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Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 2020
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - FORMALISMO X FUNCIONALISMO ?

 

 

 

 

 

 

 

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Nos cursos de licenciatura em Letras, costuma-se apresentar aos alunos, como inevitavelmente opostas, duas abordagens pedagógicas para o ensino do português. Uma seria a vertente “formalista”, que privilegia as regras gramaticais, e outra seria a “funcionalista”, mais preocupada com a comunicação humana do que com a observância das normas gramaticais.

Minha opinião é que devemos rejeitar a escolha forçada entre essas duas visões, com as decorrentes abordagens pedagógicas. Entre a visão formalista e "gramatical" e a visão funcionalista, prática e comunicativa da língua, não deve haver oposição, mas colaboração. 

O desafio do professor, ou da professora, é mostrar aos alunos que a gramática formal não é um obstáculo, mas uma ajuda para a comunicação - e, portanto, para a Língua. As regras linguísticas, uma vez compreendidas e assimiladas, se transformam em poderosas ajudas para o falante (ou escrevente) da língua. É mais ou menos como o uso de talheres para comer. Uma pessoa que nunca tenha usado talheres na vida pode, claro, achá-los incômodos e muito pouco práticos. Mais fácil lhe parece comer com os dedos, ou amassando com as mãos bolinhas de alimento e lançando-as à boca - como faziam os índios. Mas para quem se habitou a servir-se de talheres, incômodo e pouco prático seria ter que saborear uma feijoada sem talheres...

Outra oposição que, de acordo com meu modo de pensar, deve ser evitada é entre a "linguagem culta" (observadora das regras gramaticais) e a "linguagem popular" (que se entende como ignorando e/ou desrespeitando as normas da gramática). Conheci, no sertão da Bahia e em aldeias de Portugal, muita gente analfabeta, mas que falava com correção gramatical perfeita, conjugando bem os verbos e não omitindo os SS dos plurais nem os RR dos verbos no infinitivo - como hoje se entende próprio da linguagem popular. Minha avó era uma camponesa muito simples, nascida em 1880 na Ilha da Madeira, e tinha apenas estudos rudimentares. Nunca foi a escolas ou faculdades, somente teve uma mestra de primeiras letras. No entanto, falava e escrevia com correção gramatical. Fazia questão de corrigir os netos quando estes cometiam algum erro linguístico.

A meu ver, o que atrapalha muito o ensino da língua e dificulta o trabalho dos professores é o péssimo serviço prestado pelas emissoras de rádio e televisão, que com o pretexto de "atingir o povão" divulgam formas gramaticais erradas. Com isso, aumentam o desnecessário fosso entre o "popular" e o "erudito" e forçam o “povão” a ficar irremediavelmente condenado a falar uma língua diferente as classes mais elevadas. Se rádios e TVs fossem obrigadas a usar, pelo menos nos noticiários, um português gramaticalmente correto, todo o nível de correção gramatical e linguístico da população subiria.

Nos países latino-americanos de fala espanhola existem variantes regionais, mas todos admitem um padrão ideal para a língua e todos incentivam, nas escolas, os alunos a se alçarem até esse padrão. Nas rádios e televisões só são admitidos locutores que falam de modo correto o idioma, respeitando as normas gramaticais e evitando gírias e até mesmo neologismos. Não creio que um sistema tão rígido possa ser implantado artificialmente no Brasil. Mas, pergunto: não podíamos em alguma medida fazer alguma coisa nesse sentido?

Há alguns anos foi proposto, no Congresso, um projeto de lei (se não me engano por iniciativa do Deputado Aldo Rebelo) que proibia a utilização de palavras estrangeiras em propagandas, quando houvesse sinônimos perfeitos em língua portuguesa. O projeto não foi adiante e foi muito ridicularizado; o deputado chegou a ser apelidado como "Policarpo Quaresma". E continuamos a  ver em todas as partes, a torto e direito, "delivery", "free", "stop", “coffee breaks” etc. etc. E chegamos a usar, como naturais e aceitáveis, imitações ridículas do inglês. O terminal rodoviário de São Paulo adotou o nome oficial de "Tietê Station Center"!... Depois, quando turistas estrangeiros fazem piada sobre o Brasil, nós reclamamos...

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras e professor da Unisul. Também é Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:30
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - FRANCISCO DA SOLEDADE

 

 

 

 

 

 

 

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Emocionei-me com a história que soube, no mês passado, de Francisco de Mendonça Mar.
Encantam-me as pessoas que são capazes de se despojar do que possuem, de títulos e habilidades, para se entregar a uma causa ligada ao Céu.
Francisco, nascido em Portugal, em 1657, artista plástico, era filho de ourives. Com o mesmo dom paterno, na faixa dos 20 anos, veio para Salvador, onde instalou sua ourivesaria. Em 1688, foi convidado para realizar pinturas temáticas no palácio da Aclamação do Governador Geral do Brasil naquela localidade. Investiu recursos próprios para isso e, ao protestar, por não quererem pagar, foi levado à cadeia, juntamente com dois de seus escravos, e agredido com crueldade. De volta às ruas, decepcionado com o acontecido, decidiu deixar tudo e buscar uma paragem em que pudesse viver como eremita na oração e na contemplação de Deus. Libertou os escravos, distribuiu seus bens aos pobres, vestiu-se com um grosso burel e atravessou o sertão da Bahia levando a imagem de Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade. Conta a lenda que, nesse percurso, até o local onde se estabeleceu, chegou a retirar um espinho da pata de uma onça e ela o seguiu, protegendo-o de diversos perigos, como de índios antropófagos.
Ao chegar à gruta, no interior do morro, à beira do Rio São Francisco, hoje Santuário do Bom Jesus da Lapa, ficou maravilhado. Na entrada, colocou a imagem que trazia consigo. Começou também servir aos doentes, pobres e necessitados.  Vivia humildemente de pesca e de pequena horta. Homem piedoso e bom. Além da do Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade, há no Santuário mais dez grutas.
Naquela época, subiam o Rio São Francisco caçadores de ouro, aventureiros, mascates, vaqueiros.  Pousavam naquela Lapa para rezar, dar graças a Deus, pedir conselhos, fazer promessas.  Pelo seu exemplo e por suas palavras, Francisco, conseguiu que brotasse nos corações de muita gente o amor ao Bom Jesus e à Sua Santa Mãe.
Chamado pelo Arcebispo de Salvador, Dom Sebastião Monteiro da Vide, devido ao crescimento de sua fama como o Monge da Gruta, após uma preparação foi ordenado sacerdote em 1705 e nomeado capelão do Santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa. Adotou o nome de Padre Francisco da Soledade.
Faleceu em 1722. Sua história testemunha de que aquilo que é de Deus o tempo não destrói.
 
 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 


É professora e cronista



publicado por Luso-brasileiro às 14:17
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WALTER OSSWALD - DESPENALIZAÇÃO DA EUTANÁSIA: UM ERRO DE GRAVES CONSEQUÊNCIAS

 

 


(http://diocese-aveiro.pt/cultura/walter-osswald-despenalizacao-da-eutanasia-um-erro-de-graves-consequencias/)

 

 

 

 

 

 

 

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 Os projectos de lei tendo como objectivo despenalizar a eutanásia configuram um erro e poderão ter, se aprovados, graves consequências a nível da medicina, do direito e da própria estrutura da sociedade.

 

Vamos demonstrar que estas afirmações são correctas. Assim,

 

1.  A iniciativa legislativa está errada. Na realidade, os teóricos do direito afirmam que se não deve legislar quando a matéria em causa divide profundamente a sociedade e/ou quando não existe uma forte corrente de opinião pública a exigir que se legisle em determinada matéria. Ora, como é sabido, a eutanásia representa um factor de divisão na sociedade portuguesa e não existe um movimento de opinião significativo a pedir legislação nesta área (há uma petição a favor da eutanásia, com 8 mil assinaturas e outra contra, com 13 mil). O menos que se pode dizer é que se trata de uma iniciativa extemporânea.

 

2.  Há menos de 2 anos, projectos de lei análogos aos que agora se apresentam foram reprovados pela Assembleia da República, por maioria simples. É indecoroso e lesivo da ética republicana agendar nova investida, apenas por tacticismo, tendo em conta que a actual composição das bancadas deve assegurar uma votação a favor da despenalização.

 

3.  A ser aprovada a despenalização da eutanásia e do suicídio com ajuda médica, as consequências imediatas e tardias serão catastróficas. Em primeiro lugar, por se enfraquecer enormemente o conceito de inviolabilidade da vida humana e de respeito por este fundamento de todos os direitos e de todos os valores. A vida passará a ser um valor relativo, não absoluto, dependente das circunstâncias, já que haverá vidas que podem ser descartadas e licença para matar (é certo que em determinadas condições, vastas porém e mal definidas). A nível da sociedade, a valorização da doença crónica e incapacitante, da idade avançada, das incapacidades psíquicas e físicas sofrerá uma enorme erosão. Nas famílias, essas pessoas poderão vir a ser olhadas como incómodas, empecilhos e sobrecargas indesejáveis. Haverá coacção implícita, pois os que se encontram nessa situação e que tantas vezes declaram que não servem para nada e só dão canseiras e trabalho se sentirão impelidos a terem gestos de altruísmo, solicitando a sua própria morte para não se tornarem pesados para os seus.

O suicídio, até agora considerado como flagelo social a minorar (na DGS há um plano pluri-anual de combate ao suicídio) passará a ser apenas uma forma, como qualquer outra, de morrer; eventualmente será proibido que se tente impedir um potencial suicida de saltar de uma ponte ou de se atirar para baixo de um comboio; ou de tratar nos hospitais pessoas que tentaram suicidar-se com recurso a medicamentos.

 

4.  Os médicos dividir-se-ão entre uma enorme maioria, que rejeita a prática de actos eutanasiantes, e uma escassa minoria, que entenderá poder colaborar numa medida despenalizada. A Ordem dos Médicos, aliás na senda da Associação Médica Mundial, rejeita liminarmente a eutanásia e a ajuda ao suicídio, mas os proponentes da despenalização ignoram, pelos vistos, estas posições públicas, parecendo assim desprezar a opinião dos verdadeiros peritos na matéria.

 

5.  A experiência dos 3 pequenos países, únicos no contexto das nações a legalizar a eutanásia (Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo), não deixa dúvidas: começaram por legislação relativamente restritiva e no decurso dos anos foram alargando as indicações (que hoje já abrangem crianças e incapazes de pedirem a morte), numa clara demonstração da existência da rampa deslizante; o que é excepcional tende a tornar-se habitual.

 

Por tudo isto, concluo: despenalizar a eutanásia constituiria um erro de graves consequências

 

 

Transcrito da:Comissão Diocesana da Cultura | Aveiro

 

 

WALTER OSSWALD   -   Prof. Catedrático aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:56
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PÉRICLES CAPANEMA - A FOTO DA EXCLUSÃO

 

 

 

 

 

 

 

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Outro possível título para o artigo: a política da exclusão. Exclusão, dilaceração social, tensão, vamos falar a respeito. Em 13 de fevereiro (ocasião de perplexidade) o Papa Francisco recebeu no Vaticano, em cordial reunião privada de uma hora, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Praticamente nada foi dito, nem precisava, todos entenderam; política é imagem em larga medida.

 

A Santa Sé não emitiu comunicado sobre a audiência, amplamente noticiada nos meios de divulgação do mundo inteiro. Falar o quê? O chefão petista foi discreto na primeira manifestação: “Encontro com o Papa Francisco para conversar sobre um mundo mais justo e fraterno”. O mais importante em tais ocasiões é a “photo opportunity” e Lula alcançou por inteiro o intento, divulgação mundial. Leonardo Boff comentou satisfeito: “Esse encontro corresponde a um desejo mútuo. Em março, haverá o grande encontro internacional ‘Economia de Francisco’, onde o Papa propõe aos jovens economistas políticas contra a desigualdade social nos países. Quem tem experiência de diminuir a desigualdade, incluir 36 milhões de pessoas na cidadania é Lula, e o Papa queria não só ler, como conversar, saber como se faz isso. É muito possível [a participação de Lula no mencionado encontro dos economistas engajados] porque quando houve o encontro pela primeira vez dos movimentos sociais populares, em Roma, Evo Morales quis participar e os organizadores da cúria proibiram. O papa interveio, disse ‘Evo Morales vem de baixo, é indígena, é meu convidado direto’ e participou. Creio que dessa vez haverá a mesma lógica”. Como Leonrdo Boff, exultaram um sem-número de comunistas.

 

Continuo do mesmo jeito, católico e devoto do Papado; contudo, arrastado pela força incoercível da mais simples lógica, ecoando milhões de irmãos na fé, deploro até o fundo a referida entrevista e as circunstâncias que a cercaram. Representa enorme, revelador e, no caso, escandaloso apoio do Sucessor de Pedro a Lula e ao partido acaudilhado por ele. E por mais doloroso que possa ser para um católico, “veritas liberari vos” ▬ não vou tapar o sol com a peneira ▬, o Papa Francisco se comportou no caso como vem agindo a CNBB há décadas, companheira de viagem dos objetivos petistas no Brasil.

 

Tal procedimento empurra o Brasil para o atraso hoje padecido, entre outros países, por Cuba e Venezuela, pobres cobaias do veneno socialista. Esse retrocesso, lembro ainda, coloca-nos mais perto da submissão inteira à China e à Rússia. Finalmente, é fator de empobrecimento, crueldade notória para com os pobres, pois lhes barra o caminho para uma existência decente e possibilidades de crescer na vida. Desesperados pela fome e pela atrofia generalizada de alto a baixo da sociedade, milhões deles acabam tentando escapar como podem dos países torturados pela utopia que intoxica o PT e enormes setorers eclesiásticos.

 

Tem mais. A conduta costumeira da CNBB, useira e vezeira da opção preferencial pelas minorias revolucionárias mais radicalizadas ▬ e agora, infelizmente, também adotada no recente gesto do Papa Francisco ▬, ademais de favorecer a eliminação do que ainda resta de ordem temporal cristã, afasta a maioria do povo da área de influência da Igreja, e assim cria obstáculos para a difusão do Evangelho na parcela da população mais sensível a suas palavras. De outro modo, metralha possibilidades de evangelização.

 

Viro a página. Que efeitos duradouros terá a reunião cordial do Papa Francscisco com o morubixaba do PT no Judiciário e nas eleições municipais deste ano? Sobre o povo em geral? No Judicário, não dá para saber; uma coisa ao menos se percebe de plano, em nada atrapalhará a defesa de Lula e dos acusados das roubalheiras amazônicas que padeceu o Brasil.

 

O outro ponto, nas eleições de outubro próximo? Em 2022? O escandaloso encontro ajudará eleitoralmente o PT e seus aliados? Alentadas por ele, tubas da propaganda internacional e boa parte da interna tentam enfunar as velas da esquerda. Conseguirão?

 

Caminhemos devagar, olho sobretudo nos sintomas que denotam o que se passa no interior das consciências, ali está o âmbito decisivo para o futuro pátrio. Por oportuna, uma recordação. Em de 13 de novembro de 1975 o Conselho Nacional da TFP divulgou documento intitulado “Não se iluda, Eminência” endereçado ao cardeal dom Paulo Evaristo Arns (íntegra em “Catolicismo” 299/300, a coleção está na rede). Critica posição favorecedora da subversão comunista, tomada pelo episcopado paulista em Itaici. Adverte: “Não se iluda, porém, Eminência. Atitudes como a dos signatários do documento de Itaici vão abrindo um fosso cada vez maior, não entre a religião e o povo, mas entre o Epsciopado paulista e o povo. A Hierarquia paulista, na própria medida em que se omite no combate à subversão comunista, vai se isolando no contexto nacional. A Hierarquia paulista tanto menos venerada e querida vai ficando, tanto mais bafeja a subversão”.

 

O fenômeno para o qual a TFP chamou a atenção em 1975 pode se repetir agora pela ação em especial do mesmo “sensus fidei”, que agiu lá, e pode agir hoje de novo. O senso da fé faz as pessoas perceberam nos seus pastores o timbre da voz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando não a ouvem, em atitude de fidelidade à doutrina da Igreja, afastam-se, um fosso vai se agigantando. Aconteceu repetidas ocasiões ao longo da História. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem” (Jo, 10, 27).

 

De olho em particular no “sensus fidei”, observemos ao longo dos dias as repercussões da funesta “photo opportunity” do dia 13 de fevereiro em Roma. Se há motivos para preocupação (e os há), inexistem justificativas para o abatimento. A maioria do Brasil (os excluídos) não deve e não pode se abater. É preciso resistir ao empurrão.

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"



publicado por Luso-brasileiro às 13:41
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JOSÉ RENATO NALINI - IMPARCIALIDADE ABSOLUTA É FICÇÃO

 

 

 

 

 

 

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Só um nefelibata consegue sustentar que exista imparcialidade absoluta na arena judicial. Aqueles que não vivenciaram a experiência rotineira da jurisdição em primeiro grau, o verdadeiro “chão da fábrica” do sistema Justiça, podem acreditar que esse dogma seja viável. Não é o que acontece na rotina dos tribunais.

Invoque-se Ortega y Gasset, na clássica expressão de que “o homem é ele e suas circunstâncias”. Não existe o ser asséptico, isolado, neutral e equidistante em relação às partes. O tangível é um ser humano suscetível a inúmeras influências, hoje intensificadas pela terrível imposição das mídias sociais, onipresentes, onipotentes e oniscientes.

Cada promotor e cada juiz é fruto de sua história pessoal. Provém de uma família na qual os valores podem ser distintos em relação a outros grupos domésticos. Preserva a sua concepção de vida em suas facetas filosófica, ideológica, religiosa, econômica, histórica e social. Dentre tantas outras. Passou por dificuldades ou facilidades irrepetíveis. Não existe homogeneidade na formação pessoal e profissional nos quadros das carreiras jurídicas, a não ser o núcleo comum de haver passado, obrigatoriamente, por uma Faculdade de Direito.

A experiência do julgador é a de solucionar as questões postas de acordo com uma hierarquia de convencimento. Prevalece a vontade de quem decide, inspirada por sua consciência, mescla de múltiplos fatores. Dentre os quais, não é desprezível a intensa participação das idiossincrasias. Juiz é um ser humano suscetível a pré-compreensões, a preconceitos, a dogmas consolidados em sua nem sempre flexível forma de enxergar o mundo.

Não é difícil, numa República hermenêutica, na qual vale, soberana, a fundamentação, escolher a solução que mais se adapte à sua maneira de pensar. Pois a jurisprudência brasileira é tão polimorfa, tão variada, que se pode escolher a postura mais próxima numa tópica à la carte. Existe opção para que se chegue a respostas antagônicas, a partir de um mesmo e único dispositivo legal.

A lei é um parâmetro, não decisivo, para a obtenção de uma decisão em juízo. A jurisprudência é utilizada quando concorrer para o fortalecimento do que o julgador escolheu. Acima de todo o ordenamento, como seu ápice, há uma Constituição “dirigente”, “principiológica”, prenhe de verbetes suscetíveis de variáveis e colidentes leituras.

Acreditar em absoluta imparcialidade nesse quadro, movido por milhões de bacharéis em Ciência Jurídica, tangidos por uma polarização de radicalismos à qual o membro do Ministério Público e o Juiz também estão submetidos, é de uma irrealidade atroz.

Surpreender-se com diálogos prévios, simultâneos e posteriores às etapas de julgamento, entre MP e Magistratura, é também adequado a um observador que se distancie do drama judicial.

Embora se proclame a inexistência de hierarquia entre advogado, juiz e promotor, há de se considerar que a quantidade de egressos das milhares de Faculdades de Direito habilita um contingente reduzido para os concursos públicos. Aquele que passou pelo certame considerado árduo e severo, tem a certeza de uma superioridade intelectual em relação à crescente legião dos reprovados. A forma de recrutamento de promotores e juízes reforça essa convicção. Afinal, selecionou-se a nata dos bacharéis brasileiros para exercer esse múnus público.

A própria cultura das instituições impõe ao neófito uma convivência próxima entre juiz e promotor. Afinal, ambos provêm de uma escolha de mérito, levada a efeito por luminares e fruem de recíproca confiança. Não têm interesse pessoal nas causas, ao contrário da advocacia. É forçoso um convívio bastante próximo entre tais agentes.

Um país que investisse mais em pesquisa sociológica apuraria o evidente conúbio entre as duas Instituições. Quantos são os juízes cujos filhos se casaram com oriundos de prole ministerial? Quantos os casamentos que já resultaram dessa convivência, entre promotora e juiz e vice-versa?

Chegou-se, em certo período, a recomendar que “o único amigo do juiz” na comarca desconhecida seria o promotor. Nele se pode confiar. Pugna pelo interesse da Justiça, da democracia e da sociedade. Não é contratado para defender interesses localizados.

Perde-se tanto tempo a discutir questões que entranham o sistema Justiça, que nunca foi repensado nem reestruturado como se deveria. Sistema que está satisfeito com o patológico fenômeno da judicialização, pois garante o sustento de todos. Os detentores de funções públicas e os exercentes da atividade profissional liberal independente.

O Brasil clama por uma conscientização da sociedade, convertida em objeto da vontade soberana do Estado-juiz e que perdeu condições de dialogar, de procurar soluções singelas para grande parte de questões que, levada ao foro, torna-se uma aflição de infinita duração.

Educar a população para a busca permanente de autonomia, de retomada na gestão de seus interesses mais próximos, de semear concórdia, tolerância, respeito às diferenças e vontade coesa de eliminar a miséria e de reduzir as desigualdades é o que interessa.

O evidente retrocesso civilizatório em que a Nação parece mergulhar, fornece espaço para o predomínio das discussões estéreis, para o debate que nada oferece como perspectiva de aprimoramento de um convívio hoje tão deteriorado entre os humanos. Todos, indistintamente, portadores daquele atributo que o constituinte de 1988 elegeu como padrão e norte desta República: a dignidade da pessoa.

É nisso que o escasso contingente de lucidez restante a este sofrido Brasil deve se empenhar, para devolver a esperança às desalentadas novas gerações.

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JOSÉ RENATO NALINI é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-Graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2019-2020,e foi Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo entre 2014.

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:32
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FELIPE AQUINO - OS BENEFICIOS DOS MÉTODOS NATURAIS PARA O PLANEJAMENTO FAMILIAR

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Métodos Naturais

 

 

 

 

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Os Métodos Naturais de Planejamento Familiar como técnica, constituem-se um componente importante do Planejamento Natural da Família. Atualmente, contamos com métodos cientificamente bem estudados e desenvolvidos. Não se trata mais de algo empírico e duvidoso. O desenvolvimento científico dos métodos naturais os colocou no campo da experimentação e evolução cientifica. Isto equivale a dizer que os métodos naturais hoje se equivalem, como técnica, a todos os outros métodos existentes. Porém, devemos entender que o Planejamento Natural da família não é só método natural.

 

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Planejamento natural da família

 

Planejamento Natural da Família é uma opção de vida. É a busca de algo que transforme, que vivifique, que dê sentido e razão. O método natural se plenifica no contexto de vida que o acolhe. Este contexto parte do principio da dignidade de toda pessoa e da sua busca e direito à plena realização e a sua dimensão transcendental.

Daí decorre a descoberta e valorização de uma individualidade verdadeira, de uma sexualidade plena, de um investimento em saúde, de uma abertura ao outro e à participação social e comunitária, de uma abertura à geração responsável de nova vida e sua acolhida generosa e feliz.

 

Espiritualidade conjugal

 

Este conjunto constitui uma nova e forte e encarnada espiritualidade do amor conjugal e da família. O Deus da Vida está presente e ativamente neste contexto, inspirando, alimentando com a sua graça, dando forças para que as pessoas possam cumprir com alegria a sua missão. Planejamento Natural da Família é esta nova opção de vida e de vivência do Amor em família e que, quando se trata de programar um novo filho, lança mão dos conhecimentos trazidos pelos métodos naturais.

 

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Métodos Naturais e paternidade responsável – EB

Devemos ter filhos neste mundo cruel?

A Paternidade Responsável

 

BENEFÍCIOS DO MÉTODO DE OVULAÇÃO BILLINGS

 

O reforço da autoestima da própria mulher

 

Saber o que acontecendo em seu corpo, saber que pode ter relações prevendo as consequências, dignifica seu corpo. A função reprodutiva para muitas mulheres é uma espécie de buraco negro, é uma parte dela que não sabe nem como funciona, nem quando, nem o porquê se pode produzir a gravidez. Dar luz a todas estas incógnitas a faz mais dona de si mesma e permite a uma entrega maior a seu marido. Pode fazer que ele também se aproxime da maravilhosa engrenagem do funcionamento do corpo do homem e da mulher. Conhecer o ciclo menstrual é chave para conhecer o porquê a psicologia da mulher ao longo do mês também é cíclica. É positivo este conhecimento para as mulheres casadas e também para as jovens e adolescentes que tem que aceitar algumas mudanças corporais e hormonais vertiginosas.

 

A responsabilidade compartilhada

 

Tanto o marido como a mulher responde por seus atos. Não estamos frente a um método anticonceptivo que falha ou não falha. São o marido e a mulher, no exercício de sua liberdade, quem toma uma decisão e a desejam cumprir, e entra no possível que, por determinadas circunstâncias, mude essa decisão, sendo eles os únicos responsáveis.

A responsabilidade é um exercício profundamente humano vinculado à liberdade, a possibilidade de decidir a cada momento o caminho a escolher.

 

O autocontrole é uma qualidade

 

Que permite assegurar o bem do outro, preocupar-se com que o outro necessita doar-se quando a ocasião o requer. O controle dos impulsos, em geral, e dos impulsos sexuais em particular favorece o crescimento do amor do casal.

“… o que parece a primeira vista mais bem mecânico (o respeito do “tempo da mulher; que não se refere só aos períodos férteis, senão também aos múltiplos ritmos da vida e as circunstâncias) e que exige às vezes espera e renuncia, e por tanto “trabalho e sacrifício”, é precisamente o que faz nascer uma espontaneidade distinta: profunda, secreta, permanente”.

 

O respeito mútuo

 

Respeitar é acompanhar a outra pessoa no crescimento pessoal, sem entrar no mundo de sua intimidade.

Temos nossa própria intimidade que afeta a nosso corpo e também a nossos sentimentos, pensamentos e convicções.

O marido e a mulher admiram o funcionamento do corpo e permitem que siga seu curso sem manipulações.

Homem e mulher íntegros podem ter encontros pessoais cada vez mais profundos, estes encontros permitem serem cada vez mais os dois uma só carne.

Ajuda a descobrir a ternura e a afetividade que encerra a sexualidade

O domínio das manifestações genitais sobre outras mostras de afeto leva frequentemente a esquecer da ternura e todos os demais sinais de atenção recíproca.

O período de abstinência pode ajudar ao casal a descobrir a ampla gama de manifestações também corpóreas através das quais se podem expressar o amor.

Para que exista a ternura é necessário envolver-se com o outro através do espírito, a mente, o coração, o sentimento, as palavras, o gesto, o mesmo dom do corpo.

 

Desenvolvimento da comunicação

 

A diferença da contracepção em que um ou outro dos membros do casal utiliza um método, aqui os dois se veem levados a falar de sua sexualidade, a expressar o amor de diferente maneira, a comunicar as razões mais profundas que os podem levar a retardar uma gravidez. A utilizar a linguagem do corpo para expressar-se.

Aumento da fertilidade e da estabilidade conjugal

Umas virtudes apoiam sinergicamente a outras, de tal maneira que favorece o crescimento pessoal.

Em última instância o que cresce é o AMOR conjugal. Cada um dos valores de que estamos falando dão suporte para o amor.

Quando o homem e a mulher se amam, se respeitam, expressam o amor em toda sua riqueza nos diferentes momentos do ciclo. Usam as próprias energias na pessoa amada, requer tempo e muitos pequenos detalhes cotidianos que entrelaçam a construção do verdadeiro amor porem de tudo isto emana paz e serenidade no lar.

Os Filhos, os parentes, a sociedade percebem essa harmonia.

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Respeito à vida

 

Compreender o milagre da vida é o início ao respeito à vida nascente.

Constata-se como muitos casais que tinham inúmeras razões para evitar uma gravidez, depois de alguns meses de aprendizagem abrem suas portas a um novo filho porque redimensionaram sua vida, perderam o medo à vida porque agora sabem como ocorre, porque melhoraram em sua harmonia conjugal, enriqueceram sua afetividade.

Não poderíamos falar da regulação natural da fertilidade sem falar do respeito à vida e as fontes da vida.

 

Texto adaptado: http://www.cenplafam.com/

 

 

 

FELIPE AQUINO   -      é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



publicado por Luso-brasileiro às 12:13
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PAULO R. LABEGALINI - QUANDO A FÉ PREVALECE

 

 

 

 

 

 

 

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O Antigo Testamento diz que a fidelidade a Deus dá vida ao homem: "... porque eu sou o Senhor que te cura" (Ex 15, 26). Também nos Evangelhos, apesar dos muitos milagres de cura citados, Jesus deixou bem claro: “Quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 27). Portanto, quem não colocar em prática o dom da fé que recebeu no batismo, corre o risco de desanimar e deixar de receber a graça.

Até Madre Teresa de Calcutá acreditou que Deus a havia abandonado, chegando a duvidar de Sua existência. Em 1959, fazendo referência a um estado de trevas interiores, a missionária escreveu a seu diretor espiritual: "Na minha alma, sinto uma terrível sensação de perda. Deus não me quer, Deus poderia não ser Deus, poderia não existir".

Mas, perseverando com fé nas suas provações, na década de 70 também escreveu isto: "Sem sofrimento, o nosso trabalho poderia ser apenas um serviço social. Toda a desolação dos pobres deve ser resgatada e nós devemos tomá-la um pouco sobre os nossos ombros".

Pois é, sabemos que a graça de Deus está em toda parte, mas Ele quer a nossa colaboração para concedê-la. Muitas vezes, quem menos espera alcançá-la, fica completamente estarrecido com tamanha maravilha, como ocorreu nesta história real – divulgada no site da Canção Nova:

Um sacerdote de Nova Iorque se dispôs a rezar numa das paróquias de Roma quando, ao entrar, encontrou um mendigo e percebeu que era um companheiro de seminário – ordenado padre no mesmo dia que ele. Depois de identificar-se, escutou do mendigo como havia perdido a fé e a vocação. Ficou profundamente chocado.

No dia seguinte, o sacerdote americano teve a oportunidade de assistir a missa privada do Papa. Ajoelhou-se diante dele, pediu que rezasse por seu companheiro de seminário e descreveu brevemente a situação. Um dia depois, recebeu o convite para almoçar com o Santo Padre e levar o referido homem.

Após o almoço, o Pontífice solicitou ao sacerdote que os deixasse a sós e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu que já não era sacerdote, mas o Papa disse-lhe: "Uma vez sacerdote, sacerdote sempre". Insistiu o mendigo: "Porém, estou fora de minhas faculdades de presbítero!". Explicou-lhe, então, o Papa: "Eu sou o bispo de Roma e posso encarregar-me disso".

O homem escutou a confissão do Santo Padre e lhe pediu que também escutasse a sua. Depois disso, chorou amargamente. Ao final, João Paulo II lhe perguntou em que paróquia estava mendigando, o designou assistente do pároco e encarregado da atenção aos mendigos.

Alguém imaginaria isto? Portanto, para evitarmos descrenças malignas, não podemos deixar de praticar a fé em todas as oportunidades que Deus nos permitir. Assim seja!

 

 

 

 

PAULO ROBERTO LABEGALINI - Escritor católico. Vicentino de Itajubá - Minas Gerais - Brasil. Professor Doutor do Instituto Federal Sul de Minas - Pouso Alegre.‘Autor do livro ‘Mensagens Infantis Educativas’ – Editora Cleofas.

 



publicado por Luso-brasileiro às 12:00
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - CUIDADO COM OS BONS CASAMENTOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Por certo o leitor, mormente o mais atento, já verificou, que as minhas crônicas, em geral, são informativas e formativas.

Pelo menos é esse o meu cuidado.

Vem o introito, para falar de casamento ou melhor: de noivado.

Os que se preparam para o matrimônio, pensam em tudo ou quase tudo, mas esquecem-se, em norma, a administração financeira do futuro casal.

Conheci jovem, que antes do enlace, em pleno namoro, informou-se da situação econômica da moça, e da família.

Cuidou saber os rendimentos da namorada; rondou a casa paterna, e os bens da família.

Obteve indicações preciosas: viviam numa bela casa, com jardim; o pai era industrial; a namorada, como professora, conseguia bom ordenado em colégio internacional.

Olvidou o principal: como administrava o dinheiro. Esqueceu-se: se ela comprava tudo a prestações; se “estourava”o cartão de crédito; e pior ainda: se tinha dividas…

Uma vez casados, assentaram, cada um, manter conta bancária, separada: Ele pagaria: aluguel, eletricidade, telefone, água e outras miudezas. Ela, trataria das despesas caseiras: alimentação, artigos de higiene, etc.…etc…

O acordo foi respeitado, até que um dia, ela lhe pediu dinheiro emprestado, porque o que tinha, não lhe chegaria até ao fim do mês…

Habituada a intensa vida social, em solteira, começou a comprar vestidos e cosméticos, a crédito. As contas chegavam…era ele que as suportava. Até que lhe disse agastado:

- Não podemos continuar assim…Em breve caminharemos para a ruína…

Ao que ela retrucou:

- Em casa de meu pai, nada me faltava… e andava assim vestida

Casos, como este, são frequentes, e muitos depois de discussões e acusações, terminam em divórcio ou separação, se não são casados oficialmente.

Em lugar de se inteirar, se a mulher, tinha bom salário; se os pais eram ricos; devia verificar: como gastava o dinheiro, se tinha hábitos de poupança, se tinha dividas e o valor delas. 

Não esqueça: pode-se contrair empréstimos sem consultar o conjugue…

Este é o conselho que vos dou: os bons casamentos financeiros, são, quantas vezes, tristes desilusões e pior ainda: encargos e dividas para toda a vida…

Diziam os antigos e com razão: “ Quem espera sapatos de defunto, toda a vida anda descalço”…

 

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal



publicado por Luso-brasileiro às 11:50
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EUCLIDES CAVACO - PÁTRIA DO FADO - Poema e voz de Euclides Cavaco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



Com sabor a portugalidade e a fado partilho hoje este poema declamado. Partilhe-o com os seus amigos também
nesta arte videográfica do prezado amigo Afonso Brandão.
 


https://www.youtube.com/watch?v=LTFjsHDZceI&feature=youtu.be
 
 
 
 
 
Desejos duma magnífica semana.
 
 
 
 
 

EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

 

 

***

 

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

***

 

 

 

Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

***

 

HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL

 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confisões.



https://www.horariodemissa.com.br/#cidade_opcoes 

 

***



publicado por Luso-brasileiro às 11:37
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Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2020
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - SEMANA DE 1922. UM MOVIMENTO QUE CONSOLIDOU - O BRASILEIRISMO NAS ARTES

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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No período de 11 a 17 de fevereiro de 1922, realizou-se no saguão do Teatro Municipal de São Paulo, a Semana da Arte Moderna, manifestação cultural que constituiu no núcleo principal de todas as transformações que passaram a ocorrer no campo artístico a partir daquele ano até nossos dias. Dezenas de escritores, músicos, artistas plásticos e outros intelectuais propiciaram dias de dança, música, palestras, exposições de quadros, leitura de poesias e trechos de romances. O objetivo era fazer uma revolução cultural no  Brasil e introduzir alguns dos mais novos conceitos de arte, já vigentes em algumas outras nações.

Na ocasião, foram expostas esculturas de Victor Brecheret, quadros de Anita Malfati, Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. No palco do teatro os discursos de Graça Aranha, os poemas de Manuel Bandeira, a prosa de Menotti del Picchia e a música de Heitor Villa Lobos, tendo ao fundo o piano de Guiomar Novaes. Não faltaram também peças de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Sergio Milliet e Cassiano Ricardo.

         O movimento criou polêmica, angariando simpatizantes e detratores. No entanto, o  principal legado da Semana de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões europeus, dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional e as ideias inovadoras continuaram a ser propagadas ao longo do tempo, criando-se concepções eminentemente próprias de nosso país. 

Esperamos que a fraca memória popular não a apague de nossa história para que permaneça influenciando novos eventos que dinamizem não só a arte em geral, mas a própria cultura, ressaltando a sua função social, integrando-a ao projeto de auto realização de cada cidadão.

 

 

Repórter, “o caçador de notícias”

 

 

Tecnicamente, pode se dizer que a reportagem é o relato jornalístico de um acontecimento de interesse público que é feito através de um órgão de imprensa que pode ser jornal, revista, rádio, televisão, cinema e internet.  E para contar o que houve há um profissional, o repórter, que é conhecido como caçador de notícias, cuja principal tarefa  é a cobertura de pautas e notícias, com investigação profunda dos fatos, entrevistas e produção de um texto explicativo, imparcial e direto para o leitor ou telespectador.

Lembro-me com grande saudade quando comecei minha carreira no Jornal de Jundiaí em 1971 no qual uma equipe competente me despertou à  arte do jornalismo, que é justamente saber escolher os assuntos que  atraem o público para posteriormente apresentá-lo do modo mais apraz  possível.

Por ocasião do Dia do Repórter, 16 de fevereiro, homenageamos todos os profissionais da área que não medem sacrifícios para alcançar o objetivo de informar e contribuir para a melhoria social e principalmente, que primam pelo exercício profissional lastreado na verdade, na lealdade, no compromisso com os cidadãos, na independência, nos interesses coletivos e na imparcialidade. No Brasil ainda são comemoradas datas específicas para o Dia do Repórter Fotográfico (2 de setembro) e o Dia do Repórter Policial (31 de outubro).

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. (martinelliadv@hotmail.com)

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:08
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - ÍNDIOS LATINISTAS...QUEM DIRIA ?

 

 

 

 

 

 

 

 

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Tratei, no último artigo, das abordagens “formalista” e “funcionalista” do ensino do idioma português, a primeira das quais valorizando a correção gramatical, a segunda privilegiando a comunicação e menosprezando a gramática formal.

Desde menino sempre ouvi o ditado antigo “Mais vale a prática do que a gramática”. Isso é verdade... mas só até certo ponto. É claro que o conhecimento teórico da gramática será de pouca utilidade se não for colocado em prática, na comunicação humana, seja falada seja escrita. Mas, por outro lado, o conhecimento da teoria nos ajuda poderosamente a entender os fatos linguísticos e, na prática, a nos exprimirmos melhor em nosso idioma. A contraposição dicotômica e quase dialética entre prática e gramática é um falso dilema. Como realcei na última semana, não há oposição, mas colaboração íntima entre as duas coisas.

Para um docente de Língua Portuguesa ambas são indispensáveis. Nas salas de aula, ele deve, a partir de textos bem escolhidos, conduzir seus alunos a contemplarem as belezas do idioma, tanto no que diz respeito às palavras separadas, com sua classificação gramatical baseada nas famosas 10 categorias aristotélicas, como no que diz respeito ao seu encadeamento, pela sintaxe, de modo a se relacionarem umas com as outras para a formação de frases e períodos complexos.

Lembro sempre que conheci em aldeias de Portugal, e também no interior da Bahia, pessoas simples e sem estudos, que possuíam um domínio perfeito do nosso idioma e se exprimiam com correção gramatical, conjugando perfeitamente os verbos, utilizando de modo adequado as preposições e as conjunções, entremeando na fala orações coordenadas e subordinadas, com uma elegância que fazia lembrar as longas falas do Riobaldo, de “Grande Sertão Veredas”. Eram pessoas que intuitivamente, e de modo quase empírico, dominavam a nossa língua. A gramática não lhes era desconhecida, e na prática a utilizavam, embora talvez nem soubessem direito o que é gramática...

O grande desafio colocado aos professores de Português é mostrar aos alunos que a gramática não é algo antipático e desnecessário, mas pelo contrário é algo útil e altamente favorecedor da boa comunicação humana. Lecionei durante anos Redação, em cursos de Ensino Médio. Eu costumava dizer aos alunos que as normas gramaticais, quando bem compreendidas e assimiladas, tornavam-se tão naturais e espontâneas em nós como são as normas de boa educação. Para quem nunca usou talheres para comer, eu dizia, pode parecer artificial e pouco prático usá-los... mas para quem se habituou a eles, pouco prático é ter que comer com os dedos.

Vou, a esse respeito, expor um exemplo muito curioso de como a gramática - desde que bem conhecida pelo docente e apresentada de modo didático e inteligente para os discentes - pode ajudar, na prática, o ensino da língua.

O jovem José de Anchieta chegou ao Brasil em 1553, com 19 anos de idade. Humanista formado nos moldes renascentistas, dominava o latim clássico e o grego. Tomando contato com a "língua da terra", ou seja, o tupi, idioma falado pelos índios do Litoral brasileiro, desde a Amazônia até o sul do atual Estado de Santa Catarina, entusiasmou-se por aquele idioma que muitos reputavam "bárbaro", mas que possuía notável riqueza estrutural e vocabular, revelando encantos e potencialidades incríveis. Discerniu nele semelhanças com o grego clássico e declarou que era um idioma que se prestava muito a que nele fosse escrita uma linda literatura. Iniciou, ele próprio, a redação de peças teatrais e poesias em tupi. Também teorizou e gramaticalizou o idioma indígena, escrevendo uma obra que servia aos europeus, que para aqui vinham, a aprendê-lo. Servia também para ensinar os indiozinhos a ler e escrever na língua de seus pais.

A gramática que Anchieta compôs para o tupi era inteiramente decalcada da gramática latina. Os casos latinos, correspondentes às funções sintáticas das palavras nas orações - nominativo, genitivo, acusativo, dativo, ablativo e vocativo - eram aplicados ao tupi, uma língua que não era declinada, como o latim, mas tinha a curiosa tendência contrária, de colocar no início das palavras, e não no fim, as desinências. Feita essa pequena, mas importantíssima adaptação, tudo o mais se encaixava perfeitamente. E a gramática anchietana ainda hoje é usada por quem deseja aprender o tupi. As regras gramaticais, deduzidas e sistematizadas por Anchieta a partir da conversação com os índios, tornaram mais fácil e assimilável o estudo do idioma.

Essa mesma gramática era usada no ensino aos indiozinhos, que aprendiam a ler e escrever em tupi, em português e até em latim. Num século em que 75 % da população europeia era analfabeta, já aqui aos curumins se ensinava a ler e escrever em três idiomas!

Em arquivos holandeses foram encontradas cartas escritas em latim por caciques indígenas, durante o domínio holandês no Nordeste brasileiro. Eram cartas enviadas por tupis a índios tapuias de outros idiomas, conclamando-os a se unirem aos portugueses contra os holandeses, e tinham sido apreendidas por estes últimos. Como os chefes tupis e tapuias haviam sido alunos do Colégio dos jesuítas na Bahia, haviam aprendido o latim básico, que lhes servia de "língua diplomática" para se comunicarem entre si. Surpreendente, não acham?

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras e professor da Unisul. Também é Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da Histó

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 14:06
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CINTHYA NUNES - CHOVE CHUVA, CHOVE SEM PARAR

 

 

 

 

 

 

 

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            Creio que a maior parte das pessoas tenha acompanhado as notícias sobre as fortes e intensas chuvas dos últimos dias, sobretudo na região sudeste do país. Sobretudo na cidade de São Paulo houve dias de verdadeiro caos, com desabamentos, congestionamentos, alagamentos, perdas financeiras e, infelizmente, até mesmo mortes.

            Embora particularmente eu não seja atingida por nada disso, já que moro em uma área privilegiada nesse sentido e trabalho nas redondezas, limitei-me a ser uma triste expectadora dessa tragédia. Por outro lado, ocorrências como essas não chegam a ser exatamente inesperadas, não diante da forma como as pessoas tem tratado o meio ambiente, seja o natural ou o urbano.

            Por certo que há períodos nos quais as chuvas se intensificam e tem médias muito superiores às esperadas, mas se determinadas providências tivessem sido tomadas os estragos seriam bem menores. Especificamente na cidade de São Paulo esses problemas são apontados todos os anos, mas convenientemente esquecidos assim que as chuvas diminuem ou cessam.

            Muitas questões podem ser apontadas. Com a substituição dos paralelepípedos e com a quase total impermeabilização de ruas e calçadas, a água da chuva não encontra meios de ser absorvida pelo solo na proporção adequada. Sem cursos de rios para escorrer, acaba invadindo construções e destruindo a vida e os sonhos de muitas pessoas, essencialmente daqueles que vivem em áreas de risco.

            A deplorável situação dos rios que cortam a cidade, sobretudo os gigantes zumbis Pinheiros e Tietê há muito me causa profundo pesar. Qualquer um dotado de dois míseros neurônios é capaz de perceber que há algo de muito errado com esses cursos d’água. Outrora cheios de vida, hoje são depósito de morte, ao menos nos trechos que cortam a cidade. Neles se despeja esgoto não tratado, bem como toda espécie de lixo, doméstico e industrial. A quem queremos enganar quando fechamos os olhos ou tapamos o nariz diante de seu odor infecto?

            Construções irregulares à beira de represas e rios e morros também tem sua parte de culpa. Sejam favelas ou mansões. Políticos se aproveitam disso para angariar votos ou impostos e o meio ambiente que se lasque. As pessoas que fiquem sem água limpa e potável ou que morram quando tudo ruir. O que importa é o lucro imoral, esse mestre implacável de discípulos corruptos, escrotos e imbecis.

            Além de tudo isso, mas não menos importante há o lixo que as pessoas descartam pelas ruas impunemente, como se fossem sem importância. Tudo entope bocas de lobo e deságua nos rios, em um ciclo de desrespeito e descaso. Bitucas de cigarro, latas, garrafas, plástico, papel, tudo que cretinos preguiçosos e boçais se recusam a jogar no local adequado.

            Por mais que eu deposite nesse texto toda minha indignação, minha raiva, que busque pelas palavras que melhor possam expressar como me sinto, sei que isso de nada vale. São só palavras em um jornal que logo irá embrulhar ou forrar alguma coisa. Mas essa é minha forma de lamentar o que não consigo mudar, exceto fazendo a minha parte, ainda que seja não jogando lixo por aí e até mesmo retirando aquele jogado por terceiros.

            E no fim das contas, depois de toda chuva, o sol já volta a brilhar. Azar de quem se deu mal, pois vem chegando o Carnaval. Deixemos, uma vez mais, que São Pedro pague essa fatura, mais uma nesse país em que ninguém é culpado de seus próprios crimes.

 

 

 

CINTHYA NUNES , é jornalista, advogada, professora universitária e uma inconformada cinthyanvs@gmail.com

 

 

 



publicado por Luso-brasileiro às 13:59
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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - UMA VIDA INSERIDA NA OUTRA

 

 

 

 

 

 

 

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O Padre Márcio Felipe, Cura desta Catedral, um Sacerdote de compromisso com a Oração – intimidade com Deus - e da firmeza, tem me ajudado muito a inserir o pulsar do Coração de Cristo nas batidas do meu, repleto de quedas e recaídas.
Disse-lhe, em nossa última conversa, sobre meus tropeços e passos sem rumo ao meu sangue “ferver” sem controle. Sangue que ferve pode obstruir o chamado a ser da misericórdia. Sangue que ferve pode se tornar gangrena e matar o tecido do amor.
Ofereceu-me, Padre Márcio Felipe, o Evangelho de Marcos (5, 21 – 43), com cura e ressurreição: a da mulher que sofria de hemorragia, gastara tudo que possuía e, em lugar de melhora, piorava e da filha de Jairo, um dos chefes da sinagoga.
Tenho refletido sobre o que pode estancar o sangue em fervura e me impedir de ser portadora de necroses.
A doença da mulher a atingia em sua intimidade e o sangue, que deveria ser sinal de vida, se tornara sinal de morte e provocava repugnância.  Era uma mulher em estado de desconforto e impureza, de acordo com o Livro de Levítico. Desejava curar-se. Um impulso irresistível a levou às proximidades com Jesus e Ele permitiu. É a fé que salva.  Na humildade em se sentir indigna, tocou delicadamente a orla do manto do Senhor, abeirou-se com fé de alma e percebeu que fora curada. A respeito desse acontecimento, Santo Agostinho comenta: “Ela toca, a multidão oprime. Que significa tocou, senão que creu?”
O “sangue em fervura”, nas entranhas de meu ser, gera morte e me torna impura diante do Altar em que me dobro perante o Céu.  O “sangue em fervura” coloca o meu eu em lugar de Deus e me impede de enxergar o outro como filho do mesmo Pai. Padre Fernando Armellini em seu livro “Celebrando a Palavra” – Editora Ave Maria – escreve: “Se a proximidade com Cristo não produz em nós mudanças radicais, quer dizer que somos multidão: esprememo-nos perto dEle sem nunca tocá-lo com fé”.
Compreendo: é possível, hoje também, tocar a orla do manto do Senhor para aplacar as fúrias de meu sangue em ebulição, mesmo no desagrado, pois como escreveu em “História de uma alma” (155), Santa Teresinha: “Minha alma estava imersa na amargura, mas também na paz, pois só buscava a vontade do Bom Deus”.
No mesmo texto do Evangelho, a palavra do Senhor a Jairo, quando lhe informam que a filha morrera: “Não tenhas medo. Basta ter fé”.
 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 


 



publicado por Luso-brasileiro às 13:04
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