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Sexta-feira, 29 de Março de 2019
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - FAMÍLIA, UMA ENTIDADE JURÍDICA QUE NÃO PODE SER VISTO COMO ALGO DESCARTÁVEL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Muito se tem falado da importância da família nos dias de hoje diante de tantas questões em todo o mundo envolvendo violência, distância de princípios e consumismo exacerbado. A sua relevância é nítida como grupo social do qual desde o nascimento a pessoa toma parte e como o mais antigo agrupamento humano, constitui-se no núcleo vital da coletividade.

É ela que providencia para o indivíduo o sentido da sua identidade, da sua singularidade e particularidade no corpo social, inserindo-se numa realidade muito concreta, na qual cabe o papel de participação na formação de indivíduos aptos a viverem em comunidade e contribuírem para seu aperfeiçoamento.

Efetivamente, o ser humano necessita se conhecer, gostar de si mesmo, respeitar-se para ser respeitado. Ele faz parte de um grupo e para sua sobrevivência, tem que integrá-lo, já que este é integrado por pessoas com características comuns, mas cada uma com sua identidade.

Através da herança genética, que determina as feições, a cor dos olhos e dos cabelos, altura (que pode ser alterada por fatores do meio externo, como por exemplo, alguma doença, alimentação deficiente), é que se constrói o conjunto de caracteres próprios e exclusivos de cada um. A influência do meio externo também vai ser notada nos aspectos psicológicos e no desenvolvimento da personalidade, portanto a identidade é única e deve ser respeitada.  O meio em que o indivíduo vive é que vai fornecer modelos, bons ou não como referências para que ocorra uma identificação. A importância de um auto-conhecimento vai levá-la a desenvolver a auto-estima e construir seus próprios valores.

O ambiente social, formado por aqueles que convivem com a pessoa, torna-se importante para que ela, em qualquer momento da vida, mantenha um bom conceito de si mesma.

Os pais, geralmente moldam seus filhos como gostariam que fossem, sem se preocuparem com a circunstância de que cada um tem sua identidade, seus anseios, suas angústias e nem sempre são o ideal que projetaram, mas é de suma importância que se sintam queridos mesmo que diferentes. Aqueles que imaginam um filho mesmo antes do nascimento, como o mais perfeito, idealizando coisas suas ou até mesmo o que não tiveram para si mesmos, muitas vezes sufocam essa criança, e com isso, evitam que ela se desenvolva.

Criar um filho para o mundo é orientá-lo nas suas dificuldades, com amor e carinho, com limites e regras, e muitas vezes, “um não” pode ser doloroso para um pai, mas o filho precisa saber como lidar com as frustrações. É importante que ele estabeleça crie seus conceitos, acredite em seus princípios e em seus pensamentos, constituindo um equilíbrio interno, para se desenvolver saudável, e ficar menos sensível às críticas de terceiro.

Vale reiterar que, partindo da concepção de que se situa na    origem não só da existência, como também do desenvolvimento pessoal, estamos diante de uma entidade jurídica que não pode ser vista como algo descartável ou ultrapassado. Ao contrário, ela se insere numa realidade muito concreta, na qual lhe cabe o importante papel de participação na formação de indivíduos aptos a viverem em agremiação e contribuírem para seu aperfeiçoamento.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É presidente da Academia Jundiaiense de Letras (martinelliadv@hotmail.com)

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:26
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - FADO, EXPRESSÃO DA ALMA PORTUGUESA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A cultura popular portuguesa é muito rica e variada, em todas as suas manifestações, na música, no canto, em matéria de danças, no artesanato, na culinária, na profusão de ditos e quadras populares recheados de sabedoria e bom senso acumulados ao longo dos séculos etc.

Recordo de memória, entre muitas outras, uma quadrinha popular lusitana, mais precisamente da Ilha da Madeira: “Que os homens são uns diabos / não há mulher que o negue, / mas todas andam à caça / de um diabo que as carregue!”. Por trás desses versinhos, quanto senso de humor, quanta capacidade de observação, quanta experiência de vida!

 Em matéria musical, sem dúvida a grande expressão da alma lusitana é o fado. Suas origens perdem-se na noite dos tempos. De origem árabe supõem-no alguns. De origem mais recente, pretendem-no outros. Há quem sustente, mesmo em Portugal, que o fado teve origem no Brasil. Conheço três ou quatro fados que procuram explicar a origem do fado, evidentemente de modo poético e figurativo...

O fato é que o fado é profundamente identificado com Portugal e com a alma portuguesa como ela é, com suas qualidades e (manda a verdade que se diga) também com seus defeitos ─ qualidades e defeitos tão bem expressos e tão bem sintetizados pelo gênio de Eça de Queiroz na figura prototípica de Gonçalo Mendes Ramires.

Há fados de diversos tipos: os "corridinhos", de Lisboa, movimentados e por vezes até acompanhados em coro ou com palmas ritmadas pela plateia; os patrióticos, com um sentido mais épico que lírico; os religiosos, tendendo para o místico; os solenes de fundo lírico, do gênero mais conhecido como "fado de Coimbra", sempre ouvidos em respeitoso silêncio.

Em Lisboa, nas tradicionais “casas de fado”, sempre abertas para acolher os que vão ouvir o fado, mesmo que nada comam ou bebam, entre um fado e outro, come-se, bebe-se, fala-se, grita-se, ri-se, discute-se... Tudo é permitido. Mas, tão logo os primeiros acordes de uma nova música se fazem ouvir, faz-se completo silêncio.

Não se fala durante o fado. É quase profanação fazê-lo. Recordo do modo engraçado com que certo fadista chamou severamente a atenção de um grupo de rumorosos rapazes que haviam ousado perturbar o silêncio de rigor com algumas risadinhas mal abafadas:

- Ó meninos, vossas tias não vos ensinaram que o fado se ouve de bico calado?

Em Coimbra, nem se aplaude o fado à moda costumeira, batendo palmas. Isso seria falta de respeito. Por costume antigo, para significar que gostou do canto e de sua execução, o ouvinte limita-se a tossir. Ao fim do fado, põem-se todos a tossir... Num primeiro instante, isso causa estranheza. Mas quem ouve um fado de Coimbra, no contexto de Coimbra, logo se acostuma e acha muito natural.

Um tema exigiria longo espaço para ser desenvolvido: é mais apropriado dizer-se fado ou canção de Coimbra? Fado seria um gênero e o que se canta em Coimbra seria uma espécie? Ou a matriz do fado é precisamente a de Coimbra, e o que se canta e Lisboa com o nome de fado seriam extensões, variantes, até deturpações da matriz que se teria conservado pura em Coimbra? O tema é polêmico, exigiria longas explanações e provavelmente nada concluiria. Pois ambos os tipos ou modalidades de fados (ou canções?) são tradicionais, envolventes e, cada qual à sua maneira, bem exprimem certas facetas da rica alma portuguesa.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS   -   Licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Portuguesa da História e da Academia Piracicabana de Letra.

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:19
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - HIERARQUIA FELINA

 

 

 

 

 

 

 

 

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A cada dia descubro mais sobre os gatos e suas organizações sociais. Desde que levamos para casa nossa primeira felina, aprendi muito sobre os gatos. Até quatro anos atrás eu só era acostumada com os cães e sua dinâmica de matilha. No entanto, era uma matilha mais simples, composta apenas de dois cães e dois humanos. Sim, eu nunca tive dúvidas de que fazíamos parte dela, ainda que, naquele caso estivéssemos no comando.

Agora, com cinco gatos dividindo o mesmo espaço, constato que as relações entre eles são bem mais intrincadas, complexas e até mesmo curiosas. Ao que me parece, os gatos nos consideram seus iguais. Para eles somos todos gatos, mas decidir quem manda não é algo que nos seja facultado. Obviamente que minhas observações não tomam por base estudos científicos, eis que são decorrentes do convívio nesses últimos anos.

Cada um deles tem um comportamento muito único e específico. Não é possível negar aos animais, segundo concluo a cada dia, a condição de indivíduos. Cada animal é singular em todos os sentidos. Fossem coisas, talvez se pudessem substituir por outro da mesma raça, mas como seres sencientes, dotados de emoções e sentimentos, são insubstituíveis em essência. Sempre tive esse sentimento, mas após conviver com gatos, passei a ter uma percepção mais ampla desse fato.

 O fato de serem cinco gatos significa exatamente que são cinco criaturas completamente distintas. Sequer miam da mesma forma. Cada um deles gosta de um tipo de comida, dorme de um modo diferente e até tem distintos humores. A Chica Maria, por exemplo, minha primeira gata, é medrosa e raríssimas vezes é avistada por estranhos. Delicada, anda como se fosse uma “aristogata”. Já a Belinha, a número dois, é “falante”e resmunga o tempo todo, ainda mais quando fingimos brigar com ela. Se a provocamos, como se estivéssemos dando uma bronca, ela levanta uma das patas dianteiras, em um gesto ameaçador, mas inofensivo. Desde filhote, já queria mostrar quem mandava e com a chegada dos outros três, assumiu o papel de alfa.

A amizade entre a Belinha e Chica se deu de pronto. É bem verdade que às vezes se estranham, mas desde logo formaram uma dupla e constantemente são fotografadas por mim enquanto dormem em um abraço duplo. Nem todos meus bichanos gostam dos seus semelhantes nessa mesma proporção. É o caso da Nina, a terceira gatinha que chegou até nossa casa. Há tempos que me dei conta de que ela se julga humana. Os demais gatos, para ela, estão em um nível inferior.

A Nina mais parece um cachorro. Atende quando é chamada pelo nome e está sempre na porta esperando por nós, comportamentos não usuais em um gato. Gosta de brincar de pega-pega e desenvolveu uma estranha obsessão pela Lika, a quinta e última integrante desse grupo. Mansa em demasia, a Lika ainda é um filhote de cinco meses que sai correndo todas as vezes que nota a Nina por perto. Ainda que não ocorra uma agressão nesse ato, a Nina fica em posição de caçadora e persegue a pequena até que a pobre consiga se esconder.

O único macho da turma, o Bento, o menor em tamanho, é o quarto na ordem de chegada e se dá bem com todo mundo, sejam pessoas, sejam bichos. Escala qualquer lugar que seja possível e, pelos tombos que presenciei, já perdeu duas vidas, no mínimo. Arteiro, jeito de malandro, é boa praça e recebeu a última moradora, a Lika, como sua amiga e companheira. Juntos, formaram outra dupla. Parecem Ying & Yang, ele preto e ela branca. Nunca brigam. Dormem juntos e nas posições mais hilárias e inusitadas.

Entendo agora porque é muito fácil e até comum que alguém que dê uma chance a um gato logo se veja cercado deles. São criaturas adoráveis, mas temperamentais. Estruturam-se como bem lhes apraz, com níveis de hierarquia curiosos e intrigantes. Quando dão amor, no entanto, o fazem de modo universal e irrestrito...

 

 

 

 

CINTHYA NUNES   -    é jornalista, advogada e professora universitária.

cinthyanvs@gmail.com



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - VIDA EMPENHADA EM VIDA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Admiro demais gente de vida empenhada em vida: a dos outros e a sua. Vai, dessa forma, tecendo a malha de seu caminho. Se um ponto se desfaz, dá nó, ou enrosca, refaz.
No dia 19 de março, estive em uma consulta com o Dr. Albino Fávaro Neto. Assim que entrei na sala, disse-me que seria ele, naquele instante, a me relatar um fato. Costumo chegar falando mais do que a boca. Estava ele radiante: aniversário de 40 anos de consultório no mesmo local. Inaugurado na festa de São José e a bênção dada pelo inesquecível Dom Joaquim Justino Carreira que, em 1979, completara dois anos de Ordenação Sacerdotal. Dr. Albino, da dedicação à melhoria da saúde de incontáveis pessoas! Quantos bebês chegaram ao mundo pelo acolhimento de suas mãos em berço, com respeito, carinho profissionalismo e aplausos ao Criador. Nossa mãe e eu somos testemunhas de seus cuidados extremos em cirurgias que nos devolveram o bem-estar.
Bonita aquela felicidade do Dr. Albino, juntando: sua trajetória na medicina, sua família e São José. Contou-me que já participara da Missa das sete horas na Catedral NSD.
Pensei em São José, de flores brancas e amarelas:  amor-perfeito. O servo fiel e prudente a quem Deus confiou o Seu Filho. Como escreveu o Padre Gabriel de Santa Maria Madalena, OCD, em seu livro “Intimidade Divina”: “Toda a vida de José foi ato prolongado de fé e obediência, nas mais obscuras e difíceis situações, humanamente falando. (...) Totalmente disponível para Deus, sempre atento aos seus acenos e totalmente entregue ao divino serviço”.
Pensei em Dom Joaquim: naquele dia seriam 42 anos de Padre. Viveu a sua missão sacerdotal durante 36 anos, pleno de fé, coerência, sabedoria do Alto e partiu para o Céu em 2013.
Pensei no que conheço da história do Dr. Albino, casado com minha querida amiga, igualmente médica competentíssima, Maria Isabel Guimarães Fávaro - Bel. Os quatro filhos: Daniela, Flávia, Juliana, Gustavo, todos do bem e de coração bom, em sintonia com o Senhor. Os genros, nora, netos... Dr. Albino e Bel atentos também aos acenos de Deus e despojados de cifrões para salvar vidas. 
Juntei as mãos de: São José, Dom Joaquim, Dr. Albino e Bel: mãos que trabalham, rezam, fazem-se da vontade de Deus e do socorro ao próximo. Sinais de Belém, Nazaré e Jerusalém.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.



publicado por Luso-brasileiro às 11:08
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PÉRICLES CAPANEMA - BBB, REALIDADE MACABRA, NENHUM SHOW

 

 

 

 

 

 

 

 

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O BBB (Big Brother Brasil) é um programa de televisão que mostra cenas da vida real de participantes confinados por certo tempo. É um reality show. A expressão Big Brother tem origem no romance 1984 de George Orwell. O Big Brother (Grande Irmão ou Irmão Mais Velho) é o ditador que vigia o povo 24 horas por dia num estado mítico Oceânia. O idioma oficial era a “newspeak” (fala nova) em que o expresso queria dizer exatamente o oposto. No livro, Orwell prevê o totalitarismo sombrio que ameaçava o mundo. Não vou tratar do BBB, programa da televisão.

 

Orwell foi visionário, acertou. Vou comentar um totalitarismo moderno. Na China comunista, especialmente mediante a ação da ZTE, estatal de telecomunicações, vem sendo implantado celeremente o programa intitulado oficialmente (e eufemisticamente) “construção de um sistema de crédito social”.  Em 14 de junho de 2014 o Conselho de Estado determinou medidas que o tornaria inteiramente efetivo em 2020. Trata-se de vigilância intensa. O país já tem 200 milhões de câmeras ligadas a programas para interconectar dados. Terá 600 milhões em 18 meses. E informações de todos os lados alimentam os computadores dos órgãos de segurança.

 

O que é o crédito social? É um sistema de pontos (créditos), já largamente empregado na China (chegará a um primeiro nível de perfeição em 2020). Recolhe dados continuamente sobre cada chinês: locais onde está, renda, tempo que passa jogando games, fumante ou não, alcoólatra ou não, multas de trânsito, velocidade do carro, rotas, atraso em pagamento de prestações, desfalques, fraudes nos negócios, frequência em igrejas, se o vigiado (todos) ou parentes dele manifestaram opinião contrária à linha do Partido em comentários de sites, tanta coisa mais. E pontua a seguir. A exata metodologia de coleta e avaliação é secreta (chamada por alguns de sistema de pontuação psicométrica), mas todos sabem, com base em bilhões e bilhões de referências, recolhidas, conectadas e classificadas, a contagem vai subindo ou descendo no crédito social de cada um; e ali está seu futuro. De outro jeito, pioram ou melhoram as perspectivas do vigiado e de sua família. Por vezes, são totalmente destruídas.

 

Com base nos pontos, os filhos podem frequentar ou não escolas de elite, são concedidas ou não passagens para trens-bala e aviões, permissão para ou veto a viagens ao Exterior, acesso ou interdição a bons empregos, transferências, demissões, descontos nas contas de água e luz, internet mais rápida ou mais lenta, e vai por aí afora. Até melhoram ou pioram as possibilidades de casamento nos sites especializados. Num segundo estágio, a pessoa entra para uma lista negra, ostracismo, fim de qualquer perspectiva de ascensão na vida social e econômica. É forma nova e minuciosa de controle da conduta e da vida econômica. Trata-se de um totalitarismo sem as nuvens de agentes secretos e das brigadas de defesa da revolução, comuns décadas atrás em países comunistas. Na prática, é um totalitarismo mais asfixiante e mais minucioso. Aqui o BBB é realidade macabra e nenhum show.

 

Saio da China e entro na Venezuela. O governo venezuelano contratou a ZTE, a estatal chinesa que está no centro do programa do crédito social para implantar no país um sistema semelhante ao que vem sendo posto em prática na China inteira. Só em 2017, é o que se divulga, a ZTE recebeu 70 milhões de dólares por esse trabalho. E muitos venezuelanos já não estão recebendo os pacotes de alimentos subsidiados, nem remédios de órgãos estatais, por causa de pontuação que obtêm no “carnet de la pátria”.

 

O senador Marco Rubio, dos mais destacados homens públicos norte-americanos advertiu a respeito: “A China está exportando seu totalitarismo. A crescente dependência do regime Maduro em relação à ZPE na Venezuela é apenas o último exemplo da ameaça que as estatais chinesas representam para os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos”.

 

Não tenhamos ilusões, é programa prontinho para ser aplicado no Brasil. Desencaixotam-no, logo que voltem ao poder os derrotados no último pleito. Para isso, trabalha o PT, auxiliados por inocentes úteis e companheiros de viagem. As linhas auxiliares do PT são políticos de esquerda em partidos burgueses, PSOL e a miuçalha de partidos de esquerda, movimentos sociais, acadêmicos e empresários de esquerda ou “progressistas”, gente assim. Em 2010, em artigo intitulado “Inocentes úteis e companheiros de viagem, expressões banidas nas eleições de 2010”, lembrei: “O inocente útil é o que, sem se dar conta, facilita a execução do programa, do qual ele é suposta ou realmente adversário. Ajuda a tomada do poder por alguém que, no futuro, vai trucida-lo, moral ou fisicamente. O companheiro de viagem é o que caminha junto até um ponto da estrada. Ajuda o parceiro a chegar a um ponto determinado de seu programa. O maior exemplo de companheiro de viagem e inocente útil das últimas décadas é a CNBB. Ninguém mais que ela foi companheira de viagem e inocente útil do programa de fazer do Brasil um país libertário e coletivista”.

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:59
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - OFICINA DE POESIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Faz tempo que eu pretendo escrever um texto desconexo. Aconteceu que me dei conta de que meu pensamento naturalmente o é. Então me libertei da pretensão para simplesmente escrevê-lo. Pode ser que não seja este o texto que pretendi. Mas será porque ele também se libertou.

...

Já fui muito romântica. Hoje não sou mais.

Cética compulsiva obsessiva kkkkk. Não tem graça.

Juro, no entanto, pelas musas que a coisa mais linda que já vi e ouvi na vida foi uma declaração de amor.

Claro que não foi.

A coisa mais linda na verdade foram duas coisas: os nascimentos dos meus filhos. E, por extensão, as vidas deles.

Ah, mas a tal declaração... uma tal em forma de poema... de poema todo prosa... me causou por extensão da extensão uma tal sensação que tal de: "minha vida é esse momento – este agora!”... ou de “minha vida começa e termina aqui!”... ou  de “eu existi até agora somente para ver e ouvir e digerir apenas isto!”... que tal???

...

Foi só por causa das rachaduras na calçada... Eu quis ouvir uma a uma as impressões que cada um tivera acerca dos desenhos das rachaduras na calçada. A fim de desenhar eu mesma as minhas próprias rachaduras, minhas impressões sobre suas impressões acerca das rachaduras na calçada. Onde não havia cerca.

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O que menos importa, na verdade, não é a verdade dita, nem, portanto, se ela provém da realidade ou de arte que a expresse por meio de teatro, literatura ou o caramba a quatro, e sim o que isso, essa talvez verdade, diz – de verdade – dentro de mim.

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Talvez, a primeira pergunta que a gente se devesse fazer fosse “o que eu penso de mim?” ao invés de “o que é que os outros vão pensar?”. Talvez. Daqui a pouco sei lá eu o que o outro eu talvez pensará.

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À inexplicabilidade da vida em perspectiva da morte muito se explica no tocante ao nosso temor e nossas atitudes inexplicáveis em vista da não imortalidade. É óbvio. Quem viver verá.

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O universo não se omite.

Ouvi o ruído (que a folha de papel emite) quando o poeta a virou enquanto lia seu poema.

O verso soou profundo.

Tinha métrica. Tinha rima. E me fez livre.

 

 

 

 

Valquíria Gesqui Malagoliescritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br

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publicado por Luso-brasileiro às 10:55
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FELIPE AQUINO - 6 PRATICAS CONCRETAS PARA VIVER A QUARESMA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para viver a Quaresma com propósito, Ir. Luis Eduardo Rodriguez Alger, que pertence aos Legionários de Cristo, compartilha 6 práticas concretas para trabalhar a oração, a esmola e o jejum, pontos essenciais durante este tempo litúrgico.

Para trabalhar no ponto da oração, devemos “aprofundar a vida sacramental. Posso me confessar, posso participar da Missa mais dias, e não apenas aos domingos, e receber a comunhão”.

Além disso, recorda que “todos esses sacramentos nos encherão de graça e da força do Espírito Santo para perseverar e poder caminhar para a Páscoa do Senhor”.

O segundo propósito implica a realização de mais oração. “Posso fazer alguma oração extra, como ler a Bíblia. Se lêssemos a Bíblia três ou cinco minutos por dia, quão diferente seria a nossa vida”, assegura.

 

 

 

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Leia também: Como viver a Quaresma?

Conselhos para viver as 3 dimensões fundamentais da Quaresma

Qual penitência escolher para viver este período da Quaresma?

40 resoluções concretas para viver uma santa Quaresma

Como viver bem o tempo da Quaresma

 

 

Com relação ao jejum, reflete sobre a associação imediata entre o jejum e os alimentos. “Quando pensamos em jejum, muitas vezes pensamos em quais coisas não vamos comer: não vou comer sobremesas, não vou tomar ‘Coca-Cola’… Mas não se trata de fazer uma dieta”.

De acordo com Ir. Luis, durante esta Quaresma podemos jejuar de “palavras desnecessárias”, como “queixas, críticas ou palavrões”.

Para o quarto propósito, que está relacionado com o jejum, o irmão convida a jejuar de coisas que gostamos de “ver”, como séries ou filmes, e considerar “o que eu posso parar de ver” nesta Quaresma.

 

 

Ouça também: Leituras que podem nos ajudar no tempo da Quaresma

 

 

Destacou que a esmola anda de mãos dadas com o jejum. “Se estamos jejuando de palavras negativas, talvez possamos fazer esmolas de boas palavras: um comentário, uma ajuda, algo de bom que possamos dizer com palavras”, afirmou.

Para o sexto propósito, motivou a realizar atos de caridade para alguém que precisa de nós.

Propôs que “podemos ir ao encontro de alguma pessoa que realmente precise de nossa ajuda e fazer um ato de caridade com essa pessoa sem que ela note e que ninguém perceba”, e se referiu a esta prática como uma “caridade escondida”.

 

 

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/6-praticas-concretas-para-viver-a-quaresma-53860

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:40
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PAULO R. LABEGALINI - O MARAVILHOSO PARAÍSO CELESTE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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No capítulo ‘Felicidade do Céu’, do livro ‘Preparação para a Morte’, Santo Afonso descreve o Paraíso – lugar onde vão as almas dos justos após a purificação no Purgatório, ou então diretamente, por merecimento de santidade. Para o crescimento espiritual de todos nós e fortalecimento da fé cristã em cada coração, será muito proveitoso refletirmos aqui algumas palavras do citado Santo a esse respeito:

“Depois de entrar na felicidade de Deus, a alma não terá mais nada a sofrer. No Paraíso, não há doenças, nem pobreza, nem incômodos. Deixam de existir as vicissitudes dos dias e das noites, do frio e do calor; é um dia perpétuo e sempre sereno, primavera perpétua e sempre deliciosa. Não há perseguições, nem ciúmes; neste reino de amor, todos os seus habitantes se amam mútua e ternamente, e cada qual é tão feliz da ventura dos outros como da própria. Não há receios, porque a alma, confirmada na graça, já não pode pecar nem perder a Deus. Tudo é novo, tudo consola, tudo satisfaz.

Os olhos deslumbrar-se-ão com a vista desta cidade cuja beleza é perfeita. Que maravilha não nos causaria a vista de uma cidade cujas ruas fossem calçadas de cristal, e cujas casas fossem palácios de prata ornados de cortinados de ouro e de grinaldas de flores de toda espécie. Oh, quanto mais bela ainda é a cidade celeste!

Que delicioso não será ver todos os seus habitantes vestidos com pompa real, porque todos efetivamente são reis, como lhes chama Santo Agostinho: ‘Quot cives, tot reges’. Que delicioso não será ver Maria, que parecerá mais bela que todo o Paraíso! Que delicioso não será ver o Cordeiro divino, Jesus, o Esposo das almas! Um dia Santa Teresa viu apenas uma das mãos de Cristo e ficou cheia de admiração à vista de semelhante beleza.

Cheiros suavíssimos, perfumes incomparáveis regalarão o olfato. O ouvido ouvirá arrebatado as harmonias celestes. Um anjo deixou um dia São Francisco ouvir um único som da música celeste, e o Santo julgou morrer de felicidade. O que não será ouvir todos os Santos e todos os Anjos cantarem em coro os louvores de Deus! O que não será ouvir Maria celebrar as glórias do Altíssimo! A voz de Maria é no Céu – diz São Francisco de Sales – o que é num bosque a do rouxinol, que vence a de todas as outras aves.

Numa palavra, o Paraíso é a reunião de todos os gozos que se podem desejar. Mas essas inefáveis delícias até aqui consideradas são apenas os menores bens do Paraíso. O maior é o Bem supremo, que é Deus – diz Santo Agostinho. A recompensa que o Senhor nos promete não consiste unicamente nas belezas, nas harmonias, nos outros encantos da bem-aventurada cidade; a recompensa principal é Deus, isto é, consiste em ver Deus face a face e amá-Lo.

Assegura Santo Agostinho que, para os condenados, seria como estar no Paraíso se chegassem a ver Deus. E acrescenta que se fosse dado a uma alma, ao sair desta vida, a escolha de ver a Deus ficando nas penas do inferno, ou ser livre do inferno e ao mesmo tempo privada da vista de Deus, ela preferiria a primeira condição.

A felicidade de contemplar com amor a face de Deus, não a podemos conceber neste mundo, mas procuremos avaliá-la, ainda que não seja senão pela rama, segundo os efeitos que conhecemos.”

Que lindo relato do Céu! Somente alguém em estado de graça poderia ter tanta certeza das maravilhas que nos esperam, não? Êpa, nos esperam? Todos nós, sem distinção? Sim, todos que quiserem! Pense nisso e conclua comigo que Nosso Senhor chama igualmente a todos para o Seu Reino, mas, infelizmente, poucos aceitam esse convite.

Ao evangelizarmos em Seu nome, por que não conseguimos enfiar na cabeça de alguns irmãos a beleza de viver eternamente no Paraíso? Bastaria apenas que resolvessem experimentar as graças maravilhosas que sempre alcançamos em oração e, assim, passariam a trabalhar em comunidade... mas nem todos querem renunciar os pecados do mundo e seguir Jesus Cristo, não é mesmo?

Falando assim, você pode pensar que julgo já ter ganho o Paraíso, mas, acredite, eu tenho certeza que ainda preciso de muita purificação para chegar lá. Contudo, sempre digo que o meu objetivo neste mundo é mostrar a Deus que eu sou trigo e não joio para a humanidade. Para isso, sei que preciso sempre me penitenciar – através da Confissão Sacramental – para receber o Corpo de Cristo, pois São Paulo nos advertiu: “... todo aquele que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente... come e bebe a própria condenação.”

E, como sempre insisto, a oração do Terço também soluciona inúmeros problemas, assegura a salvação eterna e antecipa a implantação do Reino do Imaculado Coração de Maria no mundo. Enquanto eu for abençoado com uma boa saúde, vou rezando e trabalhando para chegar mais perto das maravilhas do Céu.

E você, o que tem feito para salvar mais almas para Jesus? Se a pessoa que você mais gosta estivesse prestes a pular de um prédio, não se arriscaria para salvá-la? Isso nunca acontecerá se você rezar por ela... e ainda poderá salvá-la de corpo e alma!

Tenha certeza: Deus é muito bom e justo com você.

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 

 



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - QUEM ACODE AOS IDOSOS ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Anda a classe política e a sociedade em geral, preocupadíssima com o envelhecimento da população.

Além de lapidarem o sistema de saúde, porque os idosos recorrem mais ao serviço hospitalar, desequilibra o orçamento da Segurança Social, visto haver mais a receber (pensões), do que a pagar.

Como resolver o problema?

Aumentar a natalidade? Fomentar a entrada de emigrantes? Diminuir pensões? Não sei.

Talvez a insistência, com que se fala de eutanásia, venha a ser o meio de o minimizar. Meio, que só em pensar, é hediondo! …

Entretanto, largos milhares de idosos vivem marginalizados. (São mais de 45 mil, que a GNR conhece!)

Falecido o conjugue, há três caminhos: ir para casa dos filhos (se os há); recolher a casa de repouso; ou ficar isolado em casa.

A primeira hipótese, nem agrada ao idoso, nem à família, porque : a casa dos pais, é sempre a dos filhos, mas a destes pode ser ou não…

A segunda: acolher-se a lar, nem sempre é possível, porque passaram a cobrar mensalidades incompatíveis com as pensões que recebem. A única hipótese, é, permanecerem na sombria solidão de sua casa, vivendo de saudosas recordações, e sustentando-se da magra pensão.

O que tem feito o Estado e a sociedade, para minorar a situação?

Pensam construir lares decentes, onde os idosos possam viver num ambiente confortável? Penso que não. Quanto muito, colocam-nos em “depósitos”, onde passam os dias diante de aparelho de TV, com mantinha nos joelhos, e noites em dormitórios, com mais ou menos companheiros.

Tenho amigo, que vive em constante preocupação. Conseguiu (quase por milagre!) obter lar decente, que recebia de jóia, quase setenta mil euros, passando a contribuir, mensalmente, com oitocentos euros.

Mas… recentemente, foi informado, que as condições haviam sido alteradas: acabou a jóia, mas a mensalidade passaram, para mil e oitocentos euros!...

Se a classe média, já não pode pagar as propinas, dos filhos, (como dizem), como conseguirá entrar numa casa de repouso?

E qual a razão de tão elevada mensalidade, incompatível para a classe média?

Respondeu-me, em profunda mágoa, meu amigo Alberto:

-”Dizem, que se deve ao facto dos europeus, e até brasileiros, terem descoberto, que com suas reformas, podem ocupar lares decentes, e até luxuosos, no nosso país, o que nem sempre lhes é possível nos seus.”

Não sei se é verdade; mas, se assim for, a situação dos idosos é cada vez pior.. Não vim, com esta crónica acusar, seja quem for, por essa aflitiva situação; mas alertar a colectividade para a situação dramática em que vivem muitos idosos.

Não cuidar dos nossos velhos, não é cristão, nem humanamente correcto.

Não será tempo de passarmos, de palavras caridosas, a actos? …

 

 

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 10:24
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EUCLIDES CAVACO - DOCE PRIMAVERA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Ao renascer de mais uma Primavera no hemisfério Norte, aqui deixo a minha versão poética sobre esta maravilhosa estação.
Video elaborado talentosamente pelo amigo Afonso Brandão.
 
 


https://www.youtube.com/watch?v=LnCAULKMXKE&feature=youtu.be
 
 
 


Desejos duma semana com espírito primaveril.



 
 
 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

***

 

 

Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

 

 

 

 

 

***

 

 

 

Horário das missas em, Jundiai ( Brasil):

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?opcoes=cidade_opcoes&uf=SP&cidade=Jundiai&bairro&submit=73349812

 

 

 Horário da missas em São Paulo:


http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=12345678&p=12&todas=0

 

http://www.horariodemissa.com.br/search.php?uf=SP&cidade=S%C3%A3o+Paulo&bairro&opcoes=cidade_opcoes&submit=5a348042&p=4&todas=0

 

 

Horário das missas na Diocese do Porto(Portugal):

 

http://www.diocese-porto.pt/index.php?option=com_paroquias&view=pesquisarmap&Itemid=163

 

 

 

 ***



publicado por Luso-brasileiro às 10:09
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Quinta-feira, 21 de Março de 2019
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - A JUVENTUDE, EM TODO O MUNDO, MERECE ACOLHIMENTO E RESPEITO!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No início da década de 70, Ellis Regina consagrou no Brasil a música “Como nossos Pais” do cearense Belchior. Um trecho da composição indicava que os “jovens ainda eram os mesmos e viviam como seus pais” para depois anunciar que “o sinal estava fechado para os jovens” de então. Essa canção realmente mostrava o quadro brasileiro na época. Com o regime de exceção e a disciplina imposta pelos militares, o receio impedia manifestações de contrariedade com os padrões vigentes. No entanto, burlando censuras, ocorreu uma profunda revolução etária, inspirada em movimentos de outros países. Essas mudanças de usos e costumes provocaram em todo o país, profundas modificações estruturais, principalmente no relacionamento entre       eles e em suas posturas perante os sistemas.

Adquiriram mais liberdade, ampliaram horizontes, tornaram-se reivindicadores, não se conformaram mais com quaisquer coisas que lhes eram apresentadas. Ao mesmo tempo, um processo muito forte de alienação e massificação se sobrepôs sobre a educação, enfraquecendo a gradativamente a produção cultural e esvaziando preceitos e princípios, o que propiciou um quadro muito desolador. E hoje, o consumismo desenfreado dita regras e os reais valores estão cada vez mais sendo substituídos por objetivos meramente mercantilistas. Enfim, a sociedade busca exclusivamente por interesses unilaterais e o capitalismo passou a gerenciar os atos e atitudes da grande maioria.

Nessas circunstâncias, os maiores prejudicados são os jovens, cujos anseios são frustrados por uma concorrência desleal e por apadrinhamentos políticos que prejudicam até a ingerência de cargos públicos que deveriam ser preenchidos por concursos públicos. Surge assim a falta de esperança e de estímulo.

            Comemora-se hoje o Dia Mundial da Juventude. Essa celebração foi criada pelo Papa João Paulo II em 1985, estando primeiramente ligado aos eventos da Igreja Católica. No entanto, com o passar do tempo, foi absorvida por outras crenças e religiões, tornando-se um pretexto para uma programação especial com atividades que despertem o interesse dos jovens para superação de crises e para colaborarem com a sociedade, deixando-a mais expressiva.            

         Por isso, aproveitemos a data que se avizinha para refletirmos sobre a juventude. Ela merece acolhimento, respeito e principalmente, formação e informação. Vamos colaborar para que esses atributos se transformem em realidade. Valorizemos nossos jovens que constituem um dos recursos humanos mais importantes para o desenvolvimento do país e podem ser atores sociais de mudanças positivas. Esperamos, por isso, que tenham as oportunidades um avanço completo nas áreas da Educação, Cultura, Esportes e Lazer, garantindo, assim, que se revelem em seres humanos preparados para construir um futuro melhor para todos e o sinal verde se abra para eles, definitivamente...

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí                        

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:32
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A CURIOSA SOCIOLOGIA DOS NOMES PRÓPRIOS

 

 

 

 

 

 

 

Armando Alexandre dos Santos.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo matéria divulgada pelo Jornal de Piracicaba, no último dia 30/12, no ano de 2018 os nomes mais frequentes usados nos registros de nascimento em todo o Estado de São Paulo foram Miguel, com 4718 registros, Arthur, com 4312, e Maria Eduarda, com 3779.

Concretamente em Piracicaba, em ordem decrescente, os nomes masculinos mais adotados foram: Miguel (73), Arthur (58), Gabriel (43), Heitor (42), Davi (40), Theo (35), Pedro (31), Lorenzo (28), Henrique (26) e Matheus (24); para o sexo feminino, os nomes mais usados foram: Helena (72), Alice (60), Laura (39), Valentina (35), Lívia (34), Sophia (32), Maria Clara (32), Lorena (32), Manuela (27) e Antonella (26).

A utilização de nomes compostos por dois elementos continua sendo muito comum. No Brasil inteiro, 28,3% dos registros (quase um terço) preferiram essa modalidade tradicional de dar nome aos filhos. Ainda no Brasil inteiro, registraram-se 3.027 variações para Maria, 2320 para Pedro, 1564 para Ana, 1488 para Enzo e 1260 para João.

Parece, a julgar por essas amostras, que de um modo geral voltaram a estar na moda nomes tradicionais luso-brasileiros, como também os bíblicos e os provenientes do classicismo greco-romano, com minoritária, mas significativa preferência por nomes italianos (Lorenzo, Antonella, Enzo) e uma também curiosa atração pelas belezas da ortografia etimológica clássica (Arthur, Theo, Sophia), em detrimento da  ortografia fonética oficializada para esses nomes.

Notei falta de Antônios e Antônias, Josés e Josefas (ou Josefinas), Luíses e Luísas, Carlos e Carlas (ou Carolinas), Paulos e Paulas, e tantos outros nomes... Os Rodrigos, de sonoridade medieval, que Érico Veríssimo relançou e que durante décadas estiveram no topo das preferências, igualmente parecem estar esquecidos. Armandos... sempre foram e continuarão sendo raros, muito raros... Em toda a minha vida, que me lembre não topei com mais do que seis ou sete xarás. A forma feminina Armanda, nunca a vi usada no Brasil ou em Portugal, talvez pelo fato de uma comédia de Molière ter ridicularizado para todo o sempre Armande, uma das pretensiosas “femmes savantes”, pedante e inimiga feroz do casamento. Curiosamente, também se chamava Armande e foi grande atriz a segunda esposa do próprio Molière...

Parecem estar em baixa, felizmente, nomes estrambóticos, como o de um famoso político que se chamava Onaireves (Severiano ao contrário), ou nomes claramente decorrentes de erros devidos a falta de cultura (Dêivide, Oílsson, Máiquel, Níquisson, Uóxington, Daiana, Lêidi etc.)

Do ponto de vista sociológico, reveste-se de grande interesse o estudo das preferências em matéria de onomástica. Em 1959, Gilberto Freyre publicou “Ordem e Progresso”, livro em que estuda a permanência do modelo patriarcal e agrário nas primeiras décadas do século XX, num Brasil que se tornava cada vez mais urbano e industrializado. O curioso da obra é a documentação primária que seu autor utilizou. Por volta de 1930, Freyre tinha mandado uma circular a perto de 1000 brasileiros nascidos entre 1850 e 1900, de todas as classes e condições (desde grandes políticos, intelectuais e fazendeiros, até pessoas pobres e modestas), fazendo uma série de perguntas sobre as duas ou três primeiras décadas que se sucederam à proclamação da república. Eram perguntas muito diversificadas, sobre ideologia, economia, política, costumes, religiosidade, costumes, sexualidade, visão dos problemas internacionais e nacionais, dicotomia monarquiaXrepública, visão de grandes homens (D. Pedro II, Santos-Dumont, Ruy Barbosa) etc. etc.

Freyre recebeu 183 respostas. Algumas eram sucintas e pontuais. Outras eram mais extensas, e algumas extensíssimas, pois seus autores, levados pelo dinamismo das recordações passadas por escrito, produziram verdadeiros livros de memórias extremamente ricos e interessantes.

Freyre guardou essa documentação preciosa durante quase três décadas, propositadamente, de modo que somente a utilizou em público quando a imensa maioria dos depoentes já havia falecido.

Gostaria de destacar, dessa obra, algo que é muito interessante do ponto de vista cultural: a escolha dos nomes para os filhos. Numerosas influências e não poucos modismos interferem nessa escolha tão importante e fundamental. Passo a transcrever o próprio Gilberto Freyre, a falar do “brasileiro médio” ou “brasileiro-síntese” do tempo focalizado em sua pesquisa:

"Era um ser que nascia em casa; e quase sempre sem que a mãe recebesse, ao pari-lo no lar patriarcal, outro socorro senão o da parteira ou o da 'curiosa', que se tornava comadre do casal. Já não estava muito em moda dar ao brasileirinho nome pomposamente clássico - Ulisses, Homero, Cícero, Horácio, Sólon, Aristóteles - mas romântico, de herói de novela ou mesmo de romancista ou de poeta atual ou exótico: Ceci, Peri, Graziela, Eurico, Milton, Victor Hugo, Paulo, Virgínia, Romeu, Julieta, Elvira, Evangelista, Edgar, Alfredo, Lamartine; ou, ainda, político ou cívico: Pedro de Alcântara, Garibaldi, Danton, Francisca, Washington, Lincoln, Franklin, Jefferson, Gladstone, Teresa Cristina, Isabel, Amélia, Gastão, Deodoro, Benjamin Constant, Ruy; ou piedoso, tomado a novas santas ou inspirado em nova devoções: Teresa, Luís Gonzaga, Vicente de Paulo, Maria de Lourdes, Maria do Carmo, Maria da Penha, Inocêncio, Pio. Havia, porém, rebeldes a essas convenções: pais talvez nietzschianos que davam aos filhos nomes rebarbativos: Nero, Napoleão, Júlio César, Átila. Um desses nietzschianos deu, no começo do século XX, a um dos filhos o nome de Lutero. Protestantes começaram a dar aos filhos nomes bíblicos ou de reformadores: inclusive Calvino. Os Positivistas, estes se esmeraram em dar aos filhos nomes inspirados na história 'científica' da Humanidade ou particular, da sua seita: Clotilde, Galileu, Paulo, Augusto, Newton" (op. cit., 3a. ed., José Olympio, Rio, 1974, 1º tomo, p. CLIV-CLV).

Recomendo vivamente a leitura dessa obra clássica, indispensável para a compreensão da evolução histórica do Brasil. Como recomendo também outra obra de grande importância, que é o “Dicionário Etimológico de Nomes e Sobrenomes”, do filólogo paranaense Rosário Farâni Mansur Guérios (5ª. ed., Artpress, São Paulo, 2004). É um trabalho único no seu gênero, profundíssimo e bem documentado, precedido de um pequeno ensaio sobre Onomástica, realmente notável.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS   -   Licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Portuguesa da História e da Academia Piracicabana de Letra.

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 11:31
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CINTHYA NUNES VIEIRA DA SILVA - JAVALI ESPITÓRIO

 

 

 

 

 

 

 

Cinthya Nunes Vieira da Silva.jpg

 

 

 

 

 

 

 

            Acredito que somente a ignorância da população é que permite que algumas dúzias de bandidos, de gente mal intencionada mande e desmande no mundo. O conhecimento e a falta dele são armas muito mais eficazes do que do outras de destruição física. Quem domina mentes é capaz de manobrar o mundo e, para tristeza universal, grandes e cretinas guerras comprovam isso.

            Uma das coisas que sinto pena pelo fato da existência humana ser tão curta é a certeza de que irei embora desse mundo sem saber tantas coisas, sem compreender a magnitude de tudo que se move por esse mundo, bem como de pode me instruir plenamente, nos passos da inteligência humana voltada para o bem.

            Sempre que eu posso, procuro me informar sobre fatos que me interessam ou me revoltam, até mesmo porque eu talvez esteja enganada sobre o assunto. E assim eu fiz na semana passada, ao assistir um Seminário promovido pela ONG Olhar Animal, a respeito da Caça. Se eu já abominava a prática, ainda mais aquela por “esporte”, após quatro horas ouvindo pessoas qualificadas e ponderadas tratando do assunto, eu somente reforcei meu sentimento, mas agora munida de informações importantes.

            Nem vou gastar linhas para tentar explicar o quanto a retirada de uma vida animal por mero deleite, por cretinice, deixa-me chocada e entristecida. Contudo, sempre que eu lia sobre ameaças de liberação da caça no Brasil, por conta de um projeto de lei que vem tramitando nas Casas Legislativas, as noticias vinham acompanhadas da justificativa que isso era para controlar a praga do javalis.

            No último sábado, ouvindo biólogos, juristas, cientistas políticos, peritos  e psicólogos tratando sobre o assunto, entendi que, se de fato existe um problema envolvendo o javali, é muito mais verdade que esse animal vem sendo utilizado como bandeira para quem realmente só quer agradar bancadas ruralistas e pessoas que defendem o direito de se tirar uma vida por sádico prazer. Em outras palavras, o meio ambiente é a última preocupação daqueles que defendem o malfadado projeto.

            Não seria possível, nesse espaço, trazer todos os argumentos debatidos, mas alguns deles eu gostaria de compartilhar com quem lê o que escrevo, pois, se quem o faz há algum tempo sabe o que penso sobre temas que envolvem animais e, por certo, de algum modo simpatiza com o assunto também.

            Descobri que muitas das florestas brasileiras estão vazias, mudas do barulho dos animais que dantes nelas habitavam. A construção de estradas cortando matas e isolando populações de animais, que ficam sem acesso à agua, ou restritos a poucos membros, além das práticas predatórias, estão levando espécies à extinção. Assim, locais nos quais os javalis ingressaram, segundo estudos feitos, houve uma reintrodução de animais, responsáveis, inclusive, pela dispersão de sementes, fonte de manutenção vegetal.

            Há sim, por outro lado, problemas que surgiram devido à proliferação de javalis que, mas permite-se a caça deles não é o suficiente para que esse problema deixe de existir. Os argumentos são muitos e fundados em pesquisas e dados sérios. A grande questão, no entanto, é que ao se permitir a caça do javali, ninguém estará por perto para se certificar de que outros animais também não serão caçados. E não se iludam, o referido projeto em trâmite abre muitas brechas para que imbecis munidos de uma arma, corajosos atrás da pólvora, achem-se no direito de ceifar vidas.

            Minha conclusão, além dos sentimentos que eu já possuía, é que o javali, nessa história toda, é só um pretexto que se vale do desconhecimento das pessoas que se importam, que ainda acreditam que uma vida, qualquer que seja, vale mais do que a mesquinha satisfação de quem projeta sua pequenez na ponta de uma arma.

 

 

 

 

CINTHYA NUNES   -   é jornalista, advogada e professora universitária – cinthyanvs@gmail.com



publicado por Luso-brasileiro às 11:20
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