PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quarta-feira, 27 de Dezembro de 2017
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - CONCEBER O NATAL COMO FESTA DA SOLIDARIEDADE UNIVERSAL

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Até mesmo em países onde a população cristã é minoritária, o Natal marca a grande festa da solidariedade universal. Por mais que tentem revesti-lo como data fortemente comercial, tem resistido aos mecanismos de consumo, mostrando que sua mensagem é maior do que qualquer manipulação de seus símbolos, que frequentam tanto as vitrines iluminadas dos grandes magazines como a sala de visita de quase todas as casas, nos lugares mais recônditos do planeta.

É por isso que o clima natalino envolve as pessoas, sobretudo num clamor de poesia e ternura, singeleza e encanto, fazendo renascer sentimentos de sincera humanidade, de compreensão e de compaixão, alimentando a confiança mútua. Os sorrisos afloram com mais facilidade e as armaduras construídas na dura batalha cotidiana parecem menos impenetráveis, talvez em sinal de reverência, mesmo que inconsciente, a um Ser Superior que se fez homem, para assumir o mundo.

Celebrar o Natal, portanto, é assumir um permanente desafio: mudar a situação para que todos possam ter dignidade em suas trajetórias terrenas. É encontrar Deus a cada dia, em cada relacionamento, em cada circunstância. É revelar envolvimento com atitudes e gestos concebidos em fraternidade e solidariedade. É tentar conscientizar os mais humildes da possibilidade de satisfazerem seus anseios. É agir séria e concretamente no sentido de se extinguir o abandono que aflige os menos favorecidos. É dar provas de que a esperança e a vida podem florescer, mesmo em meio a tanta privação e sofrimento, enfrentando as elites na tentativa de se reverterem os quadros de opressão e prepotência.

Aquela criança colocada numa humilde manjedoura, demonstrando ternura e clamando por justiça, indica-nos o compromisso de acolher, preservar e promover a vida. Diante do presépio, não há momento mais propicio para se refletir sobre gestos de desprendimento, coragem e fé, iniciando o projeto de paz ao buscarmos Cristo onde ele concretamente se acha: na aceitação do diferente, no despojamento, na interação com os perseguidos, com os explorados, com os que resistem e transmitem esperança de dias melhores. Assim, além de presentes, abraços e cumprimentos, devemos meditar sobre a condução de um tempo novo, que anuncie à humanidade o perdão e a paz.

E cada pessoa assume o Natal toda vez que com um gesto de afeto, um apelo à igualdade, um abraço de perdão, permite que Jesus nasça em seu coração. Desejamos assim, aos nossos leitores e amigos, que a festa do menino de Belém aconteça na concórdia e em plenitude de amor. Podemos  encher os copos, mas também os corações de ternura.

São Gregório, bispo no século 4º, dizia às comunidades das quais era pastor: “Celebrem o Natal de um modo divino! Não à maneira do mundo, mas de uma maneira diferente da do mundo! Não como a nossa festa, mas como a festa que é nosso mestre!”.

 

 

      NATAL é luz!

 

 

Diante da obscuridade atual, com tanto desrespeito ao ser humano e intensa corrupção a minar as condutas e comportamentos, a celebração natalina é uma luz a mostrar que o povo de Deus se reúne para festejar a esperança de um mundo novo, pleno de amor, de paz e de união nas famílias, entre os povos e nações.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).



publicado por Luso-brasileiro às 12:09
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - POR UM PROPÓSITO NA VIDA

           

 

 

 

 

 

 

 

 

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           Sei que tudo pode parecer somente um excesso de "corujice” de tia, mas eu confesso que não pude deixar de me surpreender quando soube que meu sobrinho Otávio, com cinco anos de idade, inquiriu a mãe, minha irmã, sobre para que ele teria nascido e qual seria, com essas exatas palavras, o propósito dele nesse mundo. Se um menino de cinco anos se pergunta sobre isso, estou certa de que muitos de nós igualmente o fazem.

            Não tenho filhos e assim não sei se essa é uma pergunta normal de se fazer, mas não tenho dúvida de que essa é uma perguntinha bem difícil de responder... Se fosse feita para mim, eu teria pedido alguns dias para elaborar algo minimamente satisfatório. Acredito que seria infinitamente mais simples responder ao questionamento de como nascem as crianças ou como escolher uma carreira, rs...

            Nesses dias que antecedem mais um Natal, volto meus pensamentos para essa questão e fico eu mesma pensando em qual é não apenas o propósito da minha existência, mas o da humanidade como um todo. Nessas décadas de minha existência eu tenho visto, lido e ouvido sobre tantas coisas que não entendo, que não aceito, que quase não acredito, que me questiono muitas vezes se a raça humana não foi foi um grande bug, um erro daqueles, o qual a natureza, mediante seus recursos e seu exército de vírus e bactérias, busca corrigir de tempos em tempos.

            É claro que os seres humanos também foram e são capazes de invenções incríveis e de atos de pura e desinteressada bondade, seja com os seus semelhantes ou seja com as demais formas viventes nesse planeta, mas não estou segura de que isso possa nos redimir quanto  que à quantidade de maldade e atrocidades igualmente cometidas.

            Acredito que cada um de nós, um dia, haverá de responder pelos seus atos, de um jeito ou de outro. Independentemente de religião, acredito na lei do retorno. Só que acreditar nisso não me consola, porque em paralelo, tudo isso causa muita dor alheia, muito sofrimento a tudo o que respira. Por outro lado, o que cada um de nós pode fazer para mudar o mundo? O que é esperado de nós e o que nos espera? Outras perguntas complexas, mas sobre a primeira delas eu faço alguma ideia...

            Penso que o mínimo que devemos fazer antes de termos a pretensão de mudar o mundo, é mudarmos a nós mesmos. Fazer a nossa parte já é muito mais do que não fazer nada. Aliás, se todos fizessem o que lhes compete fazer, a existência humana teria outra história. De nada adianta, portanto, pretendermos que os outros mudem, que a vida mude, se não nos propusermos a um olhar crítico sobre como somos e como agimos, não somente no que nos respeita, mas como tratamos aos demais.

            O grande temor que possuo é de passar por esse mundo sem melhorar como pessoa. Não sei qual o meu propósito, mas no fechar das minhas cortinas, no derradeiro ato de minha vida, não quero chegar à conclusão de que não realizei nada de bom, nada de que eu possa me orgulhar quando for prestar minhas contas, caso elas me sejam exigidas.

            O Natal não é uma data mágica, embora tenha um significado religioso, mas essa discussão à parte, penso que pode ser um momento para nascermos como pessoas melhores, para repensarmos nossos caminhos, para refletirmos sobre a razão do nosso caminhar e, se não ficarmos satisfeitos, recalcularmos nossa rota, içarmos nossas velas e redirecionamos nossos esforços, nossos sentimentos e seja lá o que nos estiver atravancando os passos.

            Desejo a todos que dedicam alguns minutos de suas semanas para lerem o que escrevo, que tenham um Natal de muita alegria em família, com saúde, com momentos de descontração entre amigos, com risadas, com presentes, com boa comida, mas que também possam dedicar alguns instantes para reflexão de que há quem não possui nada disso, para quem o Natal é apenas mais um dia, mais um passo sem sentido algum.

            Que possamos encontrar nosso propósito nas pequenas, mas valiosas e verdadeiras atitudes. Que sejamos capazes de sorrisos despretensiosos e sinceros, que tenhamos um palavra e um ombro amigo à disposição daqueles que nos procuram, que possamos verdadeiramente ser capazes de repartir nosso pão, mesmo quando não forem apenas as sobras.

            Desejo que comemoremos o nascimento de Cristo, se assim for nossa religião, mas caso não seja, que comemoremos o nosso próprio nascimento como pessoas melhores, menos egoístas e mais solidários, capazes de enxergarmos que temos um propósito muito maior do que somente ocuparmos espaço sobre esse chão.

            Feliz Natal a todos.

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada na Silva Nunes Advogados Associados, professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e cronista.       São Paulo.  -  cinthyanvs@gmail.com

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:04
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - VIVÊNCIAS COM CORAÇÃO DE NATAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Vivências com coração de Natal aconteceu, no último domingo, na Celebração da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Associação Maria de Magdala. Não caberia nesta crônica o nome das pessoas envolvidas com o acontecimento: voluntários, padrinhos e madrinhas de natal, integrantes, agentes de pastoral... Foram três momentos: Celebração da Palavra, presidida pelo querido Padre José Brombal, com presépio vivo; entrega de presentes e ágape.
O presépio vivo, organizado pelo prof. Jorge Romualdo, foi de manjedoura de Belém: claridade, ternura, superação, salvação. Neste ano, além das integrantes da Pastoral e família, participaram cadeirantes da Bocha Paralímpica do Uirapuru Country Clube. Que lindo! Foram eles as personagens principais do presépio e os filhos e netos, das participantes da pastoral, anjos.  As mulheres conduziram os cadeirantes e tiveram cuidado imenso com eles. Abraços, mãos dadas... Algumas os abanavam durante a apresentação. Quanta doçura! Ocupar-se com amor melhora o mundo. O verdadeiro Natal, como disse o Padre Brombal.  E o salmista Marquinhos, com sua voz de Céu, executava a cantiga de Maria:
“Nana, nanana, Nossa Senhora adormece o seu Menino Jesus.
Dorme, dorme, pequenino, que as estrelas vão sair.
Lá no Céu já estão dormindo e Jesus fica sorrindo e Jesus não quer dormir.”
Em meio às demais, três das mulheres de história difícil, acima de 40 anos, com um ponto convergente de Natal. A primeira, criada com dificuldade imensa pela irmã - aos cinco anos já perdera os pais -, comentou que seu primeiro Natal com sentido foi na pastoral, quando pôde reunir filhos e netos em um momento de encantamento. A segunda recorda-se que a mãe, à meia-noite de 24 para 25, trancava-se no quarto, dobrava os joelhos e rezava. Ela mantém a tradição em memória da mãe. A terceira não se esquece da irmã adotiva que partiu na metade deste ano. Em uma época de solidão e rejeição, foi essa irmã que, no Natal, permaneceu com ela, contra todos e contra tudo. Ou seja, as presenças salvaram o Natal de cada uma. E a festividade verdadeira do Natal é mesmo experiência de convívio com pessoas semelhantes e diferentes que se superam. 
A Celebração de Natal da pastoral, com uma semana de antecedência do dia 25, chega, sem dúvida, à madrugada em que o silêncio foi interrompido pelos anjos que cantavam: “Glória a Deus no mais alto dos Céus...”
 
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 



publicado por Luso-brasileiro às 12:00
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - PRIMEIRA BATALHA DE MATAPÃO - OS ANTECEDENTES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Há precisamente 300 anos, no dia 19 de julho de 1717, travou-se na costa da Grécia, junto ao cabo de Matapão, uma grande batalha, completamente esquecida no Brasil e pouco lembrada até mesmo em Portugal, cuja marinha de guerra foi a grande vencedora naquele enfrentamento. Se procurarmos nas enciclopédias - sejam as tradicionais impressas, ainda presentes nas estantes da bibliotecas, sejam as modernas, vulgarizadas e bagatelizadas pelas redes de computadores - algo sobre a batalha de Matapão, mais provavelmente encontraremos informações sobre a segunda batalha de Matapão, aquela que se travou no dia 27 de março de 1941, quando a esquadra inglesa, comandada pelo Almirante Cunningham, pôs a pique três cruzadores e dois destróieres e danificou um encouraçado da frota italiana.

A que nos interessa recordar aqui é a primeira Batalha de Matapão. De alguma forma, o Brasil esteve nela envolvido. Em primeiro lugar porque, à época, o Brasil era parte integrante do império luso; em segundo lugar, porque o almirante que comandava as forças portuguesas, Lopo Furtado de Mendonça (1661-1730), Conde do Rio Grande, portava um título nobiliárquico de origem brasileira. Explica-se: Lopo era genro de Francisco Barreto de Menezes (1616-1688), o general luso-peruano que comandava as tropas luso-brasileiras nas duas batalhas de Guararapes, contra os invasores holandeses e recebeu do rei de Portugal o título de Conde do Rio Grande. O título se relacionava a um feito de armas ocorrido junto a um rio brasileiro (não pude tirar a limpo a qual se referia, pois três cursos de água da região em que Barreto de Menezes lutou eram chamados na época de “Rio Grande”, um na Bahia, outro na Paraíba, outro no Rio Grande do Norte). O título não chegou a ser usado pelo vencedor de Guararapes, mas foi herdado por sua filha Antônia Barreto de Sá e efetivado “jure uxoris” pelo marido desta, Lopo Furtado de Mendonça.

O Brasil também estava envolvido na batalha porque ela foi paga com ouro extraído do solo mineiro. Portugal, ao tempo de D. João V, que reinou de 1706 a 1750, viveu um período de grande esplendor, graças ao ouro brasileiro, descoberto em 1696. Durante 196 anos, Portugal havia povoado e colonizado o Brasil, laboriosa e pacientemente, sem encontrar ouro. Nisso se diferenciou dos espanhóis, que se lançaram tardiamente às navegações, muito depois de Portugal, mas tiveram a sorte de topar desde logo com as imensas minas de ouro do México e do Peru, sem falar nas de prata, de Potosi, na atual Bolívia.

Com o ouro do Brasil, tardio mas abundante, Portugal viveu fugazmente um período de grande riqueza. Datam dessa época grandes maravilhas arquitetônicas, como o Palácio de Mafra, o Aqueduto das Águas Livres e a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, como também, no campo cultural, a fundação da Real Academia Real da História Portuguesa, transmutada mais tarde na Academia Portuguesa da História, da qual tenho a honra de ser membro. No reinado de D. João V, a diplomacia portuguesa foi ativa nas grandes cortes europeias e conseguiu reviver (sem dúvida de forma bem mais modesta) os tempos gloriosos de D. Manuel o Venturoso, quando Portugal chegou a ser considerado uma potência de primeiro nível. O último ato diplomático de seu governo foi o Tratado de Madri, de 1750, que consagrou definitivamente os limites continentais do Brasil, muito além da linha de Tordesilhas. Os dois focos principais da diplomacia lusa no tempo de D. João V eram o Vaticano e a corte imperial de Viena. Profundamente religioso, o rei não apenas construía e dotava generosamente mosteiros e igrejas, mas ajudou muito o Papado. Clemente XI, que foi Papa de 1700 até 1721, foi muito apoiado pelo rei de Portugal, ao qual recompensou concedendo à arquidiocese de Lisboa a dignidade honorífica de Patriarcado. No Ocidente eram apenas três os Patriarcados, o de Roma, do qual era titular o próprio Papa, sucessor de São Pedro, o de Veneza e o de Lisboa. Em 1748, já no fim da vida, D. João V recebeu do Papa o título de Rei Fidelíssimo, transmissível a seus sucessores.

Na Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714), Portugal apoiara decididamente o Arquiduque Carlos, pretendente austríaco à coroa espanhola. As tropas lusas, com seus aliados austríacos, haviam chegado a tomar a cidade de Madri, em 1707. O partido que afinal triunfou nessa guerra foi o francês, mas o austríaco não se pode dizer que se tenha saído mal, pois recebeu compensações significativas e o Arquiduque Carlos não subiu ao trono da Espanha, mas foi sagrado em Viena como Imperador Carlos VI. Os laços entre Viena e Lisboa se fortificaram, pois o rei de Portugal casou com D. Mariana de Áustria, irmã do próprio Imperador.

Na época, o Islã estava mais uma vez agressivo em relação à Cristandade. O sultão Ahmed III, que governou em Constantinopla de 1703 a 1736, se empenhava em reparar as perdas sofridas pelo Crescente no tempo de seu irmão mais velho, Mustafá II. Este chegara a pôr cerco a Viena, mas, derrotado, havia perdido importantes territórios para a Áustria. Ahmed III seguiu uma política agressiva. Rearmou-se, tanto em forças terrestres quando marítimas. Derrotou os russos, comandados pessoalmente pelo Czar Pedro o Grande, e arrebatou possessões da República de Veneza – que era então uma potência marítima e comercial de grande expressão, mas não tinha forças terrestres à altura. Ahmed III também tentou novas investidas por terra contra o Império, mas foi derrotado em Petrovaradin, em 1716, pelo Príncipe Eugênio de Savoia, que até hoje é celebrado, nas canções alemãs e austríacas, como “Prinz Eugen”.

 Quando Veneza se viu seriamente ameaçada, mobilizou sua grande armada de guerra, chamada a “Armata grossa”, mas, sabendo que não tinha condições de enfrentar sozinha o poderosíssimo império otomano, pediu ajuda ao Papa Clemente XI, que imediatamente lançou, como nos tempos medievais, a Bula de Cruzada. Convocou os príncipes cristãos a formarem aliança contra o Crescente. Veremos no próximo artigo em que medida essa convocação foi atendida, e qual o papel de Portugal nos atos subsequentes.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:53
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PAULO R. LABEGALINI - O NATAL ESTÁ CHEGANDO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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É comum pensarmos em festas e reuniões familiares no Natal, mas não podemos nos esquecer do verdadeiro espírito natalino. O dia de Natal só existe porque em Belém, há quase dois mil anos, nasceu o Filho de Deus para nos salvar: “...E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” (Jo 1, 14). Portanto, nenhuma comemoração neste dia tem mais sentido do que sermos instrumentos de Jesus Cristo - que continua vivo entre nós. Mas de que forma faremos isso?

Sem dúvida, pela vontade de Deus, uma maneira de vivenciarmos o espírito do Natal será através da caridade. Não podemos nos esquecer que o Menino Jesus nasceu de uma família pobre, numa manjedoura. Se, hoje, temos fartura na ceia ou no almoço de Natal – talvez, muito mais do que Cristo teve em qualquer momento de sua vida aqui na terra -, é graças a Ele que conseguimos. Portanto, desde já, partilhando um pouco do que é “nosso” com os pobres, a noite de Natal será mais bonita, porque Jesus estará mais alegre – derramando mais bênçãos sobre nós.

Uma cesta básica um pouco mais recheada (com frango assado) para ser entregue no Natal aos pobres custa menos de cem reais, e uma ‘vaquinha entre amigos’ para conseguir doações sempre é abençoada por Deus. Participe com alegria desse movimento e esforce-se naquilo que estiver ao seu alcance e sentir no seu coração.

Neste mês de dezembro, também não poderemos deixar de rezar, rezar principalmente agradecendo pelas nossas vidas, por cada momento de paz que desfrutamos com a nossa família e pelos nossos dons. Dons que deveriam ser oferecidos ao Senhor durante o ano inteiro: na caminhada de evangelização do Seu povo, no trabalho de pastorais da Sua Igreja e na realização de obras materiais para a construção do Seu Reino. Quem passar a agir assim, estará plantando a paz rumo ao Novo Milênio.

Que Deus encha de amor os corações de todos os seus filhos! Peça à Virgem Maria que abençoe o Papa, a Nossa Senhora Aparecida que abençoe o Brasil, a Nossa Senhora dos Aflitos que abençoe os pobres e à nossa querida Mãe Rainha que abençoe e converta o mundo inteiro ao Coração de Jesus.

Natal é missa, Natal é partilha, Natal é oração, Natal é solidariedade com o irmão! E que os anjos sempre digam ‘amém’!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:48
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VALDEREZ DE MELLO - PERU RECHEADO DE QUÊ ?

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Nasceu Jesus! Vinte e cinco de dezembro é comemorado o aniversário mais importante do mundo! Todos cantam, se abraçam, comem, bebem e esquecem as agruras entre momentos de confraternização junto aos familiares. Tudo iluminado pelo faiscar de luzes coloridas.

            Mas, e Jesus? A figura principal, o aniversariante, estará participando da ceia? Estará habitando os corações das pessoas? Será que receberá o mais lindo presente da humanidade que há séculos registra a vontade de Deus: Amar ao próximo como a ti mesmo? Guerras entre irmãos, desavenças familiares, solidão entre muitos, orgulho ferido, muralha fria que impede o perdão, idosos esquecidos, solidão dos enfermos, infância abandonada e sem destino,  vítimas da guerra onde irmão mata irmão! Como seria bom se todos pudessem ter um Feliz Natal, desde o menino abandonado por entre caminhos da África, até as crianças de rua, nas incontáveis manjedouras  debaixo dos viadutos, por entre as gretas frias da umidade da solidão brasileira! Quantos irmãos passam a grande noite envoltos em papelão, tendo por cobertor o grande e fiel amigo, o cão!

            Deveria ser um Feliz Natal para todos, se a corrupção não existisse, se legalizado não fosse o desvio de verbas, se o pão de cada dia de milhares de brasileiros não fosse depositado na Suíça! Poderia ser um Feliz Natal, se as leis fossem respeitadas e a justiça pelo menos por um momento retirasse a venda dos olhos e olhasse para a realidade do povo brasileiro. Seria um grande Natal para todos, se os trabalhadores, os grandes e verdadeiros torturados na luta pela sobrevivência, também fossem valorizados! Que maravilhoso seria se pudéssemos ouvir o coro natalino deste imenso Brasil, de norte a sul, de leste a oeste, a cantar Noite Feliz, numa comunhão de respeito e dignidade. Neste Natal, imperativo lembrar do vergonhoso cartão postal brasileiro: a menina, moradora de rua, tomando banho na poça de esgoto, além de lembrar das crianças da Somália morrendo de fome, da mãe que tendo a fonte de seu leite ressequida nada mais tem a oferecer ao filho que inerte pende em seus braços!

            Quando na ceia do Natal for colocado o peru luzidio e saboroso sobre a mesa farta, agradeça com humildade o grande presente de Deus para sua família e imagine a legião dos esquecidos, sinta ainda o brilhar intenso da lágrima, que tal um diamante, desce brilhante e quente pelas faces de milhares de abandonados a saborear apenas a dor da fome, além de um amargo bocado de injustiça!  

            Afinal, peru recheado de quê?

            Feliz Natal!

 

 

VALDEREZ DE MELLO   - Professora, Advogada, Pedagoga, psicopedagoga. Autora de: 

 Lágrimas Brasileiras e Trama e Urdidura.



publicado por Luso-brasileiro às 11:29
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - CONTO DO VIGÁRIO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Das numerosas histórias, que meu pai narrava, sobre a nossa família, havia uma, que nunca esqueci.

Não tanto, por a ter escutado várias vezes, mas por versar tema, que me impressionava:

Sofia era tia-avó de meu pai. Jovem, alegre, bonita e brincalhona. Casou cedo – como era costume, nas moças do seu tempo.

Meses após o matrimónio, o marido, resolveu embarcar. Embarcar para o Brasil, terra prometedora, onde era fácil juntar fortuna.

Vendeu os poucos bens que possuía, e abalou, na companhia da jovem mulher, para Santos. Dai tomou comboio para São Paulo, onde o esperava, português, amigo de infância.

Decorrido meses, estabeleceu-se; e tanta sorte tiveram (ele e o amigo,) que o negócio progredia a olhos vistos. Podia-se dizer: estavam ricos, ou pelo menos bem lançados na vida.

Andava a Sofiinha metida num sino. Ao visitar a amiga Júlia de Castro, não se conteve, e confessa-lhe: “ que nunca pensou levar vida tão folgada…."

Mas a sorte, tanto anda, como desanda. O marido adoeceu. Por recomendação médica, mudou-se para Campos de Jordão, mas pouco lhe adiantou: faleceu.

Meses depois do funeral, ao receber a parte, que tinha direito, o sócio, levando-a para o escritório da firma, disse-lhe, em voz de pesar e conselheira:

- “ Sofiinha: você sabe como era amigo do falecido. A Sofiinha esteja descansada, receberá sempre o que lhe é devido dos lucros da padaria. Mas, por que não regressa a Portugal? Sempre estava na sua terra… na companhia dos seus. Sabe como é: viúva, em terra grande…nunca está segura.”

Sofiinha pensou, tornou a pensar, e concluiu: que o sócio tinha razão.

Assentou, então, aceitar o parecer do amigo.

Passou procuração. Fez as malas. Despediu-se das poucas amigas, e partiu para Santos, na companhia da família do sócio.

Regressada à casa paterna, aguardou o envio do dinheiro, conforme combinara. Como tardasse, escreveu…Não obteve resposta.

Receosa, consultou advogado, contando-lhe o sucedido.

Decorrido meses, soube o seguinte:

O sócio, obtida a assinatura na procuração, passou a padaria para seu nome.

Tinha caído no conto do vigário.

Concluía, assim, meu pai: “ Não se pode acreditar em ninguém! Muito cuidado a passar procurações e assinar folhas em branco ou parcialmente preenchidas, porque não falta quem dizendo-se muito honrado e amigo – nos tire o que é nosso, e ainda temos que agradecer, se não nos deixar dividas! …”

Eu, que já muito vivi, garanto-vos que todo o cuidado é pouco, principalmente, quando nos cercam com palavras mansas e bocas cheias de risos…

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   - Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:17
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PÉRICLES CAPANEMA - A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Sempre me chamou a atenção a resposta de são João Batista aos enviados dos fariseus. À pergunta: “Que dizes de ti mesmo? Quem és, pois, para que possamos dar resposta aos que nos enviaram?”, ele evitou começar pelo mais natural: “Sou o filho de Zacarias”. Zacarias, sacerdote conhecido em Jerusalém, pertencia à elite sacerdotal. Era boa abertura. Ele pôs de lado a estrada fácil e começou pelo enunciado da missão: “Eu sou a voz que clama no deserto”.

 

Sei, é conhecido, o Evangelista quis enfatizar a ligação do homem com profecias bíblicas, em especial Isaias: “Voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai na solidão as veredas do nosso Deus.” João se apresentava tão-somente como o Precursor do Messias, anunciado por Isaias.

 

Mas eu tenho aqui outro intento, passar ao lado de fatos já bem analisados e, por uma vez, desviar a atenção para aspectos pouco destacados. Quem tem alguma coisa a anunciar vai para praças com multidões, miolos de cidades, encruzilhadas muito percorridas. Não se esconde em um deserto, onde quase ninguém mora, ainda que não distante do rio Jordão, pois são João nele batizava. Clamar ali? À primeira vista, pouca gente iria ouvi-lo, fracasso certo. Não aconteceu.

 

Ficou conhecido, arrebanhou gente, teve seguidores, virou pregador célebre naquele meio. Pelo menos dois de seus discípulos seguiram a Cristo. Um foi o apóstolo santo André, irmão de são Pedro. Foi atrás do irmão e o levou a Nosso Senhor. E ali mesmo foi proclamado futuro Papa: “Tu és Simão, filho de João, serás chamado Cefas (que quer dizer pedra)”. Por meio de são João, o futuro primeiro Papa foi encontrado. Com tudo o que daí decorreu.

 

Para muitos de seus contemporâneos teve fracassos, até o último, definitivo: perdeu a cabeça ▬ literalmente e não metaforicamente, manteve-a fria ▬, por causa de uma adúltera. Assim é a história. Alimentando-se de mel silvestre, vestido com pele de carneiro, asceta, voz poderosa, o filho de santa Isabel devia chamar muito a atenção. Até Herodes, tetrarca da Galileia, rei sibarita, gostava de ouvi-lo. E levava séquito. Nele estava, para presenciar o espetáculo, Herodíades, mulher do irmão Felipe, com quem Herodes passara a viver pública e escandalosamente.

 

João não se calou: “Não te é lícito ter a mulher de teu irmão”. Desvairada pelas contínuas chibatadas morais, a mulher logrou que o amante mandasse prender são João. Mas não conseguia a morte. Era demais. Herodes, fraco e devasso, tinha traços retos. “Herodes temia João, sabendo que era varão justo e santo; e defendia-o, e pelo seu conselho fazia muitas coisas, e ouvia-o de boa vontade”.

 

Situação de desfecho indeciso, mas raras vezes os fracos de vontade se opõem vitoriosamente aos ruins de vontade forte. Houve a festança do aniversário do déspota, patuscada com bebedeira, música e danças. O número de dança de Salomé, filha de Herodíades, fascinou o tetrarca que, no meio dos vapores etílicos, disse à moça: “Pede-me o que quiseres e eu to darei e juro-lhe: tudo o que me pedires te darei, ainda que seja a metade de meu reino”. A dançarina buscou conselho com a mãe e o obteve imediato: “A cabeça de João Batista”. Herodes entristeceu-se, o pedido estava fora da conta. Mas mesmo assim mandou assassinar João Batista e a cabeça em bandeja foi oferecida a Salomé.

 

João Batista era primo de Nosso Senhor, que o glorificou: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas, que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas finas vivem nos palácios dos reis. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e ainda mais do que profeta. Na verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não apareceu nenhum maior do que João, o Batista.”

 

Nunca encenou. A vida de são João evidencia o vazio atroz das representações, mesmo as supostamente virtuosas. Ele tinha um grande fato diante de si: o Messias estava entre eles. O povo, para recebê-lo bem, precisava antes de tudo de boas disposições. E são João  Batista ia direto aos pontos fundamentais, cuja falta impediria todo o resto. Pregava a mudança de vida e a penitência. Tenham vida direita, arrependam-se dos pecados, façam penitência.

 

Clamava no deserto, possivelmente pouco ouvido. Pregava verdades de restauração austera, onde era difícil até a vida animal. Por que procurar os centros das cidades? Não era ali o seu meio. Nada prometia como retorno imediato. E para tal não buscava o apoio dos homens nem das realidades humanas. Por que lembrar que era de família conhecida em Jerusalém? Por que cocorar Herodes, o rei? Tinha um caminho reto e era por ali que andaria. O Natal está cheio de lições assim. Uma delas, nascer o Salvador numa gruta, e ser abrigado numa manjedoura, utilizada pela criação.

 

Quanto tudo parecer perdido, se o dever indicar, mesmo sem apoios, é preciso continuar a clamar no deserto. Vai dar certo, deu certo com são João. A régua da vida sobrenatural é diferente da que mede as realidades naturais.

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA   -    é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas

 



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FELIPE AQUINO - A MULHER DO NATAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura”. (EG,286)

 

 

Na Encíclica “Evangelli Gaudium” (Evangelho da alegria), o Papa Francisco deixou-nos uma profunda reflexão sobre a Virgem Maria, que mostra um pouco mais da sua grandeza. Com palavras profundas nos ensina que:

“Maria é aquela que sabe transformar um curral de animais na casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura. Ela é a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. É a amiga sempre solícita para que não falte o vinho na nossa vida. É aquela que tem o coração trespassado pela espada, que compreende todas as penas. Como Mãe de todos, é sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça. Ela é a missionária que Se aproxima de nós, para nos acompanhar ao longo da vida, abrindo os corações à fé com o seu afeto materno. Como uma verdadeira mãe, caminha conosco, luta conosco e aproxima-nos incessantemente do amor de Deus. Através dos diferentes títulos marianos, geralmente ligados aos santuários, compartilha as vicissitudes de cada povo que recebeu o Evangelho e entra a formar parte da sua identidade histórica. Muitos pais cristãos pedem o Batismo para seus filhos num santuário mariano, manifestando assim a fé na ação materna de Maria que gera novos filhos para Deus. É lá, nos santuários, que se pode observar como Maria reúne ao seu redor os filhos que, com grandes sacrifícios, vêm peregrinos para A ver e deixar-se olhar por Ela. Lá encontram a força de Deus para suportar os sofrimentos e as fadigas da vida. Como a São João Diego, Maria oferece-lhes a carícia da sua consolação materna e diz-lhes: «Não se perturbe o teu coração. (…) Não estou aqui eu, que sou tua Mãe?» (n. 286).

 

 

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Nesse tempo de Natal, nada melhor do que meditar as grandes virtudes da Virgem de Nazaré, Aquela que Deus escolheu para Mãe do seu Filho. O padre jesuíta, Alexandre Joseph Herouville, nascido em 1716, massacrado na Revolução Francesa, escreveu um belo livro “Imitação de Maria”, a exemplo da Imitação de Cristo, de Tomás de Kemphis. Ele nos mostra as virtudes daquela que é Mãe de Deus: “Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor? ” (Lc 1, 43).

Nenhum de nós pode escolher a sua mãe, mas Jesus pode, então, é claro, “escolheu a melhor”: a mais humilde, a mais desapegada de si e das criaturas, a mais pura, a mais singela e doce criatura, aquela que é “cheia de graça”. Deus se encantou com sua pequenez: “Ele olhou para a humildade de sua serva”. “Por isso todas as gerações a proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). Quem se humilha será exaltado.

 

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Leia também: Imitando as virtudes de Maria

O Verbo assumiu nossa natureza no seio de Maria

10 dicas para viver bem o Natal

Por que o Verbo se fez Homem?

Maria é a Mãe da Igreja

 

O Papa nos recorda que ela soube transformar a gruta fria de Belém, onde os animais se refugiavam do frio, numa quente “maternidade” do Filho de Deus.

Ela antecipou o primeiro milagre do Divino Redentor para que a festa de Caná não acabasse.

Ela aceitou, sem reclamar, que a Espada de Simeão transpassasse aos poucos o seu sagrado coração, desde a fuga para o Egito até o Calvário. “E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2, 35).

Ela é a “Estrela da evangelização” (Paulo VI) e “a mulher eucarística” (João Paulo II), o “primeiro sacrário de Jesus na Terra”.

Ela caminha conosco adoçando as nossas cruzes; fazendo como a mãe que coloca açúcar no remédio amargo para o filho beber.

Nos seus Santuários pelo mundo todo, o Papa lembra que ela distribuiu copiosamente suas bênçãos; e seus filhos experimentam seu amor e recebem suas graças.

Ela é a discípula perfeita que “conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2, 19.51) Meditava e as guardava!

Ela é a mãe espiritual de cada irmão de Jesus, para formar a Sua imagem em cada um de nós. “Eis aí tua mãe” (Jo 19, 26-27)”. “Apenas o filho insensato despreza sua mãe” (Pr 15, 20).

Ela foi recebeu de Deus, desde os primórdios, o poder e a missão de vencer o Dragão vermelho. “O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino” (Ap 12, 13).

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Os seus filhos a amam; e por isso lhe dão-lhe centenas de títulos, inumeráveis: Imaculada, Porta do Céu, Augusta rainha do céu, Virgem do Perpétuo Socorro, Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Rainha dos Anjos, dos Santos, dos patriarcas, dos profetas, dos mártires, dos apóstolos…

E a grande mensagem que Ela nos deixa é essa: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2, 5).

São todas essas glórias a Virgem Maria, nossa Mãe, Mãe de Jesus e da Igreja, que nós devemos meditar no silêncio diante do Presépio. Que as luzes e as bênçãos do Menino Deus penetre nossa alma pelo coração daquela que o gerou para nós.

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



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EUCLIDES CAVACO - NATAL DO AUSENTE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mais um poema natalício que versa sobre esta ainda presente odisseia de tantos de nós que se ausentam do seu torrão natal em busca dum futuro mais risonho. Veja e ouça aqui o poema neste link .
 
 
 


https://www.euclidescavaco.com/natal-ausente 
 
 
 
 
 
EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
 
 
 
 
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Mensagem de Natal - Dom Vicente Costa

DIOCESE DE JUNDIAÍ
 

https://youtu.be/p59es-aBVY0

 

 

 

***
 
 

Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

***

 
 

 



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Domingo, 17 de Dezembro de 2017
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - OPORTUNA INICIATIVA PARA REVIGORAR A ARTE DOS PRESÉPIOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Os presépios são representações artísticas do cenário singelo e ao mesmo tempo rico em simbolismo da gruta de Belém, na qual nasceu Jesus Cristo, o Filho de Davi, o Esperado das Nações, Aquele que reconciliaria, por sua Paixão e Morte, a humanidade pecadora com o Criador.

Os Evangelhos são extremamente parcimoniosos no relato das circunstâncias concretas que cercaram o Natal. Dois Evangelistas, Marcos e João, silenciaram de todo. São Mateus, numa única frase, registrou que Jesus nasceu em Belém de Judá no tempo do rei Herodes, e logo a seguir passou ao relato da visita dos magos que vieram do Oriente, guiados pela estrela, para adorar o Menino (Mt, 2,1-12). São Lucas, o que mais extensamente tratou do acontecimento, limitou-se a dizer que José e Maria não encontraram alojamento na estalagem e por isso o Menino nasceu numa manjedoura, foi envolto em panos e ali recebeu a visita dos pastores (Lc 2,1-20).

Na tradição eclesiástica, em parte baseada em elementos confiáveis de alguns apócrifos muito antigos, firmou-se a ideia completa da gruta e dos animais que compuseram o quadro. Manjedoura, ou presépio, era o recipiente em que os animais comiam; essas mesmas palavras, por extensão, também podiam designar o estábulo ou aprisco, local em que os animais eram recolhidos à noite; tais abrigos, na região de Belém, geralmente eram localizados em grutas naturais. A presença do boi e do asno, reconhecendo e adorando o seu Senhor, foi textualmente registrada no apócrifo Evangelho do Pseudo Mateus (cap. XIX), que influenciou bastante a literatura e a arte medievais. Essa presença tem alguma base escriturística na aplicação, endossada pela autoridade de São Jerônimo (Epitaphium Sanctae Paulae, 10), de uma passagem do Profeta Isaías: “O boi conhece o seu dono e o jumento conhece o presépio do seu senhor, mas Israel não me conheceu e meu povo não teve inteligência” (Is 1,3).

A tradição, a piedade e a livre imaginação dos fiéis produziram, ao longo dos séculos, incontáveis representações de presépios, desde as mais simples e ingênuas, até as mais especiosas e requintadas. Os elementos essenciais do presépio são, evidentemente, Jesus, Maria e José. Elementos acessórios, mas quase indispensáveis, são o jumento e o boi. Quanto ao mais, a imaginação é livre. Não há limites para ela. A variedade é imensa e é inesgotável.

São Francisco de Assis, no início do século XIII, teve pela primeira vez a ideia de formar presépios vivos. Realizou seu intento na cidade italiana de Greccio. Coube à espiritualidade franciscana colocar os presépios tão no foco da devoção e da arte no mundo inteiro, mas já muito antes disso havia representações iconográficas e iluminuras natalinas. Algumas bem antigas foram preservadas até hoje, como por exemplo o afresco, provavelmente do século IV, que se vê numa das galerias do cemitério de São Sebastião da via Ápia; nele aparecem o boi e o jumento, ajoelhados diante do Menino-Deus envolto em panos.

Nenhum símbolo natalino é tão completo e tão universal quanto o presépio. A árvore de Natal, de origem germânica, o Papai Noel (modo artificial e pouco piedoso de laicizar a figura clássica do bispo São Nicolau), a estrela de Belém, os sinos - tudo isso exprime o Natal, sem dúvida, mas nenhum de modo tão perfeito quanto o presépio. Infelizmente, na vida moderna descaracterizou-se de todo o autêntico espírito de Natal e por isso até mesmo representações do presépio são prejudicadas por elementos que a distorcem.

Uma oportuna iniciativa está sendo tomada, em Santiago de Cacém, na província portuguesa do Alentejo, para restaurar a velha e venerável tradição dos presépios portugueses. Meu amigo Dr. José António Falcão - membro da Academia Portuguesa da História, autor de numerosos livros sobre museologia e História da Arte Portuguesa, alguns dos quais premiados pela UNESCO - e sua esposa, a conservadora-restauradora Sara Fonseca Falcão, articularam os esforços de um numeroso grupo de pessoas e estão lutando para restaurar no Alentejo a tradição do verdadeiro presépio português. No antigo quartel dos bombeiros de Santiago do Cacém, foi montado e estará aberto ao público neste mês de dezembro, um autêntico presépio lusitano. Durante o período, uma intensa atividade cultural será realizada, com conferências, concertos musicais e visitas guiadas. O objetivo é bem claro: preservar e revigorar a arte dos presépios, renovando-a criteriosamente, mas sem romper com o espírito tradicional.

Transcrevo da nota de imprensa que recebi as próprias palavras do Dr. José António Falcão, que além de idealizador da iniciativa é também dirigente da entidade que o está promovendo, o Centro UNESCO de Arquitetura e Arte (UCART): “O presépio português faz parte de uma rica tradição europeia, mas tem personalidade própria, em que marcam presença as cenografias baseadas em paisagens naturais, a multiplicação de cenas da vida rural e urbana, a alternância de escalas e o destaque conferido à Sagrada Família, que é o seu epicentro. Não se trata de manter a arte presepística como algo parado no tempo, há todo um espaço de inovação a valorizar, mas o que ocorre agora é uma amálgama de coisas sem sentido e sem gosto, que perturba inclusivamente a captação da mensagem de fundo do Presépio”.

 

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 

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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - PREPARANDO-NOS PARA O NATAL !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como estamos próximos do  Natal, a mais bela festa do ano, deixemos de lado outros assuntos e meditemos um pouco no sentido desta celebração de amor e de ternura, capaz de renovar a esperança de tempos melhores e dias mais felizes. No entanto, ela também reproduz em suas diversas expressões, as desigualdades extremas que caracterizam a sociedade brasileira, sendo que para milhares de famílias submersas na miséria e na exclusão social, há muito pouco o que festejar.

 Nessa trilha, desprezando os excessivos apelos consumistas e os exageros do comércio, ainda mais num ano de crises moral, política e econômica, devemos nos inspirar na real importância da solenidade natalina e na ampla dimensão de fraternidade que ela evoca, contribuindo à anulação dos graves problemas comunitários que afligem nossos irmãos.

Precisamos, mais do que nunca, ater-se ao sentido que ela  encerra, ou seja, o dom que Deus fez de si mesmo a nós, para nossa realização divina, conforme a bela proclamação do apóstolo Paulo em sua carta aos gálatas:- “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações  o espírito do seu filho, que clama : Abba, Pai! De modo que já não és escravo, mas filho. E, se és filho, és também herdeiro, graças a Deus”(4,4-7).

Por isso, louvar o Natal é comemorar a vida, reafirmando na família e na comunidade os valores do Evangelho libertador de Jesus, pois a encarnação é um ato que nasce da liberdade e da benevolência. A sua celebração em todos os anos deveria se transformar em momento de meditação e nessa trilha, enquanto forem furtados ao povo, em especial à criança, os direitos de acesso à educação, à saúde, à moradia digna não haverá comemoração, porque falta libertação. Os indivíduos sem tempo ou condições para pensar, oprimidos e espoliados terão maiores dificuldades em acreditar também na  misericórdia divina.

Aí está a nossa grande responsabilidade: contribuir para que este país propugne por uma distribuição igualitária de renda e por dignidade para sua gente, constantemente explorada em suas aspirações mais primordiais, propiciando-lhes condições que também possam concretizar um senso crítico para que a maioria dos políticos não a explore com tanta facilidade.

Desprendimento, partilha, humildade e caridade são algumas  das palavras desconhecidas pela maioria, ávida de riquezas, incapaz de reconhecer  sua ganância e interesses, ignorando a mensagem cristã, por que a proposta desta incomoda a intensa comercialização das datas festivas. Muitos se reúnem nestas ocasiões para cumprir um ritual frio, enquanto a união deveria cercar-se de esperança, com o pensamento voltado à grande lição de Cristo que manda amar uns aos outros, sem outros cuidados, senão os do amor em si mesmo.

 

 

REFLEXÕES NATALINAS

 

 

Ao invés de só nos atermos aos presente e aos comes e bebes próprios destes festejos natalinos, vamos também refletir sobre as aspectos que nos aproximam das pessoas, do mundo e de Deus, circunstância tão importante, mas tão ausente nos dias de hoje. Baseado em texto de Madre Teresa de Calcutá, denominado “Amor”, vamos responder as perguntas que nos afligem constantemente: “Qual é o dia mais belo de nossa vida? Sempre o hoje./Qual a coisa mais fácil? Errar./  Qual o maior obstáculo? O medo./Qual o maior erro? O abandono aos outros./         Qual a raiz de todos os males? O egoísmo./Qual é a distração mais bela? O trabalho./ Qual é a pior derrota? O desânimo./Qual é primeira necessidade? Comunicar-se./ Qual é a maior felicidade? Ser útil aos outros./Qual o maior mistério? A morte./Qual é o pior defeito? O mau humor./Qual é o pior sentimento? O rancor./Qual é o presente mais belo? O perdão./Quais as piores pessoas? O mentiros e o bajulador./    O que é imprescindível? A família./Qual é a sensação mais agradável? A paz interior./           Qual é a nossa proteção efetiva? O sorriso./Qual é o melhor remédio? O otimismo./Qual é a maior satisfação? O dever cumprido./Qual é a força mais potente do mundo? A fé./Qual é a mais bela de todas as coisas? O AMOR.”

 

 

 

 

 

 JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

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publicado por Luso-brasileiro às 17:57
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - VIVÊNCIAS COM PRESÉPIOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Vivências com presépios fazem parte de minha história desde a infância. Não me recordo de Natal algum em que não houvesse, pelo menos, a figura de Maria, José e o Menino na manjedoura.
Minha avó materna, enquanto o físico permitiu, não deixava de armar o presépio em um canto grande da sala com casinha de sapé, lagos feitos de espelho, plantas, caminhos de areia e serragem tingida. Ao fundo, o céu representado por um pano azul com estrelas de papel laminado. Da janela, da velha casa da Rangel Pestana, chamava as pessoas para vê-lo. Todos, de crianças a adultos, demonstravam encantamento diante da cena natalina. Creio que cada um, de seu jeito, vivenciava a noite de Belém, plena de luz e simplicidade, com história de Amor maior, que atraiu e, até hoje, atrai pastores e reis. 
Semana passada, estávamos com a exposição anual de Artes, Criatividade e Artesanato da Casa da Fonte, projeto socioeducacional que tem como mantenedora a Companhia Saneamento de Jundiaí – CSJ, no Museu Histórico e Cultural – Solar do Barão. Lá acontece, desde primeiro de dezembro, a exposição de presépios, tradicional na cidade desde 1978. Enleva-me estar em meio a eles, feitos com os mais diferentes materiais e montados por artistas de olhar além do horizonte. São obras de arte.
Há presépios tradicionais, conforme o com movimento do Sr. Laércio Tetto e aquele que traz o cenário para o presente: reis e camelos chegam de trem. Ideia do diretor do museu, Paulo Vicentini. Imagens antigas de gesso se misturam aos de material diferenciado: giz, papel, papelão, crochê, tecido, dobradura, madeira, barro... Da. Nina Cerioni, do alto de seus 94 anos, não poderia faltar, assim como a Regina Kalman. E o Henrique Jahnel Crispim enriquece o espaço com suas imagens. A APAE possui um presépio e a Casa da Fonte, também. Algumas imagens de São Francisco de Assis, que realizou o primeiro presépio. O presépio do arte-educador Carlos Pasqualini enche os olhos de festa: folia de reis.
Não tenho dúvida de que, na Exposição de Presépios, os anjos de Belém cantam dentro da alma de quem os prepara, arma e observa. Não deixe de visitá-la!
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 17:52
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