PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 23 de Fevereiro de 2015
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - A PÉSSIMA SITUAÇÃO DOS PROFESSORES NO BRASIL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mestres mal pagos em todo o País; excesso da jornada de trabalho; humilhações; abandono de carreira e disputa frenética por vagas nos quadros da escola particular. O retrato do magistério brasileiro não poderia ser pior, e tem preocupado muito nos últimos anos. Infelizmente, a classe tem sido tratada com frieza, sem compromisso social, afastando-a de sua importância como principal componente da educação e da cultura geral.

Um aspecto muito triste que se tem verificado é que muitas instituições de ensino, competindo no mercado, têm colocado exatamente a figura do professor como a mais vulnerável do processo. Tanto que, qualquer circunstância envolvendo corte de custos, reflete diretamente no corpo docente.

            Recentemente especialistas da UNESCO propuseram, diante dos desafios da atualidade – rapidez das comunicações em todo o mundo, mercados globalizados, sistemas instantâneos de informações, crise de empregos e necessidade de atualização e profissional e cultural - algumas características inerentes à formação do profissional do futuro: ser flexível, capaz e disposto a contribuir para a inovação e ser criativo; ser capaz de lidar com incertezas, estar interessado e ser capaz de aprender ao longo da vida; ter adquirido sensibilidade social e aptidões para a comunicação; ser capaz de trabalhar em equipe, desejar assumir responsabilidades, tornar-se empreendedor; preparar-se para o mundo do trabalho internacionalizado por meio do conhecimento de diferentes culturas e, finalmente, ser versátil em aptidões multidisciplinares e ter noções de áreas do conhecimento que formam a base de várias habilidades, como tecnologias e informática.

         Como alcançar tais atributos se os professores brasileiros não são entendidos como protagonistas imprescindíveis na implantação das ações que melhorem a qualidade do ensino? Hoje, infelizmente, são meros executores de políticas educacionais originárias de gabinetes governamentais, sendo as circunstâncias salariais e estruturais ao exercício profissional as piores possíveis. É preciso garantir-lhes efetiva participação nos processos decisórios de gestão educacional e também lhes outorgar condições para que possam se desenvolver dentro dos padrões necessários e compatíveis com a realidade.

Com razão já expressava o eminente educador Paulo Freire: - “A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento importante de sua prática docente, enquanto prática ética”.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário (martinelliadv@hotmail.com).

                       



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - MINHOCAS

 

 

 

 

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            Dia desses vi minha vizinha varrendo não apenas a calçada, mas também uma boa parte da rua e após cumprimenta-la, aproveitei para fazer um elogio pela iniciativa. Meio sem graça, ela agradeceu e falou que fazia isso também porque tinha interesse nas folhas secas, já que tinha uma composteira. Fiz uma cara de conteúdo e falei: “ah, que legal”. Disse tchau e fui tratar das minhas coisas, mas fiquei com aquela informação na cabeça.

            Eu já tinha lido sobre compostagem, mas não fazia exatamente ideia de como era uma composteira e, curiosa que sou, tratei de fazer uma pesquisa na internet. Alguns dias depois e lá estava eu buscando minha própria composteira, bem como uma porção “macarrônica” de minhocas.

            Após ter lido sobre os benefícios da compostagem, fiquei convencida de que era essencial ter a minha própria. Adquiri uma para uma família de duas a três pessoas, já que a achei que a de duas pessoas era muito acanhada. Formada por quatro caixas de plástico, havendo uma pequena torneira na última, a composteira funciona à base de lixo orgânico e minhocas.

            Segundo o vendedor, eu recebi cerca de trezentas minhocas com meu kit, mas é claro que eu não as contei, mas a imagem era de uma bela e viva macarronada ao molho de húmus. De acordo com as instruções, os anelídeos formam colocados na primeira das caixas, sendo cobertos com folhas secas grosseiramente picadas e cascas de frutos e restos de vegetais. A partir daí compete às minhocas o trabalho de comer, comer e comer o quanto forem capazes.

            Assim que a caixa um for enchendo, devo pegar um punhado de minhocas e colocar na caixa dois, repetindo o procedimento. Igualmente com a terceira caixa. Em torno de um mês, aproximadamente, devo começar a recolher, através da torneira alocada na caixa quatro, na qual não irão minhocas, o chorume, liquido que resulta da compostagem, da digestão das minhocas. Esse líquido é um rico adubo e poderá ser usado em meus vasos de flores, hortaliças, frutas e legumes.

            Com a compostagem, passarei a aproveitar muito do que jogava fora e ainda vou sair no lucro com meu próprio adubo orgânico. Embora eu já usasse as folhas que caiam no quintal, colocando-as nos meus vasos, era complicado colocar cascas ou restos de frutas, pois atraiam muitas moscas drosophilas.

            Além de me sentir bem por estar colaborando com o meio ambiente, eu também agi motivada por outro fator: o de amar a fauna minúscula! Não me canso, assim, de espiar minhas minhocas trabalhadoras gulosas e silenciosas, da mesma forma como fazia isso quando era criança, procurando incessantemente por elas sempre que mexia na terra ou levantava um vaso. Agora tenho trezentas (ou não, rs) e todas para mim!

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - ENTRELINHAS E ENTREOLHARES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            “O mistério das cousas, onde está ele?/ Onde está ele que não aparece/ Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?”.

            Nada melhor que alguém tão misteriosamente único na pluralidade quanto Fernando Pessoa para nos puxar o fio dessa meada que se faz nó cada vez que me entrevejo entre olhares de outrem.

Que mistério se dá, entre outros, nas entrelinhas da música, no momento em que os intérpretes se olham?

Sobretudo quando riem, sugerindo-nos cumplicidade, o que será que se passa???

            Tais artistas explicitam, assim, que algo, no que se nos mostra, somente a eles se revela na inteireza, isto é, deixam-nos no vácuo de um segredo de bastidores, um improviso... enfim, o que quer que seja, fica vetado a nós, leigos.

            Quer proposital jogo de cena quer êxtase, fruto do fazer artístico, instantes como esses compõem um espetáculo à parte!

            “Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?/ E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?/ Sempre que olho para as cousas e penso no que os/ homens pensam delas,/ Rio como um regato que soa fresco numa pedra.”.

            “O maior mistério é ver mistério/ Ai de mim senhora natureza humana/ Olhar as coisas como são quem dera/ E apreciar o simples que de tudo emana” diz, por sua vez, Renato Teixeira.

            E, no que diz respeito à natureza humana, a julgar por sua variedade... águas mais águas de mistérios volumosos prosseguirão a nos circundar feito ilhotas delas volteadas, preenchendo-nos corpos e mentes com indecifráveis correntes.

            “Porque o único sentido oculto das cousas/ É elas não terem sentido oculto nenhum,/ É mais estranho do que todas as estranhezas/ E do que os sonhos de todos os poetas/ E os pensamentos de todos os filósofos,/ Que as cousas sejam realmente o que parecem ser/ E não haja nada que compreender.”.

            Não obstante, estamos sempre às voltas, tentando apreender e aprender o próprio mistério por meio do alheio. Será possível?

            “Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:/ – As cousas não têm significação: têm existência./ As cousas são o único sentido oculto das cousas.”.

            Mas... o que mais eu depreenderia, se certos olhos não me soassem inaudíveis?

 

 

 

 

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI , escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - CAMPANHA DA FRATERNIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Igreja Católica se encontra na Quaresma, tempo litúrgico de conversão com o propósito de nos preparar para a grande festa da Páscoa. Como prática também de conversão, renovação interior e ação comunitária, a Campanha da Fraternidade. O lema da Campanha de 2015: “Eu vim para servir” (Mc 10, 45) e o tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade”.

No texto-base da Campanha, o convite para uma Igreja em saída, aberta ao diálogo a tudo que aflige a população, fazendo valer os valores de Jesus e buscando o bem-comum para desenvolvimento integral do indivíduo.

São muitos os desafios citados no texto-base: favelização, poluição, enchentes, precárias condições sanitárias, drogadição, a crescente violência e criminalidade sob todas as formas. A cultura moderna e materialista, que distancia as pessoas dos valores éticos e espirituais, impulsionada por estruturas sociais e econômicas, tende a transformar as pessoas em puros consumidores. A sociedade de mercado em que tudo é passível de ser instrumentalizado, não apenas as coisas, mas também as próprias pessoas, forma uma cultura descartável, denunciada pelo Papa Francisco na Exortação Apostólica “Evangelii Gaudium”, em que os excluídos são resíduos, sobras.

Uma Igreja em saída “propõe-se a servir nesse contexto desafiador, com uma mensagem salvadora que cura feridas, ilumina e descortina um horizonte para além dessas realidades” – cita o texto-base.

A respeito do serviço, disse em sua homilia o Papa Francisco na Missa de 15 de fevereiro último: “Jesus não Se retrai, antes, pelo contrário, deixa-Se comover pelo sofrimento e as necessidades do povo, simplesmente porque Ele sabe e quer ‘padecer com’, porque possui um coração que não se envergonha de ter ‘compaixão’. (...) A compaixão leva Jesus a agir de forma concreta: a reintegrar o marginalizado. (...) Jesus revoluciona e sacode intensamente aquela mentalidade fechada no medo e autolimitada pelos preconceitos”.

No desânimo diante da globalização da indiferença e do avanço da deformação ética, um poema de Pablo Neruda: “Se cada dia cai, dentro de cada noite, / há um poço/ onde a claridade está presa./ Há que sentar-se na beira/ do poço da sombra/ e pescar luz caída/ com paciência”. E a certeza na mensagem do Livro do Apocalipse: o plano de salvação de Deus é mais forte que as forças do mal.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 10:57
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SONIA CINTRA - VIOLA QUEBRADA

 

 

 

 

 

 

 

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            Sob a batuta do Maestro Julio Medaglia a Academia Paulista de Letras, presidida por Gabriel Chalita, abriu o Ano Literário de 2015 com sessão lítero–musical em homenagem à memória de Mário de Andrade. No programa, a leitura de poemas e apresentação de modinhas do autor e alusivas a ele comoveu a platéia que lotou o auditório da bela sede da APL, no Largo do Arouche.

Mário Raul de Morais Andrade (1893-1945) foi poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo, pesquisador de folclore e ensaísta brasileiro. Um dos principais criadores do movimento modernista no Brasil. Junto com Oswald de Andrade e outros intelectuais ajudou a preparar a Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, e considerou-a “bruta sacudidela nas artes nacionais”. Respirando como ninguém os ares do novo movimento, publica “Paulicéia Desvairada” (1922), o primeiro livro de poesia do Modernismo, cujos versos “de sofrimento e de revolta”, a criticarem a mania obsessiva de posse dos cidadãos e a satirizarem a incompetência dos administradores, oferecem uma panorâmica da cidade e de sua vida. O Prefácio Interessantíssimo da obra prepara o leitor para a nova estética literária.

Nascido em São Paulo, em meios aristocráticos, Mário de Andrade inicia sua carreira artística na música, formando-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, onde seria professor de História da Música. Dentre suas composições destaca-se a modinha Viola quebrada, que ganha mundo na harmonização de Villa-Lobos, editada em 1926 pela Max Eschig, de Paris, no conjunto de “Chansons brésiliennes” do autor das Bachianas brasileiras; no arranjo de Camargo Guarnieri – estreado em 1946, pela cantora Celine Sampaio no primeiro aniversário de morte do escritor; e na recente ambientação para viola caipira de Ivan Villela, entre outras interpretações. Presume-se, pela data 3 de setembro de 1926, na carta que Mário de Andrade recebe de Manuel Bandeira, que a criação de Viola quebrada, ou Maroca, seja desse mesmo ano.

A despeito das vicissitudes e contrariedades que assolam nossa existência, levando-nos por vezes à desesperança e ao desencanto, ou, o que é pior, à desconfiança e ao desafeto, a música ainda é forte aliada da razão sensível humana nos embates da vida. Nesse contexto, a literatura desempenha papel primordial, como se pôde depreender das palavras de Renato Nalini e atestar na poesia de Paulo Bomfim, durante a homenagem à memória de Mário de Andrade, na APL.

 

 

 

 

SONIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA



publicado por Luso-brasileiro às 10:52
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JOSÉ RENATO NALINI - ATESTADO DE IRRACIONALIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tenho dúvidas sobre a pretensa racionalidade da espécie. Talvez por haver judicado por quase quarenta anos, além dos quatro no Ministério Público. A jurisdição da família é desgastante. Ali se vê a mesquinhez que nem sempre se encontra na esfera criminal. Infrações penais chegam a ser eticamente menos chocantes do que a volúpia com que ex-cônjuges se agridem, para isso se servindo de uma arma poderosa – o filho – ou do egoísmo com que se comportam os herdeiros.

Não estou falando apenas no Brasil, esta República judicial, onde tudo vira processo e aprofunda as divergências. A irracionalidade parece habitar a mente humana. Até em reinos de civilização milenar ela acomete pessoas insuspeitas. Por exemplo: em Londres, Sir Roy Strong, antigo diretor da National Portrait Gallery e do respeitadíssimo Victoria and Albert Museum, formou durante toda a sua vida um belo jardim.

Belo é pouco: um jardim magnífico. Proeza paisagística preparada carinhosamente durante décadas. A mulher partiu para a eternidade e Sir Roy percebeu que a hora dele também estava próxima. Com a generosa mentalidade britânica, fez um testamento para legar o jardim ao National Trust, instituição responsável pela preservação do patrimônio inglês. Mas ainda destinou importância suficiente para que ele fosse preservado e merecesse natural continuidade.

Surpresa: o National Trust recusou a oferta. Não viu valor preservável no jardim. Então Sir Roy mudou o testamento. Deixou instruções precisas para que o jardim, logo que ele morra, seja destruído. Agora sim, os ingleses se chocaram. Condenam o vandalismo “post-mortem” de Sir Roy. Mas não condenaram a insensibilidade dos burocratas do National Trust que nada viram no jardim que ensejasse a sua conservação.

Thomas Hobbes tinha razão. O homem é o lobo do homem. A vida sem disciplina e autoridade é a guerra de todos contra todos. Onde está a natural benevolência proclamada por Rousseau? Ele que deixou seus cinco filhos na “roda” dos enjeitados, escreveu a ficção da bondade ínsita ao ser humano. Ou estou sendo muito pessimista?

Sugiro aos otimistas que façam estágio nas Varas da Família e Sucessões e se enterneçam com os exemplos prolíficos do desprendimento, da generosidade e da solidariedade entre herdeiros – quase sempre o mesmo sangue – ou entre parceiros que se escolheram para uma vida em comum, “até que a morte os separe”.

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI é presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o biênio 2014/2015. E-mail: jrenatonalini@uol.com.br.



publicado por Luso-brasileiro às 10:46
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FELIPE AQUINO - QUARESMA, TEMPO DE VOLTAR PARA DEUS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O momento favorável é agora! Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixemos para depois.

 

 

quaresma

 

A quaresma é um tempo em que Jesus nos convida a ir para o “deserto” com Ele, não o deserto de areia, mas o deserto do nosso coração, onde Deus habita desde o nosso batismo, mas que tantas vezes esquecemos. Esses quarenta dias tem um significado grande na Bíblia; significa “um tempo de prova” antes de uma grande “vitória”.

Assim, vemos Noé que passa 40 dias na barca com toda a criação para depois sair dali para uma vida nova, salvando a humanidade (Gn 8,6). Moisés permaneceu quarenta dias no monte Sinai (Ex 24,18) antes de dar ao povo as Tábuas da Lei e a Aliança com Deus. O povo de Deus caminhou quarenta anos no deserto antes de chegar com Josué `a Terra Prometida (Js 5,6); por quarenta anos Golias desafiou Israel até que Davi o vencesse (1Sm 17,16); Elias, fugindo da morte, caminhou durante quarenta dias ate´ chegar ao Horeb, na montanha onde Deus se mostrou a ele numa brisa suave (1Rs 19,8-12); quarenta dias foi o prazo que Jonas marcou para Nínive ser destruída, mas se converteu (Jn 3,4); etc. Jesus passa quarenta dias no deserto antes de vencer Satanás e começar a Sua missão de evangelização.

Depois de quarenta dias de luta vem uma grande vitória. Assim deve ser hoje a nossa Quaresma, quarenta dias de luta para conquistar a grande vitória de “voltar para Deus”. Não há felicidade maior do que estar com Deus, amar a Deus e servir a Deus. Santo Agostinho disse que: “Um homem sem Deus, é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida”. “Quem ama a Deus nunca envelhece. Leva em si Aquele que é mais jovem que todos os outros”. “Eu não seria nada, meu Deus, absolutamente nada, se não estivesses em mim”. “O maior castigo do homem é não amar a Deus.”

Deus é tudo para nós: quando temos fome, é pão; quando temos sede, é água; quando estamos no escuro, é luz. Deus não nos abandona a não ser que nós O abandonemos primeiro. Quem não tem Deus na sua vida não se contenta com nada, está sempre insatisfeito. Deus colocou uma sede infinita de felicidade em nosso coração que só pode ser saciada por Ele mesmo, e por nada mais.

São Tomás de Aquino disse que “quanto mais o homem se afasta de Deus, mas se aproxima do nada”. Tanto mais é infeliz e sofredor, ainda que tenha todas as riquezas, prazeres e glórias terrenas. Santo Agostinho nos faz um alerta: “Declaraste guerra a Deus? Tem cuidado. Quantas mais e maiores pedras lances ao céu, mais e maiores serão as feridas que te causarão ao cair”.

Mas, o que nos afasta de Deus? Só uma coisa, o pecado. Por isso Jesus nos convida à conversão: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15).

 

 

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“Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecadores, para a Igreja e para o mundo inteiro”, diz o Catecismo (n. 1489). “Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva (n. 1488).

É por isso que Jesus veio ao mundo e morreu numa cruz, ensanguentado, flagelado, coroado de espinhos e zombado. Só podemos entender o horror que é o pecado olhando o quanto custou para Jesus, o Filho único de Deus, arrancá-lo de nossas almas. Ele não veio ao mundo para outra coisa, a não ser para ser o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). São Pedro disse que “não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados da vossa vã maneira de viver, recebida por tradição de vossos pais, mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imaculado….” (1 Pe 1,18).

A Quaresma é o tempo de voltar para Deus, é o tempo da graça do arrependimento. São Paulo pediu insistentemente: “Em nome de Jesus Cristo, nós vos suplicamos: deixar-vos reconciliar com Deus… Como colaboradores de Cristo, nós vos exortamos a não receberdes a graça de Deus em vão, pois Ele diz: “No momento favorável eu te ouvi, e no dia da salvação eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2 Cor 6,1-2).

O momento favorável é agora, a Quaresma, o tempo de procurar um padre e fazer uma Confissão bem feita, deixando que o Sangue de Cristo lave as nossas almas. O profeta disse: “Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar; invocai-o, já que está perto” (Isaías 55, 6). Até quando poderemos ter essa oportunidade de encontrar Deus. Será que amanhã estaremos aqui? Sabemos que a morte encerra o nosso tempo de se arrepender dos pecados e encontrar Deus, para viver com ele. Não deixe para depois. Quem deixa as coisas para depois é porque não quer fazer nunca. Deus não pode ser deixado para depois.

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 10:38
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - O DINHEIRO TRAZ FELICIDADE ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há muitos e muitos anos, tantos que já se perdeu a conta, nas proximidades das margens do mar Egeu, havia rei orgulhoso, senhor de riquezas sem fim, resultante da venda de pepitas de oiro do Pactolo, afluente do Hermo, rio onde se banhava o infeliz Midas.

Residia em maravilhoso palácio, belamente decorado de luxuosas alfaias de incalculável valor; e em rijas arcas de ferro encerrava fabuloso tesouro, mais rico que a caverna de Ali-Babá.

Certa ocasião recebeu a visita de Sólon – narra Plutarco na “ Vida de Sólon”.

Creso, assim se chamava o rei orgulhoso, rejubilou de contentamento e saudou a feliz oportunidade para deslumbra-lo, mostrando-lhe toda a magnífica riqueza que encerrara nos sólidos cofres reais.

Concluída a longa e pormenorizada visita, interroga-o envaidecido:

- “ Sólon: conhece homem mais afortunado que eu?!”

O filósofo entortou pensativamente a cabeça, sacudindo-a num gesto positivo: Que sim; e nomeou rol de nomes completamente desconhecidos para Creso.

Atónito com o que acabara de escutar, o rei encarou Sólon, e sorrindo com ar de dúvida, indagou quem eram as ilustres individualidades.

Sólon aprumou-se, passou a mão pelo rosto, e ergueu os olhos para o céu, como pedindo inspiração aos deuses; e de voz bem timbrada informa-o: Que eram de facto desconhecidos, mas de grande virtude e viveram despreocupados, porque não possuíam bens a guardar.

Como Creso permanecesse de olhos vagos, refletindo, por momentos, no que ouvira, Sólon acrescentou, num leve murmúrio:

- “ Agora ainda são bem mais felizes…porque já faleceram e não receiam as incertezas do futuro…”

Lançou em graça, o rei, o último e espiritoso dito, e soltou jovial e ruidosa gargalhada, que ecoou pelos largos e longos corredores do majestoso palácio.

Correram os anos pacificamente… com eles, o tempo apagou, quase por completo da memória do rei, o diálogo que tanto o divertira.

Ciro II, rei da Pérsia, tomou conhecimento da imensa fortuna de Creso e pensou invadir a Lídia.

Receoso, Creso reuniu as melhores tropas do reino e alcançando largas alianças, com monarcas amigos, esperou-o nas margens do Hális. Facilmente foi derrotado, sendo preso e severamente humilhado em Sardes.

Ciro II saqueou o palácio e levou o tesouro que Creso tanto se orgulhava.

Os generais persas, com assentimento de Ciro, pensaram matar o rei. Despojaram-no dos ricos mantos reais. Entregaram-no ao escárnio da soldadesca e condenaram-no a morrer na fogueira.

Nessa situação aflitíssima, sentindo altas e doiradas línguas de fogo a lamberem-lhe a macia pele, bradava desesperado, cheio de dor: “ Oh Sólon! …Oh Sólon! …Sólon! …Sólon! …

Narram historiadores, que Ciro apiedou-se da sorte do infeliz rei, livrando-o da morte cruel.

Diga, agora, o leitor amigo, se acredita – depois do que leu, – se o dinheiro traz felicidade.

Se ainda pensa que sim, interrogue milionários no declinar da vida ou vítimas de graves enfermidades, e ouvirá de suas bocas, que não.

A felicidade é como disse Campos Monteiro, em “ Ares da Minha Serra”: “ É contentar-se a gente com o que tem e ganhar com honra e sossego o pão de cada dia.”

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 10:31
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PAULO ROBERTO LABEGALINI - ACREDITE E ABUSE DO AMOR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desde que iniciei a evangelização pela internet, adotei o estilo de contar histórias. Eu acreditava que isso motivava as pessoas a lerem o texto até o final, mesmo aquelas que não se interessavam muito em assuntos cristãos. E o tempo mostrou que eu estava certo.

Jesus foi o grande mestre na evangelização, citando parábolas, anunciando o Reino e advertindo os fariseus. Suas histórias são contadas a toda hora e usadas como modelos de reflexão. E as vantagens para os pregadores que as usam com propriedade recaem principalmente nas conclusões: sempre diferentes e com o mesmo objetivo – apresentar Jesus Cristo!

Com humildade sigo na mesma direção, porém menos preocupado em ter casos diferentes para contar. Em 1997, eu pensava que as histórias fossem se esgotar em meses e eu teria dificuldades para continuar prendendo a atenção dos leitores. Em parte, acho que faltava confiar um pouco mais na ação do Espírito Santo, mas também havia outra parte fundamentada no meu bom senso, que insistia em me questionar: ‘Ano após ano, como será possível conseguir tantos contos para publicar?’.

Somente agora, chegando aos 600 artigos escritos, tenho certeza que foi possível e continuará sendo por mais algumas décadas, se Deus quiser. Muitos amigos enviam-me e-mails interessantes, possibilitando não precisar criar novas histórias ou repetir as antigas. Também quem faz coleção desta coluna, acaba se beneficiando com as curiosidades e os casos inéditos. Só tenho a agradecer a todos pela atenção e amizade constantes.

Mas, com certeza, o objetivo continua sendo perseverar nas mensagens cristãs, mesmo que as histórias não tenham nenhuma ligação com religião. Nesses casos, preciso fazer a ponte para que mais amor fortaleça nossos corações. Eis a primeira historinha de hoje:

Enquanto um homem idoso subia no ônibus, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora, a porta se fechou, o ônibus saiu e o homem ficou impossibilitado de recuperá-lo. Imediatamente, ele retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.

Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu, perguntou:

– Por que jogou fora o outro sapato?

O senhor prontamente respondeu:

– Agora, quem os encontrar será capaz de usá-los.

O rapaz pensou por alguns instantes e concordou:

– Provavelmente apenas alguém necessitado dará importância a sapatos usados encontrados na rua, e de nada lhe adiantaria apenas um pé, certo? Parabéns, senhor, por tamanha caridade.

Assim, o homem de mais idade mostrou ao jovem que não vale a pena agarrar-se a algo com o coração. A partilha agrada a Deus e permite que a felicidade entre um pouco mais na vida de pessoas sem bens materiais para sobreviver.

E se pensarmos com calma, concluiremos que perdemos coisas o tempo todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas isso acontece para que mudanças, na maioria das vezes positivas, ocorram em nossas vidas. Todos decidem constantemente se algumas coisas devem ser exclusivas ou não, e tudo depende do grau de bondade de cada um. Nem sempre a partilha precisa ser material, como nesta outra história:

Um moço seguia todos os dias de trem pelo mesmo caminho. O trem passava por um viaduto onde se podia ver os interiores de alguns apartamentos no prédio localizado em nível inferior. Naquele lugar, o veículo diminuía a velocidade e o rapaz observava, através da janela de um dos quartos, uma senhora deitada na cama. A senhora certamente convalescia de alguma enfermidade, pensava ele.

Num domingo, achando-se casualmente naquelas imediações, ele cedeu a um impulso e foi até o prédio onde a senhora morava. Perguntou ao porteiro o nome dela e depois lhe enviou um cartão com votos de restabelecimento, assinando apenas: ‘Um rapaz que passa diariamente de trem’.

Dali a alguns dias, a caminho de casa no trem, o jovem olhou para o quarto e não havia ninguém. A cama estava cuidadosamente arrumada e, no parapeito da janela, estava afixado um grande cartaz escrito à mão, dizendo: ‘Deus o abençoe, resolvi fazer a cirurgia que tanto precisava’.

Pois é, Deus quer que suas criaturas se amem e se respeitem mutuamente. Ele sempre espera que ajudemos uns aos outros, sem preconceitos e sem parar nos obstáculos. Aquele jovem do trem não tinha outra intenção a não ser ajudar anonimamente a uma pessoa desconhecida, atendendo a um apelo do seu coração generoso. E é por essas e outras razões que vale a pena acreditar no amor, ajudando a mudar o mundo para melhor!

Há pessoas que se entregam à depressão e outras enfermidades por acharem que ninguém se importa com elas. Sabemos que um simples gesto de solidariedade pode se constituir em um dos mais poderosos remédios contra esse tipo de mal. É um remédio que não custa nada, não tem contraindicação e está ao alcance de todos, principalmente ao alcance do verdadeiro cristão.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico, Professor Doutor da Universidade Federal de Itajubá-MG. Pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da UNIFEI.



publicado por Luso-brasileiro às 10:27
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Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2015
NOS 110 ANOS DO ROTARY INTERNACIONAL

 

 

 

 

HOMENAGEM DO BLOGUE LUSO-BRASILEIRO " PAZ "

AOS 110 ANOS DE ROTARY INTERNATIONAL

 

em 23 de fevereiro de 1905 / 2015 (110 anos)

 

 

Rotary no mundo:

Países: 219 / Clubes: 35.000

Rotarianos: 1.250.000

Rotarianas: 220.000

 

 

O ROTARY inseja a existência de inúmeras instituições, as chamadas “para-rotárias”: Casas da Amizade; Rotaract Clubes, Interacteclubes. Todos integrados somam para mais de  3.000.000 (três milhões) de pessoas envolvidas em projetos onde se trabalha voluntariamente a favor da PAZ e do bem-estar da humanidade

 

 

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FUNDADOR DO ROTARY

 

 

 

No outono de 1900, Paul Harris se encontrou-se com o advogado Bob Frank no norte de Chicago para jantarem. Eles saíram para uma caminhada, parando em algumas lojas no caminho. Paul ficou impressionado em ver como Frank tinha feito amizades com muitos dos vendedores.

Desde que se mudara para Chicago, em 1896, Paul não havia visto este tipo de camaradagem entre empresários e, naquele momento, começou a pensar em como poderia encontrar esse tipo de companheirismo que o lembrava da cidade onde havia crescido, em Vermont. Algum tempo depois, ele convenceu outros empresários a se reunirem para discutir a formação de um clube para negócios e companheirismo. Sua visão foi a base para o Rotary de hoje. 

“Tinha certeza que estava passando por uma experiência comum a pessoas que chegavam a Chicago provenientes de fazendas e cidades pequenas. Mas se havia outras pessoas em busca de companheirismo, por que não aproximá-las?”

 

 

 

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Paul Harris aos três anos, na época em que foi morar com os avós.

 

 

 

INFÂNCIA

 

 

Paul Harris, filho de George e Cornelia Harris, nasceu em 19 de abril de 1868 em Racine, Wisconsin, EUA. George lutava para sustentar sua família como pequeno empresário, muitas vezes dependendo da ajuda financeira de seu pai. Em julho de 1871, Paul e seu irmão mais velho, Cecil, foram morar com seus avós paternos em Wallingford, Vermont. Paul mais tarde escreveu: "Economia nunca foi o forte de George e Cornelia, eles sempre gastaram muito.”

 

 

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           Paul Harris na época em que estudava na Universidade de Vermont, em Burlington, no ano de 1886

 

 

Paul foi criado por seus avós, Howard e Pamela Harris, e só encontrava os pais ocasionalmente. Ele cresceu seguindo os valores familiares presentes na Nova Inglaterra. Em outubro de 1928, quando voltou à cidade em que passou a infância para a cerimônia de fundação do Rotary Club de Wallingford, ele disse: "Grande parte da essência do Rotary teve origem na velha mesa de refeições da Nova Inglaterra.”

Ele era um menino levado. Cursou o ensino fundamental em Wallingford e o ensino médio em Rutland, onde muitas vezes fazia bagunça e cabulava aula. Paul também cursou a Black River Academy, em Ludlow, mas foi expulso depois de algumas semanas. Ele se matriculou na University of Vermont, em Burlington, mas foi expulso em dezembro de 1886 com outros três alunos por fazer parte de uma sociedade secreta. Mais tarde ele escreveu que, apesar de ser inocente, sua expulsão foi justificada. 

Paul passou o semestre seguinte com um professor particular e, no primeiro semestre de 1887, entrou para a Princeton University. Seus estudos, no entanto, foram interrompidos pela morte de seu avô em março de 1888. Apesar de ter terminado o semestre, Paul não voltou à faculdade no ano seguinte

 

 

VIDA EM CHICAGO

 

 

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 Paul Harris depois de ter começado a trabalhar como advogado, em Chicago,

no ano de 1896.

 

 

Depois de Princeton, Paul se mudou para Iowa, onde trabalhou no escritório de advocacia de St. John, Stevenson e Whisenand. Depois desse período de aprendizado, cursou a University of Iowa, formando-se em direito em junho de 1891.

Em 1896, mudou-se para Chicago, onde abriu um escritório no centro da cidade. Ele permaneceu envolvido com sua profissão por mais de quatro décadas.

Paul buscou estabelecer relacionamentos significativos pessoais e espirituais que iam além de suas realizações profissionais. Ele costumava frequentar diversas igrejas aos domingos em vez de se prender a uma congregação específica. Mais tarde, Paul comentou que sua religião era, como ele próprio, difícil de rotular. “Eu realmente não tenho afiliação religiosa... Não sou fácil de classificar. Minhas convicções não se encaixam na organização rígida das igrejas... É claro que hoje em dia temos acesso a excelentes sermões pelo rádio e eu ouço três ou quatro deles todos os domingos.”

Paul amava a natureza. Em 1908, afiliou-se a um grupo que, nas tardes de sábado, fazia excursões a florestas, campos e vales próximos à cidade. Em 1911 o grupo se tornou o Prairie Club e Paul, um de seus diretores.

 

 

NASCE O ROTARY

 

 

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Os quatro primeiros rotarianos (a partir da esquerda): Gustavus Loehr, Silvester Schiele, Hiram Shorey e Paul P. Harris, por volta de 1905 a 1912.

 

 

Depois de abrir seu escritório de advocacia em Chicago, Paul teve a ideia de fundar uma organização para profissionais locais. Em 23 de fevereiro de 1905, Paul Harris, Gustavus Loehr, Silvester Schiele e Hiram Shorey se reuniram no escritório de Loehr, na sala 711 do Unity Building, para o que mais tarde ficaria conhecido como a primeira reunião de Rotary Club.

Em fevereiro de 1907, foi eleito o terceiro presidente do Rotary Club de Chicago, posição que ocupou até o outono de 1908. Durante seu mandato, formou a Comissão Executiva, depois chamada de Comissão de Meios e Andamentos, cujas reuniões aconteciam no horário do almoço e eram abertas a todos os associados. Daí veio a tradição adotada por tantos Rotary Clubs. 

No final de seu mandato, trabalhou para levar o Rotary além dos limites de Chicago. Alguns associados foram resistentes à ideia a princípio, devido ao investimento financeiro que seria necessário. Mas Paul persistiu e, em 1910, o Rotary já existia em várias outras cidades dos EUA. 

Paul reconheceu a necessidade de formar um Conselho Diretor e uma associação de âmbito nacional. Em agosto de 1910, a primeira Convenção Nacional do Rotary foi realizada em Chicago, onde os 16 clubes se uniram como Associação Nacional de Rotary Clubs e, em votação unânime, elegeram Paul Harris como presidente.

No final de seu segundo mandato, Paul se afastou de suas funções alegando problemas de saúde, obrigações familiares e profissionais. Ele foi eleito presidente emérito, título que manteve até sua morte. 

Em meados de 1920, voltou a se envolver ativamente no Rotary, participando de Convenções e visitando clubes em outros países. Baixe seu livro de discursos.

 

 

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Jean Harris por volta de 1926-28.

 

 

SUA VIDA COM JEAN

 

 

Paul conheceu a escocesa Jean Thomson, filha de John e Ann Younson Thomson, durante uma excursão ao que futuramente se tornaria o Prairie Club. 

“Em um lindo sábado de março de 1910, juntei-me a meus companheiros do Prairie Club em um passeio de trem por Elgin e Aurora. Eu era solteiro e estava aberto a um relacionamento mais sério... Foi quando ela apareceu... A alegre e adorável Jean.”

Eles se casaram em 2 de julho de 1910, em Chicago, e em 1912 compraram uma casa no subúrbio de Morgan Park. O casal deu o nome de Comely Bank à sua casa em homenagem à rua em que Jean morou quando criança em Edimburgo. Lá eles recebiam amigos do mundo todo e várias vezes realizaram reuniões do Rotary Club de Chicago. Sempre que possível as reuniões eram feitas no jardim, que começou a ser chamado de Jardim da Amizade.

 

 

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 Paul e Jean Harris em Christchurch, Nova Zelândia, em abril de 1935.

 

 

O casal não teve filhos e Jean acompanhava o marido em suas viagens a Rotary Clubs em vários países. Após a morte de Paul, Jean continuou morando em Comely Bank. Depois de algum tempo, no entanto, ela vendeu a casa e voltou a Edimburgo em 1955. Lá faleceu em 1963.

A Paul and Jean Harris Home Foundation comprou a Comely Bank e tem planos para restaurá-la. Saiba como ajudar.

POR ESCRITO

Paul queria escrever uma mensagem especial para todos os rotarianos e Chesley Perry, o primeiro secretário-geral do Rotary, sugeriu a criação de uma publicação com notícias e assuntos importantes para os clubes, cujo custo fosse coberto por anunciantes. Assim foi criada a “National Rotarian,” mais tarde conhecida como “The Rotarian,”. O artigo “Rational Rotarianism” saiu na capa da primeira edição em janeiro de 1911. Na edição de fevereiro de 1915, ele escreveu “Passing Our Tenth Milestone” em homenagem ao aniversário do Rotary.

No livro “This Rotarian Age” (1935), Paul explorou as razões que levam as pessoas a fazerem o bem e descreveu como em 1905 a cidade de Chicago estava pronta para o tipo de mudança que o Rotary poderia oferecer. Ele também abordou os desafios futuros do Rotary e seu potencial para promover a paz mundial. 

Em 1935, Paul e Jean viajaram por três meses pelo sudeste da Ásia e a Austrália. Paul queria publicar seu relato desta viagem na forma de um livro para depois lançar uma série de crônicas sobre outras viagens. Ele decidiu chamar a série de Peregrinations, sendo que Peregrinations I seria uma coletânea de histórias de viagens que fizera à Europa e à África do Sul, Peregrinations II sobre sua jornada pelo sudeste da Ásia e pela Austrália (1935), e Peregrinations III(1937) sobre sua viagem à América Central e do Sul. No entanto, ele nunca chegou a organizar Peregrinations I.

 

 

O FIM DE UMA ERA

 

 

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 Lápide do túmulo de Paul Harris no Mount Hope Cemetery, na zona sul de Chicago. Silvester Schiele, o primeiro presidente do Rotary Club de Chicago, está enterrado próximo dali; Jean Harris, na Escócia.

 

 

Em dezembro de 1945, o casal Harris viajou a Tuskegee, Alabama, para passar os meses de inverno, como costumavam fazer. No início de 1946, Paul pegou uma gripe. Chesley Perry, associado do Rotary Club de Chicago e secretário-geral do Rotary de 1910 a 1942, viajou a Tuskegee e contou que, apesar de estar recebendo atendimento médico, Paul continuava fraco: "Ele vem tendo problemas pulmonares há alguns anos. Não está dormindo nem se alimentando bem." O casal voltou a Chicago em 28 de março de 1946.

Paul Harris faleceu aos 78 anos no dia 27 de janeiro de 1947, em Chicago, após sua longa doença. Três líderes rotários fizeram discursos em seu enterro: Chesley Perry, T.A. Warren (ex-presidente do RI) e Richard Hedke (então presidente do RI). Ex-presidentes do Rotary Club de Chicago carregaram o caixão. Leia os discursos.

Paul já havia expressado desejo de que, em vez de enviar flores, as pessoas fizessem doações à Fundação Rotária em sua homenagem. Por coincidência, dias antes de sua morte líderes rotários haviam se comprometido a uma grande iniciativa de arrecadação de fundos para a Fundação. Após sua morte, foi estabelecido o Fundo em Homenagem Póstuma a Paul Harris como maneira de solicitar essas verbas. Este fundo ajudou a estabelecer as Bolsas da Fundação Rotária para Estudos de Nível Superior. Na reunião de maio/junho de 1947, o Conselho Diretor alocou US$60.000, dos US$228.000 arrecadados, para apoiar o programa.  

 

 

MATERIAIS DE REFERÊNCIA

 

 

 

Texto enviado por : Antonio J C da Cunha



publicado por Luso-brasileiro às 10:40
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Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2015
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - INTERNET : O PERIGO DO EMBURRECIMENTO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No meu último artigo, comentei a utilização de tecnologias digitais no ensino, e o misto de otimismo e preocupação que isso desperta. Encontro agora, no jornal Valor Econômico/The Wall Street Journal, de 28/11/2014, um curioso e instigante artigo de Nicholas Carr, intitulado “A automação excessiva emburrece.”

Antes de mais nada, há que apresentar Nicholas Carr. É um escritor norte-americano muito respeitado, crítico da automação e da “internetização” da vida corporativa, social e educacional. Nasceu em 1959, estudou nas Universidades de Darmouth e Harvard, foi editor executivo da prestigiosa Harvard Business Review e é atualmente membro do Conselho Editorial da Enciclopédia Britânica. Seu livro “A geração superficial: o que a Internet está fazendo com os nossos cérebros?”, lançado em 2010, esteve na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos e foi indicado para o Prêmio Pulitzer, chegando a figurar entre os finalistas em 2011. Foi traduzido para 14 idiomas, inclusive o português. No Brasil, foi editado pela Agir em 2012, mas a edição rapidamente se esgotou e ainda não foi renovada.

Consegui encontrar um exemplar em Estante Virtual e já o encomendei. O tema é polêmico, de grande atualidade e interesse. Penso retornar a ele mais vezes, depois de lido e analisado o livro, mas desde já queria compartilhar com meus leitores, para conhecimento e reflexão deles, os tópicos principais do referido artigo publicado no The Wall Street Journal:

“A inteligência artificial chegou. Os computadores são hoje perspicazes e precisos. Deslumbrados com nossas máquinas, nós damos a elas todo tipo de tarefas sofisticadas que antes costumávamos fazer sozinhos. Nossa crescente dependência da automação e computadores, porém, pode ter um custo elevado. Evidências preocupantes sugerem que nossa inteligência está se retraindo à medida que nos tornamos mais dependentes da inteligência artificial. Em vez de nos elevar, parece que o software inteligente nos emburrece.”

Essa é a introdução do artigo. Em seguida, Carr mostra como, nas indústrias, à medida que a automação se foi intensificando, em meados do século passado, os empregados foram ficando cada vez menos ativos e mais passivos, cada vez mais adestrados a apertar botões que produzem efeitos imediatos e cada vez menos capazes de tomar decisões que, por atos explícitos de vontade, conduzissem a suas consequências. Em outras palavras, foram se automatizando, foram se transformando em robôs integrados à dinâmica e à estrutura dos mecanismos em que trabalhavam.

Mas isso não ficou apenas no campo da execução industrial. Os computadores foram se tornando mais sofisticados e eficientes, tomando conta de outros ramos de atividades:

“Os computadores estão assumindo tipos de trabalho intelectual considerados um privilégio de profissionais bem educados e treinados: pilotos dependem de computadores para operar um avião; médicos consultam computadores para diagnosticar doenças; arquitetos os usam para projetar prédios. A nova onda da automação está atingindo todo mundo. E evidências mostram que o mesmo efeito negativo que reduziu os talentos nas fábricas no século passado está começando a atingir as habilidades dos profissionais, mesmo os mais especializados. Os operadores de máquinas de ontem são os operadores de computadores de hoje. Veja o caso dos pilotos automáticos, inventados há um século para dar mais segurança e eficiência às viagens aéreas. Hoje, a quantidade de tarefas na cabine que foram transferidas para dispositivos computadorizados é tão grande, dizem especialistas, que os pilotos estão perdendo suas habilidades.”

Carr expõe, a seguir, diversas experiências feitas em vários campos de atuação, mostrando como, em geral, a automação e a hegemonia do conhecimento imposta pela Internet está perigosamente apoucando o intelecto humano. E conclui: “Se confiarmos demais na automação, vamos nos tornar menos capazes e mais subservientes às nossas máquinas. Vamos criar um mundo mais apropriado para robôs do que para nós.”

É curioso como esse método de emburrecimento, por meio da falta de exercício prático, é precisamente o que temia, há mais de dois milênios, o sábio Platão, quando se perguntava se a escrita era auxiliar ou a assassina da memória...

 

 

 

 

 

 ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:47
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - OLHAR EM DIÁLOGO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A senhorinha apareceu com a neta na Casa da Fonte – CSJ, onde trabalho, para se informarem sobre o horário das aulas da bisneta. Cabelos brancos bem penteados em um coque, vestido com estampas miúdas, sorriso aberto e aparelho nos dois ouvidos.

Brinquei que éramos “sócias”, pois também uso aparelho no ouvido esquerdo, por causa de uma perda auditiva neurossensorial hereditária. Contou-me que o problema vinha da infância. O ouvido vazava e o odor era desagradável. Na escola, aluno algum se dispunha a sentar-se próximo a ela. O patrão da família, condoído com o fato, que a curou da secreção, aplicando um remédio que doeu demais, porém valeu a pena.

Imaginei como deveria se sentir só na escola. E solidão provocada pelo afastamento dos que são próximos fere as entranhas do ser humano. Não passei por isso, embora minha dificuldade de audição venha de há décadas. Sei, entretanto, da impaciência ou do ar de deboche de alguns, ao pedir que se repita o que foi falado, uma ou mais vezes. Há quem não reproduza o que disse. A interjeição “hem?” chega a ser abominada.

Pensei em outras crianças e adolescentes exilados do convívio social, nas escolas pela raça, pelas necessidades especiais, pela pobreza, pelos limites na aprendizagem, pelo histórico de desajustes dos pais, por não terem diagnosticado seus problemas físicos e/ou emocionais. Como falta um atendimento maior na infância com especialidades médicas diferenciadas. Alguns se superam, devido ao seu entorno, mas diversos, contudo, vagam pela aridez das margens junto aos considerados ameaça para os que os rejeitaram no período de crescimento.

Comentei sobre o tom dos olhos de dela. E que olhos cristalinos! Falou-me que o marido afirmava, de maneira divertida, que não se casara com ela, mas com a beleza de seus olhos que lhe diziam tantas coisas.

Na atualidade, a linguagem dos olhos, com exceções, se tornou descartável. Inúmeras pessoas estão centralizadas no seu aparelho de celular, são os e-mails, o facebook, o whatsapp... É incrível! Não se consegue mais entabular um bate-papo, por exemplo, em espaços de espera.

Voltando à senhorinha: confidenciou-me que, no tempo de casada, exercitavam a linguagem do olhar e é através do azul de seus olhos, carregado de céu, que conversa com marido que se encontra depois das fronteiras do horizonte.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:43
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - " TOMARA QUE CHOVA TRÊS DIAS SEM PARAR..."

 

 

 

 

 

 

Cinthya Nunes Vieira da Silva.jpg

 

           

 

 

 

 

 

 

O tempo tem passado muito rápido ou sou eu que estou acelerada, mas já é Carnaval novamente e todos se preparam para cair na folia ou para simplesmente descansar. Confesso que não sou nada avessa à ideia do descanso, pois quem trabalha sabe o quanto um período de descanso pode ser um oásis, até para renovar as forças para os demais dias. No entanto, muita coisa no feriado de Carnaval, sobretudo, acaba me incomodando...

            Não vou e nem tenho cabedal suficiente para isso, entrar na questão história que deu origem às festividades de Momo, mas muitas razões pouco dignas me parecem convenientemente sustentar a ênfase que se dá esse período do ano.

            Quando eu era adolescente, curtia pular o Carnaval no Clube Linense ou no Country Clube de Lins, cidade onde morava com meus pais, entoando as marchinhas clássicas ou mesmo os sambas-enredo das escolas de samba do momento. Naquela época, minhas preocupações juvenis eram as provas, o vestibular, os amigos, os paqueras. Penso, agora, faltava-me a maturidade para entender que, abaixo de toda aquela folia, sempre houve um pano de fundo nacional.

            Que o cenário político, econômico e de abastecimento hídrico e elétrico do Brasil está caótico e em crise, creio que nem os mais alienados duvidam. Notícias de corrupção para todo lado, insatisfação, violência e outras tantas mazelas, contudo, não são suficientes para tirar das pessoas o ânimo de curtir o Carnaval.

            Se de um lado isso se justifica pela estafa que as pessoas estão passando, desiludidas pelo descaso do Poder Público e carentes de um refúgio temporal no qual possam, momentaneamente esquecerem-se de tudo, por outro, é assustador, pois essa pausa pode acabar apaziguando os ânimos em demasia, de forma a levar ao esquecimento o fato de que os homens e mulheres ocupantes do Poder estão a nos dever, e muito, satisfações, para dizer o mínimo.

            Historicamente, pão e circo (ou carnaval) sempre foram a panaceia e a cortina dos incompetentes e dos desonestos, mas eu espero que o povo brasileiro esteja mais politizado e não se deixe enganar tão facilmente dessa vez. Espero que todos aproveitem o feriado para descansar, para brincar, para curtir família, para ler bons livros ou assistir a bons filmes, mas que, na quarta-feira, seja capaz de identificar quais são as verdadeiras cinzas, resultado da pira na qual arde nosso patrimônio, nossa idoneidade como país e a vergonha na cara de muita gente de poder.

            Da minha parte, continuo gostando de muitos sambinhas, mas não brinco mais o Carnaval, até porque não é possível fazê-lo como fiz no passado, por milhares de razões. A despeito de tudo, creio que uma das musicas mais executadas nesse Carnaval venha a ser exatamente a que dá nome a esse texto e que também não me sai da cabeça. Que Momo proteja todos nós. Bom Carnaval a todos!

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.



publicado por Luso-brasileiro às 11:37
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