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Quarta-feira, 30 de Outubro de 2019
ARTUR VILLARES - A ROSA DE LUTERO, CRISTO NO CENTRO

 

 

 

 

 

 

 

 

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Neste ano de 2019, em que a Igreja Luterana comemora os 502 anos da Reforma do século XVI, iniciada pelo Doutor Martinho Lutero, lembramos este símbolo que se tornou identitário do Luteranismo em todo o mundo: a Rosa de Lutero.

A sua origem remonta a 1520, quando o Reformador foi instado pelos seus editores a criar um símbolo que fosse uma chancela das suas obras. Uma década depois, Lutero esclareceu o significado desse brasão, originalmente a preto e branco, com as devidas cores que o Reformador sugeriu. Rapidamente tal Rosa se tornou o símbolo de toda a doutrina cristocêntrica do Luteranismo. Em carta a Lazarus Spengler, de Nürnberg, Lutero explicou:

 

 

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 “A cruz no centro do coração lembra-nos que a fé no crucificado nos salva. Porque os que creem de coração serão justificados. Embora seja uma cruz preta, que lembra morte e sofrimento, ela está sobre um coração na sua cor natural. Não corrompe a natureza, o que significa que não nos mata, mas nos mantém vivos. O justo viverá pela fé, mas pela fé no crucificado.

Tal coração deverá ficar no centro de uma rosa branca, para mostrar que a fé traz alegria, conforto e paz. Noutras palavras, ela coloca o crente no meio de uma rosa branca e alegre, porque essa fé não dá paz e alegria como o mundo dá. Por isso, a rosa deve ser branca e não vermelha, porque branco é a cor do Espírito e dos anjos.

A tal rosa está sobre um fundo azul celeste, simbolizando que tal alegria no Espírito e tal fé é o começo da alegria futura celeste, que começa agora, mas está alicerçada numa esperança ainda não revelada.

E ao redor desse espaço está um anel dourado simbolizando que tais bênçãos celestes não têm fim. Essa bênção é preciosa no meio de toda a alegria e bondade, assim como o ouro é o mais valioso e precioso metal.”

 

 

 

 

 

ARTUR VILLARES   -   Prof. Doutor do Ensino Superior. Pastor da Igreja Luterana de Portugal - Porto.

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:00
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JOSÉ RENATO NALINI - POR QUE O FEIO PREVALECE?

 

 

 

 

 

 

 

 

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O caos urbano é resultado de inúmeras causas. Poucas cidades obedeceram a um planejamento racional. Mesmo estas, como Brasília e Belo Horizonte, por exemplo, começam a sentir os efeitos de um crescimento desmesurado e irracional.

Todavia, o exemplo de ocupação incrivelmente insensata é São Paulo. Ela explodiu e explodiu mal. O seu entorno é a evidência da falta de educação. Num país em que sobram áreas inabitadas, as pessoas se espremem umas sobre as outras, em toscas habitações que nem de longe atendem ao chamado mínimo existencial.

Invadem-se áreas de preservação permanente e a leniência governamental, com a tendência do sistema Justiça tutelar os incapazes, trabalha com “o fato consumado”. Nunca mais se devolverá à natureza a área que dela foi roubada. E cuja ocupação insana causará uma cadeia de sequelas nefastas para uma população muito maior do que aquela ali residente.

As favelas proliferam e continuam a prodigalizar o feio. Sujeira, imundície, esgoto a céu aberto, edificações toscas e nem sempre frágeis. Pois a construção de alvenaria convive com a casa de lata, de papelão, de isopor e de tudo o que estiver à mão.

O problema se mostra insolúvel. Afasta-se a ideia de qualquer possível enfrentamento. A ausência do Estado é nutriente das facções que o substituem e garantem aquilo que interessa a tais desvalidos: permanecer onde estão, sem o risco de reintegração de posse. Proteção para desenvolver atividades lícitas, outras que tangenciam a licitude e, principalmente, as que afrontam o Estado de direito.

Tudo converge para a falta de educação. De uma educação integral. Não do mero acesso da criança à rede escolar. Onde a ensinarão a decorar informações desatualizadas, que ela encontraria se quisesse – e quantos já fazem isso – up to date no Google e outras redes sociais.

A intensidade da deterioração de vastas e crescentes glebas paulistanas inviabiliza qualquer sonho de tratamento eficaz. Mas algo precisa ser feito.

Sou defensor da regularização fundiária. Mas não é suficiente entregar ao invasor um título dominial para resolver todas as carências que o acometem. Precisamos unir todos os esforços, toda a inteligência e toda a lucidez, que nem sempre está na Administração Pública, para algo mais arrojado. Mas também, talvez mais efetivo.

As áreas deterioradas não têm beleza. Apenas feiura. E a feiura corrói as almas. Ficam empedernidas. Insensíveis. Cruéis.

O Brasil produziu arquitetos os mais talentosos, os mais criativos, os mais premiados. São chamados a produzir em todo o planeta. E estão aqui em São Paulo. Conurbação que tem alguns dos conjuntos habitacionais mais deprimentes e desprovidos de estética. Tem de ser assim?

Por que não chama-los todos e dividir a cidade entre eles, para que ajudem num grande Plano Urbano de Beleza? Ainda há pouco, o arquiteto Renzo Piano afirmava: “Temos vergonha de falar em beleza, roubada pela publicidade. ..É preciso começar a fecundar, a fertilizar as periferias. Elas são o começo do deserto, e o deserto cria monstros”.

Os arquitetos são poetas, sonhadores, acreditam na utopia. E, muita vez, fazem a utopia se concretizar. A arquitetura tem por missão construir os locais em que as pessoas se encontram, onde se produz o milagre da convivência. Por que não começar por oferecer um espaço, em cada região deteriorada, para que os moradores possam exprimir suas necessidades, mas também os seus desejos? Como diz Renzo Piano, “a alma não é guiada penas pela necessidade, mas também pelo desejo. E às vezes este é ainda mais forte do que aquela. Então, a arquitetura não é só a arte de responder a necessidades. Deve atender, igualmente, a quereres, esperanças, sonhos”.

Não é impossível concentrar, em espaços como esses, a canalização das expectativas de uma comunidade excluída, mas que pode protagonizar medidas viáveis para melhorar sua condição. Cuidar melhor dos dejetos, replantar as árvores dizimadas, ressuscitar os córregos poluídos, pintar suas habitações, torna-las mais coloridas, mais acolhedoras, mas compatíveis com o ideal tão proclamado e que é o norte inspirador do pacto federativo brasileiro: a dignidade da pessoa humana.

Um sonho deste insuportável calor de verão? Pode ser. Mas tirem-me tudo. Menos o sonho. Posso viver sem outras coisas. Mas não sobrevivo se não sonhar.

 

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI    -   é Reitor da Uniregistral, Docente da Uninove, autor de “Ética Ambiental” e Presidente da Academia Paulista de Letras 2019-2020.

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:53
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FELIPE AQUINO - 10 SUGESTÕES PARA CELEBRAR OS SANTOS E "ESQUECER" O HALLOWEEN"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em um artigo publicado pelo Sistema Informativo da Arquidiocese do México (SIAME), a advogada Alejandra María Sosa Elízaga, propõe 10 sugestões práticas para festejar em família, em grupo ou com a comunidade paroquial na véspera da Solenidade de Todos os Santos, dia 31 de outubro.

 

 

 

“Como todos os anos, por causa dessa data, comércios e ruas estão inundados de diabos, fantasmas, monstros, esqueletos (caveiras), e demais parafernálias de ‘Halloween’. Muitas pessoas tomam isso como algo normal e até divertido, mas, pensando bem, do ponto de vista cristão, o que tem de divertido em disfarçar as crianças ou decorar a casa com personagens que representam o mal, a escuridão, o oposto daquele que é a Luz do mundo, inimigos do Senhor em quem cremos?”, explica a autora no artigo intitulado “Celebramos os santos, não os espantos!”.

 

Além disso, acrescentou que a intenção é organizar “uma festa simples, divertida, na qual estejam presentes as duas coisas que as crianças mais gostam do Halloween: fantasias e doces, mas dando-lhes um toque, para que não seja uma festa pagã e muito menos anticristã”.

 

 

 

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Leia também: 
8 dados que todo cristão deve saber sobre Halloween
Halloween é uma brincadeira inofensiva? De forma alguma, responde exorcista
O que é a Festa de Halloween?

 

 

 

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A seguir, 10 dicas práticas para uma boa celebração:

  1. Fantasias de santos

Que todos, crianças e adultos, se fantasiem de santos e cada um diga por que escolheu essa fantasia, o que mais gosta desse santo ou santa.

 

 

  1. Doces com santinhos

Não dê guloseimas decoradas de Halloween para crianças que baterem à porta pedindo doces. Dê doces normais, enfeitados com carinhas sorridentes com auréolas; presenteie também com santinhos.

 

 

  1. Realizar atividades por equipes

Divida os participantes da festa em equipes, dê materiais (papel, cordas etc.) para que se divirtam elaborando uma fantasia de santo para algum membro do grupo; que cada equipe explique por que escolheu aquele santo e conte o que sabe sobre sua vida. Dê a todos prêmios por sua criatividade e esforço.

 

 

  1. Desenhar os santos

Que crianças e adultos se entretenham fazendo e pintando desenhos de seus santos favoritos (não precisa sair perfeito) para colá-los na parede em exposição.

 

 

  1. Fazer fotografias dos participantes com auréolas

Recorte auréolas de papel e cole-as na parede em diferentes alturas, para que os participantes parem diante delas e possam fazer uma foto, na qual pareça que têm auréola. As fotografias de todos como santos ficam muito simpáticas.

  1. Contar histórias

 

Que cada um dos participantes se prepare antecipadamente para contar alguma história interessante, comovente ou divertida sobre algum santo.

 

 

  1. Festival de Vídeo

Organize um mini festival de vídeos da vida dos santos.

 

 

  1. Frases de santos por todo local

Coloque entre os avisos da Igreja ou em alguma parede do local papéis com frases favoritas de diversos santos, sobretudo, do santo padroeiro dessa igreja particular.

 

 

  1. Celebrar uma Missa

Participem juntos no dia 1º de novembro da Missa da Solenidade de Todos os Santos.

 

 

  1. Ler o Catecismo

Leia o que o Catecismo da Igreja Católica ensina sobre os santos (entre eles os numerais 956 e 957) e, ao final, faça uma oração para pedir a intercessão dos santos, em especial dos padroeiros ou favoritos dos participantes.

 

 

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/10-sugestoes-para-celebrar-os-santos-e-esquecer-o-halloween-99164

 

 

 

 

FELIPE AQUINO - Escritor católico. Prof. Doutor da Universidade de Lorena. Membro da Renovação Carismática Católica.

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:37
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PAULO R. LABEGALINI - REFLEXÃO SOBRE O NOSSO PLANETA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Um dia li e anotei isto: se fosse possível reduzir a população do mundo inteiro em uma vila de 100 pessoas, mantendo a proporção do povo existente hoje no mundo, tal vila seria composta mais ou menos assim: 57 asiáticos, 21 europeus, 14 americanos e 8 africanos; 52 seriam mulheres e 48 seriam homens; 30 seriam brancos; apenas 30 seriam cristãos; 11 seriam homossexuais; e 6 pessoas possuiriam 59% da riqueza existente.

Em consequência da má distribuição da renda, 80 viveriam em casas inabitáveis, 70 seriam analfabetos, 50 sofreriam de desnutrição, 1 estaria para morrer e apenas 1 teria formação universitária.

Assim é o planeta em que vivemos e que continua excluindo cada vez mais gente da possibilidade de sobreviver com dignidade. E as coisas não melhoram principalmente porque cada um de nós acredita que não é o culpado disso tudo e também que não pode fazer nada para mudar as coisas. Se São Vicente de Paulo, Santa Teresa de Calcutá, Santa Madre Paulina e tantos outros praticantes da caridade cristã pensassem assim, o que teria sido de milhares de pessoas assistidas por eles?

Graças a Deus que eu tenho o privilégio de poder estar escrevendo este artigo agora e que você, leitor(a), pode me ajudar a melhorar a situação descrita. Quem ler estas linhas, com certeza, é uma das pessoas mais abençoadas do mundo e tem a obrigação de ajudar o próximo.

Aqui mesmo, em Itajubá, quantos se dirigem à Vila Vicentina da Igreja Nossa Senhora Aparecida, ou à APAE, ou à Casa da Criança, ou ao Asilo dos Velhos, ou às creches, ou à Ação Social da Prefeitura, perguntando se precisam de um pouco de comida ou de braços para trabalhar? Infelizmente poucos!

Saiba que se você pode ir a lugares assim sem medo de bombardeios ou de ser preso, você tem mais ‘sorte’ do que 30 milhões de pessoas no mundo. E se você tem comida na geladeira, roupa no armário, um teto sobre a sua cabeça e um lugar para dormir, considere-se ‘melhor’ do que 75% dos habitantes da Terra.

Agora, se tiver dinheiro no banco ou na carteira, assim como eu, você está entre 8% das pessoas com a melhor qualidade de vida do mundo! E só por estar lendo esta mensagem, você recebeu uma tripla benção: há alguém querendo lhe ajudar; você não está entre milhões de pessoas que não sabem ler; e teve acesso a um meio de comunicação de qualidade.

Pense nisso com carinho e procure se orientar melhor sobre o que Deus quer de você. Abra a Bíblia, leia alguns capítulos dos Evangelhos e terá as respostas que sempre procurou para ganhar o Céu. Acostume-se a ouvir o que vem do alto, assim como este índio da história se acostumou naquilo que lhe era mais importante.

Conta-se que um caçador levou um indígena para passear no centro de São Paulo. Seus olhos brilharam com a altura dos edifícios e ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético dos pedestres. Espantava-se com o barulho ensurdecedor dos automóveis e das pessoas falando em voz alta.

De repente, o índio falou: ‘Ouço um grilo.’ O amigo, espantado, retrucou: ‘Impossível ouvir um inseto tão pequeno nesta confusão!’ Mas, o índio insistiu que ouvia um grilo cantando e, tomando o seu cicerone pela mão, levou-o até um canteiro de plantas. Afastando as folhas, apontou para o inseto.

‘Como isso é possível?’, perguntou-lhe o caçador, ainda sem crer. O índio pediu-lhe algumas moedas e, então, jogou-as na calçada. Quando caíram, devido ao tilintar do metal, pessoas pararam e as apanharam.

Com esta história, fica fácil concluir que nós ouvimos o que estamos interessados ou acostumados a ouvir. Quem pouco vai à Igreja e não lê a Palavra de Deus, não ouve a Sua voz chamando a todo momento e pedindo que se esforce para modificar os corações maldosos da humanidade. E quem não se esforçar, também não poderá dizer que não é culpado pelo quadro vergonhoso de injustiça social relatado no início do artigo.

Na verdade, todos nós somos culpados, porque se eu tenho comida em abundância em casa, tenho a obrigação de repartir um pouco com aqueles que nada têm. E quem não souber como fazer a comida chegar na boca do pobre, procure um vicentino e peça que ele o faça. Aquele que nos pedir ajuda, será muito bem atendido porque esse é o trabalho dos vicentinos e o fazemos por amor a Jesus Cristo.

Sabemos que não somos santos, mas tentamos chegar à santidade abraçando a causa dos pobres – pecadores como nós – e, com a proteção de São Vicente e da Virgem Maria, seguiremos em frente na nossa missão. Mesmo sabendo que bastaria um pouco de vontade política para resolver o problema da pobreza em muitas cidades, procuramos fazer o trabalho de ‘formiguinha’, pois quem sofre precisa ser amparado.

Jesus Cristo disse que sempre teremos pobres entre nós, mas também falou que todo aquele que ajudar a um pequenino em Seu nome, é a Ele que estará ajudando.

E que bom que você ainda está vivo(a)! Então, faça a sua parte.

 

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre. ‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.



publicado por Luso-brasileiro às 13:27
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - REFLEXÃO SOBRE A DEMOCRACIA

 

 

 

 

 

 

 

 

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Deambulava numa manhã de domingo, na Praça da Batalha, no Porto, quando perpassei por sujeito, elegantemente trajado: calça e casaco azul-marinho, camisa branca, gravata cinza. Estaquei. Era janota de meia-idade, ou casquilho, como diziam nossos avós.

De súbito, encaminha-se sorrateiramente para junto de bando de pombas, que tomavam sol, sobre as lajes.

Com violência, levanta o impecável sapato de verniz preto, e bate fortemente no granito. Assustadas, levantam num alvoraçado voo.

O “cavalheiro “, com ar de gozo, solta sonora risadinha, como se fosse garotinho traquina de escola. Verdadeiro moleque, como dizem nossos irmãos brasileiros.

Depois…um pouco mais adiante, repete a gracinha, e de novo o rosto se ilumina de alegria.

Vendo essa criança, de quase cinquenta anos, de cabelos grisalhos, fiquei a pensar: “ É esta gente, que escolhe os governantes da nação! …”

Alex Carrel, dizia acerca dos homens do seu tempo: “ Os indivíduos, tanto em França, como nos Estados Unidos, não ultrapassam a idade psicológica dos dez anos. A maioria nunca chega a atingir a maturidade mental. E, no entanto, são esses sub-homens que, graças ao sufrágio universal, dão o seu tom à política nacional.” - “ O Homem Perante a Vida” – Ed. Educação Nacional – 1959.

Como se pode verificar, a humanidade pouco evoluiu. - A prova disso, é o comportamento agarotado do “cavalheiro” que encontrei na Praça da Batalha.

É a democracia, como se sabe, até então, a melhor forma de dirigir as nações, mas, para que o regime democrático seja perfeito, é mister, como disse Afrânio Peixoto, que o povo seja educado, e conheça perfeitamente os deveres: “ Só assim ele saberá escolher um governo idóneo que lhe prepare o destino adequado e sobre o qual possa sempre exercer uma influencia salutar” – Minha Terra e Minha Gente”.

Agora – que o ensino é obrigatório, – e o povo está mais educado – diria melhor: instruído,) saberá escolher, com acerto, ou continua a ser apenas eco da minoria?

Ao assistir – pela TV, – a congresso de importante partido politico – escutei, atónito, as respostas de congressistas, que iam escolher o líder.

Interrogados pelo repórter, se conheciam a moção que iam votar, responderam: que não. E confessaram, também, que nunca leram o estatuto do partido! …

Se congressista, que escolhe o líder, desconhece tudo, ou quase tudo…o que será o povo, que nunca entrou numa sede partidária?

Na generalidade, defende-se a ideologia, do mesmo jeito como se torce por clube desportivo: porque o pai é adepto, ou, para ser do contra, defende-se o clube rival.

Rousseou, disse: que a democracia era o regime ideal… “Se existisse um povo de deuses, governar-se-ia democraticamente. Um governo tão perfeito não convém aos homens.” – “Contrato Social” – Cap. IV

O povo contínua e certamente continuará, a ser, apenas, eco da mass-media e demagogos.

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:19
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EUCLIDES CAVACO - VOZ DA SAUDADE - Poema e récita de Euclides Cavaco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Saudade, uma palavra tão nossa que há muitos anos faz parte do meu vocabulário poético e que hoje partilho neste poema.
Veja e ouça neste video executado pelo talentoso amigo Afonso Brandão.
 
 
 
 


https://www.youtube.com/watch?v=uI8FRHmP_Hc&feature=youtu.be
 
 
 
 


Desejos dum excelente fim de semana.

 

 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

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NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

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Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

 

 

 

 

 

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HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL

 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confisões.



https://www.horariodemissa.com.br/#cidade_opcoes 

 

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publicado por Luso-brasileiro às 13:08
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Sábado, 26 de Outubro de 2019
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - BASTA TER NASCIDO PARA QUE SE VENHA A MORRER.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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As celebrações do “Dia de Todos os Santos” e de “Finados” leva-nos em certos instantes a refletirmos sobre a questão da morte, que embora seja a nossa única certeza, ninguém se sente confortável falando sobre ela e nunca se está preparado para enfrentá-la, mesmo se revelando num dos poucos fenômenos acerca dos quais temos absoluta certeza: basta ter nascido para que se venha a morrer.

Raramente nos detemos a meditar sobre o assunto e nem mesmo nos lembramos desse evento final comum a toda a humanidade, inevitável e certo. Ela constitui um medo universal, que nos aflige e que dependendo de seu grau, algumas vezes, pode ser dominado.

Quando ocorre o falecimento de uma pessoa próxima, que caracteriza uma perda, passa-se a pensar na própria morte, fazendo com que todos os significados e vulnerabilidades pessoais sejam remexidos. As pessoas que passam pelo luto acabam sendo colocadas em uma posição de negligência para o seu sofrimento, quando este deveria ser avaliado para poder ser minimizado.

De fato, elas repensam as suas vidas, entrando até em conflito, chegando a pensar no que poderiam ter feito, o que deixaram de fazer. Em determinados momentos, pode-se pensar que o que o importa é o que ficou, como as boas lembranças e que a vida continua.

Na perda de uma pessoa querida, o luto vai depender da qualidade das relações que tivemos com ela. É difícil acreditar que somos finitos e, em nossos inconscientes, torna-se difícil concebermos a própria morte. Alguns a desafiam, na velocidade, em situações de risco. Outros são surpreendidos por uma doença, uma fatalidade.

Assim, seria bom aceitar a morte com relativa naturalidade e com o respeito que desperta, sem dar-lhe caráter de neutralidade, convivendo fraterna e responsavelmente com os outros, inclusive com aqueles portadores de moléstias graves, a fim de lhes propiciar melhores condições de vida, mesmo acometidos por precárias situações de saúde, oferecendo-lhes também, sempre que possível efetivo apoio psicológico.

 

 

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DIA DA CULTURA

 

 

Em homenagem a uma das mais brilhantes figuras brasileiras, RUI BARBOSA, comemora-se a 05 de novembro, data de seu nascimento, em 1849, na cidade de Salvador, Bahia, o DIA NACIONAL DA CULTURA, uma celebração de grande importância e que nos convida a uma reflexão sobre a questão cultural em nosso país. Desta forma, a sabedoria - concepção justa do sentido da vida - proporciona uma ideia geral do mundo, de Deus, do bem e do mal, da ciência, do homem, do conhecimento e da comunidade. Estas realidades deveriam ser mais desenvolvidas nos cidadãos, principalmente nos jovens, preparando melhor sua personalidade social através da consciência de valores, do cultivo da autonomia crítica e do sentido de responsabilidade, condições estas indispensáveis para o exercício da liberdade e da democracia.

 

 

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:51
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - MEMORIA, ESQUECIMENTO E VERDADE - 2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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O mecanismo da memória, no espírito humano, é sinuoso, é muitas vezes inexplicado e inexplicável para a própria pessoa que procura recordar seu passado. É um exercício que mexe muito a fundo com as paixões e com as emoções individuais. Normalmente, nós nos lembramos bem daquilo que despertou em nós uma paixão muito profunda, favorável ou desfavorável. É difícil esquecer algo que nos agradou profundamente, como também não é fácil esquecer algo que nos magoou, que nos feriu, que nos fez sofrer muito.

O mecanismo da memória está profundamente ligado, na psique de nossa espécie, ao mecanismo do amor e do ódio. Em outras palavras, somos levados a dar importância e a reter na memória as coisas que muito nos agradam ou muito nos causam repulsa, e a não prestar atenção e rapidamente esquecer aquilo que nos é indiferente. Guardamos facilmente na memória a lembrança dos triunfos, das vitórias, dos elogios recebidos. Igualmente não conseguimos nos livrar da recordação traumática das derrotas, das humilhações, das injustiças que sofremos.

Esquecemos facilmente, isso sim, as coisas indiferentes. As coisas que não nos marcaram emocionalmente vão sendo varridas da memória e lançadas à vala comum do esquecimento. Dir-se-ia - para recordar a velha e querida Antiguidade clássica - que todos nós tomamos, a respeito das coisas indiferentes, aquela água misteriosa do rio Lethes, o rio que separava o mundo presente do inferno mitológico. As almas dos mortos atravessavam esse rio, na barca de Caronte, e sentiam muita sede. Bebiam, então, para se aliviar, a água do próprio rio, e com isso se esqueciam do seu passado. Os mortos que bebiam água do Lethes ficavam, de acordo com a mitologia grega, vazios, seres sem memória. Seriam como HDs de nossos modernos computadores, que tivessem todo o seu conteúdo deletado e fossem, ademais, reformatados. Tornavam-se aptos a, pela metempsicose, reencarnarem até mesmo em animais.

Pois bem, nossas vidas são cheias de fatos maiores ou menores que esquecemos... porque nos foram indiferentes. As águas seletivas do imaginário Lethes as varreram. Para nós, individual e subjetivamente, é como se nunca tivessem existido, é como se não fizessem parte da verdade.

“Verdade” é uma palavra que usamos a todo momento. Mas, que significa ela? O que é a verdade? Foi essa a pergunta que Pilatos fez a Jesus Cristo (Jo 18,38). Para os cristãos, Deus é a Verdade, Jesus Cristo é a Verdade: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo, 14,6).

Na Antiguidade, para os gregos, a verdade era outra coisa. Em grego, verdade era aletheia, ou seja, não esquecimento, era o que não tinha sido apagado pela água do Lethes. O conceito de verdade, para os gregos, confundia-se, pois, com o de memória. Verdade era o que a memória tinha conservado.

No trabalho de seleção subconsciente do que deve e não deve ser lembrado, do que deve e não deve ser esquecido, cada um de nós é senhor de si, sem dúvida, mas somente até certo ponto. Se fôssemos senhores absolutos da nossa seleção, jamais esqueceríamos algo que nos interessasse; todos os estudantes tirariam nota 10 em todas as provas e exames; e, bem ainda maior, conseguiríamos esquecer completamente fatos que nos traumatizaram, nos feriram, nos magoaram. Só nos lembraríamos das coisas boas, agradáveis e úteis, sem nos preocuparmos com más recordações, com as que nos fazem sofrer e condicionam nossa felicidade.

A realidade concreta é que cada um de nós se lembra de muita coisa boa e, também, de coisas menos boas, que sinceramente, no mais íntimo de nosso ser, preferiríamos esquecer. A seleção do que nos ficou, nós mesmos fazemos, ao longo da vida, no plano consciente e, mais ainda, no subconsciente.

 

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras e professor da Unisul. Também é Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.



publicado por Luso-brasileiro às 14:47
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - DESCUIDOS E CUIDADOS

 

 

 

 

 

 

 

 

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Duas mãezinhas de história e sonhos com alguns pontos em comum. Uma, na primeira gravidez, não teve o apoio de que necessitava e o filho pequenino foi para um colo diferente. Viveu, a partir dessa história, em um redemoinho de desgastes emocionais por suas dores e por condenações dos que não experimentaram a sua vida. Cavou nela uma ferida que não cicatriza e sangra em suas perturbações. Na atualidade, questiona-se sobre o outro filho, o que continuou com ela: não conseguiu que acertasse o ritmo em descompasso desde criança.
A segunda permaneceu com os filhos, contudo, em um determinado tempo, fez-se presença de ausência ao tentar superar seus problemas maiores no uso de drogas. Perdeu-se do dia a dia em que as crianças e os adolescentes se socorrem dos tombos nos braços da mãe e buscam a direção certa para os voos, em especial os que padecem a ausência da figura paterna. Afastou-se das margens e retomou os passos, no entanto os conflitos são inúmeros.
As duas me dizem que gostariam de aprender a ser mãe. Questiono-me sobre como aprender a educar quando os descuidos, pelos quais passaram, de uma história inteira, superam os cuidados?
Semana passada, o Frei Marcos Matsubara, assessor da Associação dos Carmelos de São Paulo, participou da reuniãodas integrantes da Pastoral da Mulher/ Magdala. Refletiu sobre o essencial e que somente Deus nos enxerga por inteiro. Como exemplo, citou a imagem de Nossa Senhora de Fátima que havia no local. Dependendo do lado, em que estávamos sentadas, era a visão que tínhamos dela. Ninguém, portanto, pode julgar este ou aquele por um lado que observa. Falou sobre a paciência com o tempo para que algo se realize. Essa fala se traduz em sua composição musical: “Nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer. (...) / Não feche os olhos para os sonhos olhando só o que se perdeu./ Se a noite escura fere o teu coração, / não desesperes, nem percas a razão: / lembra que Deus te carrega na palma da mão! (...) A paciência tudo alcança/ o amor não cansa e nem se cansa/ nem cansará! (...) Só ressuscita quem assume com coragem sua própria cruz”.
Como diz a Madre Maria Madalena de Jesus Crucificado, OCD, Priora do Carmelo São José: “São muitas lacunas e feridas que ficaram... Mas o Amor de Deus não está amarrado por nada disso”.
Para as duas: misericórdia, oração e esperança.
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.




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CINTHYA NUNES - CARTA A UMA IDOSA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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             Ainda ontem eu tinha quatro avós. Idosos eram eles e a distância etária entre nós parecia superar algumas vidas. Era como se tudo fosse eternamente distante. O tempo já os levou para sua morada eterna e hoje, ainda que isso me pareça muito estranho, eu mesma poderia ser avó, ao menos em termos de cronologia e possibilidades.

            Acredito que já escrevi dezenas de textos sobre o tempo. Tenho certa fixação nele e isso só aumenta conforme avanço nos meus dias. Penso que seria maravilhoso se eu pudesse ter me congelado fisicamente nos meus 37 anos, mas minha mente e coração estão bem melhores hoje, mais sossegados, mais experientes.

            Assim, como as coisas não funcionam como gostaríamos, como o Grande Arquiteto do Universo planejou tudo de outro modo, resta-me aceitar que, exceto se morrermos jovens, inevitavelmente ficaremos envelhecidos. Aceitar a ação do tempo é algo complexo, mas honestamente, o que mais me causa pavor é do tempo que envelhece as almas, criando criaturas rabugentas e intransigentes.

            Quando eu tinha uns 8 anos fiz uma promessa a mim mesma. O meu eu do futuro não deveria jamais se esquecer de que um dia fora uma criança. Lembro-me exatamente desse dia e de como fiz esse juramento que tenho tentado cumprir à risca. Assim, mais recentemente tenho pensado em fazer uma nova promessa, agora ao meu eu idoso, à pessoa que devo me tornar em cerca de 20 anos.

            Acredito que há riscos em fazer-me uma promessa verbal, pois há um risco de que eu possa me esquecer disso nesse novo futuro. Então, decidi-me por uma carta, já que é provável que papel ainda exista até lá. Tomara apenas que eu seja capaz de encontra-la a fim de cumprir com ela o meu atual propósito.

            Vou ser muito franca: não suporto velho chato, ranzinza e farei de tudo que estiver ao meu alcance para evitar me transformar em uma velha daquelas cheias de manias autoritárias, de verdades absolutas e daquele papo de que “no meu tempo é que era bom”. Não que chatice tenha idade para ocorrer, muito ao contrário, mas há certos comportamentos dos quais alguns idosos se apropriam e com isso passam a ver velhos, o que, ao meu sentir é muito diferente de estar envelhecido.

            Envelhecer faz parte da ordem natural das coisas, eis que a matéria não é eterna. As pessoas podem ou não gostar disso, podem fazer mil plásticas, mas nada renova o viço da juventude. Ficar velho, entretanto, já permite escolhas sobre os caminhos a seguir. Não posso e nem quero mudar os outros, mas posso almejar ser uma idosa melhor.

            Ficar velho é, entre outras coisas, achar que árvores fazem sujeira, que atraem bichos, que as flores, folhas e frutos sujam a calçada. É não gostar de risadas alheias, sobretudo aquelas mais animadas das crianças. É afirmar que tudo que é novo é pior, ofende, agride ou é o fim do mundo.

            Quero envelhecer sabendo apreciar a sombra de uma árvore, apaixonada pelas flores e pelos animais que até ela se chegarem. Desejo poder rir com as crianças, mesmo que eu não escute direito ou não tenha todos os dentes na boca. Quero rir de mim, apesar de todos os pesares. Quero me despedir com dignidade desse mundo, saudosa de todos os dias que me foram dados, sem me esquecer de que, lá no fundo, continuarei sendo a criança que começou tudo isso.

 

Cinthya Nunes é jornalista, cronista, advogada, professora universitária e na maior parte do tempo ri de si mesma – cinthyanvs@gmail.com

           



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Sexta-feira, 25 de Outubro de 2019
PAULO R. LABEGALINI - O ETERNO BANCO DO TEM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagine só um banco que credita na sua conta 86400 toda manhã, mas não transporta o saldo para o dia seguinte – à noite, apaga o que não foi usado durante o dia. O que você faria? Gastaria tudo, não é? Pois bem, há um banco assim: é o Banco do Tempo.

De manhã, ele deposita 86400 segundos na sua conta e nenhum saldo vai para o próximo dia – jamais poderá usar o tempo perdido! Também não permite agendamento de saque para o futuro, pois todos os dias abre uma conta nova e queima os arquivos velhos.

Portanto, desfrute o máximo que puder em saúde, paz, oração e caridade. Trate de dar atenção à família, aos amigos necessitados e, principalmente, a Jesus Cristo – que se apresenta como pobre humilhado pela sociedade. Seja generoso hoje, ame hoje e agradeça hoje. Não deixe nada para amanhã, pois você só tem hoje para gastar com sabedoria os recursos que o Banco do Tempo lhe oferece.

E, se quiser saber quanto vale um ano, pergunte a um estudante que foi reprovado; para saber o valor de um mês, pergunte à mãe que teve um filho prematuro; para saber o valor de uma semana, pergunte ao mendigo com quatro filhos para alimentar; para saber o valor de um dia, pergunte a um paciente de UTI; para saber o valor de uma hora, pergunte a quem recebeu uma grande graça na Missa; para saber o valor de um minuto, pergunte a quem foi salvo de afogamento; e, se quiser saber quanto vale um segundo, pergunte a quem experimentou colocar a mão no fogo.

Agora, se você também quiser saber o verdadeiro valor de uma vida, leia o capítulo 15 de São Marcos. Lá, você aprenderá a valorizar cada momento vivido neste mundo e o apreciará ainda mais se o repartir com alguém. Lembre-se que o tempo não espera por nós e, sabendo aproveitá-lo segundo os Mandamentos de Deus, haverá tempo de sobra para todos na eternidade.

Eis um conselho que sempre dou nos cursos que ministro: ‘Gaste o seu tempo com o mesmo cuidado que gasta o seu dinheiro... e não se arrependerá’. Conheço também dezenas de outras frases de efeito sobre o tempo, mas nenhuma substitui os bons exemplos de disponibilidade das pessoas: na oração, no anúncio do Evangelho, nos chamados de Deus, no socorro aos pobres etc.

Acredite que é possível gastar com sabedoria os recursos que o Banco do Tempo nos disponibiliza. Agindo assim, plantamos mais esperança nos corações católicos e asseguramos bons frutos na colheita; mas, infelizmente, nem todos enxergam as coisas dessa maneira. Portanto, antes de concluir sobre o assunto, leia esta história:

Uma cobra vivia perseguindo um vaga-lume. Um dia, já sem forças, ele parou e disse à cobra:

- Pertenço à sua cadeia alimentar ou fiz algum mal a você?

- Não.

- Então, por que quer me comer?

- Porque não consigo perdoar a sua mania de brilhar mais do que eu.

Agora pense no Banco do Tempo e na história acima, e veja se concorda com as conclusões que preparei: ‘Se você quer ser feliz por um instante, então, vingue-se de alguém; mas, se desejar experimentar a felicidade eterna, perdoe sempre.’

 

 

 

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas

 



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JOSÉ RENATO NALINI - PRISÃO NÃO É SOLUÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ao contrário. É mais problema. Que ingenuidade acreditar que o encarceramento soluciona o problema da criminalidade. Já somos o terceiro maior país em quantidade de presos, mas disputamos também o ranking da intensificação da violência. Ou não é violência o vergonhoso índice de mais de 60 mil homicídios de jovens brasileiros?

A Justiça Criminal é um aparato simbólico. Impossível deixar de lembrar da metáfora: a lei penal é uma teia que segura os pequenos insetos, mas que os grandes atravessam com facilidade.

Dir-se-á: mas e a Lava Jato? Ótimo que o Brasil tenha experimentado essa fase. Mas ela conseguiu perseguir e condenar todos os safados de todos os municípios brasileiros?

Em regra, o pequeno delinquente sente o rigorismo da lei. O grande em por si o talento das melhores inteligências, um sistema de Justiça muito sofisticado para as necessidades do País: cinco Justiças diferentes, duas delas se digladiando em disputa por competência. Quatro instâncias, de tanto apreço ao duplo grau de jurisdição. Aqui dobramos o padrão de todo o mundo civilizado. São quatro as longas jornadas para a obtenção de uma decisão definitiva. Acrescente-se a singular circunstância de que, nesse trajeto, há mais de cinquenta oportunidades de reapreciação do mesmo tema. Tal o tentacular e labiríntico processo recursal, cujo caos é conhecido.

A burocrática teia procedimental e as estruturas carcomidas conferem vida longa, quase infinita, às lides. Algumas situações emblemáticas, impulsionadas pela mídia ou por qualquer outra pressão forte, conseguem se tornar exceções. A regra do sistema judicial brasileiro é a ineficiência e a imprevisibilidade.

A sensação de insegurança faz com que a sociedade clame por mais prisões, por redução da maioridade penal, por penas mais severas. E o Parlamento, caixa de ressonância das aspirações populares, costuma atender aos clamores.

O resultado é essa indústria do cárcere. Quanto valor econômico não está envolvido nela? As construções, o fornecimento de alimentação e de equipamentos, o transporte para conduzir a família do encarcerado à periódica visita, o pequeno comércio em torno aos estabelecimentos prisionais, sustento de muita família numa era de crescente desemprego.

Prende-se muito e prende-se mal. O crime é coisa de pobre? Não necessariamente, mas a miséria é um componente. O crime é prática de jovem. Dos 15 aos 24 é que se infringe a lei penal.

Lamentavelmente, não são os menos providos de inteligência que se voltam para a delinquência. Ao contrário. Muitos são os que vislumbram a falta de perspectiva, um futuro indigno, a exclusão e a desigualdade que os leva para a droga primeiro, na condição de consumidores. Depois para o crime, também vinculado ao entorpecente. Tráfico e delito patrimonial. Basta fazer uma pesquisa séria.

Embora o ordenamento seja em tese perfeito, a prever um sistema progressivo que devolveria o sentenciado à sociedade perfeitamente recuperado, não é o que acontece. Quem atende ao preso é a facção criminosa. Daí a surrada mas veraz constatação de que o presídio é uma pós-graduação para delitos mais graves.

Quanta ilusão sustentar-se a ideia de que prender mais significa menos violência. Já somos o terceiro maior aprisionador do planeta. A crueldade na prática delitiva só aumenta. Mata-se hoje sem qualquer comiseração. É a droga? É uma espécie de vingança contra a sociedade injusta? Ou é simplesmente falta de educação de qualidade?

Não tenho o monopólio da verdade. Mas o doutor Joi Ito, diretor do Media Lab, do MIT –  Instituto Tecnológico de Massachusetts, professor da Faculdade de Direito em Harvard, ofereceu uma explicação que deveria nos inspirar: “A razão pela qual existem crimes é que as pessoas não têm dinheiro, perderam o emprego, não têm um sistema social de bem estar, é porque as escolas públicas estão perdendo recursos. Para reduzir crimes você precisa fazer as pessoas felizes, com educação e com emprego”.

Tão antiga essa verdade inequívoca de que uma escola em adequado funcionamento elimina a necessidade de construir várias prisões.

A prisão é um mal. Insitamente um mal. Mal necessário, porque há pessoas que não podem sair dela. Mas, no Brasil, ela está recebendo, prioritariamente, aqueles que nunca nela poderiam entrar.

O amanhã dirá com quem está a razão.

 

 

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI foi Presidente do TACRIM-SP, o maior Tribunal especializado em crime em todo o mundo e Presidente do TJSP-2014-2015.

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 15:20
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PÉRICLES CAPANEMA - DANDO AS COSTAS PARA SÃO PIO X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Vou tratar tema relevante, que já não transita nas manchetes. Justifico-me, o assunto tem importância perene, vale mais que notícias palpitantes, tantas vezes irrelevantes e efêmeras. Mais ainda, no Brasil tem atualidade candente, por baixo desde uns quarenta anos, infelizmente para vergonha, desgraça e tristeza dos católicos.

 

Com efeito, CNBB, CPT, CIMI e entidades afins têm sido pertinazes companheiros de viagem das mais radicais correntes revolucionárias que sem trégua trabalham para arruinar o Brasil. As entidades acima referidas, nascidas no seio da Igreja Católica, de há muito bamboleiam pateticamente atrás das bandeiras de luta do PT, PC do B, MST. Lá na ponta, se tiverem êxito, vão conseguir transformar o país numa Cuba, numa Venezuela, numa Coreia do Norte, paraísos, como todos sabem, dos pobres (e dos quais, por razões desconhecidas, lutam por todos os meios para escapar).

 

Tem muito de misterioso essa obstinação de amplos, por vezes decisivos, setores eclesiásticos por causas gritantemente ateias e flagelo contínuo para os pobres. Presenciamos décadas de terrificante opção preferencial pela miséria (moral e material). Não espanta, muitos anos atrás, Paulo VI denunciou que a Igreja padecia “misterioso processo de autodemolição” (1968) e que “por alguma fresta, a fumaça de Satanás” (1972) havia penetrado n’Ela.

 

Vou tratar de tema relevante, disse acima, está no sermão de 12 de outubro último, proferido por dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida. As palavras do Arcebispo, permitam-me o desabafo, despejadas sobre os ouvintes em cambulhada, são um charivari desconexo. Em nada evocam o padre Antônio Vieira, “o imperador de nossa língua”, na bonita afirmação de Fernando Pessoa, nem ecoam os ditos do inteligente e culto dom Geraldo Penido, cuja mesa frequentei, antecessor seu na sede episcopal.

 

Recordam contudo, é quase forçoso o paralelo, a confusão mental da ex-presidente Dilma Rousseff quando se metia em improvisos. Aqui vai uma proposta dela, exposta em Nova York, para auditório que a ouvia com horror divertido. “Até agora, até agora, a energia hidroelétrica é a mais barata. Em termos do que ela dura, da sua manutenção e também pelo fato da água ser gratuita. I da genti podê istocá. Cê, o vento podia sê isso também, mas ocê num conseguiu ainda tecnologia pra istocá vento. Então se a contribuição dos outros países, vamos supô que seja, desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica istocá, ter uma forma docê istocá, porque o vento ele é diferente em horas do dia, então vamos supô que vente mais à noite, cumé queu faria pra istocá isso. Hoje nós usamos as linhas de transmissão, cê joga de lá pra cá, de lá pra lá, pra podê capturá isso, mais si tivé uma tecnologia desenvolvida nessa área, todos nós nos beneficiaremos, o mundo inteiro”

 

Transcrevo alguns extratos do sermão do arcebispo de Aparecida para não pensarem que exagero (a íntegra está na rede): “Primeira leitura: órfã, adotada, pobre e principalmente, vivendo fora do seu país, exiliada, e se tornou rainha, esperança para os pobres. [...] Pequenina, eu sou a pequena serva do Senhor, se tornou então rainha do Brasil. [...] . Mãe Aparecida, precisamos sim da vida ecológica, da vida natural, da casa comum, bendito seja o Sínodo da Amazônia, que está pensando na vida daquelas árvores, daqueles rios, daqueles pássaros, mas principalmente daquelas populações. [...] A mãe quer vida intrauterina, porque ela é a Imaculada Concepção.” Chega, né?

 

Coloco agora o texto que desejo em particular reproduzir e comentar rapidamente: “. A segunda leitura mostrou o dragão. É claro que nas escrituras o dragão é o demônio, é o dragão, é o diabo, é o mal que se organiza no mundo. [...] Temos o dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o Papa, o Sínodo, o Concílio Vaticano Segundo. Parece que não queremos vida, o Concílio Vaticano segundo, o evangelho, porque ninguém de nós duvida que está é a grande razão do sínodo, do concílio, deste santuário, a não ser a vida, como já falei.” Como se vê, o orador  empilha numa montoeira confusa várias realidades distintas, mas o objetivo fica claro: odeia o tradicionalismo, odeia a direita.

 

Contrasto o texto perturbador do confuso arcebispo de Aparecida com a clareza apaziguadora de um bispo como ele ▬ são Pio X (1835-1914) ▬ que ascendeu ao Trono de são Pedro e de lá iluminou o mundo com seus ensinamentos e santidade: “De todos os tempos, a Igreja e o Estado, em feliz acordo, suscitaram para isto organizações fecundas; que a Igreja, que jamais traiu a felicidade do povo em alianças comprometedoras, não precisa livrar-se do passado, bastando-lhe retomar, com o auxílio de verdadeiros operários da restauração social, os organismos quebrados pela Revolução, adaptando-os, com o mesmo espírito cristão que os inspirou, ao novo ambiente criado pela evolução material da sociedade contemporânea; porque os verdadeiros amigos do povo não são revolucionários, nem inovadores, mas tradicionalistas”. Constam da “Notre Charge Apostolique“, orientação atemporal para todos os fiéis, em especial para os católicos franceses.

 

Os revolucionários, adverte o Papa santo, não são amigos do povo, oportuna lembrança para a CNBB. O Papa Sarto não queria ver os bispos traindo a “felicidade do povo em alianças comprometedoras”. A admoestação seguinte contrasta com o que proclamou dom Orlando Brandes: “os verdadeiros amigos do povo não são revolucionários, nem inovadores, mas tradicionalistas”. Contudo, para decepção nossa, parece que dom Orlando deu as costas para são Pio X.

 

Termino. Tema relevante? Da maior importância. Tivéssemos entre nós vivo o ensinamento do santo Pontífice e, para felicidade do povo, seria inteiramente outra a história do Brasil.

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"



publicado por Luso-brasileiro às 15:10
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