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Sábado, 22 de Dezembro de 2018
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - VIVÊNCIAS DE NATAL COM MARIA

 

 

 

 

 

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Neste Advento, experimento as vivências de Natal com Maria ao seguir o retiro online com Nossa Senhora do Carmo dos Carmelitas Descalços, dirigido pelo Frei Cyril Roberto do Convento de Paris. 
Tem-me feito um bem imenso esse retiro no aguardo do Menino que, na expectativa de João Batista, como escreve o Frei Cyril, é a verdadeira força, pois forte é aquele que não procura proteger-se em detrimento dos outros. Pelo contrário, é quem se põe a serviço do irmão sempre que pode, que sabe dominar-se quando poderia explorar, que vela, de maneira simultânea, por si e por seu próximo.
Entusiasmam-me demais os textos sobre Nossa Senhora nesse retiro. O Reino dos Céus começa com o seu “fiat” e ela não perdeu nem uma parcela de Deus em sua vida. Tudo em Maria era fazer a vontade de Deus. Ela permitiu que Deus realizasse o que quisesse. No episódio de Caná da Galileia, ao faltar vinho na festa de casamento, não pediu ao Filho que transformasse a água em vinho, apenas apresentou a necessidade no local. Atenta, na quietude, aos acenos do Altíssimo. E se não tivesse em silêncio, não teria ouvido a voz do Anjo Gabriel. As reflexões e as propostas de atitude não me deixam indiferente, mesmo que deseje.
Sinto-me convidada a três posturas neste tempo de preparação para o Natal: dizer “faça-se” nos acontecimentos que o Senhor me coloca no dia a dia, mesmo que doam; estar alerta aos sinais de Deus e servir a Nossa Senhora, oferecendo o seu Jesus nos meus caminhos, na certeza de que ela cuida de mim.
Se Deus me conceder a graça do sim na unidade de amor com a Virgem Maria, minha alma cantará com ela, com doçura e júbilo, na Noite Santa: “Glória a Deus nas alturas...”
Um Natal abençoado, gente querida!

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

 

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ALEXANDRE ZABOT - SER PAI

 

 

 

Alexandre Zabot

 

 

 

 

 

Com o nascimento do menino Jesus no lar de Nazaré, sob os cuidados de São José, Deus quis que o “ser pai” acontecesse dentro do “ser família”. Ao dar a vocação matrimonial, Deus também dá a vocação da paternidade. Assim, conclui-se que para ser bom pai, é preciso antes ser bom marido. De fato, é do amor entre os cônjuges que nascem os filhos e também é nesse amor que é gerado o amor por eles. É importante colocar desde o início a indissolubilidade entre essas duas vocações porque é a partir dela que se pode construir um raciocínio correto sobre o significado de ser pai aos olhos da nossa fé.

São João Paulo II resume de maneira muito clara o “ser pai”: “O seu amor paternal é chamado a tornar-se para os filhos o sinal visível do próprio amor de Deus” (Familiaris Consortio, 14). Como é grande essa missão, pois do relacionamento dos filhos com o pai da Terra depende seu relacionamento com o Pai do Céu!

Os filhos aprenderão as virtudes sobrenaturais a partir das virtudes humanas vividas e ensinadas pelo pai. Como ter fé (sobrenatural) em Deus se não aprenderam a confiar (fé humana), antes, no próprio pai? Como negarão generosamente suas próprias vidas se o pai sempre foi um egoísta, centrado no seu trabalho e nos seus assuntos, sem tempo para a esposa e os filhos?

Uma parcela não desprezível das pessoas com crise de fé hoje têm, na verdade, uma crise de obediência. Não aceitam colocar-se sob o critério da Igreja, sob o critério de dois milênios de ensinamento. Não será porque nunca aprenderam a obedecer ao pai? A respeitar seu papel de líder da família, de bússola da casa?

Dada a importância da paternidade, é preciso aprender uma verdadeira “pedagogia da paternidade”. Deus dá a vocação, mas não exclui a necessidade de estudo e preparação. É necessário ler materiais de bom critério sobre como ser bom pai. Estudar a psicologia da criança, do adolescente e do jovem para saber estimular corretamente os filhos. A preparação, por sua vez, consiste em boa medida na vivência da Graça. Procurar os sacramentos, ter uma vida de oração intensa, constante, profunda, de onde virão as luzes para o dia a dia do pai.

 

Na Audiência Geral de 29 de maio de 2013, lembrando da parábola do filho pródigo, o papa Francisco exortou os jovens a serem pais e lembrarem-se que “Deus é nosso Pai, criou-nos, deu-nos os nossos talentos e guia-nos no caminho da vida. Está conosco apesar das nossas fraquezas, dos nossos pecados e das nossas faltas, é modelo de paternidade”. Urge que um pai saiba ser exigente e misericordioso. A parábola do filho pródigo, com o filho que fica e o filho que se vai e volta, será sempre fonte inesgotável de reflexão para como exigir com misericórdia, que é, no fundo, o mesmo dilema de educar sem tirar a liberdade. Que São José interceda por cada um de nós.


07/2014

 

ALEXANDRE ZABOT   -    Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.   www.alexandrezabot.blogspot.com.br

 

 

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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - ALVO DE ADMIRAÇÃO

 

 

 

 

 

 

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“Me deixe cavalgar nos seus desatinos/ Nas revoadas, redemoinhos/ Vento, ventania, me leve sem destino” (Álvaro / Bruno / Sheik / Miguel / Coelho / Beni).

Não confiro, dada a absoluta certeza: dalguma janela no restaurante a poucos metros de mim, alguém me admira.

Correção: observa-me.

Simplesmente porque estou na mira. E em virtude de, a essa hora, ser eu a única criatura viva em movimento à vista d’olhos. Eu sou, pois, o que chama a atenção.

Os carros, distantes daqui, pascem mecanicamente.

A avenida dorme, enquanto os semáforos à toa variam do vermelho ao verde.

Demora-se até o vento a passar, entediado. E, quanto o faz, em função da falta de galhos aos quais balançar... passa despercebido.

Alguns decerto teriam reparado nele remexendo as folhas...

Não o teriam de fato visto; é natural. Mas, sim, sua passagem vibrante e fresca.

Alguns com os olhos o priorizariam. É claro que sim.

Eu o teria feito!

Tresloucasse ele por mim, um ventinho que fosse, ah, eu o olharia!!!

Olharia, aliás, demoradamente.

Desejando que ficasse, a ele o pediria. Imploraria que ficasse, em paralelo à retirada sua. Em paralelo ao inevitável.

A despeito desse seu ímpeto, contudo, eu pediria de novo. Tentaria persuadi-lo, segurá-lo, adiar sua ida. E dessa vez eu gritaria “ficaaaaaaaaaaaaaaaa”...

Quem sabe ele ficasse.

No entanto, é bem mais provável que a essas tantas estivesse longe. Cuidando da vida.

Assim também eu, que, embora não seja vento, nem sequer chegue aos seus pés, nem, por conseguinte, seja um pé de vento, enfim... também eu...

Assim também eu vento.

Trafego em meio à invisibilidade dele, só não tão intocável quanto ele, dada a visão daquele provável alguém ali, numa daquelas janelas do restaurante a poucos metros, como eu dizia.

Visível e desimportante àqueles. Invisível mesmo que importante a esses.

Quem são aqueles?

Esses quem são?

Quem é quem?

Caramba! Será que será sempre desse jeito, toda e qualquer vez que ventar?

Que bobagem!!! Sempre esse turbilhão, esse redemoinho, essa intempérie de nada a lugar nenhum...

Sempre haveremos de pensar?

Até quando é sempre?

Há de passar.

Há de passar como o vento dessa ideia... e como outros que passaram antes dela...

“Lê, Lê, Lê, Lê, Lê, Lê, Lê”...

 

 

 

Valquíria Gesqui Malagoliescritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br

 

 

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FELIPE AQUINO - COMO VIVER O NATAL EM FAMÍLIA ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Natal de Jesus é uma grande festa também de cada família, pois naquele Nascimento divino se formava a Sagrada Família de Nazaré. A Igreja ensina que o “os filhos são o dom mais excelente do matrimônio” (CIC,§ 2378). Sobretudo esta alegria é insuperável quando nasce como homem o próprio Deus.

 

 

Por isso, toda família cristã precisa celebrar com júbilo o Natal do nosso divino Redentor e Salvador. Naquela criança pobre, humilde, desprovida de toda honra e glórias humanas, estava o Rei do Universo, o Senhor dos Senhores.

Ele quis nascer e viver trinta anos numa família para nos mostrar que nada é mais importante para a humanidade do que esta instituição divina, hoje tão ameaçada. Ali naquela pobre casinha de Nazaré Ele cresceu, aprendeu a ler as Escrituras que falavam Dele, foi obediente a Seus pais que Ele mesmo criou; trabalhou com mãos humanas na carpintaria de São José e abençoou todo tipo de trabalho honesto; e manteve o Lar sagrado após a morte do Seu pai adotivo.

O Nascimento de Jesus tem tudo a ver com a família; “o Senhor quis entrar em nossa história pela família”, disse um dia o Papa São João Paulo II. Então, cada família deve se preparar com zelo e carinho na celebração do Natal e vive-lo com devoção.

 

Leia também: Bênção da Árvore de Natal em família

A exemplo dos três reis magos, o que podemos oferecer a Jesus neste Natal?

Como se preparar em família para o Natal

Os 5 distintivos de uma família católica

10 Verdades sobre o Natal

 

 

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Antes de tudo é preciso focar as atenções no grande Aniversariante. Ele veio para nos salvar. Que Ele não seja esquecido, renegado, escondido. “Ele é Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1,19). Como disse o salmista, é preciso dizer: “Que céus e terra glorifiquem o Senhor com o mar e todo ser que neles vive!” (Sl 68,35); porque “Seu Nome é admirável Conselheiro, Deus forte, Pai do século futuro e Príncipe da paz será chamado” (Is 9,6).

Toda a alegria da família deve estar lastreada no júbilo que brota em nossos corações por saber que agora temos um Irmão divino, que nos ama, que nos acompanha, e que vive em nossa alma. Deus se fez homem, veio armar a Sua tenda entre nós. Ele é o Emanuel, o Deus conosco, que, ressuscitado caminha conosco para que não tenhamos medo das lutas da vida. Ele não se orgulhou de ser Deus, se fez pequeno, se fez criança; como disse São Paulo se fez pobre para nos enriquecer com suas graças.

Cada família cristã precisa armar o Presépio, e contemplar diante dele as grandezas desse Menino que deixou a glória celeste para nos socorrer em nossas misérias.

Contemplando também os personagens do Presépio, podemos meditar profundamente nas lições do Natal, e preparar a alma para construir nela o verdadeiro presépio; a melhor manjedoura no coração para receber o Rei dos reis.

José e Maria, os pais do Menino Deus encarnado feito homem que quis ter uma família humana. Aí vemos toda a importância do pai, da mãe e da família; é uma consagração do quarto mandamento. A família é sagrada; e a mais sagrada é a família de Nazaré. O Presépio nos ensina a beleza e a importância da família. Em José e Maria vemos também o exemplo daqueles que vivem conforme a exata vontade de Deus: dóceis, meigos, disponíveis a Deus de maneira absoluta; simples, puros, santos.

Ali estão os Anjos – anunciaram com júbilo aos pastores o nascimento do Menino Deus: “Glória a Deu nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”. Os Anjos acompanharam Jesus em toda a sua vida, da manjedoura á Ascensão ao céu.

 

 

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Ouça também: A importância da Família

 

Ali está aquele pequeno burrinho – era o humilde animal dos pobres e humildes do povo que aguardavam o Messias, que viria para salvar o povo. Foi nele que Jesus entrou em Jerusalém para consumar a Sua obra e viver a Sua paixão. No Presépio ele representa a criação dócil de Deus que acolhe o seu Deus e lhe presta o devido culto de serviço e de louvor.

O boi também está ali – era o animal sacrificado nos holocaustos dos judeus, no Templo, em oferenda pelos pecados do povo. Jesus, com o Seu Sacrifício na cruz, levou à plenitude os sacrifícios da Antiga Aliança, que era celebrada no sangue dos novilhos. O boi no Presépio acolhe a Grande Vítima que será um dia imolada no Calvário, no seu lugar, pelo pecado do mundo.

A ovelha – dócil animal que representa o Cordeiro que os judeus sacrificavam diariamente no chamado “holocausto perpétuo”, ao cair da tarde, para a purificação dos pecados do povo judeu. É uma imagem de Jesus, que como disse Isaias, foi conduzido ao Calvário como uma ovelha muda, sem resistir, sem blasfemar, sem se arrepender de fazer a vontade de Deus.

Ali estão também os pobres pastores de Belém – são os representantes humildes do povo judeu, para quem Jesus veio em primeiro lugar. Os céus se lhes abriram e eram viram os Anjos cantando o Glória a Deus. São eles as testemunhas de que Deus cumpriu para com o povo judeu a Promessa de enviar o Redentor, anunciada pelos profetas.

Os reis Magos chegaram também – são os representantes dos gentios; daqueles que não eram judeus; muitos deles já conheciam o Deus de Israel e lhes prestavam culto. Os Magos no Presépio indicam que Jesus veio não só para os judeus (representados nos pastores), mas para todos os povos do mundo. Eles oferecem ao Menino Deus, o incenso; ao Menino Rei, o ouro; ao Menino Cordeiro, a mirra do sepulcro. É a representação de todos os povos que veem adorar “Aquele que vem em Nome do Senhor”.

É ai, diante do Presépio que os pais podem aprender a amar como José e Maria; e os filhos podem aprender com o Deus Menino a beleza da obediência aos pais, e a virtude do trabalho.

 

Assista também: Por que montamos o presépio para o Natal?

Você conhece os símbolos do Natal?

Três dicas para bem celebrar o Natal

 

É diante do Presépio que a família deve rezar o Terço meditando cada mistério da vida de Jesus, desde o Anuncio do Anjo a Maria até a consumação de Sua glória.

Que cada presente dado aos filhos seja a expressão da alegria do nascimento do nosso Redentor. Que a ceia do Natal seja a expressão da confraternização da família que se modela no exemplo da Sagrada Família. Que o desejo de “um feliz Natal”, seja também um compromisso de amar cada pessoa da família, suportando os defeitos de cada um, se comprometendo a ajudá-los nas suas dificuldades.

Enfim, que a celebração do Natal em cada lar seja o advento, a chegada, Daquele que é o Príncipe da Paz, e que vem trazer a paz à família, neste mundo de tantas aflições e tribulações.

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 

 

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PAULO R. LABEGALINI - COMO COMEMORAR O NATAL ?

 

 

 

 

 

 

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O dia de Natal só existe porque em Belém, há quase dois mil anos, nasceu o Filho de Deus para nos salvar: “...E o Verbo se fez carne e habitou entre nós.” (Jo 1, 14). Portanto, nenhuma comemoração neste dia tem mais sentido do que sermos instrumentos de Jesus Cristo - que continua vivo entre nós. Mas de que forma faremos isso?

Sem dúvida, pela vontade de Deus, uma maneira de vivenciarmos o espírito do Natal será através da caridade. Não podemos nos esquecer que o Menino Jesus nasceu de uma família pobre, numa manjedoura. Se, hoje, temos fartura na ceia ou no almoço de Natal – talvez, muito mais do que Cristo teve em qualquer momento de sua vida aqui na terra -, é graças a Ele que conseguimos. Nesta semana, partilhando um pouco do que é nosso com os pobres, a noite de Natal será mais bonita, porque Jesus estará mais alegre – derramando mais bênçãos sobre nós.

Como cristãos, outra opção que teremos no dia 25 será visitar os doentes, as crianças abandonadas, os idosos carentes ou os encarcerados, e prestar solidariedade natalina a eles: falando de Jesus e de Maria, pregando o Evangelho, levando presentes, fazendo orações etc. Isso pode parecer difícil ou quase impossível pra muita gente por estar reunida com familiares, mas se fosse um parente próximo nosso que estivesse vivendo alguma dessas situações, provavelmente não estaríamos lá também? É preciso lembrar que o próprio Cristo está presente em cada irmão anônimo que sofre as injustiças sociais do nosso país e, ajudando a eles, será a Deus que estaremos servindo.

No dia de Natal, também não poderemos deixar de rezar. Rezar principalmente agradecendo pelas nossas vidas, agradecendo por cada momento de paz que desfrutamos com a nossa família e agradecendo pelos nossos dons. Dons que deveriam ser oferecidos ao Senhor durante o ano inteiro: na caminhada de evangelização do Seu povo, no trabalho de pastorais da Sua Igreja e na realização de obras materiais para a construção do Seu Reino. Quem agir assim, estará plantando a paz rumo ao Novo Milênio.

E mesmo que você, caro leitor, aceite alguma das minhas sugestões para comemorar o nascimento do Menino Jesus, não se esqueça também de, ao menos, telefonar para os amigos e lhes desejar um santo Natal com Cristo. Na minha opinião, isso é mais importante do que um simples cartão de boas festas. Quem sabe, durante a conversa, você não terá oportunidades de contar sobre a sua boa ação da semana e lhes sugerir que façam o mesmo? Se o fizer, o Espírito Santo estará ao seu lado lhe ajudando. Experimente!

Que Deus dê um Natal de paz a todos os seus filhos. Peço a Nossa Senhora que abençoe o Papa, que abençoe o Brasil, que abençoe o nosso pároco, que abençoe as nossas comunidades e também que abençoe e converta o mundo inteiro ao Coração de Jesus.

Natal é missa! Natal é partilha! Natal é oração! Natal é solidariedade com o irmão! E que os anjos digam ‘amém’!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 

 

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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A ORIGEM DO BOLO- REI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tinha chegado a São Paulo, em véspera de Natal. A tia Helena, convidara-me para passar a consoada, com ela, e com a família.

Cheguei a Alto de Pinheiros, moído por longa e maçadora viagem, às primeiras horas do dia 24.

Era uma manhã inundada de Sol doirado e ameno. A pauliceia acabara de acordar.

Levava, entre as prendas natalícias, majestoso Bolo-Rei.

Eu sabia, que o avô Alberto, que abalara para o Brasil, em meados do século passado, havia de gostar de ver, na mesa, o tradicional bolo português.

Ao lado do panetone, que já se encontrava sobre a toalha adamascada, que cobria a mesa, coloquei o Bolo-Rei, repleto de apetitosas frutas cristalizadas.

Impaciente, aguardei, a chegada do avô; e foi com entusiástica expectativa, que esperei a reação.

Entrou ligeiramente curvado, na sala medianamente iluminada.

O Sol matinal, velado pela espessa cortina de algodão, que cobria a janela, que dava para o jardim, mal conseguia penetrar.

 

 

 

 

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Ao ver o Bolo-Rei, perguntou-me atónito:

- “ Foi você que o trouxe?!”

Respondi-lhe que sim. Queria fazer-lhe uma surpresa…

Em breve, soube, que nunca vira tal bolo, na casa de sua mãe, em Vila Nova de Gaia.

Admirei-me. Desde que me conheço, sempre, meus pais adquiriram-no, dizendo-me ser bolo tradicional.

Mais tarde, para satisfazer a curiosidade, investiguei a origem do  “nosso” Bolo-rei, e perante minha desilusão, averiguei o seguinte:

O proprietário da Confeitaria Nacional, de Lisboa, após viagem a França, nos últimos anos do século XIX, conheceu, em Paris, bolo de vistoso aspecto, confeccionado na Festa dos Reis.

Trouxe a receita. Seguindo a tradição francesa. Confeccionou-o na véspera do Dia dos Reis, para ser comido ainda quente.

O saboroso bolo, rapidamente foi adquirido pelos lisboetas, e chegou a ser, quase, imprescindível na mesa dos portugueses.

Entretanto foi implantada a República. O nome de “ Rei” não foi aceite pelos republicanos…

Os pasteleiros não tiveram outro remédio, senão mudar-lhe o nome. Passou a ser: “Bolo de Natal” ou “ Bolo do Ano Novo”.

Com o correr dos anos, os ânimos acalmaram-se e tornou ao seu primitivo nome.

O primeiro Bolo-rei, apareceu em França, confeccionado pelos cozinheiros do Rei Luís XVI, durante o almoço do Dia dos Reis.

Dizem, que ao apresentá-lo, na corte, pretendiam lembrar as ofertas dos Reis Magos, ao Menino Jesus: oiro, era a côdea brilhante; a mirra, os frutos; e o incenso, o aprazível perfume que irradiava.

Precisei que o avô Alberto ficasse espantado, ao vê-lo, para vir a saber, que o tradicional bolo natalício, de português, só tem o nome…traduzido.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 

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JORGE VICENTE - É NATAL !.....

 

 

 

 

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É NATAL !...

 

 

 

 

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JORGE VICENTE    -   Fribourgo, Suiça

 

 

 

 

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Palavra do Pastor, com Dom Vicente Costa, 

 

Bispo diocesano de Jundiaí

 

 4º Domingo do Advento

 

https://youtu.be/_pt9-OZlJLY

 

 

 

 

 

 

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Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

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Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

 

 

 

 

 

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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto(Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 15:18
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Domingo, 16 de Dezembro de 2018
JOSÉ RENATO NALINI - TEIMOSIA CAUSA CEGUEIRA

 

 

 

 

 

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Há cinco séculos, Michel de Montaigne criticava a educação convencional. Coloca-se um número de várias dezenas de pessoas no mesmo espaço, faz com que elas se enfileirem e as submete ao mesmo sacrifício: ouvir preleções em silêncio. São pessoas com identidade, temperamento, inclinação, origem e anseio muito próprio. Transmite-se o mesmo conteúdo. E depois se estranha quando apenas quatro ou cinco “dão certo na vida”.

Ninguém ouviu Montaigne, nem leu os seus “Ensaios”. Continua-se a fazer tudo igual. Mas nem todos. A Nova Zelândia, por exemplo, não acredita no velho esquema. Dá às suas escolas um grau de autonomia como não existe no restante do planeta. Em 2017, foi o país eleito como o que melhor educa para o futuro, pela revista britânica “The Economist”.

Deixou para trás Canadá, Finlândia e Suíça, que também concorriam em quesitos como presença de resolução de problemas nos currículos e percentual de gastos na educação. O Brasil, entre 35 países, ficou em 22º lugar. A receita é bem conhecida: aprender não é decorar. As crianças praticam aprendizagem com objetos como serrotes, martelos, enxadas.  Isso é mais producente do que ensinar a decorar coletivos, por exemplo.

A resposta dos professores é “Faça você mesmo!” ou “Pergunte antes a três colegas”. O professor inglês Richard Wells, que se mudou para a Nova Zelândia, chamou o País de “paraíso da aprendizagem”, no livro que escreveu em 2016. Conta que ouviu de um aluno: “O senhor poderia, por favor, parar de falar?”. Foi durante uma aula em 2009, quando ele ainda exercitava o método clássico de ensinar. “Se o professor fala por mais de 15 minutos, está errado. O jovem não se concentra mais do que isso com alguém à frente da sala”.

 Os alunos escolhem o que querem aprender, num cardápio de 40 opções, dentre as quais marcenaria, programação, culinária ou jardinagem. Eles têm 6 matérias por série no currículo. Apenas por alguns semestres são obrigatórias inglês, matemática, ciências, filosofia, estudos sociais e educação física. O restante é eletivo. No Brasil ainda temos 13 disciplinas. E milhares – sim, são milhares! – de projetos de lei para incluir novas disciplinas no currículo oficial, tanto do Ensino Fundamental como do Ensino Médio.

É claro que Nova Zelândia e Brasil são muito diferentes. Sua população é de 4,7 milhões. A nossa, 208 milhões. O IDH deles é o 13º e o nosso, o 79º mundial. No PISA, em matemática eles estão em 22º e nós em 65º. Em leitura, eles são o décimo, nós o sexagésimo segundo. No ranking de percepção sobre corrupção, Nova Zelândia é o país com menor percepção de corrupção em todo o mundo. Nós estamos em 96º.

Mas exatamente porque somos enormes, gigantescos, somos vários Brasis, mais se justifica prestigiar as diferenças, a heterogeneidade e se conceder mais autonomia às escolas.

Impera a tendência à homogeneidade, à blindagem, a preocupação com rankings que, paradoxalmente, sempre nos reservam os piores lugares. Mas a teimosia é um vício que também leva à cegueira. E o pior cego é o que não quer enxergar.

 

 

JOSÉ RENATO NALINI  é Reitor da Uniregistral, escritor e jornalista, conferencista e palestrante.

 

 



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Sábado, 15 de Dezembro de 2018
VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - ABSOLUTA SINGELEZA

 

 

 

 

 

 

 

 

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Costumo brincar com meus filhos, dizendo-lhes que, se um dia, alguém fizer um filme sobre mim, a cena de abertura ou a cena final ou qualquer cena (mas ela é imprescindível) deve mostrar chuva e vento em folhas de bananeiras.

É bem provável que nem se lembrem disso.

Ah, tudo bem, afinal, é probabilíssimo ainda que jamais se faça sequer uma frase para decorar minha lápide. “Kkkkkkk” como se diz em já não tão bom português.

O legal é que seria por demais engraçado isso. E quem sabe até melhor que a encomenda. Morrerei de novo – só que de rir.

Imaginem só: a mais desbaratinada tagarela da família, em oco silêncio post-mortem.

Por ora, voltemos à vida. Ao que nos prende a ela. Ao que, já que nela presos, nos prende.

Não há imagem em toda natureza que mais me fascine do que a daquelas belezuras de brilho de aparência encerada e cuja impermeabilidade faz escorrerem as gotas translúcidas...

Viram como soa exagerado descrevê-lo?

É inenarrável por sua absoluta singeleza.

Deve ser isso.

Eu que vivo me gastando a fim de descrever tudo em palavras, sinto que o desafio, neste caso, é insano.

Tão familiar (tanto mais por tê-las todo dia bem aqui à minha porta) sua visão me abraça, tão grande (pela matéria explícita e pela modesta importância) um arrepio me vem, igualmente indescritível, sobretudo pela clareza do ocorrido que dispensa laboriosos detalhamentos narrativos.

De novo! Viram como soa exagerado descrevê-lo?

Toda essa simplicidade basta para me calar. Para me calar e mais – para fazer-me observar.

Para mais ainda – fazer-me ver.

Enxergar.

Todo mundo tem algo na natureza que vem ao encontro da sua natureza. Essa simbiose (a que chamo mágica) é que devia fazer o mundo girar; não o dinheiro.

Acontece que, sei lá, vai ver a roda é banhada a ouro.

Ou quem comanda a dita-cuja é parente distante do Midas.

Ou pensa que é.

Uma banana pra esses tais.

Eu mesma a dou a eles.

É isso: uma banana pra vocês que pensam que são os reis de tudo.

Aqui a rainha sou eu. E o meu trono está bem aqui, diante dos meus olhos, tremeluzindo em verdes de variados tons e chuva cintilante.

O perfume eu invento. Gosto demais do cheiro que as coisas todas emanam. Por isso pintei ali um cheirinho de agridoce.

 

 

Valquíria Gesqui Malagoliescritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br

 



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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - NO ANIVERSÁRIO DE JESUS, É PRECISO CULTIVAR A ESPIRITUALIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A época natalina se constitui num momento de poesia e ternura para uns; de reflexão e fraternidade para outros. Há os que não encontram nenhum sentido na data e àqueles que, confinados nos aspectos dominantes impostos pelo “marketing” consumista, só se preocupam com suas satisfações pessoais.

No entanto, mais do que só comprar presentes e encher a geladeira de comes e bebes, é necessário cultivar a espiritualidade e a prática social da solidariedade que ajuda a transformar a sociedade. Evidente que não sou contra o aspecto comercial que é importante inclusive para o desenvolvimento do país. Entendo, no entanto, que outras circunstâncias também devem ser observadas em razão do próprio sentido da data.

A celebração do Natal necessita ser assumida essencialmente naquilo que lhe é peculiar, ou seja, na força do amor que o Cristo, filho de Deus encarnado, trouxe a Terra. Convida-nos à conversão, que traduz sair de nós, das nossas comodidades e ambições, para colocar-nos na trilha dos desamparados, oprimidos e perseguidos. Desperta à partilha, à convivência pacífica e ao respeito ao próximo.

Assim, a sua comemoração litúrgica se revela num momento especial para renovarmos nossa fé e descobrirmos a dignidade de cada pessoa, mesmo porque, nascendo entre nós, Jesus nos mostrou seu desejo de entrar em comunhão conosco para mostrar que todos podem e devem igualmente satisfazer seus direitos e aspirações fundamentais.

Enquanto nossa sociedade se caracterizar pela ganância, pelo egoísmo e pelo poder, os conflitos entre as pessoas tenderão a persistir e a esperança, a diminuir, construindo-se relações embasadas na dúvida, no medo e até no terror. São inúmeros os acontecimentos e os comportamentos que demonstram o desvirtuamento dos valores e a prevalência da desigualdade social, propulsores de um triste e desolador quadro de manifestas injustiças. E diante de uma cultura de consumação, geram-se manifestações de desânimo daqueles que ainda sonham, buscam e lutam pelo bem comum, que felizmente são afastadas pelo empenho na concretização de seus ideais.

         Desta forma, o sentido mais profundo do Natal precisa estar presente no pensamento e no coração das pessoas: extinguir a marginalidade e a exclusão com a certeza de que a paz, a liberdade e a verdade são possíveis; que o ser humano é o valor máximo a ser respeitado, resgatado e conduzido à felicidade, devolvendo a todos o direito de viver e de participar dos bens de Deus. Por isso, façamos dele, uma festa permanente, capaz de renovar para todos, sem quaisquer distinções, a esperança de tempos melhores e dias mais felizes.

 

 

Resultado de imagem para presépios de natal

 

 

                            Momento de poesia e meditação

 

 

Em 1901, Machado de Assis já proclamava em seu “Soneto de Natal”: “Um homem, — era aquela noite amiga. Noite cristã, berço no Nazareno, —/Ao relembrar os dias de pequeno,/ E a viva dança, e a lépida cantiga,/Quis transportar ao verso doce e ameno/As sensações da sua idade antiga,/Naquela mesma velha noite amiga,/Noite cristã, berço do Nazareno./Escolheu o soneto... A folha branca/Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,/A pena não acode ao gesto seu./E, em vão lutando contra o metro adverso,/Só lhe saiu este pequeno verso:/ "Mudaria o Natal ou mudei eu?".

 

 

                  Saudade

 

 

“O Natal é tempo de saudade, como sabia tão bem Fernando Pessoa: “Natal... Na província neva. / Nos lares aconchegados, / Um sentimento conserva/ Os sentimentos passados.”

 

 

Breve reflexão natalina

 

“São as cestinhas forradas de seda, as caixas transparentes os estojos, os papéis de embrulho com desenhos inesperados, os barbantes, atilhos, fitas, o que na verdade oferecemos aos parentes e amigos. Pagamos por essa graça delicada da ilusão. E logo tudo se esvai, por entre sorrisos e alegrias. Durável — apenas o Meninozinho nas suas palhas, a olhar para este mundo” (Cecília Meireles, “Compras de Natal”).

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor universitário. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - PIRACICABA: DE NOVO A ATENAS PAULISTA ?

 

 

 

 

 

 

 

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A cidade de Itu era conhecida, no passado, como a “Roma Brasileira”, devido ao fato de serem muitas suas igrejas, enquanto Piracicaba se orgulhava de ser “a Atenas Paulista”, graças ao grande número de cultores das letras clássicas que aqui residiam e espalhavam as luzes do seu saber. A sólida reputação de Piracicaba, nessa área, lamentavelmente, foi sendo erodida pelo tempo e pelo fato de serem cada vez mais raros os afeiçoados ao estudo das Humanidades, daquelas disciplinas básicas do conhecimento humano que a imensa, mal conhecida e muito injustiçada sabedoria dos medievais condensava nos dois ciclos clássicos: o Trivium e o Quadrivium. São poucas, infelizmente, as pessoas que se interessam por tais temas... mas são bem mais numerosas do que à primeira vista parece!

Ontem, dia 8 de agosto, tive ocasião de compartilhar com um público bastante numeroso, momentos extremamente agradáveis e instrutivos. O jornalista Romualdo da Cruz, que tem mestrado em Filosofia da Educação, e o professor de História da Arte Fábio San Juan ministraram, a quatro mãos, uma aula aberta intitulada “Platão ou a Morte da Filosofia”, dando início a um curso livre de três meses sobre Filosofia, Política e Arte, a ser ministrado todas as quartas-feiras às 19:30hs, no auditório da Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle-EMPEM, a partir de 15/8/2018.

Assistiram à aula aproximadamente 80 pessoas, de idades e condições muito variadas. O interesse despertado pelos dois expositores foi grande, a julgar pelas perguntas e propostas apresentadas no final. Fiquei surpreso, confesso, pelo número elevado de assistentes e também me impressionou favoravelmente o alto nível das intervenções.  Nem tudo está perdido! Ainda há clima para se tratar seriamente de assuntos filosóficos de interesse permanente. Quem sabe, dessa oportuna iniciativa da dupla de intelectuais piracicabanos não brotará um grupo de pensadores atuantes e dinâmicos, que devolvam à nossa cidade, de pleno direito, o epíteto glorioso de outrora.

Como declarou textualmente o Prof. Fábio San Juan, a ideia do curso é mostrar o imenso percurso feito pelo pensamento humano, desde os antigos pré-socráticos até os atuais filósofos, pondo especial ênfase na tríade dos grandes mestres gregos (Sócrates, Platão e Aristóteles) dos quais deriva toda a cultura ocidental.  A maioria dos problemas permanentes que afligem o gênero humano já foi sentida e analisada por esses mestres, e até hoje é no ensinamento deles que podemos encontrar soluções que uma Ciência desvinculada da Metafísica, ou uma “Ratio” desvinculada de uma “Fides” jamais poderão alcançar.

  A Civilização Ocidental e Cristã, do Velho Mundo e dos povos fundados em outros continentes como desdobramentos da Europa, tem três grandes matrizes fundamentais, a grega, a romana e a cristã (esta última, naturalmente, de raízes judaicas).

Sócrates ensinou a pensar e estabeleceu as regras básicas do pensamento lógico, mostrando na prática, no seu ensinamento oral, o que é o verdadeiro pensamento crítico. Seu discípulo Platão aplicou e desenvolveu o que aprendeu com seu mestre, teorizando acerca de um mundo ideal que deve servir de baliza e modelo ideal para as realidades humanas. Seu pensamento é dedutivo, parte do geral e se aplica ao particular, mantendo-se sempre ambos em perfeito equilíbrio. Já Aristóteles, discípulo de Platão, desenvolveu e aperfeiçoou os ensinamentos socráticos e platônicos de um ponto de vista diverso. Aristóteles era cientista, filho de médico e ele próprio estudou medicina. Seu método era o estudo dos casos concretos e particulares para, a partir deles, chegar ao conhecimento e formulação das regras gerais. Seu pensamento era indutivo, ao contrário de Platão. Mas ambos se completam admiravelmente. Em ambos se nota o mesmo equilíbrio fundamental da natureza humana, o geral com o particular, o todo com as partes, a teoria com a prática.

O pensamento grego foi assimilado e adaptado pelo gênio romano, e recebeu ainda um terceiro componente, de importância fundamental: a influência hebreia, que nos chegou por intermédio do Cristianismo, trazendo o elemento religioso da Revelação divina. Essas são as matrizes do pensamento original do Ocidente, profundamente lógico, coerente e completo.

Já na Era Cristã, o pensamento de Platão teve numerosos seguidores, dos quais o maior e mais brilhante foi Santo Agostinho, Bispo de Hipona e intelectual fecundíssimo. De conhecimentos enciclopédicos, escreveu com profundidade e espírito criativo sobre todos os ramos do conhecimento humano - sempre sem perder de vista a unidade fundamental desse conhecimento.

Aristóteles teve, na Idade Média, um discípulo igualmente genial, São Tomás de Aquino, que cristianizou, renovou, desenvolveu e aperfeiçoou o aristotelismo, num conjunto de mais de cem obras, igualmente abarcativas de todos os ramos do conhecimento. O pensamento aristotélico-tomista também privilegia a visão global do conhecimento humano, especialmente na Summa Contra Gentiles (que é exclusivamente filosófica e faz abstração da Revelação) e na Summa Theologiae (a qual, como o próprio nome indica, focaliza temática religiosa e teológica, sem embargo de incorporar poderosamente o arcabouço filosófico).

Esse é o imenso panorama dentro do qual se desenrolará o curso. Quem não teve o privilégio de estar presente ontem, pode ter ideia do que perdeu se assistir, no canal "Jornada Filosófica" (https://www.youtube.com/watch?v=8_Qu6nSrb0Q ) a uma outra exposição da mesma dupla. “Não somos filósofos diplomados, mas dois ´amigos da sabedoria`, que estão lendo e estudando muito sobre filosofia e cultura humanista. Queremos dividir com os amigos e mais pessoas o que aprendemos, na esperança de auxiliar aqueles que sentem essa ´comichão` pelo conhecimento” - afirma modestamente o Prof. Fábio San Juan.

Recomendo vivamente aos interessados que tomem contato com os dois promotores do curso, pelo site  www.apreciandoarte.com.br ou pelos telefones (19) 3424-2306 / (19) 98140-6298.

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOSé historiador e jornalista profissional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História e da Academia Ptracicabana de Letras.

 



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ALEXANDRE ZABOT - VIDA FORA DA TERRA

 

 

 

 

 

 

Alexandre Zabot

 

 

 

 

 

 

Em tempos de vultuosos investimentos na exploração espacial, quando novas e antigas potências mundiais enviam sondas e robôs para a Lua, Marte e outros corpos do sistema solar, lança-se também no ar perguntas existenciais importantes. A possível existência de vida fora da Terra, apesar de ser uma indagação antiga, ganha ares de certeza científica e torna-se, deste modo, tema importante para todos. Entretanto, antes de querer se desbravar pelas sempre válidas questões existenciais, é necessário entender alguns aspectos físicos e biológicos desta área. Algo que, além de servir de base para discussões filosóficas e teológicas, ajuda a não cair nos misticismos e modismos da ufologia e outras pseudociências.

Uma das primeiras coisas a se fazer quando se quer apresentar o ponto de vista científico sobre a vida fora da Terra, é separar o que é científico do que não é. Pode parecer bobagem, mas o fato é que muitos não têm essa distinção clara. Quando cientistas sérios estudam o tema, não tratam de seres marcianos que raptam pessoas, nem se preocupam em desmascarar conspirações governamentais malignas. Tampouco se interessam em violações bizarras e sem base científica da física tão bem estabelecida. São objeto de estudo somente as possibilidades reais, ainda que improváveis e, sobretudo, tem-se por método e base a ciência conhecida, que pode nos fornecer instrumentos e idéias válidas. A ufologia não é ciência. Reveste-se de jargões e aparência científica para, sob a ótica do misticismo e do ocultismo, tratar fenômenos que, com muita frequência, têm explicações científicas muito mais simples e convincentes.

Investigar a vida fora da Terra requer um esforço multidisciplinar. É preciso tratar de maneira conjunta, e com grande habilidade, áreas como física, química, biologia e astronomia. Tem-se adotado o termo “astrobiologia” como nome desta incipiente ciência. São aspectos cruciais no estudo desta disciplina a biologia do surgimento e evolução da vida, a química dos corpos celestes, a física do meio interestelar e a astrofísica das estrelas e o surgimento dos planetas. A Igreja não fica à margem destas discussões. No ano de 2005 os padres jesuítas do Observatório do Vaticano, em Roma, convidaram especialistas do mundo todo para darem palestras e apresentarem seus trabalhos à jovens cientistas de todos os continentes sobre este tema.

Quando se fala em vida fora da Terra, geralmente se pensa em vida inteligente. Este não é, entretanto, o foco principal das investigações dos cientistas. Em geral, é dada mais ênfase às formas de vida simples, como bactérias. É uma questão de probabilidades de existência e de capacidade de detecção. Segundo o que se conhece da evolução da vida, é muito menos provável que surja vida inteligente do que vida unicelular. Visto que aquela se desenvolve a partir desta. Além disso, sabe-se pelo exemplo dos primeiros seres da Terra, que estas formas menos desenvolvidas são capazes de modificar radicalmente a composição química da atmosfera do planeta. Isto nos abre um leque de possibilidades reais de detecção da vida nestes planetas através de observações da luz vinda deles, com nossos telescópios.

O principal problema para o contato com outras civilizações inteligentes é o imenso tamanho do universo. Mesmo que estas civilizações existam, estariam a milhões ou talvez bilhões de anos luz de nós. Como Einstein previu, e já foi provado experimentalmente de muitas formas, é impossível viajar mais rápido do que a luz. Isto se torna uma barreira física que impede o contato com estes seres inteligentes. Enviar e receber sinais de rádio também deve ser infrutífero. O motivo é o mesmo, a vastidão do universo. Precisaríamos de quantidades infinitas de energia para a transmissão e, além disso, teria-se que esperar milhões de anos para receber qualquer resposta, se recebêssemos.

Segundo o padre José Funes, atual diretor do Observatório do Vaticano, a vida fora da Terra não impõe-se como um problema teológico. Está de pleno acordo com as escrituras e a fé recebida de Cristo. A experiência cotidiana, entretanto, mostra que o ocultismo e o misticismo associados à ufologia são graves desvios da sã doutrina cristã e podem levar as pessoas a se perder em doutrinas falsas e ilusórias que prometem explicações fáceis. A solução, defendo, é sempre o conhecimento. Conhecer a ciência, o que os cientistas fazem e pensam e, sobretudo, conhecer sua fé. Estudar, pensar e rezar junto com a Igreja Católica, o papa e os bispos. Este é um caminho seguro para não se perder na profusão de idéias falsas existentes.

 

Escrito em 10/2008

 

 

ALEXANDRE ZABOT   -    Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.   www.alexandrezabot.blogspot.com.br

 



publicado por Luso-brasileiro às 19:08
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - TECENDO A MANJEDOURA

 

 

 

 

 

 

 

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Santa Teresa D’Ávila (Espanha: 1515-1582), em um de seus escritos, faz uma comparação com o bicho da seda para a construção interior da morada divina. Comenta que, como se fosse uma semente, grãos pequeninos conforme o da pimenta, com o calor do sol, quando começa a haver folhas nas amoreiras, que até então estivera morta, iniciam a vida. “E esses grãos pequeninos se criam com folhas de amoreira; quando crescem, cada verme, com a boquinha, vai fiando a seda, que tira de si mesmo. Tece um pequeno casulo muito apertado, onde se encerra; então desaparece o verme, que é grande e feio, e sai, do mesmo casulo, uma borboletinha branca, muito graciosa”.
A alma, para Santa Teresa, é representada por essa lagarta, que começa a ter vida, quando começa a beneficiar-se do auxílio geral que Deus dá a todos. E o Beato Frei Maria-Eugênio do Menino Jesus, OCD, em seu livro “Quero ver a Deus”, ao citar essa reflexão, afirma que a Santa explica que para a construção desta morada divina é necessário tirar de nós próprios e dar de nós próprios como fazem os bichinhos da seda. O problema é o que tiramos e damos.
Lembrei-me essa passagem na de preparação do Natal. São tantas coisas exteriores que nos rodeiam: o consumismo, as bebidas que entorpecem, as receitas com colesterol e triglicérides alto, a gritaria nos microfones e nos carros de som... Há brilhos e tons estranhos nas vitrinas, com números que dizem da vantagem nas compras. Papai Noel se multiplica onde há concentração do comércio. Em raros lugares, uma imagem do presépio que diz de salvação.
Aumentam sonhos de adquirir e diminuem os olhares que buscam no Céu uma estrela que ilumine suas angústias e leve a um sentido maior da existência.
Um dia desses, li no jornal da Paróquia São João Batista daqui, que a manjedoura foi o primeiro altar de Jesus. Gostei tanto dessa maneira de ver onde o Menino repousou assim que se fez presença em meio a nós. E, agora, penso, também, que a manjedoura, que Ele busca, para renascer em nosso coração, é a que propõe Santa Teresa, com fios de seda, tirados de nós mesmos. Mas cada um sabe o que é preciso remover de mortes de nossas entranhas, com o propósito de tecedura de amor, para que o Pequenino venha e nos traga, com Ele, Maria, José e os anjos daquela noite de luz.
Feliz Natal, gente querida, com a presença de Belém de Jesus!

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 18:52
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