PAZ - Blogue luso-brasileiro
Sexta-feira, 28 de Dezembro de 2018
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - ANO NOVO. BUSQUEMOS SEMPRE A BELEZA DA POESIA QUE NOS REMETE TODOS ENCANTOS DA EXISTÊNCIA.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No início de cada ano, realizam-se muitas simpatias e análises, cultos esotéricos e religiosos. Visando melhorar a situação principalmente em momentos de crise econômica, as pessoas se socorrem dos mais variados meios na esperança que tudo se transforme. Efetivamente a vida está mais dura pela distância dos homens à sensibilidade, ao amor verdadeiro, ao respeito ao próximo e ao direito alheio. Por isso, sobram desejos e pedidos de paz, prosperidade e saúde.

No entanto, as mudanças concretas só se sobreporão aos sentimentos repentinos ou as manifestações artificiais dessas festas, se realmente assimilarmos gestos de boa vontade e unirmos nossas mãos em atitudes concretas de partilha, para a construção de uma nova sociedade, em que as desigualdades não sejam tão ostensivas e chocantes. Com efeito, os cumprimentos recíprocos não se consolidarão enquanto persistir a concentração de riquezas nas mãos de poucos; as gritantes injustiças cometidas sob os mais frágeis argumentos; a corrupção devassadora e outros males provocados pela prevalência das questões financeiras sobre as sociais – verdadeiros acintes aos valores cristãos.

         E para não voltamos, após as comemorações, à constante tensão, preocupados com a sobrevivência e isolados em nossos mundos particulares, devemos primordialmente nos agarrar a três atributos fundamentais: solidariedade, fraternidade e sensibilidade. Através das duas primeiras, passamos a priorizar o respeito à dignidade humana, com a participação e a ajuda permanentes, virtudes que se subordinam à disposição afetiva em relação a quem nos avizinha notadamente numa época em que o desenfreado consumismo faz frente aos inúmeros princípios, tornando os indivíduos mais frios e insensíveis. Levam-nos a entender ainda que a educação e a obediência aos diplomas legais vigentes não se constituem em favor nenhum: são deveres naturais e essenciais a uma convivência civilizada e que a inversão de valores precisa ser combatida.

         Quase concomitantemente, busquemos a beleza da poesia que nos remete aos encantos gerais e completos da existência. Traz paz ao espírito, alivia as inquietudes do cotidiano, valoriza o amor e paixão, faz-nos exercer a sensibilidade em seus mais importantes aspectos. No sentido figurado, é tudo aquilo que comove, sensibiliza e desperta sentimentos. Por essa razão, há milhares de motivos para sermos atingidos por ela no ano de 2019, que se inicia amanhã.

Com certeza, seremos mais humanos e o mundo bem melhor. Assim, meus votos são para que as pessoas se permitam atingi-las por ela. A  vida fica muito mais coerente, quando sentimos os elos poéticos transmitidos por coisas e seres, às vezes simples e próximas da gente, mas que não conseguimos enxergar pela dolorosa competitividade da qual participamos no cotidiano e que mascaramos como luta pela subsistência.

E nessa trilha, invocamos trecho de “Ano Novo Na Cor da Paz” de  Carlos Drummond de Andrade: “Para ganhar um ano-novo/ que mereça este nome,/ você, meu caro, tem de merecê-lo,/ tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,/ mas tente, experimente, consciente./ É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.”

 

 

DIA DA PAZ

 

 

Por instituição da Igreja Católica, celebra-se a primeiro de janeiro o Dia Mundial da Paz. “Onde quer que ela venha a perder o seu equilíbrio e a sua eficiência, os Direitos do Homem tornam-se precários e ficam comprometidos; onde não há paz, o direito perde o seu caráter humano” (Papa Paulo VI). Devemos sempre consolidar uma cultura pacifista.

 

 

ESPERANÇA

 

 

“Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano/ Vive uma louca chamada Esperança /E ela pensa que quando todas as sirenas /Todas as buzinas/Todos os reco-recos tocarem/ - Ó delicioso vôo!/ Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,/ Outra vez criança…/ E em torno dela indagará o povo:/ - Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?/ E ela lhes dirá/ (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)/Ela lhes dirá bem devagarinho,/ para que não esqueçam:- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…” (Mario Quintana)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - O MUSEU DOS MEUS SONHOS

 

 

 

 

 

 

 

 

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Há dias, propuseram-me, em forma de desafio, que eu apresentasse um projeto de museu que, no meu modesto modo de entender, seria bom que Piracicaba tivesse.

Os eventuais leitores destas linhas talvez se surpreendam pelo inusitado da proposta que farei, mas posso assegurar que ela é fruto de um projeto no qual muito refleti. Se for utópico, paciência, parece-me que um pouco de utopia pode fazer bem ao equilíbrio geral da humanidade. E também ao nosso equilíbrio psicológico e emocional.

Falei, no último artigo, do Comfort Food, movimento de gastrônomos e nutricionistas que valoriza os alimentos que trazem ao espírito de cada pessoa recordações boas de suas respectivas infâncias, com as sensações e os estímulos bons evocativos daquele período de suas existências. Foi de pensar muito no Comfort Food que me ocorreu a ideia de propor a constituição de um Museu dos Odores e dos Sabores, que poderia ser simplesmente designado pela sigla MOS, que em latim significa costume, hábito, uso constante.

Vivemos num tempo de globalização, de cosmopolitização, de padronização. É cada vez mais raro termos o gosto de cheirar e saborear algum alimento feito em casa, com carinho, com capricho, com o condão maravilhoso de nos remeter à infância.

Esse é o segredo do sucesso de empresários que têm discernimento e tino comercial e sabem explorar esse filão de ouro das necessidades psicológicas do público moderno, lançando iniciativas de sucesso. Empresas que vendem bolos caseiros, por exemplo, estão se multiplicando e têm clientela fiel. São bolos tradicionais, não feitos industrialmente, mas de acordo com velhas receitas exumadas de antigos receituários e caderninhos manuscritos de outrora.

O desejo que eu teria seria um museu em que se procurasse, sistematicamente, restaurar os cheiros e os sabores de antigamente.

Como fazer isso? Sinceramente, não sei ao certo.

Uma possibilidade seria esse museu ter salas e ambientes montados e decorados de modos variados, que remetessem a outras eras. Um salão do século XIX, uma cozinha de fazenda ou de roça antiga, um armazém “de secos e molhados” (como ainda pegamos em nossa remota infância) com postas de bacalhau empilhadas e imensas tinas cheias de azeitonas em salmoura, um curral de onde se tira leite no contexto (e até com os odores e prosaísmos próprios) de um curral, uma cozinha cheia de presuntos e linguiças penduradas (por favor, não me falem em colesterol, sim? Isso é palavrão! Nem em dietas e regimes. Isso é pecado!), um pomar em que as goiabas tenham bicho, mas também sejam saborosas e que não nasçam já pudicamente embrulhadas naqueles saquinhos de papel celofane, mas insípidas e com consistência de isopor... Enfim, são tantas as possibilidades que nem há como enunciar todas aqui.

Os visitantes poderiam, livremente, ser incentivados a se integrarem nesses ambientes, a eles mesmos acenderem o fogão de lenha, a prepararem seus alimentos, a convidarem outros a saboreá-los. Seria, portanto, um museu interativo, onde os visitantes não se limitassem a uma contemplação passiva, mas participassem do ambiente, ajudassem a produzir o ambiente, mergulhassem juntos no passado, com seus cheiros e seus sabores inconfundíveis. Seria um museu com algo de clube, algo de casa de família, algo de espaço de lazer.

Acredito que uma coisa dessas, se descer um pouco do nível dos sonhos em que a estou colocando neste artigo descompromissado e for assentada mais concretamente, sobre bases reais, poderia ser algo fabulosamente incrível.

Esse museu não precisa de acervo grande nem caro, já que o acervo mais precioso dele é constituído pelas memórias recônditas das próprias pessoas que o visitam. Local? Qualquer casarão antigo, de cidade ou da zona rural, serve perfeitamente. O que importa é transportar psicologicamente as pessoas para esse ambiente, bem diverso dos museus habituais de tipo “ISO-9000”, com dependências climatizadas, cheio de aparelhos contra incêndio e de placas “proibido fumar”.

Aliás, um cheirinho de cigarro de palha, nesse ambiente, até não ficaria mal... Ou uma caixinha de oloroso rapé...

Também não precisaria de custosos aparelhos de ar condicionado. Para que usá-los, se os leques e os abanos são tão mais poéticos, além de não produzirem alergias nem infecções respiratórias? 

Som? Sim, pode ter som, não há dúvida, desde que ninguém pense em aparelhos estereofônicos ambientados com high fidelity. No máximo, um velho rádio, de válvulas, transmitindo um programa inesquecível como “Nos caminhos da saudade”, do meu amigo Fábio Cardoso Monteiro.

Como veem, o projeto está ainda muito embrionário. Se alguém quiser dar sugestões ou fazer críticas, por favor, não se omita.

Será apenas um sonho?

Talvez. Mas, como escreveu Fernando Pessoa, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”...

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOSé historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História e da Academia Ptracicabana de Letras.



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - O CORINTHIANO

 

 

 

 

 

 

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Antes que os mais afoitos pensem que se trata de algum texto sobre futebol, eu já adianto que essa não é a minha praia, embora esse seja o meu time. Meu avô paterno torcia para o Corinthians, meu pai e tios também e eu acabei assimilando a coisa toda, mas quando se trata de futebol, eu de fato mais brinco sobre o assunto do que entendo ou discuto. Essa é uma história sobre um gato chamado Corinthiano.

Nascido nas redondezas da casa dos meus pais, em Lins-SP, ninguém sabe ao certo de onde ele veio. Acreditamos que tenha vindo de uma casa vazia do quarteirão, filhote de uma gata que não tinha dono ou cujo dono a abandonara, como infelizmente sói acontecer com muitos animais.

Até onde tenho notícia, mãe e irmãos morreram,  ela doente e eles atropelados. Sobrou um dos filhotes, frajolinha, preto e branco, macho. Foi ficando por ali, andando meio desconfiado e logo ganhou a atenção e o carinho do meu meu pai que, como eu, não resiste a um olhar pidão vindo desses pequenos felinos. Apelidado de Corinthiano, virou uma espécie de gato comunitário, sendo cuidado por alguns vizinhos, mas sobretudo pelo meu pai, Luiz.

Rapidamente nasceu entre eles uma relação de amizade e como ocorre quando há afeto e compaixão envolvidos, meu pai entendia o bichano, que aparecia rigorosamente todos os dias, em horários fixos, para receber a ração que meu pai colocava no portão. Ele tinha seus potinhos e uma caminha especialmente colocada em outra casa da vizinhança, essa doada por mim, onde ele gostava de dormir nos dias frios.

O Corinthiano era conhecido de toda família, sobretudo das crianças, meus sobrinhos que, sempre que o viam no portão entoavam, em quase coro: “Vô, o Corinthiano tá no portão”.  Era uma rotina de casa e até quando meus pais viajavam deixavam alguém incumbido de tratar não só da gatinha deles, mas também do Corinthiano.

            Só meu pai podia fazer algum carinho nele, bem como apenas ao meu pai ele atendia quando era chamado. Para mim ele sempre olhou de escanteio, desconfiado, mas aceitava a ração que era colocada. Eu nunca deixei de lamentar o fato de ele não estar seguro dentro de algum quintal.

            Como as pessoas que tem gatos sabem, esses animais são territorialistas e a Gata que meus pais acolheram das ruas há quase 15 anos simplesmente não aceitava que o Corinthiano entrasse nos domínios dela. Eram como água e óleo, mas eu confesso que tinha a esperança de que um dia fosse possível, com um pouco de paciência, que eles se dessem bem e que pudessem viver juntos, pois eu não acredito que lugar de animal seja nas ruas.

            Por infelicidade e para tristeza do meu pai, meus temores se confirmaram. Sempre que eu via o gatinho atravessando a rua, imaginava o risco que ele corria, até porque as pessoas por ali passam como se fosse uma pista de corrida. E foi exatamente sob as rodas de algum carro que o pobre animal perdeu a vida.

            Meus pais não viram quem o atropelou, mas é certo que ninguém se deu ao trabalho de parar para socorrê-lo, eis que é improvável que não tenham sentido o impacto. Sua curta vida começou e terminou naquela rua, naquele quarteirão. Teve sorte de encontrar um amigo, um homem que, sensível às pequenas criaturas desse mundo, eu tenho o privilégio de chamar de pai.

            Para muita gente ele era só um gato de rua, um ser indesejado que melhor faria se estivesse longe dali. Infelizmente nem todos respeitam e dão valor à vida, a todas as formas de vida. Assim que eu soube da notícia senti como se tivesse perdido eu também um amigo, um conhecido. Foi inevitável chorar. Sei que não há nada mais, agora, que eu possa fazer por ele, à exceção de tornar pública sua pequena história, sua breve passagem por esse mundo. Ele podia ser um gato de rua, mas deixou sua marca em alguns corações, bem como um amigo que, por todos os dias de sua vida irá olhar para o portão na esperança de avistar um gatinho preto e branco se aproximando.

 

 

CINTHYA NUNES – jornalista, advogada e professora universitária.

cinthyanvs@gmail.com

           

 



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - NO SABOR DAS MEMÓRIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

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Gosto de estar no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí – Solar do Barão. Para algumas pessoas, os museus estão repletos de fantasmas do passado. Vejo os Museus com pegadas de ontem e de hoje, no vai e vem que o ser humano carrega. Quem fez a história do que ali se encontra, torna-se, mesmo que um ou mais séculos depois, presença.  E os presentes, de alguma forma, se alinhavam com o antigo.
Há alguns dias, aconteceu um fato interessante no Jardim do Solar do Barão.  O Paulo Vicentim, atual diretor do museu com competência e dedicação, trouxe na disposição das peças no espaço – no momento os presépios -, uma claridade que permite visualizar todas as coisas sem acúmulos. Quanto ao jardim, preenche o olhar com beleza. Estávamos lá, durante três dias, com a exposição de Artes, Criatividade e Artesanato da Casa da Fone – CSJ. Uma das integrantes do projeto foi nos ver. Gente de quase setenta anos, de vida de luta, nascida em terra distante, nas proximidades da aldeia indígena de sua avó. Por questões de sangue e de alma, é das sementes, das flores, dos frutos... Depois que veio para o lado de cá, no voo de seus sonhos, não mais retornou. Consumiram-se, na distância geográfica, os laços com os seus e as notícias deles. Ficaram apenas as lembranças dos 17 anos de convívio familiar. Algumas do rigor dos pais, que sem dúvida a encorajou, pois não se perdeu nos atalhos da cidade grande. No jardim do Solar, deslumbrada com a organização e as flores deparou-se com a parede de taipa. Encontrou nela sinais muito além do prédio histórico. Distanciou-se, de certa forma, do Solar e dirigiu-se à terra que a viu nascer. As construções eram de taipa como a parede que ela acabara de  notar. Viu a mãe arrumando as bonecas de sabugo de milho ou costurando a mão as roupas que fazia com saco e depois tingia com polpa de jenipapo e/ou sementes de urucum. Viu o pai chegando com a enxada. Viu-se arando o campo que lhes garantia a sobrevivência. A única assombração foi a do moço que lhe despertou o enternecimento e a trouxe para cá. Alguns meses depois, ele saiu para procurar emprego e jamais retornou. 
Momento de reencontro para ela.  Para saborear a nostalgia, tirou um torrãozinho da parede e o colocou na boca. Permaneceu surpresa e encantada em se rever.
Feliz 2019, gente querida, com sabor de beleza no coração!
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.


 



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JOSÉ RENATO NALINI - TEIMOSIA CAUSA CEGUEIRA

 

 

 

 

 

 

 

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Há cinco séculos, Michel de Montaigne criticava a educação convencional. Coloca-se um número de várias dezenas de pessoas no mesmo espaço, faz com que elas se enfileirem e as submete ao mesmo sacrifício: ouvir preleções em silêncio. São pessoas com identidade, temperamento, inclinação, origem e anseio muito próprio. Transmite-se o mesmo conteúdo. E depois se estranha quando apenas quatro ou cinco “dão certo na vida”.

Ninguém ouviu Montaigne, nem leu os seus “Ensaios”. Continua-se a fazer tudo igual. Mas nem todos. A Nova Zelândia, por exemplo, não acredita no velho esquema. Dá às suas escolas um grau de autonomia como não existe no restante do planeta. Em 2017, foi o país eleito como o que melhor educa para o futuro, pela revista britânica “The Economist”.

Deixou para trás Canadá, Finlândia e Suíça, que também concorriam em quesitos como presença de resolução de problemas nos currículos e percentual de gastos na educação. O Brasil, entre 35 países, ficou em 22º lugar. A receita é bem conhecida: aprender não é decorar. As crianças praticam aprendizagem com objetos como serrotes, martelos, enxadas.  Isso é mais producente do que ensinar a decorar coletivos, por exemplo.

A resposta dos professores é “Faça você mesmo!” ou “Pergunte antes a três colegas”. O professor inglês Richard Wells, que se mudou para a Nova Zelândia, chamou o País de “paraíso da aprendizagem”, no livro que escreveu em 2016. Conta que ouviu de um aluno: “O senhor poderia, por favor, parar de falar?”. Foi durante uma aula em 2009, quando ele ainda exercitava o método clássico de ensinar. “Se o professor fala por mais de 15 minutos, está errado. O jovem não se concentra mais do que isso com alguém à frente da sala”.

Os alunos escolhem o que querem aprender, num cardápio de 40 opções, dentre as quais marcenaria, programação, culinária ou jardinagem. Eles têm 6 matérias por série no currículo. Apenas por alguns semestres são obrigatórias inglês, matemática, ciências, filosofia, estudos sociais e educação física. O restante é eletivo. No Brasil ainda temos 13 disciplinas. E milhares – sim, são milhares! – de projetos de lei para incluir novas disciplinas no currículo oficial, tanto do Ensino Fundamental como do Ensino Médio.

É claro que Nova Zelândia e Brasil são muito diferentes. Sua população é de 4,7 milhões. A nossa, 208 milhões. O IDH deles é o 13º e o nosso, o 79º mundial. No PISA, em matemática eles estão em 22º e nós em 65º. Em leitura, eles são o décimo, nós o sexagésimo segundo. No ranking de percepção sobre corrupção, Nova Zelândia é o país com menor percepção de corrupção em todo o mundo. Nós estamos em 96º.

Mas exatamente porque somos enormes, gigantescos, somos vários Brasis, mais se justifica prestigiar as diferenças, a heterogeneidade e se conceder mais autonomia às escolas.

Impera a tendência à homogeneidade, à blindagem, a preocupação com rankings que, paradoxalmente, sempre nos reservam os piores lugares. Mas a teimosia é um vício que também leva à cegueira. E o pior cego é o que não quer enxergar.

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI  é Reitor da Uniregistral, escritor e jornalista, conferencista e palestrante.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:26
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FALECEU CLARISSE BARATA SANCHES

 

 

 

 

 

 

 

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É com profunda mágua, que comunicamos aos leitores, que faleceu, recentemente, a ilustre poetisa, Clarisse Barata Sanches, colaboradora do nosso blogue. Residia em Goís, Portugal. Autora de vários livros de poesia. Seus poemas, a maioria de inspiração popular, encontram-se espalhados em numerosos jornais e sites, portugueses e brasileiros.

 

 

 

 

 

PASSANTES DA TERRA

 

 

 

                            A Terra imensa e tão magnificente,

                    Em nada nos pertence, enquanto vivos…

                    Mesmo saudáveis, jovens e ativos,

                    Somos dela, passantes, simplesmente!

 

 

 

                          Felicidade, Amor, honra influente,

                    Por mais que sejam bens estimativos,

                    São todos, eles, dotes fugitivos

                    Que a morte leva, um dia, de repente!

 

 

                    Há quem se julgue rico e proprietário,

                    Quando muito, será usufrutuário

                    Dum bem que pensa ter, mas não é seu…

 

 

                    A nossa Vida é qual sopro divino,

                    E porta entreaberta, do destino,

                    A fazer-nos passagem, rumo ao Céu!

 

 

 

 

CLARISSE BARATA SANCHES

 

 

 

 

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Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2018
FELIPE AQUINO - VERDADE OU MITO ? 10 HISTÓRIAS POPULARES Sobre A VIRGEM DE GUADALUPE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os quase 500 anos desde a aparição de Nossa Senhora de Guadalupe viram surgir uma diversidade de mitos em torno da imagem plasmada na tilma de São Juan Diego, como uma suposta temperatura humana ou movimento nos olhos da Virgem. O que há de verdade nisto?

 

 

Em entrevista ao Grupo ACI, Pe. Eduardo Chávez, postulador da causa de canonização de São Juan Diego e um dos maiores especialistas na aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, esclarece a verdade em torno dessas histórias.

 

  1. É verdade que a imagem da Virgem de Guadalupe tem temperatura humana?

Pe. Chávez, também diretor do Instituto Superior de Estudos Guadalupanos, assinalou que este mito se difundiu através das redes sociais e e-mails, mas, na verdade, “a imagem não tem, não apresenta temperatura”.

“É lógico que o mármore, a pedra, a madeira, o tecido, tenham diferentes temperaturas”, disse. A imagem da Virgem de Guadalupe está plasmada sobre “um tecido feito de planta, uma agave chamada ‘ixotl’. E não apresenta uma temperatura como se fosse um ser humano”, indicou.

 

  1. A imagem da Virgem de Guadalupe foi pintada ou fabricada por mãos humanas?

O sacerdote mexicano assegurou que este mito “é simples e claramente impossível”, pois, entre outros importantes detalhes, a tilma de São Juan Diego “não tem sequer pincelada”. “É uma estampa, é um impresso como tal”, afirmou.

Além disso, destacou o caráter milagroso da imagem, porque, “como é possível que tenha durado apesar de um acidente do ácido que se derramou sobre ela em 1784? Como é possível que, após o bombardeio ocorrido em 14 de novembro de 1921, nada tenha acontecido com ela?”.

 

Leia também: A Imagem da Virgem de Guadalupe

5 milagres que a ciência tentou, mas nunca conseguiu explicar

A importância das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe

Descrição do manto de Nossa Senhora de Guadalupe

Curiosidades sobre a Imagem de Guadalupe

 

  1. Os olhos da Virgem de Guadalupe se movem?

Pe. Chávez afirmou que, nas redes sociais, “dizem que colocando sobre ela uma luz forte, os olhos se dilatam e coisas desse tipo. Isso não existe. Não é que se movam, não é que se dilatem”.

Para o cônego da Basílica de Guadalupe, “foi mal interpretada uma coisa que o oftalmologista Enrique Graue assinalou: que os olhos parecem humanos, no sentido de que se vê como uma fotografia humana, com profundidade e reflexos humanos”.

 

  1. A Virgem de Guadalupe “flutua” sobre o manto?

O diretor do Instituto de Estudos Guadalupanos foi taxativo: “A imagem da Virgem de Guadalupe não flutua”, mas “está impressa na tilma”.

Também “não são duas ou três imagens postas uma sobre a outra”, como alguns asseguram.

 

  1. A Virgem de Guadalupe é uma adaptação católica de uma deusa asteca?

Há quem defenda a ideia de que a Virgem de Guadalupe é uma adaptação católica da deusa asteca Coatlicue Tonantzin, uma mistura de mulher com serpentes que representava a fertilidade.

Entretanto, Pe. Chávez explicou que Nossa Senhora de Guadalupe “não é nenhuma adaptação de nenhuma deusa” e que “ela não aceita nenhuma idolatria”.

“Ela não é chamada de Coatlicue, que seria idolatria, ela é chamada Tonantzin, que não é idolatria, mas significa ‘nossa venerável mãe’, e como dizem os indígenas em diminutivo: ‘nossa mãezinha’. É um título, não é a idolatria”.

“Os missionários do século XVI jamais iriam fazê-la como um disfarce para uma deusa pagã, que para eles era simplesmente satanás, o demônio, e vesti-la como Maria. Isso é totalmente falso”, sublinhou.

 

 

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https://youtu.be/dVW2_MMgNCE

 

  1. Há música oculta na imagem da Virgem de Guadalupe?

Com base em um trabalho matemático, o contador público mexicano Fernando Ojeda divulgou esta descoberta, explicou Pe. Chávez.

Tomando as flores e estrelas na imagem da Virgem como se fossem notas musicais, Ojeda esboçou um pentagrama e encontrou a melodia.

Pe. Chávez assinalou que repetiram o experimento com cópias dos séculos XVI e XVII, “nas quais as estrelas e as flores estão a critério do pintor”, mas a única coisa que obtiveram foram “ruídos, não harmonia”.

“Somente com a original sai a harmonia perfeita e atualmente já tem um arranjo sinfônico. É verdade, surge música da imagem da Virgem de Guadalupe”, reiterou.

 

  1. É verdade que uma das mãos da Virgem de Guadalupe é mais escura do que a outra?

Pe. Chávez assinalou que, embora “seja possível” que, com as sombras e a luz na imagem, se veja uma mão mais escura do que a outra na tilma de São Juan Diego, ele não está de acordo com os que sustentam que isso seja interpretado “como a mistura entre a raça branca e a raça mais escura, mais morena. Essas já são interpretações mais devocionais”, que “são bonitas, mas não há nenhuma correspondência com um códice ou com a mentalidade indígena”.

O que tem fundamento, indicou, é que a posição das mãos é entendida como rezar tanto para europeus como para os indígenas, que viam a Virgem “em passo de dança”, que para eles era sua forma de fazer oração.

 

  1. Projetou-se recentemente, de forma milagrosa, uma luz no ventre da Virgem de Guadalupe?

Para Pe. Chávez, “é complicado saber se foi um milagre naquele momento, porque não sabemos se foi um raio de luz que tenha atingido alguma das coisas metálicas que se encontram perto dela e que tenha projetado uma luz em seu ventre”.

“O que sabemos é que ela é defensora da vida”, disse e destacou que isso se evidencia no “simples fato de que ela tenha uma cinta escura sobre o ventre, significa que está em cinta, portanto que Jesus Cristo Nosso Senhora está em seu ventre imaculado”.

 

  1. São vistas palavras na imagem da Virgem de Guadalupe?

Frente aos que dizem que se pode encontrar palavras escritas na imagem da Virgem de Guadalupe, o sacerdote mexicano assegurou: “Eu não vejo isso em lugar algum”.

“Ela se comunica com glifos, como os indianos se comunicavam. E quando usou palavras, o fez em náhuatl através de Juan Diego, que depois foi sendo traduzido”.

“Em suas pregas e tudo isso, não se pode ver letras, isso faz parte de nosso carinho para com ela e tentamos com luz e sombra colocar nela ‘Pax’, colocar isso ou aquilo outro”, mas, “não há essas palavras”.

 

Assista também: História de Nossa Senhora de Guadalupe

 

 

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  1. O bispo Frei Juan de Zumárraga tratou mal São Juan Diego?

O diretor do Instituto de Estudos Guadalupanos incentivou a “tirar de nossa mente e nosso coração” mitos como este contra o primeiro Bispo do México, o franciscano Frei Juan de Zumárraga.

“A chave, o eixo do acontecimento é o bispo”, assegurou, pois, “embora a Virgem de Guadalupe escolheu um leigo, colocou no paraíso um leigo, falou a um leigo, expressou sua mensagem a um leigo”, a casinha sagrada que ela pedia “não seria feita sem a autoridade do bispo”.

Pe. Chávez indicou que quem tratou mal São Juan Diego quando foi ver Frei Juan de Zumárraga “foram os criados, que o deixaram do lado de fora”.

O franciscano “nunca o tratou mal, ao contrário, tratou-o com carinho”, assim como “com muito respeito, com muita dignidade”, afirmou Pe. Chávez.

 

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/verdade-ou-mito-10-historias-populares-sobre-a-virgem-de-guadalupe-13786

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.



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PAULO R. LABEGALINI - MILHO DE PIPOCA

 

 

 

 

 

 

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Recebi um texto dizendo que a transformação do milho duro em pipoca macia só acontece pelo poder do fogo e, sabemos, o milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua impróprio de comer para sempre. Aqueles grãos que não estouram, são inúteis e vão direto para o lixo.

Em resumo, o texto também comparou o milho que ‘se negou a virar pipoca’ a um ser humano que se recusa a mudar – no seu jeito de ser e de pensar. A presunção de quem age assim é comparada à casca dura do milho que não estourou e o seu destino é triste – porque não conseguiu dar alegrias a ninguém. Concordo que a comparação foi interessante, mas vou usar da ideia para refletir alguns valores importantes para o cristão: a fé, a esperança e a caridade.

Iniciando pela fé, você já pensou que precisamos provar ao Pai o quanto podemos melhorar o nosso comportamento de pecador? Concorda que é impossível conseguirmos mais tempo para rezar se aumentarmos os nossos compromissos sociais? De que adianta adquirirmos tantos conhecimentos na vida se não sabemos discernir o que Deus quer de nós?

O mundo nos mostra que: aumentam-se os remédios porque há menos saúde; os bens materiais vão tomando o espaço dos valores espirituais; a comunicação em massa faz com que nos amemos cada vez menos; muitas casas belíssimas são endereços de lares desfeitos etc. Infelizmente, o homem chegou à Lua mas se esquece de amparar o vizinho necessitado; ele pensa em ganhar muito dinheiro mas não consegue ser justo ao gastá-lo; enfim, conquista a sua liberdade e se afasta de Deus.

Vendo isso tudo acontecer, cada vez mais me convenço que só é feliz quem busca crescer na fé. Refletindo na Palavra do Senhor, recebendo os sacramentos da Igreja e trabalhando ativamente numa comunidade católica, preenchemos o nosso espaço interior para positivamente contribuirmos com o mundo exterior. Sem conhecer a Deus, é impossível crescer na fé e deixar de ser ‘milho de pipoca’.

Falando agora sobre a esperança, o que seria de nós sem esse ‘santo remédio’ para a alma? Acabei de ver um texto de Felipe Aquino – meu professor há 44 anos –, onde ele sabiamente diz que o Senhor permite que certos tipos de coisas aconteçam em nossas vidas para  que tenhamos esperança e sejamos dependentes da sua graça o tempo todo. Por exemplo, a pessoa que luta contra um vício nunca fica curada, mas buscará ser sustentada por Deus. Para isso, precisará sempre vigiar e orar!

O professor Felipe conclui afirmando que imediatamente após cada queda, qualquer que seja, é fundamental colocarmos os joelhos no chão e pedirmos perdão a Deus, pois, confiando na Misericórdia Divina, nos tornamos mais duros na queda. Eis a frase final que ele usa no seu artigo: “Siga em frente sem olhar para trás e que, sobretudo, Maria, a Mãe da Pureza, o sustente. Agarre-se a Ela.” Lembrando do milho de pipoca, eu completaria: Ela irá transformá-lo através do fogo do Espírito!

E, sobre a caridade, quanta coisa eu teria para escrever! Por hoje, vou contar a história de uma senhora que recebeu esta estranha carta: “Querida Ruth, estarei próximo de sua casa hoje à tarde e passarei para visitá-la. Com amor, Jesus.”

As mãos da mulher tremiam quando colocou a carta sobre a mesa. “Por que o meu Senhor quer me visitar? Não sou ninguém especial e nem tenho nada para lhe oferecer!” – pensou, preocupada. Pegou, então, a sua carteira e se apressou em fazer compras. Gastou o pouco que tinha num pão francês, num pouco de peito de peru e numa caixa de leite.

Quando estava voltando para casa, encontrou-se com um mendigo que lhe disse: “Olá, senhora, pode me ajudar?” Ruth estava tão distraída – pensando no lanche a preparar – que nem sequer viu os farrapos pendurados pelo corpo daquele andarilho. Entrou em seu lar, arrumou a mesa de jantar e ficou esperando por Jesus.

O tempo foi passando e, vendo que ninguém aparecia, resolveu ir até o portão, voltando a ver aquele ‘pobre coitado’ sentado na calçada – chegava a cheirar mal! Com o lanche nas mãos, Ruth se dirigiu ao mendigo: “Olhe, quer aceitar este sanduíche? Conseguirei outra coisa para servir ao meu convidado, se Ele vier.”

Vendo que ele tremia de frio enquanto comia, ela tirou o casaco do corpo e o colocou nos ombros gelados do homem. Sorrindo, ele lhe agradeceu e foi embora. Ao entrar, encontrou uma outra carta sobre a mesa: “Querida Ruth, foi bom vê-la novamente. Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco que irá me aquecer neste inverno. Fique no meu amor, Jesus.”

Com certeza, Ruth explodiu de alegria... como um milho de pipoca!

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:51
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - AS LENTES DOS NOVOS E DOS VELHOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao manusear as obras expostas num escaparate de livraria, encontrei, em certa ocasião, livro que folheei, ao acaso.

A determinado passo, deparei com frase, que ficou bailando na mente, por ser bem pensada, e muito verdadeira.

Autor? Não sei. Livro? Também não me recordo do nome, por mais que o rebusque na memória.

Dizia o autor, mais ou menos, isto: “ Os novos, se usam óculos é para verem ao longe; mas os velhos usam-nos para verem ao perto.”

Observação excelente! Maravilhosa metáfora! Na verdade, há dois modos de contemplar a vida: a dos jovens e a dos idosos.

Sartre, referindo-se a seu amigo Paul Nizan, disse: “ Pensávamos que o mundo era novo, porque nós éramos novos no mundo.”

Para eles, tudo era novidade: os reclames luminosos de Paris, a beleza e o encanto da Primavera…etc…etc… (“ Jean Paul Sartre” por Alfredo Margarido).

Os novos, colocam os olhos no futuro, em sonhos vãos, em ilusões e vaidades, que raras vezes conseguem realizar; sempre na esperança de atingir o ideal: para o mundo e para si.

Os velhos, pelo contrário, são ponderados e refletidos. Olham para o presente: para a vida quotidiana; para coisas palpáveis; seus sonhos são reais; porque, o futuro, para eles, é o presente.

Essa é a razão dos novos usarem lentes para verem ao longe; e os velhos, de olhos cansados, de muito viverem, olham o mundo com lentes de ver ao perto.

Ao visitar a “ minha” livraria, topo, quase sempre, junto com obras que se encontram em voga, outras escritas por ilustres desconhecidos, a que o livreiro chama: monos; mas quantas vezes excelentes, porque guardam, no seu seio, recheio precioso: sentenças, que nos fazem pensar e refletir, e não poucas vezes: meditar.

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA     Porto, Portugal



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EUCLIDES CAVACO - NATAL DO AUSENTE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Este tema faz parte do meu CD NATAL DA DIÁSPORA, 
editado há quase 20 anos, mas que teima em continuar actualizado.
Veja e ouça o poema em video eloborado pela amiga Gracinda Coelho.

 



https://www.youtube.com/watch?v=n9eHHZzxnCs&feature=youtu.be

 

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

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Palavra do Pastor, com Dom Vicente Costa, 

 

Bispo diocesano de Jundiaí

 

  

Sagrada Família – Lucas 2,41-52

 

 

https://youtu.be/Jwg4hK_KJcc

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

***

 

 

 

 

 

 

Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

 

 

 

 

 

***

 

 

 

Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto(Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

 ***



publicado por Luso-brasileiro às 11:17
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Sábado, 22 de Dezembro de 2018
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - NATAL. O MUNDO PRECISA DE PESSOAS SOLIDÁRIAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Está chegando o Natal e, com ele, nos é oferecido um momento especial para refletir novamente sobre o significado desta data e principalmente, afastarmos o risco da perda do sentido do sagrado em nossas relações. O seu clima envolve as criaturas sobretudo num clamor de poesia e ternura, singeleza e encanto, fazendo renascer sentimentos de sincera humanidade, de compreensão e de compaixão, alimentando a confiança mútua. Os sorrisos afloram com mais facilidade e as armaduras construídas na dura batalha cotidiana parecem menos impenetráveis, talvez em sinal de reverência, mesmo que inconsciente, a um Deus que se fez homem, para assumir o mundo. E cada indivíduo assume a comemoração toda vez que com um gesto de fraternidade, um apelo à justiça, um abraço de perdão, permite que Jesus nasça em seu coração.

Assim, a inclusão social se mostra como a grande solução para uma situação tão desigual como a de nossos dias. Por isso, não podemos mais apostar em atitudes meramente paternalistas, mas sim na mobilização de todos os setores. É imperioso que se multipliquem as ações sociais. Todavia, isso só se tornará realidade quando, dentro de nós mesmos, o individualismo for substituído pelo amor sincero ao próximo. Somente a solidez dessa conduta capacita os indivíduos a resistir aos apelos fáceis e as tentações do mundo moderno. E essa mesma firmeza é que cria o respeito e o entendimento entre os indivíduos, sendo que o compromisso com o bem comum vai se traduzindo no esforço constante de se promover o ser humano.

Por outro lado, vivemos num país com sérios problemas e que passivamente acompanha o aumento da concentração de renda em plena crise econômica, o que nos deixa diante de um grande desafio, alcançarmos um crescimento econômico desenvolvimentista, voltada à população, com políticas consistentes e efetivamente canalizadas para a preservação da qualidade de vida, emprego e renda.

A insensibilidade e a busca do sentido da vida no consumo de bens supérfluos desumanizam e trazem sérias consequências morais e existenciais. Numa época na qual os padrões dominantes privilegiam o ter em detrimento do ser, faz-se necessário traçarmos um novo horizonte para o amanhã, com a asseveração de princípios básicos como a solidariedade. Ou seja, o Brasil e o mundo em geral precisam de pessoas que se preocupam umas com as outras.

 

Dia do Vizinho

 

Desde o ano de 1985 é comemorado a 23 de dezembro o DIA DO VIZINHO, criado pela Federação das Mulheres Paulistas, em homenagem à grande poetisa goiana Cora Carolina, que durante toda a sua vida lutou pela humanização do convívio entre as pessoas. De fato, seus poemas, com mensagens positivas, têm um objetivo específico: atingir a sensibilidade humana e levar os homens a se unirem numa relação de paz e fraternidade.

         Tanto que ela mesma, antevendo a celebração, em mensagem escrita anteriormente, conclamou os brasileiros a fim de que atentem para a importância dessa solenidade, finalizando-a com esta profecia: “Cumpro o dever milenar de semear. Lançar a semente. Antevejo o Dia do Vizinho comemorado festivamente, estreitando laços de fraternidade, cortesia, nobreza, num apelo para melhor entendimento e vivência entre as criaturas. Esta mensagem procura tua sensibilidade. Toma para ti seu conteúdo fraterno, é uma oferta humilde. Aceita para ti e para os teus o Dia do Vizinho. Comemora-o. Dê-se a ele espontaneamente. Faça dele teu dia fraternal, teu dia feliz”.

 

Sugestões de presentes para o Natal: 

 

“Para seu inimigo, perdão/ Para um oponente, tolerância/Para um amigo, seu coração/ Para um cliente, serviço/ Para tudo, caridade/ Para toda criança, um exemplo bom/ Para você, respeito” (Oren Arnold)    

           

Breve reflexão

 

         Mais do que nunca importa sermos solidários, sem qualquer sentimento de superioridade. O acolhimento é uma atitude fundamental na atualidade (J.C. Martinelli).

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

 

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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - SABORES E CHEIROS QUE TRAZEM DE VOLTA A INFÂNCIA

 

 

 

 

 

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Assisti anos atrás a uma interessante conferência. ministrada no auditório do SESC de Piracicaba por uma professora da USP, sobre uma nova tendência da culinária mundial, chamada Comfort Food (em tradução livre, alimentação emocional).

O Comfort Food é um desdobramento, uma derivação do Slow Food, movimento que nasceu na Itália, em oposição à proliferação de MacDonalds. O Slow Food já é bem conhecido, tem numerosos seguidores aqui em Piracicaba e não me estenderei sobre ele. Basta lembrar que propõe o resgate dos alimentos tradicionais que nossos bisavós consumiam e não lhes faziam mal algum, desde que os consumamos no mesmo estado de espírito de nossos maiores, ou seja, com a calma, a ponderação, o equilíbrio de outrora; e que os preparemos tanto quanto possível com os mesmos métodos de preparo de outrora. Em outras palavras, nada de colocar um legume num processador! Pelo contrário, rale-o cuidadosamente numa raladeira tradicional. Nada de comprar carne moída para fazer quibe! Compre a carne adequada, pique-a manualmente em pedacinhos bem pequenos, depois soque-a bem socadinha, num pilãozinho de mesa, junto com o trigo, as folhas de hortelã, a cebola cortada em pedacinhos bem pequenos (cortada também manualmente, claro!), sem esquecer a pimenta síria que dará o gosto. Dá bastante trabalho, sem dúvida, mas o gosto é muito melhor. E você poderá comer sem a sensação de estar absorvendo calorias em excesso... já que gastou muitas calorias no preparo.

Não dá para fazer todos os dias, mas experimente fazer isso num sábado ou num domingo. Procure fazer isso não solitariamente, mas em companhia de amigos ou amigas, de preferência da sua mesma faixa de idade. É agradabilíssimo. Vale por uma verdadeira terapia...

Já o Comfort Food é mais recente, nasceu nos Estados Unidos entre gastrônomos e psicólogos ligados ao Slow Food.

Que prega o Comfort Food? Prega que se procure, pelo menos uma ou duas vezes por semana, saborear algum alimento que, emocionalmente, pelo cheiro, pelo sabor, pelo contexto em que é saboreado, nos remeta para a infância, trazendo consigo aquela série de sensações boas, agradáveis, próprias da infância: aconchego, proteção, segurança, carinho, afeto, paz, amor etc.

Isso deve ser realizado sem preocupações dietéticas, sem pressa, sem frenesi, sem emoção. É algo mais passivo e contemplativo do que ativo e racional.

O Comfort Food sustenta que, do ponto de vista emocional e psicológico, é enorme o bem que esse costume, desde que praticado duas ou três vezes por semana, pode fazer a todos.

O curioso é que varia muito de pessoa para pessoa, o alimento que mais produz esse efeito. Proust, a partir das madeleines mergulhadas no chá, remeteu seu espírito imediatamente para o ambiente da casa de sua avó, e a partir desse minúsculo episódio deu início à prodigiosa narrativa de “Em busca do tempo perdido”. Ele descreve o cheiro, o sabor, a fumaça que saía da xícara e, a partir dali, por associação de ideias e de imagens, se desdobra o seu maravilhoso livro...

Para algumas pessoas, o cheiro do café, sendo coado, desperta esse sentimento. Para outros, será o do pão ou o do bolo de fubá saindo do forno. Para outros, um suculento arroz com feijão. Para outros, será o chocolate, a espiga de milho verde cozida ou assada na brasa, o prato fumegante de canja de galinha, o lambarizinho pescado na lagoa, passado na farinha e frito, ou singelos bolinhos de arroz que a mãe fazia no meio da tarde, ou, ou, ou... os exemplos poderiam se multiplicar ao infinito.

Conheci muito bem um ilustre acadêmico, escritor e mestre consagrado, que do alto de seus oitenta e tantos anos não hesitava: quando encontrava na rua um vendedor de amendoim torrado, religiosamente parava, comprava, sentava-se no primeiro banco de praça que encontrava vazio e saboreava em silêncio. Para ele, tratava-se de um retorno à infância, autenticamente comfort food.

Conheço um advogado bem sucedido, de meia-idade, louco por aqueles cones crocantes que são vendidos na rua, levados geralmente em latas, por vendedores que chamam a atenção dos passantes com um som estridente característico, produzido por uma matraca. Ignoro o nome desses petiscos, que de vez em quando aparecem. Mas sei que são exatamente como eram quando eu era criança. E sei que naquele tempo já eram velhos. Pois esse meu amigo é capaz de parar o carro e sair correndo atrás do vendedor, para não perder a possibilidade de, ele também, retornar à infância. É capaz de faltar a uma audiência, de perder um prazo processual... mas não perde a oportunidade de comer aquilo. Comfort food...

A professora da USP que fez a palestra no SESC começou pedindo aos assistentes que recordassem um cheiro e um sabor da infância. As respostas foram numerosas e muito variadas. Mas quase todos recordaram, curiosamente, algum cheiro de comida, ou alguma comida com cheiro muito característico.

Daí surgiu meu desejo seria constituir um Museu dos Odores e dos Sabores. Falarei desse hipotético museu em outro artigo.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOSé historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História e da Academia Ptracicabana de Letras.

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 18:19
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - CONTO DE NATAL

 

 

 

 

 

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            A cidade de Esperança tinha cerca de 1000 habitantes. Estava na verdade mais para uma vila. Os moradores eram descendentes de antigos imigrantes europeus, embora não se soubesse exatamente de que lugar eram oriundos. Os mais velhos já eram minoria, tratando de terminar seus dias a observar as crianças a brincar e os jovens a desperdiçar seu tempo com bobagens sem importância.

            Como acontece em grande parte do mundo, os idosos viviam meio esquecidos, sem ter com quem dividir suas lembranças e suas experiências. Tudo em Esperança fora construído pensando nos jovens. Como ficava no alto de um morro, havia muitas escadas pela cidade toda. Os mais velhos, inclusive, nem conseguiam chegar em todos os lugares.

            Assim, de novo como acontece na maior parte do mundo, os mais jovens viviam como se usufruíssem de uma condição permanente e não excessivamente transitória. Costumavam tratar os idosos com pouco caso, com a negligência daqueles que se acostumam a não enxergar o que não é espelho.

            Um dia no entanto, sem que qualquer aviso ou sinal pudesse ter sido sentido, todos os habitantes da cidade foram igualados em dores e em expectativa. Assim que despertaram, todos os moradores de Esperança, homens e mulheres eram idosos. inexplicavelmente não sobrou adulto, jovem ou criança. De uma hora para outra todos se deram conta de que o banco do tempo resolvera fazer um saque único e antecipado.

            Netos se tornaram contemporâneos dos avós. Um casal recém-casado parecia comemorar bodas de ouro. Ninguém mais tinha força para executar sozinho a maior parte das tarefas diárias. Foi uma grande comoção. Estavam todos espantados e inconformados, mas muitos logo se esqueceram do que havia acontecido, pensando que não podia ser verdade que se tornaram idosos em um repente. Era mais provável que o tempo tivesse passado e eles não tivessem se dado conta.

            Após especialistas do mundo todo terem emitido seus pareceres, todos inconclusivos, não restava aos “esperancenses” ou “esperançosos” outra opção a não ser prosseguir vivendo a vida que lhes restava, encurtada abruptamente ou não. Agora, sobretudo, diante de uma morte natural que se fizera uma presença anunciada, tudo mudava de perspectiva.

            Casais de namorados que antes passavam o tempo admirando-se mutuamente, aprenderam que também era possível se sentirem atraídos pelos companheiros com os quais passavam horas conversando de mãos dadas, bem como que o amor parecia morar no fundo dos olhos.

            Filhos entenderam como os pais se sentiam cansados e muitas vezes frustrados por aquilo que já não eram capazes de fazer e juntos, somando esforços, conseguiram caminhar de braços dados por longas distâncias. No caminho puderam trocar confidencias, rir e chorar da forma como só àqueles cujo tempo talhou as feições é dado fazer.

            Curiosamente, os habitantes daquele estranho vilarejo passaram a ver “o ocorrido” como chamaram o fato de se transformarem em idosos, como algo que tinha muitos pontos positivos. Nunca houve tanto entendimento, tanta compreensão, tanta solidariedade. Havia sim, sem dúvida, um imenso pesar sobre o tempo que se perdera, pelo que não voltaria, mas se conformaram, conhecendo a resiliência.

            E assim como tudo se deu, “desdeu-se”. Assim que soaram os sinos da igreja, as crianças voltaram a correr por aí, repletas de energia. Os jovens se reencontraram em seus desejos e a força era novamente capaz de mover montanhas. Tudo e nada, paradoxalmente, era como antes. Era Natal e daquele dia em diante, em Esperança, Papai Noel era somente um menino travesso, vestido de branco e vermelho e que, vez ou outra, dava estranhos presentes...

 

 

 

CINTHYA NUNES  jornalista, advogada e professora universitária.

cinthyanvs@gmail.com

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 18:14
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