PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 24 de Julho de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - NO DIA DAS AVÓS, REVERENCIEMOS OS IDOSOS !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em homenagem à Santa Ana, mãe de Nossa Senhora e avó de Jesus, comemora-se a 26 de julho, o Dia da Vovó. Realmente, uma justa reverência, já que avós merecem consideração e respeito, pois viveram mais tempo, possuem grande experiência e podem transmitir inúmeros ensinamentos a todos da família. Por outro lado, são pessoas ligadas a nós através de laços consangüíneos, sendo os pais dos nossos pais. A maioria se constitui num grande exemplo de trabalho, de honestidade, de paciência, de fé, de firmeza e principalmente de muito amor. Às vezes, revelam-se em força estabilizadora dentro do lar, em exemplos reais de superação humana e em arquivo imenso de bons conselhos. A importância deles na vida familiar é tão intensa que a Lei 12.398/2011 promulgada no Brasil  lhes garante o direito de visitar os netos em caso de separação, podendo, a critério do juiz, ser extensiva a eles a guarda e educação dos menores, levando em conta os interesses da criança ou do adolescente. 

         Aproveitemos a ocasião para refletir sobre a situação em que os idosos se encontram atualmente em diversos países. A questão dos direitos fundamentais,  relevante por si só, adquire uma nova e inusitada dimensão quando considerada à luz do crescimento demográfico da terceira idade em todo o mundo, pois envolve, em relação a ela, aspectos e peculiaridades que não podemos ignorar. Origina exigências de respeito, acatamento, reverência e solidariedade, tão importantes quanto os aspectos materiais e de saúde.

         Em nossa carreira profissional, tanto como advogado, como jornalista, pudemos constatar que milhares de pessoas nessas condições estão marginalizadas em todos os setores.     São tratadas em determinadas ocasiões como inúteis ou como crianças inconscientes e irresponsáveis. No mercado de trabalho quase inexiste tarefa digna que possam exercer, mesmo com toda vivência que acumularam em seus anos de atividades.

         Assim, o idoso perde os referenciais e se sente incapaz e inseguro, refugiando-se forçosamente no núcleo familiar, que o acolhe, às vezes, como um verdadeiro problema sem solução. É necessário valorizar as pessoas mais velhas e despertar na comunidade que elas mesmas ajudaram a construir, uma visão ampla das possibilidades de aproveitamento da força laborativa de que dispõem; a experiência, a criatividade e a imensa capacidade de amor e energia que podem transmitir, como meio, inclusive, de combater e prevenir problemas relacionados com sentimentos de inutilidade, solidão e infelicidade.

Cada ruga, às vezes, representa uma história. E são tantas. Vamos ouvi-las, curti-las e principalmente respeitar todos, pois poderemos aprender bastante e ainda retribuímos um pouco pelo muito que fizeram e fazem por nós, pela sociedade e pela humanidade como um todo.

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

 

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Por motivo de férias, como tem acontecido nos anos anteriores, não será atualizado o blogue,durante o mês de Agosto.

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 15:41
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - TERROR ENTE NÓS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Quando eu estava na escola, era comum, nas aulas de história, ouvir dos professores que o mundo havia passado por épocas muito cruéis, nas quais as pessoas foram submetidas a todo tipo de tratamento desumano e foram vítimas indefesas de seus próprios semelhantes. Na época eu costumava acreditar que isso era passado, que caminhávamos para um futuro mais humanizado, para a resolução dos conflitos entre os seres humanos. A despeito de eu ser jovem, ingênua, eu de fato queria crer naquilo, pois o mundo no qual eu dava meus primeiros passos precisava fazer algum sentido para mim.

Infelizmente, embora tenhamos de fato avançado em várias áreas, bem como identificado e reconhecido vários direitos que antes sequer imaginávamos ver respeitados, o mundo ainda está longe de atingir o ideal de paz, de ser um lugar tranquilo de se viver. Não exclusivamente, mas os recentes eventos envolvendo ações terroristas são uma mostra lamentável disso.

Não quero e não irei, de forma alguma, adentrar no mérito de quem está certo ou errado, politicamente falando. Não sou especialista em História e, ainda que o fosse, penso que não me caberia tecer tais juízos de valor, até porque esse tipo de coisa mais acirra ânimos do que os apanígua. Assim, limito-me a lamentar os reflexos dos atos que, tomados por quem quer que seja, roubam vidas e sonhos.

Sei que é um tanto ilusório de minha parte, mas questões políticas poderiam ser resolvidas de outros modos, mais diplomaticamente. No que se refere às questões religiosas a coisa fica ainda mais complexa. Religião não se discute, mas também não deve ser motivo de intolerância. Aquilo no que o outro crê, exceto no que diz respeito a atos de violência com o próximo, não me diz respeito, bem como as minhas crenças pertencem ao meu íntimo e não aos outros.

Dói pensar na quantidade de pessoas que perdem suas vidas por conta do ódio, do poderio econômico  e do extremismo, religioso, político ou filosófico. Morrer pelas próprias crenças pode até lá ter a sua glória ou valor, isso se mais ninguém se fere, mas levar consigo a vida de outras pessoas, de gente que sequer está inserida no contexto das discussões alheias e que não tem a menor chance de se defender, isso é covardia demais.

Fico imaginando como isso será estudado, no futuro, pelas novas gerações de estudantes e se eles, em um lampejo de esperança, igualmente pensarão que o porvir redimirá a humanidade. Díficil, hoje, contudo, diante das páginas que vão sendo escritas, ter a certeza de que a humanidade, um dia, viverá em paz, ainda que seja a mínima, aquela que permite a ausência de guerras e de mortes sem sentido.

Das tragédias climáticas, penso eu, em minha ignorância, que talvez não tenhamos como escapar, por exemplo, mas o terrorismo é ato que não prova nada, não encontra justificativas aceitáveis e que não pode se propagar pelo mundo. Há quem possa dizer que estou pessimista, mas não é o caso. Estou apenas preocupada com o mundo que vamos legando aos que aqui vão chegando e que vão encontrando essa imensa confusão, essa babel sem fronteiras e sem entendimento.

Quiçá possamos achar uma alternativa, um meio de entendermos que somos todos iguais, irmãos, inquilinos do mesmo lugar e do mesmo tempo, e que não há, entre nós, quem tenha razão sobre o outro, não sobre todas as coisas...Oxalá possamos não ser, daqui a algumas décadas, sermos chamados de bárbaros digitais.

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 15:37
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - MITOS, PROBLEMAS, ANSEIOS E UTOPIAS

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando se fala em Mitologia, a primeira ideia que nos vem ao espírito é a dos deuses mitológicos da Grécia antiga, que habitavam o Olimpo e ali saboreavam ambrosia e néctar; não eram deuses puros nem imaculados, eram modelos extremados das paixões, dos vícios e até dos crimes da humanidade.

Em termos bem “tupiniquins”, imaginava Monteiro Lobato que o néctar sorvido pelos deuses era a garapa, o nosso saborosíssimo caldo de cana, e que a comida maravilhosa que degustavam era... içá torrado com farinha! Içá, para quem não sabe, é o ventre intumescido da formiga tanajura. Revoadas dessas formigas caem no solo, na época da postura, e são apanhadas para degustação. Esse era tipicamente um pitéu indígena, assimilado e incorporado pelos paulistas antigos e que somente em fins do século XIX deixou de ser consumido (embora discretamente, sem chamar muito a atenção...) pela alta sociedade de São Paulo. Ainda hoje é possível saboreá-lo em alguns restaurantes típicos do Vale do Paraíba, onde é designado como “caviar caipira”. Eu mesmo cheguei a provar essa iguaria. Confesso que não achei nela as sublimidades apontadas por Lobato, mas, francamente, é de sabor bem agradável.

A mitologia grega era cheia de ensinamentos filosóficos que envolviam os problemas mais profundos da natureza humana, os quais, mesmo nos dias de hoje, permanecem vivos e também se expressam pela via da mitologia, embora de outros modos. Mudaram-se as formas e as representações míticas, mas os problemas fundamentais permaneceram os mesmos.

Uma área do conhecimento que trabalha muito com os mitos e aprende a manipulá-los habilmente é a da propaganda. Qualquer pessoa que tenha estudado marketing sabe que, quando se oferece um produto, na realidade o que se está vendendo é uma ideia, uma sensação, um valor abstrato simbolizado e expresso por aquele produto. Um vendedor de passagens em transatlântico, por exemplo, oferece ao público essas passagens; mas o comprador, na realidade, compra o status, ou a sensação de riqueza, ou a sensação de segurança e plenitude que a viagem em transatlântico de luxo produz. Quem compra uma casa de campo, na realidade busca o conforto, a tranquilidade, o bucolismo e a paz que, simbolicamente, em sua mente se associam à casa de campo. Quem compra um automóvel do ano, na realidade procura a riqueza, a sensação de sucesso e a consideração geral que a posse do carro do ano normalmente exprime. E assim por diante.

O curioso é que os padrões vão mudando, de acordo com as modas, as tendências, os costumes, mas os grandes mitos permanecem os mesmos – precisamente porque os problemas humanos e os anseios para resolvê-los são permanentes. Um exercício interessante é pegar, em qualquer sebo, revistas da metade do século XX (por exemplo, velhas coleções de "Seleções do Reader's Digest") e analisar as propagandas de produtos anunciados, observando quais as ideias, quais os "absolutos" que estavam sendo oferecidos. Não são muitos diferentes dos de hoje. Confesso que já fiz isso muitas vezes, não só com "Seleções", mas também com revistas como "O Cruzeiro", "Manchete" e "Fatos & Fotos" dos anos 1950 ou 60. É um exercício realmente prazeroso e enriquecedor.

Outro aspecto interessante a destacar é o da cultura da beleza corporal – já cultivada desde a antiga Grécia nos modelos de Apolo e Afrodite, e ainda hoje objeto de culto constante. Atualmente, considera-se como padrão de beleza um corpo esguio. Qualquer gordurinha extra deve ser banida. Por ação ditatorial da mídia modeladora das modas esse é um modelo imposto aos homens e, sobretudo, às mulheres. Em outros tempos, era muito diferente. Quando havia escassez de alimentos, ter gorduras acumuladas era bom sinal, já que significava maior resistência às doenças infecciosas que eram frequentes e, muitas vezes, mortais. Ficava feio para uma mulher ser magrela... As gordas eram, então, prestigiadas.

Quem pesquisa em arquivos antigos encontra, por vezes, coisas muito engraçadas. Recordo um episódio ocorrido na localidade portuguesa de Vila Viçosa, no início do século XVIII. Ali ocorreu uma "troca de princesas", cerimônia que se dava quando, em decorrência de acordos políticos, eram combinados casamentos entre as dinastias de Portugal e de Espanha. Na fronteira, ou em alguma localidade próxima à fronteira, trocavam-se as princesas, geralmente meninas de 8 ou 10 anos, que iam completar sua educação no outro país, já noivas de príncipes que mais tarde herdariam as coroas de suas nações. Li o relato muito engraçado de uma troca de princesas ocorrida em Vila Viçosa. A portuguesinha que ia para Madri era gorducha, rechonchuda, como se apreciava no tempo; e a espanholinha, destinada a Lisboa, era magra, angulosa e ossuda (exatamente como se exige das modelos de nossos dias). A população local, que assistiu à troca, não gostou e começou a reclamar. Comentava que era injusto os espanhóis, sempre aproveitadores e querendo tirar vantagem em tudo, "darem uma sardinha e levarem em troca uma tainha"... Esse fato ficou registrado como sintoma de insatisfação popular com a política internacional portuguesa da época.

É curioso que o mesmo anseio da saúde e da beleza física que outrora fazia as moças desejarem ser gordas hoje as faz anoréxicas. Mudaram os paradigmas, mas o mito permanece o mesmo.

Os mitos têm relação imediata com as utopias, outro assunto que mereceria estudo e reflexão. Por trás de toda utopia está sempre um mito. Mas isso é assunto que fica para outra ocasião.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 15:33
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - CIRCUITO DE TRAGÉDIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

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A moça de olhar dolorido carrega tragédias. Em sete meses: o assassinato do filho de 18 anos, a detenção do outro, menor de idade, e mais recente: a execução do genro com 22 anos. Nenhum deles conseguiu concluir o Ensino Fundamental II. Família do sertão, da Chapada Diamantina, área do Polígono das Secas. Por lá se revezavam, à procura de calmaria e prosperidade, entre dois municípios, numa distância de 585 km, e tendo em comum a violência. A maioria dos homicídios acontece por conta do tráfico de drogas e os sacrificados se encaixam no perfil de vulnerabilidade. De acordo com as estatísticas locais os jovens entre 18 e 29 anos são as maiores vítimas dos assassinatos. É a banalização da vida. Mata-se por qualquer motivo.
Mas voltando à moça, São Paulo foi um sonho de “Paraíso Perdido”.  O filho mais velho e o genro retornaram ao Nordeste. Encontraram, também pelo lado de cá, a malandragem sem castigo, de “braços abertos” para as pessoas que carregam pobrezas. Grupo rival no WhatsApp, escolheu seu menino para chacinar, demonstrando “superioridade”. Quanto ao genro, morto às 10h30, retiraram-no do chão às 15h00. O rosto irreconhecível. Como caíra de bruços, o calor do sol no asfalto destruiu a sua aparência. A esposa, com a nenê deles de três anos no colo, seguiu no carro fúnebre a fim de entregar à sogra, em cidade distante, o corpo do filho!
Perguntei à moça como resumiria o que faltou aos filhos e ao genro para não se introduzirem nos descaminhos e me resumiu em uma única palavra: atenção. Atenção por parte da sociedade incluída, atenção na escola para os que têm dificuldade em aprender e conviver, atenção à impunidade que incentiva o crime.
Encontrava-me com esta crônica na alma, quando ouvi a homilia do Frei Francisco Sales, OCD, na Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, no Carmelo São José. Disse que, do alto da cruz, Jesus dá à Maria uma nova missão: ser mãe da humanidade e, dessa forma, ela assume a cultura de todos os povos: Nossa Senhora Aparecida, de Fátima, de Guadalupe... E convidou-nos a imitá-la.
Senti-me fecundada pela esperança na colocação do Frei. Por certo a mudança da sociedade passa por condenar menos e assumir mais a face dessa gente sofrida; emprestar os seus olhos para ver a realidade que sangra; sintonizar as batidas do coração e ser parceiro de fato no caminho do bem.
 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE- Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 15:22
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RENATA IACOVINO - A FÉ NÃO COSTUMA FAIÁ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            "Andá com fé eu vou/Que a fé não costuma faiá".

            Este famoso refrão da música "Andar com fé", composta em 1982 por Gilberto Gil, é repetido até hoje por tantos cantores e públicos que não cansam de entoar seus versos simples.

            Muito provavelmente foram poucos (se houve) os que questionaram a maneira da escrita do verbo "falhar". Talvez porque a maneira como a palavra é cantada está tão intrinsecamente ligada à força e ao significado que almejam, somados ao ritmo, de cunho popular, que se torna irrelevante a gramática.

            Segundo o próprio autor: "O uso do 'faiá' é assumido com a intenção de legitimar uma forma popular contra a hegemonia do bem falar das elites. É uma homenagem ao linguajar caipira, ao modo popular mineiro, paulista, baiano - brasileiro, enfim - de falar 'falhar' no interior.".

            Isto foi em 1982, quando ainda não tínhamos essa avalanche de letras e músicas (embora estejam distantes de ser uma coisa e outra) que assassinam a nossa língua, sem dó nem piedade.

            Hoje, olhando esse "faiá" percebemos que não houve falha nenhuma, mas a utilização de um recurso apropriado e cheio das melhores intenções.

            Gil salienta que: "É quase como se a frase da canção não pudesse ser verdade se o verbo fosse pronunciado corretamente - o que seria um erro...".

            A respeito disto, o letrista Carlos Rennó fez uma interessante observação: "'Faiá' é coração, 'falhar' é cabeça, e fé é coração.".

            Na letra original ainda encontramos o "andá", também uma variante, via licença poética, de "andar". Assim, é possível encontrar uma intenção de rima do poeta Gil, entre a primeira palavra do primeiro verso e a última palavra do segundo verso (o exemplo citado está na frase que abre este artigo).

            O autor utiliza-se do recurso da repetição para enfatizar sua intenção. A palavra "fé" é mencionada inúmeras vezes, tanto no refrão, quanto nas estrofes. Consegue colocar fé até onde ela, a princípio, não existiria: "Mesmo a quem não tem fé/A fé costuma acompanhar/Ô ô/Pelo sim, pelo não.".

            Que saudade de ouvir boas canções por aí, pelas ruas, pelos bares, pelas rádios, pelas vozes populares... A boa música parece que se confinou a guetos e deve ser ouvida quase que clandestinamente, como se estranha fosse.

            Estranhos são estes tempos... estranho eu.

 

 

 

RENATA IACOVINO poeta e cantora / facebook.com/oficialrenataiacovino/ reiacovino@uol.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 15:18
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Sábado, 23 de Julho de 2016
JOSÉ RENATO NALINI - ATUALIDADE DE FRANCO MONTORO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Momentos como os que o Brasil enfrenta nesta fase dramática servem também para celebrar melhores páginas. Uma das quais a passagem patriótica de ANDRÉ FRANCO MONTORO pela política nacional.

Nascido em 16.7.1916, se vivo fosse estaria a completar seu centenário. Mas continua presente qual modelo de homem público virtuoso, que não se corrompeu e guardou intacto o idealismo e o fervor cívico.

Bacharel das Arcadas em 1938, conciliou o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais com Filosofia e Pedagogia. Afeiçoado às causas humanitárias, foi secretário-geral do Serviço Social da Secretaria da Justiça, docente universitário e procurador do Estado. Filiado ao PDC – Partido Democrata Cristão, foi vereador à Câmara de São Paulo, deputado estadual e deputado federal.

Estava em companhia de João Goulart, então vice-presidente, quando da visita à China, ocasião em que Jânio Quadros enunciou, em 25.8.1961. Foi ministro do Trabalho e Previdência Social de Jango, criou o salário-família, caiu com a queda de João Goulart, mas reelegeu-se deputado federal pelo MDB em 1966. Foi um dos cinco únicos senadores oposicionistas eleitos em 1970 e, em 1982, era o governador de São Paulo, responsável por uma das administrações mais democráticas que Piratininga já experimentou.

Sempre tive enorme admiração por Franco Montoro, casado com a jundiaiense Luci Pestana Silva Franco e pai de sete filhos. Ricardo, um deles, meu amigo, foi o responsável pela concessão da honrosa Cidadania Paulistana a este conterrâneo de sua mãe.

Montoro sempre me incentivou a participar de um contínuo processo de aperfeiçoamento da vida brasileira e me prestigiou em todas as oportunidades. Atendeu a convites para proferir palestras aos alunos de Direito da Faculdade Padre Anchieta, foi inaugurar a Feira da Amizade em 1982, pouco antes de se tornar governador. Depois de deixar o governo, continuou à frente do Instituto Jacques Maritain, instância adequada para o debate franco e consistente sobre os rumos do convívio fraterno e cristão, algo de que ainda carecemos. Talvez mais do que em tempos de antanho.

Sua obra é imperecível. Sua frase “ninguém mora na União nem no Estado. As pessoas moram no município” é uma das que mais repito, com imensa saudade do mestre e amigo.

 

Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 17/07/2016

 


JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.

 

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 18:13
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FELIPE AQUINO - COMO ENTENDER O LIVRO DO APOCALIPSE ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Apocalipse foi escrito pelo Apóstolo São João, já no final de sua vida, por volta do ano 100, sob a forma de uma carta escrita às Igrejas da Ásia menor, que viviam tempos difíceis de perseguição romana. É um livro bastante enigmático e difícil de ser entendido, e que pode gerar muitos erros de interpretação como já ocorreu muitas vezes na história da Igreja se não observarmos com cuidado como a Igreja o interpreta. O imperador romano Domiciano (81-96) moveu forte perseguição aos cristãos, tendo deportado São João, que era o bispo de Éfeso, para a ilha de Patmos.

Ao mesmo tempo os cristãos eram hostilizados pelo judeus e aguardavam a volta de Cristo, que não acontecia, para livrá-los de todos os males. Foi neste contexto que o Apóstolo escreveu o Apocalipse para confortar e animar os cristãos das já inúmeras comunidades da Ásia Menor. Apocalipse, em grego “apokálypsis”( revelação), era um gênero literário que se tornou usual entre os judeus após o exílio da Babilônia (587-535 a.C.), e descreve os fins dos tempos onde Deus vai julgar os homens. Essa intervenção de Deus abala a natureza (fenômenos cósmicos), com muita simbologia e números. O Apocalípse não pretende dar uma descrição antecipada dos acontecimentos do futuro, mas de apresentar uma mesma realidade sob vários símbolos diferentes; e tudo é feito com uma linguagem intencionalmente figurada para despertar a atenção do leitor, que estava acostumado ao gênero apocalíptico usado pelos judeus.

 

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Alguns símbolos tem significado preciso: o Cordeiro simboliza o Cristo; a mulher, a Igreja ou a Virgem Maria; o dragão, as forças hostis ao reino de Deus; as duas feras (cap.13), o império romano e o culto imperial; a fera (cap.17), simboliza Nero; Babilônia, a Roma pagã; as vestes brancas, a vitória; o número três e meio, coisa nefasta ou caduca. Mas esses símbolos não são exclusivos; o Cristo é, às vezes representado como “filho do homem”ou cavaleiro. O Apocalipse é uma revelação sobrenatural, velada, sob símbolos, representando tanto o passado, quanto o presente da Igreja, e também o futuro. Se refere a um período indefinido que separa a Ascensão de Cristo de sua volta gloriosa.

 

Leia também: Como entender o Apocalipse?

O que significa apocalipse e por que o mesmo é o último livro da Bíblia?

Introdução ao Apocalipse (Parte 1)

Introdução ao Apocalipse (Parte 2)

 

Deixa claro da impossibilidade de escapar à luta e ao sofrimento, às perseguições e ao fracasso aparente no plano terrestre, à realidade da salvação que lhe será concedida no meio de suas obrigações, e à vitória final, que é obra de Cristo ressuscitado que venceu o pecado e a morte.

A mensagem principal do livro é que Deus é o Senhor da História dos homens, e no final haverá a vitória dos justos, em que pese o sofrimento e a morte. Mostra a vida da Igreja na terra como uma contínua luta entre Cristo e Satanás, mas que no final haverá o triunfo definitivo do Reino de Cristo, triunfo que implica na ressurreição dos mortos e renovação da natureza material. As calamidades que são apresentadas não devem ser interpretadas ao pé da letra. Deus sabe e saberá tirar de todos os sofrimentos da humanidade a vitória final do Bem sobre o Mal.

 

 

 

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FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:53
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - AS CANASTRINHAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em final dos anos cinquenta, passei aprazível estadia, na Vilariça, na amena e tranquila: “ Quinta do Bem”.

Tive a felicidade, na ocasião, de travar conhecimento com simpática velhinha, de rosto encarquilhado pelo sol, e cabelo alvo, como a neve, amiga da mulher do feitor.

Ainda havia, nesse recuado tempo, nas nossas pitorescas aldeias transmontanas, amorosas  avozinhas, eximias narradoras de curiosas histórias, que entretiam  longas horas de serão, e educavam os sentimentos dos ouvintes.

Uma, que escutei, entre muitas, no meu tempo de menino, recheada de encantadores e saborosos termos vernáculos, paralelamente com preciosos provincianismos, é a que vos vou contar:

Havia, há muitos e muitos anos, na comarca de Vila Flor  - "A flor das Vilas", como o grande vilaflorense, Raul de Sá Correia, gostava de dizer, - pastorzinha, que não conhecia letras, por mais rodondinhas que fossem, nem povoado, além da humilde aldeia, onde nascera e se criara.

Numa luminosa e fresca manhã de Primavera, batida de sol doirado e resplandecente,  quando as amendoeiras se toucavam de vistosas florzinhas brancas, assentou ir à Vila.

Sobre a cabeça, colocou o sedoso lenço de seda escarlate, que a madrinha lhe dera pelo aniversário;  calçou delicadas chinelinhas de corda; ataviou-se com o melhor xaile que tinha; e abalou, alegremente, entoando loas à Senhora da Assunção - a que está no Cabeço, - em demanda de semente, para amanhar a coirela.

Pasmou-se, uma vez na Vila, com as casas branqueadas a cal - na sua aldeia, todas eram escuras, de pedra xistosas; - e com os artísticos umbrais, bem lavrados, que embelezavam portas e janelas, de igrejas e velhíssimas casas senhoriais.

Extasiada com tudo que via, deambulava, num encantamento, pelas tortuosas ruas, da antiquíssima Vila.

Porém, ao perpassar pela Matriz - cuja a riqueza dos ornatos do pórtico, a encantou, - verifica, atónita, que do interior do velho templo, saiam harmoniosos cânticos, que mais assemelhavam, hinos angélicos, do que simples coplas, entoadas  por vozes humanas.

 

 

 

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Tocada pela curiosidade, quedou-se a escutar.

No adro, jovem aperaltado, desenhava com a ponteira da bengala de ébano, caprichosos arabescos, na terra mole, enquanto  esperava a namorada, que assistia ao culto.

Com esforço, vencendo o natural enleio, que sempre a dominava, quando falava com estranhos, perguntou-lhe: o que fazia esse mar de gente, em fato domingueiro, dentro do templo.

Para sua desdita, aconteceu ser maganão, o janota, e para se divertir da inocente pastorzinha, disse-lhe que oravam desse jeito:

-”Rezam, assim: Uma canastrinha, mais duas canastrinhas, são: três canastrinhas…”

Terminado o culto, a ovelheira, entrou sorrateiramente, no templo. Ajoelhou-se. Pôs as mãos na posição de rezar, conforme o jovem lhe ensinara, e repetiu, fervorosamente, a “oração” que lhe indicara.

Nesse preciso momento, passa o padre. Olhou. E o que viu?! Volitarem ao seu redor, três formosos e translúcidos Serafins.

Intrigado,  acercou-se, pasmado com o que vira, e interroga meigamente a pastora:

-O que rezas, minha filha?!…”

Encolhida, a pastorita, muito enleada, respondeu, baixando os olhos:

- “ O que me ensinaram: Três canastrinhas, mais duas canastrinhas. são: três canastrinhas…”

Ao escutar a grotesca “oração”, o cura, lembrou-se do bom Frei Bartolomeu dos Mártires, ao visitar terras de Barroso, e aconselhou-a a voltar, para lhe ensinar a doutrina.

Alegre, como um cuco, a pastorzinha, no domingo seguinte, foi à Vila…; e tornou a voltar….; mas nunca mais viu, o piedoso abade: anjos, luzes, resplendores…Nada!…

Inquerida a razão de estar triste, a pegureira, de mãos erguidas, suplicou: que a deixassem rezar a sua “oração”, porque, ao dize-la, sentia que Deus estava presente.

Contristado e relutante, o padre condescendeu, compreendendo que os designos do Senhor são bem diferentes do pensar dos homens…

Estava o abade a pregar as promessas divinas, quando enxerga, estupefacto, que lá no fundo do templo, ao redor da pastorzinha, havia um imenso halo, tão brilhante como o Sol; e translúcidos Serafins, rezavam de joelhos, ao seu lado.

Volvendo os olhos lacrimosos para o Céu, o padre lembrou-se das Bem -  Aventuranças:

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino do Céu!...”

Velhinha, no humilde catre  da sua humilde casa, a pastora,entrega a alma ao Criador; e amparada por formosos anjos, entra no Céu, rezando:

"Uma canastrinha, mais duas canastrinhas, são três canastrinhas!..."

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:42
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PAULO R. LABEGALINI - A MAIOR PROVA DE AMOR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há muito tempo atrás, um casal de velhinhos morava sem filhos numa casinha humilde de madeira. Eles se amavam e eram muito felizes, até que um dia aconteceu um acidente com a senhora: enquanto arrumava a casa, começou a pegar fogo na cortina e as chamas se espalharam por todo o seu corpo.

O esposo acordou assustado com os gritos e, quando a viu se debatendo, imediatamente tentou ajudá-la, mas o fogo também o atingiu antes de saírem da casa. Ao chegarem os bombeiros, havia apenas fumaça no local, e partiram com o casal para o hospital.

Após algum tempo, aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro da amada. Ainda em seu leito, a senhora estava deformada, pois as chamas queimaram o seu rosto. E ela foi logo falando:

– Tudo bem com você, meu amor?

– Por eu estar vivo, posso dizer que sim, mas o fogo atingiu os meus olhos e eu não posso mais enxergar. Quero, porém, que fique tranquila, querida, porque a sua beleza estará gravada em meu coração para sempre.

Então, triste pelo esposo, disse-lhe:

– Vendo tudo o que aconteceu, Nosso Senhor tirou-lhe a vista para não presenciar a minha deformidade. Com o rosto queimado, estou parecendo um monstro!

A partir daquela data, ela era os olhos do seu querido esposo e ele todos os dias dizia-lhe: ‘Como eu te amo!’. Assim viveram 20 anos, até que a senhora veio a falecer. E no dia do enterro, quando as pessoas se despediam, veio aquele senhor sem seus óculos escuros e, chegando perto do caixão, beijou o rosto da sua amada, dizendo num tom apaixonado: ‘Como você é linda, meu amor!’.

Vendo-o caminhar seguro e sozinho, um amigo perguntou se o que tinha acontecido era um milagre. Olhando-lhe nos olhos, o velhinho apenas falou: ‘Eu nunca estive cego, apenas fingia, pois quando a vi toda queimada, sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira e acreditando que eu ainda a amava’.

Portanto, sempre foram muito felizes e apaixonados!

Um amor maior do que esse só encontramos nas páginas da Bíblia Sagrada, onde Deus entregou seu único Filho para morrer em favor de toda a humanidade. Lendo os Evangelhos, sentimos que Jesus ditou uma verdadeira carta de amor a cada um de nós.

Como sabemos, aos 33 anos, o Filho de Deus foi condenado à morte de cruz – a pior morte da época! Os pregos tinham cerca de 15 a 20 centímetros e foram enfiados nos pulsos. Imagine a força que Ele tinha que fazer com os músculos das costas para não ter as mãos rasgadas! Mas, também, não podia forçar tanto tempo porque perdia todo o ar de seus pulmões; dessa forma, era obrigado a se apoiar no cravo enfiado nos pés.

E já que seus pés não aguentariam por muito tempo senão rasgariam também, Jesus alternava esse ‘ciclo’ simplesmente para conseguir respirar. O nosso Salvador suportou esse terrível sofrimento por um pouco mais de 3 horas! Muita coisa, não?

Alguns minutos antes de morrer, Ele não sangrava mais e saía água de seus cortes. Não tinha mais sangue, portanto, apenas saía água. E se considerarmos que um corpo humano é composto de aproximadamente 5 litros de sangue, Jesus derramou tudo por nós!

Além da humilhação que sofreu – carregando a cruz por cerca de dois quilômetros –, foi desprezado, esbofeteado, chicoteado, cuspido no rosto e coroado com espinhos. Isso tudo para nos redimir dos pecados e nos abrir as portas do Céu. E, o mais impressionante: Ele perdoou a todos! Todos, sem exceção! Ele morreu por você! Sim, você mesmo que está lendo este artigo.

E muita gente tem vergonha de mostrar a sua fé em Cristo, não é mesmo? Alguns nos veem trabalhando para Deus e dizem que somos caretas ou fanáticos! Infelizmente, a ganância e a pobreza de espírito deixa as pessoas cegas para a salvação da alma. Se todos aceitassem que a Virgem Maria é o nosso melhor caminho para chegarmos até Jesus e cressem que Ele é o único e verdadeiro Deus, nem mesmo este texto eu precisaria estar escrevendo.

Mas, faço isso com amor e na esperança que, um dia, Ele voltará revestido de glória para chamar os incrédulos. Isso não é utopia, muito pelo contrário, pela promessa e misericórdia de Deus, vai acontecer!

Há uma música que diz assim: ‘A nossa vida é feita de esperança; paz e flores nós queremos semear. Felicidade, somente alcança quem cada dia se dispõe a caminhar’. Pois é, pense que ainda resta a você não fingir que não enxerga – como o velhinho da história – e participar do Plano Divino de Salvação. Se rezar, Nossa Senhora lhe ajudará a manifestar uma linda prova de amor ao próximo. Tente!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas

 



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PINHO DA SILVA - RETRATO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sou um palhaço, a rir à gargalhada:

folgazão, divertido, jovial;

e pareço tão sincero, tão real,

que as gentes acreditam na farçada !

- “ Que feliz é você ! Que desgarrada!

Que alegria ! Que festa, tal e qual !…”

“Você vive um eterno Carnaval,

sem tristezas de Cinzas e sem nada !…”

Eu respondo:

- “Pois é !…Viva a alegria !…”,

pondo-me a rir, a rir sem ter vontade;

pondo-me alegre, alegre, mas mentindo.

Para ser verdadeiro: - noite e dia,

meu coração é triste… e eu vou rindo !….

 

 

PINHO DA SILVA    -  (1915 – 1987) -    Vila Nova de Gaia, Portugal

 

 

 

 ***

 

 

 

PINHO DA SILVA   -   MINHA VIDA COM
TERESINHA 
 
 
 
 
 
Cantar para o meu dormir...
 
 
 

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PINHO DA SILVA - (1915 – 1987). Nasceu a 12 de Janeiro, em Vila Nova de Gaia, (Portugal). Frequentou a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia (autor da celebre estatueta de Eça de Queiroz). Vila-florense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal. Redator do “Jornal do Turismo”. Membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Foi Secretário-geral da ACAPPublicou " Minha Vida Com Teresinha", livro autobiográfico.

 

 

***

 


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Terça-feira, 19 de Julho de 2016
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - ESCLARECIMENTO NECESSÁRIO SOBRE COXINHAS

    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Gostaria de fazer aqui um esclarecimento sobre algo que escrevi acerca de coxinhas, algum tempo atrás. . Refiro-me ao tradicional quitute presente em todos os bares e lanchonetes do Brasil, nas comemorações de aniversário, nos coquetéis e em muitos outros atos sociais. Refiro-me àquele saboroso e simpático salgadinho frito, modelado em forma de coxa de frango, com massa cremosa feita de farinha, batata ou mandioca, e recheado com carne desfiada de frango. Antigamente, era costume se acrescentar um ossinho de galinha na ponta, para dar mais a ideia de membro empanado da penosa. Hoje, simplificou-se o ritual de preparo, abolindo-se o acréscimo.

Em artigo publicado nesta seção há alguns meses, comentei o lançamento da segunda edição de um livro intitulado “Sua Majestade Imperial D. Thereza Christina Maria de Bourbon e Bragança, a Mãe dos Brasileiros”, escrito pelo Prof. Rogério da Silva Tjader, de Valença-RJ.

Nesse livro, o ilustre autor, que leciona História no Ensino Superior de sua cidade e publicou numerosas obras de História e Ciência Política, narrou que certo dia, numa refeição íntima em que participava toda a Família Imperial, aconteceu que não sobrou nenhuma coxa de frango para um dos netos de D. Teresa Cristina e do Imperador D. Pedro II. O menino apreciava muito esse petisco e não escondeu sua tristeza por se ver privado dele.

Com pena, D. Teresa Cristina consolou o neto e disse que, para ele, providenciaria uma coxa de frango especial, muito melhor do que as outras. Levantou-se então da mesa, foi até à cozinha e, às pressas, improvisou um bolinho de massa, com recheio de carne de frango desfiado. Deu ao bolinho o formato de uma coxa, colocou um pedaço de osso para acentuar a semelhança com o membro do galináceo e mandou fritar. O menino comeu encantado e, a partir daí, todos os netos passaram a preferir essa coxinha especial, feita pelo carinho e pela inventividade da avó, às vulgares e normais coxas de frango... Muitas famílias da nobreza imitaram a receita, dali ela passou para o povo em geral e se espalhou por todo o Brasil.

No meu texto, depois de transcrever essa versão da origem das coxinhas, acrescentei “Si non è vero...”. Fiz esse acréscimo não por duvidar, é claro, da seriedade documental do Prof. Tjader em seus livros, mas porque imaginava que se tratasse mais de alguma tradição oral não documentada do que, propriamente, de uma referência segura. Inúmeras tradições orais, sempre com algum fundo de verdade, mas quase sempre com imprecisões e variantes, correm acerca de D. Pedro II e sua Família. Isso é, aliás, próprio de personalidades que, pelo seu alto significado histórico, passaram no imaginário popular para o campo da legenda.

O Prof. Tjader, entretanto, me esclareceu que esse episódio, incluído em seu livro, não provinha de uma vaga tradição oral, mas lhe fora transmitido por testemunha muito segura, se bem que indireta, do fato.

Quando adolescente, com seus 14 ou 15 anos de idade, o Prof. Tjader, que nasceu em 1931, conheceu muito bem D. Luiza Werneck de Castro, senhora que, na época, já tinha idade avançada. Conversava muito com ela, que lhe contava inúmeros episódios dos tempos antigos, os quais o jovem Rogério, já com vocação de futuro historiador, ouvia encantado e registrava na memória.

A mãe de D. Luiza tinha sido aia de D. Teresa Cristina, e prestava serviços à Imperatriz tanto no Paço de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, quanto no Palácio de Petrópolis, residência de verão da Família Imperial, privando muito com a Imperatriz e com ela conversando diariamente. Foi da própria soberana que ouviu essa versão, que transmitiu à filha e que esta, mais tarde, transmitiria ao jovem Rogério, que por sua vez, bem mais tarde, já como ilustre e celebrado historiador, transmitiria ao grande público.

Acaba de sair a terceira edição do livro, revista e bastante ampliada. Para esta edição, o Prof. Tjader me deu a honra de pedir um prefácio. Embora o soubesse absolutamente desnecessário, de bom grado acedi ao amável pedido.

Recomendo muito essa obra, que pode ser adquirida na Livraria Companhia do Livro, pelo site pelo www.ciadolivro.com.br ou pelo telefone 24-2452-4233.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - " A AMIZADE É DOCE CANÇÃO DA VIDA E A POESIA DA ETERNIDADE"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Dia Internacional da Amizade, comemorado a 20 de julho, foi criado pelo filósofo e sociólogo argentino Enrique Ernesto Febbraro, inspirado pela chegada do homem à Lua, nesta data em 1969. Em alguns estados brasileiros como o Rio de Janeiro, sua celebração é determinada por leis próprias, motivadas estritamente por apelo comercial – um evento para troca de presentes. No entanto, o seu propósito original é incentivar a reflexão sobre esse importante e necessário instrumento de união entre as pessoas, notadamente num mundo extremamente consumista e competitivo.

Apesar do tema se constituir em fonte inesgotável de todas as formas artísticas (que o digam Milton Nascimento e Renato Teixeira), o unilateralismo prevalece de maneira assustadora. Com efeito, o dinamismo provocado pelos reflexos materialistas leva os indivíduos a se fecharem em si mesmos, pois passam a viver em função de ganhos, posição social e poder, como se tais aspectos fossem fundamentais às suas realizações. Esquecem-se das circunstâncias humanistas e imprescindíveis à própria felicidade, como gestos e atitudes fraternas, relacionamentos afetivos, solidariedade com o próximo, respeito a todos os seres vivos em geral e tantas outras, sobrepostas por interesses exclusivamente pessoais e ao mesmo tempo, carregados de puro egoísmo.

Nesta trilha, a psicóloga Rosely Sayão assim se expressou: “Fazer amigos ajuda a combater a ideologia consumista de nosso tempo, que pega tão pesado com os jovens, já que ter amigos subverte a lógica do consumo. Quem cultiva amizades entende que mais importante do que ter o poder de ter algo é ter alguém ao lado, poder contar com alguém” (Caderno Equilíbrio, Folha de São Paulo, p. 12 -25/08/2005).

Por outro lado, o cultivo da amizade gera satisfação, apoio, segurança, lealdade, conforto e principalmente, respeito à ordem social da qual o Direito é o seu instrumento regulador. Ocorre que, quando os indivíduos se conhecem, se gostam e se respeitam, dificilmente infringem normas legais, uns contra os outros. Tanto que ela é citada por Aristóteles como uma das principais bases da consolidação do regime democrático. Ele igualou esse relacionamento sadio entre irmãos à democracia, que só seria possível pelo processo de fraternização.

Desta forma, a data de 20 de julho é muito importante, já que busca valorizar as ligações amistosas entre as pessoas e que estão praticamente ausentes da convivência na atualidade. Com efeito, a rapidez na luta pela sobrevivência, tem evitado uma vida mais afetiva, desprendida e próxima dos outros, aspectos que, embora praticamente ignorados diante da atual crise de valores, são benéficos ao nosso amadurecimento. A amizade transmite confiança, compreensão, atenção, perdão, cumprimento, simpatia e outros atributos significativos à nossa realização em vida. “É por isso que os amigos, ainda que ausentes, estão presentes. Ainda que pobres, têm abundância; ainda que fracos, são fortes e, o que é mais difícil dizer, ainda que mortos, estão vivos: tamanha é a consideração, a lembrança, a saudade dos amigos que os acompanha (...)”, escreveu Santo Agostinho, em Confissões IV.  E Roque Schneider indicou: “a amizade é a doce canção da vida e a poesia da eternidade”.

Quando formos capazes de pensar na satisfação de todos e não apenas em vantagens próprias, iremos superar a conjuntura moral do mundo e, em conseqüência, as dificuldades econômicas, sociais e tantas outras que afligem o homem e a nossa realidade será mais amena e conviveremos mais e melhor com nossos semelhantes.

 

         25 de julho. DIA DO ESCRITOR NO BRASIL

 

“Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira” (Carlos Drummond de Andrade). Homenagem aos escritores, grandes responsáveis pelo avanço no desenvolvimento da sociedade em todos os aspectos, até no de construir sonhos, sem os quais a vida não tem quase nenhum encanto.

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - O DIVINO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Meus pais me ofereceram, sem imposição, a fé em Deus. Um Deus maior que a compreensão humana, cujo Filho, Jesus Cristo, era possível, ainda criança, com a manjedoura no colo, embalar em tempo de Natal. O mesmo Jesus de coração sangrando de amor, que observava, nos meus seis anos, na imagem da Igreja Matriz NSD daquela época, hoje Catedral.
Percebi, desde menina, que a fé era uma escolha séria, sem me basear nas pessoas e no mundo, mas no Céu.
Três domingos, Evangelhos e homilias com os Padres: João Estêvão, Leandro e Milton
O primeiro Evangelho (Lucas 9, 51-62) dizia sobre a firme decisão de Jesus partir para Jerusalém. E a respeito daqueles que pretendem segui-LO, mas antes desejam retornar para isso ou aquilo, Ele lhes disse: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o reino de Deus”. Padre João Estêvão enfatizou que em Jerusalém está a cruz e somente quem entra na cruz consegue verdadeiramente seguir o Cristo.
No segundo Evangelho (João 21, 15-19), Pedro confirmou seu amor a Jesus: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. O Padre Leandro expôs que Pedro, quando chamado para ser pescador de homens, não entendeu em profundidade o que acontecia, mas O seguiu. Anos mais tarde, depois da Ascensão, de acordo com um relato de evangelho apócrifo, ao fugir de uma provável crucificação em Roma, se encontrou com Jesus Ressuscitado e Lhe perguntou: “Quo vadis?”. E Jesus respondeu: “Vou a Roma para ser crucificado de novo”. Pedro retornou, encorajou-se para prosseguir seu ministério e se tornou um mártir. Padre Leandro frisou que Deus vai construindo aos poucos os seus seguidores.
O Evangelho (Lucas 10, 25-37) do domingo dia dez falava sobre a parábola do bom samaritano, que teve compaixão do homem que fora espancado por assaltantes, fez curativos e o levou a uma hospedaria, onde cuidou dele. Padre Milton voltou ao Evangelho sobre subir para Jerusalém, onde se encontra a cruz, e nos tornarmos hospedaria para os que se encontram caídos ao longo dos atalhos, nas periferias existenciais, que o Papa Francisco tanto cita.
Alinhavei em meu espírito os Evangelhos e as homilias e reafirmei minha escolha pelo Divino, na cruz de cada dia, no permitir que me edifique, no acolhimento aos lesionados.  Só Ele dá sentido aos mistérios, indagações e fatos de minha história e ama sem restrições.
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista.   Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 11:48
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