e passear, sem nenhum compromisso com o pobre, não ofende a Deus? E se ofende a Ele, não ofende todos os cristãos?
Quando um rico é ameaçado por atos de violência, põe muita gente pra correr em seu favor; mas, quando o pobre é ameaçado morrer de fome, pouca gente o socorre. Dizer isto é muito triste e contradiz a alegria do verdadeiro Natal, porém, é preciso sacudir os corações endurecidos – insensíveis ao nascimento de Jesus nas casas dos miseráveis.
Era uma vez um velhinho que conseguiu um emprego de papai Noel. Todas as noites, ele ficava na porta de uma loja distribuindo balas e presentinhos às crianças, clientes daquele grande magazine. Chegava a esvaziar dois sacos de brindes a cada jornada e percebia que alguns garotos nem conseguiam segurar o presente de tantos pacotes que carregavam.
Na noite de Natal, após distribuir tudo o que havia nos sacos, o velhinho voltou para casa e encontrou os netinhos à sua espera. Já era de madrugada e ele se assustou em vê-los acordados. Quando o viram chegando de roupa vermelha, o neto menor disse:
– Vô, o senhor vestiu roupa de papai Noel para trazer um presente pra mim?
Eles eram muito pobres e o dinheiro que o velhinho ganhava precisava ser reservado para pagar o aluguel. Então, ele colocou as mãos nos bolsos, tentou achar ao menos uma bala, mas não havia sobrado nada. Desconcertado, o bom homem conteve sua emoção e falou ao menino:
– Você está vendo esta roupa vermelha? Ela é sua! Eu a comprei pra você ser o papai Noel dos seus filhinhos. Eles irão adorar ver você vestido assim e dar lindos presentes a todos, não acha?
– Que legal, vô! Deixa eu vestir ela?
E enquanto os adultos choravam de piedade das crianças, o vovô se desdobrava em motivação para distrair os netinhos. Naquela família, faltou dinheiro na noite de Natal, mas certamente Jesus nasceu através de cada abraço que o velhinho deu nos netos. E todos os dias se celebrava o Natal no lar de amor e de muita simplicidade daquela humilde família.
‘Amar como Jesus amou’, isto é celebrar o Natal! E onde existe amor, acontece a partilha e a oração. E onde há oração, Deus aí está. E onde está Deus, realizam-se curas e libertações; então, não exclua gestos de extremo amor neste final de ano. Nosso corpo está condenado à morte, mas nossa alma poderá descansar eternamente no Céu! Lembre-se que Deus tudo vê e estará abençoando suas boas intenções a cada minuto.
Não custa nada ir à missa, rezar um terço e ser instrumento de paz às pessoas que o cercam. Se isso tudo for acontecer, vale a pena comemorar desde já. Então, que tal um pouco de alegria neste artigo também? Veja que caso interessante:
Contam que um casal, com 90 anos cada, estava se separando por incompatibilidade de gênios. E de tanto brigarem por não se perdoarem, a esposa clamou por piedade a todos que confiava e, de repente, recebeu a visita de um grande gênio. Ele lhe concedeu três desejos, porém, ela foi avisada que tudo o que pedisse seria dado em dobro para o marido. E logo fez o primeiro pedido:
– Quero ser muito rica!
O gênio respondeu:
– Sem problemas, mas seu marido terá o dobro da sua fortuna.
Ela concordou e, no segundo pedido, disse:
– Quero ser espetacularmente bonita; irresistível para qualquer homem!
– Lembre-se que seu esposo será duas vezes mais irresistível que você – alertou o gênio.
Ela deu com os ombros, sorriu e expôs o último desejo:
– Quero voltar a ter 50 anos de idade.
Que velha safadinha, não? Mas é uma história que retrata o egoísmo que devemos eliminar no Natal. Disse Santo Agostinho: “O pecado é o motivo de tua tristeza. Deixe que a santidade seja o motivo de tua alegria”. Portanto, quem perdoar o próximo e priorizar o amor em suas ações, acolherá o Menino Jesus em seu lar. Ele quer você como principal presente!
Se você se entregar a Ele cantando, melhor. Esta música é bem fácil e tenho certeza que você a conhece para brindar em família o aniversário de Jesus: ‘Noite feliz! Noite feliz! Oh, Senhor, Deus de amor! Pobrezinho nasceu em Belém...’
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.
O Banco Central da Venezuela confirmou oficialmente aquilo que todos os mercados já sabiam, que a economia do pais sob o tacão do “socialismo do século XXI” mergulhou numa recessão profunda ao longo deste ano. O documento, ao invés de tentar explicar as causas económicas da situação caótica em que se encontra o país sulamericano, preferir culpar os adversários políticos do governo socialista de Nicolás Maduro por terem se dedicado a “sabotar a atividade econômica”...
O Presidente Nicolás Maduro durante a rodada de imprensa da terça feira de ontem no Palácio Miraflores. (Foto de arquivo EFE)
Com uma contração de 2,3 por cento do PIB registrado apenas no terceiro trimestre de 2014, a economia venezuelana, o Banco Central da Venezuela afirmou que o relatório é o primeiro oficial sobre o desempenho econômico do país ao longo do ano que termina. No segundo trimestre desse ano a queda foi de 4,9 por cento, logo após registrar uma contração de 4,8 por cento nos três primeiros meses do ano. Conforme os parâmetros internacionais mais usuais, com dois trimestres contínuos registrando quedas no PIB, o país já é considerado em recessão econômica.
A contração ocorre enquanto so preços internacionais do petróleo caem de forma constante, já sendo cotados em torno de 46 dólares o barril. Com isso a Venezuela fecha o ano com uma inflação acunulada de 63% anual e é o segundo país do mundo com as maiores taxas de homicídio no ano que se finda.
Enquanto isso, o líder oposicionista Capriles aceita a convocação de Maduro para explicar como conseguiu comprar em Nova Iorque um apartamento no valor de 5 milhões de dólares.
A Venezuela praticamente não produz quase nada pelo fato de ter sido submetida por muitos anos a ideia de que o petróleo que tem seria o suficiente para prover todas as necessidades de seu povo.
As necessidades da população fortemente dependente do petróleo consomem 96 por cento de toda a renda que o país consegue auferir de todas as suas exportações petrolíferas.
Como a queda dos preços internacionais ocorre numa hora em que a Venezuela enfrenta uma inflação galopante e severos problemas de escassez e desabastecimento de produtos básicos para a sua população, e o fato da contração econômica ocorrer em meio a um contexto de aceleração de aumento de preços, os analistas estimam que a Venezuela entrou num ciclo de “estagflação”, que implica contração econômica e inflação alta.
Seria se esperar que o Presidente Maduro anunciasse ontem algumas medidas econômicas, e de política monetária, recomendadas por analistas para reverter essa situação, entre elas a desvalorização do “Bolívar” e o aumento do preço da gasolina que é a mais barata do mundo. No entanto, depois de uma verborragia inútil que levou varias horas consumindo a paciência dos ouvintes, quase ininterruptamente numa entrevista de imprensa, o mandatário apenas apresentou algumas metas de seu “programa de recuperação econômica” para 2015, sem anunciar qualquer medida concreta imediata.
“Estou convencido de que o ano de 2015 será o ano da ‘grande mudança’ do modelo econômico”, assegurou Maduro, que deixou para depois do fim de ano as medidas na política cambial. Maduro disse aos jornalistas que “parece haver uma recuperação da dinâmica de crescimento, e talvez possamos ter a possibilidade de controle dessa inflação induzida”, que é esperada chegar a 64% em 2014, em termos oficiais. No câmbio negro, a inflação já supera os 110 por cento.
“Já desde o segundo trimestre estávamos em recessão. Dois trimestres consecutivos de queda na economia já é tecnicamente uma recessão”, afirmou o economista José Guerra, ex-gerente de Investigações Econômicas do BCV. Por outro lado, essa expectativa inflacionária de 64% será a más alta taxa de inflação desde 1996, segundo a consultoria Ecoanalítica.
A Venezuela, ao longo de 2014 viu secar sua reserva de moedas fortes graças aos pagamentos de armamentos das compras feitas por Chávez à Rússia e outros itens bélicos adquiridos inclusive do Brasil.Com isso a importação caiu em 12,3 por cento no já reduzidíssimo setor privado, e a queda do preço do petróleo fez o resto do estrago criando uma forte escassez de alimentos e medicamentos, entre outros itens. A queda dos preços de petróleo reduziu em menos de meio ano à metade a renda do país com a exportação da mercadoria, que também diminuiu em volume.
Maduro, com a cara de pau que Deus lhe deu, alegou que com a queda do preço do barril de petróleo que está em $46.77 dólares o barril, mas tudo não passa de uma “estratégia da elite dos EUA para destruir a OPEP e golpear outras economias, como a da Rússia, a do Irã e a da própria Venezuela”.
Os maus resultados econômicos afetam a popularidade de Maduro – que beira os 24 por cento – e ameaçam a possibilidade de que o chavezismo vença as eleições parlamentares que devem se realizar em 2015. Maduro e aliados asseguram que a oposição venezuelana e interesses estadunidenses e colombianos têm dirigido uma “guerra econômica” que – afirma – aspira destruir a economia da Venezuela. Ou seja, os maus resultados dos socialistas são sempre atribuídos aos outros, nunca à própria incompetência ou insustentabilidade do sistema.
A complicada situação econômica do “bolivarianismo” fez com que o governo impedisse a divulgação dos indicadores como a taxa de inflação, o PIB e a balança de pagamentos, levantando entre a oposição dúvidas sobre a autonomia do Banco Central frente ao executivo e denunciando a ingerência de Havana no governo venezuelano. O Banco Mundial qualificou as medidas de Caracas como práticas ultrapassadas.
Recentemente, a agência de graduação financeira FITCH baixou de forma severa a qualificação de solvência da Venezuela, de “B” para “CCC”, uma gradação destinada aos países nos quais o calote é uma “possibilidade real e iminente”. A Venezuela deverá enfrentar, pelo menos, o vencimento de $10 bilhões de dólares de sua dívida externa em 2015.
(da mídia internacional)
Quarta feira, 31 de dezembro de 2014
FRANCISCO VIANNA - Médico, comentador político e jornalista - Jacarei, Brasil.
No início do presente século, conheci senhora, viúva, que pertencia a ilustre família lisboeta.
Dedicava-se às Letras. Tinha vários livros publicados, que oferecia aos amigos. Desconheço se alguma vez chegou a colocá-los nas livrarias.
Já bastante doente, mas muito lúcida colaborava no blogue luso-brasileiro “PAZ”, com poemas e textos, bem escritos e bem curiosos.
Nesse tempo, o blogue, era publicado na comunidade do jornal “SOL”; mais tarde, por motivos técnicos, deixou o “SOL” e sofreu algumas alterações.
Mas, não era intenção abordar o blogue luso-brasileiro, mas sim minha querida amiga, já falecida.
Contou-me, a poetisa, que quando era nova, gostava de escrever poesia. Eram poemas incipientes de quem começa a versejar.
O pai, pessoa influente, conhece-os, e para lhe ser agradável, disse-lhe que iria publicá-los.
Escusado é dizer, que a menina ficou radiante, e não se conteve enquanto não contou, a façanha, às amigas mais íntimas.
O que não esperava, é que o pai fosse solicitar o apoio de conhecido escritor, homem, de nome feito, e autor de romances conhecidíssimos.
Para ser simpático ao amigo – amigo rico e influente, – o escritor pediu a jornalistas e homens de letras, seus conhecidos, que escrevessem palavrinhas amáveis, sobre os poemas, se possível na mass-media.
O livro, quando saiu, vinha com abas e contracapa recheadas de pareceres de nomes pomposos. A menina delirou ao ver o livro nos escaparates, e ainda mais, quando a televisão a convidou para curta entrevista.
Outras obras foram entretanto publicadas, muito mais estruturadas e com textos e poemas de melhor quilate, mas não obtiveram o sucesso da primeira.
Dizia-me, então, minha querida amiga: ”falecido meu pai, nunca mais a critica se preocupou com os meus escritos…”
O êxito não estava na obra, mas no dinheiro paterno, e na influência que este tinha.
Moral da história: O mérito não reside no que se diz, mas de quem o diz. Neste caso, na carteira e relacionamentos paternos.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
O Ano Novo é qual uma criança
Que nasce em ar de festa radiosa,
E se veste de sonhos cor-de-rosa...
Inda sem desenganos na lembrança!
É, também, o Ano Novo uma Esperança;
E uma estrela que surge luminosa,
Ante o velho, já, folha sequiosa,
Que o vento leva e nunca mais se alcança.
Todos lhe pedem Paz, Saúde, Amor,
Mas se ele não é Deus Nosso Senhor,
Como há-de fazer coisas milagrosas?!
A Santa Paz, o Amor e mais venturas,
Brotam no coração das criaturas
Se não forem demais ambiciosas!
CLARISSE BARATA SANCHES - Góis -Portugal
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