O Dia do Hospital é comemorado a 02 de julho, data da fundação da Santa Casa de Misericórdia da cidade de Santos, um dos maiores hospitais do Brasil, no ano de 1945, pelo governo do presidente Getúlio Vargas. É uma forma de homenagear os profissionais que trabalham dentro dos hospitais, como nutricionistas, médicos, enfermeiros, radiologistas, terapeutas, psicólogos, secretárias, faxineiras, cozinheiras, dentre outros.
No decorrer de todos esses anos, a comemoração se transformou, em escala nacional, numa excelente oportunidade de conscientização e realização de promoções que enfatizam a importância do cuidado com a saúde humana. Principalmente em nosso país no qual ela é quase que permanentemente desleixada por nossas autoridades, provocando uma situação caótica e vergonhosa na área em todo o território.
Com efeito, reitero aqui que os reflexos dessa situação são evidenciados todos os dias: filas em postos de saúde e hospitais; marcação de consultas e de cirurgias com longos períodos de espera; hospitais com tecnologia desatualizada e sucateada; profissionais nem sempre atualizados, muitas vezes em decorrência do excesso de horas de trabalho mal remunerado, que impede disponibilidade de tempo e recursos econômicos para sua imprescindível reciclagem e atendimento precário de portadores de moléstias graves; doentes praticamente largados em corredores das instituições e muitos outros exemplos desoladores.
Também podemos apontar inúmeras tentativas de se utilizar deste importante setor para fins políticos. No entanto, o conceito moderno de saúde indica que ela se constitui no bem-estar do indivíduo nos aspectos físico, mental e social. Por isso, o DIA DO HOSPITAL serve para lembrar a todos que a saúde é coisa séria e como tal, deveria ser tratada, pois ao contrário, revela-se em fiel depositária de muitas das mazelas sociais, como constantemente podemos verificar em todos os rincões brasileiros.
Santa Isabel e o Dia do Panificador
08 de julho é consagrado à Santa Isabel, padroeira dos padeiros, razão pela qual nesse ocasião se comemora o Dia do Panificador. A história dessa santa é de Portugal, registrando-se no ano de 1333 uma fome terrível, durante a qual nem os ricos eram poupados. Para aliviar a situação ela empenhou suas joias e mandou vir trigo de lugares distantes para abastecer o celeiro real e assim, manter seu costume de distribuir pão aos pobres durante as crises.
Numa dessas entregas, apareceu inesperadamente o rei Diniz. Com receio de repreensão severa, ela os escondeu. Questionada sobre o que carregava, ela disse que levava rosas. O monarca não acreditou, pois não era época dessas flores. No entanto, ao levantar os braços, caíram inúmeras pétalas, tendo muitas pessoas presenciado o milagre. Por essa razão passou a ser a patrona dos panificadores.
Pão, símbolo da vida,
alimento do corpo e da alma.
A panificação é uma atividade muito antiga. Os primeiros pães foram assados sobre pedras quentes ou debaixo de cinzas nos primórdios da civilização. No Brasil, com a chegada dos imigrantes italianos a atividade começou se expandir. Assim, a história do pão e, consequentemente, a do padeiro, permeia toda a história da humanidade, principalmente no âmbito religioso. O pão se tornou o símbolo da vida, alimento do corpo e da alma. Até hoje simboliza a fé, na missa católica, pois a hóstia consagrada representa o corpo de Cristo.
Versos reverenciam os padeiros
Homenageamos todos os padeiros, responsáveis pela produção de pães e outros derivados e que se constituem quase sempre em nossa primeira refeição, citando uma poesia simples e popular: “Antes do galo cantar/ele já está no batente/ preparando com carinho/uma massa consistente// Faz bolo, biscoito e pão/ utiliza trigo, fermento e/ muito amor no coração”
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito Padre Anchieta de Jundiaí. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
Teoricamente, um Diário Oficial publica o que é essencial para a História, aquilo que é oficializado e tornado público justamente porque não pode ser esquecido. A escola historiográfica positivista, do século XIX, idolatrava os Diários Oficiais. Essa escola desejava aplicar à História, uma ciência humana, a metodologia e o rigor das ciências exatas. Desejava “matematizar” a História, como também o Direito, a Psicologia e todas as demais áreas do conhecimento que hoje designamos como Ciências Humanas... Para os historiadores dessa corrente, somente documentos escritos e oficiais seriam fontes seguras e confiáveis para que uma História verdadeiramente científica pudesse ser escrita. Essa ideia cerebrina, ao longo do século XX, foi não apenas desmentida, mas ridicularizada de todos os modos nos meios acadêmicos. E com toda a razão. Imagine-se alguém que desejasse escrever a História do Brasil no século XX, baseado exclusivamente nos Diários Oficiais!!!
Não nego, obviamente, que devam existir Diários Oficiais. Alguma utilidade é claro que eles têm. Mas poucas coisas são tão representativas do vazio e do oco do sistema administrativo moderno quanto um Diário Oficial. Poucas coisas mostram tanto a decalagem profunda entre o País real e o país fictício da burocracia quanto um Diário Oficial.
No dia 30 de novembro, pela última vez, o Diário Oficial da União deixou de ser publicado em papel. Desde 1º. de dezembro corrente, a publicação, que já conta com 155 anos de publicação ininterrupta, passou a ser apenas eletrônica, sendo acessível aos interessados pelo site www.imprensanacional.gov.br.
"Esta medida é reflexo dos tempos, em que a leitura é um hábito mais forte em dispositivos eletrônicos. É, também, reflexo de compromissos com a sustentabilidade que o Brasil tem que, continuadamente, cumprir", declarou Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, ao anunciar a medida.
Segundo fontes do Governo Federal, a economia será grande. 720 toneladas de papel eram, anualmente, gastas com a impressão do órgão, a um custo de aproximadamente 2,5 milhões de reais por ano. Além dos gastos com a impressão, havia também as despesas de distribuição e estocagem, o que, no total, significará que 12 milhões de reais serão poupados a cada ano.
O Diário Oficial da União, realmente, consumia muito papel. A edição de 30 de novembro último, por exemplo, tinha 240 páginas. Mas já houve edições muito mais volumosas. Ficou famosa a do dia 24 de abril de 1998, que até entrou no Guiness Book of Records, pela sua adiposidade papelística: tinha 2.244 páginas e pesava 5 quilos e 550 gramas!
Foi o record mundial, batendo até mesmo o "New York Times", que no dia 14 de setembro de 1987, domingo, atingira 1.612 páginas, com 5 quilos e 400 gramas de peso. No caso do record brasileiro, o que engrossou a repolhuda edição foi a Seção I do Poder Judiciário, com 1.132 páginas, seguida de algumas centenas de páginas de questões técnicas do mesmo Poder Judiciário.
O espirituoso e implacável jornalista Carlos de Laet dizia que se alguém tem um segredo que seja absolutamente necessário guardar por escrito, mas que seja tão secreto que ninguém possa dele tomar conhecimento, deve publicá-lo no Diário Oficial. Fica escrito e não há perigo de alguém ler...
De fato, achar alguma coisa nessa massa de informações impressas é o mesmo que achar agulha em palheiro.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Essa semana que se passou eu me lembrei muito dessa música, lá dos meus idos de adolescência, da banda Legião Urbana. Fui convidada para uma festa na rua da minha casa. Há alguns anos uma dupla de rapazes instalou sua produtora de filmes na última casa da pequena rua de um único quarteirão em que vivo em São Paulo.
Fazer amizade com os dois foi a coisa mais fácil desse mundo, eis que além de serem pessoas muito do bem, ainda são divertidos e excelente vizinhos. Esse ano estavam comemorando oito anos da produtora que tem em sociedade e convidaram a vizinhança para festa que fariam. O figurino sugerido era anos 80, com o exagero característico da época. Para prestigiá-los aceitei o convite e fiquei pensando no que iria vestir.
Convidei duas vizinhas para me acompanhar, até para não ficar sozinha e como os respectivos maridos não estavam disponíveis na data, seria conveniente estarmos as três juntas em uma festa na qual só conhecíamos duas pessoas e que, segundo eu imaginei, teria uma faixa etária orbitando em 10 anos a menos, no mínimo, do que todas nós.
Tudo combinado, não falamos sobre o figurino previamente, somente que iríamos à caráter. Como eu de fato já existia nos anos 80, ao contrário, muito provavelmente, dos demais convidados da festa de um modo geral, tentei lembrar do cabelo que usava e das roupas. Ajeitei um figurino colorido e um cabelo mais revolto, parecido com algo que eu usaria à época.
Na hora marcada eu toquei a campainha das minhas vizinhas e fui surpreendida ao perceber que talvez nenhuma de nós entendera a proposta da festa. Eu estava de anos 80, uma estava vestida de um personagem dos anos 80, mais precisamente a viúva Porcina (só os mais velhos se lembrarão, rs) e a outra, que entendeu ser uma festa à fantasia, estava de odalisca. Juntas, éramos, no mínimo, um trio estranho. A vantagem de se ter mais de 40 anos, no entanto, é que a essa altura não se liga muito para o que os outros acham. Assim, lá fomos nós, muito mais pela preguiça de trocar de roupa...
Quando entramos na festa eu simplesmente fiquei dividida entre voltar para casa fingindo uma urgência ou me enfiar em algum buraco e sumir. Ninguém estava vestido como sugeria o convite!! Confesso também que isso me surpreendeu, eis que uma festa de publicitários jovens seria um lugar mais natural para visuais extravagantes e arrojados. Quando vi um dos anfitriões vestido com um blazer prateado, relaxei um pouco, mas não deixei de me sentir um peixe fora do aquário.
A festa estava ótima, diga-se de passagem. Lugar lindo, delicado, atual e que faz você pensar na delícia que deve ser trabalhar lá. O som era ótimo e a escolha das músicas era atemporal. A bebida era composta por chope e drinks incríveis. Tudo de muito bom gosto. Só não tinha fantasia, rs. As pessoas, quase todas em torno dos 30 anos, um pouco para mais, um pouco para menos, dançavam alegres, como se faz entre amigos e companheiros.
Ficamos as três por ali, olhando tudo, cada uma pensando sei lá o que, mas eu só dava conta de pensar: Por que raios bem dessa vez fiz questão de seguir o que estava no convite? Aliás, o que estava no convite mesmo? Certa hora olhei para o lado e notei dois rapazes olhando para nós, com ar curioso e foi aí que me lembrei da música que dá título a esse texto. Comecei a rir sozinha, porque a festa não era estranha, mas que tinha gente esquisita, isso tinha!
E assim, quando o esquisito é você, quando você já fez o social e até ensaiou dançar um pouco, o melhor é sair de fininho, à francesa. Foi o que fizemos. Ou melhor, o que tentamos. Encontramos os nossos amigos na porta, um deles vestido de com asas de anjo.
_ Mas vocês já vão embora?? Por quê???
_Ah, tá tudo ótimo ( e estava mesmo!!), mas eu não “tô” legal...
Ainda bem que não perguntaram o que eu tinha, pois eu não hesitaria em responder que estava só sofrendo de “ridiculice” mesmo...
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada,professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e escritora. São Paulo
Dois acontecimentos me questionam: em votação popular, no final de maio, a maioria dos irlandeses votou favorável à legalização do aborto até a 12ª. semana de gravidez. Na Argentina, no início de junho, foi aprovado, pela Câmara dos Deputados, por 129 votos a favor e 125 contra, o projeto que legalizará o aborto, até a 14ª. semana, em qualquer circunstância e até os nove meses em casos de violação, risco de vida e saúde para a mãe e inviabilidade fetal.
Nos dois países, vi fotos, após o beneplácito, de mulheres e homens com atitudes eufóricas e li, também, justificativas como: legalizar o aborto pela vida das mulheres, pois as que têm dinheiro o realizam com segurança e as pobres clandestinamente, correndo risco de morte. O essencial é dar condições de vida digna a todas as pessoas que se encontraram afundadas em misérias, em lugar de condenar à morte os seus rebentos.
Durante audiência no Vaticano, afirmou o Papa Francisco sobre o aborto: “É o mesmo que faziam os nazistas, mas com luvas brancas. (...) Em uma gravidez na qual a criança não está bem ou possui alguma malformação, a primeira oferta é: ‘vamos tirá-la? ’ O homicídio das crianças. Para deixar a vida tranquila, mata-se um inocente”.
Depois da fala do Papa, analisei alguns comentários irados sobre ele, no sentido de que, quando se espera uma renovação e abertura da Igreja, Francisco compara o favorecimento do aborto a posicionamentos como de Auschwitz. E qual a diferença se o que está em discussão ou aprovação é a morte dos mais frágeis?
O argumento de que, no caso de uma gravidez indesejada, o filho parece ser fruto apenas da mulher, sem exigir a contrapartida do homem, é verdadeiro, contudo isso não justifica destruir o bebê que pulsa nas entranhas maternas. Não é ele um amontoado de células inanimado. Se o fosse, não se desenvolveria. Há caminhos como da adoção. E que se lute por leis mais rígidas que punam a paternidade irresponsável.
O feto não é parte do corpo da mãe, apenas o habita por um tempo necessário. Sim à vida, portanto, é permitir que ele venha à luz.
Quem é a favor da vida, desde a fecundação, não pode se intimidar com as ditaduras ideológicas que justificam assassinatos, pois somos também cidadãs e cidadãos, cumprimos com nossos deveres, pagamos impostos e temos direito a expressar nossa opinião e a lutar por ela.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
O que perturba a paz alheia é: ver do outro a casa de paz cheia!!!
Aproxima-se outro ano novo. Como os outros, este já aponta mais outro do que novo.
Em anos velhos, num planeta-época distante e distinto, havia vida.
Nesse lugar existiu graça, existiu gente, que estabeleceu entre si contato por meio do que se acostumou a chamar de diálogo.
No entanto, era mais preocupada a chamar tudo por nomes do que infelizmente tudo dispor-se a viver.
É claro que se perderam diálogo e gente num balaio só.
E, nisso, a denominada “paz”.
Tentaram culpar o clima.
Desapercebidos do clima interno, assaz quente e determinante: o clima humano, o seu próprio interior, tão humano e impalpável; o clima humano, o seu impróprio avesso, tão desumanizado e intocável.
O clima humano destemperado.
Amizades, confraternizações e afins tornavam-se estranhezas cujos sons e imagens provinham apenas de alguma remota parede ao lado, de algum muro à frente. Da distância de casas que, em essência, distavam universos!
Criaturas novas, seres amesquinhados pela infelicidade, assoberbados pela inveja, monstros à sombra de mau humor, pouca valia e solidão nasceram desse martírio pessoal, desse cozimento e consumação cotidianos de olhar para o vizinho e não alcançar o que ia perto.
Pobres borboletas desavisadas do efeito do próprio voltejar. Defeituosas na inteligência, sem notar que seu bater de asas em si mesmas volta a bater.
Hoje, a tal paz é lenda que esfumaça.
Enquanto uns folgam da suposta vantagem de lhes restar três letras do alfabeto com as quais rastreá-la, loucos sobreviventes marcham, distintos pelo som da música que cantam, tocam e dançam.
Agora, porém, shiiiu.
Um minuto de silêncio aos mortos-vivos, pois, ao mínimo indício de felicidade alheia – a paz de fato – chamam a polícia!
Uma pausa.
Um minuto de silêncio pelos falsos sóbrios.
Shiiiu. Deixemo-los arrumar a casa, limpá-la, consolarem-se. Consolarem-se, haja vista a estrutura ser embuste.
Shiiiu. Deixemo-los lavarem-se, e lavarem mal-estares vindos de dentro, ranços, ódios etc.
Haja água para lavar tanta sujeira.
Não é à toa a falta de água no planeta.
Talvez seja esse o definitivo ano.
O ano em que, secos água e coração: fim da história.
Valquíria Gesqui Malagoli, escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br
Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos, desembarcou em Brasília na 3ª feira, 26 de junho. De lá foi para Manaus. No aeroporto manauara, não o esperavam nem o governador nem o prefeito da cidade. Ficou dois dias entre nós.
O presidente Donald Trump ainda não veio ao Brasil. Em quase dois anos de governo, visitou a Itália (duas vezes), o Vaticano, Bélgica, Canadá, China, França, Alemanha, Israel, Japão, Filipinas, Polônia, Arábia Saudita, Cingapura, Coreia do Sul, Suíça, Vietnã.
Ampliando, até agora não visitou apenas o Brasil, de fato não pôs os pés em nenhum país da América Latina, coalhada de tradicionais aliados. A situação reflete deprimente realidade, nem é preciso comentar ▬ para ambos os lados. Os fatos urram. De passagem, está marcada para 30 de novembro próximo visita de Donald Trump a Buenos Aires para a reunião do G-20.
Em boa parte, política é símbolo. Em certo sentido, é sobretudo símbolo. Que a constatação leve a um trabalho sério para aumentar objetivamente a importância da América Latina.
Repito, Mike Pence desembarcou em Brasília. A primeira gestão do mandatário, tentou coordenar com as autoridades brasileiras atitude mais enérgica em relação a Caracas. Mais que mera gestão, veio para isso. Deveria ter sido recebido com entusiasmo por tal objetivo.
Fracassou redondamente. Nosso chanceler jogou um balde de água fria na esperança do norte-americano que, no caso, só queria mais efetividade e menos lero-lero na compaixão que sentimos do povo venezuelano e maior consciência das ameaças pelas quais passa o Brasil. Disse o vice-presidente dos Estados Unidos: “O Brasil liderou esforços para expulsar a Venezuela do Mercosul, uniu-se aos EUA para suspender a Venezuela da OEA. Agora, chegou a hora de agir com mais firmeza, e os EUA pedem ao Brasil e às outras nações mais atitudes contra o regime de Maduro”.
O recado era direto: chegou a hora de atuar com mais firmeza, de resolver o caso. A resposta brasileira foi também direta: chegou nada, não vamos proceder com mais firmeza, vai continuar o lero-lero, azar do povo venezuelano. Sublinhou o chanceler Aloysio Nunes Ferreira, ao frisar que a posição dos EUA sobre a Venezuela não coincide totalmente com a do Brasil. “Somos contra qualquer iniciativa unilateral em matéria de sanções. Para nós, o tema da Venezuela está colocado onde deveria estar colocado: na OEA, a Organização dos Estados Americanos”.
Quem de momento mais sofre com as atitudes lenientes do Brasil com a ditadura de Maduro? O povo venezuelano. Quem poderia estar se deliciando com a frieza e o distanciamento do Brasil em relação aos Estados Unidos? A esquerda em geral, claro, em especial a China comunista. Pode ter dividendos amazônicos, é o que veremos.
Quem sofrerá duramente no futuro, se o rumo não for mudado? Nós. Volto a assunto que nenhum brasileiro esclarecido deveria situar fora de suas preocupações. Michel Temer não visitou Washington. Donald Trump não visitou Brasília. Michel Temer visitou Pequim. Xi Jingping, presidente da China, já visitou Brasília. Lembro, política é símbolo.
Política é realidade. Estamos nos lances iniciais de uma gigantesca disputa comercial entre Estados Unidos e China que pode degenerar em guerra comercial generalizada e daí, sabe Deus, em embates até piores. Em tais choques, a China, perdendo mercado dentro dos Estados Unidos, pela força das circunstâncias buscará novos fornecedores e novas parcerias.
À primeira vista, situação favorável para o Brasil. Poderá substituir os Estados Unidos no fornecimento de numerosas commodities e apresentar oportunidades de aplicação de capitais. É, aliás, o que já divulgam setores ligados aos interesses chineses no Brasil. E vão continuar procurando criar clima de simpatia pela posição chinesa, por apresentar reflexo favorável aos interesses brasileiros. De parceiros comerciais seríamos alçados à condição de aliados estratégicos. Balela, soft power diplomacia.
Respigo repercussões iniciais de fenômeno perigoso com potencial gigantesco de expansão. “Para o chinês, o investimento não é resultado de uma parceria geopolítica, ele é parte dessa parceria”, declarou Eduardo Centola, sócio do Banco Modal, instituição parceira da estatal CCCC (China Communications Construction Company). Aliás, a bem dizer todo o investimento chinês no Brasil provem de estatais chinesas.
Talvez o sr. Centola não tenha percebido, mas parceria geopolítica, por ele tanto elogiada, o que é? Geopolítica. Obviamente, favorecer interesses chineses nessa parte do mundo. Qual deles salta logo à vista? Sitiar os Estados Unidos. Aqui está tarefa à qual se prestaria o Brasil.
Vamos adiante. “A China olha o Brasil como um país onde pode escoar capital, tecnologia e capacidade ociosa”, corrobora Kevin Tang, diretor-executivo da Câmara de Comércio Brasil-China.
Satisfeita pelo novo quadro, constata Marianna Waltz, diretora da agência de risco Moody’s; “o Brasil faz parte da estratégia global [da China] de garantir acesso à matéria-prima e de construir a infraestrutura necessária para importá-la”. De novo, houve noção da envergadura do que disse? Pois esse é o papel que desempenhavam as regiões colonizadas em relação às metrópoles nos séculos 19 e 20. Forneciam matéria-prima, as potências colonizadoras construíam sua infraestrutura.
Com esse quadro de conjunto, para qual situação o Brasil vai sendo empurrado? Para a de Estado cliente. Estado cliente, para quem anda desmemoriado, é Estado econômica, política, às vezes militarmente subordinado a outro. Sinônimos da expressão, Estado finlandizado, Estado satélite, Estado vassalo, Estado tributário, protetorado.
Fascinado por bruxedos aliciantes, passo pesado, o Brasil bambaleia atordoado numa estrada cujo ponto de chegada ▬ Estado cliente ▬ vem sendo escondido. À vera, a estação de destino ainda está pouco clara até mesmo a muitos de seus setores mais responsáveis. Recorro a Mike Pence, chegou a hora de acordar.
PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas".
Hoje, 27 de junho, é uma das festas mais antigas e belas de Nossa Senhora: “Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro”. Jesus é o Perpétuo Socorro. E esta festa é celebrada no mesmo dia do grande S. Cirilo de Alexandria (330-442), bispo e doutor da Igreja, que presidiu o importantíssimo Concílio de Éfeso que no ano de 431 proclamou solenemente Nossa Senhora como Mãe de Deus (Theotókos), diante da heresia de Nestório, patriarca de Constantinopla, que negava esta verdade.
A devoção à Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro é uma devoção universal, conhecida e venerada em todos os continentes do mundo, talvez a mais ampla e conhecida devoção de Nossa Senhora, especialmente no Oriente. No mundo todo são realizadas as famosas Novenas Perpétuas em honra de Nossa Senhora Mãe do Perpétuo Socorro. Esta novena começou em 11 de julho de 1922 nos EUA.
O famoso e conhecido quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi pintado em estilo bizantino e representa Nossa Senhora, Mãe de Deus, a Senhora das Dores, que socorre seu Filho ainda Menino assustado diante da visão de S. Miguel com o vaso de vinagre à esquerda e S. Gabriel com a Cruz à direita. A Criança divina assustada diante desses instrumentos de sua Paixão se refugia nos braços de sua Mãe, agarra em suas mãos e deixa cair a sandália do pé direito. A Mãe a acolhe e a prepara para um dia viver a Paixão redentora da humanidade.
Leia também: 27/06 – Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Você conhece a mensagem do Quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro?
Novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Nossa Senhora sofreu as nossas dores
Nossa Senhora tem o semblante coberto de tristeza e resignação e traz na cabeça a coroa de Rainha.
O quadro tem origem desconhecida; segundo um antiga tradição teria sido pintado por S. Lucas, o que não é garantido. Mas com certeza se sabe que desde 1499 é venerado em Roma. Em 1866, o Papa Pio IX o entregou aos Padres Redentoristas para que divulgassem essa devoção, o que eles fazem ainda hoje. Ela é a Patrona dos Redentoristas. Atualmente o quadro original se encontra na igreja de S. Afonso de Ligório em Roma.
Maria é a Senhora que nos apresenta Jesus, o Perpétuo Socorro da humanidade. Cada cristão precisa te-la como mãe. Aos pés da Cruz Jesus a entregou ao discípulo amado João, que representa toda a humanidade, cada um de nós, amados de Jesus. “Mãe, eis ai o teu filho; filho, eis ai a tua Mãe”. E o evangelista S. João diz que “ele a levou para a sua casa” (Jo 19, 25s).
Assista também: A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Cada um de nós precisa também “levar Maria para sua casa” como Mãe, como Jesus mandou. Se Jesus no-la deu aos pés da Cruz, com lábios de sangue, é porque nós precisamos dela para nos ajudar na difícil caminhada da vida em busca da nossa salvação. Desprezar Nossa Senhora como mãe, seria, então, uma ofensa muito grave a Jesus; seria desprezar a última dádiva que Ele nos deixou antes de morrer por nós.
FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.
Apesar de ser uma frase muito usada, acho necessário refletirmos um pouco mais no real sentido da mensagem: ‘só o amor constrói’. Para isso, como sempre gosto de fazer, contarei algumas histórias.
“Era uma vez um menino rebelde que resolveu escrever o seguinte bilhete à sua mãe: ‘Cortei a grama, quero receber R$ 3,00; arrumei o meu quarto, quero R$ 2,00; cuidei do meu irmãozinho, quero mais R$ 2,00; varri o quintal, cobro R$ 3,00; o total da sua dívida é de R$ 10,00.’
A mãe olhou para ele e, vendo-o cheio de expectativa em receber o dinheiro, escreveu no verso do mesmo bilhete: ‘Por lhe dar a vida, não quero receber nada; por tantas noites sem dormir, rezando por você, não quero receber nada; por comidas, roupas e brinquedos, não quero receber nada; pelas suas travessuras e prantos que me fez passar, também não quero receber nada; o custo total do meu amor por você é nada.’
O menino leu a resposta e voltou a escrever: ‘A sua dívida já está totalmente paga por você ser a minha mãe!’ E, a partir daquele dia, muita coisa mudou entre eles.”
Assim é o amor de Nossa Senhora por nós: totalmente grátis e com a vantagem das bênçãos que vêm do céu. Mas, se quisermos continuar merecendo as graças desse imenso amor, temos que nos esforçar para não mais magoar nossa querida Mãe Santíssima com pecados. Sempre que não reconhecemos o quanto somos abençoados pela Virgem Maria e continuamos querendo cobrar-lhe um preço injusto – que só os valores do mundo podem pagar –, estamos marcando passo e deixando de caminhar para junto de Deus.
E, para concluir que tipo de amor é forte ou fraco na construção do Reino de Deus, vou contar mais uma história – que deverá ficar gravada na sua memória:
“O vento discutia com o sol sobre qual dos dois tinha mais força e poder. Resolveram, então, participar de uma prova: o primeiro que conseguisse tirar a capa de um homem que caminhava na rua, seria o vencedor. Imediatamente, o vento disse que todos o respeitavam e começou a soprar com toda a força, chegando até a causar uma forte chuva. E quanto maior era o vendaval, mais o homem se abrigava – segurando a capa com as duas mãos.
Chegando a vez do sol provar a sua força, calmamente começou a lançar os seus raios quentes sobre a cabeça do pobre homem até que, fazendo-o suar, obrigou-o a tirar a capa e a sentar-se à sombra de uma árvore.”
Você deve conhecer muitas pessoas que agem como o vento: falando de respeito e visando a força. Mal sabem elas que a força é uma forma de defesa e que, na natureza, temos um belo exemplo: muito mais dias de sol do que de vento! (Leia: 2Cor 12, 7-10)
Pois é, pena que, quase sempre, aprendemos tão pouco de tudo de belo que a vida nos ensina! Estas duas histórias que contei servem agora para nos ajudar a refletir melhor sobre algumas coisas importantes para agradar a Deus:
Você reza diariamente e agradece a Jesus e a Maria pelo Amor que eles demonstram por você? Você tem lutado para fugir dos pecados e ganhar a salvação eterna? Você tem demonstrado o seu amor pelos irmãos necessitados, como Jesus Cristo nos ensinou?
Sempre que respondemos ‘sim’ a estas perguntas, estamos espiritualmente entendendo o real sentido do verdadeiro Amor – aquele que vem de Deus: sincero como o amor de mãe, manso como os raios de sol, gratuito como as graças que recebemos de Nossa Senhora e abençoado como um casal ao ver nascer o filho.
Portanto, antes de dizer que ‘só o amor constrói’, julgue se esse amor é suficientemente sincero, manso, gratuito e abençoado. Praticando esse Amor, você estará ajudando na construção do Reino de Deus e não enganará ninguém – principalmente você, na caminhada para o céu.
PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.
Falar do antigo BC3, é falar dos militares, que passaram por esse improvisado quartel, defendido por rudimentar cerca de aramados, que o limitavam.
Resumia-se ao pavilhão do Comando. Edifício de reboco, pintado a branco, onde funcionava: a Secretaria e o Conselho Administrativo; e, mais alguns serviços, de menor importância.
Nele ficava o Gabinete do Comandante, que nesse tempo 1967 (?), era o Major Montanha – um homem bom.
Havia, ainda outros pavilhões, que serviam de: caserna, cozinha, refeitório e balneário.
Junto ao refeitório, foi criado, mais tarde, compartimento, onde funcionava a Escola Regimental; e onde os recrutas, que não alcançaram a terceira classe, tentavam obtê-la.
Um dia, jovem professor, que substituíra o Primeiro-sargento Mário, assentou, com alguns alunos, mais aplicados, prepará-los para concluir a quarta classe.
Era acontecimento inédito! …
Deu-se aulas de: Geografia, noções de História de Portugal, e Ciências.
O Professor Bi veio realizar os exames. Interrogou os examinados, com perguntas simples. Falou-se de: D. Afonso Henriques, D. Carlos, de Salazar, e outras figuras da nossa História, que o tempo varreu-me da memória.
Houve hesitações; houve titubeação; e muitos “ nervos”…Todos ficaram aprovados. Foi uma festa! … Uma explosão de júbilo! …
Um deles, mancebo alto e magro, natural da Madeira, exclamou eufórico:
-” Agora já posso concorrer para a Polícia! …”
Na sala da Escola, havia: mesas para os alunos, quadro de ardósia, vitrine com: pesos de ferro, metros de metal e medidas de madeira. Suspenso da parede estucada, um vistoso mapa de Portugal, envernizado.
O Padre Telmo vinha (uma vez por semana,) à sala de aula, fazer preleções sobre o Evangelho e doutrina cristã.
Tinha o BC3, como Comandante de Companhia, tenente, que era o terror dos soldados, e até dos cabos-milicianos. Era o Tenente Moscoso; mais tarde substituído pelo irmão de Artur Anselmo – não me recordo o nome, – oficial de carreira, e afável.
Os militares animavam a cidade e transmitiram-lhe, com sua juventude e irreverência, nova alma.
Alguns, que namoravam com brigantinas (quase todas de grande beleza, de grandes e belos olhos claros ou castanho profundo,) chegaram a casar… e foram, segundo se dizia, muito felizes.
Mais tarde, começaram a erguer, de raiz, quartel, de esplêndidas instalações, no mesmo local.
Um dia, revista militar, publicou texto, escrito em prosa poética e sentimental, sobre o BC3, acompanhado de fotografias. Foi um sucesso!; e muito comentado. O autor era antigo furriel, que passara à reserva.
Decorridos muitos anos – meio século (?) – certamente poucos se recordam do velhinho BC3, levantado no topo de colina, de terra barrenta, um pouco acima da Escola e da Estação Ferroviária.
É sempre bom recordar o passado; já que o passado, é a alma da cidade. Alma que se vai, pouco a pouco, transfigurando, com o progresso, e principalmente com a chegada de gente, com outros usos e outros costumes.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
Mesmo de férias aqui presto tributo ao nosso FADO neste video elaborado por Gracinda Coelho.
https://www.youtube.com/watch?v=0tx2buHSmbU&feature=youtu.be
Desejos duma magnífica semana.
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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Palavra do Pastor, com Dom Vicente Costa,
bispo diocesano de Jundiaí
Solenidade de São Pedro e São Paulo
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NOTICIAS DE PORTUGAL
Fonte:Jornal " A Ordem" de 28/6/2018
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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):
Horário da missas em São Paulo:
Horário das missas na Diocese do Porto(Portugal):
http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163
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Comemora-se a 28 de junho o Dia Internacional do Orgulho Gay. Na noite dessa data em 1969 uma força policial invadiu o bar Stonewall, em Nova Iorque, que- recebia homossexuais e tal perseguição já era fato comum na época. Alegavam vistoria na licença para a venda de álcool, pois estes eram considerados doentes e, por isso, não podiam consumir bebidas alcoólicas. Mas nessa ocasião o público se revoltou e o movimento foi seguido de violentos protestos. A data, também conhecida como "Dia da Libertação da Rua Christopher", foi primeira de várias vezes em que a famosa via se transformou num verdadeiro campo de batalha. Assim, a data tem uma característica de reivindicação e denúncia, e a cada ano é celebrada ao redor do mundo e apoiada por um número maior de pessoas, inclusive em nosso país, onde são constantes as agressões dessa natureza.
Essas atitudes contrariam o conceito de civilidade, sempre colocado à prova quando o assunto é o respeito à diversidade, a defesa dos direitos de minorias sociais e culturais, a atenção devida a idosos, crianças e deficientes físicos. Na medida em que os indivíduos são motivados a se manifestarem ou agirem em situações diferenciadas, deixam transparecer o grau de consideração com o próximo, atestando o seu nível de evolução social. Nesse sentido, verifica-se que o preconceito ainda domina, gerando insegurança, ofensas injustificadas e um clima absurdo de prepotência e superioridade que só encontra embasamento na ignorância humana e reduzem sensivelmente nossos índices de boa convivência.
A Constituição Federativa do Brasil coloca o ser humano no topo da organização estatal, assegurando-lhe o exercício de direitos considerados como de valores supremos da sociedade. É a garantia da dignidade humana; da não discriminação; da vida, liberdade, igualdade e segurança; do acesso à justiça e do devido processo legal. Não há mais como tolerar impunemente transgressões a esses princípios. Além do mais, também dispõe que somos todos iguais, inexistindo qualquer motivo fundado que justifique uma concepção de desigualdade contra alguém, somente por circunstâncias contrárias ao espírito humano, injustificadas e lastreadas exclusivamente na insensatez, na ostentação e na supremacia financeira, aspectos destruidores das necessárias harmonia e fraternidade.
Demonstra-se assim que ainda vivemos numa nação onde as diferenças de raça, cultura, crença, sexo ou condições físicas e sociais são motivos para discriminação, marginalização e abusos. No entanto, esses quadros não podem mais prosperar, para não anularmos princípios básicos de Direito.
Evidencia-se por isso, que promover a igualdade é de extrema importância para o desenvolvimento social e econômico de um povo. Reiteramos a nossa convicção de que todos os indivíduos são criados à imagem e semelhança de Deus e que na última raiz da defesa de seus direitos está uma existência digna e a vocação social do homem em comunhão e participação com a comunidade, como criador de relações sociais profundamente marcadas por elas, sem quaisquer distinções. Na verdade, tolerância “implica no respeito e no amor a todos os seres” no dizer de Ghandi.
A ORIGEM DA FESTA DE SÃO JOÃO
Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam se visitar. Uma tarde, a primeira foi à casa da segunda e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Esta então lhe perguntou: - “Como poderei saber do nascimento do garoto?” – “Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu”. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele. E cumpriu a promessa. Nossa Senhora viu, ao longe, uma “fumacinha” e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para o local e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho.
Começou, assim, a ser festejado o Dia de São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, danças etc.…
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)
Todos são iguais perante a lei. Não há lógica para qualquer
tipo de preconceito ou discriminação.
Uma data para celebrar a vida
Celebra-se a 28 de junho, o Dia da Renovação Espiritual, com caráter ecumênico. Foi criado para louvarmos a vida e agradecer pela nossa existência, trabalho e dedicação ao próximo. Hoje, mais do que nunca é fundamental resgatar a lei do amor e da gratidão, principalmente a Deus por seus gestos de pai; buscar o relacionamento fraterno e introduzir o delicado hábito de pronunciar o ‘muito obrigado’. Resgatarmos a sensibilidade de avaliar a grandeza do reconhecimento.
BREVE REFLEXÃO PARA ESSE INÍCIO DE SEMANA....
"Não precisa correr tanto; o que tiver de ser seu às mãos lhe há de ir”. (Machado de Assis)
Há tempos, uma pesquisa científica, divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo", constatou que as pessoas distraídas revelam habitualmente mais aptidões criativas do que as pessoas que prestam atenção a tudo. Por quê? Porque vivem abstraídas no mundo das altas cogitações dos problemas por resolver e, precisamente por isso, encontram melhores soluções para tais problemas.
Figura típica de gênio distraído foi o cientista brasileiro Carlos Chagas (1879-1934), o descobridor da doença de Chagas. Suas distrações eram conhecidas e comentadas em todo o Brasil, e até na Europa.
Certa vez o Rei da Bélgica quis condecorá-lo, pois conhecia e admirava os méritos eminentes do cientista brasileiro. Concedeu-lhe a condecoração numa cerimônia e, depois, convidou-o a jantar.
Durante o jantar, como a condecoração lhe atrapalhasse os movimentos, o cientista não teve dúvidas: contra todo o protocolo, tirou-a do pescoço e deixou-a ao lado do prato!
Não foi só. Esquecido, por distração, de que estava à mesa do Rei, como gostou muito de um dos pratos servidos, quis repetir e mandou pedir mais! O Rei, que sabia de sua fama de distraído, achou muita graça no caso.
O pior foi que, ao final do jantar, despediu-se do Rei e voltou para o hotel em que estava hospedado, mas deixou em cima da mesa, por esquecimento, a prestigiosa condecoração que havia acabado de receber!
No dia seguinte, embarcou para o Brasil e nem sequer se lembrou mais do caso. Somente alguns meses depois recebeu, por correio, um pacotinho contendo o colar e a medalha que esquecera na mesa de Sua Majestade, em Bruxelas!
No seu próprio lar, Carlos Chagas não era menos distraído. Conta-se que muitas vezes pedia um cafezinho à esposa, servia-se e, sempre absorto nas suas altas cogitações, não se lembrava de que estava na sua própria residência. Imaginando-se num bar, abria a carteira, pagava o cafezinho e dizia para a esposa guardar o troco como gorjeta!
Mais de uma vez aconteceu de estar na sala de visitas da própria casa, recebendo visitas de cerimônia. Mas, por distração, imaginava estar ele fazendo a visita em outra casa... E tirava ostensivamente o relógio, dizendo para a esposa:
─ Vamos embora, querida, que ainda temos muita coisa que fazer hoje!
O pior de tudo aconteceu certa ocasião em que estava com a esposa jantando na casa de amigos. Julgando estar na própria casa, comentou em voz alta com a esposa:
─ Precisamos urgentemente mudar de cozinheira, querida, pois esta comida está detestável!
Uma vez foi convidado para fazer uma conferência e, como de costume, chegou atrasado. Quando apareceu na sala, todos os presentes se levantaram e se puseram a aplaudi-lo. Sem se dar conta de que era ele o homenageado, e esquecido de que ele próprio seria o conferencista, Carlos Chagas procurou uma cadeira vazia no auditório, apossou-se dela e, distraidamente, se pôs também a bater palmas...
Outro gênio absorto em altas cogitações foi São Tomás de Aquino, um dos maiores filósofos da História. Certa vez foi convidado para almoçar na mesa do São Luís IX, Rei da França. Estavam presentes muitos convidados, inclusive o superior do convento no qual São Tomás era religioso. Distraído nos seus pensamentos, São Tomás se mantinha alheio à conversação animada. A certa altura, tendo chegado a uma conclusão para o alto problema de que cogitava, bateu com força na mesa e exclamou em latim: "Ergo conclusus sum contra manicheos!" (em tradução livre: afinal, cheguei à conclusão contra os maniqueus).
O superior de São Tomás o repreendeu:
─ Lembrai-vos, Frei Tomás, de que estais à mesa do Rei da França!
Mas o Rei da França, que também era santo e nutria a maior admiração pelo gênio e pela santidade de Tomás, imediatamente mandou chamar escribas para anotarem o raciocínio que acabava de ser concluído, para que não se perdesse mais aquele tesouro da produção intelectual do grande Tomás.
Por isso, prezado leitor, se você também é distraído, não se envergonhe. Você está em boa companhia...
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS, é historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Esse texto talvez faça mais sentido para quem foi ou ainda é professor, mas, de uma forma ou de outra, todos já fomos ao menos alunos em algum momento de nossas vidas. Acredito que seja na área que for, a realidade das escolas e universidades não seja muito diferente ao final dos períodos letivos. No fim das contas, determinadas situações invariavelmente se repetem, passe o tempo que passar.
Lá já se vão quase vinte anos desde que comecei a dar aulas, mas muito antes disso eu era aluna e percebo que, de lá para cá, quase nada mudou quando o assunto é justificar o injustificável. Parece-me, tão somente, que é uma questão de perspectiva, do lugar que se ocupa, ou, falando mais diretamente, se o sujeito que dá as desculpas esfarrapadas é o aluno ou o professor.
Em muitas ocasiões, a situação é até cômica, quando não beira ao trágico. Nesses tantos anos na docência já vi de quase tudo, mas nada se compara à súbita onda de doenças de todas as naturezas que acometem os avós dos alunos ou, na falta deles, dos filhos. As pessoas passam bem durante quase todos os meses, mas, inexplicavelmente, em época de provas alheias (sim, porque se fossem as próprias até faria algum sentido), caem doentes e precisam que todos os netos, essencialmente os que precisam de notas ou de um abono de faltas, estejam com eles o tempo todo.
Por óbvio que há casos nos quais os infortúnios de fato bateram às portas das pessoas e, nesses casos, a empatia, o bom senso e a solidariedade devem ser os temperos das conversas e das decisões. O problema é que de tanto ouvir mentiras, vamos ficando ressabiados e os bons recebem a desconfiança que é causada pelos maus. Infelizmente as mentiras reiteradas eclipsam as verdades pontuais.
O mais curioso é que as pessoas ainda acreditam que determinadas narrativas são críveis. Tome-se o exemplo do aluno que passa o semestre todo ao celular, conversando durante a aula e mais faltando do que vindo. Nas redes sociais somente se vê imagens de viagens, de festas e de poses sorridentes ao lado de amigos e familiares. Contudo, após uma nota ruim ou diante da reprovação por faltas, veste-se de um luto fajuto e após lambuzarem-se de óleo de peroba e daí “senta que lá vem estória”...
Até entendo que algumas vezes todos nós arriscamos alguma desculpa fiada, mas há que se ter discernimento porque o ridículo espreita e as redes sociais desmentem tristes lamentos. No mínimo, embora não eticamente recomendável, é preciso saber mentir bem ou exercitar o poder de argumentação.
Engraçado é que depois de superadas as provas, tudo se normaliza, a paz volta a reinar nas famílias e a saúde brinda todos os corpos. É a festa do encerramento! As respirações se normalizam, a história é escrita e a vida que segue. Tudo pronto para o próximo semestre e que Deus proteja os avôs e avós que tem netos estudantes....
CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - Advogada,professora universitária, membro da Academia Linense de Letras e escritora. São Paulo
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