PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2019
EUCLIDES CAVACO - A ÁGUA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Para inicio desta semana aqui vos deixo este tema de vital importância nas nossas vidas. 
Video graciosamente elaborado por Afonso Brandão.
Partilhe com os seus amigos.

 



https://www.youtube.com/watch?v=ncmrAa0r2bw&feature=youtu.be

 

 

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

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CONCURSO DE POESIAS

 

O GRÊMIO CULTURAL PROF. PEDRO FÁVARO, COMEMORANDO OS QUINZE ANOS

DE FUNDAÇÃO, PROMOVE O CONCURSO DE POESIAS:

" TRIBUTO AO PROF. PEDRO FÁVARO"

 

REGULAMENTO

 

 

                                 

  • As poesias versarão sobre o homenageado, sua vida como político, professor ou amigo.
  • Os autores poderão enviar duas poesias, sendo que, apenas uma será escolhida.
  • Enviar em duas vias, digitadas ou datilografadas do dia 01/3/2019 ao dia 10/4/2019.
  • Junto, enviar nome completo, endereço, telefone e e-mail.
  • As poesias deverão ser entregues pessoalmente ou pelo correio na Casa da Cultura, situada na Av. União dos Ferroviários no. 1760-CEP 13 201-160 (Complexo FEPASA) Escrever no envelope: Concurso de Poesias do Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro.
  • Serão classificadas 20 (vinte) poesias. Os prêmios serão troféus, placas, medalhas e diplomas.
  • Os autores deverão ter, no mínimo, 18 (dezoito) anos e residirem na região de Jundiaí.
  • Os membros do Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro e seus descendentes até o 2º.grau não poderão participar.
  • A diretoria do Grêmio Cultural será soberana nas decisões, não cabendo recursos.
  • Os classificados serão informados do local e data da entrega dos prêmios com antecedência de sete dias.
  •  

 

 

 

 

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O Prof. Pedro Fávaro nasceu em Espírito Santo do Pinhal, ano 1925 e faleceu em Jundiaí, ano 2004.

Formou-se professor pela Escola Normal  de Jundiaí, lecionou Língua Portuguesa, Física e Química.

 Foi eleito vereador duas vezes, em 1947 e 1952. Em 1964 elegeu-se para o Executivo, tendo uma profícua atuação. Em sua primeira gestão  construiu: a Estação de Tratamento de Água;  vinte e seis prédios escolares; os viadutos Sperandio Pelliciari e Joaquim Candelário de Freitas;  viabilizou a implantação da Faculdade de Medicina – onde é homenageado com uma sala em seu nome.

Em 1969, ocupou os cargos de Diretor da Fazenda e Diretor de Ensino. Em 1976, ao assumir novamente o Executivo , construiu três Centros Esportivos, o Parque Corrupira e o Centro das Artes, com o teatro Sala Glória Rocha, hoje fechado. Em 1989, foi vice do prefeito Walmor Barbosa Martins.

Recebeu o título de Cidadão Jundiaiense, Cidadão Benemérito e Medalha Petronilha Antunes.

Em sua segunda gestão, doou um terreno para construir o Centro de Reabilitação Jundiaí, entidade que atende, atualmente, cerca de oitocentas pessoas. Em sua homenagem foi fundado o Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro, em 2004, ano de seu falecimento.

 

 

 

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Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

 

 

 

 

 

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Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto(Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 13:47
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JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - CAMPANHA DA FRATERNIDADE de 2019 destaca o respeito à dignidade humana

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            

 

             Para muita gente, essa época do ano ressalta, antes e acima de tudo, o carnaval – um período de folia descompromissada, de alegria fugaz, de sonhos e de ilusões, tão bem cantados nas modinhas carnavalescas de antigamente.

             Mas há outras comemorações, algumas de inegável importância, como a Quarta-Feira de Cinzas que marca o início da Quaresma e que propõe uma reflexão comprometida sobre os problemas que afligem o povo, através da Campanha da Fraternidade, realizada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que desde 1964 tem como objetivo histórico, a luta pela justiça social e pela solidariedade, enfrentando o desafio da pobreza e a urgente transformação das estruturas sociais.

             Nesse período, que se inicia no dia 06 de março e vai até a Páscoa - que anuncia o início de vida nova –  e aproveitando este tempo forte de conversão, a Igreja propõe a todos uma reflexão comprometida sobre os problemas que afligem o povo, objetivando despertar a colaboração e debates de seus fiéis e de toda a sociedade em relação a questões concretas que envolvem toda a nação, buscando soluções para o mesmo.

           O tema da Campanha da Fraternidade 2019 é “Fraternidade e políticas públicas” com o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça”. (Is 1,27).

Como forma de despertar a consciência e incentivar a participação de todo cidadão na construção de Políticas Públicas em âmbito nacional, estadual e municipal, a Comissão Nacional da CF preparou o texto-base, apontando  uma série de iniciativas que ajudarão a colocar em prática as propostas incentivadas nesse ano.

             “Política Pública não é somente a ação do governo, mas também a relação entre as instituições e os diversos atores, sejam individuais ou coletivos, envolvidos na solução de determinados problemas”, afirma o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, que ainda esclarece que  devem ser utilizados princípios, critérios e procedimentos que podem resultar em ações, projetos ou programas que garantam aos povos os direitos e deveres previstos na Constituição Federal e em outras leis. “Políticas Públicas são as ações discutidas, aprovadas e programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna”, declarou dom Leonardo.

      Trata-se de um tema de extrema importância levando em consideração que as Políticas Públicas dizem respeito a toda a sociedade em suas várias dimensões, e que visam assegurar os direitos humanos mais elementares para que cada pessoa tenha condições de viver com dignidade, cujo significado se relaciona ao respeito irrestrito ao ser humano. Assim, o objeto de sua proteção se estende a todas as pessoas, independentemente de idade, sexo, origem, cor, condição social, capacidade de entendimento e autodeterminação ou ‘status jurídico’. Revela-se                            simultaneamente como valor e como princípio, já que se constitui num dos pilares do Estado Democrático de Direito.

             Ilustrativamente, invoquemos o prof. Dalmo de Abreu Dallari: “As finalidades mais importantes da Constituição consistem na proteção e promoção da dignidade humana. Por esse motivo, não é uma verdadeira Constituição uma lei que tenha o nome de Constituição, mas que apenas imponha regras de comportamento, estabelecendo uma ordem arbitrária que não protege integralmente a dignidade de todos os indivíduos e que não favorece sua promoção” (DALLARI, Dalmo de Abreu, Constituição e Constituinte, p.24, São Paulo: Saraiva)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A PROPÓSITO DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

 

 

 

 

 

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Escrevo este artigo no dia 22 de novembro, precisamente uma semana após as pífias e desalentadas comemorações do feriado de 15 de novembro. A proclamação da República, tal como se deu no Brasil, não foi resultado de um anseio popular, mas foi uma quartelada de surpresa... que surpreendeu até mesmo seu próprio proclamador!

Aristides Lobo afirmou, em carta de 15 de novembro de 1889 dirigida ao "Diário Popular", de São Paulo, que o povo acabara de assistir "bestializado, atônito, surpreso" à proclamação da República. O depoimento não poderia ser mais insuspeito. Aristides Lobo foi não só testemunha ocular do golpe de 15 de novembro, mas também um de seus principais articuladores e fez parte do primeiro governo republicano, como Ministro do Interior. Não menos concludente é a comparação feita por Joaquim Nabuco. Segundo ele, a proclamação da República exerceu, sobre a população atônita, um efeito similar ao do tiro de Caramuru entre os assombrados indígenas.

Ao próprio Marechal Deodoro a República surpreendeu... Sua intenção, ao pôr-se à frente das tropas amotinadas, na manhã do15 de novembro, não era derrubar a Monarquia, era tão-somente derrubar o Ministério chefiado pelo Visconde de Ouro Preto, contra o qual o Exército alegava sérios agravos. Tanto que, ao penetrar no Quartel General em que estava instalado o Governo, bradou não o "Viva a República" da legenda, mas sim  "Viva Sua Majestade, o Imperador".

É isso o que relata Pedro Calmon: "O grito não foi de viva à República; nem podia ter sido. Deodoro não se pusera à frente da tropa para fazer a República. Tomara-lhe a chefia em plena marcha para derrubar o ministério e impor as decisões da revolução em nome do Exército e da Armada. (...) Ao subir as escadas que conduziam ao andar superior, onde o esperava o gabinete vencido, Deodoro, de quepe na mão, gritou 'Viva Sua Majestade, o Imperador!' É o que nos contam José Beviláqua, Cândido Rondon, o ministro do Chile na sua correspondência" ("O grito do Marechal Deodoro", in "O Cruzeiro", Rio de Janeiro, 2-3- 1968).

O mesmo afirma a Princesa Isabel, nas despretensiosas notas autobiográficas que intitulou "Alegrias e Tristezas" e foram publicadas na íntegra pela "Tribuna Imperial", de Petrópolis. Transcreveu-as "O Legionário", de São Paulo, de 19 e 26-6 e 3-7-1949. É deste último órgão que se reproduz o trecho a seguir: "O marechal Deodoro da Fonseca, descontente com o ministério, nada mais desejava, então, senão derrubá-lo. No dia da sublevação entrou com suas tropas no Quartel General, dando vivas ao Imperador. Mas a ideia de chamar para formar Ministério a Silveira Martins, seu inimigo mortal (uma vez que Ouro Preto estava preso, e, solto sob palavra, pediu demissão) facilitou o trabalho dos republicanos que o cercavam, os quais aproveitaram-se do descontentamento da situação e conduziram-no à república."

É hoje assente entre os historiadores que o Marechal Deodoro somente na tarde do dia 15 de novembro aceitou a deposição do Imperador e o fez a contragosto, instado pelos líderes republicanos que, em linguagem atual, poderíamos chamar seus "companheiros de viagem". Quanto a seu irmão Hermes, que comandava as tropas na Bahia, relutou muito em aceitar a mudança de regime, só a reconhecendo a 18 de novembro, após a partida da Família Imperial para o exílio.

Os republicanos gozavam no Império da mais ampla liberdade. Eram influentíssimos, por efeito de uma propaganda bem conduzida e de artifícios - ainda uma vez usemos a linguagem de nossos dias - que chamaríamos de ação psicológica. Em todos os ambientes penetravam suas ideias com o sabor ardido da novidade e do futuro. A tal ponto ter simpatia por elas virou moda nos últimos anos do Império que, certa ocasião, um deputado - Martinho Campos - confessou em plenário envergonhar-se de ser monarquista. E Joaquim Nabuco declarou noutra ocasião ser necessária mais coragem para alguém se afirmar abertamente monarquista do que para se professar republicano. Ambos os fatos são relatados por Affonso Celso no seu livro "Oito anos de Parlamento" (Editora UNB, Brasília, 1981, p. 110). O próprio Affonso Celso, embora filho de um dos mais destacados líderes políticos do Segundo Reinado (o Visconde de Ouro Preto)  e membro da jeunesse dorée do Império, fez seu discurso de estreia na Câmara, a 28 de fevereiro de 1882, declarando-se favorável à República (op. cit., p. 104). É curioso notar que sem embargo de serem os republicanos influentíssimos, e gozarem de toda a liberdade de propaganda, seu Partido nunca conseguiu representação eleitoral expressiva.

Proclamada a República num golpe de surpresa e logo transformada em fato consumado, os monarquistas brasileiros estiveram, a bem dizer, amordaçados durante quase um século. Com efeito, poucas semanas haviam transcorrido após o golpe, e já o Governo Provisório promulgava o decreto 85-A, de 23 de dezembro de 1889. Ficava criado um tribunal de exceção, composto exclusivamente de militares nomeados pelo Ministro da Guerra, com a finalidade de julgar sumariamente, em corte marcial, quaisquer indivíduos "que conspirarem contra a República e o seu Governo; que aconselharem ou promoverem, por palavras, escritos ou atos, a revolta civil ou a indisciplina militar". Esse decreto, que o clássico bom humor dos brasileiros logo apelidou de "decreto-rolha" (porque tampava a boca dos oposicionistas), tornava impossível na prática qualquer discussão, pela imprensa, acerca da forma de governo.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS   -   Licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Portuguesa da História e da Academia Piracicabana de Letra.

 



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - ANTIGAS FOLIAS

 

 

 

 

 

 

 

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            É engraçado como o tempo tem o condão de transformar as pessoas em saudosistas, ainda que em diferentes níveis. Conforme os anos e as décadas vão se deitando as minhas costas, constato mais essa realidade. Aos poucos eu me vejo no espelho que até então somente refletia ecos dos meus pais e avós. Assim como eles, eu passei a sentir saudades daquilo que os ventos do tempo sopraram para longe.

            Estamos próximos de mais um Carnaval. Já faz alguns anos que me pego pensando nos carnavais da minha infância e juventude. Embora meus pais não fossem exatamente apreciadores das folias de Momo, esse feriado sempre tinha o sabor especial, eis que era época de almoços em família e preguiça.

            Reuníamos normalmente na casa dos meus avós e sempre tudo era festa. Por óbvio que a minha visão da coisa toda era a de uma criança, alheia a às circunstâncias que por certo envolviam vários adultos e crianças juntos. Sob meu ponto de vista, sobretudo agora, depurado pela saudade, foram tempos inesquecíveis.

            Acompanhados de tios e agregados, saíamos com meus pais para ver o Carnaval de rua, lá em Lins, morrendo de rir dos palhaços, dos homens usando vestidos e perucas e boquiabertos com os trajes sumários de algumas mulheres e travestis. Na inexistência das câmeras de celulares e de redes sociais, tudo era registrado tão apenas em nossas lembranças. Cantando marchinhas e sambas-enredo, seguíamos assistindo à passagem do “desfile”, jogando confete e serpentina.

            Um pouco mais tarde, adolescente, ia aos bailes de Carnaval da cidade. Só podia ir se acompanhada da família da minha amiga inseparável, a Patrícia. Eles compravam uma mesa  entre as disponíveis no salão e eram meu salvo conduto. Com eles eu curtia as músicas, olhava meus paqueras (o equivalente da época ao crush de hoje), dançava e ria muito. Era outro tempo. Quando muito, bebericávamos um coquetel de frutas ou um copo de cerveja.

            Pensando agora, em perspectiva, parece que isso foi há muito mais tempo... São memórias mais sensoriais do que nítidas e me dei conta disso quando ouvi, ontem, uma das marchinhas que embalava meus carnavais. Fui tomada por um turbilhão de emoções e, por alguns segundos eu tinha um terço da minha idade e, sem preocupações relevantes, brincava de Colombina apaixonada.

            Aprendo, com os anos, que não se trata de uma geração ser necessariamente mais feliz do que a outra. Pode até haver certa verdade nisso, em alguns pontos, quando consideramos a violência, por exemplo, mas, tal qual me parece, são somente visões diferentes, distanciadas pelo tempo. No fundo, todos sentimos saudade do que não temos mais. É humano e compreensível sentirmos falta da leveza de algumas épocas de nossas vidas.

            Nunca mais estive em um baile de Carnaval depois que passei dos vinte anos. Simplesmente não tive mais vontade. Mudei os planos, os gostos, mas permanecem as lembranças felizes, o gosto da canja de galinha servida às 6 da manhã, no pós baile. Remanescem os sons que são especiais porque únicos na memória de que estava lá, na mesma juventude. Não eram tempos melhores. Eram só outros tempos. Como se diz por aí, eram “outros Carnavais”...

            A vida se encarrega de transformar tudo em antigas folias. Só nos resta dançar...

 

 CINTHYA NUNES   -   é jornalista, advogada e professora universitáriacinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 13:16
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - O QUE FICA DE TUDO

 

 

 

 

 

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O que fica de tudo é a memória. Viver consiste em edificar história.

Não importa mais nada. Nada além, é claro, do que o que importa à pessoa amada.

A memória é construída em função dela, e, nisso, a própria vida, que depende – que ironia – da pessoa amada, justamente dela.

Justamente, embora não justo, haja vista nem sempre ser a tal pessoa amada a que nos ama. É uma baita cama!

Ironia ou injustiça, o jeito é ir levantando parede a parede, sem preguiça! Senão, onde é que se vai estender uma boa rede?

Que seja. Amemos.

Amemos, pois, quanto mais se ama, mais feliz se é. Seja homem ou mulher.

Ademais, nessa vida só com amor a gente aprende, não obstante o arrependimento (e como! e quanto! a gente se arrepende) – haja unguento.

É ou não é uma emboscada que a vida seja morte anunciada?

Matem-me. Roubem-me.

Levem tudo que tenho. Não é disso que me mantenho.

Sustento-me do que escrevo. Nisso a ninguém devo.

Tanto não devo que até me sobra. Dou a quem quer e a quem não.

Dou, pois, tenho – de sobra, de sobra e à mão.

Uns recebem-me com pronta pedra. Uns com doces de algodão.

Escrevendo sou tão sincera: inscrevo-me em você... e em você... e em você, inclusive, em quem faço da vida a vida que não tive.

Prescrevo-me.

Então, reescrevo-me na história de outros. Pelas memórias que faço descritas, descrevem-se meus pensares soltos.

Eles é que são livres de fato. Bestas, porém, livres! Muito mais homens do que ratos.

Dizem a que vieram, mesmo quando estão errados. Eles são do bem: bem mais verborrágicos do que bem lapidados. Dão nas fuças em cheio. Tanto os que vêm inteiros, como os que vêm talhados ao meio.

Ah! Vou lhes contar – eu sou repleta de palavras neste seio!

Depois do leite com que amamentei filhos meus e de outras mães, são palavras que cá do peito brotam feito pães.

Sou uma vasilha donde leite, prosa e verso caem, polvilham displicentemente o entorninho do próprio universo à frente.

Assim seja! Proseando, universemos.

Antes que, na reforma de seus ninhos, sob escombros das paredes das memórias, aos amigos, inimigos e vizinhos, sejamos somente lembranças. E lembranças apagadas!

E, ali, nós – supostamente memoráveis – venhamos a ser pó ou, no máximo, rabiscos indecifráveis.

 

 

 

Valquíria Gesqui Malagoli, escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:01
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - CRIANÇAS, VIOLÊNCIA E APRENDIZAGEM

 

 

 

 

 

 

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Crianças, violência e aprendizagem fizeram parte de uma pesquisa recente, desenvolvida pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul - InsCer.  Os pesquisadores analisaram cerca de 70 estudantes – de 10 a 12 anos – de escolas públicas de Porto Alegre, localizadas em bairros com altos índices de violência. O trabalho, que faz parte do projeto VIVA (Vida e Violência na Adolescência), foi publicado na revista científica internacional Developmental Science e, de acordo com o pesquisador Augusto Buchweitz, é a primeira vez que um estudo de neuroimagem investiga de que forma a violência afeta o cérebro das crianças latino-americanas. A pesquisa foi financiada pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Os alunos responderam a um questionário sobre exposição a maus-tratos e todos eles passaram por ressonância magnética. Durante o exame, os avaliados viram rostos de pessoas que estavam felizes, tristes, cansadas e, depois, foram convidados a decidir qual era o estado do indivíduo que estava nas fotos. 40% deles erraram, o que mostra que a violência afeta o cérebro das crianças e dos adolescentes. 
E como isso reflete na aprendizagem? Gasta-se muita energia para aprender algo novo. Se o aluno estiver preocupado em sobreviver, se terá tiroteio, se apanhará, se será abusado, sobra pouca energia no cérebro para aprender.  Além disso, as crianças que tinham testemunhado mais violência, inclusive abuso sexual, em exame laboratorial eram os que possuíam mais cortisol no cabelo. Há evidências de que a exposição crônica ao estresse tem efeito tóxico para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
A psiquiatra Roberta Grudtner, que cursa especialização em abordagem da violência contra crianças e adolescentes pela PUCRS, explica que os déficits cerebrais apontados na pesquisa acarretam em distúrbios de socialização, facilitam o envolvimento com drogas e álcool, aumentam a agressividade e ajudam na formação de adultos impulsivos. Formam-se cidadãos sem remorso, que fazem as coisas erradas e não se arrependem.
Buchweitz considera necessárias redes de apoio para essas crianças na escola ter, um profissional que vá às famílias e que ajude com essa situação, pois as partes do cérebro dos estudantes mais vitimizados estão se desligando e, quando adultos, tendem a acreditar que os impasses se resolvem por meio da força e não do diálogo.
 
Como o cérebro dos jovens tem grande capacidade de recuperação, o próximo passo da pesquisa é traçar um método para recuperar o aprendizado.
Os pesquisadores esperam que os dados sirvam para apoiar escolas e secretarias de Educação a implementarem estratégias de prevenção das dificuldades escolares associadas à violência.
Que assim seja! Que se diminuam os “rótulos” dos alunos, expostos à violência, com dificuldade de aprendizagem e lhes sejam oferecidas oportunidades de paz.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 12:36
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JOSÉ RENATO NALINI - O MUNDO VAI VIRAR FOGUEIRA

 

 

 

 

 

 

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As Sagradas Escrituras narram o episódio da Arca de Noé, que salvou quem tinha de ser salvo. O restante da humanidade sucumbiu na faxina que resultou da grande inundação a que foi submetido o planeta.

Agora, o ser humano cuidou de providenciar sua própria faxina. Não precisou de Deus para tornar a Terra inabitável em inúmeros espaços, onde a mudança climática faz aumentar o risco de tempestades de fogo.

Quem é que deixou de prestar atenção aos grandes incêndios na Grécia, Portugal e Califórnia? Não foi por acaso. A alteração do clima é fruto da atuação humana, por omissão, negligência ou de forma premeditada. Assim como a ineficiência no manejo de recursos florestais.

As “fire storms” – tempestades de fogo – resultam da conjunção desses fatores, diz Giselda Durigan, pesquisadora do Instituto Florestal de São Paulo. O aumento da temperatura terrestre causa esse e outros impactos. O calor recorde é possível hoje em mais de 80% da superfície do planeta. A aridez de combustível do ambiente potencializa o avanço do fogo.

O cientista William Matt Jolly, do Serviço Florestal Americano, publicou um artigo na revista Nature Communications, mostrando que houve grande aumento da duração das “estações de incêndio” em cerca de um quarto do globo entre 1979 e 2013. Aumentou, ainda, o número de dias consecutivos sem chuva. Que tal o inverno paulista de 2018?

Para piorar, alterações climáticas convertem ambientes de floresta para ecossistemas dominados por capim e arbustos, com plantas mais inflamáveis. Isso alimenta e acelera o ciclo do fogo.

Mais perto de nós, houve incêndios no pico do Jaraguá, na mata do Juqueri, em Franco da Rocha, em vários pontos da Serra do Japy e isso é apenas aperitivo do que ainda virá, se não cuidarmos de ressuscitar nossos cursos d’água, replantar as árvores que destruímos, restaurar as matas ciliares e assumirmos nossas responsabilidades em relação ao ambiente.

O que é que queremos legar aos nossos descendentes? Terra dizimada, calcinada, insuscetível de qualquer espécie de vida? Ou queremos experimentar o gostinho do inferno antes de partirmos desta aventura para aquilo que a Providência nos reservar?

 

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI  é Reitor da Uniregistral, docente universitário e autor de “Ética Ambiental”, 4ª ed, RT-Thomson Reuters.

 

 

 

 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 11:24
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FELIPE AQUINO - " O MAIOR DESTRUIDOR DO AMOR E DA PAZ É O ABORTO ". SANTA TERESA DE CALCUTÁ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Santa Teresa de Calcutá doou a sua vida para salvar a muitas outras. Publicamos abaixo um discurso proferido por ela, com um apelo que se faz muito atual. É preciso que todos os cristãos entendam a importância de se lutar contra este grande mal que é o aborto e também a se solidarizar por essas pessoas que precisam de nossa ajuda.

 

Leia com atenção o que disse Santa Teresa:

 

(…) “Eu sinto que o grande destruidor da paz hoje é o aborto, porque é uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe.

E se nós aceitamos que uma mãe pode matar até mesmo seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem? Como é que nós persuadimos uma mulher a não fazer o aborto?

Como sempre, nós devemos persuadi-la com amor e nós devemos nos lembrar que amor significa estar disposto a doar-se até que machuque. Jesus deu Sua vida por amor de nós. Assim, a mãe que pensa em abortar, deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que machuque seus planos, ou seu tempo livre, para respeitar a vida de seu filho. O pai desta criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que machuque. Através do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata seu próprio filho para resolver seus problemas. E, através do aborto, diz-se ao pai que ele não tem que ter nenhuma responsabilidade pela criança que ele trouxe ao mundo. Este pai provavelmente vai colocar outras mulheres na mesma situação. Logo, o aborto apenas traz mais aborto.

 

 

 

 

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Leia também: O desprezo pela vida

A defesa da vida humana é um dever de cada um

Sabia que Madre Teresa teve visões de Jesus?

Sabe quem foi Madre Teresa de Calcutá?

Carta da Madre Tereza de Calcutá

 

 

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Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando o seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que se quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.

Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África onde muitas delas morrem de fome, etc. Muitas pessoas também são preocupadas com toda a violência nos Estados Unidos. Estas preocupações são muito boas. Mas frequentemente estas mesmas pessoas não estão preocupadas com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada de suas próprias mães. E isto é que é o maior destruidor da paz hoje – o aborto que coloca as pessoas em tal cegueira.Nós estamos lutando contra o aborto pela adoção – tomando conta da mãe e da adoção de seu bebê. Nós temos salvo milhares de vidas. Nós mandamos a mensagem para as clínicas, para os hospitais e estações policiais: “Por favor não destrua a criança, nós ficaremos com ela”. Nós sempre temos alguém para dizer para as mães em dificuldade: “Venha, nós tomaremos conta de você, nós conseguiremos um lar para seu filho”. E nós temos uma enorme demanda de casais que não podem ter um filho – mas eu nunca dou uma criança para um casal que tenha feito algo para não ter um filho. Jesus disse: “Aquele que recebe uma criança em meu nome, a mim recebe”. Ao adotar uma criança, estes casais recebem Jesus mas, ao abortar uma criança, um casal se recusa a receber Jesus.

Por favor não mate a criança. Eu quero a criança. Por favor me dê a criança. Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que estiver para ser abortada e dar esta criança a um casal que irá amar a criança e ser amado por ela.

Só de nosso lar de crianças em Calcutá, nós salvamos mais de 3000 crianças do aborto. Estas crianças trouxeram tanto amor e alegria para seus pais adotivos e crescem tão cheias de amor e de alegria.

Eu sei que os casais têm que planejar sua família e para isto existe o planejamento familiar natural.

A forma de planejar a família é o planejamento familiar natural, não a contracepção.

Ao destruir o poder de dar a vida, através da contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo para si mesmo.

Atrai a atenção para si e assim destrói o dom do amor nele ou nela. Ao amar, o marido e mulher devem voltar a atenção entre si como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmo, como acontece na contracepção.

Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente segue-se o aborto.

Eu sei também que existem enormes problemas no mundo – que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planejamento familiar natural. Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor. E isto é o que acontece quando dizemos às pessoas para praticarem a contracepção e o aborto.

Os pobres são grandes pessoas. Eles podem nos ensinar tantas coisas belas. Uma vez uma delas veio nos agradecer por ensinar-lhe o planejamento familiar natural e disse: “Vocês que praticam a castidade, vocês são as melhores pessoas para nos ensinar o planejamento familiar natural porque não é nada mais que um auto-controle por amor de um ao outro”. E o que esta pobre pessoa disse é a pura verdade. Estas pessoas pobres talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas eles ainda podem ser ótimas pessoas quando são espiritualmente ricos.

 

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Assista também: O testemunho de Madre Teresa de Calcutá para o mundo

Que postura um católico deve ter diante da luta contra as leis que visam aprovar o aborto?

 

Quando eu tiro uma pessoa da rua, faminta, eu dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão. Mas uma pessoa que é excluída, que se sente não desejada, mal amada, aterrorizada, a pessoa que foi colocada para fora da sociedade – esta pobreza espiritual é muito mais difícil de vencer. E o aborto, que com frequência vem da contracepção, faz uma pessoa se tornar pobre espiritualmente, e esta é a pior pobreza e a mais difícil de vencer.

Se nos lembrarmos que Deus nos ama, e que nós podemos amar os outros como Ele nos ama, então a América pode se tornar um sinal de paz para o mundo.

Daqui deve sair para o mundo, um sinal de cuidado para o mais fraco dos fracos – a futura criança. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então vocês serão verdadeiramente aquilo pelo qual os fundadores deste país lutaram. Deus vos abençoe!”

Santa Teresa de Calcutá

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 

 



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PAULO R. LABEGALINI - O MILAGRE EUCARÍSTICO DE LANCIANO

 

 

 

 

 

 

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Há mais de doze séculos, aconteceu um grande e prodigioso milagre na Igreja Católica. Por volta dos anos 700, na cidade italiana de Lanciano – antigamente Anciano –, os monges de São Basílio viviam no Mosteiro de São Legoziano e, entre eles, havia um que se fazia notar mais por sua cultura mundana do que pelo conhecimento das coisas de Deus. Sua fé parecia vacilante e sempre era perseguido pela dúvida de que a hóstia consagrada fosse realmente o verdadeiro Corpo de Cristo e, o vinho, o Seu verdadeiro Sangue.

Mas a graça Divina nunca o abandonou, fazendo-o orar continuamente para que esse doloroso espinho saísse do seu coração. Foi quando, certa manhã – celebrando a Santa Missa atormentado pela sua dúvida –, após proferir as palavras da consagração, ele viu a hóstia converter-se em Carne e o vinho em Sangue.

Sentiu-se confuso e dominado pelo temor diante de tão espantoso milagre, permanecendo algum tempo transportado a um êxtase verdadeiramente sobrenatural; até que, em meio a transbordante alegria e com o rosto banhado em lágrimas, voltou-se para as pessoas presentes e disse:

– Ó bem-aventuradas testemunhas diante de quem, para confundir a minha incredulidade, o Santo Deus quis desvendar-se neste Santíssimo Sacramento e tornar-se visível aos vossos olhos. Vinde, irmãos, e admirai o nosso Deus que se aproximou de nós. Eis aqui a Carne e o Sangue do nosso Cristo muito amado!

A estas palavras, os fiéis se precipitaram para o altar e começaram também a chorar e a pedir misericórdia. A Carne apresentava uma coloração ligeiramente escura – tornando-se rósea se iluminada do lado oposto – e tinha uma aparência fibrosa. O Sangue era de cor ferrosa – entre o amarelo e o ocre –, coagulado em cinco fragmentos, de forma e tamanhos diferentes. Logo a notícia se espalhou por toda a pequena cidade, transformando o monge num novo Tomé.

Aos reconhecimentos eclesiásticos do milagre, a partir de 1574, veio juntar-se o pronunciamento da ciência moderna – através de minuciosas e rigorosas provas de laboratório. As relíquias foram colocadas num tabernáculo de marfim e, a partir de 1713, a Carne passou a ser conservada numa custódia de prata e o Sangue num cálice de cristal.

Foi em novembro de 1970 que os Frades Menores Conventuais decidiram, devidamente autorizados, confiar a dois médicos – de renome profissional e idoneidade moral – a análise científica das relíquias. Para tanto, convidaram o Dr. Odoardo Linoli, Chefe de Serviço dos Hospitais Reunidos de Arezzo e Livre Docente de Anatomia e Histologia Patológica e de Química e Microscopia Clínica, para proceder aos exames – assessorado pelo Prof. Bertelli, Emérito de Anatomia Humana Normal na Universidade de Siena.

Após alguns meses de trabalho, exatamente a 4 de março de 1971, os pesquisadores publicaram um relatório contendo o resultado das análises, nos seguintes termos:

1. A Carne é verdadeira carne;

2. O Sangue é verdadeiro sangue;

3. A Carne é do tecido muscular do coração (miocárdio, endocárdio e nervo vago), totalmente homogênea e não apresenta lesões – como apresentaria se fosse cortada com uma lâmina;

4. A Carne e o Sangue são do mesmo tipo sangüíneo (AB) e pertencem à espécie humana;

5. É o mesmo tipo de Sangue encontrado no Santo Sudário de Turim;

6. Trata-se de Carne e Sangue de uma pessoa viva, vivendo atualmente, pois que esse Sangue é o mesmo que tivesse sido retirado, naquele mesmo dia, de um ser vivo;

7. No Sangue foram encontrados, além de proteínas normais, os seguintes minerais: cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio;

8. A conservação da Carne e do Sangue, deixados em estado natural por 12 séculos e expostos à ação de agentes atmosféricos e biológicos, permanece um fenômeno extraordinário!

Se já não bastasse tanto mistério – que só a fé explica! –, há um outro dado desconcertante: pesando-se os cinco fragmentos de Sangue coagulado, cada um deles teve o mesmo peso dos cinco juntos! E, antes mesmo de redigirem o documento sobre o resultado das pesquisas, os doutores Linoli e Bertelli enviaram aos frades um telegrama nos seguintes termos: “E o Verbo se fez Carne!”

É assim que o Milagre de Lanciano se apresenta aos nossos olhos: como a prova mais viva e palpável de que o “Comei e bebei todos vós, isto é o meu Corpo que é dado por vós”, mais do que uma simples simbologia para muitos, é o sinal Divino de que no Sacramento da Comunhão está o alimento do nosso espírito, da nossa fé, da nossa esperança nas promessas de Cristo para a nossa salvação. Disse Jesus: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)

Reconhecendo que a maior e a mais preciosa de todas as bênçãos deste mundo é Jesus na Sagrada Eucaristia, podemos diariamente buscar Nele a cura para o nosso coração, nos afastando, assim, das armadilhas demoníacas para sempre. Adorando o Santíssimo Sacramento no altar, damos também um grande testemunho de fé cristã – acreditando que Jesus está vivo!

Aleluia! Glória a Jesus na Hóstia Santa!

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A CLASSE MÉDIA E AS PROPINAS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Muitas vezes me interrogo: qual é o critério, para afirmar que se pertence à classe média?; ou melhor: a quantia mínima e máxima, que a família necessita, para ser etiquetado da classe média?

Interroguei vários amigos e conhecidos, até políticos, e não sabiam ou não me quiseram dizer. Porventura, o leitor – melhor informado, – pode esclarecer-me?

Lembrei-me disso, ao ouvir, recentemente, que a classe média não consegue manter os filhos na Universidade, por causa do preço das propinas.

Lembrei-me, porque tive filha, que frequentou a Faculdade, e, apesar de ser excelente aluna, nunca teve bolsa nem subsídios, porque diziam pertencer à classe média…

Será que, a atual classe média, ganha tão mal, que não consegue pagar propinas?!

Sempre fui a favor do ensino gratuito, mesmo em época em que se afirmava, que se devia pagar.

Em 1995, a ilustre escritora Fina d’Armada, em excelente artigo, in: “O Comércio do Porto”, escrevia: “Se os alunos não pagarem, serão os contribuintes a pagar.

E mais adiante:

“ Acontece que esses futuros “doutores”, nem sempre são troca do nosso investimento. Quanto aos que vão ter um emprego público, pago pelo Estado, e que vão prestar serviços à comunidade, tudo bem. É o caso dos professores, dos técnicos das repartições públicas, dos juízes, jornalistas, dos médicos dos hospitais, etc.…Enfim gente que não fica cara, que ganha pouco. Mas outros irão trabalhar privadamente e levar-nos imenso dinheiro por nos prestarem serviços. Nós pagamos para os formar e voltamos a pagar para os enriquecer. Permanecem num pedestal, tratando os “ Zés” e as “Marias”, sem qualquer gratidão “.

Segundo Fina d’Armada, quem iria pagar os cursos universitários, era:” Quem vive em aldeias e serras, quem por dentro nem por fora, que mal sabe ler, eis quem vai pagar o que julga não lhe dizer respeito” (CP-1-12-95)

Passaram pouco mais de vinte anos, por certo, se o artigo fosse escrito hoje, seria diferente; mas, as reflexões, fazem pensar.

Fazem pensar, porque muitos alunos que não podem pagar propinas, aparecem, nas Faculdades, em luxuosas viaturas, frequentam caros restaurantes, e realizam longas viagens pelo estrangeiro… muitos deles, ainda recebem subsídios, porque afirmam terem rendimentos baixos…

Já que abordo bolsas e subsídios, quero referir-me, a respeitável associação, que apoia alunas (meninas,) a frequentarem a Universidade. Onde está a igualdade de género? …

Em suma: Melhor seria remunerar trabalhadores e pensionistas, com justiça, que lhes permitisse pagar os estudos dos filhos e netos; mas, como isso parece impossível, auxilie-se os estudantes, que pertencem, verdadeiramente, a famílias carenciadas.

Ajude-se quem realmente precisa, e não a quem vive de expedientes…

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



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Sexta-feira, 22 de Fevereiro de 2019
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - DIREITOS FUNDAMENTAIS: É PRECISO MAIOR CRESCIMENTO DO SETOR HUMANO DO QUE O ECONÔMICO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os direitos humanos são entendidos modernamente como aqueles fundamentais que o homem possui por sua própria natureza humana. No dizer de João Baptista Herkenhoff, “são direitos que não resultam de uma concessão da sociedade política. Pelo contrário, são direitos que a sociedade política tem o dever de consagrar e garantir. Este conceito não é absolutamente unânime nas diversas culturas. Contudo, no seu núcleo central, a idéia alcança uma universalidade no mundo contemporâneo” (disponível: http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/herkenhoff/livro1conceito.html)

O desafio atual dos direitos humanos em todo o mundo é estabelecer os limites mínimos à lógica do mercado e da globalização. Apesar de seus efeitos teóricos, exaltados por muitos economistas, constata-se que mais da metade dos habitantes do planeta está privada das prerrogativas básicas da sobrevivência e encontra-se automaticamente distanciada dos benefícios e confortos vividos pelo restante da população mundial. Ressalte-se que ainda há um número considerável de pessoas em condição de miserabilidade no planeta.

A globalização econômica surgiu a partir do chamado Consenso de Washington - seminário realizado em 1990 e que reuniu o grupo dos sete países mais ricos e os presidentes dos vinte maiores bancos internacionais. Na ocasião, diversas medidas objetivaram permitir a livre circulação internacional e a transnacionalização dos capitais.

Atualmente, na maioria dos países, prevalecem ideologias voltadas exclusivamente para o crescimento financeiro. No entanto, elas guardam em seu cerne um caráter manifestamente perverso do capitalismo: os que se alijam do mercado e dos bens nele produzidos são tidos como incompetentes, enquanto uns poucos, financeiramente abastados, constituem uma elite privilegiada, que se afasta da maioria. Esta é considerada inepta e incapaz de vencer os desafios cotidianos, por isso mesmo, merecedora de desprezo e de desrespeito aos seus direitos básicos.

            Os que passam a vida exclusivamente buscando poder e dinheiro, quando alcançam seus objetivos, são mais respeitados do que aqueles que procuram uma convivência fraterna, igualitária e solidária. A procura incessante por estes propósitos parece ser a motivação consolidada nos dias de hoje e para se atingir esse fim, não interessam mais os meios. Deixam-se de lado aspectos morais, éticos e religiosos, sendo que o bem jurídico de maior proteção - a vida – transformou-se em algo descartável, quase que desprovido de qualquer valor.

            A mera imagem de que o sucesso é vital, passou a dominar a mídia, não importando o que se faz para obtê-lo. Em busca de celebridade, abandona-se a moral, mata-se a cultura e valem até concessões sexuais. Esse quadro criou uma sociedade injusta e excludente. As desigualdades sociais são cada vez mais gritantes e o egoísmo desenfreado acaba por direcionar ações, atitudes e até gestões políticas, que substituem o interesse social pelas aspirações individuais de seus titulares.

No entanto, os direitos humanos são concebidos exatamente para e em função do ser humano. Este por sua vez, pressupõe-se, é criado por amor e à felicidade, tendo, em conseqüência, direito às condições necessárias para lograr seu desenvolvimento. O bem comum se identifica como a associação de circunstâncias que permitem aos indivíduos alcançarem a perfeição. Para que eles prevaleçam, faz-se necessário, com atos e ações, resgatar os princípios de solidariedade e de fraternidade para reduzirmos as diferenças, eliminarmos a violência e buscarmos uma convivência harmoniosa em comunidade. O descompromisso com terceiros e a indiferença com a situação destes, revela um unilateralismo extremo que impossibilita a maioria das populações de inúmeras nações de conseguir alimentos, moradia, educação, saúde, trabalho com salário justo, lazer e segurança, elementos essenciais a um mínimo de dignidade. Daí a importância da consolidação dessas concepções humanistas.

            Renovemos, pois, a nossa convicção de que todos são criados à imagem e semelhança de Deus e que na última raiz da defesa dos direitos humanos está vida digna e a vocação social do homem à comunhão e participação como pessoa, como ser para a comunidade, como criador de relações sociais profundamente marcadas por elas. A título de reflexão, invoquemos trecho de artigo de autoria de Maria Helena Brito Izzo, psicóloga Clínica e terapeuta familiar, publicada recentemente na revista “Família Cristã”:- “Crescer não é só ter sucesso, poder e dinheiro. Na hora da morte, ninguém leva os bens consigo. Leva as vivências, as emoções e s sentimentos que cultivou. Diante dessa realidade, as pessoas devem refletir, quando precisam sair de uma crise, para redescobrir os princípios, os valores, os sentimentos e os sonhos.”

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLIé advogado, jornalista, escritor e mestre em Ciências Sociais e Jurídicas. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí

 

       

 

Todas as pessoas são titulares dos direitos humanos, bastando ter a condição de “humano” para se poder invocar a proteção deles. Independem, por conseguinte, de circunstâncias de sexo, raça, credo religioso, afinidade política, status social, econômico ou cultural. Todos os indivíduos do planeta, pela simples condição de terem nascido com vida, têm igual titularidade sobre essas aspirações.

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:28
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A MEMÓRIA DO IMPERADOR D. PEDRO II É LEMBRADA EM PIRACICABA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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No último domingo, dia 2 de dezembro, a Missa do 1º. Domingo do Advento foi celebrada às 19 horas, na Catedral de Piracicaba, por alma do Imperador D. Pedro II, cujo 193º. aniversário natalício se comemorava naquele dia. A iniciativa foi do grupo Nação Real Piracicaba e do Centro de Estudos Históricos Piracicaba Imperial.

Escrevendo à Princesa Isabel sobre o falecimento de D. Pedro II, Affonso Celso formulou estas palavras que hoje é forçoso reconhecer que tiveram algo de proféticas: "A história de D. Pedro II ainda é cedo para tentar escrevê-la. Daqui a cem anos assumirá  proporções legendárias".

Conta-se que alguns meses após a proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca estava presidindo a uma reunião de seu ministério, e não conseguia harmonizar aquele conjunto heterogêneo. Deodoro era mais idoso que seus ministros, era homem decidido e de têmpera rija, estava habituado a comandar desde moço, era militar prestigioso por sua atuação na Guerra do Paraguai, ostentava o título (é de propósito que não falo em glória) de proclamador da República brasileira, ocupava o cargo de presidente do Governo Provisório dessa República.

Apesar de todos esses títulos de superioridade em relação a seus ministros, ele não conseguia desempenhar, junto a eles, aquele papel unitivo e ordenativo que D. Pedro II, menino de 14 anos, em 1840 já representava eximiamente.

E no meio daquelas discussões intérminas, daqueles debates estéreis e conduzentes a nada, o velho marechal não conseguia fazer prevalecer sua vontade, não conseguia sequer impor ordem. Impaciente, ele ameaçou os ministros: "Ou vocês arrumam um jeito de afinal se entenderem, ou eu chamo de volta o dono da casa, e ele põe ordem nisso tudo". Quem era o “dono da casa” a que se referia Deodoro? Era o velho Imperador exilado...

De fato, 127 anos depois de morto D. Pedro II em Paris, no modesto Hotel Bedford, 127 anos depois de seu cortejo fúnebre que reuniu mais de 200 mil pessoas (cortejo similar ao do celebradíssimo Victor Hugo), é forçoso constatar que tantos e tais foram os desatinos cometidos pela República no Brasil que chegamos aos tristes dias de hoje.

Nascido a 2 de dezembro de 1825, D. Pedro II era filho de nosso primeiro Imperador D. Pedro I e da Imperatriz Leopoldina, a qual provinha da Casa d'Áustria, sendo filha de Francisco II, Imperador do Sacro Império (ou Francisco I, Imperador da Áustria).

Já a 7 de abril de 1831, data da abdicação de seu pai, com 5 anos e 4 meses era, de pleno direito, Sua Majestade Imperial o Senhor D. Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.

Não é o caso de recordar aqui todo o período das Regências, período de grande turbulência, em que o Brasil não se fragmentou numa série de republiquetas única e exclusivamente devido a autoridade moral daquele menino. Foram 9 anos agitados, que constituíram, como geralmente se reconhece, uma espécie de pré-experiência republicana.

Subindo efetivamente ao trono em 1840, com apenas 14 anos e meio, D. Pedro II conseguiu o que não tinham conseguido líderes políticos de grande envergadura que haviam atuado durante a Regência - um Marquês de Olinda, um Feijó, um Vergueiro, um Lima e Silva - e o que mais tarde também o Marechal Deodoro não lograria fazer: pôr ordem na casa.

Muitas foram as dificuldades que enfrentou o Império, de ordem interna e de ordem externa. Internamente houve revoluções no Rio Grande do Sul (a famosa Revolução Farroupilha, iniciada em 1835, durante a Regência, e que só em 1845 chegaria ao fim), em São Paulo e Minas (a revolução liberal de 1842), em Alagoas (a revolta de 1844) e em Pernambuco (a Revolução Praieira, em 1848).

Também externamente não faltaram dificuldades, durante o Segundo Reinado. Tivemos, entre outros conflitos no Prata, a guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852), e a longa e cruel guerra contra o ditador paraguaio Solano López, a qual se estendeu de 1864 até 1870, custando aos cofres públicos brasileiros quantias astronômicas para a época.

Ainda externamente, tivemos a célebre questão Christie, na qual a personalidade, a firmeza e o prestígio de D. Pedro II obrigaram a orgulhosa Grã-Bretanha a reconhecer nosso direito e a passar pela humilhação de enviar um embaixador extraordinário até a tenda de campanha do Imperador, em Uruguaiana, a fim de pedir formalmente desculpas em nome da Rainha Vitória.

Apesar de todas essas dificuldades, a obra gigantesca de D. Pedro II prosseguiu ao longo dos 49 anos de seu reinado. Consolidada a paz interna, após os primeiros anos em que ainda fumegavam os rescaldos do período regencial, tivemos internamente um prolongado período de estabilidade constitucional e de autêntico progresso.

Politicamente, as instituições evoluíram de modo muito natural e adaptado às condições de nosso país e a índole de nosso povo. Sem se afastar da letra e do espírito da Constituição de 1824, monumento jurídico legado ao Brasil por D. Pedro I, pouco a pouco o segundo Reinado foi desenvolvendo certa forma peculiar de parlamentarismo monárquico, um parlamentarismo monárquico que teve a sabedoria de não imitar servilmente modelos estrangeiros, mas de se adaptar as nossas necessidades e aos nossos modos de ser. Esse o segredo do sucesso das instituições políticas do Império. Sem D. Pedro II no leme da nau do Estado, dificilmente se poderia ter chegado àquela feliz fórmula de equilíbrio entre a representação popular (a Assembleia Geral) de um lado, e a autoridade do soberano, com o Poder Moderador, de outro.

Socialmente, o segundo Reinado registrou progressos muito sensíveis. Lembre-se apenas, para não nos estendermos mais, a abolição gradual e irreversível do cativeiro. Para essa abolição foi muito saliente o papel desempenhado pelo monarca, que não deixou de agir em toda a medida que lhe permitiam as suas funções de Chefe de Estado numa Monarquia Constitucional-Parlamentar. Segundo o líder abolicionista Joaquim Nabuco, a parte que tocou ao Imperador, em tudo o que se fizera em prol da libertação, foi essencial. Também no primeiro impulso para a imigração - indispensável, na época, para substituir a mão-de-obra escrava - foi grande o papel que coube a D. Pedro II.

Culturalmente, o Brasil teve um desenvolvimento muito notável: nas ciências, nas artes, nas inovações técnicas, estávamos, na época, entre as primeiras nações do mundo. E é bem sabido que D. Pedro II dava, nesse sentido, um impulso pessoal muito grande, inclusive auxiliando jovens talentosos que jamais teriam podido desenvolver suas potencialidades se não fossem os auxílios e subvenções que o Imperador lhes concedia. E, bem entendido, concedia de seus próprios recursos, não de verbas do Governo.

Do ponto de vista econômico-financeiro, e apesar das aludidas dificuldades internas e externas, o progresso foi espantoso, a ponto de nossa moeda ser das mais sólidas e estáveis de todo o mundo. É muito justo, pois, que sua memória permaneça viva e sempre reverenciada entre nós.

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS   -   Licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Portuguesa da História e da Academia Piracicabana de Letra

 



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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - CONSUMIDORES E LAGARTIXAS

 

 

 

 

 

 

 

 

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Curiosamente, na semana passada eu escrevi sobre as pequenas criaturas que costumavam habitar as áreas urbanas, vivendo até dentro das casas, incapazes de causar danos aos humanos, como os sapos e as lagartixas. Infelizmente, por conta da ignorância humana e pela degradação ambiental, essa fauna em miniatura, de tanta importância ecológica, vem se tornando mais rara a cada dia.

Nessa semana, li uma notícia me levou a pensar novamente no tema. Em síntese, uma pessoa comprou um aparelho de ar condicionado e, por conta de uma lagartixa ter acessado a máquina, para além de ser mortalmente ferida, ainda provocou a queima do aparelho. Indignado, baseado no Código de Defesa do Consumidor, o consumidor requereu que a empresa o indenizasse ou substituísse a máquina.

Como quase sempre sói ocorrer, a empresa se isentou de qualquer responsabilidade, argumentando que o consumidor é que deveria cuidar para que lagartixas não entrassem no aparelho, colocando-o a salvo desses e de outros animais. O surpreendente foi a decisão judicial que resultou dessa pendenga, pois o Juizado Especial Civil que analisou o caso, no estado de Santa Catarina, não apenas reconheceu que o consumidor estava certo em seu pedido, devendo a empresa indeniza-lo pelo prejuízo, sendo dever dessa última fazer um equipamento não passível de ser danificado pelo simples contato com uma lagartixa, mas também reconheceu, expressamente, “que as lagartixas tem o direito de andar livremente pelas paredes”...

A decisão, no mínimo curiosa, foi confirmada, por unanimidade, em segunda instância e, se é verdade que não tem o condão, por si só, de atribuir direitos às lagartixas, mostra-se como um indício de que, aos poucos, a mentalidade sobre a proteção aos animais começa a ganhar novos contornos. Por óbvio que o objeto do processo era a questão da responsabilidade da empresa face ao dano sofrido pelo consumidor, mas em um passado não muito distante, um juiz muito improvavelmente incluiria uma passagem dessa em uma sentença, nem que fosse por receio de ser alvo de chacota ou de ser mal interpretado.

O fato é que estamos nos aproximando, dia a dia, de uma encruzilhada no que tange aos animais e a forma como os tratamos. A questão é tormentosa, exigindo não apenas meras alterações legislativas, mas profundas e complexas reflexões e alterações culturais, filosóficas, sociais e constitucionais. Se por um lado é imperativo que reconheçamos direitos aos animais, por outro lado não é possível imaginar que isso bastaria e que não há uma imensa gama de desdobramentos que decorrem dessa possível (e necessária) sujeição de direitos.

Ao redor do mundo, no entanto, cortes e governos tem reconhecido diversos direitos aos animais, mudando a forma como eles são vistos e tratados. Aqui no Brasil, embora a Constituição Federal assegure que os animais não devam ser submetidos a práticas cruéis, ainda há muito a ser feito, pensado e decidido. Enquanto isso, no entanto, embora despida de forma para assegurar a proteção de todas as lagartixas, vamos comemorando as tímidas vitórias, venham elas de onde vierem e protejam os animais que puderem.

De uma coisa, no entanto, eu não tenho qualquer dúvida: há uma lei, muito maior, mais antiga, soberana, não escrita, que garante às lagartixas, o sagrado direito de andar pelas paredes que quiserem, pensem os humanos o que pensarem...

 

 

 

 

CINTHYA NUNES – jornalista, advogada e professora universitária.

cinthyanvs@gmail.com



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