PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sábado, 21 de Outubro de 2017
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - ENCANTOS DE OUTUBRO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Considero de encantos o mês de outubro: floresce em todos os dias e em alguns mais. Inicia-se com a lembrança de Santa Teresinha do Menino Jesus, no dia primeiro. A Santinha das rosas, que viveu no Carmelo de Lisieux e que afirmou que desejava passar o seu céu fazendo o bem sobre a terra. Quanto à sua vocação na igreja, concluiu que seria o amor e assim se fez.  Alguns dias depois, a memória de São Francisco de Assis do “Cântico das Criaturas”, que louvou a Deus pela natureza tão bela, protegeu os animais e abraçou a pobreza para seguir melhor o exemplo de Cristo. Recebeu, no corpo macerado, as cinco chagas do Senhor Jesus. No dia doze, a festa de Nossa Senhora Aparecida que, há 300 anos, acenou das águas do Rio Paraíba. Sobre ela, escreveu o Papa Francisco em seu Devocional: “Primeiro o corpo, depois a cabeça, em seguida a unificação do corpo e a cabeça. (...) O Brasil colonial estava dividido pelo muro vergonhoso da escravatura. Nossa Senhora Aparecida se apresenta com a face negra, primeiro dividida e depois unida, nas mãos dos pescadores. Em Aparecida, Deus dá uma mensagem de recomposição do que esta fraturado, de compactação do que está dividido”.
Interessante, foi em 12 de outubro, há exatos 35 anos, que Dom Roberto Pinarello de Almeida, nosso segundo bispo diocesano, um pouco antes da Missa vespertina na Catedral NSD, me pediu que iniciasse um trabalho pastoral com mulheres em situação de vulnerabilidade social, após observar quatro delas que passavam, pela praça, revestidas pela fuligem da miséria. Em meio aos ensinamentos de Deus, nessas décadas, a de que Ele pode restaurar a Sua Imagem despedaçada pelo mundo, pelos que aplaudem a decadência das virtudes, da mesma forma que os corvos saúdam as carnes em decomposição. E no dia 15, a memória de Santa Teresa de Jesus, Teresa de Ávila, que declara: “Nada te perturbe, nada te amedronte. Tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta!”
Em um mês de tantas vivências significativas, quando o desânimo se avizinha por acontecimentos que vilipendiam a fé e tentam impor que aquele que acredita não tem direito a manifestar sua opinião, como em defesa da dignidade do ser humano no respeito à decência, fortaleço-me nas palavras de Jesus Cristo: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
 
 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 



publicado por Luso-brasileiro às 15:29
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PÉRICLES CAPANEMA - O BRASIL TEM SOLUÇÃO ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Em relação ao Brasil, a sensação generalizada é de barco à deriva. Em alto mar, ondas revoltas, sem curso faz tempo, vaga o navio com o leme entortado. E pior, arrisca ficar nesse balanço, desgovernado, por muito tempo. Assim está a Venezuela, tão querida do PT, torturada pela esquerda anos sem fim.

 

O que virá após a abertura das urnas em 7 de outubro de 2018? Teremos Câmara nova (513 deputados), Senado renovado em dois terços (54 senadores), 27 governadores novos e um presidente da república novo (para os últimos dois cargos, talvez segundo turno em 28 de outubro). Norte? O temor é o desnorte.

 

Vejamos o pior cenário. Já se fala em Brazuela, abismo em que rolaríamos caso Lula ou um preposto, apoiado seu, abiscoite as eleições em 2018, acompanhado por bancadas expressivas na Câmara e no Senado. De momento não parece absurda a hipótese. A última pesquisa Datafolha indica Lula ganhando em primeiro e segundo turno. Venceria Bolsonaro (47% a 33%), Marina (44% a 36%), Alckmin (46% a 32%), Dória (48% a 32%). Em uma das simulações do Datafolha para o primeiro turno, teríamos Lula (36%), Bolsonaro (16%), Marina (14%), Dória (8%), Álvaro Dias (4%), Meirelles (2%), Amoêdo (1%), Brancos/Nulos/Nenhum (16%). Em sentido contrário, para completar o quadro, as principais rejeições: Lula (42%), Bolsonaro (33%), Marina (26%), Dora (26%), Meirelles (25%). Em geral se considera, um candidato com mais de 40% de rejeição dificilmente leva no segundo turno. Outro ponto, começam a circular com certa estabilidade dados de tímida recuperação econômica. Se o fato continuar até as eleições, diminuirá o voto protesto, que de momento na maioria dos casos vai para Lula.

 

Curto, enorme indefinição, cenário propicio para surpresas em geral ruins. Uma delas: Eunício Oliveira, presidente do Senado, prócer do PMDB, empresário rico, declarou há pouco: “Se não houver um entendimento nacional, se não houver uma aliança local que me obrigue diferente, eu sou eleitor do Lula.”

 

Lula pode ser condenado em segunda instância pelo TRF-4. Condenado por órgão colegiado, comanda a Lei da Ficha Limpa, ele vira ficha-suja, inabilitado para disputar eleições. Melhorando, representa a interpretação mais generalizada, existem pareceres em contrário. A opinião mais comum, se o caso for julgado pelo TRF-4 antes da eleição e Lula condenado, o ex-presidente terá negado o registro da candidatura. Se o TRF-4 julgar o caso após 15 de agosto (último dia para o registro de candidaturas), Lula, se condenado, tanto pode ter o registro negado ou concorrer sub judice. Se abocanhar a eleição, correrá o risco de não ser diplomado. Ocorrendo condenação após diplomação (meados de dezembro), o diploma pode ser declarado nulo. Contudo, a Constituição determina suspensão do processo para o caso do Presidente da República. Chega, né? Não vou atormentar mais os leitores com desenlaces legais possíveis, dependentes de sentenças dos tribunais. Uma coisa é certa, o cipoal jurídico aumenta o atordoamento no público.

 

Pretenderia nestas linhas mostrar a trágica falta de rumos da nação, passo inicial de qualquer solução. Para tentar encontrar saída útil faz falta a ideia clara da desorientação geral na brenha de balbucios, palpites, chutes, superficialidades e precipitações. É como acender lamparina na escuridão.

 

Adiante no mesmo trilho. Faça um teste. Junte quatro amigos ou mais e de chofre lhes pergunte o que acham da situação do Brasil. Na barafunda, aparecerão as mais desparafusadas opiniões. A seguir, indague deles a solução. Se alguém tirar plano da cachola, o mais provável é que todos os outros o julguem despropositado. Mais um pouco de prosa no mesmo assunto e os participantes, antes confusos, sentir-se-ão zonzos. Então o normal será a mudança de tema (fuga). A conversa deslizará para o deboche, futebol, piadas, sei lá mais o quê; ou despencará em pântano depressivo. Esse cavaco é imagem do Brasil. O mais grave de imediato é a espantosa confusão nas cabeças. Desse mato não sai coelho (coisa boa), podem sair cobras, lagartos, lobos.

Antes, cena imaginada; agora, fato de importância. O Estadão noticiou que empresários de peso estavam se articulando para influenciar as eleições de 2018. Pretenderiam pôr de pé o movimento Renova Brasil. Por enquanto, são jantares, encontros, grupos no Whatsapp, artigos, promessas de financiamento. Um desses empresários, que quis o nome preservado, declarou à reportagem: “A gente fala, fala, fala. E tem hora que desanima porque não sabe o que fazer”. Fala, fala, fala, a desorientação. E não sabe o que fazer: são os sem-rumo. Como o Brasil todo. Mesmo sem saber o que fazer, continuam, já é alguma coisa: “Mas estamos buscando uma solução”. Infelizmente não se encontra solução profícua sem saber o que fazer.

 

Entre os empresários que estão se movimento se destaca o apresentador Luciano Hulk; virou presidenciável. Chamo a atenção, um de seus quadros mais populares nos programas de televisão é a ajuda a pessoas que precisam. Retenham isso, o homem tem dó dos pobres.

 

Pesquisa recente com a pergunta “Quem é o que mais vai defender os pobres?” deu a seguinte resposta: Lula (29,8%), Luciano Hulk (12,0%), Bolsonaro (7,1%), Marina (6,7%), Geraldo Alckmin (0,80%). O tucano, e outros tucanos como ele, saíram-se muito mal. Claro, a pesquisa fortaleceu as chances de Luciano Hulk. Anotem, ponto a ter sempre em vista em qualquer busca de solução para o Brasil.

 

Em 28 de julho último publiquei artigo intitulado “Compaixão cruel” em que dizia:“Ao longo dos anos, com altos e baixos, foi comum a votação petista estar em torno dos 30%. As porcentagens parecem indicar, a crise de corrupção e desgoverno dos governos Lula e Dilma não erodiu grave e estavelmente a base social sobre a qual, historicamente, apoia-se o PT. [...] Existem raízes fundas em dois ingredientes dessa base de apoio. Parte dela é composta dos mitomaníacos da igualdade. Por ódio à desigualdade, preferem todos pobres, miseráveis mesmo, desde que não desiguais. Apoiam os irmãos Castro em Cuba e Nicolás Maduro na Venezuela. Apoiariam Stalin e Mao. E votam PT no Brasil. O outro ingrediente vota PT por que julga que o partido, ainda que lotado de ladrões e incompetentes, tem pena dos pobres, trabalha para eles. Pessoas de bom coração sofrem com o sofrimento dos pobres e só por isso o PT merece o voto. Não é indiferente à sorte deles. Tal compaixão, na prática crueldade social grave, favorece a manutenção de regimes que são flagelo para os pobres.”

 

Volto à estrada e martelo. Ter pena dos pobres no Brasil, real ou ficta, é gigantesco trunfo eleitoral. No contrário, fustigar candidato como adversário dos pobres dá votos. Se Luciano Hulk for o candidato anti-Lula, podem esperar, virão ataques de que ele não se preocupa com pobres, só é amigo dos ricos e vai enriquecer ainda mais os grupos econômicos.

 

Pergunto: é solução? Ou, pelo menos, representa passo no caminho da solução? Prematura a resposta. Se a candidatura se consolidar, vai depender do programa. O apresentador publicou artigo na Folha, generalidades vistas com simpatia pelo público, soou como começo de jogo. Quer na política ética, compromisso, altruísmo. Quem os tiver será bem-vindo: “A renovação política passa por eles, não importa se de esquerda, direita, centro. Tanto faz”. Tanto faz nada. Preocupa. Importa muito ser de centro, direita ou esquerda. Pode ter um programa estatista, libertário, favorecedor do comunismo, mas se não puser dinheiro público no bolso, tiver compromisso com o povo e não for egoísta, está bem? Stalin caberia dentro. O PSOL, à esquerda do PT, alardeia isso.

 

A exposição Queermuseum, propaganda até da zoofilia, e as cenas blasfemas do MASP, gravíssimas ofensas a Nossa Senhora, pela repercussão no Brasil inteiro, mostram que provavelmente os assuntos morais e religiosos influenciarão muito as eleições de 2018. A ideologia do gênero, ideologia xodó das esquerdas e das correntes libertárias, desperta reações fortíssimas no público, com potencial para abater candidaturas. Frente a tudo isso, qual a posição de Luciano Hulk e dos outros candidatos? A seu tempo, precisarão se manifestar.

 

Hora de acabar. A solução de fundo supõe ▬ haverá muita coisa mais ▬, fortalecimento da família. Maior influência da religião, moralidade pública geral. Na prática temos desagregação familiar, religião em queda e corrupção de alto a baixo. Nem falo aqui do recurso sério a Deus, único caminho que nos levaria a soluções realmente salvadoras.

 

E de imediato? Tudo indica, lamento, teremos forte componente populista nas eleições de 2018. Na esteira do populismo, virão programas esquerdistas, até de natureza extremada, rota péssima para o Brasil. E a demagogia vai correr solta para fazê-los vitoriosos. Precisam ser denunciados e combatidos, claro. Já agora em esfera pessoal, reclamemos dos candidatos compromissos claros favorecedores da família, da moralidade, da livre iniciativa. Inexistindo, não terão o voto. Já é lamparina na escuridão, medida cautelar contra maiores desastres pós-2018.

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA   -    é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas”.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 15:23
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - OSSO DURO DE ROER

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            – “Todo mundo vê as pingas que eu tomo, mas, não vê os tombos que eu levo”!

            – O senhor bebe?

            Sem notar o chavão, porque doidinha para saber algo mais que criticar na vida alheia, assim ela respondeu à frase do vizinho a quem inquiria a respeito de sua bondade para com os bichos abandonados que vagam pelas ruas do bairro.

            – Tem muita criança abandonada por aí; o ser humano é a maior criatura, é nele que o senhor tem que pensar, viu.

            Com que tipo de criatura será que aquela criatura pensava falar?

            Com sua abordagem de ser superior, mal ela imagina que o homem com quem falava, não obstante sua indisfarçável simplicidade, havia acabado de chegar da casa de outro alguém, igualmente pobre, cujo companheiro acabara de fugir levando todos os pertences da casa, de eletrodomésticos a itens da despensa.

            Diferentemente dela, que escolhera gastar seu tempo instigando o desprezo pelos seres inferiores, ele gastava o seu fazendo o bem, partilhando o pouco que tem. O tipo de coisa que não se sai divulgando por aí.

            A infelicidade é que os animais estão à solta, expostos à sorte e à crueldade humana, e que ajudá-los dá na vista.

            Mas, para não cair em falso testemunho também, não é? pensemos que, naturalmente, ela pensa fazer o que é bom.

            Como não, se quando não está de portão em portão ou ao telefone nesse objetivo, ela pensa estar louvando o Criador e Suas palavras, de cujo conteúdo ela pensa fazer a leitura mais fiel?

            Isso me remeteu a um filme. Três pessoas oravam tendo em vista uma eleição: uma, que não medira esforços durante a campanha, não mesmo!, sugeria vencer, haja vista a inferioridade dos demais; a segunda propunha um acordo: passaria a rezar caso se sagrasse campeã; já o terceiro pedia iluminação para cada um dos que concorriam, agradecia pela oportunidade e aproveitava para agradecimentos extras, tipo o corpo sarado com que tinha sido abençoado.

            Filme bobo. Durante ele, porém, pude descansar os pés depois da lida diária etc. Descansei de coisas que ninguém vê, que a ninguém dizem respeito, sobretudo, aos que ficam ali e aqui, ora debruçados no livro da vida ora falando da vida dos outros sem saber da missa a metade!

            Deus é uma questão de caráter.

 

 

 

 

Valquíria Gesqui Malagoli, escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br / www.valquiriamalagoli.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 15:22
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FELIPE AQUINO - QUEM FOI A SANTA DO CORAÇÃO DE JESUS?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saiba quem foi Santa Margarida Alacoque e quais foram as doze grandes promessas que Jesus revelou a ela

 

 

Santa Margarida nasceu em 22 de julho de 1647 na Borgonha, França. Seu pai era juiz e notário real, homem de pequenas posses. Quando tinha 8 anos de idade, seu pai faleceu, e a família a enviou para a escola das Clarissas de Charolles. Ali, ela adquiriu uma estranha doença que a deixou tão fraca que sua mãe a levou de volta para casa. “Passei quatro anos sem poder caminhar”, disse ela depois. Vendo que nada a curava, ela voltou-se para Nossa Senhora e fez-lhe o voto de castidade e de entrar para a vida religiosa, se ficasse curada. Foi atendida com rapidez.

Quando Margarida tinha quatro anos de idade, já rezava assim: “Ó meu Deus, eu Vos consagro minha pureza e Vos faço voto de castidade perpétua”. Ela disse nas suas memórias que nem sabia o que isso significava. Na verdade Jesus já a preparava para uma grande missão; são essas almas escolhidas por Deus, para através delas socorrer a humanidade.

Por meio desta Santa, e da mensagem da qual ela foi portadora, Jesus quis mostrar à humanidade, de um modo extraordinário, a intensidade do amor que o Sagrado Coração de Jesus tem por cada um de nós. Era a época de uma triste heresia que crescia na Igreja, o jansenismo, de um Bispo herege Jansen, de Ypres. Por esta heresia entrou na Igreja uma religiosidade falsa, um medo de Deus castigador que pune a todos, uma piedade triste que proibia a Comunhão frequente, etc…

Quando Santa Margarida completou 17 anos, sua mãe e seus irmãos decidiram que ela devia se casar. E ela se deixou levar por isso, e começou a tomar parte nos programas de sua idade, e já pensava mesmo em se casar, pois já tinha vários pretendentes. Mas na sua alma começou a travar-se uma demorada batalha. De um lado achava que era um dever de piedade se casar para amparar sua mãe enferma. Mas a voz da graça recordava-lhe o voto de castidade que tinha feito a Nossa Senhora na infância, e de se consagrar-se como esposa de Cristo.

A tentação às vezes lhe dizia: “Você era muito criança para entender o que dizia, portanto, essas promessas não tinham valor; você agora é livre!”. Isto durou alguns anos. Mas, ajudada de modo especial pelo Senhor, a vocação religiosa venceu; e em 1671, ela entrou como postulante no Mosteiro da Visitação, de Paray-le-Monial.

Como vimos, desde a infância, Margarida fora beneficiada por experiências místicas. As mais importantes, porém, ocorreram no convento, a partir de 27 de dezembro de 1673, quando passou a receber uma série de revelações do Sagrado Coração de Jesus, o qual a incumbia de ser a encarregada de divulgar essa devoção em todo o mundo.

 

 

 

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Leia também: Qual a origem da devoção ao Sagrado Coração de Jesus?

As revelações do Coração de Jesus encorajam o pecador à confiança

12 Ensinamentos de Santa Margarida Maria Alacoque

 

 

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Na festividade de São João Evangelista de 1673, aos vinte e cinco anos, irmã Margarida Maria, recolhida em oração diante do SS. Sacramento, teve a primeira manifestação visível de Jesus, que se repetiria por outros dois anos, toda primeira sexta-feira do mês. Em 1675, durante a oitava do Corpo de Deus, Jesus manifestou-se-lhe com o peito aberto e, apontado com o dedo seu Coração, exclamou: “Eis aquele Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles.”

 

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As três superioras que se sucederam no convento de Paray-le-Monial convenceram-se da santidade de Margarida e da autenticidade das revelações que recebia. Mas ela sofreu grande oposição dentro do Convento. A tratavam como uma visionária falsa. Mas Jesus a socorreu com uma ajuda fundamental, o seu diretor espiritual, São Cláudio de la Colombière, sacerdote jesuíta que foi durante certo tempo confessor das freiras e testemunhou serem reais as visões da Santa. Ele se incumbiu de propagar a devoção que Jesus revelava a Santa.

São Cláudio foi enviado à Inglaterra, como confessor da duquesa de York, esposa do futuro rei Jaime II, e ali pregou pela primeira vez a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, obtendo várias conversões entre as damas da nobreza. Mas ali sofreu uma perseguição por causa de um ataque anticatólico, e acabou sendo preso um tempo. De volta à França, doente, poucas vezes pôde encontrar-se com Santa Margarida, morrendo muito cedo. Mas Margarida continuou sua missão divina. Com fé, perseverança, docilidade, obediência e caridade, foi vencendo as dificuldades e conseguiu cumprir sua missão, começando por introduzir em 1686, no seu Convento, a festa do Sagrado Coração de Jesus, que se espalhou com rapidez por outros mosteiros da Visitação, e para fora da sua Congregação. No último período de sua vida, nomeada mestra das noviças, ela teve a consolação de ver propagar-se a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e os próprios opositores de outrora mudarem-se em fervorosos propagadores.

Depois de uma vida de muito sofrimento, e verdadeira oblação a Jesus Sacramentado, consumindo-se por Seu amor, sem cessar no amor ao Sagrado Coração de Jesus, Santa Margarida Maria Alacoque morreu em 17 de outubro de 1690, aos 43 anos de idade. Foi canonizada por Bento XV em 1920. Seu corpo está colocado sob o altar da capela do Convento onde viveu, onde os peregrinos vão rezar.

Jesus fez a ela DOZE GRANDES PROMESSAS, mostrando-lhe o Seu Sagrado Coração, para quem fizer as Nove Comunhões Reparadoras pelas ofensas que Seu Sagrado Coração recebe dos homens, nas nove primeiras sextas feiras seguidas de cada mês:

 

 

  1. Dar-lhes-ei todas as graças necessárias a seu estado de vida.
  2. Conservarei paz em suas famílias.
  3. Eu os consolarei em todas as suas aflições.
  4. Serei seu refúgio seguro durante a vida e especialmente na hora da morte.
  5. Derramarei abundantes bênçãos sobre todos os seus empreendimentos.
  6. Os pecadores acharão em meu Coração a fonte e o oceano infinito da misericórdia.
  7. As almas tíbias se tornarão fervorosas.
  8. As almas fervorosas se elevarão com rapidez a uma grande perfeição.
  9. Abençoarei as casas nas quais a imagem de meu Sagrado Coração for exposta e venerada.
  10. Darei aos sacerdotes a capacidade de tocar os corações mais endurecidos.
  11. As pessoas que propagarem essa devoção terão seus nomes eternamente inscritos em meu Coração.
  12. A todos aqueles que fizerem a Comunhão reparadora na primeira sexta-feira, durante nove meses seguidos, concederei a graça da perseverança final e salvação eterna. Meu Divino Coração será seu refúgio seguro nessa hora extrema.

 

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



publicado por Luso-brasileiro às 14:52
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PAULO R. LABEGALINI - A SANTA MISSA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O Pe. Robert Degrandis, no livro ‘A cura pela missa’, diz que “o centro da fé católica é o sacrifício da missa. Devemos acreditar que a missa é muito mais do que até hoje imaginamos, porque ela é uma cerimônia de cura: na missa, Cristo transforma as nossas necessidades físicas, emocionais e espirituais. Se realmente cremos em Jesus presente na hóstia consagrada, obteremos a integridade ao receber seu corpo em nós.”

Muitos outros religiosos enfatizam que as partes da santa missa constituem elementos de uma cerimônia de cura. Santo Agostinho, por exemplo, escreveu sobre as curas que testemunhou em sua igreja, como resultado de as pessoas receberem a Eucaristia.

É maravilhoso ir à casa de Deus e participar da celebração do grande mistério da vida, da morte e da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A nossa fé, a nossa oração e o nosso louvor a Deus, nos coloca em estado de graça durante a missa.

Ao chegarmos na igreja, a água benta já se encontra à disposição para nos renovar em nome da Trindade: o Pai que nos criou, o Filho que nos salvou e o Espírito Santo que nos santifica; “porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.” (Mt 18,20)

No decorrer da missa, somos perdoados pela Misericórdia Divina no ato penitencial, louvamos a Trindade Santa no hino de louvor, ouvimos a Palavra de Deus naproclamação do Evangelho, professamos a nossa fé no creio, fazemos os nossos pedidos na oração da comunidade, oferecemos as nossas vidas ao Senhor no ofertório, adoramos a Deus no canto do Santo, presenciamos a transformação do pão e do vinho em corpo e sangue de Jesus na consagração, recitamos a oração perfeita que o próprio Jesus nos ensinou no Pai-nosso e, após o Cordeiro, chegamos à comunhão.

Ao recebermos o corpo santo de Cristo no nosso, vivenciamos o imenso amor e a infinita misericórdia de Deus para conosco ao permitir que, mesmo pecadores, tenhamos a graça de receber a própria pessoa que cura – Jesus, o centro da missa. Principalmente por isso, após a comunhão, devemos rezar ou cantar, dando graças por estarmos sendo muito abençoados naquele momento.

Se não bastasse todas essas maravilhas na missa, sabemos ainda que a Virgem Maria também está presente - nos ouvindo como verdadeira mãe e intercedendo por nós. Por isso é que nós, do ministério de música, cantamos quase que o tempo todo, explodindo de alegria por sermos católicos.

Nada substitui a santa missa.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas



publicado por Luso-brasileiro às 14:36
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A INFLUÊNCIA DA CASA PATERNA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Disse o grande pedagogo Ribeiro Sanches, na “ Cartas Sobre Educação da Mocidade”, que: O povo não faz boas nem más ações, que por costume e por imitação.”

E disse bem: somos o que somos porque vivemos em determinada época, influenciados pelo que ouvimos e vemos; movidos pelas atitudes e comportamentos, que presenciamos ao longo da vida, mormente na infância.

Em “ Psychologie de l’Opinion et de la propagande politique” – Paris, 1927 – Jules Rassak, confirma o que assevero: As impressões recebidas na casa paterna, a recordação da sua maneira de viver, das suas opiniões e dos seus atos, subsistem no subconsciente e exercem influência sobre o estado consciente.

“ Mesmo as pequenas impressões sentidas, os acontecimentos insignificantes, as peças de teatro, as leituras etc., não são esquecidas, persistem no subsolo da nossa alma, e influenciam a nossa vontade e o nosso pensamento.”

Essa influência, é – apesar dos malefícios da globalização, – notória, se compararmos a sensibilidade de vários povos. É essa influência, que faz, que povos, que vivem em territórios ricos, vegetem numa quase miséria, enquanto outros, que habitam em terras pobres, prosperem.

Recordo, que, quando o ciclismo estava na berra, e os operários deslocavam-se de bicicleta – em meados dos anos cinquenta, – ver pelotões de trabalhadores, subirem a avenida da minha terra, em competição. Todos queriam ser: Camisola Amarela!

E o mesmo acontece com a “ vocação” de muitos adolescentes, durante o Campeonato Mundial de Futebol. Todos desejam ser jogadores!

Basta dizerem que está na moda: o ioiô, e todas as crianças querem ter um. Recordo a coqueluche do hola-hupe, do cubo mágico, da pulseira magnética…e presentemente do pokémon go.

Dizem: estar na moda, e isso basta para que todos comprem; para que todos usem.

Até na literatura, e na música o “fenómeno” acontece!

O livro é vendido ,muitas vezes, não pelo valor da obra ou utilidade; mas, devido à eficiente propaganda; e o mesmo sucede à música.

Concluindo: se temos a sociedade que temos, é devido à educação que transmitimos aos filhos; às escolas que temos; e a conceitos que inculcamos às crianças, desde o berço.

Como queremos sociedade mais justa, se todos – ou quase todos, – damos o mau exemplo de obter tudo com o “ jeitinho”; se corrompemos, o semelhante, com dinheiro; e as nossas condutas são deploráveis!

Os jovens, são, em regra, a educação que recebem, como disse Rassak. As impressões recebidas na casa paterna…influenciam a nossa vontade e o nosso pensamento.”

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 14:29
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EUCLIDES CAVACO - FOLHAS DE OUTONO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Com um caloroso abraço de amizade, partilho com os meus leitores e amigos mais este poema de Outono.

 


https://www.euclidescavaco.com/folhas-outono

 

 


FOLHAS DE OUTONO

 

 

Folha de Outono cadente
Pelo tempo colorida
Vais mudando lentamente
Como muda a nossa vida.

 

Verde foi teu nascimento
Viçosa na mocidade
E dançaste ao som do vento
Valsas de amor e saudade.

 

Foste beleza e frescura
Deste sombra, foste vida
Foste das aves ternura
Dando aos seus ninhos guarida.

 

Hoje num sopro és levada
E vemos qual abandono
Nossa vida retratada
Em cada folha de Outono !...

 

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

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Foto de Artur Villares.

 

 

 

***

 

 

 

Amigas e Amigos 
convido-vos para o evento seguinte:
 
Na próxima 4ªfeira (25Out2017) irei animar mais uma "Noite de Poesia, no forumapoio" - da IPSS APOIO a que pertenço, e que fornece cerca de 170 almoços diários a pessoas carenciadas da zona de Algés e Carnaxide.
 
O Poeta  JOAQUIM SANTOS (Coronel de Engenharia, na situação de aposentado) será o nosso convidado especial, sob o tema "Em busca da Liberdade" que nos ajudará a reflectir sobre a libertação na adolescência de cada um, como a dos Cristãos, dos Lusitanos, dos "hippies" e dos refugiados.
Venha conhecer melhor este poeta.
Venha ouvir e dizer poesia. Traga poemas da sua lavra e/ou de autores Lusófonos.
 
Início: 21h00
Termo: 23H45
Entrada e participação gratuitas. 
Ofereceremos chá e biscoitos no intervalo.
 
Acesso:
Entrada pela Rua Francisco Marcelo Curto, a primeira à direita na Av dos Bombeiros Voluntários, em Algés, de quem vem da rotunda junto ao Mercado de Algés.
 
Saudações Poéticas
 
Francisco de Pina Queiroz



 

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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

 

 Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

 

*** 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:10
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Domingo, 15 de Outubro de 2017
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - OS PROFESSORES BRASILEIROS PRECISAM SER MAIS RESPEITADOS !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Celebra-se a quinze de outubro no Brasil o Dia do Professor, pois foi nessa data, no ano de 1827, que o imperador D. Pedro I assinou a Lei Nacional, aprovada pelo Legislativo, que instituiu no país a instrução primária (ou das primeiras letras, como então se denominava), pública e gratuita, em todas as províncias do Império.  Assim, no saudaremos nessa data o compromisso profissional dos professores que, apesar das condições muitas vezes precárias, dos recursos limitados e da remuneração inadequada, ajudam a Nação a ir em frente.  E reitere-se, infelizmente, as reverências não virão acompanhadas de medidas que redimirão nossas autoridades do crime que estão cometendo contra a população brasileira ao relegarem a educação como última das prioridades.

Nesta trilha, cite-se parte de editorial publicado pelo jornal “Correio Popular” de Campinas: -“Na educação, um setor altamente sensível, as carências são enormes. Mesmo com o reconhecimento da importância fundamental do acesso universal a um padrão de ensino de qualidade, os progressos são poucos e os investimentos mínimos, em evidente inversão de prioridades orçamentárias. Os professores vivem situação de penúria pelos baixos salários e poucas oportunidades de qualificação, os currículos são frequentemente aviltados, não é incomum alunos que avançam nas séries básicas sem serem alfabetizados, a violência toma conta dos vácuos deixados pelo sistema” ( 11/10/2009).

Diante de todos esses aspectos e percalços, o Movimento Todos pela Educação lançou há alguns anos uma campanha de valorização dos professores, iniciativa que precisa contar com o apoio da sociedade. O objetivo, como resume o slogan “Um bom professor, um bom começo”, era justamente reforçar a importância dos educadores e pressionar por melhorias que favoreçam tanto quem ensina quanto quem está em fase de aprendizado. Um dos méritos do projeto foi o de chamar a atenção para o aspecto de que um profissional bem formado e atualizado é o que tem mais chance de se realizar na atividade e de cumprir bem o seu papel de educar cidadãos para a vida adulta. Infelizmente o quadro não se mudou.

            Na realidade, diante das condições atuais, poucos querem ingressar na carreira do magistério. Realizado anualmente, o Censo da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC) constata que o número de formandos dos cursos de Pedagogia e Normal Superior – que preparam professores para as primeiras séries da educação básica – vem caindo assustadoramente.

            De acordo com trecho de editorial publicado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, “essa situação se vislumbra porque, ao contrário do que ocorria há quatro ou cinco décadas, quando o professor dos antigos cursos de 1º e 2º graus gozava de enorme prestígio social, as novas gerações não se sentem atraídas pelo magistério público. Por causa do aviltamento dos salários, mas em grande parte também por causa das péssimas condições de trabalho – especialmente nas escolas públicas situadas em bairros pobres e nas periferias das grandes cidades – e da subseqüente desvalorização da carreira, os jovens de hoje estão optando por cursos que proporcionam, tanto no setor público quanto na iniciativa privada, carreiras com salários mais altos e trabalho mais gratificante” (“A desvalorização do magistério” – 04/02/2011- p. 3)

Estamos diante de um insólito quadro. O professor só poderá desempenhar suas funções com resultados positivos, se lhe propiciarem condições adequadas de trabalho e remuneração. Enquanto isso, o que ele precisa, no mínimo, é de respeito, o que se lhe tem negado com veemência em nosso país.

A título de homenagem invocamos a poetisa Cora Coralina, extraindo parte de um de seus poemas: “Professor, sois o sol da terra e a luz do mundo / Sem ti tudo seria baço e a  terra escura./ Professor, faze de tua cadeira a cátedra de um mestre./ Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência./ Tu és um jovem, sê, com o tempo e competência um excelente mestre” (“O Professor” - poema extraído do livro “Vintém de cobre, meias confissões de Aninha”- Ed. da Universidade Federal de Goiás)

 

                                               NOBRE MISSÃO

 

                        “A minha função de professor, como sempre entendi, é a de construir, junto com os estudantes, conhecimento a partir de informações. Assim, penso o professor como parte de um coletivo que trabalha de forma articulada na construção de um conhecimento que contribua para colocar os estudantes em sintonia com as necessidades de seu tempo, com as exigências da sociedade em que ele se insere, enfim, colaborar na formação do cidadão bem sucedido e útil para a sociedade” (Cláudio Jorge, professor da PUC-Campinas e do Anglo - 15/10/2009- A3- Correio Popular).

 

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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)                    

 

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:00
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - SANTO ANTÔNIO, RESTITUIDOR DE BENS PERDIDOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Expliquei, em artigo recente, como se originou a fama de casamenteiro de Santo Antônio, um dos santos mais populares do Brasil, padroeiro da Diocese e da Cidade de Piracicaba.

Santo Antônio de Lisboa, como preferem os portugueses, ou de Pádua, como se tornou mais geralmente conhecido, também é invocado como eficacíssimo restituidor de bens perdidos. Na sua biografia escrita pelo Pe. Fernando Thomaz de Brito, que citei no artigo anterior, são narrados vários episódios antigos de devotos que recuperaram objetos perdidos, graças à intercessão de Santo Antônio. Em qualquer roda de conversa, em Portugal, ainda hoje basta falar de Santo Antônio e imediatamente todos os presentes se põem a contar casos maravilhosos de coisas perdidas e achadas graças a ele. Não há quem não tenha depoimentos a dar. E eu também tenho um caso a contar, acontecido comigo mesmo.

Muitos anos atrás, lá por 1976 ou 1977, notei certo dia a falta de uma Medalha de São Bento pela qual tinha grande estima, e por mais que a procurasse não houve meios de a encontrar. Repetidas vezes invoquei Santo Antônio, mas contrariamente ao que já havia acontecido em diversas ocasiões análogas, o Santo pareceu não querer atender o meu pedido.

Muitos meses depois, o episódio já estava inteiramente esquecido, quando fui com alguns colegas à Ilha Comprida, no extremo sul do litoral paulista, acampando numa praia então deserta. Levava no bolso da camisa uma preciosa relíquia do Santo Lenho, numa teca de prata portuguesa, que me fora dada por um sacerdote da Companhia de Jesus e da qual nunca me separava.

Depois de dois ou três dias de acampamento, fomos, alguns companheiros e eu, visitar a histórica e pitoresca cidadezinha de Cananeia, numa ilha vizinha. Lá nos demoramos, passeando, cerca de duas horas, visitando, entre outros edifícios, a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes e de São João Batista, uma das mais antigas do Brasil.

A certa altura do passeio, pondo a mão no bolso, dei–me conta de que não mais estava ali a relíquia insigne!

Lembrava–me de ter saído com ela do acampamento, mas não sabia onde poderia tê–la perdido. Poderia ter sido na areia da praia; ou durante o trajeto de automóvel; ou na balsa, durante a travessia do braço de mar; ou ainda durante o passeio a pé, na cidade... Encontrá-la seria como achar agulha em palheiro.

Aflitíssimo, me pus a percorrer todo o caminho que antes fizera na cidade, na esperança - muito tênue naturalmente falando - de encontrar a relíquia. Ao mesmo tempo, invocava Santo Antônio, pedindo que a fizesse reaparecer.

Graças a ele, fui reencontrá-la bem no meio de uma passagem de terra batida, próximo ao centro da cidade, num local em que certamente haviam transitado dezenas de pessoas e no qual o estojo de prata em que estava a relíquia com facilidade seria percebido pelos passantes.

Contentíssimo com o achado, retornei ao acampamento, dando graças ao glorioso Santo Antônio pela graça que acabara de receber. Ao chegar à barraca de praia, uma surpresa: enfiei a mão num dos bolsos da calça... e lá estava a Medalha de São Bento que tanto procurara meses antes! Ela ficara esquecida naquele bolso de uma veste pouco usada, até, muitos meses depois, reaparecer naquelas circunstâncias tão especiais.

Eu já me havia esquecido dela, mas Santo Antônio ainda se recordava do pedido... E parece ter–se comprazido em demonstrar seu poder de restituidor dos bens perdidos, restituindo de modo maravilhoso, em menos de uma hora, dois bens perdidos em locais e ocasiões tão diferentes!

É por essas e muitas outras que Santo Antônio é invocado como restituidor de bens perdidos, como reza o seu tradicional Responsório:

“Se milagres tu procuras,/ Pede-os logo a Santo Antônio; / Fogem dele as desventuras,/ O erro, os males e o demônio. / Torna manso o iroso mar; / Da prisão, quebra as correntes, / Bens perdidos faz achar; / E dá saúde aos doentes”.

 

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:54
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - NO TEMPO DA DELICADEZA

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Dia das crianças e eu fico me perguntando em que momento o tempo me colocou na posição de quem presenteia e não na de quem recebe presentes. Tudo passou rápido demais e sou capaz de jurar que era ontem que eu estava pensando sobre o que pediria no próximo dia das crianças. O tempo é mesmo um pândego, vivendo de pregar peças nos desavisados e ainda mais nos atentos, talvez como advertência de que nada é previsível.

            Nessas minhas décadas de vida, diante de tantas monstruosidades, tenho me decepcionado com a humanidade. São condutas tão assombrosas perpetradas por pessoas capazes das crueldades e indiferenças quase infinitas, que fica difícil achar que os seres humanos são melhores do que os animais.

            Há, contudo, um momento na linha da vida das pessoas nas quais elas são de fato boas, ou ao menos a imensa maioria delas. A infância é o esplendor da vida humana. Não é o ser humano bruto, mas o lapidado. Da forma como vejo, o caminho é o inverso, pois vamos ficando brutos, grosseiros, repletos de cascas supostamente morais na medida em que os anos se acumulam sobre nossos ombros.

            O Dia das Crianças sempre me lembra disso, a propósito. Esqueço do lado comercial da coisa, do lucro das lojas de brinquedos, para me fixar na ideia de que as crianças representam, de fato, a esperança de dias melhores. Creio que se descobrirmos em que momento e de que forma deixamos de ser o melhor de nós mesmos, quiçá tenhamos futuro digno de sonhos.

            Adoro conversar com meus sobrinhos, de dez e cinco anos, pois a lógica deles de longe supera o esforço mental de qualquer filósofo. Tudo é simples, inocente, capaz de consertar feridas, dores e desilusões. Aliás, troco muita conversa mole de gente chata, arrogante e mal-educada por um bate-papo divertido com a criançada.

            É preciso dizer que nós, adultos, podemos preservar em nós um oásis de felicidade pura e ingênua, um oásis de delicadeza, sempre que não deixamos morrer a criança que há em nossos corações e almas. Acredito que somos como crianças crescidas, esquecidas em algum recôndito, em algum cantinho quase inacessível do que nos tornamos. Basta, entretanto, um chamado, um respiro mais profundo e a maior parte de nós é capaz de emergir, de ver o mundo de modo menos seco, direto e sem graça.

            Para isso, bastam pequenos gestos, como colocar os pés no chão e andar descalço sentindo a grama, a terra, a areia do mar. Uma conexão direta com a natureza sempre invoca a criança, o sagrado em nós. Da mesma forma, brincar com uma criança, sorrir do que é simples, sentar no chão para montar um quebra-cabeça, jogar bola entre risos, cantar músicas bobas a plenos pulmões e tudo o mais que nos retire da proteção ilusória que a vida adulta nos confere, encarcerando-nos aos poucos.

            Quando vejo idosos de sorriso franco, brincalhões, que se permitem existir a despeito do número que ostentam em seus documentos de identidade, de cara busco imaginar a criança que devem ter sido. De tão fortes, jamais se deixaram soterrar, vivendo à tona, oscilando, em equilíbrio, entre o que precisa ser sério e o que pode ser divertido, leve, honesto e feliz.

            Tenho comigo o propósito de não me permitir ser uma velha. Não no sentido de abandonar a graça dos meus melhores dias, nos quais eu olhava o mundo com os olhos da novidade, aprendiz de tudo e de todos. Em verdade, a despeito do tempo que começa aos pouco me cobrar seus préstimos, ainda me sinto assim, uma criança que cresceu à revelia de sua vontade, mas que assumiu o papel que lhe foi dado, brincando de pique-esconde, aparecendo sempre que tem oportunidade.

            Minha convidada eterna, quero-a comigo no momento em que me despedir desse mundo, segurando minha mão e cochichando em meus ouvidos que tudo vai passar logo, que só estamos indo ver aqueles que amamos e que foram antes de nós. Que Deus conserve, em cada um de nós, a criança que nos pode redimir desse mundo.

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA Advogada na Silva Nunes Advogados Associados, professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e cronista.       São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:50
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - A TERRA EM SANGUE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A terra se encontra ensanguentada e muitos de nós, creio que a maioria, abatidos. Histórias tão tristes! Dentre elas: o massacre em show country, em Las Vegas, que matou 59 pessoas e machucou 500; o horror em Janaúba, com o vigia que ateou fogo na creche e matou crianças e uma professora, além de si mesmo, deixando dezenas de feridos e, nas proximidades, a professora que foi vítima de assalto em Itatiba e, por estar dentre os assaltantes um ex-aluno, atirada viva de uma ponte em Nazaré Paulista onde faleceu.

Não é possível ficar indiferente. Barbáries provocadas por uma ou mais pessoas. Existe uma dor que vem de longe ou mais perto e me pressiona o coração. Penso naqueles que morreram envoltos em medo e em sofrimento atroz. Penso nas famílias, de quem foi arrancado um pedaço: mesmo que a fé e o tempo coloquem um bálsamo, permanecerá o latejar da angústia. Que despedidas tenebrosas causadas por gente que planejou perversidade e a executou. Dois suicidas e outros, no caso da professora, que tentaram esconder a malignidade.

A respeito do vigia de Janaúba, Damião Soares dos Santos, li informações sobre seu desequilíbrio mental. Em 2014, procurou a Promotoria do município para denunciar a mãe que, segundo ele, tentava envenená-lo pela comida. Foi encaminhado ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial), mas me parece que não há registro de que tenha de fato se tratado.

Não é de agora que me preocupo com uma avaliação mais pormenorizada da saúde mental no atendimento a crianças e adolescentes. Não basta a preocupação com vacinas, verminose e exame da parte física. Há crianças que trazem um histórico de desarmonia interna desde o ventre materno: mães dependentes químicas, que são “massacradas” pelos companheiros antes, durante e após a gravidez; alimentação precária materna; pré-natal irregular; hereditariedade com histórico de demência... Certos sinais são dados pela criança em seu crescimento e já no período escolar, porém, inúmeras vezes, são interpretados como “birra”, falta de limites, rebeldia... Entretanto, algumas reações, ainda na infância, decorrem de um problema psiquiátrico que, sem o tratamento adequado, poderá, no futuro, se transformar em ato cruel. Vivemos numa sociedade desatenta aos indícios de atrocidades.

Rezo para que se consiga extirpar do mundo a chaga purulenta que o envolve.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 17:45
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Sábado, 14 de Outubro de 2017
PÉRICLES CAPANEMA - NEGÓCIOS NADA REPUBLICANOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A todo momento leio: “em tratativa nada republicana”, “em conversas nada republicanas”. Fui ao Google e coloquei nada republicano, nada republicanos, nada republicana, nada republicanas. Milhares de entradas. Contudo, nunca ouvi ninguém em meus círculos empregar a expressão. Sintoma de que é muito utilizada na opinião que publica, pouco ou nunca na opinião pública.

 

Contudo, sempre me pareceu expressão disparatada ▬ pelo menos no Brasil. Espanta-me que ninguém tenha tido a iniciativa, comezinho bom senso, de invertê-la. Para corresponder à realidade, obviamente se deveria dizer entre nós quando nos referirmos a maroteiras : “em tratativas tipicamente republicanas”, “em conversas genuinamente republicanas”. Um exemplo: “Em atitude tipicamente republicana, Michel Temer, na calada da noite, sem registro na agenda, recebeu Joesley Batista no Jaburu”.

 

▬ Eu tô de bem com o Eduardo.

 

▬ Tem que manter isso, viu?

 

▬ Todo mês, também, e tô segurando as pontas, tô indo. [...] tô meio enrolado aqui, né, no processo assim…

 

▬ Você está sendo investigado.

 

▬ Isso, é, investigado. [...] Eu dei conta de um lado do juiz, dá uma segurada.

 

▬ Está segurando os dois?

 

▬ Tô

 

▬ Ótimo, ótimo.

 

▬ Segurando os dois. E eu consegui um procurador, dentro da força tarefa, que está também me dando informação.

 

Nenhuma dúvida, diálogo autenticamente republicano. Sei, sei, alguém vai observar, na República romana havia elevação e probidade nos homens públicos. Seriam os modelos. A mais, possivelmente a expressão terá raízes em varões de Plutarco, qualificativo esteado no livro “Vidas paralelas”, biografias de gregos e romanos ilustres, com serviços relevantes ao bem comum. Sei lá. Ou veio de “Da República” de Cícero. Quem sabe. Sempre longe de nossa realidade.

 

Acho igualmente absurdo buscar inspiração na Revolução Francesa, cujos líderes, em larga medida, foram bandidos, mentirosos, assassinos, tiranos e ladrões. Inspiração na ação política de Robespierre, Danton, Marat? Santo Deus.

 

Do mesmo modo, embora usadas a torto e a direito, não fazem sentido ética republicana, espírito republicano, para significar honestidade, decência, morigeração, comedimento, dignidade, interesse real pelo bem comum. Não devemos esbofetear a realidade, as palavras devem refletir os fatos.

 

Os vitoriosos do golpe de 15 de novembro de 1889 ofereceram a dom Pedro II grande quantia em dinheiro (já começava ali a prática do mensalão). O Imperador recusou com a resposta que hoje provocaria muxoxo gaiato nos republicanos autênticos: “Com que autoridade estes senhores dispõem do dinheiro público?”

 

A honestidade generalizada no trato do dinheiro público sobreviveu no Brasil enquanto durou a geração de homens públicos formados no Império. Foi o que, aliás, constatou o historiador José Murilo de Carvalho: “O comportamento político do monarca foi marcado pelo escrupuloso cumprimento da Constituição e das leis, pelo respeito não menos escrupuloso ao dinheiro público, pela garantia da liberdade de expressão. […] Seu governo deixou uma tradição de valorização das instituições que, apesar de quebrada pelo golpe republicano, foi recuperada na Primeira República e talvez esteja viva até hoje. [Seu governo] legou um padrão de comportamento político que também sobreviveu nas primeiras décadas republicanas”.

 

O erudito historiador continua com pirueta inesperada, surpreendente salto triplo carpado, sustentando que havia valores republicanos no Império, desapareceram na República e a falha foi do Império por não os ter incutido como deveria; “O que menos sobrevive hoje são os valores e atitudes republicanos. Na raiz deste retrocesso talvez esteja uma das falhas do sistema imperial, herdada pela Primeira República: a incapacidade de [...] promover a expansão da cidadania política. [...] O apelo à republicanização [...] pode ter ainda hoje, como uma de suas referências, o exemplo de Pedro II. Republicanizando-se, o regime completará a herança imperial”.

 

Já que a república institucionalizou a bandalheira, para torna-la promotora do bem comum o engenhoso historiador sugere tornar dom Pedro II referência para o regime e manter a herança imperial.

 

Outra cambalhota que ajuda o regime republicano. O mesmo historiador busca no século 17 (1633), com um jesuíta famoso, o sentido em que poderíamos autenticamente utilizar a palavra república, mas já agora sem nada ter a ver com regime político. O padre Simão de Vasconcelos (1597-1671) escreveu: ““Nenhum homem nesta terra é repúblico, nem vela nem trata do bem comum, senão cada um do seu particular”. Entenderam? Repúblico tem relação com res publica, coisa púbica, bem comum. Poderemos ter o monarquista repúblico, o republicano repúblico, o democrata repúblico. E vai por aí afora.

 

Declaro-me vencido.  Matizo minha opinião. Acompanhando o jesuíta, acepção usual daquela época, podemos empregar a expressão nada republicano. Mas, cuidado, nunca a ligar à República brasileira, nem à Revolução Francesa, o que a tornaria contaminada por doença grave. Lembremo-nos unicamente do padre Simão de Vasconcelos. 

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA   -    é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas”.



publicado por Luso-brasileiro às 16:09
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SONIA CINTRA - FAMÍLIA GIAROLA

 

 

 

 

 

 

 

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            O 13º Encontro Família Giarola, no bairro do Caxambu, reuniu mais de 150 pessoas em ambiente de confraternização e alegria. Quanta gente bonita!

            Após os aperitivos, foram servidas, entre outras delícias, costela, polenta, mandioca e verduras frescas, bem à moda dos oriundi, gente boa e trabalhadeira, que tanto contribuiu e contribui para o engrandecimento de nosso país, em vários aspectos, como o cultural, econômico e industrial, intermediados pela lavoura e fabricação do macarrão e do vinho caseiro, presentes em reuniões familiares e de amigos, regadas com disposição e ânimo, mesmo em tempos de crise e de guerra, tanto cá como lá. A benquerença foi saboreada nos suspiros, ambrosia, palha, pudins, casserole e outros quitutes ítalo-brasileiros. Tudo abençoado pela oração do Pe. Zezinho: “Que nenhuma família se abrigue debaixo da ponte / Que ninguém interfira no lar e na vida dos dois!”

            No momento cultural, elaborado por Pedrinho Giarola e Michael Ryan, após leitura de poemas do livro “Outubro”, foi apresentado um jogral que narrou a vinda dos italianos, as dificuldades dos navios na travessia do oceano e a chegada ao Brasil, entre as canções tradicionais “La bella polenta”, acompanhada de gestos típicos: “Quando se pianta la bella polenta, la bella polenta, / Si pianta cosi, si pianta cosi / Ô, ô, ôô / Bella polenta cosi, cia-cia-pum, cia-cia-pum”; e “Merica-Merica”, que principia assim: “Dalla Italia noi siamo partiti / Siamo partiti col nostro onore / Trentasei giorni di macchina e vapore/ e nella Merica noi siamo arriva”, e termina assim: “Merica, Merica, Merica, / Cosa sarà ‘sta Merica?’ / Merica, Merica, Merica, / un bel mazzoli” (ramalhete).

Lembrou filmes de Fellini, autênticos e singelos. Quem não se recorda da passagem do imponente transatlântico Rex, em “Amarcord”, com seu apito grave entre as brumas do mar alto, aguardado no silêncio da madrugada por barquinhos de pescadores e moradores do vilarejo, que acenavam com I fazzoletti bianchi nas mãos trêmulas da despedida. Entre eles, a cobiçada La Gradisca, una donna tanto bella.

            O encerramento foi com “Aquarela do Brasil”, adereços, ornatos e coreografia do próprio Pedrinho Giarola, que sempre faz tudo benfeito, é só pensarmos em seus eventos beneficentes de dança, no Polytheama lotado, e que coroou a Festa dos Giarola com a fantasia “Anjo”, prateada e bordada com cristais Swarovski. Lindo domingo em Jundiaí. Parabéns à comissão organizadora e participantes. Obrigada pelo carinho, gente querida.

 

 

 

SONIA CINTRA  - É doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora da Cátedra José Bonifácio - IRI/USP e membro efetivo da UBE. Fundadora e mediadora do Clube de Leitura da Academia Paulista de Letras e do Clube de Leitura Jundiaiense. Ex-presidente da AJL, oradora da Aflaj e madrinha do Celmi. Pós-graduada em Educação Ambiental.



publicado por Luso-brasileiro às 16:03
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