PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 26 de Junho de 2016
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - OlimPiadas

 

 

 

 

 

 

 

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            O título desse texto foi propositalmente escrito de forma errada, indo na direção do que acredito que estejam se tornando um dos mais (senão O mais importante) evento esportivo mundial. Devo confessar que houve um tempo no qual acreditei que seria muito legal o Brasil sediar as Olimpíadas. Tinha eu a vã esperança de que muitas melhorias seriam feitas para que pudéssemos apresentar algo digno e que, com elas, a geração de empregos e a criação de espaços que poderiam ser posteriormente utilizados também se tornassem realidade.

            Como sempre, às portas do evento tudo parece um caos. Em meio a tantos escândalos políticos, notícias de desvios de quantias indecentes, pornográficas até, zica vírus, poluição, desmoronamentos e criminalidades, até carne de cachorro em pastelarias do Rio e morte despropositada de uma onça pintada, não sei mais o que podemos esperar. Não estamos e nem nunca estivemos preparados para um evento dessa magnitude e nem podemos dizer que não sabíamos disso, sobretudo após a Copa do Mundo.

            É claro que tem a moçada do “deixa disso” que, por certo, ao ler esse texto já deve estar dizendo que sou pessimista, no mínimo. O que eu cansei de ser é otária, crédula e ingênua, engrossando a horda daqueles que se contentam com o “tudo vai dar certo no final”. E sabem do que mais? Até vai. Vai porque o nosso conceito de “dar certo” é muito simplório e autoindulgente. Como se todos os fins justificassem todos os meios, ao passar da régua, no baixar das cortinas, são desconsiderados dados importantes e, se o evento aconteceu, se emocionou as pessoas, “tá” valendo. Simples assim.

            Assim, se não levarmos em conta provas aquáticas realizadas em meio ao lixo de todo gênero, as pessoas que serão assaltadas, algumas (infelizmente) prováveis mortes, sem dizer do dinheiro que será usado para tentar dar à coisa todo um mínimo de aparente segurança e credibilidade, então é bem possível que se possa dizer que tudo dará certo. Não duvido, quero deixar claro, que no meio de tudo haja os esforços de muita gente bem-intencionada, sobretudo atletas e idealizadores sérios, mas apesar disso, ao meu sentir, as contas não fecham, não se justificam.

            Vejo as Olimpíadas no Brasil como aquela pessoa que para receber uma visita ilustre esconde pela casa o lixo acumulado, empresta uma roupa do vizinho, finge que trata bem os filhos e serve uma refeição que jamais fora servida antes aos seus. Tudo para uma foto, para uma boa impressão. Mas apesar disso, por ironia, o lixo começa a feder e as crianças, sempre as crianças, essas entregam toda a verdade, sempre. De um jeito ou de outro, as máscaras caem e, ao invés de “fazer bonito”, o que resta é uma imensa vergonha, própria e alheia.

            Enquanto seguimos fazendo ouvidos moucos e usando tapa-olhos, somos chamados à realidade quando o próprio Exército brasileiro protagoniza a morte de uma onça pintada, animal símbolo do Brasil e ameaçado de extinção, tudo em nome de um improdutivo circular da tocha olímpica. Queria eu que, nessas horas, Brasil fosse escrito com z, porque talvez pudéssemos alegar, alienação por alienação, que vivemos em outro país, escrito com s. Somos mesmo o país da piada pronta, mas, a cada dia mais, o país da piada de mau gosto...

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

           

           



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - BURACO NO CORAÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A menina nasceu com um furo no coração. O termo científico é cardiopatia congênita. Quando, dentro do útero, a separação entre os dois lados do coração não acontece como deveria acontecer, a criança pode nascer com uma comunicação, um buraco, por assim dizer, entre os lados direito e esquerdo.
Numa época em que muitas pessoas se relacionam sexualmente apenas pelo prazer momentâneo, penso que, talvez, a má formação dentro do útero aconteceu em paralelo ao desencanto da mãe por perceber que não passara de um receptáculo de carne.
As batidas do coração da menina foram anêmicas. Poderia se afirmar que faltavam forças para reagir ao mundo em que desembarcava. A mãe não estranhou os lábios roxos, o cansaço no respiro e na mamada e a dificuldade em ganhar peso. Espiava a filha, mais uma, nenê diminuto de seus encontros sem consistência, embora alimente sonhos bonitos.
Veio do sertão, de horizonte vermelho e abafado, de seca que suga a água toda, mata o gado e racha o chão. Viu mais esqueletos de boi do que boiada. Isso lhe deu certa vagareza diante das coisas, uma conformação melancólica. Talvez seja isso mesmo: crença em um destino implacável, no qual os relacionamentos se esgarçam em pouco tempo e os filhos brotam amarelos.
A menina, com o passar dos anos, criança ainda, foi se sentindo de maternidade das irmãs que vieram antes e depois dela. Pensava no alimento, na hora da escola e em resolver os atritos decorrentes de convívios com distúrbios Da mãe justifica as ausências por necessidade do trabalho que sustenta, com limites, a família.
Mas e o coração? A cardiopatia congênita prossegue. Existe menos oxigênio no sangue. E, agora, há um lado mais intenso nesta fissura: o emocional. Busca uma forma de preencher o vazio que dói na alma. Pede algo para levar para casa: um lápis, um gibi, uma bala... Tentou se completar com a roupa de bailarina rosa, contudo não lhe deram a caixinha com música e, por esse motivo, não acertou os passos.
Recordei-me do poema “Amor Violeta” de Adélia Prado: “O amor me fere é debaixo do braço,/ de um vão entre as costelas./ Atinge o meu coração é por esta via/ inclinada./ Eu ponho amor no pilão com cinza/ e grão de roxo e soco. Macero ele,/faço dele cataplasma/ e ponho sobre a ferida”.
Ai, meu Deus, dê à menina esse amor de verdade, que cura úlceras e preenche hiatos!

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   -   Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
 



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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - DIA DA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL: UMA DATA PARA CELEBRAR A VIDA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São tantas as datas festivas desse mês e uma das mais importantes é de hoje, 28 de junho, o Dia da Renovação Espiritual, comemorado em nosso país há alguns anos e que ganha cada vez mais, caráter ecumênico. Já se disse que em tempos de fortes mudanças sociais e espirituais esta celebração se torna um princípio simbólico para inserirmos mais um hábito positivo em nosso cotidiano.

Foi criada para louvarmos a vida e agradecer a Deus pela nossa existência, trabalho e dedicação ao próximo. Seu principal objetivo é que  todos, independente de crença ou religião, se conectem com energias e conceitos positivos e edificantes para as suas almas. Incentiva-nos ainda ao culto de familiares e amigos, que estão sempre ao nosso lado dando força para seguirmos em frente, em nossa jornada terrena, nem sempre muito fácil.

Desperta para uma reflexão sobre o que é realmente importante: será que estamos usando nosso tempo da melhor maneira possível? Devemos lembrar que o apego exclusivo as coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens do mundo, menos compreende sua destinação. Esquecemo-nos muitas vezes de que deste mundo nada se leva, a não ser bons momentos com aqueles que nos rodeiam e os atos de carinho, amor, afeto e respeito praticados em nossa convivência. Não se pode ter guia mais seguro do que tomar como medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo. Convida ainda a buscarmos uma renovação de nossa consciência, abrirmos nossas mentes e positivarmos nossos sentimentos.

Mais do que nunca precisamos entender que independentemente do que acreditamos e seguimos, somos todos iguais, compreendendo que o respeito e o amor são as bases para uma convivência social pacífica e ideal. Por outro lado, a vida é bem mais que “coisas”. Temos que tentar levá-la com espiritualidade relativa, para que os bens materiais não deixem de lado os preceitos e princípios reais. O famoso poeta português Fernando Pessoa, já dizia: “Sinto-me nascido a cada momento / para a eterna novidade do mundo”.

Precisamos entender que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio “eu”, pois a grandeza humana não consiste apenas em ter sabedoria e sim em sabermos usá-la. Ter fé em Deus e aceitar os percalços da vida tornam as dificuldades mais suportáveis. Ele nos concedeu a oportunidade de nos renovarmos todos os dias. Que tal começarmos imediatamente? Quem sabe assim não alcançaremos a verdadeira felicidade.

 

A VITÓRIA DA VIDA

 

 

A vida humana é sempre um dom gratuito para quem a possui e cada pessoa é um dom valioso para a humanidade, não obstante a variedade de suas condições sociais, de idade ou de saúde. A situação de nossos dias propõe que lutemos contra as injustiças, as discriminações, a pobreza e a agressividade, tentando consolidar a dignidade humana, e consequentemente, a paz social.

De nada adianta protegermos a vida, inclusive por preceito constitucional, se não a dignificarmos. O nosso desafio é buscar esta conciliação, manifestamente difícil num país como o Brasil, mas não impossível. Para tanto, devemos contribuir com princípios éticos que reafirmem a primazia do indivíduo sobre o materialismo e as questões meramente econômicas, buscando os reais valores no plano da justiça social e distribuição de renda. Quando colocarmos o cidadão no caminho de realizações sólidas, na linha da fraternidade e o respeitarmos absolutamente como pessoa, poderemos finalmente propagar a vitória da existência humana.

 

                                   SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 

A Igreja Católica comemora a 29 de junho, o Dia de São Pedro e São Paulo, dois dos mais importantes seguidores de Jesus Cristo. O primeiro foi um dos doze apóstolos escolhidos, sendo considerado o primeiro papa, razão pela qual nessa data, também se celebra o “Dia do Papa”. A sua festa encerra o ciclo das celebrações juninas, tão tradicionais em nosso país. São Paulo, de perseguidor, transformou-se num dos principais pregadores da fé cristã. Ambos fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro.

 

                   BREVE REFLEXÃO

 

 

“Muitas vezes estamos tão mal acostumados que não percebemos a importância de quem está conosco, e esquecemos que a vida não é eterna” (Hideki Anagusko)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - OS VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA

                    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os Corpos de Voluntários da Pátria atuaram entre 1865 e 1870, durante quase toda a Guerra Paraguai (que a historiografia contemporânea tende a designar como Guerra da Tríplice Aliança), desde o início do conflito até o seu término, quando ocorreu a morte de Solano López. Contar a história de sua atuação confunde-se com contar a história do próprio conflito.

Para se entender o que foi essa guerra, há que considerar, desde logo, que o Brasil não estava preparado militarmente para enfrentar o Paraguai. Com exceção de nossa Marinha de Guerra, que era excelente, tudo o mais foi improvisado e ajustado às necessidades de momento.

O Paraguai, sim, preparou-se para a guerra. Possuía entre 75 e 80 mil homens bem equipados, com moderno armamento europeu. Era uma gigantesca máquina de guerra, preparada para tomar a ofensiva contra a Argentina (que parece ter sido a primeira ambição de López) e, se preciso fosse, contra o Brasil.

O nosso Império possuía cerca de 17 mil homens no seu Exército, dispersos por todo o território. Havia, ainda, corpos de milicianos, da chamada Guarda Nacional, teoricamente mobilizáveis, mas sem formação militar mais adequada.

O Brasil nunca se preocupara seriamente com uma guerra externa das proporções da que foi a Guerra da Tríplice Aliança. Não era provável um conflito desses. O máximo que se imaginava como possíveis seriam conflitos menores, como o de Rosas e o de Uribe. Mas, atacado por López, o Império teve as províncias de Mato Grosso e Rio Grande invadidas. A tomada de Uruguaiana pelas tropas paraguaias chefiadas por Estigarríbia acordou o gigante... e o Brasil resolveu lutar. Como fazê-lo? Recorrendo ao voluntariado.

No dia 7 de janeiro de 1865, D. Pedro II firmou o Decreto nº 3.371, pelo qual apelava para os sentimentos patrióticos do povo brasileiro e instituía novos corpos militares constituídos por “Voluntários da Pàtria”, para atender à gravíssima emergência em que se encontrava a nação.

O Governo Imperial prometeu vantagens aos voluntários: quando terminasse a guerra, receberiam um prêmio de 300 mil réis (quantia considerável, na época, pois equivalia ao maior salário mensal de funcionário público do país, ou seja, o de um Senador do Império); receberiam lotes de terra; teriam preferência nos empregos públicos; as viúvas, os órfãos e os mutilados de guerra receberiam assistência do Estado; seriam concedidas patentes de oficiais honorários aos ex-combatentes. Os escravos incorporados à luta seriam, imediatamente, manumitidos.

O próprio Imperador se inscreveu, para dar exemplo, como voluntário e foi com farda de Voluntário da Pátria que partiu para Uruguaiana, acompanhado de seu genro, o Marechal Conde d´Eu, como este narra em seu interessante livro Viagem Militar ao Rio Grande do Sul.

O Brasil todo acolheu com entusiasmo a convocação feita pelo seu Imperador. Num primeiro momento, foi grande o número de voluntários, muitos deles provenientes das famílias mais bem estabelecidas no Império. O fervor popular era enorme. Em todas as Províncias, as municipalidades promoviam o recrutamento, organizavam desfiles e paradas militares, ao som de música marcial, os poetas e literatos glosavam o feito. Em todo o Império, os jornais estavam cheios de proclamações patrióticas, como esta:

“Pela Pátria! Por Deus! Pelo Mundo! / Rugem feras no negro covil... / Fiquem mudas à voz da Bombarda! / Rolem mortas aos pés do Brasil!
“No deserto, bandeira à frente, / Respirando vingança marchai! / Ninguém saiba quem foi mais valente... / Arda em chamas o vil Paraguai.
“...Treme o solo ao tropel dos guerreiros, / Treme o céu ao troar dos canhões, / Mas não sabem tremer brasileiros,  Nem seus braços, nem seus corações.” (apud CAMPOS, Pedro Dias de. O espírito militar paulista. In: “Revista do Instituto Historico e Geographico de São Paulo”, vol. XXII, 1923).

         A guerra foi longa. Foi cruel. O entusiasmo inicial foi posto à prova. À medida que o tempo foi passando, o entusiasmo tendeu a arrefecer, de modo se tornou difícil suprir as baixas e atender às necessidades do conflito. Foram, então, adotadas algumas medidas mais severas, de modo que o que inicialmente era voluntariado passou a ser, mais efetivamente, uma conscrição obrigatória. Dessa conscrição se livravam pessoas de posses, pagando outras menos abastadas, para lutarem em seu lugar, ou até libertando escravos que fossem lutar. Foram episódios tristes, projetando sombras num quadro em que havia muita luz. (continua)

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 14:55
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VALQUIRIA GESQUI MALAGOLI - PRESENTES MÁGICOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Natal, aniversário, páscoa, formatura, bodas etc.

            Sempre há ocasião de compensar pessoas que amamos, e pelas quais forçadamente passamos ocupados demais, e vice-versa.

Caso se trate de alguém mais chegado, pode-se expressar a compensação por meio de um caprichoso presente, algo concreto, tipo pacote pra se abrir e surpreender-se mesmo.

Pode-se, porém, fazê-lo, aha! – com elas, as ditas-cujas sempre bem-vindas e facilmente à mão, melhor dizendo, à boca: as palavras!

Palavras de esperança, palavras de força, palavras de estímulo, palavras de saudades. Palavras alegres, sinceras palavras, palavras tantas.

Palavras que juntas, aha! – formam frases inteiras!, sim, presente riquíssimo!

Tenho já uma coleção delas. Acho até que ando vomitando algumas lá e cá de tanto acumular essas belezas.

“A todos deu as armas que convinha/ A sábia natureza./ Deu as asas aos pássaros ligeiros,/ Deu ao peixe escamoso as barbatanas;/ Deu veneno à serpente,/ Ao membrudo elefante a enorme tromba,/ E ao javali o dente./ Coube ao leão a garra;/ Com leve pé saltando o cervo foge;/ E o bravo touro marra./ Ao homem deu as armas do discurso,/ Que valem muito mais que as outras armas” (Tomás Antônio Gonzaga).

            Ora, não se pode maldizer as boas intenções contidas nas palavras. Longe disso.

            Ainda mais eu que vivo de palavrear. De escrevê-las, por ofício; de dizê-las, por prolixidade nata.

            Acontece que o exercício de proferi-las anda tão amesquinhado.

            Quando sou o destinatário, naturalmente, agradeço ao remetente. Respeito é bom. Educação também.

Não deixo, contudo, de questionar-me. Jamais quanto à honestidade dos votos que me trazem. Não. Apenas porque a vida é perguntar-se.

            A pulga que me morde a orelha é outra. Não é a palavra em si. É o costume.

            É o hábito que já se tornou a fala.

            Não se move uma palha. Atitudes não são tomadas. Mas, vale a intenção.

            Eu não ponho a mão no bolso, mas elevo aos pobres uma prece.

            Eu não visito meus parentes, mas vou ao velório quando um deles falece.

            Eu não cumpro minhas obrigações, mas justifico as faltas.

            Quem dera todos os dias fossem devidamente celebrados. Dias comuns. Dia a dia. Dias não mais que simples dias. Dias por si sós presentes mágicos.

 

 

 

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI, escritora e poetisa,  vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:41
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JOSÉ RENATO NALINI - RETORNO À NATUREZA

 

 

 

 

 

 

 

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Depois de um acelerado êxodo rural, que esvaziou o campo e inflou as cidades, muitos já perceberam que a escolha não foi acertada. O contato com a natureza, a vida saudável da lavoura, a tranquilidade e a incomparável qualidade existencial foram substituídos por estresse, angústia e poluição. Os educadores não podem ignorar o fato de que há uma nostalgia do campo e devem estimular o alunado que se sente atraído para atividades rurais a perseguir o seu sonho.

Não é impossível. Numa época de crise, em que o desemprego vai chegar aos 20 milhões de brasileiros, é importante mostrar que na zona rural há excepcionais oportunidades de subsistência digna e prazerosa. O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, mais um excelente serviço à Nação liderado pelo notável homem público Dr. Fábio de Salles Meirelles, propicia alguns programas de interesse para o jovem que sente a inclinação de uma vida qualitativamente superior àquela enfrentada na angústia urbana. Um deles é o “Turismo Rural”, que oferece ao produtor rural uma fonte alternativa de renda e agrega valores à sua propriedade.

O SENAR propicia módulos interligados e orienta o interessado em todos os aspectos referentes ao desenvolvimento de atividades turísticas no meio rural. Também oferece o programa “Jovem Agricultor do Futuro”, a educação para o trabalho que é elemento estratégico na construção da cidadania. O jovem adquire competências e adquire maior sensibilidade em relação à preservação ambiental, de maneira a comprovar que viver da lavoura é gratificante e lucrativo. Existem os programas Olericultura orgânica, a capacitar a mão de obra desde o preparo do solo até a comercialização, de forma a fornecer produto diferenciado ao mercado consumidor, cada vez mais exigente. No mundo da poluição e da contaminação química, há mais brasileiros conscientes querendo consumir produtos orgânicos.

Aprende-se a produzir mudas de qualidade, completando-se o curso com aquele destinado à produção de tomate orgânico, com obtenção de safra saudável, competitivo no mercado e de menor impacto ambiental. Agricultura orgânica é setor que merece a atenção de todos aqueles que sentiram o chamado do campo e fornece muitas opções para os desejosos de mudar – para melhor – de vida. Outro campo promissor é a viticultura, que dá suporte ao aperfeiçoamento da produção vitivinícola regional e pode se conciliar com uma atividade cultural e turística. A agricultura vive melhor momento em São Paulo e aquele naturalmente vocacionado nela encontrará rara oportunidade de viver melhor, voltando à natureza, que foi abandonada por muitos, mas que continua à espera dos mais sensíveis, aos quais tornará ainda mais humanos.

Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 23/06/2016

 


JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.



publicado por Luso-brasileiro às 14:36
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FELIPE AQUINO - CARTA DE UM FILHO A TODOS OS PAIS DO MUNDO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A revista Nova Cristandade publicou um texto de Marita Abraham que ajuda os pais a educar seus filhos. Veja:

“Não me deem tudo o que peço-lhes, às vezes só peço para ver o quanto consigo. Não gritem comigo, os respeito menos quando gritam comigo e me ensinam a gritar também, e eu não quero gritar. Não me deem sempre ordens, se às vezes me pedissem as coisas eu as faria mais rápido e com mais gosto. Cumpram suas promessas, boas ou más. Se me prometem um prêmio, quero recebê-lo e também se é um castigo.

Não me comparem com ninguém (especialmente com meu irmão) se me apresentam com melhor que os demais alguém vai sofrer e se pior, serei eu quem sofrerei.

Não mudem de opinião tão rápido sobre o que devo fazer, decidam-se e mantenham essa decisão. Deixem-me valer por mim mesmo. Se fazem tudo por mim nunca poderei aprender.

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Corrijam-me com ternura.

Não digam mentiras na minha frente, nem me peçam que as diga por vocês, mesmo que seja para tirá-los de um apuro. Isto é mau.

 

Leia também: Os filhos também nos educam…

A importante missão de educar para a vida

Educar é uma missão maravilhosa

A sublime missão de Educar

Os Pais e os Filhos

 

Faz com que me sinta mal e perco a fé no que vocês dizem.

Quando faço alguma coisa errada não me exijam que lhes diga “por que o fiz” às vezes nem mesmo eu sei. Se alguma vez se equivocarem em algo, admita-o, assim se fortalece a opinião que tenho de vocês e me ensinarão a admitir meus próprios equívocos. Tratem-me com a mesmo amabilidade e cordialidade com que vejo que tratam a seus amigos, é que por ser família não significa que não possamos também ser amigos.

 

Ouça também: A educação depende dos pais

Não me peçam que faça uma coisa e que vocês não a fazem, eu aprenderei a fazer tudo o que vocês fazem embora não me digam, mas, dificilmente farei o que dizem e não fazem.

Quando eu lhes contar algum problema meu, embora lhes pareça muito pequeno, não me digam “não temos tempo agora para essas bobagens” tratem de me compreender, necessito que me ajudem, necessito de vocês.

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Para mim é muito necessário que vocês me amem e o digam, o que eu mais gosto é escutá-los dizendo: “Te amamos” .

Abracem-se, preciso senti-los próximos de mim. Que vocês não se esqueçam que eu sou, nem mais nem menos que um filho”.

 

Retirado do livro: 100 Mensagens para a alma. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas

 

FELIPE AQUINO Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:27
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PAULO R. LABEGALINI - OS FRUTOS DA BÍBLIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Existiu um velho professor alemão cuja vida sempre impressionara sobremaneira seus alunos. Um dia, um deles resolveu descobrir o segredo daquela conduta maravilhosa. Então, escondeu-se no escritório onde o mestre costumava ficar antes de ir para casa.

Já era tarde quando o professor chegou de sua última aula. Estava muito cansado, mas sentou-se e passou uma hora lendo a Bíblia. Depois, abaixou a cabeça numa oração silenciosa e, finalmente, fechando o Livro dos livros, disse: ‘Bem, Senhor Jesus, nossa velha amizade continua linda como sempre. Conhecê-Lo é o que de melhor pude obter na vida. Se eu pudesse, faria todos os meus irmãos ouvirem a Sua Palavra. Obrigado por eu ser tão privilegiado em receber essas mensagens e, neste momento, gostaria que alguém estivesse me ouvindo também’.

O aluno, escondido, não conseguiu manter-se em silêncio e, emocionado, soluçou. O professor, então, após o susto, perguntou-lhe:

– Meu bom rapaz, o que deseja de mim? Há algo que tenha me pedido e, tendo eu recusado, voltou para tirar-me ocultamente?

O rapaz ficou pálido e respondeu envergonhado:

– Não, senhor. Sempre quis saber o que o mantinha tão iluminado para poder imitá-lo, só isso!

O mestre abriu um largo sorriso e iniciou sua explicação:

– Sente-se nesta cadeira e agradeça a Deus por essa oportunidade de atender o Seu chamado. E já que deseja imitar-me, saiba que eu também imito Jesus Cristo, digno de todo louvor! Ele me diz o que devo fazer e eu atendo!

– O senhor conversa com Ele?

– Sim, Ele me fala através deste Livro Sagrado. Todos os dias eu o escuto com muita atenção e, depois disso, fica fácil seguí-Lo. Por exemplo, ouça o tesouro que me foi dado hoje neste capítulo de São Marcos...

E, assim, mais uma alma começou a se aproximar de Deus e caminhar rumo ao Céu.

A forte presença de Jesus nos chega como resultado da oração a sós com Ele e do estudo pessoal da Bíblia. Com certeza, Cristo se torna mais presente àquele que persiste em cultivar a Sua Palavra.

E você, leitor(a), sabe como melhorar de vida? A partir de hoje, sua Bíblia será aberta mais vezes e dará mais frutos? Essa maravilhosa graça, só depende de você!

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:20
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - SERÁ QUE OS MORTOS PODEM COMUNICAR ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Havia na casa de meu pai – de Santa Marinha (Gaia), – moça, que auxiliava no meneio doméstico.

Entrou ao serviço, ainda adolescente, na flor da idade, e ficou décadas…

Cuidou com esmero de minha mãe, na prolongada doença que a vitimou; e após a morte desta, tratou de meu pai, com tanto carinho e dedicação, que passou a ser considerada, como se fosse da família.

Sentindo-se doente e receoso que a Ilda – assim se chamava a empregada, – ficasse desprotegida, meu pai, resolveu deixar-lhe, por escritura, o direito de residência, e escassos meios, que permitissem sustentar-se, pelo menos, nos meses seguintes ao funeral.

Mas, receando que não lhe fosse fácil encontrar emprego, condigno, e a protecção que desejava, assentou escrever carta, dirigida a Senhora, extremamente religiosa, de alma caritativa, e influente na sociedade portuense.

Tanto a escritura – que lhe permitia ficar com a casa, – e a carta, foram colocadas numa gaveta da cómoda de pau-santo, que se encontrava no seu quarto, com conhecimento da Ilda.

Até aqui nada foi dito merecedor de ser passado a letra de forma.

Aconteceu, que dias após o funeral, foi recebido telefonema da destinatária da carta, narrando: que soube do falecimento, pelos jornais, e que nessa mesma noite, tivera um sonho muito estranho:

Sonhou, que meu pai lhe aparecera, dizendo que procurasse uma carta, que lhe escrevera.

Como não sabia do que se tratava, nem conhecia, que alguma vez lhe tivesse escrito, pensou ser apenas um sonho…

Mas, como o “ pedido” não lhe saísse da cabeça – segundo contou, – resolveu telefonar, para perguntar se sabiam da existência de recado ou carta, que lhe tivesse escrito.

Esclareceram-na que havia realmente sobrescrito, endereçado a seu nome, e que não lhe tinha ainda sido entregue, porque aguardava-se oportunidade propícia.

Este facto ou fenómeno, deixou-nos deveras impressionados, e foi muito comentado; depois caiu no esquecimento.

Trago-o aqui, por o considerar bastante curioso, e merecedor de se tornar publico.

Seria pura coincidência, ou o sonho foi “provocado” por meu pai? É mistério difícil de compreender, e deixa muitas interrogações, sem resposta.

Coincidência ou não, certo é, que a missiva foi entregue.

O conteúdo era manuscrito, pedindo que cuidasse do bem-estar da empregada, procurando protege-la no que lhe fosse possível; pois receava morrer brevemente, e não a queria deixar, sem ter a certeza que ela iria cuidar da Ilda, como merecia, pela dedicação e provas de lealdade que demonstrou nos anos que esteve em sua casa.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:09
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Sábado, 25 de Junho de 2016
CLARISSE BARATA SANCHES - PELO FALECIMENTO DE D. EURICO DIAS NOGUEIRA ARCEBISPO EMÉRITO DE BRAGA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Morreu D. Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 D. Eurico Nogueira, Amigo meu,

 Se menos escrevia, eu meditei:

 Quem sabe se este Amigo aguarda o Céu

 Que já teria ganho? Ponderei!...

 

 Deixou muitas lembranças que escreveu,

 Algumas delas, sim, também guardei;

 Dornelas, terra nobre onde nasceu,

 Levou-a, sim, na alma, p´lo que sei.

 

 Deixa Saudades, que em Braga criou,

 E em África viveu, mas não gostou

 Do modo da descolonização!...

 

 Foi erro e Portugal não foi feliz,

 Poderiam ter feito dois “Brasis”

 De aberto e generoso coração!...

 

 Clarisse Barata Sanches – Góis - Portugal

 

 

 

***

 

PINHO DA SILVA   -   MINHA VIDA COM
TERESINHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E o oráculo falou...
 
 
 

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 PINHO DA SILVA - (1915 – 1987). Nasceu a 12 de Janeiro, em Vila Nova de Gaia, (Portugal). Frequentou a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia (autor da celebre estatueta de Eça de Queiroz). Vila-florense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal. Redator do “Jornal do Turismo”. Membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Foi Secretário-geral da ACAPPublicou " Minha Vida Com Teresinha", livro autobiográfico.

 

 

***

 

CONGREGAÇÃO DA MISSÃO PROVÍNCIA DO SUL (CMPS)

 

 

 

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL VICENTINO (SAVV)

 

Curitiba, junho de 2016.

 

CONVITE VOCACIONAL:

 

Estimado jovem,

 

A Congregação da Missão (Padres e Irmãos Vicentinos) e seus seminários desempenham uma missão muito importante para o dinamismo da vida da Igreja e de toda sociedade. O seminário é um lugar especial para a formação integral, baseada nos valores da fé, da ética, do respeito, da educação e da responsabilidade, em vista do sacerdócio (padres vicentinos) e da vida consagrada (Irmãos vicentinos). É um ótimo lugar de se viver, pois a dinâmica da vida do seminarista inclui ESTUDO, CONVIVÊNCIA, ESPORTE, ESPIRITUALIDADE E TRABALHO.

A Congregação da Missão acolhe jovens a partir do terceiro ano do ensino médio. O processo de ingresso no seminário requer encontros vocacionais e visitas do padre à família para um melhor conhecimento e discernimento vocacional.

Por isso, estamos convidando você para participar do ENCONTRO VOCACIONAL VICENTINO, para conhecer a casa (seminário) e como é a vida do seminarista. O Retiro será no Seminário Propedêutico, nos dias 22, 23 e 24 de julho de 2016.

OBS: Não precisa trazer material para anotação. É importante confirmar a presença até o dia 20/07/2016, através dos telefones (41)3621-2506 (Seminário Propedêutico) ou (41) 9699-0117 (Pe. Clóvis Marques) ou por e-mail: savvvocacao@yahoo.com.br.

Com muita alegria, estima e expectativa aguardamos você no dia do ENCONTRO VOCACIONAL VICENTINO

 

Que Maria, mãe dos vocacionados, e São Vicente de Paulo, fundador da CONGREGAÇÃO DA MISSÃO, abençoem você e sua família!

 

Att;

      Pe. Clóvis Marques

 

PASTORAL VOCACIONAL

Pe. Clóvis Marques,CM.

Fone: (41) 9699-0117 – (41) 3223-0561

E-mail/facebook – savvvocacao@yahoo.com.br

 

 



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Domingo, 19 de Junho de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - UMA CELEBRAÇÃO QUE INDICA UNIÃO ENTRE AS PESSOAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A 21 de junho, quando se inicia oficialmente a estação do inverno comemora-se o Dia Internacional do Aperto de Mão, cumprimento usado como expressão de sentimento, de amizade, afinidade e confiança; também para consolidar um acordo entre pessoas ou no desporto, como “fair play”. Pouco se sabe sobre a origem da data, mas em alguns países ela é celebrada com ênfase e objetiva destacar a importância desse gesto às relações sociais. 

Efetivamente é uma das saudações mais antigas da história da humanidade, sendo que o seu primeiro registro foi encontrado nos hieróglifos egípcios. Os povos do Egito Antigo acreditavam que o faraó adquiria seu poder quando as divindades estendiam as mãos para ele. Em uma época em que praticamente todos os homens carregavam alguma arma, essa reverência representava um sinal de paz, já que agiam dessa maneira para mostrar que não estavam armados. Por isso, nasceu como um hábito tipicamente masculino, que com o tempo se generalizou entre os sexos.

Alguns o entendem como regra de etiqueta, mas na realidade, traduz gratidão, ligações amistosas e de respeito. Por isso, essa celebração é tão importante como o Dia do Beijo ou do Abraço, pois são eventos que simbolizam a união da humanidade e suas formas de demonstrar afeto.

Portanto, não economizemos apreço e simpatia. Devemos sempre que possível, estendermos as mãos, cumprimentando nossos amigos, vizinhos, colegas e os indivíduos em geral. Manifestações de boa educação, solidariedade e carinho nunca são demais. Ao contrário, aprimoram a convivência e a tornam mais afável.

 

 

A ORIGEM DA FESTA DE SÃO JOÃO

 

 

 

Junho é o mês de São João, Santo Antônio e São Pedro. Por isso, as festas que acontecem em todo o mês de junho são chamadas de "Festas Joaninas", especialmente em homenagem a São João. O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.

O mais tradicional destes festejos é o de São João, que se comemora no dia 24 e surgiu porque diziam que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, ela foi à casa da mãe de Jesus e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Nossa Senhora, então, perguntou-lhe: - Como poderei saber do nascimento do garoto? - Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.Santa Isabel cumpriu a promessa.

Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho. Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões, danças, etc…

Com exceção do Nordeste, as festas juninas praticamente se extinguiram nas grandes cidades brasileiras. Um pena. Elas são parte de do folclore, que se revela no conjunto de crenças, lendas, tradições, danças, mitos e costumes de um determinado povo ou de uma região. Trata-se de um assunto de grande importância, já que através dele, mantém-se a identidade cultural de uma localidade, passada e vivenciada de geração a geração. E cultura é a base da consolidação dos povos, devendo o Estado assegurar a sua diversidade e a preservação de seus valores.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

                 



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - BARBÁRIE E ESPERANÇA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ainda bem que a desgraça ocorrida, no Rio de Janeiro, com a adolescente vítima de estupro coletivo não caiu no descaso.  Assuntos como esse, numa sociedade que divide as pessoas em dois grupos: as que devem ser preservadas e as que podem ser usadas -, e isso em destaque no período da escravidão, com casa grande e senzala -, caem logo no esquecimento. Justificativas para o abuso sexual não me cabem na cabeça, seja quem for a vítima ou o abusador. A falta de prudência é um fator que amplia a vulnerabilidade das pessoas somente porque existem aberrações humanas. A ninguém é dado o direito de saciar suas taras em desprotegidos ou não.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Aplicada – IPEA -, acontecem mais de 500 mil estupros por ano no Brasil. 70% das vítimas são crianças e adolescentes.  E pelo menos 56% dos agressores são conhecidos das vítimas. De pesquisa realizada em 2015 com 350 processos no TJ do Rio Grande do Sul, quase 80% das vítimas tinham até 13 anos.  Quando não há denúncias, o estupro se repete. E entre as consequências nefastas para o equilíbrio físico, moral ou espiritual: depressão, fobias, ansiedade, abuso de drogas ilícitas, tentativas de suicídio, síndrome de estresse pós traumático.
Um dos artigos mais interessantes, que li sobre o tema, foi o da jornalista e documentarista brasileira Dorrit Harazim, questionando se o Brasil irá encarar de verdade o assunto, para uma mudança cultural, e constatar, até agora, a sua cumplicidade por omissão.
Neste mesmo período, tomei conhecimento das novas orientações legislativas do Papa Francisco, que preveem a remoção do cargo de bispos que sejam considerados negligentes no que diz respeito ao abuso sexual de menores e adultos vulneráveis.
Na carta apostólica “Como uma Mãe Amorosa”, o Papa diz que a Igreja “ama todos os seus filhos, mas cuida e protege com especial afeto os mais frágeis e indefesos”. Certíssimo!
Penso que devam ser igualmente responsáveis padres, religiosos, leigos, ou seja, todos que exerçam liderança na Igreja e que haja empenho efetivo na assistência às possíveis vítimas.
Que bom seria se todos aqueles que assumem algum poder, em qualquer esfera, se posicionassem com tolerância zero em relação a abusos sexuais e que, na indiferença, perdessem seu cargo.
Displicência em assuntos como esse fortalecem bestialidades.

 

 

 


  MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE   -   Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.               



publicado por Luso-brasileiro às 18:08
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A GUERRA DO VIETNÃ, UM CONFLITO ASSIMÉTRICO (1)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leciono na Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina - no curso de pós-graduação em História Militar, realizado em convênio com as Forças Armadas brasileiras. Recordo que anos atrás, quando estava seguindo esse mesmo curso do qual mais tarde seria docente, fui incumbido de redigir um trabalho sobre a influência dos aspectos geográficos na Guerra do Vietnã: de que forma e em que medida a geografia local influenciou e/ou determinou os resultados da guerra.

Procurei, para responder cabalmente ao solicitado, algumas referências na Internet, mas logo desisti de utilizá-las, em parte por sua extrema superficialidade, em parte pelo inegável facciosismo com que se referem à Guerra do Vietnã. Preferi utilizar uma única fonte, não isenta de defeitos, mas pelo menos mais confiável e sólida, que é a “História das Guerras”, organizada por Demétrio Magnoli (São Paulo: Editora Contexto, 2006). Nessa obra, em cuja confecção colaboraram numerosos estudiosos, o capítulo referente a “Guerras da Indochina” (op. cit., pp. 391-423) é de autoria do próprio Magnoli. Além dessa fonte bibliográfica, preferi apoiar-me na minha própria memória, já que acompanhei pessoalmente, com muito interesse, a maior parte da Guerra do Vietnã, quando adolescente e jovem. Lia e guardava, dia a dia, o noticiário da imprensa e até mesmo me documentei para escrever um livro a respeito. No tocante à primeira guerra da Indochina, ocorrida entre o final da 2ª. Guerra Mundial e 1954, quase toda ela se passou antes de eu nascer, mas, mesmo assim, o tema me é grandemente familiar, porque acompanhei, durante anos a fio, três revistas universitárias francesas de História (“Miroir de l´Histoire”, “Historia” e “Historama”, as três publicadas em Paris), e nessas revistas o tema das guerras coloniais na Indochina e na Argélia era recorrente.

Do ponto de vista geográfico, a região do Sudeste Asiático constitui o lugar ideal para um conflito assimétrico, que foge inteiramente aos padrões clássicos das guerras convencionais, travadas entre exércitos regulares de nações inimigas. A assimetria, na realidade, marcou constantemente a Guerra da Indochina (travada pelos vietnamitas pró-comunistas contra os franceses no aludido período 1945-1954) e, mais ainda o conflito conhecido como Guerra do Vietnã (1960-1975).

O Sudeste Asiático é composto fundamentalmente pelo Vietnã (entre 1954 e 1975 dividido em dois pelo Paralelo 17, o Vietnã do Norte, comunista, e o Vietnã do Sul, pró-Ocidente), pelo Laos, pelo Camboja e pela Tailândia (antigo Reino da Tailândia).

O foco principal da luta foi o Vietnã, que tem uma forma sinuosa de um longo e retorcido S. Bem ao norte, não distante da fronteira chinesa, situa-se Hanói, cidade importante que foi durante muito tempo a capital do Vietnã do Norte. Quase no Extremo Sul, confrontando com a província da Cochinchina, situa-se Saigon, cidade bastante importante e populosa, que foi capital do Vietnã do Sul e agora, renomeada Ho-Chi-Min-Ville, é a capital da República do Vienã, até hoje oficialmente comunista.

Ao longo de toda a orla marítima, desde o Golfo de Tonquim, ao Norte, até o extremo Sul da Cochinchina, havia povoados e cidadezinhas, localizando-se nessa orla a maior parte da população civil. Para o interior, seguia-se uma faixa não muito larga de planícies, com arrozais e, logo se fechava a vegetação numa floresta luxuriante que ia subindo cada vez mais, até chegar a uma cadeia de montanhas elevadas, que dividia o Vietnã dos vizinhos Laos e Camboja. Do outro lado, ia a topografia descendo, em direção ao importante vale do Rio Mekong, que dividia o Laos da Tailândia, depois cortava o Camboja ao meio e, por fim, penetrava em território vietnamita, ao sul de Saigon, já em plena Cochinchina. A região das montanhas cobertas de florestas constituía o terreno ideal para uma guerra assimétrica, como é, por excelência, a de guerrilhas.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:04
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