PAZ - Blogue luso-brasileiro
Domingo, 27 de Novembro de 2016
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PRAÇA CENTRAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Chamam-me a atenção as praças do centro de uma cidade. Quase sempre se destaca uma Igreja Matriz e as árvores carregam lembranças de construções e pessoas que por elas passaram. Talvez o meu encanto venha das pegadas que, através de séculos, contêm.
Em Jundiaí, gosto de estar nas Praças Governador Pedro de Toledo e Marechal Floriano Peixoto. Compõem o largo da Catedral. Meu pai gostava de passar por elas, recordando-se, ao chegar a Jundiaí na década de 20 do século passado, dos prédios e habitantes de seu entorno. Falava sobre o Hotel Petroni, o chafariz, os jantares no Quartel, as reflexões do Cônego Higino, as moças faceiras que passeavam de um lado ao outro...  Dentre elas, em meados de 1940, minha mãe, com quem ele construiu uma história de amor.
Tenho também os meus encantos com esse espaço. Quantas vezes o percorro em direção à Catedral, onde Deus me aguarda para me fortalecer e sussurrar o Seu perdão. Foi ali que me aproximei, como missão, de mulheres excluídas e, ao mesmo tempo, optei por me desmascarar em minha impressão de superioridade. Como isso me ajuda. Sem elas eu seria apenas a colombina de um circo falido.
Na década de 70, a Academia Juvenil de Letras e Artes de Jundiaí, da qual fui a primeira presidente, por convite generoso da inesquecível Da. Luiza da Silva Rocha Rafael, sua fundadora, realizava, no coreto, alguns eventos, com música, poesia e até mesmo lançamento de livros. Em um desses acontecimentos contamos com a presença dos escritores Marcos Rey, Mário Donato e Roniwalter Jatobá, a convite de Cláudio Trevisan, que era proprietário da Livraria Dom Quixote e muito engrandeceu culturalmente nossa cidade. Dez anos após, no mesmo local, conheci, além das mulheres, meninos, de pobreza em todos os aspectos, que residiam nos banheiros abandonados, cheiravam cola e pediam colo.
Há em mim, no largo da Catedral, uma mistura de elevação da alma, cultura e situações de miséria que clamam por misericórdia. Transito por ele pelo menos uma vez por semana e me detenho, mesmo em meio ao burburinho, para discernir qual o sinal do Céu que me cabe.
Permanecer no centro, na Feira de Solidariedade da Cáritas Diocesana me faz bem: é como vela içada, de segmentos diversos, indicando que é possível tornar o mundo favorável para todos.
A praça central exercita o meu olhar para a compaixão.  

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 
 



publicado por Luso-brasileiro às 19:18
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - ROSA PARKS E A LUTA PELOS DIREITOS CIVIS NOS EUA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No próximo dia 1° dezembro, comemora-se sessenta e um anos do ato que libertou todo um povo: nesta data, a costureira Rosa Lee Parks não se levantou num ônibus em Montgomery, Alabama nos Estados Unidos, contrariando a norma de que os negros só podiam se sentar se não houvesse brancos no veículo. Por seu atrevimento, foi presa, julgada e condenada por conduta desordeira, assim como por violar a ordem local. Sua prisão inspirou e deflagrou um movimento de protesto e luta dos negros norte-americanos contra a segregação e pelo respeito aos direitos, tomando corpo em todo o país, com ampla projeção internacional.

Na noite seguinte à sua prisão, cinquenta líderes da comunidade afro-americana, chefiados pelo então quase desconhecido pastor protestante Martin Luther King Jr. reagiram contra este constrangimento cometido contra ela, organizando e realizando um boicote de trezentos e oitenta e um dias ao sistema segregacionista de transporte coletivo naquele estado. No ano seguinte, o caso Rosa Parks foi encerrado na Suprema Corte norte-americana e a discriminação entre brancos e negros nos ônibus foi declarada inconstitucional.

 Por seu gesto, foi indicada pela revista “Time”, como um das vinte personalidades  heroicas do século XX e sobre a repercussão de sua atitude e posicionamento, foram escritas milhares de artigos, livros e ensaios. Faleceu em 26 de outubro de 2005 em sua residência, dormindo, certamente ciente de que as políticas públicas de inclusão dos negros lhe deveram muito e se espalharam por todos os cantos, tornando-a um ícone da luta contra o racismo que infelizmente ainda persiste, mas a construção da igualdade de oportunidades avançou muito após a ocorrência que a envolveu. Vale lembrar a eleição de Barack Obama como presidente da maior potência do mundo.

A suave guerreira, que com seu simples gesto libertou todo um povo, constituindo-se na pioneira da luta pelos direitos civis americanos, “brilha fulgurante diante de nossos olhos, cada vez que preferimos a comodidade de conceder ao risco de protestar e lutar contra as injustiças que enchem o mundo em que vivemos”, como ressaltou Maria Clara L.Bingemer, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio (“Rosa Parks e o cansaço de conceder”- Jornal do Brasil- 31/10/2005- A15).

Vale ressaltar, diante da insegurança que prevalece com a eleição de Donald Trump, que o exemplo de Rosa Parks repercuta em todos os sentidos para que não ocorra qualquer retrocesso na igualdade de direitos entre as pessoas.

 

 

LUTA CONTRA A AIDS

 

Instituído pela ONU – Organização das Nações Unidas, o DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS, primeiro de dezembro, visa conclamar os povos de todo o mundo sobre os efeitos da doença e das formas pelas quais pode ser evitada. As campanhas preventivas, no entanto, não podem se restringir a informações e acessos a preservativos. Diante da atual banalização do sexo, deve-se combater a moléstia  de todos os modos  possíveis, mas não se olvidar da questão da preparação e formação, para que o sexo se realize com  orientação segura, conhecimento, responsabilidade, embasamento religioso e moral.

 

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA E DIGNIDADE

 

Celebrações como a de 03 de dezembro – Dia Internacional das Pessoas Com Deficiência  - revestem-se de suma importância para refletirmos sobre   questões de cidadania que afetam tais indivíduos e  que não podem mais ser tidas, como de puro assistencialismo, mas sim de Justiça e Dignidade. A comemoração foi instituída pela ONU- Organização das Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência, procurando  também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração dos cidadãos com deficiência em cada aspecto da vida política, social, econômica e cultural. 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 19:13
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - COMENTANDO MONTAIGNE - CONCLUSÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Concluo hoje meus comentários - que já se estão estendendo demasiado, para uma simples coluna semanal de divulgação do pensamento - sobre Michel de Montaigne (1533-1592).

Devemos notar que esse filósofo francês, depois de afirmar a impossibilidade de o ser humano atingir o conhecimento certo e geral das coisas científicas e físicas, também questiona sua capacidade de objetivamente conhecer e apreender verdades metafísicas. Aqui já entra um elemento, digamos, religioso, em sua análise. Pois se ele questiona a razão, característica específica que torna o homem diferente dos animais e feito à imagem e semelhança de Deus, acaba, por via de consequência, pondo em dúvida toda a espiritualidade e moralidade dos atos humanos.

Isso tudo chocava muito, não só às pessoas tradicionalmente apegadas ao pensamento filosófico antigo, que continuava a inspirar pregadores religiosos católicos, protestantes e judeus, mas também a muitos espíritos que haviam aderido sinceramente ao humanismo renascentista, mas continuavam fortemente influenciados pela religião. Lembre-se, a propósito, que o humanismo foi deísta, não foi agnóstico e muito menos ateu. Agnosticismo e ateísmo são fenômenos recentíssimos, na história da espécie humana.

Do questionamento da razão como suficiente para a apreensão da verdade, e sobretudo da verdade de ordem metafísica, a consequência é imediata: chega-se à conclusão de que a sabedoria não consiste em especulações teóricas, mas na prática da arte da vida, concreta e palpável, procurando cada qual, a cada passo, agir corretamente, procurando diante de cada escolha concreta que se apresente, eleger a opção que parece melhor, mas sem a pretensão de utilizar referenciais de ordem superior, inalcançáveis e demasiado elevados para nós.

Nessa perspectiva, Montaigne valoriza de novo os heróis e os exemplos do passado, assim como certos valores pregados pelos antigos estoicos, mas considerados isoladamente, um a um, e não fazendo parte de todo um arcabouço ordenado e consistente. O exemplo de um herói não é senão um exemplo de um homem, tão valioso, ou tão pouco valioso, quanto o de qualquer outro homem. Ele não chega a negar a Lei Natural, mas na prática a considera inalcançável objetivamente e, portanto, não devendo ser tomada como referencial. Uma ética enfraquecida e sem seu apoio mais sólido é, a meu ver, a de Montaigne. A própria prática da liberdade humana passa a ser um jogo individual, sem referenciais universais. Nesse ponto, em que ele parece aproximar-se do indiferentismo e do relativismo contemporâneo, é que o erudito Cardeal González viu elementos de imoralidade.

Um outro aspecto dele cabe lembrar aqui,  que o aproxima bastante do pensamento “politicamente correto” predominante em nossos dias. É um ponto de particular importância em nosso trabalho, porque toca diretamente a abordagem do artigo de Lestringant citado há algumas semanas nesta coluna. Refiro-me a sua célebre consideração crítica sobre o que hoje designamos como etnocentrismo, ou seja, a tendência que já se verificava na antiga Grécia, para designar como “bárbaros” (ou denominações depreciativas análogas) outros povos de cultura diferente.

Transcrevo textualmente as palavras de Montaigne: “Penso, voltando aos meus propósitos, que não existe nada de bárbaro nem de selvagem naquilo que me relataram, senão que cada um chama de bárbaro o que não corresponde a um costume seu; verdadeiro também parece dizer que não temos outra visão da verdade e da razão além daquela das opiniões e costumes do país em que vivemos. No nosso país a religião é perfeita, a polícia é perfeita, o uso de todas as coisas é perfeito. ...”.

Essa observação de Montaigne está inteiramente dentro do pensamento do moderno estruturalismo, por exemplo de Levi-Strauss, segundo o qual não existem culturas superiores nem inferiores, sendo todas elas paralelas e seguindo um padrão universal, estrutural na mentalidade humana. Seria desviar muito do objetivo deste trabalho fazer aqui a crítica da afirmação de que não se pode falar em culturas superiores ou inferiores. Não concordo com essa ideia – e até costumo zombar dela em minhas aulas, designando-a como “antropoliticamente correta”. No meu modo de entender, que seria muito longo expor aqui, existem culturas superiores e inferiores, sim, mas mesmo as culturas superiores sempre têm algo a aprender com as inferiores.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 19:08
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - JORNAL PARA CACHORRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Dia desses, saindo do metrô, olhei para a banca de revistas que fica muito próxima e li um pequeno cartaz no qual estava escrito "Temos Jornal para Cachorro". Por óbvio que, para uma curiosa crônica como eu, o estranho anúncio não poderia passar despercebido. Demorei alguns minutos para me dar conta da verdadeira destinação dos referidos jornais. Por alguns minutos, contudo, foi engraçado pensar em um jornal destinado ao público canino, o que perfeitamente poderia ocorrer em um mundo de fantasia, em algum universo paralelo, desses que dão vida a filmes que transbordam nosso imaginário. 

Fiquei imaginando quais as notícias um jornal para cachorro poderia ter e, dando asas à imaginação, supus que as principais manchetes seriam sobre os melhores lugares para se fazer xixi e dicas de especialistas sobre “como convencer seu dono a te dar a comida dele e que não foi você que começou a briga com a almofada”. No boletim feminino, talvez houvesse algo sobre “como lidar com os a TPC, também conhecida como tensão pré-cio” ou a luta para substituir os termos Cadela e Cachorra por algo menos pejorativo.

Maluquices à parte, os jornais anunciados na Banca se destinam a servir de banheiro para os cães, sendo comum também serem colocados para forrar ambientes nos quais há animais de estimação. Dei uma olhada melhor para a pilha de jornais postos à venda e notei que deviam ser jornais que não foram vendidos e cujas notícias se tornaram amanhecidas, tal como pão duro, não mais servindo para os seus fins primordiais e essa ideia me levou a outras reflexões, sobre as quais prossegui, no percurso que fiz a pé, matutando.

Fiquei imaginando quantas notícias não lidas devem jazer no fundo de caixas, gaiolas, solapadas de xixi e cocô de cachorro. Provavelmente esse mesmo texto que agora escrevo vá ocupar esse espaço na casa de alguém. Se nessa hora a pessoa se dispusesse a ler as palavras aqui escritas, veria minha mão levantada, pedindo para que me dessem um minuto de atenção antes que minha escrita venha a sucumbir, sem leitura, virgem, no mundo do que nunca se leu ou será lido. Ao escrever sobre isso, inclusive, sou tomada de um certo pavor, receosa de permitir que meus textos deixem o conforto (às vezes desconforto) das minhas ideias e de meu teclado, eis que, postos no mundo, não mais me pertencem, não mais os posso proteger... Nesse sentido, são como filhos de papel, paridos para serem livres, para buscar quem os queira aproveitar.

É fato, porém, que muitas das notícias trazidas pelos jornais, não por culpa dos jornalistas ou redatores, mas pelos protagonistas das histórias e fatos relatados, sobretudo nos últimos tempos, andam mais dignas de serem Jornal para Cachorro do que de ocuparem espaço nas vidas alheias. É tanta corrupção, tanta falcatrua anunciada, que dá desgosto até saber o que mais se descobriu, até porque qualquer um pode imaginar que apenas se trata da ponta de um iceberg de proporções astronômicas.

Ler que a maior Casa Legislativa Brasileira quer anistiar os praticantes de Caixa 2 faz com que todo cidadão de bem, para além de poder enfartar ou ter uma congestão, seja chamado, no mínimo, de idiota. Talvez devêssemos colocar, mesmo para as notícias mais frescas, uma advertência de que se trata de Jornal para Palhaços. Pobres de nós, cidadãos de bem, cumpridores de nossas obrigações, espoliados até os ossos por uma corja podre, venal e cretina que não teme a espada da lei, apropriando-se do dinheiro público e usando para forrar seus chiqueiros, a bandeira brasileira...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:55
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RENATA IACOVINO - PENSAR OU NÃO PENSAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há algo de tão simples e ao mesmo tempo tão indecifrável em nosso cotidiano.

Indecifrável à medida que, de um momento para o outro esquecemos o que é a simplicidade e, pendências a serem resolvidas, decisões a serem tomadas, ações que nos possibilitariam sentir o alívio que só é possível com a sua finalização... enfim, uma série de pequenos impedimentos vão se avultando à nossa frente e perdemos a força. Nem sequer ao menos nos lembramos onde paramos da última vez que empacamos.

E a partir daí, a bola de neve da organização dos afazeres toma uma enorme proporção e tal acúmulo faz-nos adiar ainda mais as tarefas.

A procrastinação é um elemento que atua sobremaneira em nosso tempo e domá-la é quase uma ciência. A ciência do convívio com o cotidiano; de dividir o espaço com o – ora – insuportável; do não respeito à manutenção da ordem que nós próprios imputamos ao dia a dia; da antipatia com o que parece estar dando certo... a ciência do convívio com nossas dezenas de personalidades.

Sim, porque dar solução a pequenas (ou não tão pequenas) questões, resolver impasses, administrar dilemas, aceitar o “talvez” quando precisamos do não, prescindir do “sim” quando o queremos antes de tudo... todo esse movimento seria lógico e provavelmente preciso, caso usássemos tão somente a razão para cuidar de nossa agenda diária.

Mas parece que não é bem assim. O resultado disso não é encontrado numa soma matemática, pois nossos pensamentos ocupam vários espaços e vão se esparramando por lugares onde nem imaginamos, e também vão se distraindo aqui e acolá, contaminando-se com outros irmãos pensamentos que em nada colaboram para um final feliz.

E não bastasse isto – quilos de pensamentos, mais popularmente conhecidos como caraminholas – ainda temos um senhor deveras autoritário chamado “coração”, que cisma em ser radical, por vezes, e fazer de suas, por vezes, insanidades, a verdade irremovível.

Aí se instaura o comumente digladiar entre o simples e o complexo. E cabe-nos (a quem mais?) resolver tal pendenga, apartar conflitos, colocar panos quentes... E o que aconteceu é que deixamos de lado a possibilidade de resolver pequenos problemas, ali atrás, em seu tempo, para ganhar um outro, bem maior em largura e comprimento.

Pensar ou não pensar, eis a questão.

 

 

 

 

RENATA IACOVINO, escritora e cantora / www.facebook.com/oficialrenataiacovino/

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:50
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SÔNIA CINTRA - RECEPÇÃO ÀS NOVAS ACADÉMICAS

 

 

 

 

 

 

 

 

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Dia 17 de novembro foi festivo na Câmara Municipal de Jundiaí. A Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, através de sua Diretoria, presidida temporariamente pela confreira Marilzes Petroni, até o retorno da Presidente Neizy Cardoso, empossou solenemente as novas Acadêmicas, mediante documentação aprovada pela Comissão de Análise, em sigilo, cumprindo critérios do edital e do estatuto da AFLAJ, e, posteriormente, apresentando-as, em reunião extraordinária. Com alegria renovada e redobrada esperança de continuidade do trabalho digno e altruísta, que nossa Academia vem desenvolvendo desde a Fundação, em 8 de abril de 1972, recebemos Ana Cristina Amorim Graça, Graziella de Oliveira Maré, Jurema Ruivo de Oliveira, Heliete Maria Rudolpho Stringheta, Lucia Helena de Andrade Gomes, Nádia Angela Boa Gaspar, Renata Taffarello, Valéria de Macedo Rocha Gomes.

Graças à iniciativa das saudosas Antonieta da Cunha Barros, Josefina Rodrigues da Silva e Luiza da Silva Rocha Rafael, representantes eméritas das Acadêmicas presentes e ausentes, aqui lembradas e reverenciadas, exercemos a cidadania democrática com o respeito às pluralidades existentes no Brasil. Lygia Fagundes Telles, expoente da Academia Brasileira de Letras e da Academia Paulista de Letras, diz em tom de ironia, para ampliar a consciência pública do valor acadêmico: “somos imortais porque não temos onde cair mortos”. Em Jundiaí, a Casa das Letras e Artes nos aloja desde 2015, contudo, ainda faltam recursos humanos, técnicos e financeiros para a atuação efetiva e desenvolvimento de nosso labor cultural.

O tempo passa, a memória fica, por isso reconhecermos o esforço daquelas que vieram antes de nós, lavraram a terra com suas mãos e semearam a Literatura, a Música, a Arte, com seu suor, para que pudéssemos cultivar a ética e a estética em nossas relações socioculturais, repartindo o pão sovado da poesia de cada dia. A força da palavra bendita nos comove, a nota musical precisa nos anima, a cor perfeita nos encanta. São formas de expressão das emoções e sentimentos que tornam visível o poder de criação, no anseio por um mundo melhor, onde reine a Paz e o Amor entre todos os habitantes do Planeta, que anda tão maltratado.

Como oradora da AFLAJ, encerro este artigo com a bela reflexão de Cecília Meirelles, nossa Patronesse e Madrinha: “A vida só é possível reinventada”.

 

 

SÔNIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:48
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FELIPE AQUINO - QUANDO DEUS NOS TOCA E NOS FALA...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Deus nos ama profundamente e quer estar em comunhão íntima conosco. Ele tem sede da nossa alma, de morar nela. Foi por isso que Jesus quis ficar na Eucaristia, não para ficar numa Âmbula no Sacrário – disse Santa Teresinha – mas para vir ao nosso coração. Os santos dizem que Ele tem sede de estar conosco porque nos criou para Ele. Somos a Sua glória maior, dizia Santo Irineu. Pense bem!

Mas Deus não pode habitar um coração que não o deseja e não o procura. O profeta disse que “Deus se deixa encontrar por aqueles que O procuram”. Ele não é um oferecido que se entrega a qualquer um e de qualquer jeito. Tudo que é precioso deve ficar bem guardado, escondido, como Jesus no Sacrário, como a joia no cofre. Precisamos buscá-lo.

Quando abrimos o coração para Ele, Ele abre o Seu para nós. Santa Teresa dizia que “Quando Deus nos toca e nos fala sentimos um frio na coluna”. E a melhor hora para isso acontecer é depois da Comunhão. Não há outra ocasião mais propicia para encontrá-Lo e fazer comunhão com Ele; pois é Ele quem quis isso, estar conosco na Eucaristia. Aceitou se aniquilar, se fazer pão e vinho para estar em nosso corpo e em nossa alma. Santa Teresinha, depois da Comunhão, disse para Jesus: “Agora o Senhor é meu! Se deu todo a mim!”

Se soubermos cultivar Jesus na alma, Ele nos vai falar, vai nos corrigir com a docilidade de uma mãe, sem rancor, sem mágoa, sem ferir. Vai nos mostrar quem somos, nos fará ver a nossa miséria para que nos conheçamos e não nos iludamos, mas também, nos fará sentir a Sua doce e eterna misericórdia que nos acolhe e acalenta. Nessa hora, as lágrimas podem até rolar de nossos olhos, pois as lágrimas e os risos são as expressões da linguagem da alma -Santa Catarina de Sena dizia que toda lágrima brota do coração. E então, a alma conversará com o Senhor, sem precisar de palavras, apenas com os sentimentos do coração. Ele nos fará sentir o que precisamos.

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Leia também: Deus quer falar com você!

Como melhorar meu relacionamento com Deus?

Já parou para falar com Deus hoje?

Como Deus se revela a nós?

Deus sempre nos fala

 

Quando meditamos profundamente, no que Jesus fez por nós, ficamos constrangidos, como dizia São Paulo – “o amor de Cristo me constrange”. A pregação de Jesus, mais do que com palavras, foi com a própria vida. A Carta aos hebreus diz que: “tendo Ele próprio sofrido ao ser tentado, é capaz de socorrer os que agora sofrem a tentação” (Hb 2,18). Para nos ensinar a vencer a tentação, e nos fortalecer, Ele aceitou ser tentado, mesmo sendo Deus. E mais: “Jesus participou da mesma condição, para assim destruir, com a sua morte, aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,4). Ele aceitou passar pela morte terrível de Cruz para destruir a nossa morte, arrancando-nos das mãos do demônio.

 

Ouça também: Como falar com Deus?

 

Meditando essas palavras, com a devida concentração, experimentamos o imenso amor de Jesus por nós. Ele nos mostrou que não é fácil vencer o mal, mas é possível com a Sua graça, com a força Dele em nossa alma. Isto é o mistério de nossa Redenção! Faz a gente se sentir pequeno; um mistério que não cabe em nossa cabeça, porque é ação de Deus em nós. E não podemos compreender bem as ações de Deus em nós. É a misericórdia de Jesus para conosco. Sua misericórdia é infinita, mas a nossa é muito pequena, por causa do mistério do pecado original em nós.

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Assista também: Como perceber que Deus fala comigo?

 

Ao olhar para dentro nós nos sentimos tão vulneráveis, tão fracos, tão indignos, que muitas vezes, até faltamos com misericórdia para conosco mesmos. Mas, não podemos desanimar: Deus nos ajuda com Sua graça! É preciso saber se ver, se aceitar, e, com o auxílio da graça ir vencendo nossa miséria. É uma tarefa que cabe a Deus realizar em nós. A nós cabe se entregar em Suas mãos. Jesus disse que quem perseverar até o fim, vai ser salvo. É essa misericórdia de Deus para conosco que nos sustenta e consola.

Não percamos mais tempo. Vamos ao encontro de nosso Divino Amigo. Abramos o nosso coração para recebê-lo e com Ele fazer uma experiência de Sua Misericórdia!

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:34
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PAULO R. LABEGALINI - O QUE IMPORTA É O RESULTADO ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois amigos cristãos morreram no mesmo dia e chegaram juntos ao Céu. Um deles, era um motorista de táxi desastrado que corria feito um louco e vivia causando acidentes; foi, então, conduzido por um anjo a uma morada belíssima no Paraíso. O outro, era um grande orador que pregava paz e bem a todos os lugares que frequentava e, surpreendentemente, ganhou uma pequena e simples habitação no Céu.

Inconformado, o pregador foi reclamar com São Pedro, assim:

– Eu passei a vida falando de amor entre os povos e recebi uma recompensa pior do que aquele motorista barbeiro? Ele colocava a vida das pessoas em risco, inclusive, eu morri dentro do seu táxi no acidente de ontem!

– Pois é – disse São Pedro –, o resultado da evangelização no trabalho dele foi melhor do que o seu!

– Mas, como? Isso é um absurdo!

– Veja, enquanto você pregava, muitos dormiam; e enquanto ele transportava pessoas, todos rezavam!

É claro que isso é só uma piada, mas muitos veem apenas o resultado do nosso trabalho e não os meios que usamos para alcançá-lo. Foi assim que muita gente julgou aquele caso da americana Terri Schiavo, 41 anos, que vivia em estado vegetativo há 15 e morreu após longa batalha judicial entre o marido e a família. Ela era mantida viva artificialmente e recebia alimentação por meio de um tubo inserido em seu estômago, que depois foi retirado. Os médicos previam que ela morreria de inanição em até duas semanas após o desligamento do tubo.

Bob e Mary, pais de Terri, afirmavam que ela teria um estado menos grave de dano cerebral, denominado ‘estado de consciência mínima’, e defenderam sua sobrevivência até a véspera do falecimento, quando apelaram pela última vez à Suprema Corte, que rejeitou a revisão do caso.

O porta-voz da Santa Sé na época, Joaquim Navarro Valls, disse que a vida é sagrada e que, no caso da americana, uma morte foi arbitrariamente antecipada. Então, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal José Saraiva Martins, também já havia se manifestado classificando o caso de “um atentado contra a vida”.

Eu concordo que não podem ser permitidas medidas que apressem o fim de qualquer ser humano, porque a vida é a coisa mais valiosa que temos. Isto é o que penso do ponto de vista do bom senso e da fé católica. Eutanásia é pecado mortal, pois, se Deus nos deu a vida, só Ele pode tirá-la.

Mas, quem julgou apenas o ‘resultado’ do procedimento e não os meios utilizados, pode argumentar que a dor de Terri foi aliviada; contudo, isso não justifica premeditarem a morte da paciente. Assim diz o mandamento: “Não matarás!”; e quem ama a Deus, cumpre os seus preceitos e jamais os contesta.

Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, portanto, o tempo da nossa permanência aqui na Terra a Ele pertence. E ‘vida em abundância’ não significa somente ter saúde, mas, principalmente, estar com Deus no coração.

Imagine se Nossa Senhora se desesperasse com o sofrimento que passou! Teria ela o direito de pedir ao Pai que matasse seu Filho antes da crucifixão? E Jesus, não resistiu até o fim, perdoando os inimigos inclusive? Será que há religião que pregue a eutanásia a todos que sofrem? Pena que os juízes de alguns tribunais se acham acima do bem e do mal.

Se no mundo de hoje tivéssemos que mostrar claros exemplos de procedimentos e resultados dignos de um grande ser humano, apontaríamos para João Paulo II, concorda? Além de homem santo, ele defendeu justiça, liberdade e paz para todos, com argumentos fortes de promoção da vida. Foi um Papa corajoso e humilde, tocando nos corações de milhões de pessoas – ricas e pobres.

Após sua morte, ficou a certeza que é possível aliar a fé à política, a evangelização à falta de saúde, o desespero à paz, e a violência ao perdão. Todas as suas iniciativas tiveram bons resultados, porque o amor a Deus e ao próximo o conduziram à verdadeira caridade a todos os cantos do mundo.

Obrigado, João de Deus! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo que nos amou a ponto de nos presentear com um pastor incomparável a qualquer outro cidadão deste planeta! Viva a Virgem Maria, que esteve no coração do Papa durante toda a sua vida! E parabéns a todos os católicos que honram a nossa Igreja e trabalham para auxiliar os projetos do Sumo Pontífice!

E após a morte desse santo Papa, veio a certeza que temos mais um intercessor no Céu. Confie nisso, peça uma graça através do querido Bispo de Roma e ele estará rogando ao Pai por tudo aquilo que você precisa para chegar junto deles na morada eterna. Ah, mas não se esqueça de cumprir o seu papel de cristão fiel todos os dias – para que tal resultado lhe dê paz e prosperidade completa.

Até qualquer dia querido Papa, se Deus quiser!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:29
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - COMO É FEITO O SUCESSO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma das primeiras colaboradoras do blogue Luso-brasileiro: “PAZ” – colaboradora e entusiástica, que ajudou a sua divulgação, – era distinta poetisa.

Nesse tempo, o blogue, era publicado no site do semanário “SOL”.

Já lá vão muitos anos – uma década; – e todas as semanas, é atualizado com interessantes textos, de conhecidos intelectuais brasileiros.

É justo, também, lembrar, que a propagação do blogue, em terras de Santa Cruz, deve-se, em parte, a ex-jornalista do “ J.J.” e principalmente, ao escritor, autor de curiosas peças de teatro: Albino Júnior.

Ora certa vez, essa colaboradora, num ato de desabafo, contou-me como lançou seu primeiro livro:

Quando era jovem e colegial, entretinha-se a escrever versos, que na sua opinião – segundo me declarou, já nos últimos anos de vida, – eram incipientes, próprios da idade e de quem inicia carreira literária.

Soube o pai dessa inclinação, e quis fazer-lhe agradável surpresa.

Deu-se o caso de ser amigo de escritor, com nome feito e influente no meio literário. Mostrou-lhe os poemas e pediu-lhe apoio.

Este atendeu o desejo do amigo, tanto mais, que além de ser muito querido, tinha largos bens e era otimamente relacionado.

Logo falou com críticos, solicitando a sua colaboração; já que se tratava de menina, que desejava iniciar carreira literária.

A obra veio a lume – não sei se a edição foi paga pelo bolso paterno ou por livreiro amigo, – com pareceres de iminentes críticos da nossa praça, que gentilmente teceram largos elogios à jovem, augurando que viria a ser figura proeminente na literatura.

A menina – pela mão do pai, – foi convidada para apresentar o livro, na TV.

Muito tímida, apareceu nos estudos, onde, entrevistador tentou acalmá-la, prometendo ajudar, e guiar a conversa, para que tudo corresse bem.

Não é preciso dizer, que a obra foi um sucesso…e a menina ficou radiante, orgulhosa do talento.

Correram anos e anos…O pai falecera, a menina cresceu, e continuou a versejar; mas, agora, com outros conhecimentos: seus poemas ganharam beleza; outra graça; tornando-se dignos de aparecerem em seletas.

Publicou, depois, vários livros, mas – segundo me contou, – nenhum teve o sucesso do primeiro.

Faltava-lhe a influência paterna e o apoio do editor.

 

***

 

Outro assunto, mas o mesmo tema:

Já lá vão muitos anos, li, que houve seleção de futebol, de adolescentes, que deu brado na Europa. Os jogadores eram excelentes e esperava-se que todos, ou quase todos, viessem a ser incorporados na Seleção Nacional.

Não aconteceu. A maioria passou a jogar em pequenos clubes, e desapareceram… Só ficaram conhecidos três, que tiveram a sorte – seria sorte? – de  obterem empresários, que os lançaram em grandes clubes, que tinham excelentes treinadores.

Dizia Cruz Malpique, que o talento é feito: “de um por cento de inspiração e noventa e nove de transpiração”.

Concordo, mas acrescentaria: Como metade da beleza da moça, está na caixa – cosméticos, – também o sucesso não reside, apenas, no talento, mas nos “padrinhos”, que se obtém ao longo da vida, já que a maioria, só sabe pensar pela cabeça alheia.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 18:25
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EUCLIDES CAVACO - QUEM SOMOS...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Partilho com todos os meus amigos este poema declamado cujo sentido nos convida a alguma introspecção .
Ouça e veja a o poema  aqui neste link:

 


http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Quem_Somos/index.htm

 


Desejos dum aprazível fim de semana.

 

 

EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

***

 

 

 Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

 Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

***

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:18
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Segunda-feira, 21 de Novembro de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vinte e cinco de novembro foi declarado em 1999 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o “DIA INTERNACIONAL DA NÃO-VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES”, visando pregar o ativismo contra as agressões às pessoas do sexo feminino. Tal celebração se originou do Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em 1981 e que homenageou as irmãs Minerva, Maria Tereza e Patria Mirabal, assassinadas na mesma data em 1960, pela ditadura de Trujillo, na República Dominicana.

Trata-se de uma comemoração de extrema relevância, já que, mesmo diante das muitas legislações de um mundo globalizado que lhe proíbem o preconceito, a mulher continua sendo alvo não só de agressões físicas explícitas, como também de violações nem sempre perceptíveis, como as discriminações que a atingem nos processos de socialização, de cognição e de aprendizagem dos papéis sexuais a serem vivenciados em relações de gênero na vida em geral.

Tanto que recentemente uma alta funcionária da ONU, Zou Xiaoqaio, citando dados de um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a População, afirmou: “As mulheres continuam sendo estupradas e vítimas de outras formas de violência sexual com impunidade em todo o mundo”, indicando que, em alguns países, as acusações desta natureza podem ser invalidadas se o agressor aceitar se casar com a vítima. “Mulheres e meninas continuam sendo vendidas para o sexo em todo o mundo. Dois milhões de meninas entre cinco e 15 anos entram para o mercado sexual a cada ano”, advertiu.

Assim, é preciso redesenhar um conceito harmonioso à condição feminina, onde quaisquer tipos de violência, principalmente a doméstica, desapareçam da convivência entre homens e mulheres, para que vivam com respeito as suas desigualdades biológicas e naturais, participando juntos, sem opressão de um sobre o outro, da construção de um mundo novo e mais justo

 

DIA NACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS

 

Celebra-se na última quinta-feira desse mês, 26 de novembro próximo, de forma ecumênica, o DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS, que surgiu de uma tradicional festa norte-americana de  Massachussets, quando alguns ingleses realizaram no outono de 1620, um jantar em agradecimento a Deus, por terem sobrevivido ao frio e aos inúmeros problemas próprios do processo regional de colonização. Essa festividade foi instituída no Brasil em 16 de agosto de 1949 pelo presidente Eurico Gaspar Dutra e regulamentada em 1966. No entanto, são inúmeras as críticas às suas celebrações já que muitos entendem que ela copia tradições dos Estados Unidos.

         No entanto, apesar dessas posições, a comemoração deveria se embasar num nível espiritual, capaz de  inspirar as pessoas a resgatarem o sentimento de gratidão como uma forma simples de acreditar no valor da vida, na importância da convivência pacífica, na esperança de que é possível superar a fome, o desemprego e a violência, a anular preconceitos, derrubar barreiras e aproximar os indivíduos. E principalmente, restaurar a lei do amor e da gratidão a Deus por tudo que conquistamos e por obtermos um relacionamento fraterno, reintroduzindo nas pessoas, o cumprimento do ‘muito obrigado’, já que a sociedade consumista nos afasta da solidariedade e da fraternidade, tornando-nos menos amistosos. Alguns indivíduos, com certeza, fazem o bem por opção e formação próprias. Mas não custa nada agradecermos pelos gestos de boa-vontade que constantemente nos são outorgados por amigos, vizinhos, parentes e às vezes, até por quem não conhecemos.

 

                    BREVE REFLEXÃO      

 

 

“A ingratidão é o inimigo da alma: desvirtua o merecimento, estraga as virtudes, corrompe os benefícios! A ingratidão é vento abrasador que seca a fonte da benevolência divina” (São Bernardo)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).

 



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Domingo, 20 de Novembro de 2016
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - AINDA A RESPEITO DE MONTAIGNE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tratei criticamente, em meu último artigo, do Renascimento, período em que ocorreu progresso de vários pontos de vista, mas que teve o grave inconveniente de trazer consigo vírus e germes nefastos, que produziriam maus efeitos em série, nos séculos seguintes.

Gostaria de focalizar agora a figura de um filósofo francês que viveu num tempo em que o entusiasmo humanístico e antropocêntrico que caracterizou o Renascimento já havia decrescido muito. Já me referi a ele em artigos anteriores, nesta coluna. Trata-se de Michel de Montaigne (1533-1592), que é considerado o primeiro dos filósofos cepticistas, que questionaram o arcabouço ideológico erigido pelos entusiastas iniciais do Renascimento, mostrando uma inquietação intelectual e um desejo de sistematização que não deixava de ter certa analogia com o período final dos sofistas gregos, quando a desorientação geral dos espíritos por assim dizer tornou necessária a sistematização que seria proposta por Sócrates, Platão e Aristóteles e geralmente aceita.

Assim se exprime o Pe. Leonel Franca, em “Noções de Historia da Philosophia”( 2ª. ed., Rio, 1921, p. 99): “Anunciando a bancarrota da filosofia da Renascença, veio o cepticismo pôr termo a este período turbulento de transição. Como consequência das contradições de sistemas vacilantes e inconsistentes e prelúdio de uma nova era já o encontramos nos sofistas do primeiro período da filosofia grega. Os que na aurora dos tempos modernos mais refletem este estado mental de dúvida e ansiedade são: Miguel de Montaigne (...)”.

Na sua monumental “História de la Filosofía”, o Cardeal espanhol Zeferino González também apresenta Montaigne como o primeiro dos cépticos, e tece críticas a sua ética, que ele, naturalmente na perspectiva da Teologia Moral católica, considera imoral: “Com o pretexto de refutar todos os sistemas, para orientar-se unicamente pela razão na busca da verdade, Montaigne abalava as bases de toda a certeza e de toda a ciência; mais ainda, em casos de conflito entre a razão e as faculdades sensíveis, propende para o sensualismo. Seu cepticismo, que merece o nome de cepticismo sensualista, reúne ao mesmo tempo a dúvida no campo filosófico e o germe do indiferentismo no campo da moral” (op. cit., Paris: 1891, t. III, p. 140).

Montaigne, na verdade, era um agitador cultural, um discutidor, um questionador sistemático de tudo até então tido e havido como certo, no ambiente já cansado de Renascentismo em que vivia, no qual se havia usado e abusado da Razão humana sem que nada de novo e sólido se conseguisse alcançar. Confesso que não sei até que ponto ele, pessoalmente, concordava com tudo quanto escrevia. Eu me pergunto se ele não utilizava o estilo de chocar o leitor pelo inusitado de suas formulações e pelo enfrentamento do mais elementar senso comum, apenas para nele despertar reflexões críticas. O gênero literário que utilizou, em tom declamatório e atribuindo a personagens fictícios discursos ideológicos não necessariamente compartilhados pelo narrador, é muito frequente. O uso de formulações ou estilos ousados apenas para chocar e produzir determinado efeito também não é raro, nos últimos séculos. Usaram-no filósofos como Rousseau, Nietzsche e, em nossos dias, Foucault. E também artistas, como os primeiros que lançaram a Arte Moderna, provocantemente chocante, em contraposição aos excessos do estilo academicista anterior, e literatos modernos, que se opunham ao rebuscamento da forma, praticado pelos parnasianos e afins.

É nesse sentido de provocação cultural que sou tendente a interpretar a posição de Montaigne, quando contestou o alcance da razão humana e afirmou textualmente que “a ciência, da qual o homem tanto se orgulha, não propicia um conhecimento certo, pois seu instrumento principal, a razão abstrata, não tem maior valor que a imaginação”.

Igualmente era chocante, num século em que se endeusava a razão e em que os heróis de Plutarco eram inculcados, a todos os meninos, como modelos ideais a serem emulados e imitados, usar a análise dos predicados morais desses heróis justamente como meio de criticar a razão humana, apontando-os como fruto da vaidade do homem, que somente por possuir razão se julga superior aos animais... Hoje em dia, muitas das opiniões de Montaigne podem até afinar com o “politicamente correto” de hoje, mas naquele tempo eram por certo extremamente chocantes.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:30
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - MEDO DO ESCURO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            E todas as noites era a mesma coisa. A mãe acabava de contar a estorinha e ele começava a fazer mil perguntas, querendo saber quem escreveu aquele livro, o que acontecia com a mocinha depois que ela era salva, quantos anos os três porquinhos tinham e mais tudo o que lhe viesse pela cabeça. De início a mãe pensou que talvez ele pudesse crescer e se tornar um escritor, mas não demorou a descobrir que tudo era um expediente para que ela ficasse com ele mais tempo, tudo para que não ficasse sozinho em seu quarto.

            O menino se perguntava como é que as pessoas davam conta de crescer, pois era preciso, antes de mais nada, sobreviver aos monstros que habitavam os armários e que se rastejavam embaixo da cama e que, pior de tudo, apenas davam as caras medonhas quando tudo estava escuro, sem algum adulto por perto. Muitas coisas eram necessárias para escapar ileso. O primo, por exemplo, tinha conseguido resolver esse problema, pois convenceu o pai a trocar de lugar com ele. Para isso, é claro, foi preciso muita birra, pesadelos e lágrimas. Mas dera certo! Agora com ele a coisa era diferente: os pais eram jogo duro. Ele bem que tentou, mas antes que as broncas virassem um castigo mais sério, resolveu que seria preciso criar estratégias.

            Por algum tempo, desse modo, ele enganou a mãe. Fazia as tarefas correndo e reservada ao menos uma hora para dar uma olhada no livro que pediria para ser contado à noite, já tentando antecipar as perguntas que poderia fazer. Não dava para ser amador. Ele tinha que convencer a mãe de que tinha dúvidas, curiosidades e inquietações sobre os enredos dos pequenos livretos que ela lia para ele. Não que ele não gostasse das estórias, mas é que quando elas se aproximavam do final ele começava a ficar com tanto pavor que perdia o fio da meada e, suando frio, ficava incapaz de formular qualquer pergunta com sentido.

            Quando a mãe se deu conta das verdadeiras motivações dele, estabeleceu, um tanto desapontada, que continuaria com o ritual de contar estórias, mas que tão logo acabasse, apagaria a luz e todos iriam dormir! Como se ele pudesse!! Quisera ele tudo fosse tão simples como a mãe desejava. Será que ela não fora criança? Ou será que naquele tempo os monstros ainda não haviam invadido os quartos? Tudo o que ele sabia era que bastava estar sozinho no escuro que as coisas começavam a ficar diferentes.

            Ele até já conhecia alguns dos monstros, o que não significava que gostasse ou fosse amigos deles. Era apenas uma questão de reconhecimento. Tinha o peludo que morava no guarda-roupa e que adorava ficar grudado nos casacos de frio, só para não ser encontrado quando acendiam as luzes. O que mais dava medo nele eram os esquisitos que ficavam embaixo da cama. Por causa deles ele era obrigado a não deixar nenhuma ponta dos pés para fora da cama, de preferência deixando-os cobertos, mesmo no calor de lascar. Tudo o que rolava lá para baixo ficava perdido para todo sempre, pois ele que não era louco de enfiar suas mãos lá debaixo. Quando fez isso uma vez, o dedo saiu furado, com uma gotinha de sangue. De nada adiantou gritar para que a mãe o socorresse, porque tudo que ela fez foi dar risada dele, mostrando que ele se machucara em um espinho, provavelmente trazido pelo próprio sapato dele.

            Alguma coisa deveria acontecer com os adultos, ele pensava. Deveriam ficar cegos para muitas coisas. Só podia. A mãe dizia que isso era até verdade de certa forma, mas que não incluía deixar de ver monstros. Ao contrário, dizia ela, quando ele se tornasse adulto, veria que os monstros são bem piores do que ele achava, mas que não eram do tipo que ele tinha medo. Ele não entendia como a mãe achava que isso poderia deixa-lo mais calmo, porque ele não queria mais era ver monstros de nenhuma espécie, embora a mãe dissesse que isso não era possível.

            Um dia, depois que mãe disse boa noite, ele resolveu que iria enfrentar o que fosse. Que viessem o peludo e os esquisitos! Ele não iria mais ser um prisioneiro no seu próprio quarto. Assim que as luzes se apagaram ele pulou da cama, armado de um crucifixo e de uma espada de brinquedo, resolvido a matar ou a morrer, ainda que de susto. Quem sabe assim alguém lhe desse ouvidos? Levantou de repente, para ter o elemento surpresa e acendeu as luzes. Com o coração aos pulos, olhou para todos os lados e, assim que conseguiu se mexer, constatou que era apenas um quarto vazio. Deveria mesmo tudo ser uma imensa bobagem da parte dele. Respirou fundo e deitou-se novamente, agora com a rebeldia de deixar os pés para fora, atirando a espada para debaixo da cama.

            Poucos segundos depois, estava dormindo profundamente e sequer pode escutar as vozes que, no escuro, desejaram a ele boa noite, dando adeus à infância que um dia vivera naquele quarto....

 

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 19:25
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