PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sábado, 9 de Dezembro de 2017
FELIPE AQUINO - O QUE ELA NÃO CONSEGUE DE DEUS ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um dos mais valiosos presentes da Santíssima Virgem para a humanidade, foi dado no dia 27 de novembro de 1830, por meio de Santa Catarina Labouré, humilde freira da Congregação das Filhas da Caridade. Isto foi na Rua De Lubac, no centro de Paris, na Capela da Medalha Milagrosa.

 

 

 

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Nesse dia, segundo relata a Vidente, Nossa Senhora apareceu-lhe mostrando nos dedos anéis incrustados de belíssimas pedras preciosas, “lançando raios para todos os lados, cada qual mais belo que o outro”.

Em seguida, formou-se em torno da Virgem uma moldura ovalada no alto da qual estavam escritas em letras de ouro as seguintes palavras, a bela jaculatória: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”.

 

 

Leia também: Tudo por Jesus, nada sem Maria!

De onde foram inspiradas as estrelas na bandeira da União Europeia?

Você conhece a história da Medalha Milagrosa?

Devoção a Medalha Milagrosa

 

 

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A Virgem apareceu sobre um Globo, a Terra, pisando a cabeça da Serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o a Deus, num gesto de súplica. E diz a Santa Catarina: “Este globo representa o mundo inteiro e cada pessoa em particular”. De repente, o globo desapareceu e suas mãos se estenderam suavemente, derramando sobre o globo brilhantes raios de luz.

E Santa Catarina ouviu uma voz que lhe dizia: “Fazei cunhar uma medalha conforme este modelo. Todos os que a usarem, trazendo-a ao pescoço, receberão grandes graças. Estas serão abundantes para aqueles que a usarem com confiança.”

Em 1832, uma violenta epidemia de cólera assolou a cidade de Paris. Foram, então, cunhados os primeiros exemplares da medalha, logo distribuídos aos doentes. À vista das graças extraordinárias e numerosas obtidas por meio dessa medalha, o povo passou a chamá-la de Medalha Milagrosa. Em pouco tempo, essa devoção difundiu-se pelo mundo inteiro, e foi enriquecida com a composição de uma Novena.

 

 

Assista também: Nossa Senhora das Graças e a Medalha Milagrosa

 

 

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Nossa Senhora foi a única criatura que nunca ofendeu a Deus, por isso o Anjo a chama de “cheia de Graça”; assim, ela encanta o coração de Deus e Este lhe atende todas as súplicas como nos mostra as Bodas de Caná da Galileia. Se os nossos pecados dificultam a nossa comunhão com Deus e nos impedem de obter suas graças, isto não ocorre com Nossa Senhora, então, como boa Mãe, ela se põe como nossa magnífica intercessora.

Mais do que em outros dias, hoje é dia de Graças; peça tudo o que desejar a Nossa Senhora das Graças e já comece a agradecer; pois, se for para o seu bem, Deus lhe concederá pelas mãos benditas de Sua Mãe querida. Afinal, ela é a Filha predileta do Pai, a Esposa bendita do Espírito Santo e a Mãe Santa do Filho de Deus. O que ela não consegue de Deus?

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:11
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PAULO R. LABEGALINI - A SANTA MISSA CARIDADE COMEÇA NA FAMÍLIA

 

 

 

 

 

 

 

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O nosso trabalho na Sociedade São Vicente de Paulo nos leva a testemunhar muitas injustiças sociais e algumas chegam a nos comover profundamente. É impressionante constatar de perto a miséria em certas famílias, abandonadas à sorte pelos próprios parentes! Por que isso acontece?

Os motivos (ou desculpas) são diversos. Quando um pai se refere ao filho que está desfrutando de boa situação financeira, diz que o ‘coitado’ tem os seus próprios compromissos e não pode assumir outras despesas. Quando outro pai de família, cheio de filhos, comenta que os seus pais possuem bens noutra cidade, alega que não combinam de gênio e nunca daria certo morarem juntos. E por aí vai ...

De acordo com as nossas possibilidades, ajudamos os mais necessitados, independente de raça ou religião. O nosso trabalho envolve também o crescimento espiritual da família, desde que aceitem alguma orientação nesse sentido. Acreditamos que com cesta básica mensal, oração, higiene, trabalho e educação, aos poucos, muitos renascem para a vida.

Voltando aos elos familiares, algumas necessidades não poderiam ser supridas pelos próprios parentes? Em alguns casos, sim. Principalmente quando o sofrimento maior vem do espírito, qualquer filho ou irmão de sangue poderia estar ajudando.

É triste dizer isso, mas, infelizmente, um pouco de carinho com um pouco de atenção chegam a despistar a fome ou a tristeza de muita gente. Seria mais importante para alguns pais verem um parente chegando para prestar solidariedade do que o seu alimento batendo à porta. Mesmo sabendo dessa verdade, pouco podemos fazer nesse sentido, pois outros assistidos sempre esperam o nosso socorro.

O desemprego aumenta, a fome assusta e as doenças preocupam. Enquanto não podemos atuar diretamente contra esses ‘fantasmas’, será que não existe alguém de nossa família esperando por carinho e atenção? Imagine algum parente seu que sofre e reflita o que Jesus Cristo gostaria de lhe pedir que fizesse por ele.

Quantas mães rezam terços e terços sozinhas! Quantos pais idosos não vão mais à missa porque ninguém os leva! Quantos filhos se revoltam com a vida indigna dos pais! Quantos gostariam de ter as migalhas dos ricos para comer! Quantos agonizam por falta de remédios!

Acho que não é necessário dizer mais nada, pois cada um sabe o que poderia estar fazendo pelo seu irmão e não faz. Quanto ao irmão ser ou não de sangue, para Jesus não importa, mas julgando com o meu coração humano e pecador, dói mais quando vejo alguém sofrendo, sendo que a família tem condições de acolhê-lo e o deixa abandonado.

A caridade deveria sempre começar em casa e, depois, com a graça de Deus, se espalhar por toda a humanidade. Se você concorda comigo, primeiro olhe ao seu redor e depois, se puder, ajude os vicentinos na assistência que fazem às famílias carentes e excluídas da nossa sociedade. Com certeza, a recompensa a quem sofre e a quem ajuda virá do céu. Nunca duvide disso.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



publicado por Luso-brasileiro às 19:04
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - O FUTURO DA PÁTRIA DEPENDE DA FORMA COMO SE EDUCA A JUVENTUDE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Há uma máxima, que todo o agricultor conhece: “ Colhe-se o que se semeia”.

Se, semeamos boa semente, e se cuidarmos da planta com carinho: livrando-a de parasitas, adubando e estrumando bem a terra, colher-se-á bons frutos: em tamanho e qualidade.

Ora o que se passa com as plantas, acontece com as nossas crianças.

Se quisermos sociedade: justa, honesta e sadia, teremos de cuidar da juventude. Os pais, como primeiros educadores, devem inculcar, desde a mais tenra idade, hábitos bons: ensinando-os a respeitar os mais velhos; a utilizarem as palavras e frases, que lubrificam as relações humanas, tais como: “ Muito obrigado.” “ Não tem de quê.” “ Por favor.”…

Educar não é só teoria, nem palavras, mas exemplos. A criança é ótima observadora, e repete sempre: gestos, atitudes, vocabulário e comportamentos que presenciam em casa.

Mais tarde, cumpre à Escola, complementar a missão dos pais.

Não incutindo (como se faz em alguns estabelecimentos de ensino,) nas mentes em formação: aberrações e imoralidades, embuçadas na manta de democracia, e muito menos, semear a depravação, sob a forma de Arte; mas, ensinando as regras: morais e cívicas, há muito enraizadas na alma da nação.

Se deixarmos a juventude ser educada pela TV, sem regras, sem princípios morais e sem respeito pelos mestres, não estamos a criar, apenas, delinquentes, mas a pôr em perigo o futuro da Pátria: a formar políticos e leitores corruptos, professores imorais e juízes iníquos.

A semente pode ser boa (leia-se o jovem,) mas se a terra não for apropriada, e não cuidarmos da criança, ela não dará bons frutos.

Certo pastor baptista, contou-me. Num congresso em Madrid, alegoria sobre a fé e o trabalho dos crentes, que se pode adaptar à educação:

Se pretendemos bons bolbos de tulipas, teremos de os importar da Holanda.

Lançamo-los à terra, crescem, e darão flores perfeitas. Mas se os guardarmos para florirem no ano seguinte, já não produzem a mesma qualidade, e no decorrer do tempo, degeneram, e teremos que ir à “fonte” adquirir outros.

E por que degeneram?

Porque não soubemos cuidar como devia.

Acontece o mesmo com os jovens. Se não os educarmos para serem homens honestos, rígidos no comportamento e na moral, “degeneram “, e teremos geração de: corruptos, impostores, viciosos e criminosos.

O futuro das instituições, está nas nossas mãos.

Se desejamos coletividade, depravada, entregue ao vício e ao desrespeito, diremos aos nossos filhos: “Tudo vos é permitido “. Se queremos sociedade, onde impere a Caridade e o Amor, ensinemos: “ Nem tudo é permitido, mas apenas o que vos torne espiritualmente melhor “.

A escolha é nossa. A velha Roma escolheu o caminho da liberdade e do prazer, e sucumbiu.

O que nos acontecerá, se não mudarmos de caminho?

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 18:56
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EUCLIDES CAVACO - HINO DE NATAL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Este ano inicio os meus poemas de Natal com este intemporal VIDEO interpretado pelo AMOR DE ARTISTA há 12 anos em Toronto. 


Veja aqui o video que continua sempre actual:



https://www.youtube.com/watch?v=1oaGqlfleBk

 

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
 
 
 
 
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2º DOMINGO DO ADVENTO
Palavra do Pastor - 10-12-2017
DIOCESE DE JUNDIAÍ
 

https://youtu.be/BKYlTBEj6OA

 

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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 18:54
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Sábado, 2 de Dezembro de 2017
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - 8 DE DEZEMBRO, DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Comemora-se a oito de dezembro o Dia Internacional da Família uma celebração criada pela Igreja Mórmon, visando destacar a importância da instituição como o primeiro grupo social do qual desde o nascimento tomamos parte e como o mais antigo agrupamento humano. Atualmente se registram situações diferentes da composição tradicional, efetivada pelo casamento oficial. Existem as provenientes de uniões estáveis ou homoafetivas, o que vem provocando novas concepções jurídicas.

            No entanto, qualquer que seja a sua origem, sempre aparece uma circunstância eminentemente social que a torna um centro de socialização, de formação da pessoa em todos os níveis, fazendo com que essa dependência não se esgote apenas no aspecto biológico, mas abranja, também, o moral, o psíquico, o espiritual etc. Com efeito, é por intermédio dos seus membros que os conhecimentos são passados de uma geração para outra, mantendo-se a denominada herança cultural. Sua estrutura é comparada a uma escola onde o indivíduo, educado pelos pais, aprende a viver com seus semelhantes, cientificando-se sobre o respeito obrigações em geral, além de lhe serem passados outros conhecimentos necessários à vida em sociedade.

            Há uma série interminável de problemas em nosso país que provêm em grande parte da grave crise pela qual está passando a instituição familiar e pela qual devemos lutar por sua recuperação e permanente estabilidade, independente da forma como é constituída.

            Instituído pela Lei Federal n. 1408 de 1951, em oito de dezembro também transcorre no Brasil o Dia Nacional da Justiça, comemorado com um feriado para os funcionários forenses de todo o País. No entanto, num clima de quase desespero, a população não tem o que festejar. Infelizmente a Justiça brasileira se encontra travada pelo excesso de burocracia, pelo formalismo processual e por outros aspectos variados, pugnando-se por reformas urgentes, inclusive de natureza administrativa para que busque aperfeiçoar seu desempenho em benefício do cidadão e coibir certos abusos que afetam a sua estrutura.

            Por outro lado, a incontornável morosidade vem comprometendo o seu funcionamento e frustrando, ainda que involuntariamente, à busca de um estado social em que todos possam desfrutar de relativa igualdade. Com raro brilhantismo, o economista Roberto Macedo retratou esse quadro: “Ou a Justiça acorda do sonolento ritmo que imprime a seus processos, ou continuará prejudicando o desenvolvimento do País. O da economia, em sua capacidade de prover os recursos necessários; o social, em sua crença nas instituições que sustentam o Estatuto de Direito; e o político, pelos abomináveis caminhos a que essa descrença pode levar”. (“O Estado de São Paulo”- 03.06.2004- p.2)

 

 

                                               SAUDADE

 

 

            O dia oito de dezembro assinala o aniversário da morte de John Lennon (1980), friamente assassinado em Nova York e do maestro brasileiro Tom Jobim (1994). Duas personalidades da música universal que marcaram suas épocas com estilos de vida próprios e obras artísticas de elevado nível. Enquanto o primeiro sonhava com um mundo pacífico, o segundo exaltava as belezas da natureza e lutava por sua preservação. Deixaram um ótimo legado à humanidade, pois além do que produziram como artistas influenciaram gerações, modificaram usos e costumes e ditaram involuntariamente alguns modismos, já que dotados de forte personalidade, tomaram posições firmes diante de imposições sociais muitos vezes, frutos de opressões reinantes.  Nomes que jamais serão esquecidos e que realmente devem ser exaltados como ídolos que se sobrepuseram aos puros efeitos da fama, para se imporem como pessoas extremamente preocupadas com os destinos da humanidade. Cada qual ao seu modo.

 

 

 

 

 JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 19:29
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - AINDA SOBRE A HISTÓRIA DOS EXCLUÍDOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No mês passado, esteve em São Paulo, lançando mais um livro na Editora da UNESP, o respeitado historiador inglês Peter Burke, um dos expoentes da Nova História Cultural. Burke, filho de pai católico irlandês e de mãe judia polonesa, fez uma conferência muito bonita, sobre a utilização de imagens como documentos históricos, tema do livro que estava lançando. Não leu a conferência, como costumam fazer muitos europeus, mas apresentou-a à moda brasileira, de improviso e sem embaraço. Falou com forte sotaque britânico, mas num português claríssimo e, do ponto de vista gramatical, impecável. Burke é, aliás, casado há muitos anos com uma brasileira e já lecionou na USP e em outras universidades brasileiras. A mediação da conferência foi feita, de modo brilhante, pela Profa. Mary Del Priore, do IHGB.

No artigo anterior, desta coluna semanal, tratamos da chamada “História dos Excluídos”, ou seja, daqueles que fazem História anonimamente, de modo discreto, sem estarem no foco das atenções e dos registros oficiais. O assunto tem tudo a ver com Peter Burke, que comentou, em texto muito conhecido e frequentemente citado, dois relatos da batalha de Waterloo. Uma exposição pormenorizada da batalha foi escrita pelo general que a venceu, o Duque de Wellington. Como ele próprio reconhece, a vitória foi devida à providencial chegada, já no final da tarde de um dia chuvoso, das tropas do general prussiano Blucher. Até aquele momento, a decisão da batalha estava incerta e havia ainda uma possibilidade muito grande de Napoleão sair vencedor. Mas a chegada de Blucher, que vinha em marcha batida e conseguiu chegar a tempo, foi fatal para Napoleão e selou para sempre sua sorte.

Outra descrição, da mesma batalha, foi encontrada no diário de um soldado raso inglês que participou do combate e também registrou suas impressões e sua versão dos acontecimentos. São óticas diversas que permitem, aos historiadores de hoje, uma visão mais completa e abarcativa do grande acontecimento. Tanto o soldado quanto o generalíssimo participaram da batalha. Portanto, o resultado dela deveu-se aos dois. Mas não se pode dizer que se deveu igualmente aos dois. As massas, as multidões, os anônimos, têm sem dúvida seu importante papel na História. Mas querer uma história sempre vista de baixo para cima, parece-me desarrazoado. Pois sempre terá razão Hobsbawm, que diz que, na História, muito pouca coisa se fez de grande, que não fosse obra de elites. Lembre-se, ainda, a famosa frase atribuída a Alexandre: "Eu não temeria um grupo de leões conduzidos por uma ovelha, mas temeria um rebanho de ovelhas conduzidas por um leão."

De qualquer forma, é sempre enriquecedor analisar os acontecimentos históricos nas duas óticas: na oficial, que normalmente provém dos grandes protagonistas, e também a partir de documentação primária de pessoas simples, que estão muito distantes dos centros de decisão do poder.

Adquiri no ano passado, num site de leilões europeu, por uma quantia muito acessível (custou menos do que eu pagaria aqui no Brasil por um livro novo de 800 páginas) um acervo que é um verdadeiro tesouro, nessa linha. Trata-se de um conjunto de 410 cartas trocadas entre um casal francês durante a Segunda Guerra Mundial. Eram jovens, os dois, tinham acabado de casar e ainda estavam na lua-de-mel quando estourou a Guerra. O rapaz foi convocado, serviu no Exército francês durante a fase inicial do conflito e caiu prisioneiro dos alemães durante a “Blitzkrieg” da primavera de 1940. Passou mais de quatro anos num “Stalag", campo de concentração de prisioneiros militares. Não era um campo de extermínio, mas era um campo de concentração privilegiado, digamos assim, com trabalhos forçados, para os não-oficiais, mas no qual os alemães, por força dos acordos de Genebra, eram obrigados a tratar razoavelmente bem os prisioneiros, que até podiam se corresponder com suas famílias.

O resultado é que, nos anos em que esteve prisioneiro, o rapaz e a moça trocaram mais de 400 cartas, que estão, todas, em meu poder. São interessantíssimas. Vê-se que a moça é de nível cultural bem superior ao marido. Pela letra regular e pela fluência da escrita, vê-se que tinha algum estudo. Já ele escrevia com letra tosca e num francês com muitos erros de ortografia. Das 410 cartas, umas 370 são da moça, que escrevia mais, umas 40 são do rapaz. Há troca de fotografias dos dois, durante a guerra. Os assuntos políticos e militares eram vedados nessa correspondência, mas nas entrelinhas podem ser notadas alusões sobre o andamento da Guerra.

Estou aos poucos explorando essa documentação primária, que poderá, mais tarde, render um livro bem interessante, na linha da “História dos Excluídos”. Será sobre a Segunda Guerra vista por um casal apaixonado, separado pela força das circunstâncias.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:23
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - SOSSEGADA MENTE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            É como essa gatinha amarela que todos os dias me vem à porta mendigar: livre e pobre!? Ou pobre, mas livre!?

            Seja como for, é sua escolha, embasada em instinto e experiência.

Ela poderia ficar lá, sentada, recostada no meio-fio; bem ali onde seria presa fácil àqueles que de sua presença se desagradam, e que a apanhariam com pedradas.

            Descobriu-me, porém, do outro lado da calçada, verdadeira amiga sua.

            ...

Desse jeito, todos os dias, a vida está aí, à diferença do previsto e à semelhança do inédito.

            Instintiva e sábia foi a gata no tocante a agir.

            Quanto a mim, sossegada a mente, ficou fácil alcançar a tão sonhada paz de espírito.

            Vai ver paz e espírito estejam mais ligados a raciocínio do que eu tenha até hoje cogitado.

            Vai ver, até, o sonho não morreu.

Ou vai ver tudo isso é só impressão.

Mas, para não ficar somente nos diletantes divagares, e – talvez – ser compreendida, o fato é o seguinte: de uns tempos para cá, sossegadamente, gozo os prazeres das chamadas “coisas do coração”, porque, assim como a gata, agi.

            Avessa às redes sociais por experiência e não por mera resistência (alto lá! – experiência cada um tem a sua), presenteio-me ora de minha própria amizade!

            Notadamente, as pessoas não querem socializar, embora ajam como se o estivessem fazendo notavelmente.

            Com o excesso de Facebook e afins, ninguém mais se comunica hu-ma-na-men-te. E, na ausência da prática, desaprende-se.

            Nessa levada, se há pouco chegavam duzentos e-mails por dia (o que requeria uma boa peneira), agora vêm no máximo uma meia dúzia.

            Telefonemas? Quase só de vendedores e quetais.

            “Você está ficando por fora do que acontece, hein!!!” recebo, dessa vez, por WhatsApp. E “não creio que você ainda não tem Instagram!!!”.

Puro instinto? Parca sabedoria?

            Sei lá.

O que me importa por ora é descartar pseudos issos e aquilos; regozijar-me, compartilhar um pouco de mim comigo mesma: quem eu sou?; o que eu quero de mim?

            De resto, é curtir as pessoas reais que amo, as coisas importantes (e desimportantes também – por que não?) as quais não vou mais, por distrações demais, deixar passar.

            Como eu dizia: seja instinto, seja sabedoria, eis que me volto à vida, após a experiência de desvio da realidade.

           

 

 

 

VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI   -   , escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br

             



publicado por Luso-brasileiro às 19:16
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - TEXTURA DE ENCANTAMENTO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Fascina-me a textura que a vida realiza e creio que Deus está sempre por trás. Admiro o trabalho da Fundação “Antonio-Antonieta Cintra Gordinho”, que tem como diretora a psicóloga Patrícia Razza.  E Da. Antonieta Cintra Gordinho, de quem ouvia falar desde criança, aprendi a aplaudir por suas atitudes concretas em relação a menores empobrecidos. Minha bisavó materna, Celicina Mendes Pereira Gandra, era sua tia avó.
A Fundação promoveu, em 23 de novembro, o 11º Fórum Social, tendo como palestrante Amyr Klink. O Fórum é o resultado de meses de reuniões da Fundação com outras entidades, dentre as quais a Casa da Fonte – CSJ, que é bem representada por sua assistente social, Pérola Maria Dolce. A estrutura é da Fundação e impecável em todos os aspectos, em meio aos quais destaco o acolhimento, que faz cada pessoa se sentir notável. Meus cumprimentos, em especial, à vice-presidente, Da. Maria Theresa P. Gordinho Amaral de Oliveira, à Patrícia e à jornalista Cláudia Marin.
Jamais imaginei participar de uma palestra de Amyr Klink, a quem aprecio, e muito, desde a década de 80. Em um tempo de turbulência na aceitação do trabalho da Pastoral da Mulher/ Magdala, que completou 35 anos – escândalo para muitos trazer mulheres excluídas, pobres, inúmeras delas negras, para a Catedral -, sustentava-me, é lógico, em Deus, contudo, humanamente falando, fortaleciam-me os relatos de suas viagens: um ideal forte, uma busca incessante e a superação em “mares turbulentos”. Li e reli, na época e na década seguinte, “Cem Dias entre o Céu e o Mar”. Contei-lhe e agradeci. As viagens dele encorajaram as minhas pelos meandros do submundo.
Ele é aquilo que fala: humildade, simplicidade, sabedoria, o conhecimento para o desafio nas rotas, o testemunho do benefício de cada experiência, a aposta no sonho, que não permite deixar o tempo passar na inutilidade, a visão dos demais provedores a partir da prática de ser o seu próprio provedor, o olhar direito de um jeito diferente... 
O pensamento em destaque dele para a palestra foi: “Com um barco, você não vai apenas atrás do mundo, mas coloca pedaços do mundo, por onde anda, nas janelas de sua casa”. E a vida é bem isso, não se pode, porém, caminhar com janelas fechadas. Há um sussurro que chama e se você içar a vela, saboreará o sentido maior de sua existência.

 

 

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 



publicado por Luso-brasileiro às 19:03
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VALDEREZ DE MELLO - OLHAI OS LÍRIOS DOS CAMPOS!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Planejar uma cidade não significa apenas arquitetar edifícios e viadutos. O mundo atual pede novas definições. Com o aquecimento global e frequentes demonstrações de poder da natureza, o homem precisa  repensar o futuro. As grandes metrópoles, onde o gris domina e a mistura grotesca, de ferro, cimento e cascalho, faz germinar a impermeabilização, não mais oferecem a fruição da qualidade de vida.

O momento solicita compartilhamento das áreas verdes, aproveitamento da iluminação natural e uso esmerado da água pura das nascentes. O futuro do ser humano não depende mais dos edifícios ou imensos viadutos,  sequer de condomínios de luxo, sejam verticais ou horizontais. A qualidade da vida moderna, certamente se abriga no campo, na zona rural, onde a produção de alimentos e fontes de água doce oferecem as verdadeiras e únicas possibilidades de subsistência no planeta. A sobrevivência da humanidade permanece onde o homem predador não consegue penetrar. Está no coração do caboclo simples, que ama a terra, preserva a natureza e não esgota seus recursos. Está na pequena propriedade, na chácara de produção de hortaliças, no pomar com seus frutos exuberantes. Feliz do morador do campo que resistiu aos modismos da ilusória modernidade e restou na mãe terra onde a semente germina e o rio cantante caminha. O homem provendo o próprio homem, este será o retrato do mundo novo. Repensar a supervalorização das máquinas, poluentes incontroláveis do planeta, também seria prova inconteste de atitude inteligente. A grande verdade consiste em valorizar a natureza e seus tesouros, pois, se as cidades forem devastadas o campo proverá, porém, se arrasado o campo as cidades perecerão. Urge valorizar a zona rural, o agricultor, a fauna e a flora, valorizar o verde, as serras, as montanhas, os vales, este é o caminho a ser trilhado para que a humanidade possa voltar a ser prioridade.   

            O Sermão da Montanha há milênios ecoa: Olhai os lírios dos campos! Olhai as aves do céu! O grande vocativo a alertar  que a terra é a criadeira da vida e a poderosa mãe de todos, pois é dela que brota o sagrado alimento e as  águas puras que curam todos os males! O grande tesouro da humanidade é o planeta Terra, nossa grande morada. E muitas vezes a natureza, tal e qual exímia conselheira, abraça o imenso globo azul com espetacular arco-íris, obra de arte que com suas sete cores mostra aos homens como abraçar o irmão, venha de onde vier, tenha a cor que tiver, pois a verdade maior é que somos todos humanos, única raça do planeta azul!

 

 

 

VALDEREZ DE MELLO   -   Advogada, Pedagoga, psicopedagoga. Autora de Rimas e Rumos.



publicado por Luso-brasileiro às 18:56
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PÉRICLES CAPANEMA - LIÇÕES IMPRESTÁVEIS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Amigos ficaram impressionados com temas do meu último artigo “Exemplos inúteis”, análise de aspectos do discurso de Xi Jinping ao 19º congresso do PCC (Partido Comunista Chinês) realizado em Pequim entre 18 e 24 de outubro. Vou continuar hoje no mesmo caminho, a trilha das lições imprestáveis.

 

O líder chinês indica como políticas do PCC para a China a aplicação desinibida de teses odiadas pela esquerda no Ocidente (sempre defendidas por economistas partidários da economia de mercado): “Continuaremos a encorajar as pessoas a ganhar dinheiro por meio do trabalho duro. [...] Aumentaremos o tamanho da classe média”.

 

Em 2013, sob aplausos delirantes de claque petista, Marilena Chauí, uma das ideólogas do PT, deblaterou contra o papel exercido pela classe média para o harmônico progresso social: “Eu odeio a classe média. A classe média é o atraso de vida, a classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante.”

 

Continua o dirigente comunista chinês: “Trabalharemos para que a renda individual cresça em harmonia com o desenvolvimento econômico e para que os aumentos de salário sejam proporcionais aos aumentos da produtividade no trabalho”.

 

Algum partido esquerdista patrocina tal tese? Algum sindicato? Contudo, qualquer economista pró-mercado assinaria o que anuncia Xi Jinping: aumento de salários sem aumento de produtividade gera inflação.

 

Para resolver o problema habitacional na China, o dirigente recorre à política da casa própria e ao estímulo dos aluguéis. Isso mesmo, comprar para alugar.

 

No combate à pobreza, os partidários do mercado livre associam os programas assistenciais ao estímulo da autonomia pessoal mediante a capacitação, o que deixaria o Estado no papel subsidiário, para desespero das correntes coletivistas. Atentem para o que diz Xi Jinping, é o que ele faz: “Colocaremos ênfase especial em ajudar a pessoas a aumentar a confiança em suas próprias capacidades para sair da pobreza e propiciaremos a educação de que tenham necessidade para tal”. É o elogio ao papel supletivo do Estado.

 

“Apoiaremos o desenvolvimento na área privada, de hospitais e de setores ligados à saúde”. Claro estímulo à medicina privada.

 

Na área da segurança: “Aceleraremos o desenvolvimento dos sistemas de controle e prevenção ao crime [...] contra quaisquer atividades ilegais e criminosas como pornografia, jogo, consumo de drogas, violência de gangues, sequestro, fraude. Protegeremos os direitos pessoais, o direito de propriedade privada e o direito à dignidade”. Aqui no Brasil seria ponto destacado de plataforma de candidato da direita, alvo certo dos ataques da imprensa engajada.

 

O Partido Comunista Chinês precisa criar um país rico. Aplica receitas do estilo Ronald Reagan ou Margaret Thatcher. Por que digo que são lições imprestáveis? Nenhum partido de esquerda, por causa do exemplo chinês, modificará um til seu programa gerador de pobreza e sofrimento popular.

 

Até aqui a cara da moeda. Agora, a coroa. Outro ponto são os objetivos últimos de tal política. Em artigo recente, “Pasmaceira e Festança Suicidas”, falei de parte deles. Não vou aqui voltar a eles.

 

PS: Observação final. Xi Jinping tem uma filha, Xi Mingze, nascida em 1992. Estudou francês na Hangzhou Foreign Language School. A partir de 2010, vigiada por seguranças chineses, foi aluna de Harvard. Formou-se em 2014, vive em Pequim. Dispensa comentários.

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA   -    é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas”.

 

 



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FELIPE AQUINO - POR QUE O ADVENTO ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.

 

O Natal de Jesus se aproxima, então devemos esperar o Salvador com a mesma expectativa que o esperaram os Patriarcas, os Profetas, a Virgem Maria, São José, os reis Magos, o velho Simeão: “Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Por que os meus olhos viram a vossa salvação” (Lc 2,29).

Os Profetas anunciaram a vinda do Senhor com riqueza de detalhes: Nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi. Seu Reino não terá fim… Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.

“Mas tu, (Belém), Éfrata, embora o menor dos clãs de Judá, de ti sairá para mim Aquele que será dominador em Israel” (Mq 5,1).

Isaias indicou o seu sinal: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma Virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14).

Sofonias faz o povo se alegrar: “Canta de alegria cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo coração, cidade de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, Ele está no meio de ti… O Senhor teu Deus está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; Ele exultará de alegria em tí, movido por amor” (Sof 3,14-18).

Malaquias indica o precursor que prepararia o seu povo para sua chegada: “Eis que envio o meu anjo, e ele há de preparar o caminho para mim; logo chegará a seu tempo o Dominador… Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o Dia do Senhor, dia grande e terrível” (Mal 3,1-4.23-24).

 

 

Isaias fala de sua grandeza e da beleza do Reino messiânico:

 

 

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor. (Sua alegria se encontrará no temor ao Senhor.) Ele não julgará pelas aparências, e não decidirá pelo que ouvir dizer; mas julgará os fracos com equidade, fará justiça aos pobres da terra, ferirá o homem impetuoso com uma sentença de sua boca, e com o sopro dos seus lábios fará morrer o ímpio. A justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar. Naquele tempo, o rebento de Jessé, posto como estandarte para os povos, será procurado pelas nações e gloriosa será a sua morada” (Is 11, 1-10).

 

 

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Leia também: Advento: O que é?

10 curiosidades sobre o Advento que melhorarão seu Natal

Advento: Preparação para a Festa do Natal de Jesus

O que significa a Coroa do Advento?

 

 

Isaías exortou o seu povo a ter ânimo porque Ele vem:

 

 

“Dizei àqueles que têm o coração perturbado: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos. Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe” (Is 35,1-6).

“Porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado, Ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este Nome: Conselheiro – Maravilhoso, Deus – Forte, Pai – Eterno e Príncipe – Da – Paz” (Is 9,5).

Então, a Igreja nos ajuda a preparar o coração para a sua chegada. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém.

A cada domingo acende-se uma das velas, que representam as várias etapas da salvação. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra de Jesus que vem a nós. Deus, a grande Luz, “a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1,9), nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz. Simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo: A vermelha que simboliza o perdão a Adão e Eva e a nossa fé. A verde, representa a esperança dos Patriarcas. A rosa (roxo claro), simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias. A branca simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria.

“É o tempo favorável, o dia da salvação”, de se arrepender dos nossos pecados e preparar o coração para o encontro com o Senhor. A celebração do Advento exige a mudança de mentalidade, correção de tudo que está na contramão do Evangelho em vista à busca da santificação pessoal.

É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica.

Dois aspectos marcam o tempo do Advento: a preparação próxima para o Natal e a lembrança viva do retorno glorioso de Cristo. Jesus alertou: “Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas só o Pai” (Mt 24,36). Peregrina nesta terra, a Igreja aguarda a vinda triunfal do “Dia do Senhor!” (1 Cor 1,8;5,5).

O Papa Bento XVI disse que: “O Advento nos chama a aproximar-nos, quase na ponta de pés, da gruta de Belém, onde se realizou o acontecimento que mudou o curso da história: o nascimento do Redentor”. “Mas a pergunta é: a humanidade do nosso tempo espera ainda um Salvador? Tem-se a impressão de que muitos consideram Deus fora dos seus interesses. Aparentemente não precisam d’Ele; vivem como se Ele não existisse e, ainda pior, como se fosse um “obstáculo” a superar para se realizarem a si mesmos. Também entre os crentes temos a certeza há quem se deixa atrair por quimeras aliciantes e distrair por doutrinas desviantes que propõem atalhos ilusórios para obter a felicidade”.“Sem dúvida, falsos profetas continuam a propor uma salvação a “baixo preço”, que termina sempre por gerar violentas desilusões”.

Celebrando cada ano este mistério, a Igreja nos exorta a renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco. A vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se, mediante a fé e os sacramentos, e orientar nossa vida de acordo com os seus ensinamentos.

A Igreja deseja ainda ardentemente fazer-nos compreender que o Cristo, assim como veio uma só vez a este mundo, revestido da nossa carne, também está disposto a vir de novo, a qualquer momento, para habitar espiritualmente em nossos corações com a profusão de suas graças, se não opusermos resistência.

Santo Irineu (†200) disse que: “Com a vinda de Cristo, Deus torna-se visível aos homens”. São Máximo, bispo de Turim, dizia: “Enquanto estamos para acolher o Natal do Senhor, revistamo-nos com vestes nítidas, sem mancha. Falo da veste da alma, não da do corpo. Vistamo-nos não com vestes de seda, mas com obras santas! As vestes vistosas podem cobrir os membros mas não embelezam a consciência”.

Nascendo entre nós, que o Menino Jesus não nos encontre distraídos ou comprometidos simplesmente a embelezar com iluminações as nossas casas. Ao contrário, preparemos na nossa alma e nas nossas famílias uma habitação digna onde Ele se sinta acolhido com fé e amor.

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



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PAULO R. LABEGALINI - OBEDECER SEMPRE ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Desde pequeno aprendemos que ser obediente é importante na educação do ser humano, mas até que ponto? É difícil discordar que uma criança deve obedecer aos pais, um militar deve obedecer ao comandante e um empregado deve obedecer ao patrão. Por outro lado, nem sempre um político obedece ao partido a que pertence ou um jogador de futebol obedece o esquema tático do treinador etc. Por que isso acontece?

A resposta parece simples: porque o ser humano pensa que não nasceu para ser mandado sempre. Por ser dotado de inteligência, não concorda com determinadas ‘regras’ que limitam o seu comportamento, porém, nem sempre se dá bem sendo desobediente.

E com relação a Deus, como fica a nossa obediência? Por que a sua Palavra quase sempre é desrespeitada? A resposta também é simples: porque Deus nos dá mais liberdade de escolha do que qualquer ‘patrão’. E muita gente se aproveita disso para desobedecer, sem medir as consequências.

Quem será que já parou o suficiente para pensar que essas consequências estão entre o céu e o inferno? É muito forte esse tipo de colocação? A resposta ainda é simples: caminhando na fé, nos afastamos do inferno e nada devemos temer!

Portando, encarando a linda realidade de que somos filhos de Deus e a Ele devemos total obediência, aconselho que rezemos sempre a “Ladainha da Humildade”:

“Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós. Jesus, manso e humilde de coração, ouvi-nos. Jesus, manso e humilde de coração, atendei-nos. Jesus, manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso.

Do desejo de ser estimado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser amado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser buscado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser louvado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser honrado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser preferido, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser consultado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser aprovado, livrai-me, Jesus! Do desejo de ser adulado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser humilhado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser desprezado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser rejeitado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser caluniado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser esquecido, livrai-me, Jesus! Do temor de ser ridicularizado, livrai-me, Jesus! Do temor de ser escarnecido, livrai-me, Jesus! Do temor de ser injuriado, livrai-me, Jesus!

Que os outros sejam mais amados do que eu – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que os outros sejam mais estimados do que eu – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que os outros possam crescer na opinião do mundo e que eu possa diminuir – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que aos outros seja concedida mais confiança no seu trabalho e que eu seja deixado de lado – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que os outros sejam louvados e eu esquecido – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que os outros possam ser preferidos a mim em tudo – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo! Que os outros possam ser mais santos do que eu, contanto que eu pelo menos me torne santo como puder – ó Jesus, concedei-me a graça de desejá-lo!

Ó Maria, Mãe dos humildes, rogai por nós. São José, protetor das almas humildes, rogai por nós. São Miguel, que fostes o primeiro a lutar contra o orgulho e o primeiro a abatê-lo, rogai por nós. Ó justos todos, santificados a partir do espírito de humildade, rogai por nós.

Oremos: Ó Deus que, através do ensinamento e do exemplo do Vosso Filho Jesus, apresentaste a humildade como chave que abre os tesouros da graça (cf. Tg 4,6) e como fundamento de todas as outras virtudes - caminho certo para o céu - concedei-nos, por intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria - a mais humilde e a mais santa de todas as criaturas -, aceitar agradecendo todas as humilhações que a Vossa Divina Providência nos oferecer. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo. Amém.”

            Humildade e obediência: virtudes inseparáveis para se aproximar de Deus.

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - SERÁ DECENTE PARTICIPAR NUM CULTO DE CALÇÕES ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando meu cunhado veio, em passeio, a Portugal, fomos à Figueira da Foz.

Habituado a andar, à vontade, pelo sertão brasileiro, envergava calção (bermudas) e t-shirt colorida.

O dia era quente e calmoso. Corria tépida e levíssima brisa, que mais parecia carícia, de que vento.

Almoçamos ao ar livre, numa esplanada. Apenas a avenida nos separava do extenso areal. Tão extenso era, que, por mais que alongássemos a vista, mal vislumbrávamos o mar.

Terminada a refeição, lembrou-se de ir ao Casino. Embora não seja meu lugar preferido, acompanhei-o, por cortesia.

Já no adito, fomos barrados. Não era permitido entrar na sala de jogos, em bermudas.

Não tivemos outro remédio, se não retirarmo-nos.

Nem os rogos de meu cunhado, afirmando que sempre entrara nos Casinos do Paraguai, nesses trajes, convenceram o empregado.

Segundo ele, (o porteiro,) era necessário manter o nível…

Tudo isso vem a propósito do que vi, durante a missa, que participei na igreja de São José de Ribamar, no bairro balnear, da Povoa do Varzim.

Na assembleia, havia senhoras de calções. Poucas, muito poucas, – mas havia…

Dir-me-ão: “ Mas que mal há nisso?!”

Nenhum. Cada qual usa o que gosta e está na moda.

Além disso, a igreja, fica a dois passos das famosas praias da Avenida dos Banhos, onde é livre e apropriado envergar bikini.

Mas uma coisa é a praia e passadouros; outra: o templo – Casa de Deus.

Pouco Lhe importa, ao Omnipotente, como cada um está vestido ou despido, mas é – a meu ver, – falta de consideração e respeito.

Como não é decente, sentar-se à mesa de tronco nu ou de chapéu, na cabeça; nem ir para a Faculdade, descalço, também, quando se entra na Casa do Senhor, mormente para participar numa cerimónia, deve-se usar trajes domingueiros…

Sou apologista que cada qual se cubra como quer ou pode, mas de acordo com o lugar e local, onde está.

Ninguém vai a entrevista de emprego em fato de banho; nem de sapatos e terno (fato completo) para a praia.

Este ponto de vista, pode ser taxado de puritanismo, mas, parece-me, que quem vai visitar individualidade de respeito, deve-se trajar de acordo com a solenidade da festa ou de quem se visita.

Ou estarei equivocado?

Não é questão de etiqueta ou de moda, mas de respeito.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal.



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