PAZ - Blogue luso-brasileiro
Segunda-feira, 26 de Dezembro de 2016
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - " A ESPERANÇA É O SONHO DO HOMEM ACORDADO " ( ARISTÓTELES)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais um ano está terminando e com ele muitas expectativas também chegaram ao fim. É o momento de contabilizarmos sucessos, perdas, cumprimento ou não de propósitos formulados em seu início e principalmente, tomarmos consciência do lento e gradativo processo de transformação que acontece, diariamente, conosco e com as demais pessoas ao nosso redor, ajudando-nos a renovar a cada ano e a lidar melhor com as mudanças e nos beneficiar delas. Devemos nos lembrar “que há os que envelhecem como o pão e se tornam duros. Há os que envelhecem como o leite e se  tornam azedos. Mas há também os que envelhecem como o vinho que o tempo purifica”.

Acima de qualquer outra coisa faz-se necessário crescermos constantemente dentro de princípios e valores reais, que nos incentivem a construir um mundo mais justo, humano, com menos desigualdades sociais e mais diálogo, compreensão, amor e empenho nas reivindicações para que a dignidade da pessoa humana se revele na maior finalidade de todas as conquistas e avanços. As lutas e as dificuldades existem, fazem parte do cotidiano, mas ao supera-las demonstramos que o otimismo, a dedicação e a crença em nossa própria capacidade, sempre auxiliarão na consecução de uma vida mais sólida, onde o respeito pelo próximo prevaleça sobre todos os aspectos em geral.

O mundo completa outra volta ao redor do sol e marca o início de um novo ano. Vivemos a expectativa de encará-lo com otimismo e esperança, pois faz parte do coração humano esperar sempre. Entretanto, não podemos acreditar que as coisas vão melhorar só porque domingo já é 2017. Ao contrário, o momento é de profunda reflexão na busca do aprimoramento da cidadania, não podendo, por isso, perder de vista que a efetiva participação de todos é imprescindível ao processo democrático, que não é um objeto pronto e, portanto está longe do ideal a se aperfeiçoar. Além do mais, o crescimento e o desenvolvimento do país e de seus cidadãos deve ser uma constante, independentemente de uma página virada no calendário.

Efetivamente a vida está mais dura pela distância dos homens à sensibilidade, ao amor verdadeiro, ao respeito ao próximo e ao direito alheio. Por outro lado, a gigantesca diferença social provoca uma situação de insegurança em todos os sentidos, além do que, os que deveriam trabalhar pela melhora desse quadro, ignoram-no de forma a agravar o relacionamento humano e a piorar as condições de milhares de pessoas.

 

                        DIA DA PAZ

 

Aproveitamos a proximidade do Dia Mundial da Paz, Primeiro de Janeiro para reiterar que a paz não pode ser vista como um simples intervalo entre conflitos quer no espaço ou na rua, quer na posse de armamento ou poder, mas como procura incansável de uma convivência geral mais fraterna, vivenciando o preceito supremo da caridade: ‘Ama o teu próximo como a ti mesmo’ (Mt, 22,39)”.

 

DIA DA LEMBRANÇA

 

            No dia seguinte ao Natal, vinte e seis de dezembro, celebra-se o Dia da Lembrança. A data faz parte do calendário formal, inexistindo, todavia, uma explicação e alguns historiadores afirmam que a celebração foi criada justamente nessa ocasião pós-festa natalina para fazermos uma reflexão. E nessa trilha, invocamos  Jeremy Irons :- “Todos nós temos nossas máquinas do tempo. Algumas nos levam pra trás, são chamadas de memórias. Outras nos levam para frente, são chamadas sonhos”.

 

                            MOMENTO DE POESIA

 

     “Chegou a hora/ é ano novo/ Não porque há relâmpagos no ar./É ano novo/    porque o desânimo é passado/      e porque o sol reflete sua luz/nas pedras e nos campos sem fim./Porque existe o prazer de viver/de sorrir/de ouvir canções/ e vontade de saudar os dias e as noites./     É ano novo/ porque há cor / há sonho com a posse das coisas limpas./ Porque há vozes         e o eco do canto dos galos/que seguem anunciando as manhas./É ano novo, /porque o mar que se abre,/eternamente,/ao comando da mão/deixa passar a brisa/e fecha passagem/às praias espessas e desertas da alma”( Maria Regina Caetano Soares)

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 14:06
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A PERGUNTA QUE VENCESLAU NÃO ESPERAVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                

"Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba", escreveu o Padre António Vieira. Qualquer celebridade humana, por grande que seja, o tempo inexorável a vai solapando, carcomendo, desfazendo em pó...

Venceslau Brás foi presidente da república do Brasil de 1914 a 1918. Quando assumiu a suprema magistratura, era relativamente moço: tinha 46 anos, pois havia nascido em 1868. Deixou o governo aos 50 anos, e só foi falecer em 1966, com 98 anos de idade.

Viveu, portanto, como ex–presidente, uma longa vida cômoda, prestigiosa, sem sobressaltos, no sul do Estado de Minas, na cidade de Itajubá. Toda a glória que um político brasileiro poderia desejar, ele a tinha alcançado. Sua terra natal chegara a adotar o nome de Brasópolis, para homenageá–lo. Em Itajubá, transformara–se em celebridade viva. Todos os governadores de Minas, todos os políticos de expressão nacional que iam a Minas, não deixavam de visitar o velho Venceslau para, como se dizia, "tomar a bênção" do velho cacique político e assegurar seu apoio em qualquer combinação política nova.

Ele assistiu à decadência da Primeira República, à revolução de 1930, à ascensão e queda do ditador Getúlio Vargas, à chamada redemocratização do País, aos governos que se lhe seguiram, à Revolução de 1964, ao início do regime militar.

Tudo se abalava no Brasil, menos o prestígio intocado e intocável de Venceslau Brás, que na simpática cidade de Itajubá permanecia numa espécie de Panteão da Pátria. Naquela cidade, ainda hoje existe, pela memória de Venceslau, um verdadeiro culto, sobretudo em torno do Museu Venceslau Brás, instalado na casa em que ele residiu.

Habituado a toda essa celebridade estava o velho Venceslau, mas...

... mas o tempo correu algumas décadas e na própria Itajubá, para as novas gerações, ele já começava a ser um nome do passado, numa confusa vizinhança com Tiradentes, Mem de Sá ou Pero Vaz de Caminha.

Venceslau só se deu conta dessa mudança profunda e inexorável certo dia em que a realidade o agrediu.

O fato se passou em meados da década de 50. Já quase nonagenário, o antigo presidente ainda dirigia seu automóvel. De todas as partes era saudado pelos moradores mais antigos, todos eles lhe tiravam o chapéu. E, sem descer de seu pedestal de glória, o ancião ia retribuindo as saudações que de todos os lados lhe faziam. De repente, num momento de distração, abalroa outro carro, felizmente sem gravidade! O veículo em que Venceslau batera era dirigido por uma jovem, que levava uma companheira ao lado.

Ainda cavalheiro dos velhos tempos, Venceslau se aproximou das assustadas senhoritas, de chapéu na mão, saudando–as galantemente. Certificou–se de que nada haviam sofrido, pediu desculpas pelo susto que lhes tinha dado e logo as foi tranquilizando pelos aspectos econômicos do acidente.

– Não se preocupem, senhoritas, a culpa foi minha, faço questão de pagar todas as despesas. Estejam tranquilas. Podem procurar Venceslau Brás, e tudo se resolverá.

Ainda atordoada pela batida, a jovem motorista ingenuamente – e cruelmente! – perguntou:

– Venceslau Brás, que número?

Venceslau poderia esperar qualquer reação das jovens... menos que lhe fizessem essa pergunta!

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



publicado por Luso-brasileiro às 14:00
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - DEIXEI MEU SAPATINHO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Sempre gostei de canções de Natal, sobretudo daquelas que escutava quando era criança e que me trazem de volta recordações de momentos especiais, felizes, do tempo em que a inocência era o tempero dos meus sentimentos. Acredito que assim como deve igualmente acontecer com tantas outras pessoas, as lembranças de uma boa infância deixam marcas indeléveis e, mesmo depois de décadas, fui capaz de me recordar completamente de várias dessas músicas.

            Enquanto participava de uma sessão de entrega de brinquedos para crianças de uma instituição, fui cercada por várias criancinhas, de idades entre 3 a 6 anos. Junto conosco fora também um Papai Noel especialmente convocado para essa nobre tarefa. Na presença do bom velhinho as crianças começaram a cantar em coro uma das músicas que eu, há muito tempo, também entoava com a certeza da verdade daqueles versos.

            O que especialmente tocou meu coração foi ouvi-los cantar, com os olhares firmes e confiantes a passagem que diz que “seja rico ou seja pobre, o velhinho sempre vem”. Se de um lado era triste saber que a canção poderia ser indiretamente a causadora de decepções, já que, na ausência da figura real de um doce senhor entregador de brinquedos e na situação de muita pobreza vivenciada por aquelas crianças e suas famílias, seria provável que nada ganhassem, de outro, era curioso pensar que, de alguma forma, o Papai Noel, naquele dia quente de verão, acabou comparecendo, mesmo sem as renas e sem trenó.

            Embora a situação toda em si levasse a reflexões de ordem social, sendo um tanto difícil não pensar em como é cruel a exposição ao consumismo e o quanto do básico muita gente no mundo não possui, fiquei pensando que, de uma forma ou de outra, além do Natal despertar em muitos o sentimento de caridade, também favorece a esperança. Adultos, sabemos que o Papai Noel manda a fatura do cartão de crédito, isso quando ele se lembra de passar pela nossa casa, mas, de uma forma inconsciente, nunca paramos de deixar o nosso “sapatinho na janela do quintal”, lançando ao mar os nossos sonhos e desejos secretos, nossa esperança de bons dias vindouros.

            Talvez esse seja o Espírito de Natal. Quiçá o retorno involuntário que fazemos à infância, ao viver das ilusões doces e, esquecidos, ainda que por segundos, do fato de sermos adultos e racionais, deixemo-nos levar pela esperança de que, em algum lugar por aí, o bom velhinho nos espreita, porque “não se esquece de ninguém” e haverá de saber qual sapatinho nos pertence entre todas as janelas desse mundo doido.

            Deixo eu, aqui também, meu sapatinho, nessa janela de papel, cuja cortina invisível não me permite ver ou conhecer quem lê o que escrevo, mas que, se o faz com certa constância, já me conhece em demasia. Largo aqui a minha esperança de que não me faltem palavras, não me falte inspiração, mas que, sobretudo, não me abandone o desejo de, vestida de tons “noéis”, fazer mais do que aquilo que somente a mim aproveita. Feliz Natal! Que a vida não nos deixe descalços por aí...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 13:19
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - SUPERAÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Esta época é propícia para se refletir sobre o ano que, em poucos dias, se finda e as esperanças para 2017. Gosto do número sete, é repleto de encantos: sete maravilhas do mundo, sete dons do Espírito Santo, sete cores do arco-íris, sete notas musicais. Sete são as obras da misericórdia: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir os enfermos, visitar os presos. Um número mágico. Entre os judeus, a concepção oriental do sete se manifesta no candelabro de sete braços (menorah). Diz-se que simbolizam os arbustos em chamas que Moisés viu no Sinai. Embora não creia que os números tenham qualquer influência na caminhada humana, gosto de simbologias e me encantei, com a interpretação deles, ao ler “Água Viva” de Clarice Lispector. Mas não se pode pensar que será possível viver um novo ano sem as dores e os dissabores. É preciso sim procurar um sentido para eles. Estava com 11 ou 12 anos, ao ler pela primeira vez, do escritor Francisco Otaviano de Almeida Rosa (1825-1889): “Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu,/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu,/ Foi espectro de homem e não homem,/ Só passou pela vida, não viveu”. Assimilei para todos meus dias.
Semana passada, um jovem muito simpático e acolhedor, que trabalha em um comércio que frequento, aproximou-se e me deu o título desta crônica. Contou-me que se equilibrara. Casou-se, trabalha e vive em paz. Percebi que  pretendia me contar um segredo. Disse que já passara por um local que, durante  anos, visitei: a cadeia. Acrescentou que lhe faltava, mais do que discernimento, mudar o coração e, para transformá-lo, permitiu que Deus entrasse. Que coisa boa! Peço muito a Deus que me ilumine, a fim de que enxergue minhas misérias, sem me justificar, e Ele as derrote em mim.
Para 2017, espero que o Brasil vença e a corrupção e que as pessoas, principalmente as mais empobrecidas, sejam tratadas com dignidade em todas as áreas: saúde, educação, habitação... Desejo que quem rouba pouco experimente as mesmas condições do sistema carcerário brasileiro para os que roubam muito, ou seja, igualdade de tratamento. E almejo que cada um consiga: suprimir o que lhe impede de ser melhor e realizar seus sonhos.
Feliz 2017, gente querida!


 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 13:16
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JOSÉ RENATO NALINI - VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A recente divulgação dos resultados das avaliações sobre o desempenho do estudante brasileiro causaram compreensível reação. Por que o aprendizado não ostenta performance compatível com o esforço de tantos profissionais, o desempenho dos educadores e o investimento do governo, em período de tamanha dificuldade financeira?

Se a cobrança por melhores resultados é legítima, pois educação é tema de extrema relevância, o momento é propício a que todos nos auto-indaguemos sobre o que se espera de cada brasileiro nesta quadra histórica.

A educação é direito de todos, diz o constituinte de 1988. Mas esse direito é dever solidário do Estado, da família e da sociedade. É o que o diz o pacto federativo no seu artigo 205. Será que cada um dos três núcleos de responsabilidade pode fazer mais para alcançar índices desejáveis?

Verdade que o Estado já aplica verba substancial para a política pública educacional. São Paulo, por exemplo, investe um terço do seu orçamento na educação. Não é pouco. Outros países, com investimento análogo, estão dentre os primeiros classificados nos páreos da avaliação. Pode, entretanto, o governo, nos três níveis, fazer mais. Principalmente em relação à otimização do custeio, para que recursos preciosos mereçam cada vez melhor aplicação, de maneira a favorecer o projeto de remuneração mais adequada ao Magistério. Prioritariamente ao Magistério, que está na trincheira a ensinar o alunado e a formar as futuras gerações, sem prejuízo a contemplar em seguida os demais profissionais de educação.

Um gestão mais esperta, a adoção de estratégias de racionalização, de simplificação e de obtenção de êxitos ainda mais tangíveis do que os atuais, é o objetivo de todos os que efetivamente se preocupam com a elevação da qualidade do ensino público.

Nada obstante, a família e a sociedade podem e devem fazer mais. A família não podem declinar do seu mister de oferecer a seus filhos o “currículo oculto” ou “currículo implícito”, que ensina a criança a respeitar o mestre e a ser responsável pelo seu único e indeclinável compromisso: estudar e aprender. A família também precisa se aproximar da escola e aprender a participar da gestão do estabelecimento, auxiliando diretora e professores, além de cobrar dos filhos devotamento e esforço, treiná-los a um saudável exercício de cidadania, que começa por um bom tratamento a todo o corpo docente e funcional e a resolver pacificamente as controvérsias.

A sociedade civil, que é a destinatária do egresso da escola, tem obrigação de auxiliar a formação dos futuros quadros. A “adoção afetiva” de uma escola pública é um projeto exitoso e promissor. Qualquer pessoa pode incentivar o projeto “Escola da Família”, oferecer-se como agente de disseminação do voluntariado, participar dessa política pública sem a qual o Brasil não chegará ao destino com que sonhamos. Tudo isso é perfeitamente viável e a sociedade civil deve assumir tal compromisso com entusiasmo e vigor, para bem cumprir sua obrigação cívica em relação à educação.

A missão de educar é superior aos objetivos de uma gestão governamental. É uma proposta que está acima até dos propósitos do Estado, pois se insere num desenho de Nação. Esta instituição é mais consistente do que a própria sociedade artificialmente criada para coordenar o convívio. Baseia-se na emoção, na intenção de continuar a viver junto, de alimentar um objetivo permanente, com fundamento nas tradições comuns e no cultivo do afeto. Sem educação de base sólida, não se converterá o País naquela potência sustentável que é a aspiração de todo brasileiro patriota.

Por esse motivo, todos estão conclamados a se articular em torno a um trabalho sério, firme, audacioso e efetivo rumo à edificação de uma escola compatível com nossas pretensões de consolidar uma respeitada Nação.

O momento é agora e ninguém está dispensado de colaborar com ideias e, principalmente, com trabalho concreto. Vamos lá?

 

Fonte: Correio Popular – Campinas | Data: 23/12/2016

 

 

 


JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:11
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RENATA IACOVINO - FATOS DA MODERNIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Esse nosso universo virtual nos traz muita praticidade, sem dúvida, mas como tudo tem os dois lados, sabe bem como nos chatear, às vezes.

            Deparamo-nos com aquilo que nos agrada e com o que nos maltrata; com o que pode tornar nosso dia um pouco melhor, ou com o que dos destrói em poucos segundos.          Mas é o preço que pagamos para nos mantermos conectados ao mundo, caso queiramos nele sobreviver.

            E em meio a essa quase natural sobrevivência, há os tais bichinhos que por total vulnerabilidade de nosso sistema, invadem nossas contas virtuais, perfis e afins, e fazem-nos perdem o dia tentando resolver o tal problema. Eta probleminha chato! 

            Pois um desses vírus danados resolveu passear por minha conta de facebook hoje, e se instalou no messenger, fazendo eu perder parte da manhã e toda tarde enviando informação aos meus contatos (!!!) de que se tratava do tal bichinho e "não abra o anexo!".

            Tentativa insana, pois quando eu mandava a mensagem para um, logo acima constatava que o dito cujo anexo viral tinha sido novamente enviado à vitima, em meu nome.

            Ao mesmo tempo eu recebia também de amigos o mesmo vírus em forma de anexo.

            Em meio a esse vai e vem eu buscava como desinstalar o que tinha provocado o transtorno. Sem êxito.

            Mensagens iam, mensagens vinham, o tempo passando, pessoas me dizendo que não conseguiam abrir o anexo e eu "não, não abra! É vírus!". Rapidamente o danadinho se proliferava em tantas outras contas e em poucos minutos muitos já postavam o aviso de que não abrissem o anexo em nome deles enviado.

            Aos poucos minhas ações no facebook começaram a ficar limitadas e eu recebi um aviso que algumas delas estariam bloqueadas por um período, devido a suspeitas.

            "Sistema mais contraditório!", pensei eu: ao invés de me bloquear, deveriam verificar a procedência desse alastramento sem meu consentimento e impedi-lo!

            Ao mesmo tempo refleti: "ora, mas que tolice a minha, que ingenuidade! Não segurança em parte nenhuma!". A vulnerabilidade está em toda parte, em qualquer organismo. Somos falhos e qualquer sistema igualmente o é.

            Precisava achar a solução para a pendenga e não deixá-la tomar a proporção maior do que merece, acabando com meu dia. Por fim consegui exterminar o tal bichinho. E de quebra falei rapidamente com quem nunca converso. Fatos da modernidade.

 

 

 

 

RENATA IACOVINO, escritora e cantora / www.facebook.com/oficialrenataiacovino/



publicado por Luso-brasileiro às 13:07
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SÔNIA CINTRA - BEM - VINDOS A 2017

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Em nossos dias, são cada vez mais frequentes crianças de olhos luzidios, penetrantes e sábios, muito além de sua idade. Seus olhos focalizam o interlocutor de tal forma que sua alma fica desnuda para ele. São crianças alegres e agradáveis, piedosas e altamente sensitivas. Consideradas tocheiros de uma Nova Era, elas têm importantes missões nesta vida para iluminar o caminho da humanidade. Sucessoras de outras, mais velhas, possuidoras de espírito ainda guerreiro, cujo propósito é destruir velhos sistemas arcaicos com seu temperamento forte e determinação pontual, essas crianças têm temperamento diverso. Por serem altamente intuitivas e telepáticas, atuam na vibração coletiva de cura e regeneração do planeta. Não têm dificuldade alguma de se comunicarem desde muito cedo, através de sons e sinais. São afetivas e generosas, vêm imbuídas do entendimento filosófico e espiritual, sendo as principais responsáveis pela etapa final deste momento evolutivo da Terra, enquanto lugar de provações.

            Segundo a estudiosa Vera H. Tanger as crianças Índigo, de aura azul, são precursoras das crianças Cristal, de aura translúcida em tons claros, e começaram a vir, em número cada vez maior, há alguns anos, para abrir o caminho para estas atuarem. Para tanto, assumiram alguns de seus atributos e valores. Traçando uma analogia, a autora diz que as Índigo atuariam na Terra como João Batista, precursor de Jesus que, ao batizá-lo, introduziu-o em sua missão terrestre; enquanto que as Cristal, funcionariam como o arquétipo de Jesus, o Enviado para curar a humanidade.

            A Concordância Harmônica facilita o caminho a ser percorrido por estes seres, permitindo sua ancoragem e atuação no mental coletivo. Esta energia, que formará uma nova constelação, pela rara posição planetária, traz em si a energia da Grande Mãe, do Amor Incondicional, voltado para o Bem necessário para transmutar a energia da Terra.

Conforme ensinou Pitágoras, o número Sete é sagrado, perfeito e poderoso. É considerado um número mágico, um número místico por excelência. Indica o processo de passagem do conhecido para o desconhecido, da própria essência divina da criação, existente em cada um de nós, para a existência. Portanto, sejamos bem-vindos a 2017!

 

 

 

SÔNIA CINTRA - ESCRITORA E PROFESSORA UNIVERSITÁRIA.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:01
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PAULO R. LABEGALINI - ENTÃO, É NATAL!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No capítulo 21 do Evangelho de Mateus, está escrito:

“Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe: ‘Filho, vai hoje trabalhar na vinha’. Mas ele respondeu: ‘Não quero’. Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo e ele respondeu: ‘Vou sim, senhor’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade ao pai? Responderam eles: ‘O primeiro’. Jesus disse-lhes: ‘Em verdade vos digo: os cobradores de impostos e as meretrizes vão preceder-vos no Reino de Deus. João veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas os cobradores de impostos e as meretrizes acreditaram nele. E vós, nem depois de verdes isto, vos arrependestes para acreditar nele’.”

Hoje, devemos dizer o mesmo aos incrédulos: ‘Jesus se fez homem para nos mostrar o caminho do Céu, e não acreditam nele? Mas, ainda é tempo! Ele está renascendo no meio de nós! Se não o acolherem, a verdadeira Luz jamais brilhará nas trevas dos seus endurecidos corações’. Bem, e a consequência para os que não se converterem também está escrito na Bíblia e acredito que todos já sabem o castigo que sofrerão.

Eu, por exemplo, não posso propor a ninguém um modelo de perfeição segundo a minha maneira de viver, mas, na fraqueza humana, pelo menos procuro produzir frutos de sincero pecador arrependido. Um verdadeiro arrependimento das nossas ofensas a Deus é o primeiro passo para chegarmos a fazer o bem em plenitude. E quem foi batizado tem o dever cristão de se aproximar cada vez mais de Jesus Cristo para anunciá-Lo a todos, concorda?

Pois é, isso está ainda mais fácil porque é Natal! Novamente Ele veio ao nosso encontro e nos pede abrigo no coração, mas, infelizmente, muitas pessoas preferem desprezá-Lo, como fizeram em Belém, deixando-O nascer numa estrebaria. E o pior: abandonaram-No morrendo pregado na cruz! Não vamos repetir essa história, não é mesmo?

Então, coloque alegria na sua vida e confie na paz que vem do Céu, porém, saiba que só teremos um feliz Natal se tivermos o Espírito Santo dentro de nós. Isso significa: humildade, arrependimento dos pecados, oração e caridade – não somente hoje, mas sempre! E quem experimenta viver no amor de Deus, sente Sua forte presença a cada instante e pode dizer que isso é muito bom. Apesar das provações e sofrimentos da vida, prevalece a paz de espírito e a união na família.

Contudo, para os mais pessimistas, conto esta história:

Um homem estava extremamente triste e desencorajado de se levantar todas as manhãs para ir trabalhar, enquanto a mulher ficava em casa. Querendo que ela soubesse o quanto lhe custava sair cada dia para o trabalho, ele fez o seguinte pedido:

– Meu Deus, eu dou duro todos os dias durante oito horas, sem contar com o transporte de ir e vir que me ocupa mais três horas! Minha mulher, que fica em casa, precisa saber o quanto eu sofro. O Senhor poderia trocar os nossos corpos para que ela compreendesse o meu calvário?

Na sua infinita bondade, o Criador aceitou o pedido e, no outro dia de manhã, o homem acordou mulher. Então, preparou o café da família, trocou as crianças para irem à escola, foi ao banco e ao supermercado, pagou algumas contas em lojas, lavou roupas, arrumou a casa, fez almoço, lavou as louças, ajudou os filhos nas tarefas, escovou o cachorro, passou roupas, preparou a janta, limpou a cozinha, deu banho nas crianças e as colocou para dormir, bateu um bolo para o dia seguinte e, enfim, fez a sua higiene pessoal e foi se deitar.

De manhã, levantou-se e rezou:

– Meu Deus, eu estava enganado por ter inveja da minha mulher que ficava em casa. Por favor, permita que possamos cada um retomar ao corpo original.

E o bom Deus respondeu:

– Meu filho, eu creio que você aprendeu a lição e ficarei muito feliz em restabelecer as coisas como eram antes, mas é preciso esperar nove meses... Você ficou grávido ontem à noite!

A partir daquele dia, ela – ou ele – passou também a fazer feira para comprar mais barato os legumes e conseguir guardar algumas economias para o parto. E embora adorasse jiló, não comprava porque ninguém mais na casa gostava e queria agradar o marido com os filhos – como quase todas as mulheres fazem.

Que dureza, não? E você, quantos ‘jilós’ deixará de comer neste Natal para agradar o próximo? Fará isso por amor ou reclamando da vida? Se tivesse mais dinheiro, gastaria com os pobres ou aumentaria sua ceia? Lembre-se que os preferidos de Jesus continuam sendo os pobres e, nas famílias mais ricas, também acontecem grandes incompreensões, traições, paranoias etc. Enquanto isso, o tempo passa e o Menino-Deus aguarda para nascer.

Desejo que você limpe o seu coração, não sinta inveja, dê o perdão a quem ainda não foi perdoado e, mais do que nunca, tenha um santo Natal na família que o Senhor lhe presenteou.

Salve Jesus Cristo!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



publicado por Luso-brasileiro às 12:52
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - " DEUS SALVE VOSSA MAJESTADE ! "

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conta, o grande jornalista abrantino, Fernando Martins Velez, em “ Poeiras do Passado”, que frequentemente escutava, entre risadas, a saudação: “ Deus salve Vossa Majestade! “

Andava o jornalista intrigado, porque não compreendia a razão das risadinhas brincalhonas, e a intenção de quem a proferia, a cada passo.

Ganhando coragem, abeirou-se de velho amigo, para inteirar-se da razão, dos risinhos abafados, quando alguém se lembrava de mencionar a “ antiga” saudação.

Foi-lhe então revelado a historia – não sabe se verdadeira, – muito corrente, na época, na região onde nascera.

Certo dia o Rei andava à caça pelos montados do reino. Passou por ele humilde camponês, que o saudou com reverência, deste modo:

- “ Deus salve Vossa Majestade! “

O Rei, agradeceu a cortesia, e cumprimentou, levantando, ligeiramente, o chapéu.

Aconteceu, que nos dias seguintes – por várias vezes, – encontraram-se; e sempre o lavrador o saudava do mesmo jeito.

Como Sua Majestade era muito afável e conversador, logo que teve oportunidade, parou, para cavaquear com o camponês.

Conversa vem; conversa vai, o Rei perguntou-lhe: Por que o saudava sempre de igual modo, quando perpassava por ele?; ao que o aldeão, prontamente, respondeu:

- Saiba Vossa Majestade que já vivi muito, e conheci Seu avô, que também foi Rei, e tinha mau feitio! …

Depois, sucedeu-Lhe Seu Pai, que não Lhe ficava atrás…

Agora reina Vossa Majestade… e rogo a Deus, que não venha a ser ainda pior! …

Remata, Fernando Martins Velez, no seu soberbo estilo de genial articulista:

Agora: “ Nós diríamos: Deus salve o Senhor Presidente, porque…”

Esta perícope – não passa de brincadeira, – mas como o camponês, rogo também, a Deus, que não se aplique ao Brasil… ou até a Portugal…Não agora…; mas no futuro….

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 12:36
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EUCLIDES CAVACO - MENSAGEM DE NATAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Com um abraço natalício para todos os meus amigos e seus ente queridos , aqui vos deixo este poema declamado que poderão ver e ouvir anexo aqui neste link:

 

 


http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Mensagem_de_Natal/index.htm

 

 

 

 -EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

***

 

 

 

 

 Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

 Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

***

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:28
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Segunda-feira, 19 de Dezembro de 2016
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PRESÉPIO NA ALMA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Não é a primeira crônica que escrevo sobre ela. Figura conhecida por três gerações, talvez pela coragem de se deter, incontáveis vezes e em situações diversas, em um local movimentado da cidade e cantar, sem ritmo e preparo, alguma canção do repertório sertanejo ou popular como de sua cantora preferida na época do Jovem Guarda: “Esta é uma prova de fogo:/ Você vai dizer/ Se gosta de mim...” Ou, décadas mais tarde: “... Nós somos andorinhas/ Que vão e que vêm/ À procura de amor...” Aproveitava, após a apresentação, para pedir uns trocados.
Surpreende-me  que permaneça na esperança desde pequenina. O pai morto, aos três anos dela, de maneira trágica. A mãe que faleceu logo depois, corroída pelo álcool. A avó, com limites, que esmolava para conseguir cuidar das duas netas e que partiu em sua adolescência. Da pobreza, antes de completar 16 anos, passou à miséria. Esses fatos a empurraram para a rua. Detestei ouvir, faz anos, que no começo da madrugada, homens incautos abaixavam as portas de bares noturnos e a colocavam como diversão barata, usando sua intimidade.
Hoje, comento sobre um novo episódio em sua história, acontecido no final de novembro. Guimarães Rosa escreveu em “Grande Sertão: Veredas”: “O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra, montão”. Desde meados da década de oitenta que ela vem tentando se afinar.
Não perdeu o contato com algumas pessoas do início de sua inserção social e, em meio a elas, o Henrique Crispim e a Odete, do Museu Histórico Cultural de Jundiaí. Há tempo que, em dezembro, observa, todos os dias, a exposição municipal de presépios e, neste ano, foi convidada a participar. Colocou, em espaço de uma vitrine, a cena de Natal que adquiriu e, ao lado, uma árvore dourada, em reconhecimento de que ali está o Senhor dos senhores, “... em Suas mãos, o poder e a realeza”. Contou-me de sua alegria por se tornar expositora.  Tão lindo isso tudo! Tão do Natal de verdade.
A carência e a maldade humana feriram sua juventude, mas ela reagiu, quando foi possível, porque jamais tirou Belém de sua alma.
Feliz Natal, Natal de verdade, Natal de Belém, querida leitora, querido leitor!

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

 

 


 



publicado por Luso-brasileiro às 10:31
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - RESGATAR O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como na próxima sexta-feira é Natal, a mais bela festa do ano, deixemos de lado outros assuntos e meditemos um pouco no sentido desta celebração de amor e de ternura, capaz de renovar a esperança de tempos melhores e dias mais felizes. No entanto, ela também reproduz em suas diversas expressões, as desigualdades extremas que caracterizam a sociedade brasileira, sendo que para milhares de famílias submersas na miséria e na exclusão social, há muito pouco o que festejar.

Nessa trilha, desprezando os excessivos apelos consumistas e os exageros do comércio, ainda mais num ano de crises moral, política e econômica, devemos nos inspirar na real importância da solenidade natalina e na ampla dimensão de fraternidade que ela evoca, contribuindo à anulação dos graves problemas comunitários que afligem nossos irmãos.

Precisamos, mais do que nunca, ater-se ao sentido que ela  encerra, ou seja, o dom que Deus fez de si mesmo a nós, para nossa realização divina, conforme a bela proclamação do apóstolo Paulo em sua carta aos gálatas:- “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações  o espírito do seu filho, que clama : Abba, Pai! De modo que já não és escravo, mas filho. E, se és filho, és também herdeiro, graças a Deus”(4,4-7).

Por isso, louvar o Natal é comemorar a vida, reafirmando na família e na comunidade os valores do Evangelho libertador de Jesus, pois a encarnação é um ato que nasce da liberdade e da benevolência. A sua celebração em todos os anos deveria se transformar em momento de meditação e nessa trilha, enquanto forem furtados ao povo, em especial à criança, os direitos de acesso à educação, à saúde, à moradia digna não haverá comemoração, porque falta libertação. Os indivíduos sem tempo ou condições para pensar, oprimidos e espoliados terão maiores dificuldades em acreditar também na  misericórdia divina.

Aí está a nossa grande responsabilidade: contribuir para que este país propugne por uma distribuição igualitária de renda e por dignidade para sua gente, constantemente explorada em suas aspirações mais primordiais, propiciando-lhes condições que também possam concretizar um senso crítico para que a maioria dos políticos não a explore com tanta facilidade.

Desprendimento, partilha, humildade e caridade são algumas  das palavras desconhecidas pela maioria, ávida de riquezas, incapaz de reconhecer  sua ganância e interesses, ignorando a mensagem cristã, por que a proposta desta incomoda a intensa comercialização das datas festivas. Muitos se reúnem nestas ocasiões para cumprir um ritual frio, enquanto a união deveria cercar-se de esperança, com o pensamento voltado à grande lição de Cristo que manda amar uns aos outros, sem outros cuidados, senão os do amor em si mesmo.

 

 

MOMENTO DE POESIA

 

 

Com “Dezembro” de Carlos Drummond de Andrade, reverenciamos esse mês tão importante e ao mesmo tempo repleto de encantos e emoções: “Quem me acode/ à cabeça e ao coração/ neste fim de ano,/ entre alegria e dor?// Que sonho,/ que mistério,/ que oração?// Amor”.

 

 

MENSAGEM NATALINA

 

 

Que o espírito de paz e solidariedade que reina nessa época, inspire nossos pensamentos e ilumine nossos corações, a fim de podermos, juntos, criar um amanhã melhor para toda a humanidade. Que a comemoração natalina alimente a nossa certeza de que Deus continua dando sentido a nossos empreendimentos para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e fraternal. Ao desejarmos aos leitores, votos de um Natal bastante sereno, conduzindo-nos um tempo novo, invoquemos o saudoso arcebispo Dom Luciano Mendes de Almeida: “O Natal de Jesus comunica a boa nova da misericórdia divina, que anuncia à humanidade o perdão e a paz. Compreendemos a maravilha do canto angélico, louvando a Deus e proclamando a paz sobre a terra”.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 10:25
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - AMOSTRAS DO ANEDOTÁRIO LAETIANO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Continuo a matéria da última semana, sobre o fino humorismo do jornalista católico e monarquista Carlos de Laet (1847-1927). Sua inventividade era incrível, não havia recurso jornalístico que ele não usasse para defender com igual paixão suas ideias religiosas ou políticas, e até mesmo suas preferências gramaticais e literárias. Ainda hoje, mais de um século depois de escritos, seus artigos são em extremo atraentes e surpreendem pela originalidade e variedade de recursos jornalísticos. Como registra Homero Senna, “Laet inventava os mais diversos expedientes para encher a sua coluna de jornal. Ora forjava cartas de leitores imaginários; ora atribuía o que se ia ler a um cidadão desalojado de uma das favelas da cidade; ora fantasiava um colóquio com animais do Jardim Zoológico. Certa feita, chegou a dar a sua crônica como reproduzida de um jornal de circulação restrita, lançado por um grupo de doentes do Hospício da Praia Vermelha” (Introdução a “Obras Seletas de Carlos de Laet”. Rio: Fundação Casa de Rui Barbosa/Agir, 1983, vol. 1, p. 17).

Em torno de Laet criou-se um verdadeiro mito. É imenso o anedotário verdadeiro ou falso que se lhe atribui. Aqui vão alguns exemplos do que disse...  ou do que se disse que ele disse.

* Conta-se que D. Pedro II certa vez lhe mostrou um soneto que fizera, no qual observara todas as regras da rima, da métrica e do ritmo, mas em que era irremediável a falta de inspiração.

─ Que tal os meus versinhos, “seu” Laet?

─ Muito bons... Mas Vossa Majestade bem que poderia fazer coisa melhor.

* Um escritor jovem, polemizando com Laet, à falta de melhor argumento, chamou-o velho. A resposta foi cortante: ─ Na escala zoológica, meu jovem, velhice é um conceito muito relativo. Um homem de sessenta anos, como é o meu caso, ainda está forte e lúcido. Mas um burro de vinte e tantos anos, como o Sr., não presta para mais nada.

* Durante uma aula, enquanto lecionava no Colégio Pedro II, Laet fez referência à criação do homem. Um aluno atrevido ousou interrompê-lo: ─ Professor, o Sr. está muito desatualizado. O meu pai disse lá em casa que todos nós descendemos do macaco.

Laet, com sua voz fanhosa e terrível, deu pronta resposta: ─ Eu não me meto em questões de família, menino. Seu pai deve saber melhor do que eu de onde ele veio...

* Ao sair de uma conferência realizada no Círculo Católico, verificou que alguém havia furtado seu guarda-chuva. Imediatamente pegou uma folha de papel e afixou um aviso, com estes dizeres: ─ Peço ao ladrão católico apostólico romano que furtou meu guarda-chuva o favor de devolvê-lo.

* As sociedades protetoras de animais começavam a fazer suas propagandas. Ainda não havia propugnadores dos chamados “direitos dos animais”, como os há hoje, mas já havia quem sustentasse que deviam ser proibidos os freios, as esporas e os chicotes.

Um desses tentou, certa vez, impressionar Laet com sua pregação: ─ É realmente uma desumanidade torturar um pobre animal. Devia haver cadeia para esses desalmados que usam freios, esporas e chicotes.

Carlos de Laet ponderou: ─ Mas se eu montar sem esporas, num cavalo sem freios, arrisco-me a levar um belo tombo.

─ Não seria nenhuma tragédia...

─ A tragédia é que eu sairia machucado... E eu tenho o direito de ser protegido, porque sou um animal racional, como também são animais o Sr. e o cavalo...

* Laet havia impiedosamente ridicularizado o médico Dr. Oliveira de Menezes, que também era professor no Colégio Pedro II. Alguns dias depois, durante uma reunião do corpo docente do colégio, Menezes não se conteve e investiu furiosamente contra o colega: ─ O senhor é um decrépito, um decadente, um moribundo! Não quer se convencer de que já está com os pés na sepultura!

Enquanto ouvia esses insultos, Laet calmamente chupava seu charuto, sem se abalar. Quando o outro parou, perguntou: ─ É como inimigo ou como médico que o Sr. diz está dizendo essas coisas?

─ Falei como médico.

─ Ainda bem! Posso então ficar tranquilo...

* Uma das decepções do grande Laet foi não ter conseguido arrastar Rui Barbosa para uma polêmica. Não foi por falta de tentativas... Laet provocou Rui repetidas vezes, mas este não quis correr os riscos de enfrentar Laet no seu terreno preferido.

Rui era Conselheiro de Estado do Imperador, mas foi um dos membros do primeiro Governo republicano, e essa traição Laet jamais lhe perdoou: Rui ─ dizia ele ─ foi um conselheiro que aconselhou mal o seu aconselhado...

Certa vez, Rui, conhecido pela sua prolixidade, fez uma conferência sobre Camões. No dia seguinte, Laet registrou o fato, elogiou a eloquência do orador, seu vocabulário prodigioso, sua cultura invejável, seu brilho inigualável etc. etc. E, no final da crônica, concluiu venenosamente com estas palavras que toda a gente repetiu e glosou: ─ Às 4 horas da manhã, para grande alívio de toda a assistência, afinal morreu Camões...

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOSé historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 10:19
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