Neste segundo domingo, acendemos a vela branca na Coroa do Advento; a vela da Paz; porque vai chegar Aquele que é o Príncipe da Paz!
Logo que ressuscitou, Jesus deu a Paz a seus discípulos: “A paz esteja convosco! (Jo 20,19). Nada é melhor do que a paz. Tudo está perdido se não há paz no coração, no lar, na pátria… Ele pode dar a Paz a seus discípulos porque venceu na Cruz a raiz amarga que a destrói, o pecado.
O profeta Isaías anuncia a necessidade de preparar o caminho do pregoeiro da Paz: “Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou. (Is 40,1-5)
Que caminhos devem ser preparados senão os da nossa alma? Que vales e montanhas devem ser nivelados senão os da nossa alma, desnivelados pelas paixões e maus desejos?
O salmista canta: — Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
É o domingo do Advento que nos convida à reconciliação com Deus; deixar o pecado, procurar Aquele que é o Único que pode nos dar a vida e a paz duradoura. É preciso perguntar: Como temos preparado a nossa vida para a chegada do Senhor?
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Advento: Preparação para a Festa do Natal de Jesus
A Importância de celebrar o Nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro
Qual é o melhor presente que podemos ofertar a Jesus?
Como se preparar em família para o Natal
Neste período do Advento nos preocupamos tanto em preparar nossas casas, nossas ceias, nossas confraternizações, que acabamos por “roubar” a festa do grande aniversariante que é Jesus. Nos preocupamos em presentear a tantas pessoas, até “amigos ocultos”, e o nosso “verdadeiro amigo”, já Revelado, é deixado de lado, como algo secundário, dispensável… Não podemos nos esquecer do Aniversariante no dia do seu Aniversário! Ele é o grande Presente que devemos receber e dar a todos…
São Pedro nos lembra que Deus não tarda a voltar, para Ele um dia é como mil anos, e mil anos como um dia. Ele é o Senhor também do tempo, Ele criou o tempo e não está submetido a Ele. São Pedro avisa que o Senhor chegará na surpresa de um ladrão, a qualquer momento; então, é preciso estar preparado a todo momento. (2 Pd 3,8-14)
E o Evangelho também nos recorda que João Batista apareceu no deserto pregando um “batismo de conversão” para o perdão dos pecados. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão (Mc 1,1-8). Esta era a preparação para a chegada do Príncipe de Paz, do esperado das nações, do mais belo dos filhos dos homens.
Será que nós hoje também precisamos passar por um “batismo de conversão”?
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
Mariana ficou feliz porque ganhou um joguinho de chá todo azulzinho e bolinhas amarelas. No dia seguinte, Júlia veio bem cedo convidá-la para brincar, mas ela não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã.
Júlia, então, pediu que lhe emprestasse o conjuntinho de chá para se distrair na garagem do prédio. Mariana não queria entregar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo seu ciúme por aquele presente tão especial.
Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o brinquedo jogado no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava quebrada. Chorando e muito nervosa, ela desabafou:
– Tá vendo o que a Júlia fez comigo, mamãe? Estragou tudo e ainda deixou jogado no chão!
Totalmente descontrolada, Mariana queria ir ao apartamento da amiguinha pedir explicações, mas a mãe, com muita sabedoria, ponderou:
– Filhinha, lembra daquele dia quando saiu com seu vestido branquinho e um carro jogou lama na sua roupa? Ao chegar em casa, você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó não deixou. Você se recorda do que ela falou? Disse para deixar o barro secar primeiro que depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixe-a secar que fica bem mais fácil resolver tudo.
Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Logo depois, Júlia tocou a campainha, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:
– Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua que fica correndo atrás da gente? Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia me emprestado. Quando eu contei para a mamãe, ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro igualzinho pra você. Espero que não fique chateada porque não foi minha culpa!
– Não tem problema, minha raiva já secou – disse Mariana.
Dando um forte abraço na amiga, levou-a ao quarto para contar a história do vestido novo que havia sujado de barro.
Portanto, nunca tome qualquer atitude com raiva. O ódio nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim, você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos outros pela posição ponderada diante de uma decisão difícil. Lembre-se sempre: ‘Deixe primeiro a raiva passar’.
E, há algum tempo, foi exatamente isso que me disse um padre quando comentei um problema particular com ele. Aconselhou-me a não tomar nenhuma decisão com a cabeça quente porque eu poderia me arrepender depois. Pois bem, segui a sua orientação e as coisas foram se resolvendo – com muita oração, é claro.
Um conselho assim serve para o resto da vida, não é mesmo? Eu concordo que nem sempre é fácil agir com prudência nos momentos de confronto, porém, o que não se resolve com diálogo e bom senso, normalmente traz consequências ruins. Isso acontece no trabalho, na família, entre amigos e nas comunidades religiosas também!
Fernando Pessoa dizia: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”; e, realmente, o tempo nos mostra que isso é verdade! Só que a alma deixa de ser pequena quando crescemos na fé: rezando, perdoando, servindo o próximo com amor, enfim, cultivando a nossa espiritualidade.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.
Diz Lucas, no seu Evangelho, que no tempo de Quirino, governador da Síria, José e Maria, para cumprirem o decreto de César Augusto, deslocaram-se a Belém, para se recensearem.
Por essa ocasião, José buscou estalagem, para ambos; mas, como não havia lugar nas hospedarias, acomodou-se em humilde manjedoura.
O mesmo acontece a muitos dos nossos idosos: não têm lugar na casa dos filhos, nem em lares, para velhos.
Estes, por terem casas tão exíguas, que mal cabem as crianças…; ou, simplesmente, porque não dispõem de tempo…
Alguns, também, não conseguem hospedar-se em lares, porque não possuem bens suficientes.
Os mais afortunados, os que auferem substanciais reformas, ou podem contar com o auxílio monetário dos filhos, ainda se recolhem em residências, onde recebem todos os cuidados, que a velhice necessita; mas, infelizmente, os que foram abandonados, por filhos e parentes, o único refúgio possível, são lares, onde passam noites dormindo…e dias, ao redor do aparelho de TV, de mantinha nos joelhos…
Mesmo, quando usufruem pensões confortáveis, sofrem, por se verem apartados da colectividade, e considerados inúteis… esquecidos de todos…; até dos médicos… Sim: até dos médicos!:que consideram, muitas vezes, desnecessário realizar tratamento dispendioso, por serem de idade avançada…
Outro tormento, que persegue os idosos, é o receio de não terem recursos para pagarem a mensalidade do lar, ou este vir a encerrar.
Raras vezes, a reforma, sobe – até pode descer… – ; mas os preços não param de subir… e as mensalidades podem ser actualizadas…
E se a reforma – que não costuma acompanhar a inflação real, – não consegue suportar os aumentos? Que fazer?
O medo de virem a engrossar o número dos sem-abrigo, não lhes dá sossego, e muitos, vivem em constante preocupação.
Referi, alguns problemas, muitas vezes esquecidos pela sociedade, mas, muito mais há, que preocupa os que pertencem à classe média – classe quase extinta em Portugal, – porque os outros, ficam pelos hospitais… ou na rua, quando são abandonados pela família, ou terminam seus dias sós, na solidão de velha casa.
Ser velho, actualmente, é muito difícil. No passado, os avós, eram desejados: cuidavam e educavam os netos, e muitas avozinhas, ainda faziam a lida da casa, enquanto os filhos trabalhavam.
Mas agora?...
Como é triste, muito triste…ser velho!
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):
Horário da missas em São Paulo:
Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):
http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163
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Mais de um Estado já assumiu o estado de calamidade pública, mercê de administrações desastrosas e maltrato ao dinheiro do povo. O Brasil precisa acordar se quiser acertar o passo com o desenvolvimento. Neste ano, o Banco Mundial detectou que passamos da 111ª para a 116ª posição em todos os indicadores de eficiência apurados em 189 países. É que somos extremamente burocratizados. O direito, que deveria servir de instrumento de solução de problemas, prefere institucionalizá-los. A interpretação oscila entre a negativa e o percurso labiríntico de senões para impedir que se alcance o resultado desejável. Há boas iniciativas, mas falta uma instância de coordenação que pudesse coletar experiências e concatenar trabalho conjunto.
A educação básica é a maior urgência para o Brasil. Levada a sério, resolveria todos os nossos problemas. A política seria diferente se a nossa população fosse esclarecida. A saúde melhoraria, pois, o cidadão bem formado preveniria males que são produzidos pela ignorância. A violência se resumiria às patologias e não seria endêmica. A economia não patinaria. Pessoas capacitadas encontram alternativas e enxergam mais longe do que as desprovidas de saber. Enfim, tudo tem remédio se a educação atinge suas finalidades, explicitamente previstas na Constituição: fazer com que as potencialidades do ser humano se desenvolvam à plenitude, qualificar para o trabalho e treinar a prática da cidadania.
Educação que é direito de todos e dever do Estado, da família e da sociedade. O Estado destina um terço de seu orçamento à rede pública. Ainda insuficiente, ante o crescimento da demanda, tudo agravada em tempos de crise. Mas a família e a sociedade podem fazer mais. A começar de uma aproximação afetiva, carinhosa e verdadeiramente interessada, junto às escolas públicas. Quando a família se interessa pela escola do filho, tudo vai melhor. Somos todos responsáveis. Talvez nem todos concordem, mas pior do que a calamidade da crise econômica é a calamitosa inconsciência em que grande parte de pessoas que poderiam fazer a diferença mergulhou e dela não parece querer sair.
JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.
Comemorou-se a dez de dezembro, o 68.° aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos cuja proclamação foi uma resposta da humanidade à traumática experiência dos totalitarismos que macularam a primeira metade do século passado. É por isso que nesta data também se celebra o DIA DOS DIREITOS HUMANOS, que no conceito de Júlio Marino de Carvalho: “são aqueles direitos inerentes à pessoa humana, que visam resguardar a sua integridade física e psicológica perante seus semelhantes e perante o Estado em geral, de forma a limitar os poderes das autoridades, garantindo assim, o bem-estar através da igualdade, fraternidade e da proibição de qualquer espécie de discriminação” (“Os direitos humanos no Tempo e no Espaço. 1ª. ed. Brasília Jurídica, 1998, p. 47).
Que essa data nos inspire a refletir sobre esses aspectos e a abraçar a tarefa a ser executada por alguns países em termos de respeito à cidadania, que retardam muito a formar. Com efeito, os direitos humanos são concebidos exatamente para e em função do ser humano. Este por sua vez, pressupõe-se, é criado por amor e à felicidade, tendo, em consequência, direito às condições necessárias para lograr seu desenvolvimento.
O bem comum se identifica como a associação de circunstâncias que permitem aos indivíduos alcançarem a perfeição. Para que eles prevaleçam, precisamos, com atos e ações, resgatar os princípios de solidariedade e de fraternidade para reduzirmos as diferenças entre as pessoas, eliminarmos a violência e buscarmos uma convivência harmoniosa em comunidade.
Por sua abrangência e relevância, muitos juristas sustentam que as finalidades mais importantes da Constituição consistem na proteção e promoção dos direitos fundamentais. O saudoso Papa João Paulo II se expressou da seguinte maneira: “Só quando uma cultura dos direitos humanos, respeitadora das diversas tradições, tornar-se parte integrante do patrimônio moral da humanidade é que será possível olhar com serena confiança no futuro”.
DIA DA FAMÍLIA
Celebrou-se a oito de dezembro o DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, que ressalta a importância da instituição. Partindo da concepção de que se situa na origem não só da existência, como também do desenvolvimento pessoal, estamos diante de uma entidade jurídica que não pode ser vista como algo descartável ou ultrapassado. Ao contrário, ela se insere numa realidade muito concreta, na qual lhe cabe o importante papel de participação na formação de indivíduos aptos a viverem em agremiação e contribuírem para seu aperfeiçoamento. Constitui-se também uma comunidade de amor e solidariedade, insubstituível à difusão dos valores éticos, sociais, espirituais e religiosos, elementos que se mostram essenciais ao bem-estar de seus membros e da comunidade.
SONHAR COM UM MUNDO DE PAZ
Dia 08 de dezembro fez trinta e seis anos que John Lennon foi assassinado em Nova York e o mundo perdeu um dos maiores ídolos da música de todos os tempos. Em sua homenagem publicamos a versão de sua música “Imagine”, na qual, entre outras coisas, conclama a sonharmos com um mundo de paz:- “Imagine que não há paraíso/ É fácil se você tentar/ Nenhum inferno abaixo de nós/ Acima de nós apenas o céu/ Imagine todas as pessoas/ Vivendo para o hoje/// Imagine não existir países/ Não é difícil de fazer/ Nada pelo que matar ou morrer/ E nenhuma religião também/ Imagine todas as pessoas/ Vivendo a vida em paz///Você pode dizer/ Que sou um sonhador/ Mas não sou o único/ Tenho a esperança de que um dia/ Você se juntará a nós/ E o mundo será como um só”.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. Presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
Várias foram as vezes nas quais, nesse ano de 2016, eu tive a desconfortável sensação de que o tempo estava passando rápido demais, sem que sequer eu tivesse tempo de cumprir com minhas obrigações, como de reservar alguns momentos para me dedicar aos amigos, familiares e às coisas que gosto de fazer. Acredito que não seja apenas comigo, mas eu tive a nítida sensação de ter sido atropelada por esse ano.
Curiosa e paradoxalmente, no entanto, 2016 já se alongou para mais do que devia. No Brasil a política e a economia foram destaques, mas negativos. Ainda que, por óbvio, na vida de cada brasileiro, por certo várias coisas boas devam ter ocorrido, não está sendo fácil sobreviver ileso a 2016. Já nos estertores do ano ainda somos assolados, quase que diariamente, por notícias dolorosas, tal como a do infeliz acidente aéreo envolvendo a equipe de futebol do Chapecoense, time do estado de Santa Catarina
Triste demais o fato de tantas vidas serem perdidas assim. Ainda que eu não seja uma especialista em futebol, sei que o time vivia uma excelente fase, que aos poucos vinha se firmando no cenário esportivo e que, em seu casting havia muitos moços repletos de sonhos, gente que espelhava toda a esperança e orgulho de seus familiares. Descobri, assistindo aos noticiários, que um dos jogadores, o lateral-direito Mateus Caramelo, de 22 anos, além de figurar entre os mortos, era natural da cidade paulista de Clementina, local em que vivi parte feliz e inesquecível de minha infância.
Há muitos anos minha família se mudou de Clementina, mas lá ainda temos vários amigos e, nas cidades vizinhas, familiares. Já faz alguns anos que não vou até Clementina, mas essa cidade, para mim, sempre será especial. Para quem não conhece, Clementina é uma cidade bem pequena, interiorana, que ainda preserva uma atmosfera que já não se vê em muitas outras cidades do Brasil. Estou certa de que a população de Clementina, em sua grande maioria formada por pessoas simples e trabalhadoras, devia ser muito orgulhosa de seu menino prodígio e que, nesse momento, deve estar, ao lado da família, vivenciando um luto que soa precoce e injusto demais.
Fico eu aqui pensando, olhando as fotos do jovem Caramelo, de apelido doce, sempre sorridente e com semblante feliz e imagino que ele fosse um rapaz alegre, pleno de desejos e da vontade de que o sucesso o permitisse também ajudar a família, lá na pequenina Clementina. Bonito, acredito que devesse ser assediado pelas moças ou que até já fosse comprometido, deixando órfão algum coração inconsolável. Tudo isso, no entanto, são elucubrações de quem, de longe, lamenta a morte de tantas pessoas, desejosa de que nada fosse mais do que um engano, uma notícia falsa e não mais uma das pancadas de 2016.
Escrever não tem o dom de acalentar ou de reviver ninguém, lamentavelmente, mas é o que posso fazer, é a homenagem que posso render aos que se foram e aos que ficaram. Em algum lugar aquele avião continua voando, agora para outros campos, para um campeonato em que todos serão vencedores, acolhidos por uma torcida que os aguarda igualmente de braços abertos. Para os que aqui ficam, resta a esperança do reencontro, a certeza de que os seus entes queridos, ao seu modo, no tempo de vida que tiveram nesse mundo, deram o melhor deles.
Como disse acima, pouco sei de futebol, mas, em 2016, o Chapecoense deveria ser aclamado campeão, pois, na revoada final, o seu time, agora eternizado, receberia a justa homenagem e, quem sabe, redimiríamos um pouco a crueldade e a dureza de tantos dos dias que 2016 nos entregou... Salve o Chape!
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo. - cinthyanvs@gmail.com
Minha amiga Andréa Nunes passou por avaliação cardiológica, para uma intervenção cirúrgica. Perguntou-me, ao marcar o profissional, se eu o conhecia. Faz anos que não o vejo, mas não há como esquecer o Dr. Alberando Gennari Filho, que se fez iluminação e arrimo em um período dificílimo, quando meu pai adoeceu e partiu. E a partida de meu pai, embora eu creia na Eternidade, foi o meu adeus mais dolorido. Era ele o meu herói e assim permanece nesses quase 30 anos de ausência. O Dr. Alberando foi mais do que médico. Buscou todos os recursos da Ciência para que meu pai, nos seus 88 anos, ficasse mais um pouco conosco. Empenhou-se em acompanhá-lo em procedimentos, chegou a levá-lo ao hospital e a ajudar a sua locomoção pelos corredores, diminuindo seus incômodos físicos e da emoção. Meu pai era de sensibilidade de versos e ter alguém que lhe protegesse a poesia de existir pelo aconchego, acalmou as dores da vulnerabilidade.
Ao retornarem, mais fortes na memória, aqueles dois meses, me vieram as ondas do mar, que chegam de longe, crescem, dobram e se quebram, espalhando-se, com sua espuma, sobre a areia. A vida é assim: esse vai e vem de lembranças, provocadas pelo sopro do coração. Mesmo que as ondas das cenas do passado, com o suceder dos anos, se quebrem na praia, em algum momento se juntam de novo e retornam intensas, com tons, imagens, fragrâncias, bálsamos, risos, lágrimas... Nessa perspectiva, o Dr. Alberando se destaca como bálsamo. São assim os médicos em essência.
Depois da partida de meu pai, já experimentei tantas despedidas... Como machucam!
Para concluir, ecoa em minha alma o poema “Mar Absoluto” de Cecília Meireles: “Foi desde sempre o mar,/ E multidões passadas me empurravam/ como o barco esquecido. (...) O mar é só mar (...) matando-se e recuperando-se... (...) Tem um reino de metamorfose, para experiência... Não é apenas este mar que reboa nas minhas vidraças,/ mas outro, que se parece com ele/ como se parecem os vultos dos sonhos dormidos./ E entre água e estrela estudo a solidão. (...) E recordo minha herança de cordas e âncoras,/ e encontro tudo sobre-humano. / E este mar visível levanta para mim/ uma face espantosa. / E retrai-se, ao dizer-me o que preciso./ E é logo uma pequena concha fervilhante,/ (...) célula azul sumin
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
Você enganaria um vizinho?
Se também é do tempo em que boa vizinhança se prezava e preservava, fosse por elegância, fosse por inteligência, fosse por se viver num lugar menos superficial, nossas respostas coincidem.
Assim como coincide a lembrança de pessoas próximas serem as primeiras opções em caso de socorro, desde uma xícara de açúcar até uma corrida ao hospital.
Em vista de questões geográficas ou laços emocionais vinham, nesses casos e em situações as mais imprevisíveis, antes dos familiares.
Hoje se despreza amparo tal.
Honestamente, surpreende-me é que eu disto me surpreenda a essa altura.
Pior que me levarem uns reais ou que não haver sequer civilidade é ver que, junto a cada um desses eventos, vai outro teco da fé.
Convenhamos, se amores andam fugazes, o que dizer desses fulanos, sicranos e beltranos de nós separados por paredes, muros, quintais?
Se amizades antigas vão ruindo à toa, como solidificar relações atualmente resumidas a bons dias, boas tardes, boas noites?
O próprio Deus, maculado e recriado a bel prazer, perdido vai, longe da dimensão de cuja magnitude outrora se temia vir quer duro castigo quer suave lição.
Agora as entidades estão sujeitas à conveniência na qual as moldamos, bem como a nossas flácidas ideologias.
Protegidos das ações das deidades e indiferentes aos benefícios da sensibilidade, cruzamos com as pessoas que nos ladeiam dia a dia, abaixando a cabeça a fim de fugir do cumprimento cordial, sem notar que a maldade primeira é conosco mesmo. Sim, pois, esses novos “hábitos” ferem gravemente nossa natureza de seres não destinados à solidão.
Mas, virou isso: respiramos individualidade, crendo nisso ter conquistado independência.
Independentes de nós mesmos, dissociados da felicidade (outra divindade à qual perseguir nenhum mal faz), atravessamos a rua na primeira oportunidade de prestar mínima ajuda, dar rápida informação, exercitar gentileza.
Eu diria: tempos cruéis esses!, porém, a perversidade não pertence ao tempo, e sim ao homem que se julga capaz de dominar uma e outro.
Mas, ora, que dizer dessa criatura que ambiciona conquistar o mundo tomando o rumo errado?
VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI, escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br
No domingo passado, ao assistir à segunda versão do programa “Escolinha do Professor Raimundo”, achei interessante o uso de um termo curioso que eu já havia utilizado para desenvolvimento de texto sobre palavras desse tipo. A cena, muito engraçada, inicia-se com o “professor” perguntando à aluna “Dona Bela”, personagem vivida pela hilária Zezé Macedo, hoje interpretada por Betty Golfmann. Ele diz:
- Dona Bela, a senhora que é uma pessoa pudibunda pode me responder....
Ela, ao ouvir as duas sílabas finais da palavra, não o deixa terminar a pergunta e diz, furiosa:
- Sem vergonha, descarado, despudorado, o senhor é um indecente que só “pensa naquilo...”.
Ele diz que não é nada do que ela está pensando e passa a pergunta para o outro aluno, que a explica.
O uso desses termos esdrúxulos – esquisitos – além de servir para divertimento em programas do gênero citado, serve, também, para conhecimento de suas existências na Língua Portuguesa.
Certa vez, usei alguns similares para desenvolver uma crônica com o objetivo acima citado. Recebi palavras de aprovação, por isso, volto ao assunto. Usarei alguns para dar continuidade ao texto. Eu até gostaria de saber se o leitor tem algum amigo malungo ou se é um. Penso que é, caso contrário, não estaria lendo esta coluna e teria vontade de defenestrar a autora.
Enquanto penso em termos para usar e denominar quem lê este artigo, vem-me à memória o que eu gostaria de parecer aos seus olhos: uma pessoa jucunda. Talvez eu consiga ser, se houver, do outro lado, um leitor pulcro, não um solipso.
Lembro-me que, há algum tempo, em uma petição de guarda-de-menor, o advogado, defensor do pai, escreveu que a mãe não merecia ficar com a criança porque era desleixada e vivia fazendo convescotes com andejos.
Chamou-nos a atenção os termos pouco usados, principalmente na linguagem forense, no entanto, corretos e usados no Norte.
Nosso vocabulário é vasto e diversificado, essa diversidade em hábitos, costumes e linguagem é fruto da expansão territorial brasileira – 8,5 milhões de quilômetros quadrados - pode-se afirmar, continental; e populacional: 190.752. 694 habitantes.Dados consideráveis. Além disso, para nos enriquecer, somos um povo miscigenado.
E, para inerciar o assunto, não me chamem de concha, nem de anacrônica, por favor.
JÚLIA FERNANDES HEIMANN - escritora, poetisa e acadêmica. Jundiaí. .
O homem necessita de uma esperança que vá mais além da ciência e da política para ser feliz…
Estamos na primeira semana do Advento. No mundo antigo indicava a visita do rei ou do imperador a uma província; na linguagem cristã significa a “vinda de Deus”, a sua presença no mundo; um mistério que envolve inteiramente o cosmo e a história, e que conhece dois momentos culminantes: a primeira e a segunda vinda de Jesus Cristo. A primeira é a própria Encarnação; a segunda é o retorno glorioso ao fim dos tempos.
O Papa Bento XVI, falando do Advento, disse que: “Estes dois momentos, que cronologicamente são distantes – e não se sabe o quanto -, tocam-se profundamente, porque com sua morte e ressurreição Jesus já realizou a transformação do homem e do cosmo que é a meta final da criação. Mas antes do final, é necessário que o Evangelho seja proclamado a todas as nações, disse Jesus no Evangelho de São Marcos (cf. Mc 13,10)”.
Já montamos o Presépio e acendemos a vela verde da Coroa do Advento; a guirlanda é verde porque é sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que nos envolve, e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
A esperança é virtude teologal, dada por Deus. “É na esperança que fomos salvos”: diz São Paulo aos Romanos e a nós também (Rm 8,24). É com essa esperança que podemos enfrentar o mundo materialista que combate contra o espírito, sem desanimar. São Pedro nos pede que estejamos “preparados para apresentar aos outros a razão da nossa esperança” (1 Pe 3,15). O homem necessita de uma esperança que vá mais além da ciência e da política para ser feliz. Não é suficiente o “reino do homem”, é necessário o “Reino de Deus”. Só algo de infinito pode-nos bastar, algo que será sempre mais do que aquilo que possamos alcançar. Um mundo sem Deus é um mundo sem esperança (cf. Ef 2,12).
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O que significa a Coroa do Advento?
O Catecismo nos ensina que: “A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo.” (§ 1817)
As velas acesas do Advento simbolizam nossa fé, nossa alegria, nossa esperança que não decepciona. Todas serão acesas pelo Deus que vem. Jesus, a grande Luz, “a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1,9); está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz. Ser cristão é ser “alter Christus”, um outro Cristo que se consome como uma vela para iluminar as trevas do mundo.
O primeiro domingo do Advento lembra-nos que o perdão foi oferecido a Adão e Eva, não fomos abandonados ao poder da morte. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus. Jesus se fez filho de Adão, sem deixar de ser seu Deus, para salvá-lo.
No Evangelho de Lucas, Jesus diz aos discípulos: “Os vossos corações não fiquem sobrecarregados com dissipação e embriaguez e dos cuidados da vida… vigiai em cada momento orando” (Lc 21,34.36). Portanto, sobriedade e oração. São Paulo nos convida a “crescer e avantajar no amor” entre nós e com todos, para tornar nosso coração firme e irrepreensível na santidade (cf. 1 Ts 3,12-13).
Mais que o Presépio e a árvore de Natal, prepare o seu coração com a esperança que tudo supera. “Continuemos a afirmar nossa esperança, porque é fiel quem fez a promessa” (Hb 10,23). São Paulo disse aos Tessalonicenses: não deveis “entristecer-vos como os outros que não têm esperança” (1 Ts 4,13).
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
Dizem que este fato é real e aconteceu num voo da British Airways entre Joanesburgo e Londres, quando uma senhora de 50 anos sentou-se ao lado de um africano. Visivelmente perturbada, ela chamou a aeromoça e falou alto:
– Você me colocou para viajar com este negro? Exijo outro lugar imediatamente!
A funcionária ficou meio desconcertada e respondeu:
– O nosso voo está lotado, mas verei o que posso fazer.
Após alguns minutos, ela voltou e disse à passageira insatisfeita:
– Como eu suspeitava, não há mais lugares vagos na classe econômica e nem na classe executiva; entretanto, há um lugar na primeira classe. Conversei com o comandante e ele resolveu abrir uma exceção, transferindo alguém com assento na classe econômica para a classe mais cara do voo.
A passageira, toda sorridente, agradeceu:
– Fico feliz com a resposta da senhorita e gostaria de cumprimentar o piloto também.
Então, a aeromoça completou:
– Essa mudança vai acontecer pelo fato de uma pessoa ser obrigada a sentar-se ao lado de outra tão mesquinha!
E dirigindo-se ao negro, falou:
– Senhor, se for de sua vontade, pegue seus pertences que o assento na primeira classe está à sua espera. Será um grande prazer para todos que lá estão viajarem na sua companhia.
Aqueles passageiros que ouviram a conversa, aplaudiram quando o africano se levantou para mudar de lugar. Da mesma forma, precisamos mostrar indignação quando coisas desse tipo acontecem à nossa volta. Se não protestarmos, a exclusão social vai ganhando espaço e o mal acaba invadindo muitos corações.
Por outro lado, há histórias belíssimas que retratam o amor do ser humano pelas coisas de Deus, inclusive pelos animais. Leia esta:
Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade. Ele não pedia dinheiro, mas aceitava um pão ou sobras de comida dos mais abastados. Ao seu lado, sempre estava um vira-lata que atendia pelo nome de Malhado.
O pobre homem não bebia álcool, era tranquilo, mesmo quando não tinha nem um pouco de comida para matar a fome. Dizia que Deus lhe daria algo na hora certa e isso sempre acontecia.
Tudo aquilo que ganhava dava primeiro ao Malhado que, paciente, comia e ficava a esperar por mais um pouco. Não tinham onde morar e, quando anoitecia, dormiam onde estavam. Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte.
Certo dia, um senhor idoso foi bater um papo com o velho Serapião. Iniciou a conversa falando do Malhado, perguntando pela idade dele. O mendigo respondeu que não tinha ideia, pois se encontraram quando andavam pelas ruas, e contou:
– Nossa amizade começou com um pedaço de pão. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço. O senhor precisava ver como ele agradeceu, abanando o rabo, e daí não me largou mais. Ajuda-me muito e eu retribuo sempre que posso.
– Mas, como vocês se ajudam?
– Ele vigia quando estou dormindo. Ninguém pode chegar perto que ele late e ataca. Também quando ele dorme, fico vigiando para que outro cachorro não o incomode.
– Serapião, você tem algum desejo na vida?
– Sim, tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que a Zezé vende ali na esquina.
– Só isso?
– No momento é só isso que desejo.
– Pois bem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Assim que o idoso voltou e lhe entregou o sanduíche, ele arregalou os olhos, deu um sorriso e agradeceu a dádiva. Em seguida, jogou a salsicha para o Malhado e comeu o pão com os temperos.
Não entendendo aquele gesto do mendigo, o senhor perguntou intrigado:
– Por que você deu logo a salsicha para o Malhado?
– Para o melhor amigo, o melhor pedaço!
E continuou comendo, alegre e satisfeito. Admirado, aquele cidadão mais velho saiu dali contente por ter aprendido mais uma lição na vida: ‘Para o melhor amigo, o melhor pedaço!’. Isso veio de encontro com outra frase de efeito que ele conhecia, retratando o amor que devemos ter para com nossos irmãos: ‘As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros. Leve-as no coração’.
Recomendo que você deixe brotar do seu peito o desejo intenso de fazer o bem, seja a quem for. Se não maltratamos os animais, por que excluir pessoas? Jesus Cristo veio ao mundo para socorrer os sofredores e continua nos chamando para essa missão.
E os sinais que Ele nos dá não param, pois há anos, na costa ocidental da Índia, a água de um Tsunami não entrou na Basílica de Nossa Senhora da Saúde, a 100 metros da praia – segundo palavras do bispo diocesano, Dom Devadass Ambrose. As ondas de 12 metros inundaram todos os estabelecimentos ao redor, mas os dois mil fiéis que estavam na igreja nada sofreram. E lá se encontravam pessoas de várias raças!
Concluindo, peço que você também reze intensamente pela saúde corporal e espiritual do Papa. Independente da nacionalidade, ele foi escolhido por Deus para ser o nosso santo pastor.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.
Diz a revista: “ El Mag” de Set/Out/2016, num interessante artigo sobre a influência do turismo, na cidade do Porto e Lisboa, que: “ há quem nas ruas da Mouraria, Bairro Alto e Bica, diga, ironicamente, que qualquer dia será necessário contratar figurantes para fazerem o papel de lisboetas.”
Diria o mesmo, referindo-me à baixa portuense.
A quantidade de estrangeiros é tal, que dificilmente se consegue escutar a língua portuguesa.
A cidade, que durante décadas esteve adormecida e decadente: edifícios em ruína; estabelecimentos comerciais a fecharem dia após dia; ruas quase desertas, depois das vinte horas; mostra-se agora enfeitada, repleta de luxuosos hotéis, bares e restaurantes concorridos, com vida nocturna, que o portuense nunca conheceu.
A “invasão” de turistas, que enchem o “ Metro” de malas, e animam esplanadas, está a transformar o velho burgo portuense, dando-lhe o aspecto de cidade airosa, colorida, palpitante de vida.
No parecer de alguns portuenses, as ondas de turismo, são benéficas e irá enriquecer os que se dedicam a restauração; mas para os portugueses, é motivo de preocupação, já que os preços podem e estão a aumentar.
Quem frequente os mercados tradicionais ou supermercados, verificará, facilmente, que: fruta e outros produtos agrícolas, têm subido de preço.
O poder de compra da maioria dos que nos visitam, é, em regra, muito superior à dos portugueses, que vivem de escassas pensões e salários inferiores ao ordenado mínimo de muitos países europeus.
Pensões, que não aumentam, e até baixaram, nos últimos anos, obrigando a classe média a prodígios de prestidigitador, se não quer – como vai acontecendo a muitos, – ingressar a estatística da pobreza.
Creio, todavia, que, o turismo, se assim continuar, será altamente benéfico para Portugal e para os portugueses.
Embora, nem todos sejam dessa opinião:
Encontrei, no último domingo, meu amigo Silvério, a sair da igreja dos Congregados. Com gesto largo de desânimo, declarou-me:
- “Olha para este trânsito diabólico!... Para esta música infernal, que vem da Praça!...; e para este mar de cabeças! …Parece formigueiro assustado! …O nosso Porto, já não é nosso… é deles! …
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
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