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Domingo, 31 de Janeiro de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - O CARNAVAL MUDOU. MAS AINDA É A MAIOR FESTA DO BRASIL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O carnaval é tido como espetáculo folclórico, diversão popular e até catarse coletiva, existindo inúmeras palavras ou expressões que o definem. O fato é que em alguns países, como o Brasil, tornou-se uma grande festividade nacional e popular. Historiadores e sociólogos não têm uma única teoria para explicar a importância que ele passou a ter para os brasileiros, mas todos concordam que ele promove uma ruptura provisória da hierarquia social, com ricos e pobres, homens e mulheres, adultos e crianças transgredindo ou dissolvendo símbolos de gênero, poder ou classe. No entanto, ele sempre teve beleza poética, exibições artísticas e riqueza rítmica.

Além do mais, durante muitos anos serviu como instrumento de demonstração de cidadania e de participação, possibilitando aos foliões,  através de marchas, fantasias e outros aspectos típicos criticarem a sociedade em geral, principalmente as atitudes negativas de alguns políticos e protestarem contra determinadas situações. Nessa trilha, transcrevemos trecho de editorial do jornal “A Tribuna” de Santos (04.02.2008-A2): “Para além do simples divertimento descompromissado, que constitui a sua verdadeira essência, no Carnaval, alguns aspectos a destacar. Um deles são as manifestações do senso crítico da população. Desde os seus primórdios, o Carnaval serviu para extravasar sentimentos coletivos, seja na forma da critica dos costumes, seja como expressão de desagrado em relação ao establishment e aos seus barões. A ferroada ferina, mordaz, implacável, a exacerbação do ridículo dos fatos e das pessoas, notadamente das pessoas poderosas ou que estejam em evidência, sempre foi uma das marcas registradas da folia...”.

O antropólogo Roberto DaMatta, autor de  “Carnavais, Malandros e Heróis”, publicada em 1979, coloca o período carnavalesco como um ritual de inversão de papéis, ou seja, no cotidiano o Brasil é um universo dividido entre o mundo da rua – baseado em leis universais, numa burocracia antiga e fortemente ancorada e num formalismo legal-jurídico quase absurdo – e o mundo da casa – fundado na família, na amizade, na lealdade, na pessoa e no compadrio. No reinado de Momo,prevalece um estado de que vale quase tudo. Na visão do  saudoso Darcy Ribeiro, “o nosso povo é tão sacrificado,  que alenta e comove a todos” e que manifesta uma “inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade”.

Atualmente, no entanto, essa fusão de mundos, talvez seja válido ainda nos lugares onde o Carnaval é tão forte quanto intenso, levando todos às ruas, como no Recife, Olinda ou Salvador. Em outros lugares, prevalece só o espetáculo, destinado à contemplação, como nos desfiles do Rio de Janeiro. O Carnaval está se transformando num período de descanso – um feriado prolongado, como tantos outros – onde, quando muito, se assiste aos desfiles das escolas de samba pela televisão, numa nítida constatação que estamos perdendo esse pequeno espaço de superação das desigualdades.

Por outro lado, a sociedade se transforma a cada geração, incorporando novos hábitos às tradições que se modificam ao sabor das novidades e da forma como as pessoas se relacionam. Cabe a cada grupo determinar as vantagens de estabelecer comunicação em todos os níveis, respeitando-se os limites do bom senso e da convivência saudável. Efetivamente mudou o Carnaval e talvez nós tenhamos mudado também. Alguma coisa se perdeu e como não foi dado conta, pelo gradativo da alteração, não houve como reaver. Ainda que as tentativas de resgate sejam válidas, importantes. Na década de 70, sem que diminuísse sua força, a marcha carnavalesca, ora fazendo críticas aos políticos e aos costumes, foi deixada de lado pelos grandes meios de comunicação como o rádio e a televisão.

Outro aspecto que o diferencia no presente é o significado exacerbadamente econômico que prevalece no Carnaval. É uma gigantesca engrenagem que se movimenta pelo País inteiro, a estimular negócios e a gerar empregos e renda para não pouca gente, deixando bastante de lado o simples divertimento descompromissado, que se constitui a sua verdadeira essência. E apesar de todas essas circunstâncias, de um jeito ou de outro, que fique um pouco de Carnaval em nossos corações e que aquela infantilidade gostosa de outrora não se perca de vez.

                       

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é adgovado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - REFORMA

 

 

 

 

 

 

 

 

Cinthya Nunes Vieira da Silva.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            A essa altura eu já fico me perguntando quando é que a ideia me surgiu e como foi que, num repente, eu estou em meio a entulho, sujeira, tinta e desespero. O fato é que resolvermos arrumar algumas coisas em casa, mas eram apenas alguns detalhes e tudo se resolveria muito rapidamente, ao menos na minha ilusão.

            Um belo dia alguém me indicou um excelente mestre de obras. O rapaz era um faz-tudo e de confiança. Vi fotos de trabalhos anteriores dele e acabei ficando empolgada. Após o orçamento, ficamos convencidos de que tudo caberia no nosso bolso e no nosso tempo de férias. Apenas não pensamos que não caberia na nossa paciência...

            Combinado o dia para início, o rapaz, de fato muito bom no que faz e de confiança, chegou logo cedo com a equipe e foi coisa de alguns minutos para eu me dar conta de onde tinha me enfiado. Olhei para os lados e comecei a ver meus móveis sendo levantados, coisas tiradas do lugar e muita, muita sujeira se materializando. Mas isso ainda estava longe de ser tudo.

            Para começo de conversa, eu não entendo, de coração, porque pedreiros e pintores precisam começar tão cedo. O relógio mal atingia as sete horas (madrugada para quem dorme depois da uma!) e a campainha já soava. Começamos a nos levantar às seis e meia e, ainda assim, ficamos vários dias sem conseguir chegar aos cômodos antes deles, prejudicando café da manhã e banho. Outra consequência disso foi passar os dias como sonâmbulos, caindo de sono...

            O material necessário para a reforma que, repito, consiste apenas em poucos ajustes espalhados pela casa, já estava devidamente comprado, mas a despeito disso passamos a frequentar o depósito de materiais de construção praticamente duas vezes por dia. Meu cartão de banco, inclusive, passou a ter medo de me ver e eu, medo de ouvir a frase: “Dona Cinthya, precisa comprar...” 

            A sujeira, inevitável quando se estoura parede e se mexe com gesso, no início não me incomodou tanto, mas depois de 6 dias fazendo faxinas homéricas e diárias, minhas costas, minhas mãos e minha paciência ficaram em estado deplorável. E quando achávamos que ia acabar, eu ouvia, no final do dia que, amanhã, sem falta, estaria tudo finalizado. Passei a ter um novo sentimento sobre o título de uma música do Garth Brooks que diz “E se o amanhã nunca chegar?”

            Para além de tudo isso, ainda some-se o fato de que temos dois cães e uma gata. Os cães, dois machos, fazendo xixi por todos os lugares, na tentativa vã de mostrar que ainda mandavam no lugar, coisa difícil enquanto outros cinco homens, quatro dos quais estranhos a eles, andavam por tudo. A gata, coitada, apavorada, tentou todos os esconderijos possíveis, sendo encontrada, depois de muito implorarmos que ela aparecesse, dentro da churrasqueira, em meio à fuligem, dando novo sentido ao termo “churrasquinho de gato”.

            O fato é que hoje, uma semana depois do início de tudo, temos a sensação de termos corrido uma maratona, pulando num pé só e de termos feito uma cara viagem ao purgatório. No meio de tudo isso houve descobertas de consertos necessários e mais alguns retoques estéticos. Hoje eles juraram que acabam, mas entre minha alegria esconde-se um fundo de dúvida desesperada. Estamos satisfeitos com o resultado, mas eu juro que amanhã, se eles aparecerem, vou fingir que não ouvi a campainha e, rebelde, transgressora, vou dormir como se ainda não fosse madrugada...

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

 

           



publicado por Luso-brasileiro às 19:49
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - " EN VIE MALGRÉ ENVIE "

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O dístico em francês do título, usado como lema por uma antiga família nobre da Saxônia, é espirituoso devido ao trocadilho entre a expressão “en vie” (que significa “em vida”) e a palavra homófona, mas não homógrafa, “envie” (inveja). Na tradução para o português perdem-se o trocadilho e a concisão, que dão beleza à formulação original do lema. Em tradução bem livre, ele significa “continuo vivo, apesar dos que me invejam”.

A inveja é uma paixão (ou um sentimento) que desde os mais remotos tempos sempre exerceu grande papel na História humana. Encontram-se traços dela em todas as épocas, na mitologia, na história e na literatura de todos os povos. O que caracteriza a inveja é a tristeza pelo bem alheio que não se possui. O invejoso se atormenta porque outro tem algo que ele queria ter, ou é alguma coisa que ele queria ser; em consequência, ele se esforça para privar o outro daquele bem, ainda que não possa vir a possuí-lo, somente pelo gosto de não ver outro que, a algum título, seja superior a ele.

A inveja se distingue do ciúme e da cobiça: ciúme é o desejo obsessivo de não perder algo que já se possui; cobiça é o desejo de possuir algo não possuído. A inveja, mais do que o desejo do bem alheio, é a tristeza pelo fato de outra pessoa possuir algo que não se tem.

Numa ótica religiosa, a inveja é até mesmo anterior à história humana. Por ser uma paixão de natureza intelectiva, pode ser vivida e praticada por puros espíritos, sem a necessidade de intermediação dos sentidos. Assim, já antes da Criação da Humanidade podia haver inveja entre os espíritos angélicos, e foi por inveja que Lúcifer se revoltou contra Deus.

A inveja do demônio em relação à obra de Deus também esteve na origem do Pecado Original, tal como afirma textualmente o Livro da Sabedoria: “Deus criou o homem imortal, e o fez à sua imagem e semelhança. Mas, por inveja do demônio, entrou no mundo a morte; e experimentam-na os que são do partido dele” (Sab., 2,23-25). O modo como a serpente tentou Eva, de acordo com o Gênesis, foi precisamente despertando nela um sentimento de inveja em relação a Deus, pois lhe assegurou que, caso comesse do fruto proibido, ela e Adão seriam “como deuses” (Gen, 3,5).

Consumado o Pecado Original e exilado o primeiro casal para a terra, desde logo manifestou-se a inveja. Foi um sentimento de inveja que esteve na raiz do primeiro crime de morte, de Caim contra seu irmão Abel (Gen, 4,1-16). E, a partir daí, a inveja sempre exerceu seu papel nefasto ao longo dos tempos, em todas as sociedades humanas.

A inveja também esteve presente no processo diametralmente oposto ao do Pecado Original, ou seja, na Redenção do gênero humano, consumada por Jesus Cristo, o Filho de Deus. Com efeito, a inveja foi o móvel que levou os Príncipes dos Sacerdotes israelitas a acusarem Jesus Cristo diante do tribunal de Pôncio Pilatos, fato que não passou despercebido ao próprio governador romano, que ainda tentou salvar Jesus Cristo propondo sua soltura (como era costume ser feito, por ocasião da solenidade da Páscoa), “porque sabia que o haviam entregado por inveja” (Mt, 27,18).

Para os teólogos, a inveja é um pecado capital, que por si mesmo induz à prática conjunta de outros pecados. São Tomás de Aquino, no século XIII, dedicou uma questão inteira da Suma Teológica (II-IIae, q. 36) ao estudo da inveja, colocando-a entre os vícios ou pecados capitais, como contrária à caridade, ou amor ao próximo. Já antes dele o Papa São Gregório Magno (+ 604) formulara com clareza a doutrina dos sete pecados capitais, que são o orgulho, a avareza, a inveja, a ira, a luxúria, a gula e a preguiça. São pecados particularmente perigosos, não porque sejam sempre mortais, mas porque são cabeças (daí o nome capitais) de outros pecados que costumam atrair consigo, à maneira de séquito. No caso concreto da inveja, costuma ela abrir um cortejo de “filhas” que a acompanham e constituem – ou pelo menos podem constituir – outros tantos pecados.

O cortejo de filhas da inveja é constituído, segundo São Tomás, pela murmuração (popularmente conhecida no Brasil como “fofoca”), pela detração, pela alegria com as desgraças do próximo, pela tristeza com seus sucessos e, por fim, pelo ódio (Suma Teológica, II-IIae, q.36, a.4).

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:46
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - SAUDADE DE DEUS

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


Descia a rampa do estacionamento do supermercado, quando a avistei falando com um transeunte. Confesso-lhes que não é muito fácil para mim, em lugar inclinado, segurar o carrinho e colocar as compras no porta-malas. Não tenho muita força no braço e sou atrapalhada.  É um tal do carrinho ir de lá para cá, de entortar a roda, enroscar... Parece a letra do “Samba do Crioulo Doido”.  Além disso, uma dor muscular me limitava os movimentos. Coisas da idade.
Enxergamo-nos. Aproximou um pouco receosa e me suplicou um auxílio. Deve ser jovem, contudo de aparência consumida por seus desvios que desconheço. Pálida, olhos descorados, respiração ofegante, voz fraca, roupas sem tom definido, pés descalços empoeirados. Solicitei-lhe que me ajudasse a segurar o carrinho. Achou o máximo uma incluída necessitar de um favor. Veio com boa vontade e não somente conteve o carrinho, mas também procurou tirar os pacotes e colocá-los no interior do veículo. Caiu do céu. Repetiu duas ou três vezes para ela mesma: “Imagine alguém me pedir socorro...” Encontrava-se surpresa por ser capaz de contribuir comigo.
Ao final, me disse que estava com muita saudade! Indaguei-lhe de quem e me respondeu: “De Deus”. Acrescentei que Deus estava próximo dela e me questionou como seria possível isso com a vida que levava, com suas distâncias tantas dEle.
Tenho pensado nessa nostalgia dela. Seria saudade do sopro divino na fecundação? Da sobrevivência no útero materno?  Da infância que nem sei se viveu? Do passo anterior a tropeçar nas cinzas dos descaminhos?
Procuro me aprofundar nas causas que levam ao submundo, mas converso menos sobre as lembranças que as pessoas carregam. Talvez a reconstrução se encontre em recuperar o que se distanciou ou o que se perdeu e há chance de se reaver.  
A saudade dela me sensibilizou. Quando tantos apresentam Deus como juiz implacável, como testemunhar a ela que o Senhor da Revelação é misericórdia; é Aquele que busca a ovelha perdida, compreende suas fraquezas e lhe propõe coragem?
Enquanto se afastava me acenando, ficou a certeza de que por mais que queiram tirar Deus dos caminhos da humanidade e insistir que Ele não cabe, porque a sociedade é laica, existe na essência do ser humano o anseio pelo Criador.
Vi-a com a alma de joelhos. Encontrará, por certo, em seu íntimo, o caminho para o paraíso.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   -    Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
 



publicado por Luso-brasileiro às 19:39
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RENATA IACOVINO - LEMBRANÇAS PALPÁVEIS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Papéis, papéis, papéis... fui uma colecionadora ávida de papéis. De tudo quanto é tipo.

Rascunhos, com rabiscos, cartões, cartas, grande, pequeno, amassado, postais, revistas, artigos, jornais, cópias do que me interessasse e eu não podia ter o original, envelopes, livros, livros, livros, cadernos, álbuns, fotografias, programas e ingressos de espetáculos, gibis, certificados, diplomas, encartes de discos, caixas, selos, bilhetes...

Seria possível escrever minha história por meio deles. Organizá-los numa linha do tempo e atiçar a memória com tantas passagens que talvez, se deixar só por conta da cabeça, não seja possível lembrar de forma nítida.

Mas, tais objetos físicos necessitam de espaço. Ao contrário do que vivenciamos hoje, que nossas lembranças, nossa história, boa parte do que possuímos ou somos, nada disto requer espaço... Pelo menos não o espaço palpável, passível de ser olhado.

Voltando à linha do tempo, muitos desses contadores de história não existem mais. Em algum momento, com o coração apertado ou lágrimas nos olhos, eles se foram... rasgados, amassados, queimados, doados. Principalmente quando tivemos que sair da casa para um apartamento. Muito de mim se foi ali.

Curioso imaginar que, embora o apego a essas criaturas mágicas sempre tivesse existido, eu os via como algo assim... sem vida.

Hoje, quando de um lado vejo tudo ser arquivado virtualmente, e do outro os resquícios de uma história contada em papéis de verdade, parece que estes são tão próximos de mim que chegam a criar um laço afetivo. Penso que isso nem seja ruim, dada a falta de afetividade que anda nos cercando.

Claro que guardar bilhetes, rascunhos, declarações, confissões e demais minúcias de uma vida, é típica de quem tem um perfil sentimental, romântico, nostálgico. E creio, também, de alguém que sempre amou as palavras e aquilo que é possível vermos brotar delas.

Adorava abrir uma gaveta aqui, outra ali, e vê-las abarrotadas de papéis, de pequenos objetos... de um enredo maravilhoso!

Depois essas gavetas foram sendo abertas com menos frequência... mais adiante o amarelado começou a pintar as folhas, os jornais. E quanto mais isto acontecia, mais eu sentia que valor ali havia.

O que guardamos hoje em dia, guardamos sem tocar. Porém, o que vale é a memória que conseguimos manter disso que temos.

 

 

RENATA IACOVINO, escritora e cantora / reiacovino.blog.uol.com.br /http://reval.nafoto.net / reiacovino@uol.com.br

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:38
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JOSÉ RENATO NALINI - DISCURSO DE POSSE NA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Deste tempo múltiplo, o que nascerá?1

Muito há de nascer, pois o solo é fértil e muitos semeadores têm trabalhado nele.

A educação representa a chave para a resolução de todos os problemas brasileiros. De todos, sem exceção.

Povo educado edifica a Nação, complexo de imanências e transcendências que reclama protagonismo. A exuberância de direitos da República obscureceu o capítulo dos deveres, das obrigações e da responsabilidade.

O poder constituinte, o único que tudo pode em nome do povo, do qual emana a integralidade do poder e da soberania, declarou a educação direito de todos2. Processo contínuo, sem termo definitivo. Até o último dia de existência temos o que aprender. É um repto a todos nós: somos, a um tempo, educadores e aprendizes. Ao aprender, ensinamos. Ao ensinar, aprendemos.

Mas esse direito de todos é dever do Estado e da família. Dever solidário. Não é o governo o único responsável pela missão educativa. A educação será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade3. Todos somos responsáveis pela educação no Brasil.

O Poder Público faz sua parte. Mantém uma estrutura gigantesca, dispõe do trabalho heroico de professores e pessoal que compõe a imensa administração dessa máquina de cidadania. Porém é imprescindível se intensifique a participação da família e da sociedade.

A conclamação de todos para o aperfeiçoamento do sistema é fundamental para que São Paulo possa oferecer resultados ainda melhores do que os já obtidos, mercê do empenho de tantos.

O Plano Estadual de Educação é bem elaborado e ambicioso. Oferece diretrizes suficientes para que a vontade do povo, traduzida no pacto federativo, tenha integral atendimento. O pleno desenvolvimento da pessoa contempla o compromisso de se investir em suas competências, habilidades, aptidões. A criatividade é um valor que requer urgente reconhecimento na escola pública e as avaliações tradicionais, como o Pisa, já se submetem a redesenho para aferir habilidades não cognitivas. A juventude é ávida e sequiosa de participar ativamente desse processo.

O Governo GERALDO ALCKMIN, pioneiro no e-governo, com performance ótima em tantos setores, dispõe de todas as condições para propiciar ao alunado já com expertise e vivência nas comunidades virtuais, o acesso às tecnologias que em todo o mundo ensinam a partilha. Auxiliam primeiro a comunidade mais próxima. Em seguida, são multiplicadoras que inspiram sua geração a transformar o mundo.

Garantir o acesso à informação e seu debate, favorecer o exercício da democracia interna, respeitar o sonho da juventude é prepará-lo ao adequado exercício da cidadania4.

O Brasil precisa de profissionais bem formados e aptos ao desempenho de novas modalidades laborais e a escola pública é o espaço predestinado a qualificar o jovem para o trabalho5. Trabalho que, além da essencial dignidade, satisfaça as aspirações de uma geração que não nasceu para a burocracia, para as tarefas repetitivas e desprovidas de sedução.

A Constituição oferece amplas perspectivas para a missão apaixonante de educar. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo tem uma trajetória eloquente de protagonismo reconhecido em todo o Brasil. Tradição que será respeitada e preservada. Com incremento do diálogo. Servidor da Justiça, já introjetei em meu íntimo a observância do contraditório. Ouvirei a todos, com a humildade que é filha da verdade.

Agradeço o trabalho de quantos por ali passaram, a começar pelo Secretário Herman Voorwald, a Secretária interina Professora Cleyde Bauab Eid Buchichyo e sua valorosa equipe. Sou reconhecido a quantos ali continuam e continuarão, conclamando-os a perseverarem na missão.

Como cidadão que reverencia o educador acima de todas as demais ocupações, agradeço ao Governador GERALDO ALCKMIN a oportunidade que me concede para continuar a oferecer ao meu Estado e à minha gente a minha disposição, o meu tempo integral, a minha devoção à causa pública e a certeza de que São Paulo persistirá na vocação bandeirante de realizar o melhor, mercê da força de seu povo. Preciso de todos. A educação clama pelo interesse legítimo de todos. Ninguém está excluído de colaborar. É um direito cidadão, mas é muito mais um dever cívico, patriótico e mesmo heroico.

Deste tempo múltiplo, complexo e desafiador, boas coisas continuarão a nascer. Para isso contamos, acima de tudo, com a presença do Criador. “Onde Deus mora? Mora onde o fazemos entrar6. Anima-me a certeza de que ele encontrou morada no coração de todos nós. Que continue a nos iluminar e a nos conduzir a todos.

 

 

1 Orides Fontela, 1940-1998, poeta paulista.

2 Artigo 205, caput, da Constituição da República.

3 Idem, ibidem.

4 Segundo objetivo da educação brasileira, de acordo com o artigo 205 da CF.

5 Terceiro objetivo da educação brasileira, de acordo com o artigo 205 da CF.

6 Martin Buber, 1878-1965, filósofo israelense.

 

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI   -   Secretário da Educação do Estado de São Paulo.

 

 

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:29
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FELIPE AQUINO - AS EXIGÊNCIAS DO PAI-NOSSO



 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 


Crer que Deus é nosso Pai tem consequências enormes para toda a nossa vida, e exige de nós algumas atitudes!

 

Sabemos que esta é a “Oração perfeita”, pois saiu do coração de Jesus quando um dos discípulos pediu-lhe que os ensinassem a rezar (Lc 11,1). São sete pedidos perfeitos ao Pai. Saudamos a Deus como Pai – uma ousadia de amor – e lhe fazemos três pedidos para a Sua Glória e realização de Sua santa vontade, e mais quatro pedidos para nossas necessidades.

O Pai-Nosso é o resumo de todo o Evangelho, como disse Santo Agostinho, “Percorrei todas as orações que se encontram nas Escrituras, e eu não creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na Oração do Senhor”.

No Sermão da Montanha e no Pai-Nosso a Igreja ensina que o Espírito Santo dá forma nova aos nossos desejos, o que anima a nossa vida. De um lado Jesus nos ensina uma “vida nova”, por palavras, e por outro lado nos ensina a pedi-la ao Pai na oração, para a podermos viver.

É a oração dos filhos de Deus, que deve ser rezada com o coração, na intimidade com o Pai, para que se torne em nós “espírito e vida”. Isto é possível porque o Pai enviou aos nossos corações o Espírito do Seu Filho que clama em nós Abba, Pai. (Gal 4,6), e nos fez seus filhos adotivos em Jesus Cristo.

De pecadores que somos, mas perdoados em Cristo, podemos levantar os olhos para o Pai e dizer “Pai-Nosso”.

Leia também: Meditando o Pai Nosso

Por que na missa não se diz “amém” no final do Pai-Nosso?

A Oração do Senhor: Pai Nosso

“Pai-Nosso”: Deus é nosso Pai!

 

 

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Crer que Deus é nosso Pai tem consequências enormes para toda a nossa vida, e exige de nós algumas atitudes:

 

1 – Conhecer a majestade e a grandeza de Deus. “Deus é grande demais para que o possamos conhecer”(Jó 36,26). Santa Joana D`Arc disse, “Deus deve ser o primeiro a ser servido”.

2 – Viver em ação de graças. Tudo o que somos e possuímos vem Dele. “Que é que possuis que não tenhas recebido?”(1Cor 4,7). “Como retribuirei ao Senhor todo o bem que Ele me fez?”(Sl 116,12).

3 – Confiar em Deus em qualquer circunstância, mesmo na adversidade. “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e tudo o mais vos será dado por acréscimo”(Mt 6,33).

4 – Conversão continua e vida nova. Desejo e vontade de assemelhar-se a Ele, pois fomos criados a sua semelhança.

5 – Se comportar como filho e não como mercenário que age por interesse ou escravo que obedece por temor.

6 – Contemplar sem cessar a beleza do Pai e deixá-la impregnar a alma.

7 – Cultivar um coração de criança, humilde e confiante no Pai, pois é aos pequeninos que Ele se revela.

8 – Conversar com Deus como seu próprio Pai, familiarmente, com ternura e piedade.

9 – Ter a esperança de alcançar o que lhe pede na oração. Como Ele pode nos recusar alguma coisa se nos aceitou adotar como filhos.

Assista também: Como surgiu o Pai-Nosso?

10 – Conhecer a unidade e a verdadeira dignidade de todos os homens, todos criados a imagem e semelhança de Deus (Gen 1,27).

11 – Desapegar-se das coisas que nos desviam Dele. “Meu Senhor e meu Deus, tirai de mim tudo o que me afasta de vós. Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo que me aproxima de vós. Meu Senhor e meu Deus, desprendei-me de mim mesmo para doar-me inteiramente a vós.” (S. Nicolau de Flue).

O Pai nos ama tanto que não nos quer perder de forma alguma para os deuses falsos que querem lhe roubar a glória e o nosso coração. Por isso o Pai nos corrige com “correção paterna”(cf. Hb 12,4s). Nem sempre entendemos os seus mistérios, mas Ele sabe o que precisamos e conduz a nossa vida com amor.

Santa Catarina de Sena, doutora da Igreja disse, `Tudo procede do amor, tudo está ordenado a salvação do homem, Deus não faz nada que não seja para esta finalidade”.

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:45
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PAULO R. LABEGALINI - OUTRA LINDA HISTÓRIA DE FÉ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há mais de doze séculos, aconteceu um grande e prodigioso milagre na Igreja Católica. Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano – antigamente Anciano –, os monges de São Basílio viviam no Mosteiro de São Legoziano e, entre eles, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante e sempre era perseguido pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse realmente o verdadeiro Corpo de Cristo e, o vinho, o Seu verdadeiro Sangue.

Mas a graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse doloroso espinho saísse do seu coração. Foi quando, certa manhã – celebrando a Santa Missa atormentado pela sua dúvida –, após proferir as palavras da consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne e o vinho em Sangue.

Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo algum tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural; até que, em meio a transbordante alegria e com o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:

“Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!”

A estas palavras, os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. A Carne apresentava uma coloração ligeiramente escura – tornando-se rósea se iluminada do lado oposto – e tinha uma aparência fibrosa. O Sangue era de cor ferrosa – entre o amarelo e o ocre –, coagulado em cinco fragmentos, de forma e tamanhos diferentes. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o monge num novo Tomé.

Em novembro de 1970, os Frades Menores Conventuais decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos – de renome profissional e idoneidade moral – a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli – Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e Livre Docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica – para, assessorado pelo Prof. Bertelli – Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena –, proceder aos exames.

Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o resultado das análises, nos seguintes termos:

1. A Carne é verdadeira carne;

2. O Sangue é verdadeiro sangue;

3. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago), totalmente homogênea e não apresenta lesões – como apresentaria se fosse cortada com uma lâmina;

4. A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sanguíneo (AB) e pertencem à espécie humana;

5. É o mesmo tipo de Sangue encontrado no Santo Sudário de Turim;

6. Trata-se de Carne e Sangue de uma pessoa viva, vivendo atualmente, pois que esse Sangue é o mesmo que tivesse sido retirado, naquele mesmo dia, de um ser vivo;

7. No Sangue foram encontrados, além de proteínas normais, os seguintes minerais: cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio;

8. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário!

Se já não bastasse tanto mistério – que só a fé explica! –, há um outro dado desconcertante: pesando-se os cinco fragmentos de Sangue coagulado, cada um deles teve o mesmo peso dos cinco juntos! E, antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos frades um telegrama nos seguintes termos: “E o Verbo se fez Carne!”

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:37
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A INFELIZ DECLARAÇÃO DE LULA DA SILVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há a tendência de muitos, declararem que não conseguiram realizar obra, que se veja, porque o anterior – no cargo, – era incompetente.

Deste jeito, a culpa nunca é deles…

Assim, o responsável, de nós, os portugueses, continuarmos “ atrasados”, em relação à Europa, foi, durante décadas: Salazar. Por sua vez, este, lamentava o estado deplorável em que os republicanos deixaram a nação….

Também os republicanos desculpavam a incompetência de seus governantes, responsabilizando os últimos anos da monarquia.

E assim foi sempre, através dos tempos, até chegarmos ao Fundador, D. Afonso Henriques, que teve a “infeliz” ideia de nos separar de Espanha…

Não sei se noutras nações, a culpa, de todos os males, é sempre do antecessor, em Portugal: é, foi e será…

Ao abrir o jornal “Tribuna Pacence” (24/12/15), deparei com o excelente artigo de António Tété Pereira, dizendo que Lula da Silva, ao visitar aos nossos vizinhos espanhóis, declarou: que o atraso cultural do povo brasileiro, deve-se aos portugueses. Acusando Portugal de só em 1922, ter sido criada a primeira Universidade, no Brasil.

Ora, como todos sabem, a independência foi em 1822. Os Imperadores do Brasil foram pessoas evoluídas. D. Pedro II era senhor de vasta cultura. Relacionado com iminentes figuras internacionais, na Literatura e na Arte; e a corte brasileira primava por ser das mais cultas da época.

Depois, veio a Republica, e teve figuras, igualmente, destacadas da cultura brasileira.

Durante esses cem anos – desde a independência, até à formação da primeira Universidade, não houve político competente para criar Escola Superior?!

Certamente que sim. Apenas pensaram, digo eu, que a cultura, a instrução, iria orientar o povo para problemas, que não interessavam a certas elites…

A infeliz declaração de Lula da Silva – que se orgulha de ser descendente de portugueses, – já era do meu conhecimento. Não que a ouvisse na TV ou a lesse na imprensa diária, mas amigos, a comentaram, lastimando que político, que goza de alguma simpatia no nosso país, fosse capaz ir a Espanha, acusar Portugal da ignorância dos brasileiros! …

Se o Brasil é uma grande nação; uma potência mundial, deve aos portugueses e à monarquia brasileira, que tudo fizeram para que os Estados que formam a Federação, não se desagregassem, como aconteceu nos países de língua espanhola.

Mas Lula, certamente, não conhece, devidamente, a História do seu País…ou não se lembrou.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 18:29
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EUCLIDES CAVACO - UMA FLOR E UM SORRISO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um poema feito fado que caracteriza a magia poética que existe entre uma flor e um sorriso, transparente nestes singelos versos, interpretado pelo nosso prezado amigo João Balças. Ouça e veja este tema  aqui neste link:
 
 

http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/UmaFlor_UmSorriso/index.htm
 
 


Desejos duma perfumada e sorridente semana.
 
 
 
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
 
 
 
 
***
 
 
 
 
PINHO DA SILVA   -   MINHA VIDA COM
TERESINHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Um dia, no terraço...

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(Continua para a próxima semana)

 

 

 

PINHO DA SILVA - (1915 – 1987). Nasceu a 12 de Janeiro, em Vila Nova de Gaia, (Portugal). Frequentou a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia (autor da celebre estatueta de Eça de Queiroz).Vila-florense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal. Redator do “Jornal do Turismo”. Membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Foi Secretário-geral da ACAPPublicou " Minha Vida Com Teresinha", livro autobiográfico.

 

 

***

 

 

Congresso Internacional do Espírito Santo: génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal

 

http://www.congressoespiritosanto.net

 

 

Coimbra | Lisboa | Alenquer

Junho e Setembro 2016

 

 

Prestigiados Centros de Investigação da Universidade Aberta (CIDH), da Universidade de Coimbra (CECH e CHSC), da Universidade de Lisboa (CLEPUL) e a Reitoria do ISCTE associaram-se à Câmara Municipal de Alenquer e à Confraria da Rainha Santa Isabel para a promoção do Congresso Internacional do Espírito Santo: génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal

Este evento científico, sob o largo tema do Espírito Santo e a sua fecundação de utopias de concórdia, fraternidade, paz e justiça sobre a terra, propõe-se também assinalar a passagem de cinco importantes datas centenariais que se interligam na esperança ativa da construção de um mundo unido e melhor: 800 Anos da Fundação da Ordem Franciscana em Portugal; 500 Anos da Beatificação da Rainha Santa Isabel; 500 Anos do Primeiro Compromisso Impresso das Misericórdias; 500 Anos da publicação da Utopia de Tomás Moro e 300 Anos da criação do Patriarcado de Lisboa.    

 

Encontra-se aberto o período de apresentação de propostas para participação nas sessões científicas do congresso com comunicação académica.

 

  

PAINÉIS TEMÁTICOS

 

Pneumatologia e Teologias da História

 

Joaquim de Flora, a Doutrina das Três Idades e Joaquimismo

 

Metamorfoses da utopia da Terceira Idade da História

 

Posteridade espiritual e filosófica de Joaquim de Flora

 

Teologia do Espírito na Reforma Protestante e na Contra-Reforma Católica

 

A Rainha Santa Isabel: Santos enquanto espelho do Amor de Deus

 

A Rainha Santa Isabel: Santidade e Cristianismo

 

As devoções da Rainha Santa Isabel: as tradições e instituições do Espírito Santo

 

As devoções da Rainha Santa Isabel: a devoção à Imaculada Conceição de Maria

 

A Rainha Santa enquanto agente cultural

 

A Rainha Santa na Arte

 

A Rainha Santa na Literatura

 

A Rainha Santa Isabel: Culto e memória dos santos

 

A Rainha Santa Isabel: Cristianismo e intervenção social

 

A Rainha Santa Isabel: Religião e política

 

A Rainha Santa Isabel e a tradição franciscana

 

Cultura e Humanismo no séc. XVI

 

Cristianismo e Culturas no séc. XVI

 

A proliferação das confrarias do Espírito Santo e seu significado

 

Génese medieval das confrarias e das Festas do Espírito Santo

 

Fundação e ação dos Franciscanos na promoção do Joaquimismo

 

Franciscanos na criação de tradições e instituições paracletianas

 

Evolução e expressões modernas das Festas Paracletianas

 

Diáspora Portuguesa e Festa do Espírito Santo

 

Filosofia Portuguesa, a tradição joaquimita e o Espírito Santo

 

O Espírito Santo e a utopia do Quinto Império

 

Expansão Portuguesa e globalização das tradições do Espírito Paráclito e da devoção à Rainha Santa

 

A criação das Misericórdias e as experiências confraternais dedicadas ao Espírito Santo

 

Misericórdias e a institucionalização da utopia da Fraternidade Universal

 

Consciência de crise e a afirmação moderna do pensamento utópico

 

A fortuna da ideia e do conceito de utopia na Época Moderna

 

A Utopia de São Tomás Moro e a sua recriação

 

O pensamento utópico em Portugal: influências e originalidades

 

A fundação do Patriarcado de Lisboa e o lugar da capital portuguesa no quadro do pensamento utópico

 

O Espírito Santo, a utopia da Fraternidade Universal e a História das Ideias de Portugal

 

Atualidade do pensamento utópico e traduções contemporâneas da utopia da Fraternidade Universal

 

Espírito Santo: Arte e Utopia

 

 

Valores das inscrições com comunicação:

Até 31 de dezembro de 2015: €190

Até 31 de março de 2016: €250

Até 31 de maio de 2016: €300

 

*** Apenas serão admitidas à avaliação as propostas de comunicações com as respetivas inscrições efetivamente pagas.

 

Nota: Serão selecionadas as 4 melhores propostas de comunicação de jovens investigadores (até 29 anos) para serem distinguidas com certificado de prémio. Os premiados serão reembolsados do pagamento da inscrição com comunicação e com a oferta de um livro especial.

 

Para formalizar a apresentação de proposta de comunicação enviar para o e-mail do Secretariado Executivo (congresso.espiritosanto.2016@gmail.com): resumo da comunicação (máx. 2500 caracteres sem espaços), cinco palavras-chaves e resenha biográfica (máx. 15 linhas)

 

Mais informações e inscrições:

http://www.congressoespiritosanto.net

congresso.espiritosanto.2016@gmail.com

966 754 980

 

 

***



publicado por Luso-brasileiro às 18:06
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Segunda-feira, 25 de Janeiro de 2016
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - DECEPÇÕES LITERÁRIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Participei, semanas atrás, de um fórum muito interessante, composto por profissionais e/ou amadores de Letras. Foi uma troca de informações deveras útil, pois pessoas das mais variadas procedências e orientações, irmanadas pelo comum interesse por Literatura e edição de livros, puderam trocar figurinhas à vontade, num clima de respeito e colaboração gerais.

A certa altura dos debates, foi proposto aos presentes que dessem seus depoimentos sobre “um romance de subliteratura” que já tivessem lido.

Senti de início alguma dificuldade para emitir minha opinião, porque, em princípio, quando pego em mãos um livro classificável como subliteratura não perco tempo lendo. Abandono-o logo. Mas lembrei depois que, há cerca de dez anos, fui a Itu, para ser padrinho de casamento de um primo viúvo que se recasava. No hotel em que a família inteira ficou hospedada, minha irmã me passou um romance recém-publicado, escrito por uma pessoa que, unicamente pelos seus méritos artísticos e televisivos, se tinha transformado em campeão de vendas de um romance. Ao me passar, minha irmã comentou que ficara decepcionada, que melhor seria o tal artista nunca se ter aventurado a escrever. Levei o livro para o apartamento e, antes de dormir, fui até à página 50. Deixei-o enfastiado, sem vontade de prosseguir. Medíocre, cheio de lugares comuns, querendo chocar os leitores e, pelo choque, atraí-los. Poderia até passar para um iniciante imaturo nas letras, não porém para uma pessoa já idosa, com nome já merecidamente consagrado como artista. Justamente por respeitar esse nome, prefiro não o citar pessoalmente.

Há pessoas, e até verdadeiras personalidades, que nunca deveriam publicar livros. E há, também, grandes escritores que, de vez em quando, em horas menos felizes, produzem banalidades. Nem todo bom escritor mantém, sempre, o mesmo nível de suas produções. Algumas obras, melhor seria que jamais vissem a luz do dia.

Lembrei também, no fórum, minha decepção ao ler "Viagem à Inglaterra e à Escócia", do grande Júlio Verne. Esse autor fascinou minha distante adolescência, com suas geniais produções. Sou, por outro lado, igualmente fascinado pela Escócia, em especial pelas Highlands, pelos jacobitas, pelos clãs seculares, pela cultura céltica em geral, e pela escocesa em particular. Os romances históricos, ou de fundo histórico, de Walter Scott e de Robert Louis Stevenson, aclimatados na velha Escócia, nunca me canso de os reler. Quando soube da existência de um livro de Júlio Verne sobre a Escócia, encontrado recentemente e dado à luz quase 100 anos depois da morte de seu autor, quis logo lê-lo, esperando encontrar maravilhas. Foi uma decepção. Mero relato de viagem, sem maior interesse, sem conteúdo, sem descrições psicológicas de personagens, sem análise profunda de ambientes, sem nada que prestasse... pelo menos no meu juízo.

Fui ler, então, outro romance do mesmo Verne, também aclimatado na Escócia, intitulado “O raio verde”. Nova decepção...

Ressalvo que gosto é algo muito pessoal, muito subjetivo. Admito perfeitamente, portanto, que algum colega visse valores nos livros que classifiquei como subliteratura. Com maior dificuldade admitiria que considerassem subliteratura Eça, Machado ou Guimarães Rosa...

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 10:59
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - EXERCITAR A VERDADEIRA CIDADANIA ATRAVÉS DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         Diz o ditado popular que “quando uma estrutura está rachada, todo o prédio pode ruir”. Parece que este preceito retrata com fidelidade a atual situação de nosso país: a corrupção corre solta, atingindo elevados níveis e minando quase todos os segmentos sociais. E o que é pior: os que têm a força e o poder nas mãos, acabam se acomodando em seus interesses pessoais e impedem quaisquer avanços em favor de uma sociedade mais igualitária e participativa.

         As pessoas estão descompromissadas com os valores cristãos, humanos e familiares, sem os quais não se operam as necessárias transformações sociais. A política, que deveria se revelar numa realidade extremamente dinâmica, estacionou-se quase que em barganhas, nos conchavos entre compadres, nos favorecimentos espúrios, na troca de dívidas amorais e em outros aspectos, caracterizados pela baixeza e total falta de ética. Os reclamos coletivos só são atendidos se renderem dividendos políticos, o que frustra necessárias ações de longo prazo, todas de infra-estrutura capazes de alterar a estagnação nos campos da saúde e educação.

Para o Direito, a vida do ser humano deve estar acima de tudo. Mas inúmeras situações demonstram que o egoísmo prevalece e a insensibilidade faz parte do cotidiano de muitas pessoas, relegando a humanização da convivência a um segundo plano. A violência parece um problema insolúvel, já que não se ataca o mal pela raiz e a impunidade reina triunfante nas brechas jurídicas.

Por isso, precisamos acompanhar de perto os trabalhos de nossos parlamentares e governantes, pressionando-os mediante manifestações e apoiando-os em seus avanços. A participação possibilita atentarmos aos achegos do jogo político, evitando abusos e fiscalizando o que é feito com as coisas públicas. Mais do que nunca, temos que batalhar por uma sociedade justa e fraterna, ainda que tal tarefa seja constantemente dificultada por inúmeras circunstâncias. No entanto, é preferível pecar pela ação, que pela omissão.

Além do mais, temos que ter consciência do exercício da cidadania, que consiste na prerrogativa que se concede a brasileiros, mediante preenchimento de certos requisitos legais, de poderem exercer direitos políticos e cumprirem deveres cívicos. “Cidadania, palavra que se deriva de cidade, não indica somente a qualidade daquele  que habita a cidade, mas, mostrando a efetividade dessa residência, o direito político que lhe é conferido, para que possa participar da vida política do país em que reside. É expressão, assim, que identifica a qualidade da pessoa que, estando na posse de plena capacidade civil, também se encontra investida no uso e gozo de seus direitos políticos, que indicam, pois, o gozo dessa cidadania.” (De Plácido e Silva, “Vocabulário Jurídico”, Ed. Forense, 1991)

A tríplice geração dos direitos humanos, graças fundamentalmente à histórica participação da sociedade organizada no processo constituinte, está fortalecida na  Constituição, sendo que os conceitos de dignidade, da pessoa e da autodeterminação dos grupos sociais,  substituíram a anterior concepção de Estado forte, centralizado e repressivo, inspirado na visão militar, fundamentada na Doutrina de Segurança Nacional. No entanto, a busca da plena cidadania requer comportamentos pessoais radicalmente opostos aos de uma cultura submissa, que infelizmente nos acompanha em toda a nossa história.

E nessa trilha, temos que privilegiar as associações que aumentam a capacidade de pressão e reduzem, ao mesmo tempo, os riscos inerentes à luta pelos direitos. “Cidadão é o homem da cidade, e a cidade é a rua, a praça, e isso envolve a comunicação com aqueles que não fazem parte do círculo restrito da família e da vizinhança. Quem fica só dentro de casa, pensa só na família, no seu trabalho, no seu patrimônio, no grupinho de amigos, não exercita a sua cidadania. Em termos religiosos, não exercita plenamente a caridade. Porque o próximo, como Jesus Cristo deixou bem claro, não é apenas aquele que a gente vê” (Plínio de Arruda Sampaio - revista “Família Cristã” – 10/92- p. 42).

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiens de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

                       



publicado por Luso-brasileiro às 10:49
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PELO OLHAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Estivemos, neste mês, no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Gostamos de estar lá, agradecendo e pedindo a bênção à Mãe de Jesus.
Na basílica e em seu entorno, há muitos sinais além da construção e de seus ícones, dentre eles o de um povo, muitas vezes judiado, que se deixa guiar pela fé e entende de Eternidade. Observei a leveza e o sorriso de pessoas com limites físicos e mentais e de idosos, sem pressa, em alerta e à espera, como Simeão e Ana, conforme narra São Lucas (2, 25-38), da consolação, da salvação, da luz que cura a descrença no hoje e no amanhã.
Na visita deste ano, me parece que as pessoas, especialmente as com necessidades especiais, que lá se encontravam, tocaram-me mais forte e se fizeram claridade no coração.
No banco da frente, uma moça de trajes simples, na faixa de trinta anos. Via-se, através da blusa, nas costas, a tatuagem: “Meu anjo, minha vida” e o nome do filho que a acompanhava. Menino de 11 ou 12 anos, com algum problema sério de saúde, cabelos ralos, um terço azul no pescoço. Sentados e atentos o tempo inteiro. Ele com a cabeça no ombro dela e ela, de pouco em pouco, encostava a cabeça na dele. Era um amor tão grande! Amor que sara dificuldades e investe em esperança. Amor que não se detém nas perspectivas humanas, mas decifra acenos do Alto. Senti-me minúscula diante da grandeza daquela mulher com quem não tive oportunidade de conversar, de quem não sei o nome e muito menos de onde veio. A serenidade e a silhueta dela que protegiam o filho falavam muito mais forte do que qualquer explicação e revelavam que estava ali em perfeita sintonia com a Senhora Aparecida, do “sim” que nos trouxe o Bom Pastor, que protege e dá sentido a todos os acontecimentos.
Enquanto a contemplava, também mexia comigo o cântico do ato penitencial: “Quantas Vezes” (J. Thomaz Filho – Ir. Miria T. Kolling): “Quantas vezes olhei com desdém as sementes, dezenas, centenas. Quão inútil parece Teu reino, se descuido das coisas pequenas. (...) Quantas vezes passei por aqui, sem notar o tesouro que havia. Quão distante parece Teu reino, se descanso esperando meu dia. Senhor, Senhor, por nossa voz, tende piedade, olhai por nós”.
Trouxe em minhas entranhas, a partir da mãe com seu filho enfermo, o olhar da Senhora Aparecida para os peregrinos que compreendem a linguagem do Céu.

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   -    Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:42
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