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Sábado, 27 de Janeiro de 2018
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - DIA DO ENFERMEIRO, OCASIÃO PARA SE PRESTAR ESPECIAL ATENÇÃO AOS DOENTES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desde outubro de 2005 foi lançada pela Organização das Nações Unidas e pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (JASP)  uma campanha mundial  visando ar atenuar os sintomas de dores nas pessoas, tema considerado de extrema  importância. Tanto que sobre o assunto, transcrevemos parte de editorial publicado pelo jornal “Folha de S. Paulo” (17.10.2004, A2): “Apesar de a farmacologia oferecer amplo arsenal para controlar a dor, sem mencionar tratamentos cirúrgicos, muitos pacientes, especialmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, ainda são forçados a conviver com ela. São várias as razões para o paradoxo. Elas vão desde situações prosaicas, como a burocracia para prescrever medicamentos de uso controlado, até fatores como a subjetividade da dor”.

Vislumbra-se assim em relação à questão, que se situa hoje entre as mais graves  de ordem pública, medidas que visem diminuir cada vez mais o sofrimento físico, bem como os efeitos de moléstias mentais. Com efeito,  o lema desse trabalho  em nível mundial é  “O alívio da dor deveria ser incluído entre os direitos humanos” e segue a concepção de que atualmente tudo deve girar em torno do respeito irrestrito à dignidade humana. cuja proteção se estende a todos os indivíduos, independentemente de idade, sexo, origem, cor, condição social, capacidade de entendimento e autodeterminação ou ‘status jurídico’.

         Nesta trilha, a Associação Médica Mundial num de seus documentos mais importantes ─ a Declaração sobre os Direitos do Pacie e ─, aprovada em 1981 durante a sua 34ª Assembléia, realizada em Lisboa (Portugal) e revista em Santiago (Chile) no ano de 2005, conclama: “O direito à dignidade, que implica respeitar a privacidade do paciente, sua cultura e seus valores; ter o sofrimento aliviado segundo o estado atual de conhecimento médico; e contar com cuidados terminais que dêem a ele toda assistência possível para tornar a morte tão digna e confortável quanto possível” (os grifos são nossos).

Apesar dessa moderna visão do problema, a situação brasileira ainda não é das melhores. Ocorre que em nosso País, apesar da saúde se revelar num dos direitos fundamentais constitucionalmente garantidos, o que se verifica é uma enorme distorção que também evidencia a dramática característica da desigualdade, inerente a outros setores sociais de igual relevância. E, dentre as inúmeras e sérias circunstâncias que afetam e prejudicam a área, talvez o pior se constitua no fato do sistema atual transformá-lo, de uma garantia legal do cidadão, em um privilégio econômico, acessível a poucos. Diante da fragilidade dos órgãos públicos, proliferam-se os planos de saúde da área privada, enfraquecendo os previdenciários de natureza oficial, sendo àqueles, no entanto, praticamente inacessíveis à maior parte do povo, que, além de precisar do uso de certos remédios, específicos para determinadas moléstias e muito dos quais importados, ainda acaba dependente de embates jurídicos.

         Embora de “competência comum” da União, dos estados e dos municípios, com reduzidas exceções, constata-se que os poderes públicos não realizam uma partilha eficiente das responsabilidades, o que impede desdobramentos práticos capazes de promover uma assistência, senão correta, pelo menos coerente, colocando-se os aspectos administrativos acima do dever de solidariedade e de respeito ao próximo. Assim, alguns indivíduos conseguem resolver o problema da dor física ou amenizá-lo, enquanto grande parcela da população a acumula com uma mais forte e constrangedora: a de não receber atendimento adequado por não ter recursos financeiros suficientes. Até quando?

 

 

                            DIA DO ENFERMO

 

Por iniciativa do então Papa João Paulo II, a Igreja Católica, a partir de 1993, celebra anualmente, em 11 de fevereiro – dia de Nossa Senhora de Lourdes -, o Dia Mundial do Enfermo, domingo próximo. Uma ótima oportunidade para que nossas autoridades reflitam e trabalhem para melhorar a situação em nosso país. Mais do que nunca, é preciso modificar o triste quadro que prevalece e nesta trilha, há diversas metas a serem alcançadas visando o seu aprimoramento. Este ano, o tema do Dia do Doente é tomado das palavras que Jesus, do alto da cruz, dirige a Maria, sua mãe, e a João: «“Eis o teu filho! (…) Eis a tua mãe!” E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-A como sua» (Jo 19, 26-27).

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com).

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:11
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - " GENUS IRRITABILE VATUM "

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Segundo o velho dito popular, a vaidade é um vício feminino. Nada mais injusto! Na realidade, os homens são tão vaidosos quanto as mulheres; e às vezes, até mais do que elas. A vaidade masculina costuma se revestir de formas diferentes das femininas, mas o vício é o mesmo, sem tirar nem pôr.

De modo especial são propensos à vaidade os escritores e poetas, que facilmente se irritam diante das críticas, até mesmo daquelas bem intencionadas e construtivas. Talvez por isso é que os clássicos cunharam a expressão "genus irritabile vatum" (o gênio irritadiço dos poetas). Conheci quando ainda era jovem, há quase 40 anos, um poetastro muito medíocre, muito sem inspiração, que compunha quadrinhas de pé quebrado. Seu apelido era "Batatinha", porque línguas maldosas diziam que ele havia conquistado o amor de sua futura esposa com uma serenata, no meio da qual declamou o seguinte "poema" de sua lavra: “Batatinha quando nasce / Esparrama pelo chão / Quando estou pensando em você, querida / Bate forte meu coração"... Era um homem extremamente amável e atencioso com as pessoas, educadíssimo em tudo... salvo quando alguém ousava criticar algum dos seus "poemas". Aí virava uma fera!

Numa célebre passagem em que comentou Pôncio Pilatos, o Padre Antônio Vieira aludiu à vaidade dos homens de letras: Pilatos sabia que Jesus Cristo era inocente, mas consentiu na sua condenação apenas porque não teve coragem de resistir às pressões dos que exigiam a morte do Nazareno. O caráter fraco de Pilatos fica muito patente nos Evangelhos. Era medroso, inseguro e influenciável. No entanto, quando mandou colocar no alto da Cruz a tabuleta com a inscrição "I.N.R.I." (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus) e alguns judeus protestaram, pedindo que fosse substituída por outra que significasse "Jesus Nazareno, que se diz Rei dos Judeus", Pilatos não se dobrou. Com energia surpreendente, exclamou: "O que escrevi está escrito!". E a tabuleta ficou como estava.

Por que um homem tão pusilânime conseguiu de repente tomar uma atitude tão firme? Essa a pergunta que faz o Padre Vieira, e logo em seguida responde espirituosamente: porque Pilatos era vaidoso como os homens de letras, e não podia tolerar que alguém ousasse corrigir o que escrevera.

A vaidade dos escritores obriga os críticos a fazer, por vezes, verdadeiros prodígios de diplomacia para não ferirem as susceptibilidades dos escrevinhadores, especialmente quanto altamente colocados.

Conta–se que Luís XIV teve certa vez a fraqueza de "perpetrar" alguns versinhos, e foi mostrá–los a Boileau, perguntando o que achava deles. A resposta do implacável crítico ficou célebre:

– Sire, nada é impossível para Vossa Majestade. Quis fazer maus versos e, como em tudo o que se digna fazer, foi muito bem sucedido.

Aqui no Brasil, também se contava que o Imperador D. Pedro II escreveu uns versos e foi mostrá-los a Carlos de Laet:

- Que acha dos meus versos, "seu" Laet?

- Bons, muito bons... Mas Vossa Majestade poderia fazer coisa melhor!

Mais galante - mas igualmente cruel - foi a resposta de Monteiro Lobato a uma jovenzinha que lhe declamava seus versos:

– Até versos ruins ficam bonitos quando você os declama!

Outro crítico, menos contundente que Boileau ou Laet, não encontrava o que elogiar no manuscrito que um pretensioso candidato à imortalidade lhe exibia, sôfrego por receber um elogio. Só encontrou uma saída:

– Que bonita letra é a sua!

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:05
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - VELHOS TABUS

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Essa semana o Brasil viveu um lamentável momento histórico. Nós, brasileiros, tivemos a triste tarefa de assistir mais um julgamento de um ex-Presidente da República. Independentemente de posição política, acho triste que isso esteja acontecendo. Triste não pela pessoa envolvida, de quem nunca fui sequer simpatizante e que jamais teve meu voto, mas sim porque nenhuma nação que se preze pode se orgulhar ou ficar feliz de ver aquele que um dia ocupou o mais importante cargo político, sentar-se no banco dos réus e, mais do que isso, sair de lá condenado por crimes que atingem, ainda que indiretamente, interesses de todos os cidadãos.

            Eu tenho vergonha alheia pelo Lula! Vergonha por ter representado o sonho de tanta gente que nele votou e que agora tem que encarar, aceitando ou não, que ele foi condenado criminalmente, com julgamento confirmado em segunda instância. Vergonha de quem ficou alardeando que defendia os pobres, os necessitados, mas que só fez enriquecer aos seus e aos seus comparsas. Vergonha ainda maior pela desfaçatez de vê-lo bradando em alto e bom som que é a pessoa mais honesta desse país.

            Seria muito temerário de minha parte afirmar que ele cometeu crimes se já não estivéssemos diante desse fato decidido pelo Judiciário brasileiro. Claro que agora há quem fique dizendo por aí que houve injustiça e sabe-se lá o que mais. A questão é que Lula, segunda a imprensa divulgou, acreditava que o resultado do julgamento seria 3 x 0 a seu favor e daí tudo bem, tudo certo. Quando deu o contrário, ou seja, 3x0 pela manutenção da acusação e aumento de pena, já não se estaria diante de um julgamento correto. Complicada, no mínimo, por assim dizer, essa forma de analisar as coisas.

            Individualmente, contudo, esse resultado importa ao ex-Presidente, à família dele, advogados e aos aliados. No contexto geral, no entanto, gerou uma imensa discussão, na qual todos querem ter razão e que, não raras vezes, termina em ofensas pessoas e desentendimentos. Nesse sentido, malgrado as coisas boas que o governo PT fez e não nego que tenha feito, mas que não representam salvo conduto para perpetração de qualquer crime, tenho comigo que o PT como um todo, em seus discursos recorrentes, tenha feito mais um imenso desfavor ao Brasil: o de dividir as pessoas como se só houvesse um lado e um ponto de vista a ser defendido, decretando-se o fim do bom senso.

            Desde criança eu escuto que há assuntos que são tabus e que não devem ser discutidos. Entre eles, a política. Difícil não fazer isso quando os destinos das pessoas dentro de um país dependem das atuações de quem ocupa cargos políticos. Complicado mesmo, ao meu ver, é tratar política como religião, como paixão futebolística. Não se pode ser cego nesse assunto, sob pena de caolhos se tornarem reis, a propósito.

            O diálogo deve ser aberto e todos, independentemente “do lado” em que nos inserirmos, devemos analisar as coisas de forma global, o mais imparcial que pudermos. Ao contrário, como li esses dias, condenados estamos todos nós...

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA -Advogada,professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e escritora.  São Paulo-

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:59
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - SURUBINHA DE LEVE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Na semana passada, duas crônicas me chamaram a atenção, uma do Antonio Prata, no domingo, na Folha de São Paulo, com o título “Minha opinião: não tenho opinião” e a outra do escritor Mentor Neto em sua página no Facebook, em 19 de janeiro, sobre a música (música?) “Surubinha de Leve” do MC Diguinho.
Antonio Prata questiona: “A bunda da Anita em ‘Vai Malandra’ é uma conquista do empoderamento feminino brasileiro ou mais uma figurinha no vasto álbum do machismo mundial?” A letra diz:” Vai, malandra, an na/ Ê, 'tá louca, tu brincando com o bumbum/ (...) 'Tá pedindo, an, na/ Se prepara, vou dançar, presta atenção. (...)/ 'Cê aguenta an, na/ Se eu te olhar/ Descer, quicar até o chão./ Desce, rebola gostoso/ Empina me olhando/ Te pego de jeito (...) É taca, taca, taca, taca...”
Sobre “Só Surubinha de Leve” (“...Surubinha de leve /Com essas mina maluca /Taca a bebida / Depois taca e fica”...”)  e diversas “preciosidades”, Mentor cita alguns versos de outros autores como “Faz a fila”:” Vem, faz a fila e vem uma de cada vez. (...) Com 3, com 6, 16, sei lá...” São músicas (?) tocada em pancadão e sucesso junto a adolescentes e jovens. Escreve: “Enquanto mulheres de todo o mundo se movimentam contra o assédio, contra o machismo, milhões de adolescentes brasileiras são cúmplices de ‘artistas’ que estabelecem uma cultura de violência e desprezo das mulheres”. 
Para o autor, é o resultado da educação precária, da falta de referências, da ausência de modelos. E completa: “Milhões de jovens brasileiros incapazes de perceber o quão primitivas (e primárias), grosseiras, machistas e agressivas são essas letras”.
Tenho pena das e dos adolescentes e jovens, sem perspectiva de futuro, que se entregam aos ritmos da carne sem vínculo com o coração. Atrizes e atores no festival da matéria que esvazia e leva ao fracasso.
Recordo de uma avó, desolada com a neta grávida aos 13 anos. Ao lhe perguntar sobre o pai do bebê, me disse que era o “Tiquinho”, ou seja, um tiquinho de cada um...
Além de lutar pela melhoria do nível da educação no Brasil, penso ser essencial fazer chegar à periferia projetos que ofereçam o que há de melhor na música, na cultura e no lazer. Caso contrário, menores e maiores continuarão expostos a exercitar instintos torpes, que passam pela sexualidade desenfreada, pelo uso de drogas e pela violência.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 



publicado por Luso-brasileiro às 18:45
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JOSÉ RENATO NALINI - RECEITA DE BRASIL

 

 

 

 

 

 

 

 

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O Brasil precisa de muita coisa que depende de cada um de nós. É uma nação privilegiada. Recebeu um patrimônio natural que garantiria o destino digno de sua gente, não fosse tão maltratado. Não há outro país que tenha oito mil quilômetros de um litoral tão magnífico. Há de tudo: praias para surfe, praias mansas, litoral de falésias, matas e montanhas. Areias de todas as cores. Riqueza exuberante.

O exemplo do litoral norte paulista é de causar inveja ao Velho Continente, onde as praias são íngremes, a areia é quase pedrisco e machuca os pés. Águas geladas mesmo no verão. E o que fizemos de nosso litoral?

A mesma reflexão poderia ser feita a respeito de nossas florestas, de nossos rios, de nossa biodiversidade. Da flora esplêndida, uma fauna estupenda. Clima favorável e solo fértil, “onde se plantando, tudo dá”. Lembra a velha piadinha que deveria terminar com lágrimas e não gargalhadas “Veja o povinho que eu coloquei lá”?

Pois chegamos a um instante dramático da nacionalidade. Um país que gasta mais do que produz. Um país que paga fortuna pelo chamado “serviço da dívida”, os juros por empréstimos contraídos não se sabe exatamente para quê.

Um país que precisa oferecer futuro digno para a sua infância e juventude. Não cuidou como deveria de imprimir consciência à população, convencendo-a de que uma nação é o conjunto de todos os seus habitantes. É a vontade de permanecer junto, é a noção de pertencimento, é a tradição dos antepassados, o orgulho por sua História.

E isso não é governo quem faz. É cada cidadão. O governo é mero representante. O representado é quem o elege e deveria fiscalizá-lo.

O momento é trágico, porque o Estado não cabe no PIB. O custo da máquina pública excede em muito a capacidade brasileira de produzir. Chegará o dia triste em que as obrigações não poderão ser satisfeitas. Assim como já ocorre em alguns estados da federação. A situação dos municípios não é diferente. É urgente que todas as pessoas de bem procurem oferecer trabalho, esforço redobrado, sacrifício e propostas para sair da crise.

Sensatez, prudência, juízo e serenidade. Algo que nem sempre transparece na postura de quem critica, reverbera, reclama e exige de um governo que ele mesmo elegeu algo que depende, na verdade, da consciência reta de cada cidadão.

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI   - Secretário da Educação do Estado de São Paulo, Imortal da Academia Paulista  de Letras e Membro da Academia Brasileira da Educação

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:37
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PÉRICLES CAPANEMA - COMPLEXO DE VIRA- LATAS

 

 

 

 

 

 

 

 

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De novo, mais um tropeção na ladeira buraquenta das realizações (e dos sonhos). Outra imagem, mais uma repetição no curso médio, já são várias, o aluno (o Brasil) até agora não conseguiu entrar na faculdade, faz anos lá estudam primos como a França e o Canadá. Vem ainda à cabeça a frase atribuída a de Gaulle: “O Brasil não é um país sério”. Loser. Paro por aqui, chega, tantas outras comparações deprimentes poderiam ainda ser lembradas, algumas das quais pipocam na imprensa e na rede.

 

Vamos ao fato. A Standard & Poor’s, agência de classificação de riscos, abaixou a nota de crédito do Brasil, de BB para BB-. O empurrão aproxima o país da zona dos caloteiros, onde estão Cuba, Venezuela, Moçambique, Angola (já sob plenos efeitos das maravilhas do socialismo), distanciando-o da região dos que têm o hábito de pagar as contas e despertam confiança nos negócios, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França (que sofrem os horrores do capitalismo).

 

No fundo do horizonte enxergamos horrorizados a perspectiva da Brazuela, ou seja, a situação brasileira pode ficar cada vez mais parecida com a da Venezuela, onde hoje muita gente do povo briga aos tapas por comida de cachorro. Nem todos se alarmam, porém. Marcus Pestana, deputado federal tucano, estadeou sinceridade escarrapachada: “A classificação de risco que interessa à esmagadora maioria dos deputados é o risco eleitoral”. Preocupação com o Brasil, zero. Contudo, não busquemos a saída escapista, jogar toda a culpa no cangote dos políticos, somos nós que os elegemos e por nossa culpa a qualidade vem caindo. Em geral vivem em nossa região, são nossos conhecidos. E o próximo Congresso, pressentimento generalizado, terá qualidade moral igual ou inferior ao atual. Tudo isso agrava a sensação de beco sem saída.

 

Com o rebaixamento da nota, normal, se a direção da economia não mudar, para órgãos públicos e empresas privadas o dinheiro no Exterior vai ficar mais caro, haverá menos aplicações de estrangeiros entre nós, crescerá a desconfiança com os rumos da economia. Em suma, tendência para a carestia, menos emprego, menos renda; mais sofrimentos, especialmente para os pobres.

 

Em um primeiro momento, Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, jogou o fardo da culpa no Congresso. Recebeu o troco: “Resposta de um candidato, uma pena”, declarou Rodrigo Maia, presidente da Câmara. “Muitas vezes ultrapassamos os nossos limites para entregar o que a equipe econômica pedia”, rebateu Eunício Oliveira, presidente do Senado. Michel Temer entrou em campo e acabou com o bololô que piorava ainda mais a situação. Os três atores passaram a agir combinados.

 

Em resumo, voltou brava a sensação de que vivemos em país que não dá certo. Se quisermos, nação com a sina do azarado, que com amargura repete, Deus é brasileiro. Complexo de vira-latas. “Por complexo de vira-latas entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro precisa se convencer de que não é um vira-latas”, definiu-a assim Nelson Rodrigues, o criador da expressão. Como deixar de ser vira-latas?

 

O cientista político Bolívar Lamounier arrisca explicação de fundo, aplica-se à atual situação de desencanto: “O fator preponderante nos retrocessos e rupturas sempre foi a falta de convicção das elites, sua falta do mais elementar bom senso e sua covardia quando o exercício da autoridade governamental se fez necessário. A República de Weimar e o Brasil de 1961-64 são bons exemplos. Dói constatar [...] o Brasil não se livrou de uma classe política virtualmente desprovida de responsabilidade pública”.

 

Ponho as palavras do cientista político como meu aeroporto a partir do qual vou tentar voar um pouco. Acho, toca em dois pontos centrais, o primeiro, elites como fator indispensável do bem comum. E a pessoa começa a pertencer è elite, quando nela brota preocupação com o bem comum. Decai à medida que vai se apagando o senso do bem comum. Falo de todos os tipos de elite, operárias, sociais, intelectuais, esportivas, militares, artísticas, empresariais, publicitárias, morais, sei lá mais o quê. Precisam ter convivência harmônica, unidas pela noção viva que a primeira entre elas é a elite moral. Enquanto o Brasil não tiver um sem-número de corpos sociais que, em cada âmbito, estimulem o movimento de ascensão, nosso futuro será de chorar. Boa parte da ascensão vem da admiração profunda pelos “role models” autênticos, faróis, a começar na família. E da família embebendo até os mais recônditos desvãos da sociedade. Nesse ambiente surgiria organicamente uma elite política benéfica ao País. A representação estaria muito mais ligada à excelência que ao dinheiro, a táticas eleitorais, a recursos publicitários. Assim e não batendo pé nos ataques bestas às zelite, encontraríamos rumo.

 

Vou me fixar agora em um aspecto do assunto. Lamounier fala de covardia, falta de elementar bom senso, inexistência de responsabilidade pública na classe política brasileira. Tem razão, acrescento um ponto. Lembrou-me livro, publicado em 1927, que fez furor na França e na Europa, La trahison des clercs de Julien Benda. Clercs aqui quer dizer intelectual, homem das letras. Entre outros aspectos, Julien Benda falou ali da tendência que tem o intelectual à covardia e à falsidade. O que nos empurra para a necessidade dos bons hábitos morais. Subjacente a qualquer programa de governo estão os bons costumes. Sem bons costumes, até o melhor programa fracassará.

 

Por que digo tudo isso? Para propor uma medida prática. Brasília vive imersa na corrupção, está ali nos dirigentes quase morto o senso do bem comum (o segundo ponto do texto comentado). Apenas um exemplo: temos 60 mil assassinados por ano no país, nas estradas morrem cerca de 50 mil, 600 mil ficam lesionados, gravemente ou nem tanto. De cada dez motoristas parados na virada do ano, seis foram autuados (ou sejam, apresentavam riscos ou estavam ilegais). Não desperta horror, mas é um quadro terrível de desordem, indisciplina, falência do poder público, acobertado pela impunidade e corrupção. Nesse ambiente, como evitar o complexo do vira-latas? Pelo menos tentemos votar direito (moralidade + iniciativa privada), as eleições estão na porta. E procurar que outros em nosso círculo de relações também o façam. Já seria um bom começo.

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas".



publicado por Luso-brasileiro às 18:25
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FELIPE AQUINO - VIVER NA PRESENÇA DE DEUS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Se você está perdido, se já não sabe o que fazer na vida, é porque perdeu essa Luz divina que reside no teu ser. Faça silêncio e ouça a orientação que vem de Deus!

 

 

Este é o ponto mais importante da vida espiritual. Deus habita em nós desde o batismo (1Cor 3,15), desde que estejamos na graça de Deus; mas, infelizmente, nos esquecemos disso com muita facilidade. São Paulo disse aos filósofos gregos em Atenas, no areópago, que “em Deus nós existimos, nos movemos e somos” (At 17,28). Mas esquecemos.

Assim como o pássaro vive no ar, e nele voa e se desloca, assim nós fomos feitos para “viver mergulhados em Deus”. Sem o ar que o envolve o pássaro não consegue voar; no vácuo não teria a sustentação da resistência do ar e cairia; de nada lhe valeriam as asas.

Nós também, sem Deus não temos sustentação para viver em equilíbrio e paz, caímos. O mesmo vale para o peixe; ele vive na água; fora dela ele não pode se mover, respirar, e morre. É isso que acontece conosco quando nos afastamos da Presença de Deus. Como disse São Tomás, nos “aproximamos do nada”.

Deus está em todo lugar a todo tempo, pois é Onipresente. Então, esteja você onde estiver, fazendo qualquer atividade, boa ou má, Deus ai está. Não há como viver longe Dele. Precisamos meditar profundamente, o que diz o salmista:

 “Senhor, Vós me perscrutais e me conheceis, sabeis tudo de mim, quando me sento ou me levanto. De longe penetrais meus pensamentos. Quando ando e quando repouso, Vós me vedes, observais todos os meus passos. A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda. Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão. Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo. Para onde irei, longe de Vosso Espírito? Para onde fugir, apartado de Vosso olhar? Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos mortos, lá vos encontrareis também. Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos confins do mar, é ainda Vossa mão que lá me levará, e Vossa destra que me sustentará. Se eu dissesse: Pelo menos as trevas me ocultarão, e a noite, como se fora luz, me há de envolver. As próprias trevas não são escuras para vós, a noite Vos é transparente como o dia e a escuridão, clara como a luz”. (Sl 138)

 

 

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Leia também: Comece o dia na presença de Deus

Papa Francisco adverte contra os obstáculos que impedem sentir a presença de Deus

Duas exigências fundamentais para quem quer servir a Deus

Como manter acesa a chama da nossa fé?

Rezar é por-se à disposição de Deus

 

 

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Deus está em nós, e junto de nós, mas às vezes somos cegos a esta realidade. Se um cego estiver na presença do rei, mas não souber disso, pode se comportar-se mal, distraído; mas se sabe que o rei está presente, então muda sua atitude. Nós agimos muitas vezes assim como cegos na presença do Rei divino, sem saber que Ele está ali; então, nos comportamos mal, agimos mal, rezamos mal; somos distraídos na Presença do Rei.

Quando vamos rezar, então, a primeira necessidade é “se colocar na presença de Deus”; tomar consciência que Ele está ali, me vendo, me ouvindo. Então podemos ter uma devoção profunda, falando com Ele no silencio da alma, familiarmente, como um filho fala com seu querido pai.

Quando Deus chamou Abraão para uma Aliança especial, da qual nasceria o povo de Deus, e dele o Salvador, fez duas exigências fundamentais a Abraão: “Anda em minha presença e sê perfeito” (Gen 17,1). “Anda na minha presença”: Abraão saiu do paganismo da Babilônia, para dele nascer o povo de Deus; precisava ser guiado pela mão por Deus. Então, Deus exige, “anda na minha presença”; “sem isso você não vai ouvir minha voz, não vai saber o caminho da Terra Prometida que Eu quero lhe dar, não vai ter luz em seu caminho, e nem força para caminhar”. Então, por favor, “anda na minha presença”. E Abraão soube obedecer esta ordem; por isso levou a sua família até a Palestina e fez Aliança com Deus. Tinha familiaridade com Deus, conversava com Deus como um Amigo.

E Deus exigiu também, “se perfeito”. Deus é santo, três vezes santo, disse Paulo VI. E não convive com o pecado. Para que Abraão andasse sempre em sua presença, precisava ser integro; não se deixar corromper pelos idolos e fascinações do pecado. E Abraão foi integro; foi obediente a Deus a tal ponto de estar disposto a imolar Isaac, se Deus de fato quisesse.

Nós também temos de viver assim: na presença de Deus, lutando para ser íntegro. Então, permaneceremos em Deus; e Ele será nossa luz na caminhada, nossa força, nossa esperança. Na sua luz teremos resposta a nossas dúvidas, paz no meio dos conflitos, tentações, tribulações. Teremos harmonia e verdade, porque a luz eterna vai conosco. Dele vêm nossas inspirações, com Ele todo medo e insegurança serão banidos.

Por isso, cultivar essa amizade e intimidade com Deus na oração, na meditação e na contemplação, será sempre a melhor garantia de colher bons frutos na ação familiar, profissional e, especialmente, pastoral e missionária. Aqueles que se atiram a um ativismo frenético na pastoral, sem essa vida interiror com Deus, se cansam, se desiludem, desanimam e largam tudo. Porque agem com as próprias forças e não com as de Deus. A Igreja perdeu muitos por causa disso.

Se você está perdido, se já não sabe o que fazer na vida, é porque perdeu essa Luz divina que reside no teu ser. Faça silêncio e ouça a orientação que vem de lá. Não deixe que ela se apague em você por causa do pecado. O pecado fere a Majestade divina e sua justiça. A força para não ofender a Deus está na própria consciência de Sua Presença. Certos dela, teremos constrangimento de pecar.

Sem essa Presença divina, você estará excluindo-se de si mesmo; pois não conhecerás mais a sua identidade. O querido papa São João Paulo II, disse um dia numa enciclica (Redemptor hominis), que “sem Jesus Cristo, o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um enigma indecifrável, um mistério insondável”. Está perdido!

Deus se esconde em nossa alma, porque quer ser procurado, amado; quer que tenhamos sede Dele. O autor das Crônicas disse: “O Senhor está convosco assim como vós estais com Ele. Se vós o procurais, Ele se manifestará a vós, mas se vós o abandonais, ele vos abandonará” (2 Cr 15,2). Jesus mandou: “Permanecei em Mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em Mim… sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

 

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Todos os nossos pensamentos, palavras, atos e decisões, precisam ser realizados na Presença de Deus, para que sejam acertados. Não vemos Deus, mas Ele nos vê. A Esposa do Cântico dos Cânticos, disse: “Ele está escondido, não o posso ver, mas Ele me vê, Ele está me olhando…” De modo muito especial isso se aplica quando estamos diante de Jesus Sacramentado. Não o vemos no Sacrário, mas
Ele nos vê e nos ouve.

Na Presença de Deus temos então, um respeito profundo com Sua divina Majestade. E precisamos pedir como o Salmista: “Nunca me lance longe de Tua Presença, ó meu Deus, não tires de mim o Vosso Santo Espírito” (Sl 50,13).

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 18:13
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PAULO R. LABEGALINI - OS NOSSOS SACERDOTES

 

 

 

 

 

 

 

 

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Até hoje, nos relacionamentos que tive com os sacerdotes, nunca houve nenhum tipo de atrito, graças a Deus. Além disso, sempre ocorreu muita descontração em cada encontro, alternando o útil e o agradável nos diálogos.

Nas reuniões de comunidade, por exemplo, mesmo com a presença de vigários diferentes, temos boas recordações de brincadeiras sadias, que eles usaram para motivar e unir ainda mais o grupo em busca de um objetivo comum.

Ah, se Jesus Cristo e Maria Santíssima estivessem sempre em nossos corações como estão presentes nos seus filhos prediletos – os sacerdotes! Aí sim, acredito que não teríamos muitas coisas para nos preocupar! E como conseguir isso?

Com certeza, imitando a conduta dos sacerdotes: rezando um pouco mais, conseguindo tempo para ajudar nas obras de Deus, fugindo do pecado, pregando o Evangelho, combatendo as injustiças, incentivando a caridade entre irmãos, recebendo diariamente a Eucaristia etc.

Parece difícil, mas se torna fácil quando abrimos o nosso coração ao Amor de Maria e à Paz de Jesus. O trabalho em comunidade nos aproxima de Deus, a tal ponto, que a nossa caminhada passa a ser cada vez mais cristã, por obra do Espírito Santo.

Quem está nesse caminho, consegue entender melhor o bom humor dos padres, mesmo sabendo que enfrentam uma série de problemas quase insuperáveis para qualquer leigo como nós. Todos deveriam ter essa experiência de convivência com os sacerdotes para reconhecerem que eles têm muito carinho para conosco e precisam da nossa compreensão quando nos orientam ou, principalmente, nos repreendem nas falhas que cometemos.

Também nos programas de televisão, quando presentes, os padres ficam à vontade, aceitando brincadeiras e testemunhando a fé viva que brota de seus corações. Cada vez mais, se tornam grandes exemplos para as novas vocações!

E você, leitor, concorda comigo? Se tiver dúvidas e quiser confirmar as minhas palavras, convide um sacerdote para almoçar com você e, em breve, terá uma opinião própria a respeito. Tenho certeza de que o saldo, a seu favor, será muito positivo nesse relacionamento e, com o tempo, aprenderá bastante sobre a sua santificação aqui na terra ... a caminho do céu.

ORAÇÃO VOCACIONAL: “Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: vem e segue-me. Derrama sobre nós o teu Espírito, que ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao reino, na vida consagrada e religiosa. Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja. Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder sim. Amém.”

           

 

Ø  E a todos os leitores dos meus artigos: além de rezar por vocês diariamente, desejo que o Menino Jesus ilumine suas vidas em 2018. Salve o Ano Novo!

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



publicado por Luso-brasileiro às 18:07
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - VEIO NO JORNAL ... ENTÃO É VERDADE !

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Certa ocasião, ao escutar debate entre políticos, admirei-me que um deles – conhecida ex-deputada, – dissesse, para reforçar sua opinião, que tinha visto na Internet! …

Essa licenciada, fez-me recordar pobre diabo, que conheci, no tempo de juventude, na aldeia de minha mãe.

Tinha apenas a antiga quarta classe, mas soletrava com facilidade, e conseguia, sem custo, alinhavar as letras, quando lhe pediam para escrever carta ao filho que embarcara para o Brasil.

Nesse tempo, ainda se emigrava para o Brasil; mais tarde, os aldeões, partiam – muitos a salto, – para França e Alemanha, convencidíssimos, que, nesses países, a vida e a remuneração, seria melhor e mais substancial, do que na sua terra, entre a sua gente.

Pois esse camponês, sempre que queria atestar a veracidade de acontecimento, declarava, enfaticamente: “ Veio no Jornal! …”

Para ele, tudo que era escrito em letra de forma, era verdade pura.

Não admira que assim pensasse. Conheci citadinos – e ainda conheço, – que asseveram, a pés juntos, a veracidade da notícia, porque: “ Viram na TV”; “ ouviram na rádio”; ou “ leram no jornal”…

Muitos têm formação académica superior, o que prova, que o “ canudo” nada prova.

Bertrand Russell, considerava que: “ Uma das causas da infelicidade dos intelectuais dos nossos dias, é o facto de muitos deles, especialmente escritores, não terem oportunidade de exercer livremente os seus talentos, e serem obrigados a pôr-se ao serviço de ricas corporações, dirigidas por filisteus, que os obrigam a escrever o que eles muitas vezes consideram disparates perniciosos. Se alguém perguntar aos jornalistas americanos ou ingleses se acreditam a política dos jornais em que trabalham, verificará, suponho, que uma minoria acredita; os restantes, para ganharem a vida, prostituem o seu talento ao servirem objetivos que julgam ser nocivos.” ( “ A Conquista da Felicidade” - Guimarães Editores - 4º edição. Tradução de José António Machado)

Quantos escritores e jornalistas do nosso país se “ prostituem” para verem seus textos publicados?

Uns, abraçam ideologias que não professam, mas que lhes abre a oportunidade de serem editados: assegurando o apoio simpático da crítica da “capelinha”.

Outros, “ vendem” o talento, a partidos políticos; e ainda há quem enxameie os textos com frases e episódios torpes, para conseguirem vender o livro! …Eça não queria que a filha conhecesse alguns dos seus romances…

Possuo carta, de escritora, endereçada a meu pai, que revela que o editor rejeitara a obra, porque não a “apimentou” convenientemente…

E escritor de nomeada, há muito falecido, confessou – em particular, – numa livraria lisboeta, que para conseguir publicar o primeiro livro, foi “ obrigado” a filiar-se num partido político! …

O que se passa com o escritor, passa-se, também, com muitos jornalistas.

Termino, com o parecer do actor João Reis, revelado numa entrevista à “Notícias TV” de 29/06/2012: Se quiserem, as televisões conseguem manipular as pessoas. Aliás, basta ver, às vezes, o alinhamento dos noticiários, para ver que manipulam.”

Mas, ainda há quem acredite, em tudo, que a mass-media divulga; e forme opinião em mentiras e meias verdades! …

“ Vi no jornal!”; ouvi na TV!”; é quanto basta para fundamentarem atitudes, ou condenar artistas e políticos…

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   - Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 17:56
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EUCLIDES CAVACO - BERÇO DO FADO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


É com prazer que partilho mais este meu poema de sabor a fado que agradeço partilhem também com os vossos amigos, pois o nosso fado bem merece por Ele ser A ALMA PORTUGUESA.



https://www.euclidescavaco.com/berco-fado

 

 

 

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

 

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4º  Domingo do Tempo Comum - Dom Vicente Costa

 

 

https://youtu.be/vhBFVoNvmuU

 

 

 

 

***

 

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***
 
 
 
 
 

Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto( Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 17:40
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Sábado, 20 de Janeiro de 2018
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - "SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA", TEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2018

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O período quaresmal, que se inicia na quarta-feira de cinzas (14 de fevereiro próximo) lembra os quarenta (40) dias que Jesus passou no deserto preparando-se para a sua missão, e os quarenta (40) anos em que o povo do Israel andou no deserto rumo à terra prometida. É um tempo litúrgico de preparação à celebração da Páscoa do Senhor; uma época de conversão e de transformação da própria vida através da penitência, da oração contínua, da escuta atenta e amorosa da Palavra de Deus. É o tempo em que a Igreja Católica no Brasil mantém a Campanha da Fraternidade, que tem por objetivo despertar a solidariedade de seus fiéis e de toda a sociedade em relação a um problema concreto que envolve toda a nação, buscando soluções para o mesmo.

“A “fraternidade” é expressão de uma antropologia segundo a qual os seres humanos, no fundo, são todos irmãos, membros de uma única família humana, com dignidade e direitos fundamentais comuns. Decorre daí, como conseqüência ética, que essa dignidade deve ser reconhecida em cada ser humano e os seus direitos fundamentais, respeitados e promovidos por todos. O que vale para um vale pata todos. Essa também é a base da Declaração Universal dos Direitos Humanos” (Dom Odilo P. Scherer) (O Estado- 14/11/2009-A2).

Para o ano de 2018, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil propõe uma profunda reflexão sobre a realidade social, escolhendo como tema “Fraternidade e superação da violência” tendo como lema “Em Cristo somos todos irmãos (Mt 23,8)”.

Trata-se de um tema de grande relevância. A questão realmente merece melhor tratamento em nosso país, principalmente por que o direito à integridade física, moral e psicológica se constitui ao lado da liberdade, da igualdade, da propriedade e da própria vida, num dos anseios individuais fundamentais mais relevantes. E os direitos humanos necessariamente necessitam ser preservados e garantidos. A título ilustrativo, citemos Oscar Vilhena Vieira, Professor de Direito da PUC-SP e Procurador do Estado que de modo brilhante, assim se expressou sobre a importância do respeito aos mesmos em todas as dimensões sociais:- “Se pretendermos ser civilizados, é preciso levar os direitos humanos a sério. Submeter os demais ideais de crescimento econômico, modernização e segurança aos seus princípios. Reconhecer em cada pessoa, independente de sua raça, sexo ou origem, um ser moral, garantindo a liberdade e provendo as necessidades básicas de cada um. A paz social não é uma dádiva, é uma construção. A opção dos direitos humanos é o da civilização. Sua negação, o atraso, a barbárie. A cada um de nós cabe a escolha” (“O Estado de São Paulo”, 10.12.1996 - pág. A-2).

O consagrado jurista DALMO DE ABREU DALLARI certa vez escreveu que o homem se encontra numa daquelas encruzilhadas da história. “Ou se escolhe pelo humanismo ou se escolhe pelo materialismo. O humanismo está na luta pelos direitos humanos. E o materialismo está fundado no capitalismo – na sua forma extremada. Denomina-se de globalização ou de neoliberalismo. É, em outras palavras, o materialismo. A pessoa humana é totalmente dependente dos objetivos econômico-financeiros. Essa valorização do bem material sobrepõe-se ao valor humano. Isso causa certa perplexidade, invertendo a ordem das coisas... O crime não traz vantagem a ninguém. O Estado acaba arcando com todas as consequências do crime e, indiretamente, a sociedade. A omissão do Estado no fornecimento de condições mínimas para a sobrevivência do cidadão pode gerar sua exclusão social. São a pobreza e a miséria exacerbada que levam os menos afortunados ao crime. Ao mesmo tempo, a impunidade, a ganância e a corrupção levam os poderosos a cometerem crimes contra o patrimônio, subvertendo ainda mais a ordem pública”.

Conclui-se assim, que a violência deve ser combatida com critérios racionais e dentro dos limites permitidos pela lei. Os direitos humanos devem ser colocados como parâmetros dessa repressão, aplicando-os também e principalmente às vítimas e aos familiares destas, para que não paire a falsa impressão de que somente os infratores são alcançados por eles. Além do mais, o Brasil precisa se estruturar de forma que essa aplicação seja rápida, coerente e parcimoniosa com os danos que sofrem.

 Por outro lado, estruturar melhor as áreas educacional e de saúde. Um dos aspectos que agravam a péssima situação da primeira é o da justiça social desconhecer o direito de todos à educação, reservando a cultura a uma classe privilegiada,  fossilizando assim, muitas forças humanas, mesmo porque, o seu fim é determinado pelo fim último do homem. O que evitaria muitos problemas relacionados com a crescente a violência no país.  

           

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:27
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - UMA CRÓNICA DE MONTEIRO LOBATO

                  

 

 

 

 

 

 

 

 

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Não costumo fazer, nos meus livros e artigos, longas transcrições de textos alheios, por entender que citações, por regra, devem ser poucas, e mesmo assim se forem indispensáveis. Abro hoje uma exceção para compartilhar, com os leitores,trechos de uma admirável crônica de Monteiro Lobato, publicada por ele em 1918, há precisamente 99 anos.  Seu título é “A luz do baile”. Trata-se de um elogio à memória do imperador D. Pedro II e uma crítica ao regime político imposto pelo golpe do 15 de Novembro. Tenha-se presente que o autor não era monarquista, era apenas um crítico da república brasileira.

Lobato salientou o papel moralizador extraordinário exercido por D. Pedro II na vida pública brasileira e sobretudo sua obra interrompida de plasmar uma consciência cívica coletiva entre os brasileiros. Lobato comparava metaforicamente o papel de D. Pedro II à luz do baile. Passo a transcrever o próprio texto lobatiano:

         "A sua função [de D. Pedro II] no formar da nacionalidade brasileira não está bem estudada. Era um ponto fixo, era uma coisa séria, um corpo como os há na natureza, dotados de força catalítica. Agia pela presença. O fato de existir na cúspide da sociedade um símbolo vivo e ativo da Honestidade, do Equilíbrio, da Moderação, da Honra e do Dever, bastava para inocular no país em formação o vírus das melhores virtudes cívicas.

"O juiz era honesto, se não por injunções da própria consciência, pela presença da Honestidade no trono. O político visava o bem público, se não por determinismo de virtudes pessoais, pela influência catalítica da virtude imperial. As minorias respiravam, a oposição possibilizava-se: o chefe permanente das oposições estava no trono. A justiça era um fato: havia no trono um juiz supremo e incorruptível. O peculatário, o defraudador, o político negocista, o juiz venal, o soldado covarde, o funcionário relapso, o mau cidadão enfim, e mau por força de pendores congeniais, passava, muitas vezes, a vida inteira sem incidir num só deslize. A natureza o propelia ao crime, ao abuso, à extorsão, à violência, à iniquidade - mas sofreava as rédeas dos maus instintos a simples presença da Equidade e da Justiça no trono.

"Ignorávamos isso na monarquia. Foi preciso que viesse a república, e que alijasse do trono a Força Catalítica para patentear-se bem claro o curioso fenômeno. A mesma gente, o mesmo juiz, o mesmo político, o mesmo soldado, o mesmo funcionário até 15 de novembro honesto, bem intencionado, bravo e cumpridor dos deveres, percebendo, na ausência do imperial freio, ordem de soltura, desaçamaram a alcateia dos maus instintos mantidos em quarentena. Daí o contraste dia a dia mais frisante entre a vida nacional sob Pedro II e a vida nacional sob qualquer das boas intenções quadrienais que se revezam na curul republicana.

"Pedro II era a luz do baile. Muita harmonia, respeito às damas, polidez de maneiras, joias de arte sobre os consolos, dando o conjunto uma impressão genérica de apuradíssima cultura social. Extingue-se a luz. As senhoras sentem-se logo apalpadas, trocam-se tabefes, ouvem-se palavreados de tarimba, desaparecem as joias... Como, se era a mesma gente? Sim, era a mesma gente. Mas gente em formação, com virtudes cívicas e morais em início de cristalização. Mais um século de luz acesa, mais um século de catálise imperial, e o processo cristalizatório se operaria completo. O animal, domesticado de vez, dispensaria açamo. Consolidar-se-iam os costumes; enfibrar-se-ia o caráter. E do mau material humano com que nos formamos sairia, pela criação de uma segunda natureza, um povo capaz de ombrear-se com os mais apurados em cultura.

"Para esta obra moderadora, organizadora, cristalizadora, ninguém mais capaz do que Pedro II; nenhuma forma de governo melhor do que sua monarquia. Mas sobrevém, inopinada, a república. Idealistas ininteligentes, emparceirados com a traição e a inconsciência da força bruta, substabelecem-se numa procuração falsa e destroem a obra de Pedro II 'em nome da nação' (...) A nação não reage, inibida pela surpresa, e também porque lhe acenam logo com um programa de maravilhas, espécie de paraíso na terra...

“De norte a sul o povo lamuria a sua desgraça e chora envergonhado o que perdeu. Tinha um rei. Tem sátrapas. Tinha dinheiro. Tem dívidas. Tinha justiça. Tem cambalachos de toga. Tinha parlamento. Tem antessalas de fâmulos. Tinha o respeito do estrangeiro. Tem irrisão e desprezo. Tinha moralidade. Tem o impudor deslavado. Tinha soberania. Tem cônsules estrangeiros assessorando ministros. Tinha estadistas. Tem pegas. Tinha vontade. Tem medo. Tinha leis. Tem estado de sítio. Tinha liberdade de impressa. Tem censura. Tinha brio. Tem fome. Tinha Pedro II. Tem… Não tem! Era. Não é.  (...)”

 

E aqui concluo a longa transcrição lobatiana, que continua terrivelmente atual no Brasil de 2017. Destaquei apenas trechos de um texto muito maior, que foi publicado na "Revista do Brasil", n° 36, de dezembro de 1918 (vol. IX, ano III, pp. 387/391). Pode também ser encontrado na internet, em: solepro.com.br/Artigos/.../A%20Luz%20do%20Baile.pdf

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:17
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - VELHOS PROBLEMAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Embora a gente viva acreditando que ao virar o ano as coisas possam mudar, a verdade é que nem de longe isso acontece como gostaríamos. O que nos move, no fundo, é a esperança de que novos ciclos comecem e que antigos se fechem. Já escrevi sobre isso várias vezes, inclusive. Fico até pensando que fiz isso de forma inconsciente, talvez pensando em caixa alta e tentando me convencer disso.

            O fato é que 2018 já gastou metade de seu primeiro mês e muito do que vejo por aí são os mesmos velhos problemas. Os pobres continuam pobres e os ricos continuam ricos. A classe média, como sempre, vive se espremendo para sobreviver, tarefa cada dia mais inglória. Passadas as festas de fim de ano, passou também o alívio de se ter superado mais uma etapa, bem como aquela sensação de que os problemas estavam pausados, meio suspensos pela animação e pela fé em dias melhores.

            Acabou o gás de cozinha e a alegria de encontrar um mero botijão beirando os cem reais é algo indescritível. A esperança de que a compra semanal sairia mais barata agora que não inclui nada para a ceia ou mimos para os amigos e família vai por água abaixo tão logo a moça do caixa pergunta se vou pagar com débito ou crédito, pois minha vontade é de perguntar se aceitam financiamento ou mesmo um pouco de sangue.

            Aqui em São Paulo o ano já começou quente: greve de metroviários e a passagem que aumentou. Inconformadas, as pessoas foram para as ruas, manifestando seu desgosto com mais uma perda em suas economias. A polícia, por dever, é chamada para acompanhar a ocorrência, mas estou certa de que, tão desgostosa quanto o restante da população, passaria para lado dos manifestantes sem pestanejar, caso pudesse. Claro, por óbvio, que me refiro ao legítimo direito de insurgência e não aos eventuais baderneiros oportunistas.

            Infelizmente, cá estamos nós de novo defronte àquilo que já nos incomodava em 2017 e nos anos anteriores e mais uma vez eu me questiono sobre o que é preciso fazer para que algo realmente mude para melhor. Sobretudo em ano de eleições, acredito que a grande maioria dos brasileiros se encontre preocupada com o destino que espera nosso país já tão assolado por falcatruas e bandidos de colarinho encardido de tão sujo.

            A verdade é que a população brasileira está no limite de sua paciência, já tendo praticamente esgotado sua inocência. Tanto vagabundo nos enganando, surrupiando dinheiro público para compra de mansões, para estudar filhos no exterior, para enriquecer a parentalha, que é quase impossível acreditar em alguém. Eu já não boto minha mão no fogo por mais ninguém. Cansei de perder a pele. Agora só acredito vendo e olhe lá. Em terra de política, quem vê cara e promessa, só vê isso mesmo.

            Enquanto uns enchem a burra de dinheiro alheio, outros vivem pelas ruas, sem nada, nem mesmo esperança. Assistência social parece nem existir. As pessoas vão perdendo a nitidez e se tornando mais invisíveis na medida em que deixam de ser pagadoras de impostos. Viram estorvo, nada mais. E lá vamos nós, de novo, discutir auxílio moradia de funcionários públicos... Tudo velho de novo. Mas tá tudo certo, porque logo vem o Carnaval. Isso é Brasil!

 

 

 

CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA -Advogada,professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e escritora.  São Paulo-



publicado por Luso-brasileiro às 17:12
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