PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sábado, 28 de Janeiro de 2017
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - SÃO BRÁS, EXEMPLO MARCANTE DE SOLIDARIEDADE

 

        

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem nunca ouviu alguém invocar São Brás quando se depara com uma pessoa se engasgando ou com dores de garganta?  A Igreja Católica Apostólica Romana consagra o dia 03 de fevereiro a este santo, destacando que ele é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, o que não é um quadro comum.  Sua vida é marcada por inúmeras passagens que lhe outorgaram títulos como “Protetor da Garganta”, “Médico dos Pobres” e “Padroeiro dos Veterinários” junto com Santo Egídio.

Nascido na Armênia, no século III, atuou como médico e bispo em Sebaste. Como profissional da medicina, usava dos seus conhecimentos para resgatar a saúde, não só do corpo, mas também da alma, pois se ocupava em evangelizar os doentes que tratava. Além do mais, preocupava-se em atender a todos, indistintamente e sem quaisquer preocupações pecuniárias ou ganhos materiais. Por atribuir grande valor à parte espiritual e por conta da dedicação e do cuidado extremos com seus pacientes, obteve enorme evidência na comunidade cristã.

Depois de intensa perseguição religiosa, refugiou-se em um lugar solitário e longínquo. Porém, após ser descoberto e preso, foi duramente torturado e degolado no ano de 316. E foi exatamente durante esse período que surgiu a fama de protetor da garganta. De acordo com o catolicismo, ao se dirigir para o martírio, foi-lhe apresentada uma mãe desesperada com seu filho, que estava sufocado por uma espinha de peixe entalada na garganta; diante desta situação teria curado milagrosamente a criança. Hoje, São Brás é bastante invocado na cultura popular, principalmente quando alguém se engasga. Para tanto, existe até a rima “São Brás, São Brás, ajuda este rapaz. São Brás, São Brás, desengasga por trás. São Brás, São Brás, para frente e para trás, No prato tem mais”.

Em muitas dioceses existe o uso de no dia de hoje se dar aos fiéis a bênção de São Brás. O sacerdote de sobrepeliz e estola vermelha traz na mão esquerda, em forma de cruz, duas velas bentas e, benzendo as pessoas que se apresentam, diz: “por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, defenda-te Deus contra os males da garganta e contra qualquer outro mal, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.

Outra história que lhe é atribuída o coloca como protetor de animais selvagens. Durante a perseguição aos cristãos, os homens que o caçavam descobriram uma caverna cercada de bichos ferozes que estavam doentes. Dentro do local estava São Braz, que andava entre eles, sem que o atacassem. Reconhecido como bispo foi levado para julgamento. No caminho de volta ele convenceu um lobo a soltar um porco que pertencia a uma camponesa. Por isso, também é tido, ao lado de Santo Egídio, como padroeiro dos Veterinários.

Conforme o Pe. Sérgio J. Souza indicou em seu blog, “a vida e os feitos de São Brás atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem a profunda fé e a admiração popular”. Efetivamente, um missionário que nasceu de uma família nobre e recebeu uma educação cristã, a ponto de abandonar os bens materiais para se dedicar à evangelização. Um exemplo de solidariedade, que nos convida a uma séria reflexão sobre a importância de desenvolvermos uma convivência mais fraterna, notadamente numa época em que o desenfreado consumismo se sobrepõe a inúmeros princípios, tornando as pessoas mais frias e insensíveis.

Em homenagem a São Brás, vamos respeitar a vida e a diversidade, rejeitar a violência, ouvir o outro para compreendê-lo, preservar o planeta, redescobrir a convivência solidária, buscar equilíbrio nas relações de gênero e étnicas, fortalecer a democracia e os direitos humanos. Seguindo seu exemplo, vamos construir um mundo melhor que começa a partir de uma atitude pessoal de respeito ao próximo que pode se refletir depois em diversos campos da vida, no meio ambiente, na sociedade, na saúde coletiva entre outros.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - SOBRE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO - 4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Concluo hoje a série, que já vai longa, sobre a reforma do Ensino Médio. Foi indispensável fazer nos artigos anteriores um retrospecto histórico, para se entender a situação do ensino no momento atual. Como já assinalamos, a débâcle do ensino brasileiro é, hoje, fato incontestável, ninguém ousa sequer pô-lo em dúvida. Em todos os exames internacionais que comparam alunos de mesma faixa etária e idêntico tempo de escolaridade, provenientes de muitos países, o Brasil sempre é o último ou o penúltimo classificado.

Já tratamos do problema da indisciplina. Enquanto prevalecer a ilusão "politicamente correta" e de vaga inspiração rousseauniana de que é possível educar deixando o educando sempre fazer o que tem vontade de fazer, sem nunca lhe impor regras, limites e balizas, não vejo solução. Isso vale para a educação formal, nas escolas, mas vale também (e até muito mais) para a educação não-formal, sobretudo aquela recebida em casa, no ambiente familiar.

O Chile é um país que seguiu um caminho paralelo ao nosso, mas passou por experiências traumáticas muito mais violentas do que as nossas. Teve três anos de regime comunista de fato, seguido de um longo período de ditadura militar verdadeiramente violenta, nem de longe comparável à brasileira. Sucederam-se, depois da redemocratização, governos de direita e de esquerda, mas sempre mantiveram inalterada uma política educacional baseada em princípios diametralmente opostos aos que vigoraram (e ainda vigoram) no Brasil: disciplina séria, rígida meritocracia e ampliação da escolaridade sem diminuição do nível de ensino. Os bons resultados são visíveis lá, em contraposição ao que temos aqui.

A par do problema da indisciplina, há outro, de fundo, que precisa ser considerado. Qual deve ser o papel do Estado em matéria de educação e ensino? Respondo que esse papel não deve corresponder à visão hobbesiana de um gestor e protetor universal, mas apenas de órgão fiscalizador do bom desempenho geral. O papel formativo e educativo compete, antes e acima de tudo, à família. É ela, e não o Estado, que está no início do processo educativo. Ao Estado apenas supletivamente cabe o dever da educação, mas fundamentalmente é à família que esse dever incumbe. O Estado não pode se colocar no papel de educador universal, passando por cima dos legítimos direitos e deveres da família e pretendendo legislar até sobre os modos com que os pais devem ou não devem educar os seus filhos. Muito dos descaminhos pelos quais vem trilhando o sistema educacional brasileiro nas últimas décadas tem origem na intelecção hobbesiana e hipertrofiada do papel do Estado na educação.

Concluo estas considerações, em função do que foi exposto e no contexto que acabo de mostrar, dizendo que, no meu modo de entender, há duas urgentes demandas a serem atendidas na indispensabilíssima reforma educacional brasileira:

1) Repensar os currículos escolares em função da realidade cultural dos alunos, em cada ambiente específico. O desafio é fazê-lo de modo orgânico, natural, sem dirigismos, sem imposição de ideologias e modismos pedagógicos etc., e mantendo um mínimo de unidade nos parâmetros escolares do Brasil inteiro.

2) Ampliar quantitativamente o acesso às escolas das faixas de população ainda não atingidas. O desafio é fazê-lo conservando um nível qualitativo suficiente.

No momento em que redijo este artigo, continua sendo amplamente discutido o projeto de reforma de Ensino Médio, proposto por Medida Provisória pelo Presidente Michel Temer. Segundo o próprio Presidente, a meta de sua MP foi trazer à ordem do dia e despertar debates sobre projetos que, há anos, dormitam nos escaninhos do Legislativo. Se essa foi a meta, é preciso reconhecer que está sendo atingida. Entrando mais no mérito do que foi proposto, confesso que vejo com simpatia a proposta de reduzir a carga (desnecessária e prejudicial) de matérias obrigatórias do Ensino Médio, reservando a segunda parte desse ciclo escolar a matérias optativas, mais adequadas ao curso superior que cada aluno tem em vista seguir posteriormente.

Curiosamente, o que ele propõe é, de certa forma, um retorno parcial ao modelo do velho e saudoso Capanema...

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:34
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - CURIOSIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Se é verdade que o excesso de curiosidade muitas vezes pode se tornar um inconveniente, também acredito que esse impulso humano foi o responsável pela evolução da humanidade. Creio que a maior parte das pessoas tenha dentro de si uma gota que seja de curiosidade, até porque um dia todos foram crianças e poucas criaturas são tão curiosas quanto elas, exceção feita, talvez, aos gatos, campeões nessa categoria.

            Até que eu tivesse duas gatas em meu convívio diário nunca tinha entendido completamente aquele ditado segundo o qual “a curiosidade matou um gato”. Hoje, no entanto, sei a sabedoria popular é incrível, porque não há nada que passe aos olhos de um gato sem que ele queira saber do que se trata. Em casa temos que ter cuidado quando abrimos e fechamos coisas, como malas, máquinas de lavar louça e roupas e caixas de todo gênero, sob pena de “extraviarmos” um felino para todo o sempre.

            Mas não foi a curiosidade dos gatos que me inspirou ao texto de hoje. Em verdade eu me refiro mesmo à curiosidade humana. Penso que essa pode ser dividida em algumas categorias que ora me ocorrem, como: mórbida, natural, exacerbada e inconveniente.  Alguma delas, no mínimo, cada um traz em seu pacote de dados, no software divino que ganhamos de fábrica. O problema é o que fazemos com isso.

            A curiosidade natural é aquela que nos permite sobreviver e caminhar, que nos impulsiona a conhecer coisas, pessoas e lugares novos. É aquele olhar que direcionamos para algo que nunca vimos e que nos atrai ou nos assusta de algum modo. Essa curiosidade nos salva e nos permite transcender, em uma espécie de upgrade.

            Já a curiosidade mórbida, ao meu sentir, é menos nobre. Trata-se, por exemplo, do impulso que faz muitos motoristas diminuírem a velocidade de seus veículos para tentar olhar um acidente recém-ocorrido, bem como o ato de, diante de qualquer desgraça alheia, chafurdar nela como se isso pudesse trazer algum benefício. Acho que o curioso mórbido se contenta em saber do outro, mas nunca se satisfaz enquanto não fizer uma verdadeira autópsia dos fatos.

            O curioso exacerbado pode ser alguém que tem um excelente fator como aliado. Se usa disso para saber mais, para entender o mundo, para conhecer, para se aperfeiçoar, nada melhor do que ter essa sede eterna, essa certeza de que o mundo que conhecemos é a mísera ponta de um infinito iceberg. A história da humanidade é repleta de pessoas que usaram a curiosidade para o bem e, infelizmente, também para o mal.

            O curioso inconveniente, vez ou outra é até engraçado, pois é aquela pessoa que não pode ouvir alguém conversando que quer saber do que se trata, muitas vezes sem se dar conta do papel que desempenha ao se portar assim. Muitos de nós, em algum momento da vida, acabamos sendo dessa espécie, como a criança que pergunta para a professora gordinha se ela está grávida, o amigo que pergunta os recém-casados quando providenciarão um herdeiro, a sogra que, na maternidade, pergunta à nora para quando será o segundo neto dela, a atendente que pergunta se a namorada mais jovem é a filha do homem que a acompanha, e assim por diante, em uma infinidade de perguntas indiscretas.

            De um jeito ou de outro, todos somos curiosos, cada qual em uma medida, à exceção dos gatos, é claro, que completamente os curiosos mais divertidos e insanos que já habitaram esse planeta...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada, mestra em Direito, professora universitária e escritora - São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:30
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - PORÕES DA EMOÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

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Acabo de ler “O Homem mais Inteligente da História” do psiquiatra, cientista e pesquisador Augusto Cury.  Não como Literatura, no sentido de arte, mas como psicologia e análise da inteligência de Cristo, gostei muito.
Interessante como ele investiga os fatos a partir do Evangelho de Lucas, que era médico e, portanto, possuía um olhar científico a respeito dos fatos relatados pelos apóstolos e, especialmente, por São Paulo, a quem seguiu.
Impressionou-me a colocação do autor sobre o índice GEEI: “Gasto de Energia Emocional Inútil”. Segundo ele, “não adoecemos apenas por traumas ou déficit de neurotransmissores, mas também por um gasto irresponsável de energia emocional”, que pode construir grades psíquicas. Perturbou-me a sua colocação a respeito de reações indevidas, que nutrem “os vampiros que estão nos porões de nossa emoção”. Desde que li sobre o que pode existir no subsolo dos sentimentos, passei a analisar quais os vampiros que me assombram e a procurar a “estaca certa” para destruí-los. Ser mitológico de origem eslava, os vampiros são devoradores. Conseguem sobreviver somente se fizerem uma vítima. Quem por eles é atacado, entra num processo de autodestruição. Vivem num estado de trevas. É preciso mapeá-los e colocá-los para fora. Afirma, Cury, que o gestor da mente humana, gerencia os pensamentos, protege a emoção, liberta a criatividade e se torna protagonista da própria história, ou seja, não carrega “vampiros”. Ai, quanto me falta! Às vezes, uma contrariedade, como uma crítica descabida, me comprime o peito.
A respeito de Jesus Cristo, no aspecto de gestão de emoção, comenta que, por onde passou, “fragmentou o egocentrismo” e, como mestre, viu em cada “aluno”: um potencial incrível; ninguém era irrecuperável e ninguém muda ninguém, só a própria pessoa pode se reciclar. Demonstrou que: habilidades emocionais, como pensar antes de reagir, empatia, resiliência, gestão da emoção, são vitais para arquivar janelas saudáveis no córtex cerebral; usar histórias e metáforas é importante para libertar o imaginário e a criatividade; dinâmicas e vivências no processo educacional rompem o cárcere da teoria e erros são oportunidades para crescer.
Não será fácil identificar alguns “vampiros” que permanecem, há mais ou menos tempo, nos porões de minhas emoções, mas apontá-los é o primeiro passo.

 

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil


 



publicado por Luso-brasileiro às 19:27
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JOSÉ RENATO NALINI - MINHA TIA LUCY

 

 

 

 

 

 

 

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Levamos sábado, 21, ao cemitério da Saudade, minha tia Lucy Barbosa Falha. Era a última remanes­cente dos filhos de Anna e João Barbosa, cuja primo­gênita era minha mãe, Benedicta. Não se estranhe um septuagenário ainda ter uma tia: ela era apenas dez anos mais velha do que eu.

Ajudou a me criar, pois fui o primeiro neto e a garota de dez anos brincava com o sobrinho como se fora boneca.

Sempre muito presente, muito próxima, era a “mãezona” de todos. Dos seus três filhos, Ivan, Fernan­do Marcel e Gustavo. Das noras, das netas e netos, dos sobrinhos e de todos quantos frequentassem o lar que formou com Miguel e que geriu por quase sessenta anos.

Quem chegasse à rua Bela Vista era recebido com alegria, carinho e generosidade. Repartia tudo o que possuía e o que ganhava. Ninguém saía de lá sem algo. Além do tratamento mais do que amistoso: verdadeiramente fraterno. Com os de casa, insistia em que repetissem o prato. Sempre havia um bolo, um café novo e inventava outras coisas para reter a visita. Tricotava enxovais para todas as crianças do clã e de fora. Produzia incessantemente, apenas para agradar e proporcionar um carinho a quem se avizinhava.

Vibrava assim que recebia a notícia de uma gra­videz na família ou no círculo ampliado que conquis­tava com sua bondade.

Comandava a sua família. E comandava bem. Conseguiu fazê-la unida e solidária. Vibrava com as vitórias, preocupava-se com os infortúnios. Gregária, herdou as tradições parentais e insistia em aproximar os distanciados e em refazer laços que se fragmentassem.

Dir-se-á: uma vida comum, de uma mulher que trabalhou, se aposentou e se devotou ao lar, do qual nunca se afastara. Mas quantas mulheres ainda exis­tem que tenham conseguido manter a prole tão soli­dária, tão amorosa, tão reconhecida e tão consciente das qualidades da matriarca? Assistir à triste cena do viúvo, filhos, noras e netos tão compungidos e abraça­dos em torno ao caixão, é prova de que sua existência valeu a pena! Inoculou de amor e ternura a vida de uma legião. O mundo foi melhor porque Lucy exis­tiu! E seria ainda melhor se outras Lucys nascessem! Testemunhou subsistir magnanimidade sem interesse. Pura doação de alma! Nem tudo está perdido. Saiba­mos aprender com isso.

 

Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 26/01/2017

 

 

JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.



publicado por Luso-brasileiro às 19:21
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - TÍTULOS E TALENTOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em que século estamos mesmo?

Em que mundo?

Gente ainda existe que – sem talento algum – não valorize talento qualquer nem que esse lhe arranhe a cara.

Gente insensível ainda! Incapaz de perceber, mesmo que isso se lhe estampe à frente, que seus quinhentos títulos não lhe outorgam a habilidade de outros, muitas vezes autodidatas, tão mais dispostos a aprender.

Gente que jamais seria autodidata em coisa alguma, haja vista ter perdido a curiosidade infantil e a noção de partilha.

Gente cujos títulos não têm outra serventia que não seja a de ornamentar paredes, estantes, álbuns, juntar poeira...

Gente de saber tão decorativo quanto os diplomas que enumera.

Gente, portanto, que, sem valor, sensibilidade ou disposição ao serviço, não vale mais que poucas linhas, embora seu peculiar assoberbamento valha-nos sempre pelo mote, no caso... o que é talento?

Decerto não é aquilo que atribui a alguém distinção pelo sobrenome ou situação financeira.

Talento é o que nos distingue na realização de algo cujo resultado, não obstante o labor, dá-se com facilidade. Dá-se, por assim dizer, sob as bênçãos de uma mágica consonância. Dá-se, na maneira mais clara que se pode dizê-lo: com naturalidade.

Bill Gates, Alexander Graham Bell, Stanley Kubrick, Woody Allen, Henry Ford, Charles Dickens, Walt Disney, Albert Einstein, Jimi Hendrix, José Saramago, Machado de Assis... nenhum desses notáveis passaria pelo apuradíssimo crivo de uns e outros notórios desconhecidos.

E ainda Steve Jobs, Albert Einstein, Billie Holiday, Confúcio, Edward Elgar, Frederick Matthias Alexander, Friedrich Engels, Georg Philipp Telemann, Georges Brassens, Nikolai Rimsky-Korsakov, Pablo Picasso, Wolfgang Amadeus Mozart...

Sequer o polímata Leonardo da Vinci estaria isento de amargar um torcer de lábios duvidoso, um dar de ombros desdenhoso, isto é, uma inveja daquelas de lascar!, como diria minha avó.

Como diriam minha avó e um sem-número de outras avós, simplicíssimas mulheres, muitas delas iletradas, paupérrimas, sem carreira, cheias de calos nas mãos, bolhas nos pés, facilidades nenhumas e a perder de vista mais dignas e sábias que inúmera gente.

 

 

 

Valquíria Gesqui Malagoli, escritora e poetisa,  vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:13
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FELIPE AQUINO - O BRASIL ESTÁ PASSANDO POR UMA CIRURGIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nosso país, hoje, é como um paciente que está passando por uma grave cirurgia. No entanto, não é hora de apavorarmos…

 

 

O nosso país está vivendo uma situação de grande turbulência, tanto política, quanto social, educacional e financeira. Vimos no ano passado o povo saindo às ruas reivindicando mudanças no sentido de que se pusesse fim a corrupção e aos desmandos governamentais em todos os níveis. Foi uma boa coisa que aconteceu para o país; funcionou como uma mola propulsora que movimentou as forças vivas da nação e exigiu de pessoas de bem uma ação em favor da honestidade pública.

Esta grave crise que o país atravessa, evidentemente foi fruto de um longo período de corrupção instalada de maneira quase institucional em todos os níveis de poder da nação. Por outro lado, as finanças do país foram ao fundo do poço, a inflação disparou junto com o desemprego e a alta dos juros. E o povo percebeu a gravidade da crise.

 

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Agora podemos acompanhar pelos noticiários a gravíssima situação nos presídios devido as facções que neles agem promovendo verdadeira carnificina entre elas. Parece que o país está em chamas e vai explodir. Tudo isso foi cultivado há muitos anos, com muito descaso, incompetência e negligência com os presídios e presidiários. Não chega a ser surpresa o que hoje ocorre. Vimos o que aconteceu no Carandiru há dez anos. Não houve providências cabíveis para resolver o problema anunciado. Os presídios sempre foram uma bomba relógio sem hora para explodir. Aconteceu! A destruição da família, a falta de Deus e de boa educação para a juventude, geraram tudo isso.

Mas o país não vai explodir não. Nosso país está sendo passado a limpo, e isso vai levar tempo. E o mais importante, estamos vivendo tudo com respaldo e respeito à ordem democrática e constitucional. Ainda que nem todos concordem com as decisões do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, estamos vivendo em pleno Estado de Direito que garante a democracia.

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Leia também: De quê o Brasil precisa?

A voz da Igreja diante da crise que o Brasil atravessa

O que fazer para mudar o Brasil?

A fé que salva uma nação

O povo foi para as ruas e exigiu mudanças, e os homens e mulheres de bem começaram a agir. A operação Lava-jato já colocou muitos empresários e políticos, corruptos ou corruptores, na cadeia e vai colocar mais ainda. É uma questão de tempo. Nunca se tinha visto isso na história do Brasil. É uma grande esperança.

 

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Apesar de toda esta turbulência, vejo com otimismo o que está acontecendo em nosso país. Os males estão vindo à tona com efervescência. Podemos dizer que agora está aparecendo a sujeira escondida em baixo do tapete. O povo acordou, está participando e cobrando soluções por uma forte pressão através da mídia, sobretudo pela internet, apoiando as medidas necessárias contra a corrupção, contra o desemprego, contra os juros altos, contra a péssima educação secundária pública, e cobrando as reformas imprescindíveis que o Brasil precisa no campo do trabalho, da educação, do sistema político, etc..

Assista também: O que fazer diante da crise que atravessa o Brasil?

Já estamos vivendo um Ano Mariano!

É bom que tudo isso seja público e notório; senão os males ficam ocultos e jamais serão eliminados. Parece que se abriram, de uma vez só, todas as portas das mazelas cultivadas durante anos. No entanto é uma oportunidade para que elas enfrentadas e vencidas.

O Brasil hoje é como um paciente que está passando por uma grave cirurgia, indispensável. Cabe a nós rezar para que Deus ilumine, proteja os seus cirurgiões, e para que tudo corra bem e recebamos do Céu a nossa tão esperada cura. Não é hora de apavorarmos, é hora de rezar pela nossa querida pátria, tão bela e tão rica.

Este será um ano de graças para o Brasil. Um Ano Mariano, sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, que traz no seu mando a nossa bandeira. Ela vai cuidar do Brasil, porque foi declarada pelo Papa e pelo Presidente do Brasil, em 1930, Rainha e Padroeira do país. Não é um título honorífico, é uma missão que Deus lhe deu. O que o Papa liga na terra, Deus liga no céu. Maria sabe disso e tem o poder de Deus para agir. Confiemos e rezemos muito neste ano pelo nosso Brasil.

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 19:03
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PAULO R. LABEGALINI - ESTE PERSONAGEM É VOCÊ ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Certa vez, sentei-me num banco da igreja e ouvi o padre dizer: ‘Precisamos de alguém para dar aulas de catequese. Quem assumirá essa tarefa?’. Eu senti Deus ao meu lado, sussurrando: ‘Filho, essa é pra você’. Simplesmente respondi: ‘Senhor, falar pra tanta gente é uma coisa que não sei fazer! O Carlos seria o homem ideal para ser chamado, pois não há o que ele não saiba desempenhar. Eu prefiro ficar aqui rezando’.

Outro dia, sentado no mesmo banco e ouvindo o coral ensaiar, escutei o maestro dizendo: ‘Precisamos de uma pessoa para ser a voz principal nos cantos. Quem quer assumir essa responsabilidade?’. E novamente Deus me falou: ‘Filho, essa é com você’. Eu discordei: ‘Senhor, cantar diante de uma multidão é coisa que não posso fazer! Mas há o Jonas que poderá realizar isso muito bem. É melhor eu ficar ouvindo as músicas aqui sentado no banco’.

No mês seguinte, quando voltei à igreja, uma senhora anunciou no microfone: ‘Preciso de uma pessoa para atuar como anfitrião na entrada. Quem aceita essa tarefa?’. E Deus completou no meu ouvido: ‘Filho, isso é algo que você pode fazer!’. Pensei por um momento e argumentei: ‘Mas, Senhor, ficar falando com estranhos é coisa que não me dá prazer. O Mário é que sabe dar boas-vindas às pessoas como ninguém! Ele não é retraído como eu, que posso continuar cumprimentando a todos aqui do banco’.

Os anos se passaram até que numa noite eu fechei os olhos e sonhei que estava na praia perto do Céu. Éramos quatro caminhando para a eternidade: Carlos, Jonas, Mário e eu. Deus nos disse: ‘Eu preciso de três de vocês para um trabalho no Paraíso’. Imediatamente me apresentei: ‘Senhor, não há nada que eu não faria para lhe servir. Pode contar comigo’. Ele respondeu: ‘Obrigado, meu filho, mas não há bancos no Céu’.

Acordei assustado e comecei a rezar. Pedi à Virgem Maria que me ajudasse a quebrar as barreiras que me impediam de participar ativamente numa comunidade católica, e logo veio a resposta. Um anjo apareceu e conversamos sobre o assunto. Ele começou perguntando:

– Quantos animais você tem em casa?

– Dois: um gato e um cachorro.

– Quando você chega de carro, qual deles o recebe com mais entusiasmo?

– É claro que é o cachorro! Ele vem correndo no portão e apronta o maior barulho, além de pular em mim e continua latindo até lhe dar um pouco de atenção.

– E o gato, o que faz nessa hora?

– Ele fica na dele e não solta um miado sequer. Às vezes eu nem percebo que está na sala! Só depois de algum tempo é que se aproxima e passa o rabo em mim.

– Isso muda de vez em quando ou é sempre assim?

– Nunca muda. Todos os dias é a mesma coisa porque é o instinto deles!

– Ah, falando em instinto, e vocês seres humanos, se parecem mais com gatos ou cachorros?

– Bem, depende. Quando algo nos interessa, também falamos alto e chamamos a atenção de todo mundo; mas se não estamos interessados, nos comportamos como gatinhos mimados.

– Você, por exemplo, é um ‘gato’ ou um ‘cachorro’ para servir a Deus?

– Eu nunca pensei nisso, mas, me desculpe, eu não vejo comparação nesse tipo de coisa.

– Pense, então, quando você vai à missa e vê pessoas acolhendo aqueles que chegam. Eles ficam na deles ou vão de encontro aos fiéis?

– É, concordo que agem meio como ‘cachorros’ neste caso.

– E os agentes do grupo de canto, ficam quietinhos ou colocam os dons a serviço com alegria e bocas no microfone?

– Mostram uma alegria parecida com o meu cachorro, com certeza!

– E você, já agiu assim alguma vez na comunidade?

– Olha, seu anjo, pra ser sincero, eu sempre fiquei na minha, nunca fiz festa com ninguém e nem me ofereci para estar junto com os grupos que trabalham. Devo concordar que sou mais parecido com o meu gatinho realmente.

– Sorte sua que a vida continua lhe dando oportunidades de consertar os erros do passado, mas saiba que isso só aconteceu porque você rezou pedindo ajuda e não há nada que Nossa Senhora não atenda. Portanto, seja um ‘bom cachorro’ ao se aproximar das pessoas e um ‘feliz gatinho’ quando já tiver feito a sua parte.

– Puxa, que lição maravilhosa! Devo começar agora?

– Sim, se ofereça para ajudar numa Pastoral e aguarde outros chamados aparecerem. Faça tudo com oração, obediência, amor no coração, e não se arrependerá.

– Agradeça à Mãezinha por mim. Eu sempre a respeitei como Mãe de Deus e Mãe de todos nós, cristãos.

– Você mesmo pode agradecê-la, rezando o terço diariamente. Ela tem pedido isso aos seus filhos e poucos a atendem.

– Posso rezar deitado no banco aqui de casa?

 

Nota: Estas histórias foram inspiradas nas pregações de dois queridos irmãos cursilhistas – ‘cachorros bem ferozes’!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:50
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - RECORDANDO TEREZA DE MELLO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 16 de Junho de 2008, minha amiga Tereza de Mello, escreveu-me, via correio eletrónico, declarando: “ Se lhe disser que (o blogue) é a única coisa que alegra o meu dia, talvez não acredite; mas é verdade.”

Tereza de Mello, era pseudónimo de Maria de Lourdes Brandão e Mello, Senhora, que diariamente “ conversava” comigo, via Internet.

Era velha fidalga, mas raramente falava-me de seus ilustres ascendentes. Para ela, o pai e mãe, eram apenas: pai e mãe, independente de apelidos herdados. Pelo menos, para mim, era assim.

Um dia destes, ao abrir velho computador portátil, há muito desligado, fui encontrar a brevíssima autobiografia, que ela, me mandou, quando, curioso, quis conhecer mais um pouco da minha querida confidente:

“ Embora a família fosse conservadora, era muito aberta e simples. Dai eu ter tido uma infância tão feliz, na Ponte da Barca, para onde ia com a Mãe, em Maio, até ao Natal.

“Brincava com todas as crianças da terra, descalças, algumas rotas; todos com piolhos.

“ Éramos todos amigos de verdade: rapazes e raparigas.

“ Agora, graças a Deus, estão todos bem na vida.

“ Uns emigraram, outros foram para Lisboa, mas quando vão à terra, vão sempre visitar-me.

“ Já crescida ia com eles, para as romarias, desfolhadas e vindimas. Dançava muito bem. Pertenci ao Rancho de Viana, o primeiro que se fez.

“Depois, já mulherzinha, andava sozinha pelos montes, pelas margens do rio, e descobri sítios bonitos, com o barco “ DEUS TE GUIE”.

“ Era muito piedosa, ia à missa todos os dias e rezava o rosário, no alto dos montes, como escrevi nos diários de então. Já não me lembro disso.

“ Tinha um irmão, e uma irmã, mais velhos, e completamente diferentes de mim.

“ Casei muito nova. Vim para Abrantes

“ Os primeiros anos foram muito difíceis. As pessoas de Abrantes não são nada recetivas. O meu marido vivia absolvido pela fábrica.

“ Dava por mim a dançar o Chula ou o Malhão, e acabava, sentada no soalho, quase sempre a chorar…”

(Contou-me, que certa vez, o marido, a surpreendeu a dançar. Ficou muito corada e envergonhada.)

“ As minhotas são especiais.

“ Em 40 anos de casamento, aconteceram muitas coisas, como é normal: boas e más…”

Contínua, tratando assuntos pessoais, que não devo revelar.

Era esta Senhora, grande amiga deste blogue. Em nova, nos primeiros anos de infância, viveu na Rua Domingos Sequeira, em Lisboa, e em Ponte da Barca, onde tinha casa.

Pareceu-me justo, lembrar a memória de alguém, que me marcou grandemente, e foi grande impulsionadora, para que este modesto blogue, fosse criado.

Hoje, graças o apoio de muitos, tem amplos leitores, principalmente na Grande São Paulo; mas, também é lido: em África, nos USA, no Canadá, e em muitos países da Europa. Alguns artigos têm sido transcritos na imprensa e publicados em sites, graças aos excelentes colaboradores, que, semanalmente, enviam  suas crónicas para o blogue "Luso-brasileiro".

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -  Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 18:35
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EUCLIDES CAVACO - ALMA DO FADO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Veja e ouça o poema recitado em poema em destaque no link abaixo, por Mena Aur.
O meu sincero obrigado a esta talentosa amiga:




http://www.euclidescavaco.com/Poemas_Ilustrados/Alma_do_Fado/index.htm
 
 


Desejos dum resto de dia muito agradável.
 
 
 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

***

 

 

 

 Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

 Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

***

 

 

RETIRO DE QUARESMA PARA JOVENS

 

 

 

Olá Jovem,

O JIM (Jovens in Missão) organiza um retiro para ti, nos Missionários Combonianos:

  • da Maia: de sexta-feira, 03/03 (21h00) a domingo, 05/03 (13h00)
  • de Santarém: de sexta-feira, 24/03 (21h00) a domingo, 26/03 (13h00)

 

Vem viver um momento de tranquilidade, onde podes meditar, refletir, rezar, partilhar e sobretudo, encontrar-te contigo mesmo, com Deus e com os outros. Tudo isto, num ambiente natural e convidativo ao silêncio e à contemplação.

Se tens 16 anos ou mais,  não hesites! É fácil, é barato e dá-te muita paz.

 

Inscrições (Maia): Até dia 26 de fevereiro

com  P. Jorge:  jovemissio@gmail.com ou 916 656 857

 

Inscrições (Santarém): Até dia 17 de março

com  P. Carlos:  jimsulmccj@gmail.com ou 913 739 160

 

Custo: 15.00€  
inclui alimentação de sábado e domingo, alojamento e materiais necessários.

 

Trazer: Saco cama, Bíblia, caderno, caneta, e muita vontade de aproveitar.

Tema do retiro: "Contemplar para cuidar"

 

Mais informações em: http://www.jim.pt/index.php/atividades/retiro-jim/

 

Vem participar e/ou convida outros!

Já sabes, conto contigo para que Deus chegue mais longe: divulga!!!
 
 
 
***

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:26
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Sábado, 21 de Janeiro de 2017
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - DIREITOS DO NASCITURO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Após, no final de novembro do ano passado, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidir sobre descriminalizar o aborto no primeiro trimestre de gravidez, comenta-se que o tema será destaque em 2017, com gente, conforme acontece, esbravejando que a mulher é dona de seu corpo e que devem ser protegidos os seus direitos sexuais e reprodutivos, bem como a sua autonomia, a integridade psíquica e física e a sua saúde. É preciso ter claro, no entanto, que, biologicamente, a criança não é parte do corpo de sua mãe, é um hospede apenas. O óvulo fecundado pertence ao gênero humano, tem código genético diferente de seus genitores; um patrimônio genético único. Alega-se, ainda, na justificativa, da Primeira Turma do STF, com base no voto do ministro Luís Roberto Barroso, que a mulher pobre, em relação ao aborto provocado, submete-se a procedimentos inseguros, com aumento da morbidade e da letalidade. O caso julgado tratou da revogação de prisão de cinco pessoas detidas em uma clínica clandestina de aborto no Rio de Janeiro, dentre elas médicos e outros funcionários.
Não posso ser indiferente ao tema, pois os excluídos e os mais frágeis sempre me comoveram e seus direitos foram e são motivo de algumas lutas nas quais me engajei. Se não fosse dessa forma, não teria sido voluntária, junto a orfanatos locais, dos meus 13 aos 17 anos.  E muito menos teria me envolvido, há 35 anos, com mulheres em situação de vulnerabilidade social.
Não questiono sobre o tipo de pena – cadeia ou trabalho voluntário - para quem colabora e para quem interrompe voluntariamente a gestação. Mas não deixa de ser crime provocar a morte, no ventre materno, de um bebê a caminho, pois todo ser humano inicia-se na fecundação. É a lógica da crueldade, da covardia, que cala, de maneira sinistra, quem não consegue se defender.
Alguns que levantam a bandeira do direito deste ou daquele segmento, em relação a um dos mais frágeis dos frágeis, os de vida intrauterina, clamam para que o “deletem”. Culpa da mulher, do pai da criança, da cultura da morte que se alastra e da sociedade que vive de aparências.
O mais lógico seria a luta pela concessão de direitos ao nascituro desde o seu primeiro instante.
É claro que o pai e a mãe de uma criança que está por vir são mais fortes do que o pequenino. Na defesa dos mais fracos, fico com o bebê.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 



publicado por Luso-brasileiro às 19:00
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - POETA é TAMBÉM AQUELE QUE SENTE A POESIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há muito tempo que curto um hábito saudável: levanto e após minhas orações, leio uma poesia de boa qualidade que escolho entre as muitas existentes, quer seja de autores consagrados ou desconhecidos, quer de locais ou regionais.  A manhã acaba florescendo com tamanha aptidão de viver, que os dias quase sempre são extremamente maravilhosos.  Nesse momento, lembro-me de Clarice Lispector que afirmava “a palavra é meu domínio sobre o mundo”. Com efeito, através dela, não só flutuo sobre a criação alheia, como compartilho minhas, em redes sociais, o que propicia muitas vezes um encontro de sentimentos, dores, alegrias, tristezas, saudades e tantas outras circunstâncias que fomentam nossa subjetividade.

         É por isso que adoro escrever e ler, e como na maioria das vezes minha inspiração não se concretiza em versos, aproprio-me da ode terceiros, repleta de coisas delicadas, com ritmo e harmonia típicos dos poetas que imortalizam tudo o que há de melhor e de mais belo no mundo;  românticos que se revelam aos outros, sem receio de serem incompreendidos em seus sonhos, aspirações, desejos e principalmente, emoções.

         Nesse aspecto, invoco a singeleza de Cora Coralina: “Poeta, não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso”. Todos os que admiram esse gênero literário, com certeza, exercitam suas almas aproximando do próprio íntimo, sem pudores com o materialismo. Extravasam o espírito, sem se consumirem integralmente. Renovam-se a diferentes leituras na incessante procura de uma vida melhor.

         Celebra-se a 14 de março  o Dia Nacional da Poesia no Brasil, em  homenagem a Antônio Frederico de Castro Alves, nascido nessa data  1847e que se consagrou como o poeta dos escravos por ter lutado e defendido arduamente a abolição da escravatura no Brasil. Um ótimo momento para homenagearmos todos que se dedicam a essa deslumbrante forma de arte transmitida pela escrita na qual revelam suas  interioridades e pensamentos, com o poder de modificar a realidade, segundo as próprias percepções, aliando  beleza e  encanto, com a supremacia das concepções criativas.

Que Deus abençoe os poetas e os ajudem a permanecer difundindo seus trabalhos, fazendo da poesia uma das expressões artísticas mais populares em que permeada por seu lirismo característico, enriquece sobremaneira a profícua literatura brasileira. Numa reverência a comemoração de ontem, invocamos “Soneto da Separação” de Vinicius de Moraes: “De repente do riso fez-se o pranto/ Silencioso e branco como a bruma/ E das bocas unidas fez-se a espuma/ E das mãos espalmadas fez-se o espanto.// De repente da calma fez-se o vento/ Que dos olhos desfez a última chama/ E da paixão fez-se o pressentimento/ E do momento imóvel fez-se o drama.// De repente, não mais que de repente/ Fez-se de triste o que se fez amante/ E de sozinho o que se fez contente.// Fez-se do amigo próximo o distante/ Fez-se da vida uma aventura errante/ De repente, não mais que de repente”.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é  advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:56
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - SOBRE A REFORMA DO ENSINO MÉDIO -3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 1962, o governo esquerdista de João Goulart promulgou a primeira das várias Leis de Diretrizes e Bases do Ensino, propondo uma transformação radical, gizada, segundo constou, por Darcy Ribeiro. A meta era democratizar o ensino. Desde logo foi abolido o Latim e foi intensificado o ensino de “ciências aplicadas”. Para sete anos depois, previa-se a modificação, também, do ensino de nível médio.

Eu, pessoalmente, sofri muito com essas mudanças. Já não peguei Latim no Ginásio (feito de 1965 a 1968), falta que lamento profundamente, e que precisei remediar estudando e aprendendo o Latim por conta própria. E, exatamente quando concluí o Ginásio e deveria ingressar no Clássico, fui forçado a entrar num curso médio novo, chamado Colegial, que me obrigou a suportar dois anos de Matemáticas, Químicas, Físicas e Biologias que eu detestava... Fiz parte da primeira geração de alunos que não puderam mais optar por fazer o Clássico ou o Científico.

É interessante notar que a grande reforma do Ensino feita pelo Regime Militar, tido geralmente como “de direita”, reforma que foi desastrosa e desmantelou o ensino público tradicional, foi inteiramente gizada pelo governo “de esquerda” de João Goulart. Isso, pouca gente sabe e comenta hoje em dia, mas é verdade. Como dizia o Y-Juca Pirama, posso dizer e sempre digo: “meninos, eu vi”...

Ao longo dos anos 1970 e 1980, cada vez mais foi decaindo o Ensino Público, ao mesmo tempo que subiam propagandisticamente todos os índices de escolarização do povo brasileiro. Era um progresso meramente quantitativo, que disfarçava uma lamentável decadência qualitativa. Foram se multiplicando os casos de “analfabetismo funcional”, com pessoas que passaram 8 ou mais anos em escolas, aprenderam a ler mas não conseguem ler mais do que letreiros de ônibus, placas de ruas ou slogams de propaganda. São incapazes de ler e entender textos escritos de 15 ou 20 linhas.

Depois do fim do regime militar, em 1985, tivemos a redemocratização do Brasil, mas infelizmente não foram corrigidos os erros do passado recente; pelo contrário, foram ainda mais acentuados. Desde então, o analfabetismo funcional se intensificou e generalizou, e assistiu-se a uma criação enorme e desordenada de cursos superiores, que diplomam em série pessoas que, “nos tempos de Capanema” não obteriam sequer diploma de Ginásio... A situação não mudou com a Constituição de 1988, muito embora esta tivesse, no seu texto, incorporado a afirmação categórica de que é obrigação do Estado ministrar o Ensino e que é direito de todo brasileiro receber educação pública e gratuita, nos níveis e nas faixas de idade previstas por lei.  Tampouco mudou com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada pelo Governo Fernando Henrique Cardoso em 1996, e mais tarde, já no Governo Lula, em parte modificada.

Eu atualmente leciono num curso universitário de Pós-graduação lato sensu e encontro, por vezes, alunos que não têm a menor capacidade para ler e entender um texto, menos ainda para redigir um texto próprio. E já passaram pelos ciclos anteriores de ensino e concluíram um curso superior! Como passaram, isso não sei nem posso saber...

A débâcle do ensino no Brasil é, hoje, incontestável. Em todos os exames internacionais, comparativos de desempenho de alunos de muitos países, conquistamos o primeiro ou o segundo lugar... de baixo para cima! Ou seja, somos sempre o último ou o penúltimo colocados.

Modismos pedagógicos, como por exemplo o nefasto “construtivismo”; modismos ideológicos, como a tal “pedagogia paulofreiriana”; uma pretensa “democratização” mal entendida; a proibição de aplicar nas escolas princípios meritocráticos, porque “lesivos dos direitos” dos não merecedores; a proibição de se aplicar, nas escolas, uma boa disciplina – tudo isso contribuiu para destruir o ensino brasileiro.

A minha geração (tenho 62 anos), que estava na adolescência quando ocorreu a revolta de maio de 1968, na Sorbonne, assimilou infelizmente a ideia de que todos têm direitos ilimitados a fazer o que bem entendem (o lema dos revoltosos era precisamente este: "É proibido proibir."), e que todos têm, portanto, o direito de não cumprir os próprios deveres... Essa ideia foi a que inspirou todo o ensino nas últimas cinco décadas. Deu no que deu... É claro que, na escola anterior, nos tempos do Capanema, havia muita coisa errada, que por vezes se excedia no rigor, que muitos alunos sofriam com o sistema. Eu mesmo sofri. Mas a escola funcionava.

Que podemos fazer agora, para remediar tantas décadas perdidas?

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:50
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