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Quinta-feira, 24 de Junho de 2021
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - DIA RENOVAÇÃO ESPIRITUAL, DATA PARA AGRADECERMOS A DEUS PELA NOSSA EXISTÊNCIA

 

 

 

 

 

 

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São tantas as datas festivas desse mês e uma das mais importantes é a de 28 de junho, o Dia da Renovação Espiritual, comemorado em nosso país há alguns anos e que ganha cada vez mais, caráter ecumênico. Já se disse que em tempos de fortes mudanças sociais e espirituais esta celebração se torna um princípio simbólico para inserirmos mais um hábito positivo em nosso cotidiano.

Foi criada para louvarmos a vida e agradecer a Deus pela nossa existência, trabalho e dedicação ao próximo. Seu principal objetivo é que  todos, independente de crença ou religião, se conectem com energias e conceitos positivos e edificantes para as suas almas. Incentiva-nos ainda ao culto de familiares e amigos, que estão sempre ao nosso lado dando força para seguirmos em frente, em nossa jornada terrena, nem sempre muito fácil.

Desperta para uma reflexão sobre o que é realmente importante: será que estamos usando nosso tempo da melhor maneira possível? Devemos lembrar que o apego exclusivo as coisas materiais é um sinal notório de inferioridade, porque quanto mais o homem se prende aos bens do mundo, menos compreende sua destinação. Esquecemo-nos muitas vezes de que deste mundo nada se leva, a não ser bons momentos com aqueles que nos rodeiam e os atos de carinho, amor, afeto e respeito praticados em nossa convivência. Não se pode ter guia mais seguro do que tomar como medida do que se deve fazer aos outros, o que se deseja para si mesmo. Convida ainda a buscarmos uma renovação de nossa consciência, abrirmos nossas mentes e positivarmos nossos sentimentos.

Mais do que nunca precisamos entender que independentemente do que acreditamos e seguimos, somos todos iguais, compreendendo que o respeito e o amor são as bases para uma convivência social pacífica e ideal. Por outro lado, a vida é bem mais que “coisas”. Temos que tentar levá-la com espiritualidade relativa, para que os bens materiais não deixem de lado os preceitos e princípios reais. O famoso poeta português Fernando Pessoa, já dizia: “Sinto-me nascido a cada momento / para a eterna novidade do mundo”.

Precisamos entender que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio “eu”, pois a grandeza humana não consiste apenas em ter sabedoria e sim em sabermos usá-la. Ter fé em Deus e aceitar os percalços da vida tornam as dificuldades mais suportáveis. Ele nos concedeu a oportunidade de nos renovarmos todos os dias. Que tal começarmos imediatamente? Quem sabe assim não alcançaremos a verdadeira felicidade.

 

A VITÓRIA DA VIDA

 

A vida humana é sempre um dom gratuito para quem a possui e cada pessoa é um dom valioso para a humanidade, não obstante a variedade de suas condições sociais, de idade ou de saúde. A situação de nossos dias propõe que lutemos contra as injustiças, as discriminações, a pobreza e a agressividade, tentando consolidar a dignidade humana, e consequentemente, a paz social.

De nada adianta protegermos a vida, inclusive por preceito constitucional, se não a dignificarmos. O nosso desafio é buscar esta conciliação, manifestamente difícil num país como o Brasil, mas não impossível. Para tanto, devemos contribuir com princípios éticos que reafirmem a primazia do indivíduo sobre o materialismo e as questões meramente econômicas, buscando os reais valores no plano da justiça social e distribuição de renda. Quando colocarmos o cidadão no caminho de realizações sólidas, na linha da fraternidade e o respeitarmos absolutamente como pessoa, poderemos finalmente propagar a vitória da existência humana.

 

     SÃO PEDRO E SÃO PAULO

 

A Igreja Católica comemora a 29 de junho, o Dia de São Pedro e São Paulo, dois dos mais importantes seguidores de Jesus Cristo. O primeiro foi um dos doze apóstolos escolhidos, sendo considerado o primeiro papa, razão pela qual nessa data, também se celebra o “Dia do Papa”. A sua festa encerra o ciclo das celebrações juninas, tão tradicionais em nosso país. São Paulo, de perseguidor, transformou-se num dos principais pregadores da fé cristã. Ambos fizeram ressoar a mensagem do Evangelho no mundo inteiro.

 

             BREVE REFLEXÃO

 

“Muitas vezes estamos tão mal acostumados que não percebemos a importância de quem está conosco, e esquecemos que a vida não é eterna” (Hideki Anagusko)

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉMARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academais Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - CULTURA OU FALTA DE CULTURA

 

 

 

 

 

 

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Na Antiguidade não havia complacência com os que nasciam com defeitos físicos e mesmo em relação aos doentes. Em muitas culturas - se é que se pode usar adequadamente a palavra cultura para tão triste realidade - os que nasciam com defeitos físicos eram sumariamente eliminados. Em Esparta, por exemplo, os recém-nascidos que não parecessem aptos a serem futuros guerreiros eram lançados do alto de um penhasco; entre índios de algumas tribos brasileiras, eram mortos pelas próprias mães, e às vezes devorados por elas; na Roma Antiga, os doentes cujas enfermidades pareciam conduzir à morte nem sequer recebiam tratamento, mas eram abandonados à própria sorte.

A misericórdia, a compaixão, a caridade, eram coisas desconhecidas entre os pagãos. Até mesmo os filósofos estoicos, que apresentam tantos aspectos de elevação moral, professavam ideias que, aos nossos olhos, não podem deixar de parecer uma profunda crueldade.

"Marco Aurélio, imperador filósofo, que passa por um dos mais atilados do paganismo, afirma com sinceridade que o apiedar-se dos desgraçados e o chorar com os que choram, é um sinal de fraqueza. E Sêneca diz que a misericórdia é um vício do coração; e as pessoas honradas devem evitá-la: `Misericordia animi vitium est; boni misericordiam vitabunt. O homem prudente não tem misericórdia, diz ele ainda: `homo sapiens non miseretur. Eis, segundo Cícero, alguns preceitos do estoicismo: só os tontos ou os néscios é que são compassivos; o homem verdadeiramente homem nunca se deixa comover nem dobrar; dar ouvidos à compaixão, é um crime e uma maldade. (...) Numa sociedade, em que universalmente se ensinavam tais máximas, está claro que os miseráveis e os desgraçados não só não excitavam a comiseração pública, senão que, pelo contrário, só causavam desprezo, aversão e horror. `Dar de comer e de beber a um pobre, diz Plauto, é uma dupla loucura: para si, porque é perder o que se tem; e para ele, porque é prolongar a sua miséria. `O pobre, afirma Epiteto, está abandonado como um poço inútil, vazio, infecto, que a vista contempla com nojo. Em Atenas e no Egito um homem que não tinha pão e que o ia pedir, era pela lei condenado à morte.". (DEVIVIER S.J., W. Apologetica Christã. São Paulo: Companhia Melhoramentos de S. Paulo, 3a. edição, 1925, p. 454).

No mundo pagão, era completamente desconhecida a instituição do hospital, ou seja, um local para serem recolhidos e tratados os doentes, a fim de serem curados, se a recuperação fosse possível, e de sofrerem o menos possível, caso sua enfermidade fosse incurável. Havia médicos, que eram consultados para alívio e cura dos doentes, mas quando uma doença se reputava incurável, o doente, mesmo sendo rico, era abandonado para morrer depressa. O primeiro hospital, propriamente dito, de que se tem conhecimento em todo o Ocidente, foi fundado por volta do ano 390 por Santa Fabíola, dama nobre romana que doou boa parte de seu patrimônio para que na praia de Ostia, perto de Roma, fosse fundado um grande estabelecimento, em que pudessem ser acolhidos gratuitamente pobres enfermos. Mais ou menos simultaneamente outros dois hospitais foram fundados por cristãos no Oriente, um na Capadócia, por sugestão de São Basílio de Cesareia, e outro em Edessa, fundado por Santo Efrém.

Na Europa Cristã, os deficientes físicos eram tratados em estabelecimentos religiosos apropriados que, com os limitados recursos da época, ministravam os cuidados aos que deles necessitavam. Atualmente, com recursos muito mais fáceis e acessíveis, a tendência é incorporá-los à vida normal, aparelhando as instituições com todo o necessário para que possam comodamente exercer as mesmas atividades que as demais pessoas.

Cada vez mais as legislações dos diversos países estabelecem normas no sentido de considerar dever do Estado assegurar, a esses deficientes, as mesmas prerrogativas de que gozam os outros cidadãos.

Infelizmente, ainda está profundamente entranhada, na nossa cultura - ou melhor, na nossa falta de cultura... - a ideia de que os deficientes são criaturas irremediavelmente inferiores e, para o bem delas mesmas, mais vale a pena serem afastadas do convívio comum dos seres humanos. Na verdade, os deficientes devem se valorizar, devem desenvolver sua autoestima e se conscientizarem que não são inferiores, mas são apenas diferentes e podem desenvolver plenamente suas potencialidades.

Em países que tiveram guerras prolongadas, geralmente morreu muita gente e muita gente ficou aleijada. Nesses países, mais facilmente se admitia que postos de trabalho fossem ocupados por mutilados de guerra. Vi em Portugal muitos mutilados da guerra na África - negros e brancos - trabalhando normalmente em repartições públicas, movendo-se com naturalidade em cadeiras de rodas ou apoiados em muletas. Alguns não tinham um braço, outros haviam perdido uma perna ou até mesmo as duas. E trabalhavam. Lá, toda a gente achava isso normal. Aqui no Brasil, porém, há casos de aposentados "por invalidez" porque perderam o dedo menor de uma das mãos!

 

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -  é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.



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CINTHYA NUNES - DEZ POR CENTO

 

 

 

 

 

 

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            Após diversos adiamentos chegou enfim a data tão esperada. O primeiro ônibus espacial de turismo com destino à Lua partiria em poucas horas. Sem dúvida um marco histórico e com ampla cobertura internacional. Havia semanas não se falava sobre outro assunto e, sendo uma das viajantes, eu estava ansiosa, sem dormir há várias noites.

            No total seríamos em cinquenta passageiros, além de cinco tripulantes. Por conta da Lei internacional de Igualdades aprovada no ano de 2.040, depois do efetivo controle da pandemia mundial causada pela Covid-26, deveria haver um número igual de passageiros por continente e a reserva de 10% dos lugares a pessoas sem recursos financeiros, sorteados entre a população de países menos desenvolvidos.

            Do Brasil, portanto, éramos em dois. Lupie Borges, herdeiro de uma das maiores fortunas brasileiras, celebridade das redes sociais hífen-sexuais de realidade aumentada e eu, moradora da comunidade do Pirapaque, vendedora virtual de acessórios de ginástica mental, divorciada e mãe de dois filhos adolescentes.

            Sendo honesta, até duas horas antes da partida eu sequer tinha certeza se iria mesmo. Não fazia ideia da bagagem adequada para Lua, qual roupa deveria usar lá, essas coisas. Como gastaria meu tempo durante a estadia de quinze dias? Ir à Lua nem tinha sido ideia minha. Soralice, a doida da minha filha tinha me inscrito no concurso, de olho no 2º prêmio, um carro solar.

            O problema eram as regras: Soralice não as lera.  Eram rígidas e o vencedor não podia desistir do prêmio, sob pena de pagar uma multa equivalente a cinco anos do meu trabalho. Gostando ou não, eu iria ao espaço.  Passei por duas semanas de treinamento e tomei uns vinte tipos diferentes de vacinas.

            No embarque conheci os outros passageiros, a maioria trilionária e falando línguas totalmente desconhecidas para mim. Nem chegamos perto dos ricaços, no entanto. Hologramas iam reprisando as instruções em caso de emergência. Em caso de abertura de uma das portas, deveríamos colocar os capacetes, encontrados embaixo de nossos assentos.

            Após as portas fechadas, o pessoal do dinheiro foi acomodado em confortáveis assentos e os pobres foram levados a outro setor, sem luxo ou glamour. Percebi que na nossa sessão nem havia visores para apreciarmos a paisagem celeste. O lugar era apertado, abafado e durante a viagem de cinquenta e oito horas não poderíamos sair dali. A tal Lei das Igualdades aparentemente não se aplicava ao espaço.

            Tão logo minha vizinha de cadeira abriu um recipiente de comida, clandestinamente trazido no turbante, o cheiro de repolho com linguiça empesteou o lugar. Senti as porções de alimento compactado servido a bordo, querendo sair pela minha garganta. Por sorte nossos celulares começaram a receber sinal de Wi Fi ao deixamos a órbita terrestre. Ao menos eu poderia ter notícias da Terra e lá de casa.

            Abro a primeira mensagem: era de Soralice. Queria aproveitar e me contar sobre sua inesperada e não planejada gravidez. Ah, todos os viajantes teriam acesso ao 10G ilimitado durante a estadia na Lua, escreveu-me ela, mas eu havia me esquecido de levar o carregador. Restavam apenas 10% de bateria de discussão virtual com minha filha. Gravidez? Como assim? Quando eu voltasse da Lua ela ia ver só!

 

 

CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e não se esquecerá de levar o celular em sua primeira viagem à Lua – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - DE OLHOS NUS

 

 

 

 

 

 

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Embora não lhe faltem risos e sorrisos, seus olhos têm passado com hematomas. Em Irecê – Bahia, onde nasceu, o cunhado brigou no bar, não faz tantos anos, e o desafeto foi até a casa dele. Colocou como escudo a esposa grávida de oito meses. O chumbo atingiu a cabeça da bebê. Morreram as duas. Irecê, nome indígena, significa ‘pela água, à tona d’água, à mercê da corrente.”  À mercê da corrente talvez fosse profecia para sua história.
Quando criança, moldava peças de barro para brincar de casinha. Divertia-se também com o jogo “pega-bandeira”. Mas tudo isso por um tempo reduzido, pois foi com a família para a roça: capinar e colher feijão. Ganhavam pouco e para acrescentar havia a seca.
Estudou até a terceira série. Saiu para ajudar na casa, com o valor que ganhava, transportando cestas na cabeça para as famílias que faziam compras na feira.
Acabo de ler o romance “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior, nascido em Salvador, que fala sobre os descendentes de escravizados africanos. Destaca o sofrimento dos trabalhadores rurais. Do livro: “A luta era desigual e o preço foi carregar a derrota dos sonhos, muitas vezes”. Assim como a história dela.
         Sua lembrança mais bonita, daquela época, é a da Igreja em que não abria a mão de ir com a mãe, atual Catedral do Bom Pastor. O padroeiro da cidade é São Domingos de Gusmão (1170-1221), do desapego material e de preocupação com os doentes e pobres.
Casou-se aos 20 anos e foram para Luiz Eduardo Magalhães – LEM. Conhecida por Branca, 46 anos, cinco filhos, um que partiu. O município é um dos maiores produtores de soja, de algodão e milho do Estado, por isso muitas pessoas migraram para lá. Ainda da Bahia, um momento forte em Barreiras, onde havia o hospital mais próximo -a 90 km - e se dirigiu para ter o bebê. O carro quebrou na estrada, pediram auxílio a um desconhecido que passou. Lá, o aperto no corpo deu lugar ao choro da criança.
Do primeiro casamento carrega feridas –não cicatrizadas - que saíram do corpo, mas permanecem na alma. Na cabeça, há o sinal do dia que o sangue escorreu sem socorro pelos cabelos, porque a trancou no quarto. No dia seguinte, o médico disse que não era mais possível dar pontos, pelas horas passadas, e fez um curativo. Recorda-se com dor de que, após a bala, que a inclinação do pescoço desviou, precisou fugir. Viajou em prantos, pelos filhos que permaneceram, para Taguatinga DF, onde morava uma parente. Como levá-los se dependeria de carona na estrada? O pai deles, com sua violência e mente pervertida, a quebrara por dentro.  Retornou, mais tarde, à casa materna e foi de lá que se fez das tentativas de recuperar as crianças.
Voltou a LEM na Missa de 7º. dia de um dos filhos, para colocar a cruz no jazigo, como é costume. Ele seguira as pegadas do pai, sem noção entre o lícito e o ilícito, o equilíbrio e a fúria. Não conseguiu olhar para o pai dele, que tanto pesara em seu corpo.
Para Jundiaí veio com o atual companheiro, que para ela é carismático. Dentre seus valores, está o de abrigar muito bem todos os seus filhos.
Duas coisas lhe fazem muito bem na Casa da Fonte, onde é voluntária: o filho mais novo, meio sem rumo na adolescência, fez o curso de corte de cabelo masculino e abriu um salãozinho no bairro. E foi no espaço, no convívio com as pessoas, que trabalhou a dor do outro filho que o extravio levou. “A Casa é uma espécie de mãe amorosa e acolhedora – diz ela - com as pessoas que mais necessitam e há amizade. Trabalhar nos kits com alimentos e outros itens, ajuda as pessoas que precisam.” E ela sabe bem.
Gosta muito de música, principalmente de forró de “Os Barões de Pisadinha” e de Zezé Di Camargo & Luciano.  Do segundo, sabe inteira a canção: “No dia em que eu saí de casa/ Minha mãe me disse: filho vem cá/ Passou a mão em meus cabelos/ Olhou em meus olhos e começou a falar. / Por onde você for eu sigo/ Com meu pensamento sempre onde estiver/ Em minhas orações eu vou pedir a Deus/ Que ilumine os passos seus. (...) E o olhar da minha mãe na porta/ Eu deixei chorando a me abençoar...” É isso.

 

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil



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ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - 4ª.Série 6ª.. A CIVILIDADE

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

Civilidade é o conjunto de formalidades adoptadas pelos cidadãos entre si para demonstrar consideração e respeito mútuo, boas maneiras e urbanidade. Tem como sinónimos: educação, cortesia, gentileza e polidez.

No passado era muito comum ouvir elogios destinados às pessoas reconhecidamente civilizadas, qualidade que define homens e mulheres comprometidos com a conduta ilibada e honesta, dedicados ao exercício da cidadania de forma admirável. Importante sublinhar: ser civilizado não é apenas dominar o conjunto de formalidades e etiquetas exigidas em certos ambientes. Trata-se de, orientar a própria conduta a partir de parâmetros humanitários cultivados na consciência humana.

 

Parece estar  cada vez mais distante o tempo em que se investia em civilidade e urbanidade. Era comum. nos lares ouvir os pais corrigirem seus filhos, valendo-se de expressões com tons de advertência: “cria modos”, “ tenha  compostura”. De modo semelhante as escolas, instituições religiosas e culturais costumavam investir em processos  formativos para que os alunos aprendessem as normas da boa convivência.

Com o passar dos anos, esses necessários requisitos foram perdendo a importância, comprometendo os princípios de urbanidade que poderiam garantir processos relacionais  qualificados e imprescindíveis para a civilidade. .Não há dúvidas de que a qualidade na dimensão relacional de um povo é determinante para o bem ou para o mal,

Dinâmicas sociais. Por isso é importante reconhecer, investir em civilidade real e urgente.Pode parecer que esse investimento seja supérfluo ou esteja em contramão no mundo pós-moderno. Afinal, vive-se num tempo em que as subjectividades reivindicam absoluta autonomia. Um contexto que leva à consideração de que tudo aquilo que não corresponde aos interesses individuais imediatos é indevido e, consequentemente, inaceitável. Com isso, cada pessoa orienta seu comportamento observando apenas as suas ambições, desconsiderando a vida dos outros. O abandono  do necessário processo de aprendizagem das posturas que garantem civilidade contribui para que haja um terrível primado do subjectivismo. Consequentemente, cada pessoa passa a considerar-se como norma e referência absolutas.A possibilidade de “cada cabeça” estar livre para proferir “sentenças” contribui para alimentar uma perversa anomia. Com a falta de regras e normas, cada um passa a fazer o que quer e como bem entende, sem obediência e reverência a parâmetros inegociáveis. Caminho livre para que a arbitrariedade se instale e alimente violências, descasos, subestimando, assim, a sacralidade da vida. Não cultivar a reverência às posturas que garantam a civilidade compromete o respeito, a percepção das diferenças, a  competência para valorizar aquilo que realmente conta e sustenta o equilíbrio da vida em sua complexidade. Esse mal atinge a todos, desencadeando descompassos no âmbito da cultura. Alimenta prejuízos que incidem na economia, no tecido social e no conjunto dos hábitos e das vivências que definem o jeito de ser um povo.

 

Diante da  hegemonia da lógica do mercado, com suas dinâmicas que pesam principalmente sobre o ombro dos mais pobres, torna-se mais fácil perceber e considerar a influência determinante da civilidade, que abrange desde as pequenas atitudes aos gestos mais significativos, capazes de configurar, no dia a dia, avanços rumo a uma  sociedade mais solitária e justa.No entanto, sem investir na civilidade, todos continuarão a conviver com situações problemáticas, a exemplo da frequente incapacidade para respeitar o bem comum, das tendências ao desperdício e à depredação. Não se pode deixar de constatar de certos estilos de vida social -com suas práticas, privilégios, gastos excessivos e desnecessários- alimentam um imaginário que está longe daquilo que constitui a dignidade humana. Também é sintomática a insensibilidade diante de um dever, que é de todos: contribuir para o cuidado social e o amparo aos mais pobres, a partir do apoio a projectos que tornem a sociedade um lugar melhor para se viver, marcado por valores alicerçados no amor e no respeito à vida.

 

A civilidade não e uma questão de educação, mas sim de proporcionalidade; não é uma virtude  de moderação. Esta proporcionalidade não é uma previsão privada. O protesto, de várias maneiras, tem sido uma expressão legítima nas sociedades civis, inclusive protestos ilegais, especialmente em sociedades onde a s leis servem mais à censura do que à promoção do bem comum das sociedades.

A civilidade está ao serviço da  promoção de um discurso que visa o bem comum.  Como uma virtude, ela requer uma expressão de boa vontade entre todos os cidadãos, que se expressa não apenas em posições de respeito e tolerância, mas também na devida diligência para verdadeiramente expressar as posições reais da própria contrapapartida. Mas essa boa vontade deve propor o seu argumento de uma forma prudente e, portanto, proporcional, de maneira a promover o bem comum.

 

Falta de civilidade. A falta de civilidade  é muitas vezes definida como um conjunto de comportamentos rudes ou desrespeitosos que vão contra as normas do respeito mútuo.          

Nos últimos anos, estes comportamentos estão a difundir-se cada vez mais e estão a prejudicar silenciosamente muitas organizações e  as pessoas que nelas trabalham. Infelizmente, como os gestores estão preocupados com as principais formas de violência física e agressão  psicológica, tendem a subestimar formas subtis de tratamento interpessoal indevido. Contudo os comportamentos que demonstram desprezo pelos outros, incluindo dar respostas duras, fazer expressões faciais negativas, ou ignorar alguém podem ocorrer com maior incidência do que a violência física.

A investigação na área  da gestão e da psicologia classifica muitos destes comportamentos desviantes da baixa intensidade como incivilidade no trabalho. Embora seja mais subtil do que a  violência física ou a agressão psicológica, as suas consequências não nada subtis. As implicações da  incivilidade incluem baixa  satisfação no emprego, stresse psicológico e diminuição de saúde física do colaborador. Mas talvez a consequência mais nociva da falta de civilidade nas organizações seja a  saída de colaboradores. Para evitar, as organizações podem implementar duas estratégias diferentes antes ou depois de  haver um aumento de  incivilidade. Durante o processo de contratação, os gestores podem realizar uma na+alise do pessoal para avaliar as predisposições dos colaboradores para se envolverem, em actos de incivilidade, Depois da ocorrência e aumento de incivilidade, os gestores podem aplicar uma política de “tolerância zero” para   abuso de tratamento no local

 

 

 

ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES   -   Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira.  -    Email   goncalves.simoes@sapo.pt



publicado por Luso-brasileiro às 13:51
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JORGE VICENTE - S. JOÃO

 

 

 

 

 

 

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JORGE VICENTE    -   Fribourgo, Suiça



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PÉRICLES CAPANEMA - A ATUALISSIMA DEFESA DO INTERIOR BRASILEIRO

 

 

 

 

 

 

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Realidades novas. Cada vez mais as cidades médias e grandes atraem o morador do campo e dos núcleos pequenos, que para elas migram em busca de emprego, educação, lazer, segurança. Fenômeno antigo, irrefreável e natural, vai de forma crescente configurando o País que deixa de ser em boa parte rural e passa a ser predominantemente urbano. As questões de natureza urbana se tornam assim, pela força das coisas, mais relevantes que as rurais.

 

Estou sendo parcial, sei. Conserto agora. Hoje, no “hinterland” de Pindorama há grandes centros urbanos, que rivalizam na oferta de serviços com São Paulo e Rio de Janeiro. E pululam ali as cidades de porte médio, pujantes e de população bem atendida no geral. Em tais aglomerações urbanas há ambientes, na vida profissional, acadêmica e social, parecidos com os melhores dos grandes centros. Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Ribeirão Preto, tantas outras, não são consideradas cidades do interior. Desse modo, a diferença entre interior e capital desbotou-se, já não é enorme e tão cortante a diferença entre grandes centros do litoral (ou próximo dele) e o vasto Brasil, majoritário em extensão e talvez em população, anônimo e insuficientemente valorizado. Interior de alguma maneira se tornou realidade psicológica. Só a geografia não é mais suficiente: é ainda do interior quem se julga do interior, ou assim é tido pelos conhecidos.

 

Interior e capital. Não importa, ainda está viva e em parte é ferida aberta; precisa ser fechada, quanto antes melhor, a divisão entre interior e grandes capitais. Em boa medida, o interior, aqui realidade fundamentalmente geográfica, continua mal atendido e desamparado. A distância desarrazoada entre os recursos do interior e os das grandes capitais (mesmo as localizadas fora da orla marítima) dificulta a paz social, a harmonia interna e o desenvolvimento.

 

Nacionalidade ameaçada. Pugnar pelo interior é lutar pela sanidade das raízes do antiga Terra de Vera Cruz e pela preservação da nacionalidade no que tem de melhor. Perenizar o Brasil da bota, da bora de milho, do trator, da cidade pequena do convívio sossegado, do valor da palavra dada e das amizades que atravessam gerações. Muito do que o povo produziu de melhor, no terreno das relações humanas, ainda sobrevive, com dificuldades infelizmente, em pequenos burgos do interior, embora já moribundo nos grandes centros urbanos. E, de ricocheteio, o fortalecimento do interior promoverá a agricultura e o agronegócio, fundamentais para a saúde da nação. Do mesmo modo, da indústria e dos serviços vicejando pelo interior do país. Representa causa de valor inestimável, tem laços fortes com as forças mais vivas e benéficas do Brasil, o mais citadino dos nacionais deveria assumi-la.

 

Combate ao depauperamento. Por que, como que de repente, abarrotaram-me o espírito tais considerações? Borbotou a ocasião adequada para se manifestar o que sempre este no espírito, latente e pulsando. Passava os olhos por artigos já amarelecidos pelo tempo (início dos anos 40, oitenta anos atrás) do professor Plinio Corrêa de Oliveira. Um me chamou especialmente a atenção pelo título: “Carro adiante dos bois” (Legionário, 5.10.1941). Huhm. Qual carro? Quais bois? Curioso, mergulhei no texto, logo percebi luminosa defesa do Brasil interiorano. Era, à vera, brado em favor de suas populações desassistidas. A propósito, o autor não estava levando água para o próprio moinho. Plinio Corrêa de Oliveira nasceu em São Paulo, sempre viveu em São Paulo, e seus pais nunca tiveram propriedades no interior. Era tão-só propugnar o justo; mais amplamente, zelo pelo Brasil. Logo no começo um brado (sei, muita coisa mudou de lá até cá, mas os ecos daquele clamor ecoam hoje como advertência salutar. Reclama do “estado miserável em que vive a maior parte das populações do interior do País”. Observa que o “depauperamento” “corrói as forças vitais da nacionalidade, prejudica e deixa instáveis “as manifestações de cultura e de civilização”. Observa ainda que a exploração agrícola se dá em ambiente de “devastação e miséria”.

 

O carro, as grandes cidades.  Toca então no ponto mais relevante do artigo: a aplicação dos impostos. Reclama, a maior parte dos impostos vem sendo gasta nas capitais, deixando o interior desassistido. Parte de tais recursos, certamente a maior, deveria ser aplicada no interior para melhorá-lo e assim ajudar as populações lá residentes a crescer na vida. Verbera: “As rendas estaduais são gastas quase exclusivamente nas capitais dos Estados, o mesmo acontecendo em relação às rendas federais que são gastas numa proporção esmagadora na capital da República”. Para que isso?, pergunta o articulista.  E responde: “Só para manter uma alta civilização artificial em alguns poucos centros urbanos, enquanto o conjunto do organismo nacional se debilita”.

 

Os bois, o interior. E conclui: “Enquanto tal mentalidade não mudar, nada poderemos fazer de definitivo. Só quando os nossos centros urbanos deixarem de ser parasitas da nacionalidade, para se tornaram expressões autênticas da vitalidade nacional, só aí entraremos no bom caminho da administração pública”. O carro está adiante dos bois ainda em nossos dias. Não se grita hoje País afora; “Menos Brasília, mais Brasil”, increpando com indignação um reflexo de tal deformação? O normal, os bois, a tração, à frente; o carro vem atrás, tracionado; primeiro, o interior. Mudar a ordem natural traz retrocesso, nele estamos há décadas. Continua urgente o brado já de oito décadas de Plinio Corrêa de Oliveira. É dever patriótico a defesa dos direitos do interior brasileiro.

 

 

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"



publicado por Luso-brasileiro às 12:05
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ALEXANDRE ZABOT - A EVOLUÇÃO NA QUIMICA E NA GEOLOGIA ( PARTE V))

 

 

 

 

 

Alexandre Zabot

 

 

 

 

 

Nos artigos anteriores da série sobre Evolução falei que o conceito de evolução não é exclusivo e nem mesmo nasceu com a Biologia. Antoine Lavoisier, considerado o pai da química moderna, enunciou o princípio da conservação da matéria: “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, que pode ser compreendido como uma ideia de evolução dentro da química.

Cientistas famosos como Santo Alberto Magno (padroeiro dos cientistas), Isaac Newton, Robert Boyle, e muitos outros estudaram a chamada Alquimia, considerada a precursora da Química. Por meio de experimentos e estudo de símbolos eles procuravam receitas, práticas ou mágicas, para mudar um elemento em outro. Não havia um muro claro entre a magia e a ciência, porque o Método Científico é algo mais recente. O importante é que acreditavam ser possível explicar o universo a partir de transformações e transmutações de um elemento em outro. Ou seja, começavam a lançar luzes na direção de falar em evolução química.

A grande busca dos alquimitas era a Pedra Filosofal. Com ela seria possível transformar qualquer metal vulgar em ouro e também produzir o Elixir da Vida, uma substância capaz de nos tornar imortais. Naturalmente, nunca encontraram a tal Pedra Filosofal, mas os esforços não foram em vão, pois acumularam muito conhecimento sobre as substâncias e foram capazes de criar leis que descreviam o que acontecia quando se misturava uma substância com a outra.

Depois de muitos séculos de pesquisa, chegou-se a uma visão muito ampla sobre a composição química dos seres inanimados (rochas, gases, líquidos, etc) e dos seres vivos. Com a transformação gradual da Alquimia na Química, foi sendo elaborada uma longa lista de reações químicas possíveis e seus produtos, bem como explicações importantes sobre como uma substância pode ser formar na natureza e qual o papel dela para o equilíbrio do planeta e para a vida.

Há uma relação muito íntima entre o que acontece quimicamente com nosso planeta e as condições para surgir e manter vida. A compreensão dos mecanismos da vida, surgimento e evolução, exige uma intersecção entre a Química, a Geologia e a Biologia. Vejamos isso contando de modo simplificado como o planeta Terra propiciu o surgimento e a evolução dos seres vivos.

Acredita-se que a vida apareceu na Terra por volta de 4 bilhões de anos atrás. Aparentemente, o surgimento foi bem limitado no tempo e no espaço, pois todas as formas de vida conhecidas compartilham de alguns elementes básicos comuns, como a composição química básica e a estrutura genética elementar. Nossos organismos são construídos e controlados em boa parte por elementos químicos chamados de proteínas. As proteínas, por sua vez, são constituídas pelos chamados aminoácidos. Foram identificados mais de 500 aminoácidos diferentes, entretanto, somente 23 fazem parte da constituição das proteínas dos organismos vivos.

O interessante sobre os aminoácidos é que eles podem se formar livremente na natureza e até se agruparem, formando proteínas. Provavelmente foi assim que surgiram os primeiros elementos complexos que seriam depois usados para formar os seres vivos. Mas essa formação só foi possível porque todo o oxigênio da Terra estava ligado nos minerais do solo, como o ferro e o silício. O oxigênio é um elemento muito reativo, e destroi facilmente os aminoácidos. Preso nos minerais, não podia destruir os frágeis aminoácidos que se formavam.

Portanto, sabemos que os primeiros seres vivos geravam energia por meio de fermentação, como os fungos do fermento biológico que usamos para fazer pão: eles se alimentam do açúcar da farinha, gerando gás carbônico como subproduto que faz aparecer as bolhas no meio da massa. Claro que não havia farinha há bilhões de anos atrás! Mas era possível realizar fermentação com outros mecanismos. Depois deles, surgiram seres que usavam a luz do Sol para fazer fotossíntese, como as plantas de hoje. Estes seres consumem o gás carbônico do ar (ou da água, se forem algas) e liberam oxigênio. A atmosfera e as águas tornaram-se ricas em oxigênio, que se não fosse pela ação dos seres fotosintetizadores, estaria ligado aos minerais, e não livre.

O fascinante dessa história é que em seguida surgiram outros seres vivos, que consumiam o oxigênio na sua respiração para usá-lo nas reações químicas que geram energia. Seres como nós, que respiram oxigênio e liberam gás carbônico. Estes seres são capazes de gerar muito mais energia, porque a reação com o gás oxigênio permite armazenar e liberar grandes quantidades de energia. Assim, como muita energia disponível, foi possível que os seres vivos se tornassem grandes, se locomovessem por longas distâncias e com velocidade.

Portanto, no início do nosso planeta, não havia oxigênio na atmosfera e nas águas, o que permitiu que as reações químicas delicadas com aminoácidos formassem os primeiros seres vivos. Passados milhares de anos, porém, a vida enriqueceu a atmosfera e as águas com oxigênio, permitindo o surgimento e a evolução dos grandes animais, até mesmo o homem.

Todos esses mecanismos parecem incrivelmente conectados e eles dependem de muitíssimas variáveis, como um planeta com atmosfera apropriada, água em abundância, temperatura estável e adequada, além de muitos outros fatores. Analisando tudo isso e relacionando com as várias eras geológicas do planeta, parece um milagre que tudo se encaixe tão perfeitamente. De fato, é ainda mais incrível se analisarmos o que houve com os outros planetas e luas do nosso Sistema Solar, onde o equilíbrio nunca foi atingido.

Na verdade, não é preciso achar que é um milagre, basta reconhecer que é absolutamente incrível. Tão incrível ao ponto de parecer ridículo acreditar que tudo isso aconteceu por pura sorte, por coincidência. Parece muito mais razoável, coerente com a razão e a lógica, ver nisso tudo a ação de uma Sabedoria providente que fez as coisas para que chegassem a um determinado fim.


07/2015

 

 

 

ALEXANDRE ZABOT   -    Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.   www.alexandrezabot.blogspot.com.br



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FILIPE AQUINO - 10 CONSELHOS PARA REZAR O ROSÁRIO E CHEGAR A CRISTO PELAS MÃOS DE MARIA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

10 conselhos para rezar o rosário e chegar a Cristo pelas mãos de Maria

 

 

 

Confira 10 conselhos práticos para rezar o rosário todos os dias, tirados do livro “O rosário: Teologia de joelhos”, do sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, Dom Florian Kolfhaus:

 

 

 

10 conselhos para rezar o rosário e chegar a Cristo pelas mãos de Maria

 

  1. Ter o rosário no bolso

Todo católico deve ter sempre um rosário no seu bolso. Existe o decenário com apenas dez contas e que pode ser transportado facilmente. Sempre que você procurar um lenço ou a sua chave antes de sair de casa, lembre-se também de levar o rosário de Jesus e Maria.

 

  1. Aproveitar o tempo livre também para rezar

No nosso dia a dia sempre há um “tempo livre” que podemos aproveitar para rezar o rosário: enquanto esperamos a consulta médica, dentro do ônibus, entre outros. E se por alguma razão uma pessoa não deseja demostrar que é católica praticante em uma “sala de espera”, também pode utilizar suas mãos: temos dez dedos, para contar com eles as Ave Marias.

 

  1. Rezar enquanto se realizam atividades e esporte

Muitas atividades não requerem pensar muito, porque são mais práticas. Enquanto você corta a cebola, estende a roupa no varal ou lava o seu automóvel também pode rezar o rosário. Assim como quando as pessoas que se amam pensam no outro durante as diferentes atividades que realizam, o Rosário ajuda a permanecer em sintonia com o coração de Jesus e de Maria. Isto também acontece com muitos esportes: correr, andar de bicicleta ou nadar são atividades nas quais é possível rezar o rosário no ritmo da própria respiração (seja em pensamento ou em voz alta se estiver sozinho em um local aberto).

 

Leia também:
O Rosário na História
Você sabia que é possível ganhar indulgências com o Santo Rosário?
As quinze promessas do Rosário
Rosário: Como teve origem

 

 

 

 

 

4 As imagens e a música também podem ajudar

O rosário é uma oração contemplativa. Mais importante do que as palavras que usamos é a predisposição do nosso coração para contemplar cada mistério que meditamos. Para este propósito você pode procurar na Internet 5 imagens que te ajudem a contemplar cada passagem da vida Cristo e de Maria. Por outro lado, a música também pode ser útil se for colocada em um segundo plano para encontrar paz.

 

  1. Canalizar nossas distrações para rezar

É difícil encontrar uma oração na qual não haja distrações. Várias vezes surgem pensamentos na nossa mente: a lista de compras, o aniversário de um amigo, uma pessoa que está doente ou uma preocupação. Se lutamos contra este pensamento durante a oração, normalmente é pior.

É melhor reunir estas “distrações” e rezar uma Ave Maria pelas pessoas, pelos amigos e familiares, por nós mesmos e pelos problemas. Deste modo, a oração se torna sincera e pessoal.

 

  1. Rezar pelo outro enquanto nos deslocamos

No caminho para o trabalho ou a escola, tanto em um automóvel como em um ônibus, um trem ou caminhando, é possível rezar o rosário sem ter que abaixar a cabeça e fechar os olhos.

Rezar enquanto nos deslocamos significa dedicar as Ave Marias às pessoas com quem estamos fazendo contato ou vimos durante o dia; também pelas empresas e instituições que estão pelo meu caminho. Por exemplo, se um médico passar por mim, posso rezar pelas pessoas que serão atendidas por ele.

 

  1. Rezar de joelhos ou peregrinando

O Rosário pode ser rezado sempre e em todo lugar. Às vezes, quando é rezado de joelhos ou peregrinando pode chegar a sentir um “desafio físico”. Entretanto, isto não se trata de “torturar-se” ou aguentar o maior tempo possível, mas de perceber que o nosso corpo e alma são para adorar a Deus. Portanto, o rosário também é uma oração de peregrinação.

 

  1. Oferecer cada mistério por uma intenção

Não é necessário rezar o rosário todo de uma vez só. Normalmente pode ser útil oferecer cada mistério por uma intenção especial: pela minha mãe, por um amigo, pelo Papa, pelos cristãos perseguidos. Quanto mais específica for a intenção é melhor. O louvor e o agradecimento a Deus não devem estar ausentes.

 

Ouça também: Como surgiu o Rosário?

  1. Rezá-lo em momentos de deserto espiritual

Nós, os cristãos, não somos “iogues” que devemos cumprir com práticas ascéticas para “esvaziar” nossa mente. Embora a nossa relação com Deus esteja por cima de qualquer atividade, há também momentos de deserto e aflição nos quais não podemos rezar.

Nestes momentos difíceis, temos que fazer silêncio com o rosário e simplesmente recitar as orações. Isto não é um bate-papo pagão, mas aquela pequena faísca de boa vontade que oferecemos a Deus, pode fazer com que o Espírito Santo avive a chama do nosso espírito.

Em tempos difíceis, pode ser suficiente segurar o rosário sem pronunciar nenhuma palavra. Este estado desventurado ante Deus e a sua Mãe se converte em uma boa oração e certamente não permanece sem resposta.

 

  1. Dormir rezando o rosário

O rosário não deve estar apenas no nosso bolso, mas em cada criado-mudo. Enquanto tentamos conciliar o sonho também podemos rezar Ave Marias, é melhor do que contar ovelhas.

Em algumas ocasiões, só as pessoas idosas e doentes se “aferram” ao rosário à noite devido às promessas de segurança, fortaleza e consolo. Entretanto, também nos tempos de alegria devemos fazer esta oração e pedir especialmente por aqueles que sofrem.

 

 

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/10-conselhos-para-rezar-o-rosario-e-chegar-a-cristo-pelas-maos-de-maria-92252/

 

 

 

 

FELIPE AQUINO   -      é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino.



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PAULO R. LABEGALINI - QUEM SABE, SABE

 

 

 

 

 

 

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Lendo as Cartas de São Paulo, surgiram algumas dúvidas e resolvi pedir ajuda a um sacerdote formador na capital paulista. Eis um resumo do diálogo que mantivemos pela internet:

1– Padre, enfocando o exemplo de humildade de Cristo – Filipenses 2, 6-11 –, cremos que Jesus abdicou de sua condição Divina e se fez escravo igual a qualquer um de nós, porém, muito mais obediente, certo? Por isso, Deus o exaltou acima de tudo; mas, Jesus poderia ter optado em se favorecer mais de sua divindade e ter sofrido menos, ou seus passos já estavam todos predestinados?

2– Querido Paulo, como homem, Jesus deveria seguir o percurso normal de toda existência humana. Quanto ao sofrimento de Cristo, não há predestinação nenhuma. Deus não envia seu Filho para ser crucificado. Ele ama o Filho. A cruz entra na vida de Jesus como oposição ao Reino. Jesus vai percebendo aos poucos que sua pregação está incomodando e que seu fim não seria bom, mas fiel aos planos do Pai em revelar seu desígnio amoroso, Ele vai em frente. Chega a ter medo da morte no Jardim das Oliveiras e grita ao Pai na cruz. Sente-se abandonado. O abandono total é a descida entre os mortos, isto é, Ele viveu em tudo a condição humana, chegando até à própria morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou e lhe deu um nome. Acreditamos num Deus solidário até à morte, fim de todos nós.

1– Está claro que Deus enviou seu Filho para remir os que eram sujeitos à Lei – Gálatas 4, 4-5 –, mas, Jesus morreria na cruz se um só de nós não fosse por Ele resgatado? É correto afirmar que se, por exemplo, apenas Pôncio Pilatos o condenasse, Ele 'aceitaria' a cruz?

2– Jesus vai livremente para a morte de cruz porque é o Bom Pastor que dá a vida pelo rebanho. Ele é a face do Pai revelada ao mundo. Mesmo que houvesse um só pecador, Ele morreria na cruz, pois uma só pessoa vale por mil no pensamento de Deus. Não se pode comparar o amor de Deus com o amor humano. Seu amor ultrapassa todos os limites. Assim como Ele é eterno, seu amor também é eterno. Quanto a Pilatos, ele, como autoridade de Roma, foi quem condenou Jesus. É bom saber que houve dois julgamentos: político e religioso. "Ele quer se fazer Rei" e "Ele se diz Filho de Deus". Tanto o político como o religioso pesaram na balança.

Há muita ‘lógica’ nas respostas, mas isso só fica claro após as conclusões teológicas. É, quem sabe, sabe! Mas como todas as demais, essa sabedoria começou com o primeiro Sacerdote. Leia esta história:

Certo dia, Jesus bateu à porta da casa de um jovem e pediu para entrar. Imediatamente, o rapaz o conduziu à cozinha e sugeriu que se sentasse num banquinho, perto de um crucifixo na parede. Mal começaram a conversar e ouviram batidas fortes na porta da sala. O moço pediu licença ao Mestre e foi atender.

Quando viu pelo olho mágico que o diabo estava lá fora, ficou em silêncio para que ele pensasse que não havia ninguém em casa; e, antes de voltar à cozinha, aproveitou para esconder na gaveta uma fita de filme pornográfico que se encontrava sobre a mesa.

Poucos minutos se passaram e as batidas voltaram a acontecer, agora na janela do quarto. Assim que o jovem lá chegou, viu que o demônio já estava entrando e, desesperado, conseguiu colocá-lo para fora. Retirou, então, o pôster de uma mulher nua da parede e o escondeu debaixo da cama.

E, em pouco tempo, tudo se repetiu no banheiro. O rapaz, fechando os vidros, falou baixinho para o capeta: ‘Agora não! Volte mais tarde’. Jogou no lixo algumas revistas de sexo e voltou para junto de Deus; mas a campainha tocou e Jesus pediu para deixá-lo atender. Quando Satanás o viu, foi logo dizendo: ‘Desculpe, foi engano’. Então, o jovem perguntou: ‘Cristo, por que ele não nos deixa em paz?’ E a voz de Deus ecoou em tom suave: ‘É porque você só me deu a cozinha nesta casa. Todo o resto é dele!’

Portanto, se os palavrões estão em nossa boca, se o pecado está em nossa mente, se a violência é o melhor recurso de nossos braços e a preguiça impede nossas pernas de caminhar até os pobres, Jesus nunca será o dono do nosso coração.

No jantar em Betânia (Mt 26, 6-13), quando uma mulher derramou perfume caro na cabeça do Filho de Deus, Ele falou aos discípulos: “É uma ação boa o que ela me fez. Pobres, vós tereis sempre convosco. A mim, porém, nem sempre me tereis”. Mesmo sabendo disso, o jovem da história que contei não estava preparado para dar atenção a Jesus. E você, quando se encontra com Ele, aproveita ao máximo o momento da graça ou acaba atendendo os chamados da tentação?

 

 

 

 

PAULO R. LABEGALINI   -  Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).



publicado por Luso-brasileiro às 11:32
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - UMA HISTÓRIA DE AMOR

 

 

 

 

 

 

Tomás Antônio Gonzaga | Musica Brasilis

 

 

 

 

 

Vou-vos contar um grande amor, que deu origem a belo livro de poesia, entre portuense e gentil menina mineira, cuja primeira edição veio a lume, em 1792.

Apesar do poeta mostrar-se apaixonado pela jovem de dezoito anos, não obstou que viesse a casar com senhora, um pouco boçal, filha de mercador de escravos.

Refiro-me a Tomaz Gonzaga, ouvidor de Vila Rica, que participou na conspiração, que ficou conhecida por: “Inconfidência Mineira”, cujo fim era implantar o regime republicano.

Movimento revolucionário, que todos os brasileiros conhecem. Será que conhecem? Creio que sim, apesar de alguns factos históricos serem, em quase todas as nações, propositadamente esquecidos ou encobertos.

Quem era Tomaz Gonzaga, que muitos julgam ser brasileiro?

Nasceu na cidade do Porto, em 1744, filho de brasileiro e de portuense, batizado na igreja de S. Pedro de Miragaia.

 

 

 

Igreja de Miragaia onde foi baptizado o poeta Toma

 

 

 

Consta, o seguinte, no livro de Registos Paroquial, do dia 2 de Setembro do ano de 1744:

“Thomaz filho do Licenciado João Bernardo Gonzaga e de Dona Thomazia Isabel Gonzaga, moradores na rua dos Cobertos desta freguezia, nasceo a onze de Agosto de mil sete centos e quarenta e quatro, e foy por mim baptizado a dous de Setembro do mesmo anno, sendo padrinho o Reverendo Domingos Teyxeyra de Abreu, digo Domingos Ferreyra de Abreu assistente na Cidade de Lisboa; tocou por elle com procuração o Reverendo Licenciado Antonio de Deos Campos Conego Mageatral da Sé desta Cidade; e tocou também o menino o Doutor Desembargador desta rellação João Barrozo Pereyra assistente na rua dos Ferradores, da freguezia de Santo Illdefonço suburbio desta Cidade; forão testemunhas as abaixo comigo assinadas desta mesma freguezia; e por verdade fis este assento, que assiney hera ut supra.

O Abbade Manoel da Cruz, O Pº. Raymumdo Darque, Antonio Gomes de Castro”

 

 

Trecho de Mirtagaia, Porto.jpg

 

 

 

Tomaz Gonzaga (Dirceu) embarcou com o pai, para o Brasil com oito anos. Era ouvidor em Vila Rica (andava pelos 45 anos) quando se apaixonou por delicada menina de 18, rica e órfã: Maria Joaquina Doroteia de Seixas Brandão (Marília).

 

Nos versos que escreveu, versos de amor, deixa a dúvida, a quem os lêrem, que não tinha a certeza da cor dos cabelos de sua amada: umas vezes diz que são pretos; outras vezes louros…

Apesar da enorme diferença de idade, parece que havia, entre os namorados, grande e mutuo afeto.

O certo é, que se envolveu na preparação da revolta contra a Monarquia, inspirada nas ideias democratas, que José Joaquim da Maia, difundiu influenciado por ideologias, em voga, nos Estados Unidos.

Argumentavam os conspiradores, que a razão eram os demasiados impostos, que a Coroa impunha aos mineiros. Denunciados, foram presos e condenados: uns a prisão; outros à morte. Passava-se isto em 1787-89.

A rainha perdoou-lhes a pena capital, comutando-a em degredo, menos ao Tiradentes, como se sabe.

Tomaz Gonzaga, depois de passar pela prisão da ilha da Cobra, no Rio, foi para Moçambique, onde viria a casar com D. Juliana de Sousa Mascarenhas, senhora de abastada fortuna, filha de mercador de escravos. Do enlace nasceram: a Ana e Alexandre Mascarenhas Gonzaga.

Consta que advogou e levou vida abastada. A menina mineira (Marília) ainda o foi visitar – dizem que engravidou, –, que leva a crer que o amor dela era mais sólido.

Tomaz Gonzaga (Dirceu) faleceu em 1807. Maria Joaquina (Marília) ainda viveu até 1853, e está sepultada em Ouro Preto. Em 21 de Abril de 1955, foi transladada para o Museu da Inconfidência.

 

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA    -   Porto, Portugal

 

 

 

                                                              Casa onde viveu o poeta, em Ouro Preto

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:35
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EUCLIDES CAVACO - MULHERES ARAUTO DA PAZ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
  Com o meu fraterno abraço de sincera amizade.
 
 
 

  EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , CanadáCapa 14 e 15 (1).jpg

 

***

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

***

 

 

 

Leitura Recomendada:

 

 

 

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

 

 

 

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

***

 

HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL

 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confissões.

 



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Sexta-feira, 18 de Junho de 2021
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - FESTA DE SÃO JOÃO, A MAIS POPULAR DO MÊS DE JUNHO

 

 

 

 

 

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Junho é o mês de São João, Santo Antônio e São Pedro. Por isso, as festas que acontecem em todo o mês de junho antes da pandemia são chamadas de "Festas Joaninas", especialmente em homenagem a São João. Tanto que o nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.

O mais tradicional destes festejos é o que se comemora a 24 de junho, quinta-feira próxima e surgiu porque diziam que Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam se visitar. Uma tarde, ela foi à casa da mãe de Jesus e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Nossa Senhora, então, perguntou-lhe: - Como poderei saber do nascimento do garoto? - Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele. Santa Isabel cumpriu a promessa.

Um dia, Nossa Senhora viu, ao longe, uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho. Começou, assim, a ser festejado São João com mastro, fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, balões (hoje proibidos), comidas especiais (típicas), danças, etc…

Embora escassas, as festas juninas, com maior ou menor destaque, ainda são realizadas em todas as regiões do Brasil, embora nesse ano, com a pandemia do corona vírus estão sendo comemoradas on line ou de forma bem discreta. Mesmo assim, essas comemorações representam uma das manifestações culturais brasileiras mais expressivas. Somam hoje, contribuições tradicionais de vários povos que aqui se estabeleceram com o passar do tempo, embora cada vez mais escassas.

Por isso, o momento se mostra bastante oportuno para refletirmos: o Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para poder compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas como os festejos de junho que mantemos vivas as tradições e costumes do povo brasileiro, preservando deste modo, sua história para futuras gerações. Devemos assim festejá-las mesmo com a pandemia, de forma possível, precavida e valorizá-las.

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉMARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academais Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 17:53
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