PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 29 de Fevereiro de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - ORAR É SE COLOCAR EM HARMONIA CONSTANTE COM DEUS !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Dia Mundial da Oração é comemorado em mais de cento e setenta países na primeira sexta-feira do mês de março, ou seja, no próximo dia 06. Esse movimento foi iniciado por mulheres em 1887 e, desde então, congrega pessoas de diferentes raças, culturas e tradições religiosas, para orarem em conjunto e compartilharem esperanças e temores, alegrias e tristezas. Com efeito, constitui-se num evento de grande relevância já que visa difundir uma das principais e mais importantes condutas ou até hábitos praticados pelos seres humanos.

Realmente a oração se revela num ato interior do indivíduo, com a qual conversa com Deus para pedir graças; solicitar proteção, saúde, melhores condições de vida, emprego, cura interior, paz e segurança para si, familiares e amigos; declarar seus temores, anseios e necessidades diárias; e muitas vezes, para se redimir, desculpando-se por suas atitudes egoístas, invejosas e outras contrárias aos princípios e valores espirituais. Busca-se uma força que se pode dizer divina, para obter o que almejamos principalmente certa tranquilidade de consciência perante o momento da morte e também mais harmonia, amizade e respeito, tão difíceis na atualidade.

Nessa trilha, o consagrado escritor brasileiro Rubem Alves, com brilhantismo, expressou-se: "Orações e poemas são a mesma coisa: palavras que pronunciamos a partir do silêncio, pedindo que o silêncio nos fale." Por isso concordamos expressamente com o filósofo Platão, que dizia “o homem pode fazer de melhor para a sua felicidade é pôr-se em harmonia constante com Deus por meio de súplicas e orações”.

Pode-se dizer ainda que a oração é um instrumento de gratidão ao Criador, agradecendo-Lhe por tudo que nos oferece como o ar que respiramos; a natureza que continuamente floresce; as realizações que temos em nossas vidas; os alimentos que ingerimos; os trabalhos que executamos e as dádivas e coisas, simples ou importantes que alcançamos, ou seja, louvamos o Senhor demonstrando nossa fé,  sem discriminação de religião, crença ou seita. Há os que fazem grupos, vigílias e encontros  para proferirem e cantarem palavras de reverência e de adoração ao Redentor, que  é onipotente e onipresente e através dessas invocações, atingem uma necessária serenidade mística.

Desta forma, inspirados pela data comemorativa de sexta-feira,   procuremos nos silenciar por alguns instantes e façamos uma oração, cientes de que “dez minutos orando são melhores do que um ano murmurando” como asseverou Charles Haddon Spurgeon, inspirando-nos também em Santa Terezinha, para quem “a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto do meio do sofrimento como do meio da alegria. Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus".

 

A corrupção não deve ser parte de nossa cultura

 

“A corrupção é o mal que exaure a dignidade e a cidadania dos povos, drena a riqueza das nações e desvia recursos que proporcionariam o bem-estar e o processo de todos para o bolso e privilégio de alguns poucos” (Paulo Adib). O nosso país é um dos mais tolerantes do mundo com práticas desta natureza, que são constantes e infelizmente, perdem-se no espaço e no tempo da impunidade e morosidade da Justiça brasileira, sem contar que muitas vezes são maquiadas e manipuladas pelos interesses de muitos poderosos.

Stuart Gilman, com raro brilhantismo, assim se expressou: “o mais nocivo custo da corrupção é humano. A corrupção corrói o elo da sociedade, degrada instituições públicas e enfraquece o ambiente de investimentos. E o impacto maior recai sobre a população mais vulnerável. Este é o culto real: crianças sem educação, doentes sem acesso a serviço de saúde, pequenos negócios que não conseguem sobreviver”.

Eliminar a corrupção por completo não será possível, mas devemos controlá-la e preveni-la. A população precisa combatê-la, denunciá-la e principalmente, não aceitá-la como se fosse uma espécie de característica de nossa cultura. A sua estagnação se inicia com a conscientização de impedi-la, cobrando punição coerente dos órgãos responsáveis aos infratores e evitando políticos já condenados por esses delitos.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é  advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).

 

 



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A INVEJA, NA LITERATURA MEDIEVAL E RENASCENTISTA

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta série de artigos sobre a inveja, expusemos, em primeiro lugar, no que consiste esse vício capital e o papel que ele representou na História; em seguida, vimos dois exemplos de representação artística da inveja, um do medieval Giotto, outro do renascentista Bosch; agora, concluindo a série, gostaria de aduzir dois exemplos de representações literárias da inveja, uma delas do período medieval, a outra já dos albores do Renascimento.

O poeta francês Guilherme de Lorris (c. 1200-1230), ao descrever os vícios humanos expulsos do Jardim do Amor no “Romance da Rosa” (c. 1225), refere-se à inveja e alude à representação que, desse vício capital, costumavam fazer os artistas, com o característico olhar enviesado:

“A Inveja nunca deixa de falar mal dos outros: se conhecesse o mais nobre de todos que existe desse lado do mar ou do outro, ela tentaria ofendê-lo; e se fosse um homem tão íntegro que ela não conseguisse fazê-lo cair de seu mérito, nem derrubá-lo, ao menos lhe agradaria diminuir seu valor e sua honra, falando dele o menos possível. Na pintura vi que a Inveja tinha um olhar mau, pois não olhava de frente, somente de soslaio, dissimulando; esse era um mau costume seu, não contemplar nada abertamente, pelo contrário, só fechava um olho com desprezo, desdenhando e ardendo de raiva ao ver alguém nobre, formoso ou gentil, querido e estimado por todos” (“Primeira parte” de O Romance da Rosa, trad.: Sonia Regina Peixoto, Eliane Ventorim e Ricardo da Costa).

Na novela de cavalaria “Curial e Guelfa”, obra-prima da literatura catalã da segunda metade do século XV, de autor anônimo, a inveja é também representada antropomorficamente, de modo repelente:

“...uma velha muito alta e esquelética, barbuda, com longos fios de cabelo nas sobrancelhas, os olhos forrados por uma espécie de entretela, ambos de cor vermelha, lacrimosos e com remelas, toda enrugada e pálida, tão seca e magra que seu pescoço parecia o de um violão, sem carne alguma entre a pele e os ossos; usava uma roupa de lã negra e fosca, grossa, muito velha e desbotada, rasgada e muito despedaçada; descalça, com os pés cheios de bolhas e em algumas ranhuras vertia um sangue purulento... Tremia-lhe a cabeça, o queixo e as mãos, e sua boca não tinha dentes nem molares; escorria-lhe a saliva da boca, e água do nariz; suas orelhas pareciam pêssegos secos ou passas, e seus dedos e juntas eram como sarmento de dois ou três anos podados da cepa; a pele de seu corpo aos pedaços caía, e não lhe parecia senão cepa ou parreira que cai com o corte; e finalmente, nem a macacas velhas e com sarnas nem a qualquer outra coisa, por mais vil e desprezível que fosse, ela podia ser comparada” (ANÔNIMO do século XV. Curial e Guelfa. Primeira tradução para o português e notas: Ricardo da Costa. Revisão: Armando Alexandre dos Santos. Santa Barbara, California: EHumanista, 2011).

Como veem os leitores, não poderia ser mais repugnante – e, poderíamos acrescentar, mais correspondente à realidade - a forma como a inveja é representada nesses textos. Por que, então, ela é tão frequente entre nós?  

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

                           



publicado por Luso-brasileiro às 10:58
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - NAS ENTRELINHAS DO METRÔ

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Desde que me mudei para São Paulo passei a ser uma usuária frequente do metrô. Semanalmente eu me utilizo desse meio de transporte ao menos umas quatro vezes. É o meu meio de transporte coletivo preferido. Ainda que deixe a desejar em alguns aspectos, tenho sorte de não precisar dele nos horários de pico e assim, acabam sendo bem raras as vezes nas quais eu o encontro lotado.

            Aqui nessa cidade colossal eu tive (e ainda tenho!) dificuldade de me locomover de carro, se estiver ao volante. É que meu senso de direção, de localização veio com defeito de fábrica e como os recalls não estão disponíveis para o modelo “gente”, acaba que, para certos destinos, nem GPS me salva. Começa que me atrapalho ao ficar olhando para dito cujo e prestar atenção no trânsito. Morro de medo de ser xingada por cometer alguma barbeiragem, mas tenho ainda mais pavor de errar o caminho e ficar perdida.

            A grande questão, em verdade, é essa! Durante alguns anos da minha vida eu vivia na estrada, por conta de trabalhar em uma cidade diversa da qual morava e, não raras vezes, viajava sozinha por mais de 600 quilômetros. Como eu sabia o caminho, tudo era muito tranquilo e sem qualquer tipo de stress. Ou seja, meu medo, nem de longe é de dirigir, mas o de não saber para onde estou indo...

            Assim, quando me mudei para Sampa acabei deixando meu carro meio de lado, cada hora dando uma desculpa para não ter que dirigir sozinha, exceto para locais próximos, cujos percursos eu já havia decorado. Parecia-me (e ainda parece!) que eu podia pegar, por engano, um caminho sem retorno e fosse parar em algum lugar perigoso e, só de pensar nisso o meu coração já acelerava e eu começava a entrar em pânico.

            Quando meu carro foi levado por um marginal bem de frente a minha casa, eu acabei resolvendo não comprar outro e passei a usar bastante o metrô, táxi e meus pés. No metrô eu sei que o caminho nunca muda, rs... Também sei que todas as linhas se cruzam e, se eu errar a estação, basta embarcar de novo, no sentido oposto.

            Desse modo, para além do metrô me permitir a segurança do destino certo, ainda não se prejudica muito com a chuva e nem se incomoda com o congestionamento. Para o meu lado cronista, inclusive, o metrô é uma quase infinita fonte de observações. Não há uma única vez na qual eu não veja algo digno de nota, mesmo que nem sempre sejam boas coisas.

            Nessa semana, por exemplo, eu estava indo para a faculdade logo pela manhã. Entrei no vagão um pouco mais cheio do que de costume, mas nada que fosse desagradável. Mentalmente eu me agradeci por, nesse dia, ter escolhido o metrô para ir trabalhar, já que eu chegaria bem rápido. Quando faltava uma estação para o meu destino, entretanto, o metrô parou. Desligou até mesmo as luzes e uma voz nos avisou de que havia um usuário na linha, razão pela qual ficaríamos ali parados por um tempo. Dez minutos depois e eu já estava em pânico tentando verificar se meu celular tinha sinal, para ver se eu conseguia avisar aos meus quarenta alunos que, embora muito próxima, eu iria me atrasar.

            Além da minha raiva, um tanto egoísta é claro, embora acompanhada de todos os demais que já estavam impacientes, eu fiquei pensando em como era triste que alguém escolhesse dar cabo à própria vida e ainda que escolhesse fazer isso atrapalhando a vida dos outros. No mesmo vagão no qual eu estava havia uma mãe segurando no colo uma criança que aparentemente estava bem doente, submetendo-se a algum tratamento agressivo e era impossível não pensar que, enquanto um lutava para viver, alguém desistira disso...

            Respirei fundo e resolvi que não adiantaria de nada reclamar ou ficar nervosa. Minutos depois o metrô voltou a se movimentar e logo eu estava em sala de aula, cercada de uma moçada bonita e cheia de alegria. Naquele dia, mais tarde, enquanto eu voltava de metrô para casa, fiquei imaginando que enquanto eu me afligia por temer pegar o caminho errado, há almas tristes que sequer tem coragem de seguir adiante, mesmo na segurança de um caminho de idas e vindas...

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - NARCOTRÁFICO E MENOSPREZO

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 


Em sua viagem ao México, o Papa Francisco colocou de maneira objetiva as “armadilhas” do narcotráfico, que geram escravos. Na fala aos jovens, afirmou: “A principal ameaça à esperança é você acreditar que por ter um grande carro é feliz, e que se você se disfarça com roupas de marcas, do último grito da moda, ganha prestígio”.
Enquanto lia o discurso do Papa, passavam-me as histórias de garotas, garotos, mulheres e homens do tráfico e da dependência química, que conheci ou conheço. Destaco, de épocas diferentes, dois adolescentes que entraram pelos atalhos das drogas com treze anos. Em comum, a idade e o desencanto nas relações familiares. A moça, criança ainda, se deparou com a rejeição do marido novo da mãe, que insistia ser ela um empecilho no relacionamento do casal. Os abraços que vieram, aos sete anos, de uma “pessoa de bem”, apalparam o seu corpo inteiro. E, no início da puberdade, o padrasto a viu como objeto de  consumo. Enojada, foi para a rua. Não traficou para usar, vendeu as partes desejadas de sua carne. Encarou sem surpresa a doença que a dilacerou. Partiu aos 21 anos de sapatos brancos, como me pediu.
O moço, na saída da meninice, ansiava pela presença materna. Impossível: o crack gritava nas entranhas da mãe e a fazia correr angustiada, pelos becos, à procura da pedra. Quando se viam, sentava em seu colo e a abraçava, na expectativa de que o peso de sua afetividade a mantivesse ao seu lado. Ao cessar sobre ela o poder da fumaça que acelera o coração e provoca euforia, o filho crescera e se tornara do tráfico e do uso. Detido, experimenta a solidão de se tornar descartável para a criminalidade, pois não dá lucro no cárcere.
Vidas sem esperança. E como disse o Papa Francisco: “Não se pode viver a esperança, pressentir o amanhã, se antes a pessoa não consegue estimar-se, se não consegue sentir que a sua vida, as suas mãos e a sua história têm valor. (...) A principal ameaça à esperança é quando sentes que tanto vale estares como não estares, Isto mata, isto aniquila-nos e é porta de entrada para tanta amargura. (...) Por isso, queridos amigos, em nome de Jesus peço que não se deixem excluir, não se deixem desvalorizar, não se deixem tratar como mercadoria...”
O combate ao tráfico, em todos os seus domínios, creio eu, começa na consideração pelo outro como indivíduo.

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   -   Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
 



publicado por Luso-brasileiro às 10:50
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JÚLIA FERNANDES HEIMANN - DIA NACIONAL DA MULHER
                                
                                                              

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                Todos conhecem o ditado: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura!”. A frase quer mostrar a validade da constância, da perseverança, quando desejamos alcançar um objetivo. Por isso, não me cansarei de informar que no dia 30 de abril comemora-se o Dia Nacional da Mulher!       
                Mas, o dia 30 de abril passa sem referências, sem homenagens, como se não existisse no calendário das efemérides brasileiras.
                 Devido à ampla divulgação do Dia Internacional da Mulher - sabe-se que é uma data importante, porque cento e vinte e nove mulheres perderam a vida na luta por melhores condições de trabalho; isto no ano 1857, em Nova York. Por esse motivo, o dia 8 de março, é “comemorado” em homenagem a essas mulheres/vítimas.
                 Com a mesma atenção, o Dia Nacional da Mulher deveria ser comemorado pelos brasileiros em 30 de abril, dia do nascimento de uma grande brasileira: Jerônima Mesquita; mas a data e o nome ainda são desconhecidos por muitos.
     E quem foi Jerônima Mesquita?
     Foi uma ilustre mulher que viveu no início do século XX, nascida em Leopoldina/MG, aos 30/4/1880. Os pais a enviaram, ainda moça, à Europa para concluir seus estudos; quando retornou, não se conformou com a situação preconceituosa imposta às mulheres de sua terra natal.
     Dotada de inteligência, perspicácia e muito diligente, Jerônima se uniu a um grupo feminino combativo e fundou o Conselho Nacional das Mulheres.
     Se hoje as mulheres têm direito a voto, devem-no a ela, que foi sufragista e desencadeou campanha nacional para que, em 1932, todas as mulheres, acima de 18 anos, pudessem votar e escolher os dirigentes da nossa Nação.
     Engajou-se em frentes de assistência social, sendo uma das fundadoras da Pró-Matre, hospital beneficente que tinha por objetivo acolher gestantes pobres. Hoje, há hospitais  Pró-Matre em várias cidades com o  atendimento a conveniados
      É consabido que no início do século XX grassava, no Brasil, a fome, a febre amarela, a peste bubônica e a varíola, doenças que eram agravadas pela subnutrição do povo, matando gestantes e seus bebês. Foi nessa época que Jerônima Mesquita mais atuou e fundou esse hospital beneficente.
       Numa das poucas entrevistas que concedeu aos jornais, meses antes de falecer - o que ocorreu em 1972 - disse que ficara feliz com a promulgação da Lei 4121/62, conhecida como Estatuto da Mulher Casada que, entre outras mudanças, concedeu às mulheres o direito de trabalhar fora do lar sem autorização do marido ou do pai, o que era, antes, obrigatório.
         Hoje, com o Código Civil Brasileiro modificado, a situação da mulher está diferente e sua condição jurídica menos discriminatória, pois o Código dispõe que “a direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos”. Ela gostaria de ter visto isso. Gostaria, também, de ter colaborado na Lei Maria da Penha que alterou o Código Penal com a introdução do parágrafo 9o. do Art. 129, possibilitando que agressores de mulheres sejam penalizados.
           Voltando ao esquecido Dia Nacional da Mulher, por que não comemorá-lo,  tornando o nome dessa ilustre brasileira Jerônima Mesquita mais conhecido?

           Pensemos nisso, ou continuaremos com os holofotes direcionados para o dia  8 de março, “comemorando” o ocorrido no ano 1857, em Nova York.

          

 
 JÚLIA FERNANDES HEIMANN   - escritora, poetisa e acadêmica. Autora de nove livros.                  
 


publicado por Luso-brasileiro às 10:42
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Domingo, 28 de Fevereiro de 2016
JOSÉ RENATO NALINI - A MÃO NA CONSCIÊNCIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O notável pensador que é José Pastore proferiu conferência na Academia Paulista de Letras que deveria ser replicada em todo o Brasil. Simplesmente traduziu a situação político-econômica desta Nação em linguagem franca e honesta. Dos 5 trilhões de reais do PIB brasileiro, 3 são reservados ao pagamento dos juros. Sobram 2 trilhões e as despesas são muito maiores do que isso. O Brasil deveria crescer 6% acima da inflação anual. O pior é que não cresce. Este ano o crescimento é negativo. Para compensar o déficit, dois remédios amargos: aumentar impostos e cortar gastos. O brasileiro não gosta de nenhum dos dois.

E cortar o que? Se os juros forem cortados, a inflação cresce e quem sofre mais é o pobre. Nas chamadas “despesas obrigatórias” o maior desequilíbrio das finanças nacionais. O que faz alguém quando tem recursos escasseando e despesas crescentes? Corta na carne. Essa a experiência doméstica pela qual muitos já passaram na sua vida pessoal. Em termos de República Federativa, o que fazer? Repensar o pacto e repactuá-lo. Não é fácil administrar um Estado cujos alicerces normativos, ou seja, a Constituição Cidadã de 1988, fala 76 vezes em direitos, 4 vezes em deveres, 2 vezes em produtividade e uma só vez em eficiência.

Um ponto a ser discutido: se a expectativa de vida do brasileiro, graças à ciência e à educação, no seu enfoque preventivo, alcança o patamar dos 75 anos, por que permitir que haja aposentadorias aos 55? Por que aposentadoria especial para quem vive mais? Por que pagar proventos a quem nunca contribuiu com o sistema? O sistema previdenciário está falido. O aporte para sustentá-lo vem do Tesouro, pois as contribuições não suportam o déficit de 164 bilhões em 2015, previstos 210 bilhões para este ano. José Pastore não discute a legalidade ou a legitimidade dos direitos adquiridos, mas apenas constata a inviabilidade de preservação de um formato que, aritmeticamente, não consegue fechar as contas. O que fazer diante disso? Ponhamos a mão na consciência e auxiliemos o Brasil com propostas concretas de enfrentamento da gravíssima crise em que todos nos encontramos.

 

Fonte: Diário de S. Paulo | Data: 25/02/2016

 

 


JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.



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FELIPE AQUINO - SEJAMOS FILHOS OBEDIENTES !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 “Foi a obediência que vos abriu o céu na virtude do Sangue de Cristo”. Santa Catarina de Sena

 

A humanidade foi mergulhada no pecado e no sofrimento, na dor e na morte, por causa da desobediência de Adão e Eva; e foi salva porque Jesus cumpriu perfeitamente a vontade do Pai, obedecendo-o perfeitamente. Ele, como “novo Adão”, fez o caminho inverso de Adão. Ele disse aos Apóstolos: “Meu alimento é fazer a vontade de meu Pai que está nos céus” (Jo 4,34).

Para Jesus não havia outra razão para viver neste mundo a não ser “cumprir perfeitamente a vontade do Pai”, em perfeita obediência. Disse São Paulo: “Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos” (Rm 5,19). A carta aos hebreus diz: “Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve” (Hb 5,8).

Jesus foi ao ponto mais profundo que um homem possa sofrer e se aniquilar para destruir o nó da desobediência de Adão: “Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fil 2,6-8).


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Em muitas ocasiões Jesus deixou claro aos discípulos a necessidade de cumprir a vontade de Deus, e isso deve ser para nós uma orientação determinante. O seu alimento era fazer a vontade de Deus (cf. Jo 4,4); isso Lhe dava força, ânimo, coragem para enfrentar tudo que Ele sabia que ia acontecer com Ele até o Calvário. Já desde menino, no Templo, Ele mostra que o que lhe importa é “estar na Casa do Pai”, fazer a sua vontade, realizar o seu plano de salvar os homens. “O mundo, porém, deve saber que amo o Pai e procedo como o Pai me ordenou”.( Jo 14,31)

E, quando ensina aos Apóstolos a Oração perfeita, manda pedir que a vontade do Pai seja cumprida perfeitamente: No Sermão da Montanha, onde Ele colocou a “Constituição do Reino de Deus” (Mt 5,6 e 7), deixou claro que se salvam aqueles que fazem a vontade de Deus:

“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7,21)

E na cruz Jesus levou à plenitude o cumprimento da vontade do Pai, obediência perfeita à Sua vontade; e assim, salvou o mundo.

 

Leia também: Aqui se faz a vontade de Deus!

Qual a vontade de Deus para minha vida?

Deus enviou Jesus, e Jesus enviou a Igreja

Como entender que a Igreja não erra?

Refletindo sobre a vontade de Deus

Santificados na vontade de Deus

 

Aos romanos, o Apóstolo explicava que todo cristão é convidado a responder à ordem-programa do Pai pela “obediência da fé” (Rm 1,5). A determinação do Pai foi clara: “Este é o meu Filho bem-amado, escutai-O” (Lc 9,35; Mc 9,6; 2 Pd 1,17). O acatamento a tudo que Jesus falou abre a existência de seu discípulo para a liberdade verdadeira e dá acesso à vida filial. Trata-se da aceitação das doutrinas da crença cristã que são detalhadas pelo Magistério da Igreja, bem como a adesão a Deus pela fé. Interessante é que, quando lá no Tabor os apóstolos ouviram a voz do Pai, eles “caíram de bruços e tiveram grande medo” (Mt 17, 6). Isso é fato, em nossa miséria, também nos apresentamos “medrosos” diante de Deus e da verdade. Outras tantas vezes não conseguimos compreender ou aceitar a vontade de Deus para as nossas vidas. E justamente, neste ponto, o Magistério da Igreja, nos auxilia a não “errarmos o caminho”, sobretudo ao que se trata de nossa fé. Jesus quis que fosse assim. Não me esqueço desse forte ensinamento: “É preferível errar com a Igreja, do que errar sozinho”. Mas para estar em comunhão com Cristo e a Igreja, precisamos ser obedientes. Foi o que Ele nos ensinou.


                                                                    comofazeravontadededeus

 

 

Muitos ainda dizem ser obedientes a Deus e não veem a necessidade de obedecer a Igreja. Ora, isso não pode ser assim! É preciso entender que quem não concorda com o que a Igreja ensina, não conhece bem o que Jesus ensinou, fez e mandou que fizéssemos. Ele fundou a Igreja sobre São Pedro e os Apóstolos para ser sua “porta voz” na terra e extensão de Sua Presença entre nós, já que ela é o “Corpo de Cristo” . Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve, a Mim ouve; quem vos rejeita, a Mim rejeita, e quem Me rejeita, rejeita Aquele que me enviou” (Lc 10,16). Quer dizer, quem não ouve a Igreja, não Me ouve! Quem não obedece a Igreja, não obedece Jesus.

 

Assista também: Como fazer a vontade de Deus?

 

Jesus ainda disse a eles: “Não temais, pequeno rebanho, porque foi do agrado de vosso Pai dar-vos o Reino”. (Lc 12, 32). E foi à Igreja que Jesus mandou: “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Como, então, não concordar com a palavra da Igreja? E mais: “A quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados…” (Jo 20,22). O Pai mandou o Filho para salvar o mundo; e o Filho enviou a Igreja. Ela é o “Sacramento universal da Salvação” (LG, 4), a Arca de Noé que salva do dilúvio do pecado. Na Santa Ceia, na despedida dos Apóstolos, Jesus fez várias promessas à Igreja, ali formada por seus discípulos. Entre muitas coisas que São João narrou, em cinco capítulos do seu Evangelho (13 a 17), Jesus prometeu à Igreja:

“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós”. “Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,15.25). Ora, como a Igreja poderia ensinar algo errado se o Espírito Santo permanece sempre com ela e lhe “ensina todas as coisas”?

Além disso, o próprio Jesus está na Igreja; pois Ele prometeu, antes de subir ao céu: “Eis que Eu estou convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28,20). Foi a última palavra Dele aos discípulos. Ora, como a Igreja poderia errar se Jesus está com ela todo tempo? É impossível! É por isso que São Paulo disse a São Timóteo: “A Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1Tm 3,15). Então, a Igreja detém a verdade que Jesus disse que nos liberta.

É por causa de tudo isso que o nosso Credo tem 2000 anos, e nunca mudou e nem vai mudar; porque é a expressão da “verdade que salva” (cf. Cat. n.851). A mesma coisa os Sacramentos, os Mandamentos, a Liturgia. A Igreja já teve 266 Papas e nunca um deles cancelou um ensinamento doutrinário que um antecessor tenha ensinado. Já realizou 21 Concílios universais, e nunca um deles cancelou um ensinamento de um anterior. A verdade não muda, e está na Igreja. O Espírito Santo não se contradiz.

Logo, como não concordar com o que a Igreja ensina? Isso seria por causa da ignorância de tudo o que foi relatado acima; ou, então, seria um ato de orgulho espiritual da pessoa, que acha que sabe mais do que a Igreja, assistida por Jesus Cristo e pelo Espírito Santo. Longe de nós isso.

O livro do Deuteronômio ensina que é possível viver e obedecer o que Deus manda, certamente contando com a Sua graça: “O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem fora de teu alcance. Ele não está nos céus, para que digas: quem subirá ao céu para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Não está tampouco do outro lado do mar, para que digas: quem atravessará o mar para no-lo buscar e no-lo fazer ouvir para que o observemos? Mas essa palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir.Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal.” (Dt 30,11-16


                                                       escoladafeiii

 

 

Podemos até não conseguir viver o que a Igreja ensina e manda viver – isso é compreensível por causa de nossa fraqueza – mas, jamais poderemos dizer que a Igreja está errada ou que eu não concordo com o que ela ensina. Ela não ensina o que quer, mas o que o Seu Senhor lhe confiou.

Peçamos ao Espírito Santo que nos assista em nossas necessidades e faça de nosso coração ainda mais manso, humilde e obediente para agradar a Deus.

 

 

 

FELIPE AQUINO Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 19:55
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PAULO R. LABEGALINI - SEDE PERFEITOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            O livro ‘Maria, a maior educadora da história’, de Augusto Cury, nos leva a admirar ainda mais a perfeição de Nossa Senhora. O autor, que diz não praticar nenhuma religião, tira conclusões impressionantes ao estudar os comportamentos e a inteligência da Mãe de Jesus. Segundo Cury, o livro expressa “a visão da psicologia, psiquiatria e pedagogia sobre a mulher mais famosa e desconhecida da História”, e indaga: “Por que não foi escolhido um grupo de intelectuais para formar o Homem que dividiria a humanidade?”.

            Descobriu-se que a inteligência de Maria era fascinante e sua capacidade de ensinar, deslumbrante. Os dez princípios utilizados por ela para educar Jesus são uma fonte de lucidez para a educação moderna. Eis um trecho do livro sobre o Mestre:

            “Jesus certa vez disse: ‘Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus’. Não disse que os filhos de Deus são os que fazem orações o dia todo, os que têm atitudes angelicais, os que são isentos de falhas, mas os pacificadores. Suas palavras deixaram maravilhada a multidão que o ouvia.”

            E falando da Virgem Maria:

            “Ninguém conseguiria produzir um poema de uma complexidade intelectual e existencial tão grande como o Magnificat e, ainda mais, de improviso e fatigada, se não fosse sobredotada. Esta frase pode surpreender o mundo religioso: Maria tinha intelecto de um gênio.”

            E o autor rasga ensinamento:

            “Muitos que se acharam especialistas em Deus mataram, excluíram, arruinaram vidas, silenciaram vozes. Construíram um deus no teatro da sua mente para excluir seus semelhantes. Um deus da dimensão do seu egoísmo, do tamanho das suas verdades dogmáticas. Os ignorantes olham para baixo e acham que o mundo é do tamanho dos seus passos, os sábios olham para cima e vêem o mundo sem dimensão.

Maria olhava cada vez mais para o alto. O seu Magnificat era o retrato vivo de uma pessoa humilde e inteligente que enxergava algo além da nação judaica e da tradição dos seus pais. Muitos querem ter uma espiritualidade obediente, Maria tinha sonhos mais altos, queria uma espiritualidade inteligente.”

E por aí vai. Portanto, não há como negar que a educação de Jesus foi aprendida no lar de Nazaré. Tudo o que pregou, foi vivido na Sagrada Família, com Maria e José à frente. No capítulo 6 do Evangelho de São Mateus, por exemplo, Jesus diz: “A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado. Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas”.

No mesmo capítulo, Ele recomenda: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas”.

E para não alongar demais, eis um conselho maravilhoso de Jesus: “Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu, pois Ele faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os cobradores de impostos?”. E conclui pedindo que imitemos o Pai celeste que é perfeito!

Fácil, não? É só não pecar com os olhos, perdoar sempre e amar os inimigos. Nossa Senhora fez muito mais que isto! E mesmo pensando ser impossível uma mudança radical de vida, podemos dar um passo por dia. Que tal nos comprometermos em não excluir nenhum irmão do nosso serviço a Deus? Assim, veremos que a união faz a força e faremos também a vontade do Bom Pastor, que sempre chamou suas ovelhas para a missão.

Eis uma linda oração, pedindo bênçãos para o nosso caminho rumo ao Céu. Reze você também:

“Torna-nos puros de coração para contigo parecer. Torna-nos humildes de alma para sermos semelhantes a Ti. Torna-nos amor, Senhor, para podermos amar a todos. Torna-nos verdade, meu Pai, para que possamos conseguir que a mentira não se infiltre no mundo. Torna-nos guerra, Senhor, para podermos exterminar o mal. Torna-nos paz, Mestre, para podermos apaziguar a todos os necessitados. Torna-nos semelhantes a Ti, para salvarmos a humanidade e morrer por nossos irmãos. Amém!”

E uma história relata a vida de um homem muito exigente que procurava encontrar a mulher perfeita para desposar. Os anos passavam e ele não conseguia encontrá-la. Então, resolveu correr o mundo e buscar realizar seu sonho. Depois de muito tempo viajando, finalmente a conheceu: era uma jovem de bela plástica, alegre e de grande espiritualidade. Sem perder tempo, propôs casamento a ela, mas recebeu como resposta:

– Eu só me casarei quando encontrar o homem perfeito!

Pois é, atingir a perfeição é importante para servir a Deus, mas julgar e excluir o irmão nos torna mais imperfeitos.

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



publicado por Luso-brasileiro às 19:38
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - AFINAL SOMOS FELIZES...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Raro é o dia que não ouça, a ala esquerda do parlamento – e não só, – em altos e impetuosos gritos (será para amedrontar?): que o povo é infeliz; que a saúde é péssima; e que os jovens emigram, em busca de emprego e felicidade.

Tanto repetem, tanto espalham as funestas ideias, que me convenci que tinham carradas de razão.

Pois não se sabe, que os jovens, procuram no exterior, o que não encontram na Pátria? E que a saúde, prestada pelo Estado, é tão má, que quem tem dinheiro – quiçá os mesmos que louvam o serviço publico, – recorrem ao serviço privado?

Aliás, desde que me lembro, desde pequenino, escutava à porta da “Brasileira”, velhos e respeitáveis senhores, cochicharem – não fosse a PIDE adivinhar, – que a culpa da infelicidade e da pobreza, era de Salazar.

Se foi, não sei; mas diziam e dizem ainda que sim… Sei, acreditando no que se diz no parlamento, é que agora, ainda não está bem…

Assim afirmam, os representantes do povo, bem pagos por esse mesmo povo, que dizem viver com dificuldade e sacrifício…

Enfim, como têm sempre razão…eu acredito.

Mas eis que surge na imprensa diária, sondagem do Observatório da Sociedade Portuguesa da Católica – Lisbon, revelando: – que oitenta por cento dos portugueses, estão satisfeitos com a segurança, que existe; setenta nove por cento, com a saúde, que há; setenta dois por cento sentem-se felizes com o que têm. E por fim, conclui: que os jovens com menos de vinte e cinco anos, são os que mais gostam da vida que têm.

Talvez, porque a maioria estuda… e encontram-se bem instalados no “hotel” da mamã. Empregos? Não há… Ainda bem… para muitos da geração canguru. Se a sondagem for correcta – tenho as minhas dúvidas, – fico por saber: se os políticos andam bem informados; ou informam-se pelos militantes, ávidos de benesses.

Por mim, confesso: já não sei quem fala verdade. Se ainda se fala verdade…

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 19:18
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EUCLIDES CAVACO - TOQUE DAS TRINDADES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Um poema nostálgico inspirado nos meus tempos de criança que é naturalmente comum a muitos dos meus amigos para quem tenho o prazer de o enviar.

Veja e ouça o poema  aqui neste link:

 


http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Toque_das_Trindades/index.htm

 

 

EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
 
 
 
 
 
 
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PINHO DA SILVA   -   MINHA VIDA COM
TERESINHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Noite de Maio em flor...

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(Continua para a próxima semana)

 

 

 

PINHO DA SILVA - (1915 – 1987). Nasceu a 12 de Janeiro, em Vila Nova de Gaia, (Portugal). Frequentou a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia (autor da celebre estatueta de Eça de Queiroz). Vila-florense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal. Redator do “Jornal do Turismo”. Membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Foi Secretário-geral da ACAPPublicou " Minha Vida Com Teresinha", livro autobiográfico.

 

 

 

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Congresso Internacional do Espírito Santo: génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal

 

http://www.congressoespiritosanto.net

 

 

Coimbra | Lisboa | Alenquer

Junho e Setembro 2016

 

 

Prestigiados Centros de Investigação da Universidade Aberta (CIDH), da Universidade de Coimbra (CECH e CHSC), da Universidade de Lisboa (CLEPUL) e a Reitoria do ISCTE associaram-se à Câmara Municipal de Alenquer e à Confraria da Rainha Santa Isabel para a promoção do Congresso Internacional do Espírito Santo: génese, evolução e atualidade da utopia da fraternidade universal

Este evento científico, sob o largo tema do Espírito Santo e a sua fecundação de utopias de concórdia, fraternidade, paz e justiça sobre a terra, propõe-se também assinalar a passagem de cinco importantes datas centenariais que se interligam na esperança ativa da construção de um mundo unido e melhor: 800 Anos da Fundação da Ordem Franciscana em Portugal; 500 Anos da Beatificação da Rainha Santa Isabel; 500 Anos do Primeiro Compromisso Impresso das Misericórdias; 500 Anos da publicação da Utopia de Tomás Moro e 300 Anos da criação do Patriarcado de Lisboa.    

 

Encontra-se aberto o período de apresentação de propostas para participação nas sessões científicas do congresso com comunicação académica.

 

  

PAINÉIS TEMÁTICOS

 

Pneumatologia e Teologias da História

 

Joaquim de Flora, a Doutrina das Três Idades e Joaquimismo

 

Metamorfoses da utopia da Terceira Idade da História

 

Posteridade espiritual e filosófica de Joaquim de Flora

 

Teologia do Espírito na Reforma Protestante e na Contra-Reforma Católica

 

A Rainha Santa Isabel: Santos enquanto espelho do Amor de Deus

 

A Rainha Santa Isabel: Santidade e Cristianismo

 

As devoções da Rainha Santa Isabel: as tradições e instituições do Espírito Santo

 

As devoções da Rainha Santa Isabel: a devoção à Imaculada Conceição de Maria

 

A Rainha Santa enquanto agente cultural

 

A Rainha Santa na Arte

 

A Rainha Santa na Literatura

 

A Rainha Santa Isabel: Culto e memória dos santos

 

A Rainha Santa Isabel: Cristianismo e intervenção social

 

A Rainha Santa Isabel: Religião e política

 

A Rainha Santa Isabel e a tradição franciscana

 

Cultura e Humanismo no séc. XVI

 

Cristianismo e Culturas no séc. XVI

 

A proliferação das confrarias do Espírito Santo e seu significado

 

Génese medieval das confrarias e das Festas do Espírito Santo

 

Fundação e ação dos Franciscanos na promoção do Joaquimismo

 

Franciscanos na criação de tradições e instituições paracletianas

 

Evolução e expressões modernas das Festas Paracletianas

 

Diáspora Portuguesa e Festa do Espírito Santo

 

Filosofia Portuguesa, a tradição joaquimita e o Espírito Santo

 

O Espírito Santo e a utopia do Quinto Império

 

Expansão Portuguesa e globalização das tradições do Espírito Paráclito e da devoção à Rainha Santa

 

A criação das Misericórdias e as experiências confraternais dedicadas ao Espírito Santo

 

Misericórdias e a institucionalização da utopia da Fraternidade Universal

 

Consciência de crise e a afirmação moderna do pensamento utópico

 

A fortuna da ideia e do conceito de utopia na Época Moderna

 

A Utopia de São Tomás Moro e a sua recriação

 

O pensamento utópico em Portugal: influências e originalidades

 

A fundação do Patriarcado de Lisboa e o lugar da capital portuguesa no quadro do pensamento utópico

 

O Espírito Santo, a utopia da Fraternidade Universal e a História das Ideias de Portugal

 

Atualidade do pensamento utópico e traduções contemporâneas da utopia da Fraternidade Universal

 

Espírito Santo: Arte e Utopia

 

 

Valores das inscrições com comunicação:

Até 31 de dezembro de 2015: €190

Até 31 de março de 2016: €250

Até 31 de maio de 2016: €300

 

*** Apenas serão admitidas à avaliação as propostas de comunicações com as respetivas inscrições efetivamente pagas.

 

Nota: Serão selecionadas as 4 melhores propostas de comunicação de jovens investigadores (até 29 anos) para serem distinguidas com certificado de prémio. Os premiados serão reembolsados do pagamento da inscrição com comunicação e com a oferta de um livro especial.

 

Para formalizar a apresentação de proposta de comunicação enviar para o e-mail do Secretariado Executivo (congresso.espiritosanto.2016@gmail.com): resumo da comunicação (máx. 2500 caracteres sem espaços), cinco palavras-chaves e resenha biográfica (máx. 15 linhas)

 

Mais informações e inscrições:

http://www.congressoespiritosanto.net

congresso.espiritosanto.2016@gmail.com

966 754 980

 

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publicado por Luso-brasileiro às 19:17
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Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2016
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - HIERONYMUS BOSCH E A INVEJA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jeroen van Aeken, mais conhecido pelo pseudônimo Hieronymus Bosch (1450-1516), foi um pintor e gravador flamengo que teve em seu tempo, e continua tendo até hoje, numerosos admiradores. Utilizava com frequência figuras deformadas, com forte e muitas vezes obscura carga simbólica, mesclando sonho e realidade. É considerado um precursor do surrealismo moderno.

Somente se conservam, atualmente, cerca de 40 obras originais de Bosch, espalhadas em museus de vários países. No Museu do Prado, em Madri, encontra-se uma pintura a óleo sobre madeira, de 120x150cm, conhecida como “Os sete pecados capitais”. Bosch pintou-a entre 1475 e 1480, no início de sua carreira, numa fase que se poderia chamar, um tanto impropriamente, mais “realista” e menos “surrealista”. É uma obra que se tornou muito famosa porque o rei Felipe II, da Espanha, a adquiriu e a quis colocar nos aposentos reais do Escorial, para tê-la continuamente diante dos olhos, como objeto de meditação diária.

É constituída por cinco medalhões, dos quais o central e maior representa o olho de Deus, que tudo vê, com a inscrição latina “CAVE CAVE DOMINUS VIDET” (Presta muita atenção, pois o Senhor te vê). Em torno da pupila, na íris, estão distribuídos em quadros menores os sete pecados capitais. Nos medalhões dos quatro ângulos, figuram os quatro Novíssimos, ou seja, as últimas coisas que com certeza estão no caminho da passagem de cada homem pela terra: a Morte, o Juízo, o Inferno e o Paraíso. Duas faixas, uma no alto, outra em baixo, reproduzem, no latim da Vulgata, textos bíblicos extraídos do Deuteronômio e alusivos aos Novíssimos: “Gens absque consilio est et sine prudentia. Utinam saperent et intellegerent haec ac novissima sua providerent!” (São pessoas desprovidas de discernimento e sem prudência. Oxalá tivessem sabedoria e entendessem o fim que as espera – Deut. 32, 28-29) e “Abscondam faciem meam ab eis et considerabo novissima eorum” (Esconderei deles a minha face e considerarei o fim que terão – Deut. 32, 20).

Concentremo-nos agora numa das representações que cercam o olho central, dedicada à Inveja: no lado esquerdo, vê-se um homem ainda moço que oferece uma flor a uma jovem, que está numa janela. A jovem, em vez de olhar o presente que lhe está sendo oferecido, ou mirar quem o oferecia, parece ter os olhos fixados na bolsa de dinheiro que o ofertante leva à cintura. Na janela ao lado, mais no centro da cena, um homem, aparentemente um rico burguês, contempla com inveja um nobre elegante, cavaleiro reconhecível pelas esporas, que leva consigo uma ave de caça e junto ao qual um plebeu, colocado ao seu serviço, carrega um pesado fardo. Ao lado do burguês, sua esposa olha para fora com olhar enviesado e, aparentemente, troca com o marido comentários malevolentes sobre a vida alheia, talvez criticando o nobre, talvez falando sobre o jovem que, na janela ao lado, corteja a filha do casal. O nobre, por sua vez, parece estar olhando para o jovem namorado, talvez por lhe invejar a juventude e a maior capacidade de atrair a donzela. E o rosto do plebeu, que se consegue vislumbrar com a ampliação da imagem, também está voltado para trás, aparentemente considerando com inveja a condição superior das pessoas pelas quais passou. O elemento mais curioso da cena é o conjunto dos dois cães, que têm cada qual um osso à sua frente, à sua disposição, mas em vez de se contentarem ambos com o que lhes pertence, preferem olhar invejosamente o outro osso, que está na mão do burguês. É bem essa a característica do invejoso, que se atormenta por não ter um bem alheio e se torna incapaz de fruir o bem que já está ao seu alcance. O fato de o burguês ter na mão um osso talvez signifique tratar-se de um agiota, acostumado a roer até os ossos dos infelizes que explora. A intenção do pintor parece ter sido mostrar como a inveja permeia todas as relações sociais, abrangendo homens e mulheres de todas as condições... e chega até mesmo aos animais!

Infelizmente, não é possível reproduzir aqui a imagem de “Os sete pecados capitais”. Somente uma ampliação em cores muito grande, que tomaria quase toda a página deste jornal, permitiria apreciar a riqueza extraordinária de pormenores. Sugiro que o leitor interessado procure, no sistema Google de imagens, “Bosch Seven Deadly Sins”, e encontrará muitas dezenas de boas reproduções. Se quiser ter acesso, especificamente, ao detalhe da Inveja, basta procurar por “Bosch Envy”, e igualmente disporá de abundante material de estudo, pesquisa e agradável entretenimento.

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 12:15
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VALQUIRIA GESQUI MALAGOLI - O PRIVILÉGIO DA ESCOLHA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Faxinar é um privilégio, entre outros.

Espanando, tiro da estante Roland Barthes: “A ‘inocência’ moderna fala do poder como se ele fosse um: de um lado, aqueles que o têm, de outro, os que não o têm; acreditamos que o poder fosse um objeto exemplarmente político”.

Recordo a adolescência. A juventude e seu jogo de desautorização. Ah, a juventude!, graciosa hora em que desautorizando outrem, tomamos a autoridade inteira só pra gente.

Dizer isso ao jovem, porém, é pedir resposta atravessada, ofendida; é encher-lhes o peito da arrogância de que já já falaremos.

            Crescemos...

E descobrimos que, a certa altura da vida, a própria não tem paralelo honesto com a palavra que a denomina, a não ser em comerciais de televisão.

            O tempo é o senhor.

            E o tempo todo o que se ouve? Que esse aqui é o grande teatro da vida, e que esse mundo é um palco e blá blá blá...

            À parte a veracidade do simbolismo, posto que ele é um subterfúgio literário a serviço da língua, e portanto, do que de fato se quer dizer, porque de fato existe... da minha parte e sem fazer cena, sem máscara, digo a plenos pulmões: sem talento algum para a farsa, escolho desvincular-me de tudo que é representação; leia-se “falso”.

            Escolha livre e inconteste, amparada na experiência que só o correr dos anos traz.

            Escolho-o com o propósito de abrir mão do que é excessivo, do que é arrogância, esta coisa abominável que aprendi com os mais velhos, e, sobretudo comigo mais velha, a abominar!

            Escolho, porque escolher é o maior entre os privilégios, e porque eu e alguns de vocês “acreditamos agora que (o poder) é também um objeto ideológico, que ele se insinua nos lugares onde não o ouvíamos de início, nas instituições, nos ensinos, mas, em suma, que ele é sempre uno. E no entanto, se o poder fosse plural, como os demônios? ‘Meu nome é Legião’, poderia ele dizer: por toda parte, de todos os lados, chefes, aparelhos, maciços e minúsculos, grupos de opressão ou de pressão: por toda parte, vozes ‘autorizadas’, que se autorizam a fazer ouvir o discurso do poder: o discurso da arrogância.”.

E porque nem eu nem vocês queremos esse poder no poder.

 

 

 

 

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI, escritora e poetisa,  vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:06
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Domingo, 21 de Fevereiro de 2016
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - CHEIRANDO MAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Não me canso de afirmar que, quando eu penso que já vi muita coisa, descubro que não vi desse mundo quase coisa nenhuma. Infelizmente, incluo na lista da minha ignorância, uma série de possibilidades no quesito maldade humana. Uma noticia que li nos últimos dias causou-me uma série de sentimentos ruins, sobretudo a indignação e, por essa razão, compartilho aqui nesse espaço.

            Segundo uma notícia  que li em fontes diversas, um restaurante situado na orla da cidade de Florianópolis, especializado em camarões e outros frutos do mar, foi autuado pela vigilância sanitária pelo fato dos fiscais terem encontrado, entre os produtos que seriam servidos aos clientes, duas carcaças de gambá, estando os dois animais já devidamente temperados.

            Quando li a matéria, tive o cuidado de tentar verificar se procedia a informação, até porque é algo muito sério a ser imputado a um estabelecimento comercial, capaz de levar não só ao seu fechamento, mas também à execração pública. Vivemos em uma época na qual as pessoas são exímias críticas e, paradoxalmente, frágeis e indignadas vítimas. Sinceramente, não me agrada engrossar o rol dos  imprudentes "atiradores de pedra". Se não for verdadeira, ao menos foi divulgado em vários sites de notícias...

          Causou-me espanto e indignação não apenas o fato de servirem carne de um animal da fauna silvestre, protegido por lei, mas também porque foram encontrados outros dois animais, ainda vivos, presos dentro de um freezer desligado, sem água ou comida, provavelmente para que morressem e fossem servidos aos clientes! Eu me pergunto se o restaurante servia carne de gambá a pessoas que queriam provar "carnes exóticas" ou se, deliberadamente, enganava quem sequer imaginava o que o cardápio incluía.

              De acordo com o veiculado na mídia, o dono do restaurante também caçava gatos para servi-los aos clientes e, antes dessa autuação tornada pública,  já o fora oito anteriores vezes. Não sei como essas coisas ocorrem em outros países, mas não sei no mundo todo, um local que já foi fiscalizado tantas vezes permanece aberto, colocando em risco a saúde dos consumidores e desobecendo um imenso número de normas jurídicas.

           Eu fico ainda pensando também o que leva alguém a matar animais que pouca ou nenhuma carne tem e a manter outros em condições cruéis de sobrevivência... Nessas horas eu perco a esperança de que um dia, de fato, sejamos uma raça capaz de atingir algum grau de evolução. Ao meu sentir, somos tão primitivos que, na ânsia de satisfazer nossos desejos, nossas ganas, ignoramos a vida e a dignidade dos demais seres vivos, repletos da tola certeza de que esse mundo existe tão apenas para nos servir...

               Não vou entrar, nesse texto, no mérito do vegetarianismo, pois não sou qualificada a tanto, mas toda vida merece respeito, essencialmente aquela que serve de alimento a outra e impingir sofrimento não deveria parecer uma faculdade, uma escolha simples como a opção de um prato no cardápio.

               Fica ainda a sensação de que, em alguns casos, comer fora é uma loteria meio macabra e que ficamos à mercê da responsabilidade e sanidade alheias. Por outro lado, fatos como esses diminuem a credibilidade de estabelecimentos sérios, idôneos, que sofrem respingos da desonestidade de outros.

               Eu espero, sinceramente, que se tudo de fato for verdade, o estabelecimento seja fechado para nunca mais abrir e embora eu saiba e imagine que outros tantos, capazes de atos piores, estejam abertos e funcionando pelo Brasil e pelo mundo afora, que o bons possam prevalecer sobre os maus. Algumas coisas, na humanidade, há tempos, não cheiram bem r os pobres gambás nada tem a ver com isso...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 19:49
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