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Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DOS ANIMAIS. PRECISAMOS RESPEITAR A QUAISQUER ESPÉCIES VIVAS.

 

 

 

 

 

 

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       Comemorou-se no último dia 27 de janeiro, mais um aniversário da Declaração Universal dos Direitos dos Animais outorgado em Bruxelas na Bélgica pela UNESCO em 1978. Inspirada em São Francisco de Assis, ela destacou que todo o animal possui direitos e que o seu desconhecimento e o desprezo pelos mesmos, têm levado e continuam a levar o homem a cometer- lhes crimes e contra a natureza, suscitando severas punições.

E, apesar de sua longa existência, o documento ainda não é divulgado e considerado como deveria e muitos entes vivos, organizados, dotados de sensibilidade e movimento, continuam sendo maltratados, perseguidos ou subjugados, em flagrante desrespeito aos princípios desta importante proclamação de alcance internacional.

         No entanto, o reconhecimento à existência das espécies constitui o fundamento do equilíbrio ecológico.  Por isso, o sistema educativo deve ensinar desde crianças, as pessoas a observarem, a compreenderem, a respeitarem e a amarem os demais seres. A agressão gratuita aos bichos e aves reflete uma insensibilidade absolutamente inadmissível frente à necessária consciência ambientalista que deve prevalecer atualmente. Tanto que até o abate nos matadouros vem se reestruturando no sentido de evitar maiores sofrimentos àqueles que os utilizam de alimento. Além desse aspecto, vale ressaltar a importância que representam à convivência em geral.

De acordo com dados divulgados pela comunidade científica, em apenas dez minutos de contato com animais o organismo humano libera “dopamina”, “betaendorfina”, entre outras substâncias responsáveis pela sensação de prazer e bem–estar físico e mental. Por isso, é cada vez mais comum, que cachorros, gatos cavalos, coelhos etc., sejam reconhecidos por seu surpreendente poder terapêutico. A interação com eles, na troca de carinho, confiança e cuidados, tem se tornado um excelente remédio contra ansiedade, depressão, estresse e baixa auto-estima, indicado até mesmo para casos de deficiência física e psíquica.

Por isso, a Declaração dos Direitos dos Animais é de extrema relevância e nos alerta para o respeito que precisamos devotar a quaisquer espécies vivas. Vale aqui invocarmos a poetisa Olympia Salete: “A vida é valor absoluto. Não existe vida menor ou maior, inferior ou superior. Engana-se quem mata ou subjuga um animal por julgá-lo um ser inferior. Diante da consciência que abriga a essência da vida, o crime é o mesmo”.

         Mais do que nunca é preciso que nos preocupemos com a preservação do ambiente como um todo. É evidente que o homem sempre buscou estabelecer relações entre si e a natureza. No entanto, em nome de um suposto avanço científico nos campos técnicos, acabou rompendo esse trajeto, destruiu ecossistemas, exterminou espécies e continua a colocar em risco a possibilidade de vida no planeta.

Realmente, novas concepções e ideias precisam encontrar campo para germinar, dentro da dinâmica da evolução humana e devem ser passíveis de cobrança judicial. Os enunciados da boa convivência compreendem o respeito e a preservação dos poucos recursos naturais que nos restam, dentre os quais os animais. Mesmo que haja excepcionalmente alguns excessos dos preservacionistas, constitui-se numa obrigação geral o impedimento a manifestações de brutalidade contra quaisquer seres vivos e a denúncia aos órgãos competentes para que as leis que os protegem se cumpram efetivamente.

 

 

Resumo dos direitos dos animais

 

 

Em síntese, são os seguintes os direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos dos Animais: todos os animais têm o mesmo direito à vida; têm direito ao respeito e à proteção do homem; nenhum animal deve ser maltratado;  todos os animais selvagens têm o direito de viver livres no seu habitat;  o animal que o homem escolher para companheiro não deve ser nunca ser abandonado;  nenhum animal deve ser usado em experiências que lhe causem dor;  todo ato que põe em risco a vida de um animal é um crime contra a vida;  a poluição e a destruição do meio ambiente são considerados crimes contra os animais;  os diretos dos animais devem ser defendidos por lei e  o homem deve ser educado desde a infância para observar, respeitar e compreender os animais.

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é escritor, jornalista, advogado e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

 

 

 

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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - TRANSIÇÃO DA ORALIDADE PARA A ESCRITA

 

 

 

 

 

 

 

 

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              Desde os primórdios do gênero humano, teve várias fases a comunicação interpessoal. Na primeira, ela se fazia exclusivamente de modo oral. Durante muitos séculos toda a comunicação, toda a troca de informações, foi somente de boca a ouvido. A Ilíada e a Odisseia, as duas grandes obras da literatura grega que formaram e informaram a Paideia e influenciaram toda a cultura e a civilização ocidentais, foram compostas e declamadas durante séculos, passando oralmente através de sucessivas gerações. Só muito tempo depois de morto seu autor foram escritas e, assim, puderam chegar até nós. Numa segunda fase, surgiram a escrita e a leitura. Inicialmente precedidas de representações pictóricas ou rupestres, depois de caracteres ideográficos, os quais pouco a pouco evoluíram para as letras.

       Durante muitos e muitos séculos, coexistiram as comunicações orais - para a imensa maioria das populações não alfabetizadas - e as escritas, privativas do pequeno número dos que sabiam ler e escrever.

       A leitura e a escrita não foram, durante muito tempo, consideradas conhecimentos indispensáveis para muitas funções até bem importantes. Reis, imperadores, grandes chefes militares não sabiam ler nem escrever e não se sentiam nem um pouco humilhados por isso. Para ler e escrever havia letrados e amanuenses, postos a serviço dos senhores.

       Depois da invenção da imprensa, no século XV, cada vez mais se generalizou o conhecimento escrito. Cada vez maiores parcelas da população foram tendo acesso a tal conhecimento.

       Já no decurso do século XX, rapidamente se sucederam as transformações. A comunicação continuou a se fazer por escrito, mas foram surgindo e se tornando preponderantes outras formas de comunicação: a visual, com a generalização das fotografias, com a proliferação de revistas ilustradas e dos famosos gibis, que nossos avós proibiam nossos pais de ler. Veio depois a televisão, resultado da combinação de duas invenções pouco anteriores: o rádio e o cinema. De tal forma a preponderância das imagens tendeu a se impor sobre a da escrita, que já na década de 1970, o Papa Paulo VI afirmou que a humanidade podia ser considerada vivendo numa nova civilização, que designou como civilização da imagem. Assim se exprimiu ele:

“Nós sabemos bem que o homem moderno, saturado de discursos, se demonstra muitas vezes cansado de ouvir e, pior ainda, como que imunizado contra a palavra. Conhecemos também as opiniões de numerosos psicólogos e sociólogos, que afirmam ter o homem moderno ultrapassado já a civilização da palavra, que se tornou praticamente ineficaz e inútil, e estar a viver, hoje em dia, na civilização da imagem.” (Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, de 8-12-1975)

       Vieram, mais tarde, o computador, facilitando muito a escrita e a leitura, e a internet, facilitando as comunicações - o que representou outra verdadeira revolução tecnológica. O correio eletrônico e os mecanismos de busca rápida já há mais de 20 anos fazem parte integrante da nossa rotina diária. Vieram, ainda, videoconferências, chats, sites de relacionamento, bancos de dados e muitas outras coisas. Os recursos multimídia, combinando textos escritos, imagens, sons, filmes e animações diversas, conferem um dinamismo e uma vitalidade extraordinária ao processo cognitivo.

       Não sabemos que novos passos dará a tecnologia, nessa caminhada. Nossa geração já viu transformações enormes e provavelmente ainda presenciará a muitas outras. O fato é que todos esses recursos podem ser e são aproveitados no ensino. Vencendo as distâncias enormes do país enorme que é o Brasil, inserido no contexto de um mundo que cada vez mais constitui uma só aldeia global, os recursos multimídia são utilizáveis pelos professores de ensino presencial e, sobretudo, de ensino a distância.

       São evidentes as vantagens que esses recursos possibilitam para, por exemplo, a realização de videoconferências que, num auditório virtual, permitem a comunicação instantânea e a interação efetiva de pessoas fisicamente distantes.

       A internet é uma fonte praticamente inesgotável de informações, capazes de satisfazer a mais exigente das curiosidades. Mecanismos de busca, como o Google, numerosas obras integralmente disponíveis na rede, bancos de dados de bibliotecas e arquivos, documentação primária digitalizada, e-books - tudo isso está colocado à nossa disposição.

       Um pouco de bom senso e, sobretudo, de senso crítico é indispensável para a filtragem e seleção das informações. Assim como na comunicação oral sabemos que nem tudo o que é ouvido é verdadeiro, também na comunicação global da internet é preciso avaliar as fontes e, em função disso, aproveitar ou rejeitar suas informações.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras e professor da Unisul. Também é Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História

 



publicado por Luso-brasileiro às 17:20
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - MEMÓRIAS DE DEZEMBRO

 

 

 

 

 

 

 

 

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Antes que janeiro termine, eles me contaram, em espaços diferentes, suas histórias de Natal.
O moço conheço desde menino. Viu-me no portão e se aproximou para relatar o lado dele. Está em busca de tratamento para a dependência. A companheira não o quer mais, contudo é preciso resolver como fica a questão da filha pequenina. Acrescento que, dessa vez, no registro da ocorrência, ela pediu medida protetiva. Nem imagina de que distância seja. Segundo ele, teve mesmo que bater nela. Ao entardecer do dia de Natal, foi ao bar. A moça chegou em seguida, deu-lhe um tapa no braço, o copo voou longe. Retornou para a casa como se nada tivesse acontecido. Foi atrás dela. Recebeu-o com palavras ofensivas e uma bofetada no rosto. Reagiu e virou confusão. Veio a polícia, exame de corpo de delito... Enquanto não encontrava um lugar para se aprumar, continuou no mesmo espaço. Saiu não faz muito e, na realidade, prossegue sem noção das consequências do seu ato e daquilo que pode acontecer ainda. Percebem-se, claramente, os buracos que o álcool cavou em sua lucidez reduzida. Covas estéreis. Enquanto conversava, a ex-companheira se aproximou e pediu a bicicleta emprestada para ir um pouco mais à frente. Cedeu de imediato. Gosta dela, me falou. O mesmo que ela me testemunhou ao apanhar na gravidez. Ai, meu Deus do Céu!
A senhora também tinha algo forte, em 15 de janeiro, primeira reunião do ano da Pastoral da Mulher, a anunciar. Comentou com os olhos em pranto. Como acontece desde pequenina – perdeu o pai no dia em que nasceu e a mãe aos cinco anos -, não foi possível, por condições financeiras, um almoço diferenciado de Natal e muito menos uma troca de presentes. Quantos natais de pré-adolescente no entorno das mansões cujos jovens, em troca de um doce, a levavam, com outras meninas, para os matagais.  Exatamente no Natal de 2019, o filho chegou, pela porta da frente dos dois cômodos em que reside, com o alvará definitivo de soltura da prisão. Completou-se o tempo e ele, limpo das drogas, decidiu pela luz. Na semana seguinte, já arranjara um serviço como ajudante. O melhor presente que poderia receber segundo ela. Valeu os que não teve.
Violência e abraço. Medida protetiva e de acolhimento.
Que o Senhor faça brotar sementes férteis de reconstrução nos antros áridos dos desatinos e que nós possamos regá-las com orvalho do Céu!
 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

 




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CINTHYA NUNES - UMA HISTÓRIA DE AMOR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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            Há vinte cinco anos, no dia 31 de janeiro, comemorávamos as Bodas de Prata dos meus pais. Naquela época, ainda bem jovens, somente pudemos mandar fazer mais uma aliança para ambos, com um filete de prata, para registrar os vinte e cinco anos de casamento deles.

Desde aquela data ou até um pouco antes, meu pai sempre dizia que no dia em que completassem 50 anos juntos, fariam uma grande festa. Fiquei com isso na cabeça, sempre achando, no entanto, que um quarto de século era tempo que custaria muito a chegar. Parecia algo para uma outra vida. Ledo engano. O tempo foi passando e de repente faltavam apenas alguns meses.

Houve momentos nos quais eu secretamente temi que tal data não chegasse, sobretudo quando vi indo embora para outro plano tantos contemporâneos de meus pais, mas eis que era hora de pensarmos nas comemorações. Nossa família já não era a mesma, contudo. Nossos avós já haviam partido, bem como muitos outros parentes e amigos queridos. Por outro lado, meus pais se tornaram avós de quatro crianças cheias de vida, meus sobrinhos.

Decidimos organizar uma festa surpresa. Escolhemos um local para reunirmos os mais chegamos em um almoço e saímos providenciando o necessário. O mais difícil foi saber quem convidar, porque além de termos uma limitação de pessoas, não conhecíamos todos os amigos de nossos pais. Investigamos agendas, celulares e jogamos perguntas ao ar, tudo na tentativa de acertarmos nos convites.

Fiquei encarregada de montar uma apresentação, uma homenagem com fotos e músicas especialmente escolhidas. Com a ajuda de minhas irmãs escolhi fotos que representassem momentos especiais ou que transmitissem emoções especiais. Poucas vezes fiz algo tão difícil. A cada foto eu me via envolta em sentimentos profundos e alternei riso e choro nessa tarefa.

Depois de muito trabalho e de várias pequenas, inocentes e necessárias mentiras, chegou o grande dia. Era preciso leva-los até o local sem que desconfiassem. Dissemos que estávamos todos saindo apenas para almoçarmos em família. Assim que eles entraram e se depararam com rostos familiares e os gritos de Surpresa, a emoção se apossou de todos.

Eu não poderia aqui mencionar todos os nomes daqueles que nos ajudaram, até para não ser injusta com ninguém, mas eu particularmente tirei desse evento único em nossa família, lições para o restante de minha vida. A principal delas é a de que amigos são o bálsamo da vida. Sem eles pouco seria suportável. Nesse sentido, estou certa de que muito mais do que marido e mulher, meus pais são dois grandes amigos. Afinal, como seria possível viver ao lado de alguém por 50 anos sem que entre eles também houvesse amizade?

Outro aprendizado valioso foi de que não podemos deixar passar os bons momentos, pois eles não voltam. Se temos a oportunidade de fazer algo para quem amamos não se deve deixar para o dia seguinte, muito menos para o ano seguinte, já que tudo pode deixar de existir em um átimo de segundo. Assim, as famílias, se querem manter unidade, laços fortes, precisam se reunir também na alegria e no amor e não somente nos momentos de perda ou de dor.

A festa em si foi simples, mas teve cada detalhe pensado com carinho e cuidado de quem esperou 25 anos para tanto. Jamais ouvirei as músicas escolhidas como trilha sonora sem que elas me transportem para aquele dia, para os sorrisos e lágrimas que se misturaram com ternura. De repente, naqueles instantes agora instalados apenas nas memórias afetivas de quem esteve lá conosco, a expressão Bodas de Ouro fez todo sentido. Nos sorrisos dos nossos pais, nosso amor maior, refletia toda a riqueza de uma vida em família.

 

 

 

CINTHYA NUNES  -   é jornalista, advogada, professora universitária e gostaria que os pais fossem eternos – cinthyanvs@gmail.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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JOSÉ RENATO NALINI - QUEM NOS TIRA DO ATOLEIRO ?

 

 

 

 

 

 

 

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Não é brincadeira não. Conseguiram cavar ainda mais o poço. Quando se pensou haver chegado ao fundo, ainda havia outras camadas de miséria a serem removidas. O PIB é uma vergonha. O desemprego continua elevado. O capital externo fugiu. Cérebros também escapam e vão para melhores ares.

Nada obstante, o Estado espetáculo continua a oferecer instantes de fugaz ufanismo. Celebra-se uma proposta, como se ela já consistisse em obtenção do resultado sonhado. Viaja-se, exibe-se, inundam-se as redes sociais com autopromoção. Qual a consistência disso tudo?

O abandono dos espaços públicos nos reconduz àquela fase medieval de imundície e peste negra. Seres humanos habitam os passeios, os vãos, as escadarias, as entradas de lojas, de prédios e de qualquer lugar que os abrigue. Dormem, se alimentam, defecam, transam. Tudo à vista de quem queira enxergar.

Aqueles que têm a fortuna de trabalhar, vão se anestesiando. Passam impassíveis por esse quadro dantesco e o próximo necessitado se torna invisível.

Visível é a perseverança com que grupos bem armados e cada vez maiores, explodem caixas eletrônicos, interceptam comboios de carros forte, se apoderam de dinheiro e de mercadorias alheias.

Nunca dantes neste país, se apreendeu tanta droga. Quantidade suficiente para abastecer mercados rentáveis em todo o planeta.

Os motociclistas superaram os pedestres nas mortes do trânsito. Os índices de homicídio de jovens continuam em alta, em busca do horroroso campeonato do País que mais dizima a sua juventude.

Para compensar, acaba-se também com o meio ambiente. Desarticulam-se as equipes de fiscalização, flexibilizam-se os requisitos para o desmatamento e se libera o ingresso de centenas de pesticidas proibidos no mundo civilizado. Porque no Brasil tudo pode. Aqui não há limites para a inclemência e a insensibilidade em relação a um patrimônio que não foi construído por esta geração dendroclasta e cruel.

À falta de consenso no Parlamento, que foi concebido como a mais importante função, exatamente aquela que formula as “regras do jogo”, sobram atuações teatrais de qualidade discutível. O palavreado nos debates faria Rui Barbosa chorar de vergonha.

A coerência e lucidez do Ministro Paulo Guedes foram postas à prova e a notícia de que ele pode deixar o governo, que deveria causar uma reação favorável à aprovação das reformas imprescindíveis, gerou algo inacreditável: “ninguém é insubstituível!”.

Como foi que o Brasil chegou a este melancólico estágio?

Esquecemo-nos da História. De exemplos de honradez que podem ser invocados, mas que foram varridos da memória coletiva, diante do evidente retrocesso da ética pátria.

Pode-se não concordar com tudo o que eles fizeram. Mas esta Terra de Santa Cruz já teve um José Bonifácio de Andrada e Silva, um Pedro I que precisa ser redescoberto. Um jovem criativo, talentoso, inteligente. Compositor e redator de uma Constituição Imperial – a de 1824 – infinitamente superior à “Cidadã”. Seu pai, um mecenas sereno e ponderado. Um Irineu Evangelista de Souza, o injustiçado Visconde de Mauá que se tornou um dos empresários mais poderosos e ricos do mundo, mas que voltou à pobreza para deixar limpo o seu nome.

Mais recentemente tivemos André Franco Montoro, sempre à frente de seu tempo. O inesquecível San Tiago Dantas, Alceu Amoroso Lima,  E figuras beneméritas como o geógrafo Milton Santos, o erudito Antonio Cândido, o pastor do acolhimento, Dom Paulo Evaristo Arns, o corajoso Dom Helder Câmara, Irmã Dulce, a caminho dos altares, Zilda Arns, Carmem Prudente,  Dorina Nowill. Quantos cérebros privilegiados, existências voltadas ao próximo e ao aprimoramento do convívio.

Quantos mais não serviriam de inspiração no momento angustiante em que a Nação está imersa numa espessa nuvem de ignorância e a lucidez parece ter desistido de bradar e, principalmente, de agir.

Quem é que nos vai tirar deste melancólico atoleiro moral?

 

 

 

JOSÉ RENATO NALINI   -    é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-Graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020.

 

 

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FELIPE AQUINO - 5 SANTOS QUE TE AJUDARÃO CONTRA A DEPRESSÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A terceira segunda-feira de janeiro de cada ano é lembrada como a “Blue Monday”, o dia mais triste do ano. A escolha desta data remonta a 2005, quando o professor da escola de psicólogos da Universidade de Cardiff, Cliff Arnall, indicou que por uma fórmula matemática este dia é o mais triste.

Muitas organizações usam essa data, que se afirma que nasceu realmente de uma campanha publicitária, para recordar a importância da saúde mental, especialmente diante da doença da depressão, e oferecer apoio às pessoas que a padecem.

Esta enfermidade não é distante dos fiéis de Deus e, neste artigo, apresentamos cinco santos que podem ajudar na luta contra a depressão.

 

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  1. São Francisco de Sales

São Francisco de Sales foi conhecido como o santo da amabilidade. Quando era muito jovem, começou a ter o pensamento constante sobre sua própria condenação, estando certo de que iria para o inferno.

Este pensamento incessante o levou a perder o apetite e sofrer noites contínuas de insônia, repercutindo em sua saúde. São Francisco perdeu muito peso e temiam que enlouquecesse pela falta de sono.

Então, disse a Deus: “Não me interessa que me mandes todos os suplícios que queiras, contanto que me permitas seguir te amando sempre”. Na igreja de Santo Estêvão, em Paris, ajoelhado diante da imagem da Virgem, pronunciou a famosa oração de São Bernardo: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria…” e conseguiu milagrosamente recuperar a paz.

 

 

Leia também: Depressão: O que faz a vida parecer tão sem sentido?

Como ajudar alguém que luta contra a depressão?

 

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  1. Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresinha do Menino Jesus relatou em seus escritos que, quando era criança, sofria de uma doença que, pelos sintomas, se assemelha ao que hoje se conhece como depressão, e como foi libertada graças a “Nossa Senhora do Sorriso”.

“Dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes. Do leito, virei meu olhar para a imagem de Nossa Senhora, e, de repente, a Santíssima Virgem apareceu-me bonita, tão bonita que nunca vira algo semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e uma ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o ‘sorriso encantador da Santíssima Virgem’”, escreveu a santa carmelita.

“Todas as minhas penas se foram naquele momento, duas grossas lágrimas jorraram das minhas pálpebras e rolaram pelo meu rosto. Eram lágrimas de pura alegria… Ah! pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, estou feliz… (…) Fora por causa dela, das suas intensas orações, que eu tivera a graça do sorriso da Rainha dos Céu…”, expressou.

 

 

  1. São João de Deus

São João de Deus, fundador da ordem Hospitaleira, dirigiu um hospital para os pobres, onde trabalhou incansavelmente por dez anos. Estava em constantes jejuns e passava as noites cuidando dos doentes. Seus contínuos resfriados prejudicaram sua saúde.

É conhecido como padroeiro dos que trabalham nos hospitais e se pode recorrer a ele para pedir sua intercessão quando as pessoas sofrem de depressão.

 

 

  1. Santa Flora de Beaulieu

Santa Flora de Beaulieu ingressou no convento das monjas “hospitaleiras” da ordem de São João de Jerusalém. Desde sua entrada, Flora teve que enfrentar todos os tipos de provações espirituais.

A santa começou a sofrer um período intenso e prolongado de depressão que afetava seu comportamento, a ponto de irritar suas companheiras, as quais insistiam em tratá-la como demente.

No entanto, com a ajuda de um confessor compreensivo que acreditou nela, fez um grande progresso na vida espiritual e Deus finalmente lhe concedeu as mais extraordinárias graças místicas.

 

 

  1. Santa Hildegarda de Bingen

Santa Hildegarda de Bingen foi uma religiosa beneditina que viveu no século XII e a quem foram reveladas as causas de algumas doenças e seus tratamentos. Não tinha estudos, por isso sempre manifestou que toda sua sabedoria vinha de visões do Céu, que lhe ditava “uma voz viva” que lhe indicava que cada doença tinha um remédio oferecido pela natureza.

 

 

Assista também: Como posso ajudar uma pessoa que está sofrendo com depressão?

 

 

A Luta contra a Depressão

 

Com base nessas visões, Santa Hildegarda escreveu vários livros de medicina nos quais mostra que o homem não está condenado à doença, mas que pode evitá-la ou curá-la de maneira natural, levando um modo de vida coerente.

A santa alemã descobriu alguns tratamentos para lidar com doenças como a depressão.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

 

 

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/5-santos-que-te-ajudarao-contra-a-depressao-56814

 

 

 

FELIPE AQUINO   -      é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:23
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PÉRICLES CAPANEMA - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ao aplicar a legislação, deve o juiz brasileiro ter em vista a razoabilidade e a proporcionalidade. Alguns autores identificam as duas exigências; outros, não. Para nossos objetivos, não importa a discussão. Existe ainda o bom senso, um pouco mais amplo, engloba as duas premissas da decisão do magistrado, acima referidas.

 

Não só o juiz precisa se guiar pela razoabilidade e proporcionalidade, também o administrador público; de fato, todas a conduta nossa deve ser embebida de razoabilidade e proporcionalidade. Em duas palavras, o ato humano, para contribuir para a perfeição pessoal ou social, necessita ser pautado pela razoabilidade e proporcionalidade.

 

De forma obsessiva essas duas premissas me assaltaram, enquanto lconhecia pela leitura da imprensa diária a história da elefanta Ramba. Para quem não sabe, e é a grossa maioria, a elefanta Ramba morreu em 26 de dezembro de 2019. Tinha entre 53 e 60 anos, pesava em torno de 3,6 toneladas, era de espécie asiática ▬ a espécie africana é maior. Ramba, que sofria há muitos anos, mais de sete, de problemas renais, viveu anos no Chile e Argentina, foi atração circense e terminou os dias no Santuário de Elefantes Brasil, onde chegou em outubro, localizado na Chapada dos Guimarães, próxima a Cuiabá. Comunicado divulgado pela tal instituição dizia: “Na Chapada dos Guimarães, Ramba conviveu nos últimos dois meses com as demais elefantas Guida, Lady, Maia e Rana. O santuário levou os animais para se despedirem da companheira.” Faz sentido, o santuário é grande, 1.100 hectares, Ramba morreu de repente e então foram juntadas as outras para a tal “despedida”. Divulgou ainda o santuário: “"Já sabíamos que cada dia de Ramba, no Santuário, seria uma dádiva, não apenas para ela, mas para todos que tiveram a oportunidade de conhecê-la. Todos foram, de alguma forma, tocados por ela". Como se pode ver, para as quatro outras elefantas e para os funcionários, o convívio com Ramba foi dádiva diária durante uns 60 dias.

 

Razoável? Proporcional? Mais alguns dados para o juízo do leitor relativos à última parte da vida de Ramba. Em 15 de outubro por avião cargueiro, em contêiner de 6 toneladas, Ramba, já então gravemente doente, foi embarcada no aeroporto de Santiago rumo a Viracopos. A tal caixa (ou contêiner) tinha água, alimentação, temperatura controlada, câmeras internas de monitoramento. Scott Blais, presidente do santuário, e um veterinário viajaram junto. A operação de desembarque mobilizou 30 pessoas.

 

A elefanta foi então embarcada em um comboio rodoviário, percurso em torno de 1,5 mil quilômetros, 30 horas, até o santuário. Tal viagem foi acompanhada por equipe multidisciplinar (profissionais de várias áreas). Lá, o bicho teve oportunidade de escolher entre ficar isolada ou o convívio de duas outras elefantas ▬ Maia e Rana. As notícias que compulsei não informam qual foi a escolha de Ramba.

 

Razoável? Proporcional? Não eram apenas as duas palavras, razoabilidade e proporcionalidade, que me vinham à mente. Vinha-me também uma pergunta. Qual foi o custo da operação de trazer uma elefanta de uns 60 anos, doente, de Santiago até a Chapada dos Guimarães? De fato, ela estava em Rancagua, a 90 quilômetros da capital chilena e levá-la até o aeroporto representou gasto extra expressivo. Em Rancagua desde 2011, não fazia nada, só pastava.

 

A voluntária Valéria Mindel enumerou duas razões para justificar os gastos: em Rancagua a elefanta sofria com o rigor do inverno chileno e com a solidão. Solidão e frio foram as razões para o enorme traslado, parece. Santo Deus! Informam ainda as notícias, o dinheiro foi doado por empresas e particulares, obtido em especial nos Estados Unidos. “Houve grande aceitação”. De qualquer maneira, não foi barato.

 

Já pensaram quantas crianças brasileiras, abandonadas, fruto de lares destroçados, agora passando necessidades prementes de toda ordem, poderiam ter sido atendidas com o dinheiro consumido (ia dizer torrado, mas terminei escolhendo consumido para evitar críticas ácidas) nesse show despropositado de proteção da vida animal? Nem precisava sacrificar a elefanta doente, como se faz todos os dias em casos parecidos, milhares de vezes, mundo afora, até por organizações que promovem o bem-estar animal. Bastaria que o paquiderme continuasse onde estava desde 2011, Rancagua, pastando placidamente. E. de quando em vez, que fosse atendida por veterinário local.

 

Mesmo sem fazer pesquisas na rede, vou arriscar: ninguém criticou o disparate evidente de todo o caso. E acrescento, ficarei feliz se for desmentido. A mais importante razão do silêncio a respeito, noto, é que não é politicamente correto criticar iniciativas assim, mesmo as mais disparatadas. A patrulha não deixa, não tolera críticas, marca cerrado. Com efeito, não se pode criticar causas na moda (uma delas é igualar animais com humanos), tantas vezes infecionadas de espírito revolucionário, caras a movimentos mundiais de enorme força publicitária. O fato aqui relatado é exemplificativo, apenas um sintoma, ainda que revelador, do retrocesso que nos espera, se tais forças triunfarem. Outro título para este artigo: O rei está nu. O autor, claro, faz o papel do menino que exprimiu o óbvio, percebido por todos.

 

 

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"

 

 



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PAULO R. LABEGALINI - UM VERDADEIRO ATO DE ENTREGA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Um amigo me presenteou com este texto maravilhoso que passo a divulgar. São palavras de Jesus, reveladas a um sacerdote italiano de Nápoles, Dolindo Ruotolo, que morreu em fama de santidade. Eis a mensagem que nos ajuda a crescer muito na fé:

“Por que vós tão facilmente vos deixais inquietar e perturbar? Entregai-me, pois, as vossas preocupações e tudo irá acalmar-se. Assim, em verdade eu vos digo, que cada ato confiante, verdadeiro e completo de entrega a mim, produz justamente aquele efeito que vós tanto desejais e soluciona a situação dolorosa, cheia de espinhos.

Entregar-se a mim não significa deixar-se tomar pelo medo, preocupação, desespero e, só depois, recorrer a mim numa oração fervorosa para que eu vos socorra. Antes, fechar tranquilamente os olhos da alma e abandonar-se a mim, para que somente eu o leve à outra margem, como uma criança que dorme nos braços de sua mãe.

Aquilo que vos perturba e prejudica é a pertinácia em refletir e ponderar vossas preocupações, atormentando-se ainda em querer fazer, a qualquer preço, tudo por si mesmo. Quando, porém, sou eu que atuo, quando a alma em necessidade se dirige sem reservas a mim nos seus interesses espirituais e materiais, esforçando-se por olhar para mim enquanto pode dizer cheia de confiança: ‘Cuidai Vós’, então, assim, ela fecha os olhos interiores e descansa em meus braços. Enquanto vos atormentais em demasia, recebereis poucas graças. Quando, porém, as vossas orações forem um total ‘confiar-se’, então, recebereis muitas graças.

No sofrimento, rezais para que eu o retire de vós, todavia, da maneira como vós imaginais. É verdade que vos dirigis a mim, mas quereis que eu me amolde às vossas ideias; são como os doentes que pedem auxílio médico, no entanto, eles mesmos prescrevem-lhe o modo de se tratarem. Quanto a vós, não agis dessa maneira, mas rezai como eu vos ensinei no Pai Nosso.

Quando achardes que o mal piora ainda mais ao invés de melhorar, não vos preocupeis. Fechai de novo os olhos da alma, ou seja, do coração, e dizei-me com toda confiança: ‘Seja feita a Vossa vontade, cuidai Vós, ó Senhor!’ Pois, então, eu vos digo que vou cuidar e intervir como um médico, com toda a minha onipotência divina e que, se for necessário, operarei até um milagre.

Repousai simplesmente em mim, acreditai na minha bondade, rogo-vos com insistência e vos asseguro na força do meu amor que quando dizeis nesta disposição: ‘Cuidai Vós’, eu vou cuidar inteiramente, vou consolar-vos, libertar-vos e conduzir-vos. E quando tiver que vos levar por um outro caminho diverso daquele que vós pensais, eu irei instruir-vos.

Sofrereis insônia ao querer avaliar e considerar, tudo reconhecer e em tudo pensar, mas vós com isso vos entregais somente às forças humanas do ‘próprio querer’ ou, ainda pior, no fundo, vos entregais aos homens quando confiais na intervenção deles. Isso tudo constitui um obstáculo às minhas intenções para convosco.

Oh, como eu desejaria sempre de vós a entrega verdadeira, para assim poder presentear-vos; e como fico triste ao ver-vos tão inquietos, preocupados e desesperados! É isso mesmo o que Satanás quer: levar-vos infalivelmente para a inquietação e o desespero, livrando-vos assim da minha atuação e do meu amor, para vos entregardes inteiramente às manipulações humanas.

Por isso, confiai inteiramente em mim, descansai em mim, entregai-vos em tudo a mim! Operarei milagres na medida de vossa entrega total e confiante a mim e da desconfiança absoluta em relação a vós mesmos. Eu darei tesouros de graças quando vós estiverdes totalmente pobres e necessitados.

Enquanto tendes vossas próprias fontes de ajuda e as procurais, mesmo se for pouco, vós estais no plano puramente natural e seguis assim só a esse curso natural das coisas, onde hoje Satanás, tantas vezes, diretamente ou através do ‘eu lisonjeador’ dele, desvia ou até corrompe.

Aquele que ainda sempre em tudo discute e considera por si mesmo, nunca experimentou ou obteve um milagre da minha parte, nem entre os santos isso aconteceu. Só se harmoniza com Deus quem se abandona totalmente a Ele! Não obstante, percebeis ainda que tudo mais se complica, dizei com os olhos fechados do coração e da alma: ‘Jesus, agora, cuidai Vós!’; e desviai-vos do próprio ‘eu’, porque o vosso intelecto infatigável faz com que tudo se torne ainda mais difícil, de modo que não conseguis entregar-me.

Agi sempre da maneira certa em todas as vossas necessidades. Proceda sempre assim e experimentareis notáveis, constantes, mas silenciosos milagres, que só poderão ser vivenciados por vós e, de mais a mais, aumentam a verdadeira confiança e o vosso amor por mim. Eu, vosso Deus, cuidarei. Eu asseguro!

Rezais sempre nesta disposição de entrega e obtereis grande paz interior e verdadeiros frutos do meu amor, mesmo quando exijo de vós, ou seja, vos ofereço a graça do sacrifício, da expiação e do amor que impõe a cruz através de um sofrimento.

Isso vos parece impossível? Fechai de novo os olhos e olhai para dentro, rezando de todo coração: ‘Cuidai Vós, Jesus!’ Não tenhais medo, eu cuido verdadeiramente. Então, louvareis o meu nome quando vos humilhardes inteiramente. As vossas orações não valem tanto quanto um único ato de entrega confiante. Pensai bem, não existe uma novena mais eficaz do que esta: Oh, Jesus, a Vós eu me entrego. Cuidai Vós!”

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 



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JORGE VICENTE - MEUS SONHOS

 

 

 

 

 

 

 

 

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A imagem pode conter: flor, texto que diz "Meus sonhos Meus sonhos giram no meu pensamento São sonhos que sonho eles palpitam Também vagueiam firmamento Sinto desejos que eles se repitam. sonhos que tenho me dão alento Também meus sonhos pairam no infinito Por vezes provocam contentamento São sonhos que sonho num sono bendito. São sonhos que acalmam minha alma São sonhos sonhados na noite calma Provocam noite momentos risonhos. Sonhos que acalmam pensamento Revivo os sonhos todo momento Acordo feliz com os meus sonhos!... Jorge Vicente"

 

 

 

 

 

JORGE VICENTE    -   Fribourgo, Suiça



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - QUANDO O TELEFONE TOCA...

 

 

 

 

 

 

 

 

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A cada passo sou massacrado: ouço o telefone tilintar. Corro para atender. Do outro lado da linha, voz muito suave, muito tratada, muito gentil, surge: -”Venho oferecer-lhe um novo serviço; ou – “ Não pode contribuir para a nossa Instituição?”

Num almoço de amigos, falava-se de “pragas” – “pragas” modernas, do século XXI.

Então, o Gabriel, rapaz das arábias – rapaz do meu tempo, – saiu-se com esta, que é, certamente, pior que as sete pragas do Egipto.

Dia destas, retilintou o telemóvel (celular, como dizem nossos amigos brasileiros,) e escutou, lengalenga, impingindo-lhe novo serviço.

Como lhe disse, que não estava interessado, a simpática menina, perguntou-lhe, se não queria aumentar a velocidade da Internet. Respondeu-lhe: “ a que tenho chega”.

E por ai adiante, impingiu-lhe: filmes, documentários, desporto, programas para a infância…A tudo disse: que não.

Cansado, já pedia a todas as alminhas que o deixasse em paz… – “Mas…não gosta de televisão?” – perguntou-lhe voz levemente sensual.

Desesperado, ameaçou desligar. Invocou afazeres; apelou para a sua idade; mas nada. Tinha que comprar…fosse o que fosse. Irritado, desligou.

A desventura do Gabriel, não foi surpresa; alguns dos presentes, lamentaram terem atendido idênticas chamadas.

Outrora, não vai muitos anos, raras vezes telefonavam para solicitar contributos; agora, parece moda: pedir por tudo e por nada.

Raro dia, que não receba mensagens: de supermercados, lojas comerciais, até farmácias! …; oferecendo serviços e promoções! …

O telefone, que era aparelho utilíssimo, a ponto de não o podermos dispensar, passou a se “praga” que nos persegue, como sombra.

Com o velho terrim-terrim, ou com música pop, não param de nos incomodar, na: sala de aula, no hospital, na reunião familiar ou de negócios… até na igreja!

Quem parará  este desvario?

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:53
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EUCLIDES CAVACO - MIRA - PRINCESA DO MAR ( Soneto e voz do autor)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



No seguimento da minha última publicação, entre os muitos poemas dedicados à minha Terra-Natal, partilho este como sendo essa minha florsabiamente formatada pela talentosa amiga Mena Aur.
 

Veja e ouça aqui:
 


https://www.euclidescavaco.com/mira-princesa-do-mar
 
 
 
 
 
Desejos duma magnífica semana.
 
 
 
 
 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

***

 

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

***

 

 

 

Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

***

 

HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL

 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confisões.



https://www.horariodemissa.com.br/#cidade_opcoes 

 

***



publicado por Luso-brasileiro às 11:48
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Sexta-feira, 24 de Janeiro de 2020
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - NO ANIVERSÁRIO DO CASAMENTO NO BRASIL, NADA A COMEMORAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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               O casamento, que ao contrário da concepção de inúmeras pessoas, deve ser efetivado com muito conhecimento de seus direitos e deveres. Essa observação se deve ao fato de comemoramos a 24 de janeiro a Instituição do Casamento Civil no Brasil (cento e vinte e nove anos) e infelizmente, do acentuado acréscimo de divórcios registrados recentemente em nosso país.

               Com efeito, além das preocupações com a casa e os móveis, o vestido e o terno – que não deixam de ter sua importância no contexto geral da  celebração- , o cuidado maior com o matrimonio deve estar voltado à consciência profunda de compromisso a ser assumido através dele.

                 É por isso que se diz que é um processo de autoconhecimento através do outro. Por isso ele é sacramento: pessoas se encontram na vida diante de Deus, através do outro que está mais próximo.

                            É importante na convivência a dois que a escolha do par se faça com maturidade, a lógica não deixa por menos o cultivo do bom relacionamento após as núpcias. As crises tão inerentes não desabarão sobre os casais que estiverem fundados sobre o binômio tão conhecido: “comunhão e participação”, que, por seu lado, pressupõe a primazia do diálogo, da co-responsabilidade e do respeito mútuo.

                            Em nossa carreira profissional pudemos constatar que muitos divórcios se efetivaram ao menor sinal de frustração ou cobrança. Faltaram aos consortes uma preparação mais sólida sobre a relevância, os efeitos legais e as responsabilidades advindas do matrimônio que não se revela  apenas em momentos de prazer  e de alegria. 

                                A despeito do amor e da intenção de viver bem, todos os que compartilham o cotidiano estão sujeitos a uma série de problemas. Para superá-los, os conjugues devem se esforçar permanentemente no sentido de preservarem valores como a cumplicidade, a solidariedade e honestidade em seus relacionamentos, que só se consolidarão, com uma concreta formação pré-matrimonial.

                             Para que a aliança seja satisfatória e duradoura, a escolha do companheiro deve ser baseada na afeição e atração mútuas, com a complementação harmoniosa das personalidades. A simetria do casal requer um intercâmbio contínuo de amor iniciado no tempo de namoro. E o verdadeiro amor é aquele que traz a marca da partilha: o indivíduo sai de si mesmo, rompendo as barreiras que o separam do outro. É aquele que sabe perder para ganhar, dar-se para receber, renunciar para possuir, morrer para si, a fim de nascer para o outro e para os dois. O ser humano só será feliz quando compreender que a felicidade está em se doar e não se fechar em seu próprio egoísmo.

 

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLIé advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:11
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - FUNÇÃO HISTÓRICA DA LITERATURA ROMÂNTICA

 

 

 

 

 

 

 

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É muito difícil, para nós que vivemos no século XXI, entendermos o grandíssimo problema que se apresentava - à maneira de gigantesca esfinge com um “decifra-me ou devoro-te” - diante da primeira geração de autores românticos brasileiros.

O Brasil mal acabara de se separar politicamente de Portugal. Os hábitos mentais ainda permaneciam umbilicalmente ligados à Mãe-Pátria. Ainda nos sentíamos meio portugueses. Já sabíamos que não mais o éramos, mas essa noção era mais teórica do que real, mais especulativa do que vivencial. O que era propriamente um brasileiro? No que ele se diferenciava de um português?

Na verdade, o Brasil vivia uma imensa crise de identidade. Vivia um problema existencial. Em outras palavras, o Brasil não sabia exatamente o que era, o que queria, para onde ia e que fins colimava. Tudo isso eram névoas que o Brasil vislumbrava vagamente, mas não via com clareza.

Hoje, quando numa Copa do Mundo, ou numa abertura de Olimpíadas, ouvimos o Hino Nacional, todos nós, brasileiros, estremecemos e nos sentimos irmanados, muito acima das divisões políticas, econômicas ou ideológicas que nos separam. Todos nos sentimos, acima de tudo, brasileiros. Mas, naquele tempo, as coisas ainda eram muito confusas, não estavam tão claras.

 O Brasil, na verdade, tornara-se independente em 1815, quando foi elevado por D. João VI à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves. Em 1822, o Brasil separou-se de Portugal, mas do ponto de vista político e formal já era independente antes disso.

Em 1822, consumou-se a separação. Mas permaneciam muito vagos os limites psicológicos e psico-sociológicos entre Portugal e Brasil. Era indispensável todo um trabalho de conscientização da nova nacionalidade, uma ampla tomada de consciência da alteridade entre a Mãe-Pátria lusa e o Brasil. Algo similar aconteceu com as novas nações hispano-americanas. Também elas passavam pelo mesmo processo e sentiam a mesma necessidade. Também elas viviam, a seu modo, a mesma crise identitária.

Curiosamente, também na Europa velhas nações passavam por processo análogo. A Europa das nações, tal como a conhecemos nós, era uma realidade relativamente nova. Portugal, França e Inglaterra eram nações mais antigas, constituídas havia mais tempo. Mas a Espanha ainda era relativamente nova. Ainda hoje, em pleno século XXI, a união espanhola tem algo de artificial e nem a Catalunha nem os Bascos a reconhecem como algo indiscutível. A Alemanha e a Itália, somente bem mais tarde, em 1870, se unificariam. A Bélgica era outra nação que ainda não se encontrava formada.

Foi nesse contexto que surgiu o romantismo, escola literária nova que valorizava, de modo idealizado, as origens históricas dos vários povos.  

O romantismo europeu revalorizou a Idade Média dos respectivos países; em Portugal, Alexandre Herculano escreveu "Eurico, o Presbítero", "O Monge de Cister", "O Bobo" e "Lendas e Narrativas", valorizando o Medievo português; na França, Victor Hugo escreveu "Nossa Senhora de Paris", sobre a catedral de Notre Dame; na Grã Bretanha, Walter Scott escreveu "Ivanhoé" e muitos outros livros sobre temática medieval. Na música, especialmente nas óperas, temas medievais encantavam o público romântico do século XIX, todo ele voltado para o nacionalismo e a valorização cultural e histórica dos respectivos países. O romantismo foi, na Europa, caracteristicamente medievalizante.

No Brasil e na América Espanhola, não tivemos Idade Média, pois já fomos descobertos nos Tempos Modernos. Por isso, ocorreu entre nós a tendência de revalorizar miticamente a figura do indígena. No Brasil, Gonçalves Dias e José de Alencar, entre muitos outros, o fizeram. No Peru, no México, no Chile e em outras nações hispano-americanas igualmente se mitificou o índio, como sendo uma espécie de patriarca, ancestral comum de toda a nação.

Essa é a explicação mais profunda do romantismo brasileiro, sobretudo na sua primeira geração, aquela que mais exaltou os valores pátrios idealizados e mais construiu a figura ideal do indígena. É impossível não recordar, a respeito, a tríade mítica constituída pelos romances de Alencar: 1) Peri, o índio guarani que vive um romance com a filha de um fidalgo português; é apresentado com a nobreza e a valentia de um cavaleiro medieval; 2) Ubirajara, o senhor da lança, o índio que emula em nobreza e elevação de sentimentos com Peri; 3) Iracema, a bela indígena cearense pela qual se apaixonou o português Martim Soares Moreno e que representa uma espécie de grande matriarca do Ceará e, mais amplamente, de todo o Nordeste brasileiro.

Analogamente, no campo historiográfico, ocorreu a atuação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que foi fundado em 1838 com a missão precípua de escrever a História do Brasil, uma história independente da portuguesa, que convencesse os brasileiros de sua alteridade e de sua especificidade.

Esse é o quadro histórico dentro do qual devemos ler e entender a literatura romântica da nossa primeira fase.

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras e professor da Unisul. Também é Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:03
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