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Quinta-feira, 30 de Setembro de 2021
JOSÉ CARLOS JOSÉ MARTINELLI - HOJE é o DIA INTERNACIONAL DO IDOSO. Nada mais justo do que outorgar as pessoas da terceira idade, respeito e dignidade plena.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Organização das Nações Unidas declarou 1.° de outubro como o Dia Internacional do Idoso e a celebração se baseia na Declaração dos Princípios para os Idosos, estabelecida na reunião geral da entidade de 3 de dezembro de 1982. Por outro lado, a Lei n.° 11.433, de 28 de dezembro de 2006 instituiu o Dia Nacional do Idoso, a ser celebrado também nessa data. Em homenagem a data, invocamos os cinco princípios básicos que norteiam o texto composto dezoito itens:

 

            INDEPENDÊNCIA – Idosos devem ter acesso a comida, água, abrigo, roupas e cuidados médicos; devem ter oportunidade de trabalho e estudo e devem morar em sua própria casa o maior tempo possível.

 

            PARTICIPAÇÃO – Idosos devem permanecer integrados à sociedade, participando da elaboração e implantação de políticas que afetem diretamente o seu bem-estar; devem desenvolver maneiras de servir à comunidade e dividir seus conhecimentos com os jovens.

 

            BEM-ESTAR – Idosos devem ser beneficiados pela proteção dos familiares ou da comunidade, por serviços legais e de assistência social, por planos de saúde; devem ter seus direitos humanos respeitados.

 

            DESENVOLVIMENTO – Idosos devem estar aptos a buscar oportunidade para desenvolver seus potenciais e ter acesso aos recursos educacionais, culturais, religiosos e de recreação que a sociedade ofereça.

 

            DIGNIDADE – Idosos devem viver com dignidade e segurança, livres de explorações e maus-tratos; devem ser tratados com justiça, independentemente de idade, sexo ou raça.

 

            Frente aos inúmeros dados de recentes pesquisas a situação em que encontra o idoso no Brasil é grave. Impõe-se uma reflexão profunda sobre a questão e todos os meios devem ser acionados, através de uma política social para, inclusive, preparar os jovens para o encontro com a velhice. Precisamos lutar por seus direitos, quer material, quer espiritual, econômico, jurídico, moral, cultural e recreativo, e promover uma constante reflexão sobre a sua posição no contexto social e no seio familiar, incutindo uma educação de respeito, que habitue desde logo, as crianças, ao amor dos anciãos, procurando lhe propiciar sempre melhor qualidade de vida.

 

 

      A não-violência é “o amor na sua

perfeição”

 

 

“A não-violência absoluta é a ausência absoluta de danos provocados a todo o ser vivo. A não-violência, na sua forma ativa, é uma boa disposição para tudo o que vive. É o amor na sua perfeição”. Essa frase é Mahatma Gandhi  e em sua homenagem, pela a dedicação e repercussão de sua causa e o intenso apreço por princípios fundamentais de Direito, de respeito à dignidade humana e de combate à tirania que sempre manifestou, a ONU – Organização das Nações Unidas, declarou dois de outubro, data de seu  aniversário, o Dia Internacional da Não Violência.

 

 

São Francisco, precursor da  preservação ecológica

 

 

Comemoramos quarta-feira, 04 de outubro, o Dia dos Animais, data escolhida porque a Igreja Católica celebra o Dia de São Francisco de Assis, que amava demasiadamente a natureza, a ponto de chamar o Sol e a Lua de irmãos e enxergar, nos bichos, provas da bondade de Deus. Nascido num povoado italiano, filho de pai rico, muito cedo se entregou ao sacerdócio com tal desprendimento, que sua opção pelos pobres e pelo despojamento inspirou ordens religiosas. Deixou-nos um testemunho de liberdade que ainda ressoa como paradigma de futuro, tanto que o presépio, um dos enfeites natalinos mais tradicionais, também foi por ele criado. Inspirados em seus exemplos, devemos abraçar a causa dos animais, garantindo-lhes vida e respeito.

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmal.com)

 



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - QUEM ERA O "DONO DA CASA"?

 

 

 

 

 

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No dia 2 de dezembro, fui convidado a proferir uma palestra em sessão on-line da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas (CEPHAS) do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, promovida em parceria com o Museu Imperial de Petrópolis, para comemorar os 195 anos do nascimento de D. Pedro II. O tema: “D. Pedro II: realidade e legenda”. Também participaram os Drs. Victorino Chermont de Miranda, presidente do IHGB, e Maurício Vicente Ferreira Júnior, diretor do Museu Imperial.

Quando se fala em legenda, habitualmente se imagina uma versão fantasiosa e pouco credível de algum fato, de alguma pessoa; e quando se fala em “realidade e legenda”, a primeira ideia que nos vem é a de contraposição: se é legenda, não pode ser realidade.

Na verdade, etimologicamente, legenda provém do gerundivo latino e significa “coisas para serem lidas” ou “coisas que devem ser lidas”. Ou seja, legenda é o relato de algo que deve permanecer na memória, que não deve ser esquecido. Nesse sentido etimológico, legenda e história são sinônimos.

É próprio da legenda, como aliás também da História, conservar o que deve ser conservado, o que é essencial, deixando de lado o secundário, o episódico, o colateral. Também é próprio dela concentrar a atenção nos focos luminosos, deixando de lado as sombras. Daí as legendas - muitas vezes construídas naturalmente pela sucessão das gerações, outras vezes construídas artificialmente e até com propósitos políticos e/ou ideológicos - por vezes se afastarem mais ou menos da realidade. Mas toda legenda sempre tem, pelo menos, um fundo de realidade. Ela exprime, se não a realidade inteira, pelo menos aquilo que a realidade tem de mais essencial.

No caso de D. Pedro II, isso é muito claro. Escrevendo à Princesa Isabel sobre o falecimento do Imperador, Affonso Celso formulou estas palavras que hoje é forçoso reconhecer que tiveram algo de proféticas: "A história de D. Pedro II ainda é cedo para tentar escrevê-la. Daqui a cem anos assumirá proporções legendárias".

Conta-se que alguns meses após a proclamação da República, o Marechal Deodoro da Fonseca estava presidindo a uma reunião de seu ministério, e não conseguia harmonizar aquele conjunto heterogêneo. Deodoro era mais idoso que seus ministros, era homem decidido e de têmpera rija, estava habituado a comandar desde moço, era militar prestigioso por sua atuação na Guerra do Paraguai, ostentava o título (é de propósito que não falo em glória) de proclamador da República brasileira, ocupava o cargo de presidente do Governo Provisório dessa República.

Apesar de todos esses títulos de superioridade em relação a seus ministros, ele não conseguia desempenhar, junto a eles, aquele papel unitivo e ordenativo que D. Pedro II, menino de 14 anos, em 1840 já representava eximiamente. E no meio daquelas discussões intérminas, daqueles debates estéreis e conduzentes a nada, o velho marechal não conseguia fazer prevalecer sua vontade, não conseguia sequer impor ordem. Impaciente, ele ameaçou os ministros: "Ou vocês arrumam um jeito de afinal se entenderem, ou eu chamo de volta o dono da casa, e ele põe ordem nisso tudo".

Quem era o “dono da casa” a que se referia Deodoro? Era o velho Imperador exilado...

De fato, 130 anos depois da morte, em Paris, no modesto Hotel Bedford, de D. Pedro II, e depois do desfile histórico de tantas e tantas mediocridades que vieram depois dele, forçoso é reconhecer que Affonso Celso tinha razão.

Em tempo: o vídeo completo da sessão de homenagem a D. Pedro II está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TYFhE4ON_Qw&t=150s

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -  é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.



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CINTHYA NUNES - NOITE DE CRIMES

 

 

 

 

 

 

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            Eu já dormia, cansada depois de um intenso dia de trabalho. Meu marido ouviu o que parecia uma briga de gatos, já passado das duas da manhã. Como o barulho vinha de fora e nossos felinos não têm acesso à rua, ele não deu muita importância. Em nosso quarteirão há muitas casas com gatos, mas quase todos são impedidos de sair por telas colocadas nos muros e janelas. Um ou outro, no entanto, burla as barreiras e faz excursões noturnas, quando a rua está silenciosa e calma.

            Muitos moradores colocam comida para os vários pássaros que voam livres pelos arredores. Apesar do descaso de alguns, o bairro é razoavelmente arborizado, com praças e parques próximos. A existência de árvores como pitangueiras, amoreiras, ameixeiras e outras frutíferas colabora para que muitas espécies de aves tenham ninhos nas redondezas.

            Converti a pequena sacada de casa em local de alimentação para os sanhaços, azulões, sabiás-laranjeira, rolinhas, maritacas, bem-te-vis e até pombas. Frutas e sementes são oferecidas diariamente por mim e tudo é consumido em poucas horas. A fartura de comida talvez tenha sido um dos motivos pelos quais um casal de sabiás construiu seu ninho em uma pequena árvore quase em frente de casa.

            Há poucas semanas notei o ninho pela primeira vez e identifiquei o casal de moradores. De cara temi por eles, torcendo para que ninguém com más intenções lhes fizesse mal. Por ser outono a árvore estava sem folhas, o que deixava o ninho, que não ficava no alto, bem visível. Da minha sacada eu acompanhava a rotina do casalzinho. Enquanto um saía para buscar comida, o outro ficava lá, embaixo de sol forte, protegendo o seu conteúdo.

            Quando a noite chegava, quando o tempo estava mais fresco, ambos saiam, talvez para descansar. Nas madrugadas, ouvíamos o canto tão característico dessas aves, quase como se estivessem dentro do nosso quarto. Fácil, nesses momentos, esquecer de que vivemos em umas das maiores cidades do mundo. Muito bom dormir com essa trilha sonora.

            Notei, em uma das minhas observações, que os filhotes haviam nascido, pois os pais se revezavam alimentando os pequeninhos parcialmente escondidos no ninho. A vizinhança, encantada com esse pequeno milagre da natureza, vigiava o ninho, esperando pelo dia no qual os filhotes ganhariam o céu. Não foi esse, no entanto, o plano do destino.

            No dia seguinte após a aparente briga de gatos, saí para ir à padaria e fui mais perto para procurar o ninho, eis que a árvore já estava cheia de verdes folhas depois de alguns dias de chuva. De início achei que algo estava errado ou que meus olhos me enganavam, pois não conseguia enxergá-lo, por mais que me esforçasse.

            O ninho tinha sumido, restando apenas alguns resquícios no chão. Investigações amadoras apontaram que o provável culpado seja um gato que vive na rua debaixo e que é livre para ir e vir como bem quiser. Uma vizinha encontrou o que supomos ser a triste prova do hediondo crime. Um cadáver jazia abandonado em frente à residência do vil assassino. Lá estava um dos filhotes do laranjeira, o fruto de tanto cuidado e trabalho, morto sem razão aparente.

            Caçadores, os gatos seguem sendo gatos, pouco importando se estão ou não com fome. Sei que a natureza tem suas próprias regras, mas isso não impede que eu me sinta muito mal pelas aves. Imagino o desespero da mãe que não teve qualquer chance diante das garras do felino e do pesar diante do ninho destruído. Essa semana toda o canto se intensificou, curiosamente. Para mim, agora, parece somente um triste lamento em lá sustenido.

 

 

 

CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e embora ame gatos, está injuriada com meliante do bairro – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - O SENHOR DA ARGILA

 

 

 

 

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Conversava com minha amiga Marina Neto sobre transformações e ela me enviou a música “Mudei” com Kell Smith: “...Tudo muda, até as estações/ Serve de esperança aos corações. (...) Tudo o que mudou/ Me transformou no que hoje sou eu...” Lembrei-me da amiga que me disse, após cirurgia de grande porte, agora entendera de que forma Deus fala com ela.
Terminei de reler o livro “Vaso de argila” do Padre Leo Trese (1902-1970). Trata-se da história de um pároco de uma cidadezinha americana. Conta-nos um de seus dias, com suas responsabilidades e dilemas, o problema da oração em face do trabalho, as depressões, os cansaços. A certeza de que, para clarear a visão, é preciso começar o dia de joelhos. Mais em oração e menos em torno de si próprio.
Na introdução, as palavras de São Paulo: “‘Trazemos este tesouro em vasos de barro’, para que transpareça claramente que a superioridade da virtude provém de Deus. (...) O que pulsa neste livro é a fragilidade do coração humano alevantado pelos toques da graça, a necessidade de fortaleza buscada na oração, o murmúrio da consciência convidando ao desprendimento, à imolação, à bondade”.
Alguns momentos de sua vivência me tocam, como o da comprovação de que a prece dá ritmo e sentido ao novo dia. Constata que a meditação por si só não é suficiente, mas também o exame de consciência, o refletir sobre os seus defeitos. Afirma, Leo, que a moldura não deve ser maior que o quadro e que há risco de se andar perto do mal, como se não soubesse que se encontra em território inimigo. Assegura que o tempo da graça é sempre agora: “O filho pródigo não desperdiçou tempo na viagem de regresso; Maria Madalena não esperou que a refeição terminasse para lançar-se aos pés do Senhor; o bom ladrão não adiou a sua conversão até verificar se Cristo descia da Cruz”. Nada servirá os meus talentos oferecidos por Deus, diz ele, se não beber de Seu Espírito todas as manhãs.
A autor pede: “Colocai, Senhor, sobre a minha cabeça o elmo da salvação”. Compreendo e peço: “Colocai, Senhor, sobre mim o elmo do Teu Amor e que se expanda ao outro”.
Trese afirma que começa a sua batalha diária entre as distrações e a devoção, entre triunfos e fracassos e o escudo contra o que diz Jesus Cristo: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Ao mesmo tempo suplica perder depressa essa batalha incompatível com o Mestre.
Recorda-se de um texto de estudo: “Reservamos para nós mesmos muitos afetos, desejos, projetos, esperanças, pretensões, de que não queremos desfazer-nos para chegar a essa perfeita nudez de alma que franqueia a plena posse de Deus”. Realizar a vontade de Deus resolverá os conflitos do seu coração e para isso convém que os joelhos trabalhem um pouco mais que os braços. Experimentará o bálsamo do Amor que atravessa a dura crosta de seu amor-próprio e de sua autocomiseração. O mundo tenta preencher, com coisas e modernidades, os vazios que sente longe de Deus, enquanto o Senhor nos convida a nos tornamos um instrumento dócil em Suas mãos.
Minha querida Da. Antonia Melo me contou sobre uma patroa que teve. Mãe idosa, próxima dos 100 anos. Cuidava dela de maneira que comovia. Segurando-a, levava para passear no quintal imenso com roseirais. Abaixava os galhos para que a mãe sentisse o perfume. Moldada pelos encantos de Deus.
Na última confissão e direção espiritual com o Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Cura da Catedral, foi quem me ofereceu o livro sobre o qual escrevo, fez-me entender, em profundidade que, como vasos nas mãos do Oleiro, é Ele que sabe qual é a melhor forma a nos dar, pois se eu quiser me moldar, por mim mesma, entrego-me nas mãos de Satanás. Acrescentou que a verdadeira oblação para chegar à Eternidade é a da alma e do coração, renunciando à própria vontade.
Sou essa argila que ora endurece, ora esfarela, ora se permite esculpir, contudo o Senhor do barro que sou é Misericórdia.
Esse modelar passa pelos insucessos, becos sem saída, vielas escuras mas, sendo o caminho pelo Senhor, vale a pena pelo Céu.

 

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil



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PÉRICLES CAPANAMA - LANTERNA NO HORROR TALIBÃ

 

 

 

 

 

 

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Amputação das mãos por crime de furto. Entre 1996 e 2001 o talibã governou o Afeganistão (ou o Emirado Islâmico do Afeganistão, nome oficial que voltou a valer): foram comuns execuções públicas, amputação de mãos por furto, massacre de etnias rivais, aplicação cruel e generalizada da sharia, a lei muçulmana. Em decorrência, isolamento internacional, só três países reconheciam o regime ▬ Arábia Saudita, Paquistão, Emirados Árabes Unidos. Os talibãs continuariam encarapitados no poder, sabe lá Deus até quando, não fosse a invasão norte-americana do país. Em agosto de 2021, reconquistou o poder militarmente. É totalmente ignoto quanto durará sua mão no leme do país, para desgraça certa dos afegãos e horror duvidoso do mundo. A propósito, um dos fundadores do talibã, o mulá Nooruddin Turati, declarou há pouco para a Associated Press que as execuções e as amputações de mãos voltarão a fazer parte do cotidiano: “Todos nos criticaram pelas punições no estádio, mas nunca dissemos nada sobre suas leis e punições. Ninguém vai nos dizer quais devem ser nossas leis. Seguiremos o Islã e faremos nossas leis sobre o Alcorão. Cortar as mãos é muito necessário para a segurança”.

 

Apoios de importância. Um movimento sem apoio popular expressivo [ou indiferença generalizada] não permaneceria cinco anos no poder nem o reconquistaria, quase vinte anos depois, à frente de 70 mil homens armados. Qual o segredo da força talibã? É o que em parte pretendo mostrar.

 

Gigantesca população rural empobrecida e iletrada. O Afeganistão, país montanhoso, quase 650 mil quilômetros quadrados, tem população na casa de 32 milhões de habitantes, dos quais aproximadamente 4,6 milhões vivem em Cabul. Três quartos dos habitantes (por volta de 75%) habita a zona rural (Brasil, menos de 15%). Ali predomina agricultura de subsistência, pouca ou nenhuma possibilidade de crescer na vida, escassa ajuda governamental, quando existe, juventude largamente analfabeta funcional (ou analfabeta inteira).

 

Nacionalismo religioso. Na zona rural se recruta a maioria dos talibãs; em geral da etnia pashtun, aproximadamente 50% da população, o que acentua a nota nacionalista do movimento. Jovens em torno de 20 anos, fuzil na mão, que repetem em árabe trechos do Alcorão incompreensíveis para eles, sentem realização pessoal e sentido na vida ao participar da guerra por Alá (jihad). Válvula de escape, são alguém. Sua presença reforça a de fundamentalismo islâmico, cujas raízes estão nas madraças (escolas muçulmanas, talibã significa estudante) de orientação salafista, em grande parte financiadas com dinheiro saudita. São poucos na juventude rural os que têm condições de se casar antes dos 30 anos (e até depois), em ambiente que desvaloriza fortemente o adulto sem mulher e filhos. É generalizada a pedofilia entre homens adultos e meninos.

 

Papoula, ópio e heroína. Boa parte dos agricultores afegãos cultiva papoula, lindas flores grandes, ora brancas, às vezes rosas, ainda violáceas ou vermelhas; planta que tem propriedades oleaginosas, alimentares e medicinais. Não é pela beleza, pouca coisa é utilizada em fármacos, menos ainda se destina a adorno doméstico. O foco do interesse é o látex, rico em substâncias tóxicas, com o qual se produzem o ópio e a heroína. O país é o maior produtor mundial de ópio e heroína, 80% do total, e a papoula é a mais rendosa fonte de renda para os agricultores. Em finais de 2020, suas plantações cobriam cerca de 240 mil hectares. Nos últimos anos, os talibãs, nas áreas controladas por eles, cobravam taxa pela produção de ópio e heroína. Nada cobravam pela simples venda da papoula. No primeiro governo talibã esse comércio continuou. Certamente assim continuará a partir de agora.

 

Vida cotidiana no campo e na cidade. Nos vinte anos de governo sob ocupação dos Estados Unidos quase nada mudou na vida do campo, em especial para as mulheres. A situação assim permanecerá, tudo o indica. E ali, em especial nas áreas habitadas pela etnia pashtun, não existe oposição forte à administração talibã. A perda dos direitos das mulheres impacta pouco a população feminina no campo; a vida delas não ficou diferente. E isto em um contexto em que 90% das mulheres afegãs sofrem abusos físicos e sexuais, abusos psicológicos e casamentos forçados; culpados habituais, a parentela. Convém recordar, a renda per capita do Afeganistão é de 500 dólares por ano, em torno de 130 vezes menor que a dos Estados Unidos. A expectativa de vida, 43 anos (81 anos a da Alemanha). E o país vive em estado de guerra civil mais ou menos ininterrupta desde a década de 1970. O fim da guerra já traz alívio. Tudo somado, é o terceiro país em número de refugiados do mundo, pouco mais de 2,6 milhões de pessoas, atrás apenas da Síria, sujeita ao terror da guerra civil contínua, e da Venezuela, que padece a hediondez sem fim do chavismo, o socialismo do século XXI ▬ aliás, regime xodó do PT e de boa parte da esquerda brasileira. De outro modo, as necessidades prementes da vida tomam praticamente toda a atenção da grossa maioria dos afegãos. De imediato, querem em Cabul um governo que minore seus sofrimentos e preocupações, melhore chances de sobrevivência. Ou, pelo menos, que não as piore.

 

O apoio externo. O talibã recebeu de 1996 muito dinheiro proveniente dos países árabes do Golfo; o governo paquistanês também ajudava. Agora, tem um aliado poderoso: o governo chinês. Da Rússia não virá oposição.

 

Manter vivo o horror, providência urgente. Mais, crescer na rejeição, dever moral, estaqueamento para futura solução efetiva. Haverá perenidade no inferno afegão se o choque inicial nos países livres for gradualmente substituído pela indiferença e esquecimento diante do tormento contínuo, à maneira de Sísifo, dos sequelados do fundamentalismo islâmico. Pelo contrário, a tortura certamente será efêmera se crescerem na opinião ocidental a solidariedade e a compaixão cristã. Aqui está a atitude correta e sensata, inconformidade de proporções amazônicas. Ela inundará todos os ambientes. Só assim se dissipará a perspectiva apocalíptica da tortura perene de um país martirizado. O Afeganistão então disporá de recursos para trilhar via diferente, distanciando-se de suplícios dantescos, rumo aos quais agora é arrastado por forças poderosas, internas e externas.

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas"



publicado por Luso-brasileiro às 11:32
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ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - 57 - AS DOZE VIRTUDES CAPITAIS DO SÉCULO XXI 5ªSÉRIE 7ª. A AGILIDADE

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agilidade é o substantivo feminino que que vem do latim “agilitas – atis” e  expressa a particularidade ou estado de ser ágil. Agilidade é sinonimo de : presteza, prontidão.  Desembaraço, destreza, facilidade e  ligeireza. É uma qualidade física que permite mudar a posição do corpo no menos tempo possível. Ela é  fundamental na prática de desportos e na vida de todos os dias. A agilidade é uma das modalidades  necessárias em  práticas  desportivas  como no futebol(caso dos dribles) ou das acrobacias, no caso  das lutas como o boxe tailandês e a ginástica artística. Nessa capacidade, o praticante realiza uma série de movimentos rápidos e diferentes, com a finalidade de alcançar um determinado objectivo.

A agilidade refere-se à rapidez e ao imediatismo que possui determinada pessoa. É um

Conceito que pode sr atribuído ao físico como também ao plano emocional. Uma pessoa pode ser considerada ágil fisicamente quando está em boa forma, aposta num estilo de vida activo, pratica desporto e não fica no sedentarismo. A agilidade é também uma qualidade inerente à idade, por exemplo, as crianças por natureza são mais ágeis do que uma pessoa de muita idade. Todavia, todo o ser humano deve estar em forma de acordo com a sua idade.

 

A agilidade refere-se à rapidez e ao imediatismo que possui determinada pessoa. É  um conceito que pode ser atribuído  ao  físico como também ao plano emocional. Uma pessoa pode ser considerada ágil fisicamente quando está em boa forma, aposta num estilo de vida activo, pratica desporto e não fica no sedentarismo. A agilidade é também uma qualidade inerente da idade, por exemplo, a s crianças por natureza são mais ágeis do que uma pessoa de sessenta anos. Porém, todo o ser humano deve estar em forma de acordo com a sua idade. Por esta razão, a  agilidade é um conceito que também mostra vitalidade para combater o efeito da passagem do tempo. Um dos hábitos saudáveis para estar ágil fisicamente é caminhar todos os dias. Cada pessoa  pode integrar as caminhadas  na sua rotina diária e assim aproveitar o trajecto de casa para o trabalho e vice-versa. Também pode utilizar as escadas no lugar do elevador. É essencial apostar nestes hábitos para potenciar a vida activa e diminuir o sedentarismo, levando em conta que muitas pessoas passam oito horas do seu  dia trabalhando sentadas no escritório, além daqueles que passam horas em frente da televisão, como também dos que têm o costume de passar muito tempo em frente do computador.

 

Além disso, a agilidade também se refere ao plano intelectual. Uma pessoa ágil do ponto de  vista intelectual tem rápido poder de raciocínio para realizar contas matemáticas, por exemplo. Também tem agilidade quando  é capaz de recordar os números de telefone dos contactos habituais sem necessidade de consultar a agenda. Uma pessoa é considerada ágil do ponto de vista mental quando possui genialidade e criatividade.

 

Existem certos hábitos muito positivos para reforçar a agilidade menta, por exemplo:

-Ir ao cinema para ver um filme, desfrutar de uma arte, gozar  da conversa com os amigos e aprender a escutá-los, realizar palavras cruzadas, jogos de adivinhação, entre outros, também são uma forma para reforçar a agilidade mental através  da estimulação da mente com o exercício de actividades dinâmicas.

Os planos sociais também são muito saudáveis para reforçar a agilidade mental, uma vez que uma pessoa pode isolar-se do mundo em consequência do seu individualismo.

 

Desenvolver a agilidade. É preciso  desenvolver a agilidade enquanto competência crítica e é cada vez mais evidente o caminho a seguir pelas organizações num contexto em constante evolução. Com as mudanças organizacionais a ocorrerem de forma exponencial, a agilidade dentro das organizações é crucial para os Líderes e equipas darem a melhor resposta à realidade com que se deparam, decidindo e agindo de forma célere, flexível e eficaz perante um problema ou desafio. Isto sem perder o foco nos objectivos que devem atingir. Para serem ágeis as Organizações precisam de ter nas suas equipas  pessoas proactivas que questionam o “status quo”  e a forma de trabalhar, com o objectivo de fazer diferente e melhor. Empresas consideradas ágeis são criadoras de conhecimento, gerando novas ideias e possibilidades de ver os assuntos através de múltiplas perspectivas. Algo que é garantido pela diversidade das pessoas, mas  também pela capacidade da mesma pessoa ver a realidade sob diferentes ângulos.

 

Quatro domínios do conhecimento da agilidade.

* No domínio de Negócio encontram-se  os assuntos  ligados aos produtos e objectivos da empresa: cálculos de  ROI(Return On Investment) do produto  suas  próximas funcionalidades, privatização, planejamento das próximas relerses e eventualmente contratos no contexto ágil.

* No domínio cultural, o foco está nas relações humanas. Nesse domínio encontram-se dois assuntos extremamente importantes +para a agilidade: a quebra de paradigmas e a melhorai contínua.

* O domínio organizacional  é mais ligado à forma de trabalho  do time: quais métodos o time usa, como é o ciclo de desenvolvimento, o processo iterativo e a distribiçao das pessoas nos time.

* No domínio técnico  há uma atenção para a forma como o trabalho é feito pelo time. A automação é um conhecimento fundamental nesse domínio, pois se reflecte nos demais assuntos técnicos.

 

Treino na escala da agilidade. Treinar na escada de agilidade é uma realidade cada vez mais presente nas salas de ginásio. Alem de ser um material simples, económico e replicável permite ao seu utilizador desenvolver um tipo de trabalho global,. diversificado e específico. Aliás, uma das grandes vantagens da utilização deste material nos treinos é a conjugação e um trabalho coordenativo e metabólico, capaz de potencia a perda  calórica e, simultaneamente, o desenvolvimento de capacidades motoras como o equilíbrio, 0 ritmo. A diferenciação cinestésica e a velocidade de execução/reacção.

Contudo, há que respeitar alguns critérios antes de iniciar o treino  na escala de agilidade. É fundamental seguir uma progressão lógica, do menos para o mais complexo em termos de coordenação motora, começando com exercícios unidireccionais.(para a frente, para trás e laterais).Em seguida pode passar para exercícios com maior instabilidade unidireccionais.

 

Procuremos  fazer as  tarefas do nosso dia com agilidade para  estarmos de acordo  com a verdade e a relidade.

 

 

ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES   -   Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira.  -    Email   goncalves.simoes@sapo.pt



publicado por Luso-brasileiro às 11:28
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VALQUÍRIA GESQUI MALAGOLI - SINÔNIMOS

 

 

 

 

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Ai, quem dera, amigo poeta,

que nós, poetas anônimos,

uníssonos, cá, nessa meta,

fôssemos só do amor sinônimos!

 

Ai, quem dera, melhor marcássemos

não a ferro este mundo cão,

mas pelo tanto que o amássemos...

embora amar pareça vão.

 

In Testamento (2005)

Livro disponível para download – gratuito – em www.valquiriamalagoli.com.br

 

 

Valquíria Gesqui Malagoliescritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 11:23
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FELIPE AQUINO - ORAÇÕES AOS SANTOS ARCANJOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

São Miguel Arcanjo

 

Seu nome significa: “Quem como Deus?” ou “Nada é como Deus”. São Miguel é citado três vezes na Bíblia. No livro de Daniel: “Ao final dos tempos aparecerá Miguel, o grande Príncipe que defende os filhos do povo de Deus. E então os mortos ressuscitarão. Os que fizeram o bem irão para a Vida Eterna, e os que fizeram o mal, para o horror eterno” (Dn 12, 13). No Livro do Apocalipse: “Houve uma batalha no céu: Miguel e seus anjos tiveram de combater o dragão. O dragão e seus anjos combateram mas não puderam vencer e não houve mais lugar para eles no céu” (Ap 12, 7-8). Na carta de São Judas (Jud 9): “O Arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: <<Que i Senhor te repreenda>>”. Por isso São Miguel é mostrado em combate com o dragão infernal. A Igreja Católica tem uma especial devoção por São Miguel Arcanjo, especialmente para pedir-lhe que nos livre das ciladas do demônio e dos espíritos maléficos.

 

 

https://cleofas.com.br/wp-content/uploads/2015/09/ARCANJOpng.png

 

Oração a São Miguel Arcanjo

 

São Miguel Arcanjo, protegei-nos com o vosso escudo contra as maldades e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos; e vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que andam pelo mundo para a perder as almas. Amém.

 

São Gabriel Arcanjo

 

Seu nome significa: “Deus é meu protetor”. Este Arcanjo é mencionado várias vezes nas Sagradas Escrituras. Foi ele quem anunciou ao profeta Daniel a vinda do Redentor (Dn 9, 21-27). Ao Arcanjo Gabriel foi confiado a mais elevada missão que jamais havia sido confiada a alguém: anunciar a encarnação do Filho de Deus. Por essa razão é muito venerado desde a antiguidade. Quando apareceu a Zacarias para anunciar-lhe que ia ter por filho João Batista, apresentou-se assim: “Eu sou Gabriel, assistente diante de Deus. Fui enviado para te falar e dar esta boa-nova” (Lc 1,19).

 

 

Leia também: Quem são os Santos Arcanjos?

7 coisas sobre os arcanjos Gabriel, Rafael e Miguel que talvez você não saiba

Ladainha de São Miguel Arcanjo

Ladainha de São Rafael Arcanjo

 

 

Oração a São Gabriel Arcanjo

 

Ó Deus, que entre a multidão dos Anjos escolhestes o Arcanjo Gabriel para anunciar o mistério de vossa Encarnação; concedei-nos benignamente que, celebrando sua festa na terra, possamos sentir os efeitos de sua proteção no céu. Vós que viveis e reinais por todos os séculos dos séculos. Amém.

 

São Rafael Arcanjo

 

O nome Rafael vem do hebraico e quer dizer: “Deus te cura” ou “Medicina de Deus”. É um dos três Arcanjos mencionados na Bíblia. No livro de Tobias (Tb 12, 15), encontramos: “Eu sou Rafael, um dos sete anjos que permanecem diante da glória do Senhor e têm acesso à sua presença”. Foi o Arcanjo enviado por Deus para curar a cegueira de Tobias e acompanhar o filho deste numa longa e perigosa viagem para conseguir uma esposa.

 

Oração a São Rafael Arcanjo

 

Ó Deus, que destes o Arcanjo Rafael como guia ao vosso servo Tobias em seu caminho, concedei-nos também que ele sempre nos guarde e nos preste o auxílio de sua proteção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

 

 

Retirado do livro: “Seleta de Orações”. Ed. Cultor de Livros.

 

 

FELIPE AQUINO   -      é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



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PAULO R. LABEGALINI - O ANJO ENVIADO

 

 

 

 

 

 

Paulo Labegalini.jpg

 

 

 

 

 

 

Num local distante, dezenas de trabalhadores exploravam minério para um proprietário muito rico. Devido ao serviço pesado e o baixo salário, todos reclamavam da vida que levavam, enquanto o dono da terra ficava mais milionário.

Certa noite, um dos empregados teve uma visão: um anjo lhe disse que no domingo seguinte visitaria uma família muito pobre do lugar e lhe daria aquilo que mais lhe faltava. Entusiasmado, o trabalhador reuniu os amigos e contou a novidade. Logo a notícia se espalhou e cada um tentava adivinhar quem o anjo visitaria. Uns diziam que seria a tal mulher doente, outros apostavam num senhor com oito filhos que dormiam no chão, enfim, ninguém deixou de dar o seu palpite.

Na segunda-feira, logo que o dia amanheceu, a correria foi grande para confirmar quem fora agraciado pelo anjo. Quando souberam que a visita não aconteceu a nenhum deles, começaram a se revoltar e tentaram agredir o trabalhador que teve a visão, mas logo chegou o patrão contando:

– Ontem, um anjo enviado por Deus esteve na minha casa. Ele disse-me que há muito sofrimento entre vocês porque sou injusto na condição de vida que lhes proporciono. Enquanto cada um dos senhores se aproxima de Jesus pela dor, eu e minha família nos afastamos do Senhor pela ambição. Portanto, éramos espiritualmente os mais pobres deste lugar! Antes de partir, o anjo colocou muito amor no nosso coração e só então pudemos perceber o quanto devemos ajudar vocês. De hoje em diante, teremos o compromisso de tratá-los com dignidade, respeito e nada lhes faltará.

Que história maravilhosa, hein! Lembre-se agora quantas vezes um anjo já esteve ao seu lado dizendo que você teria que mudar de vida e socorrer os necessitados... Quer uma ajuda para trazer o passado para o presente? Talvez alguém tenha pedido o seu auxílio para um pobre e você adiou a contribuição; ou, quem sabe, por ‘falta de tempo’, você deixou de rezar pela paz no mundo; ou será que, por teimosia, insiste em não participar de alguma pastoral da Igreja?

Tudo isso já aconteceu comigo e sei como fechei o coração em algumas fases da vida. Por isso, se está adormecido na fé, convido você a se tornar ‘anjo’ também. Cada visita que fizer à casa de quem mais precisa da sua ajuda, maior será seu próximo voo na evangelização.

A felicidade se conquista principalmente com paz na família, fé no coração e amor ao próximo. Temos que nos aproximar de Jesus a cada dia, antes que as forças do mal cortem as nossas ‘asas de anjos’. Sem a condição de anjo, fica muito mais difícil transpor as dificuldades e salvar a humanidade. Quando descobri o tamanho das ‘minhas asas’, ganhei confiança e passei a servir melhor a Deus – voando todos os dias. E como é bom voar!

Portanto, se suas asas ainda estão fechadas, comece a movimentá-las com oração, depois dê pequenos saltos através da caridade e, finalmente, voe junto conosco, cristãos comprometidos, porque Jesus abre o caminho da evangelização à nossa frente. E há muitas maneiras de evangelizar porque o mundo é movido pela comunicação.

Temos o dever de nos comunicarmos bem: com naturalidade, conhecimento do assunto e entusiasmo; mas de que adianta tudo isso se não falarmos a verdade? Também é importante ter credibilidade para maior convencimento, que pode ser conquistada a cada dia com conduta exemplar. E a humildade do evangelizador, não é fundamental para atingir os corações necessitados? É claro que são características que não podemos desprezar, mas sem a ajuda divina, fica muito mais difícil uma comunicação eficaz; portanto, a oração também não pode faltar.

Dizem que cerca de 50% do poder de comunicação do ser humano está na linguagem corporal, 40% na voz e apenas 10% nas palavras. Isso significa que sem a gesticulação e a emoção, de quase nada adiantam as palavras! Mesmo assim, Jesus continua sendo o maior comunicador da história porque sua Palavra é recitada, ouvida e seguida em todo o mundo. Imagine se O víssemos falando à nossa frente, quanta paz nos traria!

Mas podemos ser anjos porta-vozes de Cristo, e a melhor maneira de fazermos isso é nos unirmos no amor para construirmos juntos um mundo novo. Uma simples frase dita com sinceridade e fé pode ajudar a curar um irmão, como, por exemplo: “Deus te abençoe”.

E para lembrar que precisamos aproveitar bem as oportunidades que temos na evangelização, vou lembrar a história de um mosteiro onde os monges só podiam dizer duas palavras por ano! No final do primeiro ano que lá estava, um noviço foi até o monge superior e disse: ‘Comida fria’. Após o segundo ano, ele falou: ‘Cama dura’. Mais um ano se passou e lá estava ele de novo para dizer: ‘Vou embora’. O religioso superior escreveu este bilhete a ele: “Eu sabia que não ficaria. Você só reclama!

 

 

 

PAULO R. LABEGALINI   -  Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).



publicado por Luso-brasileiro às 10:53
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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A TORTURA NA ESCOLA NO FIM DO SÉCULO XIX OU A TRISTE INFÂNCIA DE UM GRANDE ESCRITOR (3ª Parte)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como o progenitor queria que o filho fosse doutor, assentou matriculá-lo num colégio, no Porto.

Preparado o enxoval, partiram para a Invicta Cidade do Porto, de barco.

Desceram o rio Douro. Ao desembarcar, Trindade Coelho perdeu-se. O pai, após muito o procurar, foi descobri-lo na esquadra!

Visitaram, depois a cidade. O futuro escritor de nada gostou, a não ser o mar.

Ao despedirem-se, agarraram-se a chorar, cheios de futuras saudades.

Mas o menino tinha que ser doutor!....

No colégio permaneceu 6 anos. Era conhecido pela alcunha de:"O Mogadouro".

Receava os professores e os perfeitos. Ficou traumatizado e abalado o sistema nervoso; problema que o acompanhou por longo tempo.

Certo professor inumano, chegou a dar-lhe 37 palmatoadas seguidas.

Era-lhe proibido ler, a não ser livros escolares. Conseguiu, assim mesmo, ler: " Os Três Mosqueteiros", de Dumas, e mais dois livros.

Nas horas vagas, disfarçadamente, escreveu dois contos: "O Enjeitado" e "Uma Trovoada", e artigo, que teve a coragem de o ler ao porteiro, que ficou encantado, e levou-o a um jornal. Foi publicado com o nome de: “José Coelho"

Feliz, enviou-o ao pai, que não gostou, e pediu-lhe para deixar de escrever.

Finalmente entrou na Faculdade de Direito de Coimbra. Estudou muito, mas nada entendia. O resultado foi ficar reprovado.

Entretanto escreveu um livro sobre: " Direito Romano" que levou para ser publicado.

Quando saiu, ofereceu exemplar ao professor que o "chumbara". Este arrependeu-se acerbamente de o ter reprovado e chegou a recomendar a leitura, da obra, aos seus alunos.

O pai, ao ter conhecimento da reprovação, quase deixou de lhe falar e cortou-lhe a mesada.

Não ficou descorçoado. Partiu para Coimbra. Estudava e escrevia nos jornais.

Assinava os artigos com o pseudónimo: " Belisário", " Progressista Imparcial", " Porta Férrea" e por fim: Trindade Coelho.

Andava no segundo ano de Direito, quando recebeu a triste notícia da morte do pai.

          (Continua)

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal.



publicado por Luso-brasileiro às 10:48
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EUCLIDES CAVACO - A IGREJA DE SANTO ESTEVÃO NÃO HÁ VOZES QUE SE ATREVAM CANTÁ-LA COM TANTA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O meu fraterno abraço de sincera amizade.
 
 
 

  EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

 

***

 

NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

***

 

Leitura Recomendada:

 

 

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Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

***

HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL


https://www.horariodemissa.com.br/#cidade_opcoes 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confissões.



publicado por Luso-brasileiro às 10:34
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Quinta-feira, 23 de Setembro de 2021
JOSÉ CARLOS JOSÉ MARTINELLI - "NÃO EXISTE UM CAMINHO PARA A PAZ. A PAZ É O CAMINHO" ( A.J. MUSTE)

 

 

 

 

 

 

 

 

O Dia Internacional da Paz, que se comemorou na última terça-feira, 21 de setembro, foi instituído pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1981 para “comemorar e fortalecer os ideais de paz em cada nação e cada povo entre elas”. Nosso blog, inclusive tem o nome PAZ. Objetiva despertar a solidariedade e a fraternidade entre os povos, sobrepondo-se ao egoísmo, ao unilateralismo e principalmente, as consequências de um capitalismo desenfreado, onde o lucro dá tônica às relações.

Efetivamente, não podemos perder de vista que a paz é fruto da justiça, inclusive por indicação bíblica (cf. Is 32,17). Sem a sua prática não há harmonia nos relacionamentos entre as pessoas e até entre os povos. Na mesma trilha, pode-se dizer que ela é uma conquista a ser buscada, exigindo nossa indignação pelo desrespeito aos direitos fundamentais do ser humano e nossa preocupação com a prevalência da concórdia entre todos, ainda que tais posicionamentos conflitem muitas vezes, com privilégios de muitos que os pretendem imutáveis.

Os embates sociais e a competitividade crescente em todos os campos colocam os países, as empresas e os indivíduos em constante posição de agressão/defesa. Esquecemos assim, que a tranqüilidade pública pressupõe uma base em valores profundos e inabaláveis, notadamente em épocas como a atual em que a corrupção é um mal visível e a situação política complexa em função mais dos interesses pessoais dos representantes da população do que da própria administração pública, gerando desigualdades sociais, fontes de tensões e explosões de violência.

Somos responsáveis por esta infeliz realidade. Para vencer a injustiça social e a situação hoje do Brasil indispensável que cada um seja capaz de reconhecer a dignidade do próximo e se disponha a lutar por seus anseios fundamentais. Invocando trecho de Paulo Freire, podemos dizer que “a paz se cria, se constrói, na e pela superação de realidades sociais perversas. A paz se cria, se constrói, na construção incessante da justiça social.”

          Invocamos Cora Coralina: - “Devemos somar esforços para alcançar a paz, lutando juntos e constantemente para efetuar a “escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores”

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 14:07
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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - THEOTÓKOS: A CELEBRAÇÃO DO DIA 1º .DE JANEIRO

 

 

 

 

 

Armando Alexandre dos Santos.jpg

 

 

 

 

 

O laicismo dominante nas últimas décadas quer impor o primeiro dia do ano como celebração da “confraternização universal”, mas os cristãos continuam vendo, acima de tudo, uma celebração religiosa, relacionada com o Natal, ocorrido uma semana antes.

Antigamente, nesse dia a liturgia católica celebrava a Circuncisão do Menino Jesus, e hoje celebra a Santíssima Virgem, que o Concílio de Éfeso (ano 431) proclamou "Theotókos" (Mãe de Deus).

Maria não é apenas a Mãe de Jesus, mas é verdadeiramente a Mãe de Deus. O apelativo de Theotókos já era corrente no século III. Ele foi utilizado por Orígenes (+ 254), num comentário que escreveu sobre a Epístola aos Romanos. Foi também encontrado um papiro egípcio do século III, com a primeira versão da oração Sub tuum praesidium, no qual a dignidade de Mãe de Deus é explicitamente professada: "À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus, não desprezeis as nossas súplicas...".

O Concílio de Éfeso (431) definiu, contra os erros nestorianos, que Jesus Cristo, sem embargo de ter duas naturezas, a divina e a humana, é uma única Pessoa (que é a mesma Segunda Pessoa da Santíssima Trindade), e que Maria, como Mãe de Jesus Cristo, é realmente Mãe de Deus. O Concílio deu, assim, chancela total à fórmula Theotókos. O definido pelo Concílio de Éfeso deve ser entendido numa ótica cristocêntrica, complementando os Concílios de Niceia I (325) e Constantinopla I (381), os quais afirmaram, respectivamente, a divindade do Filho e a do Espírito Santo. O problema que estava por esclarecer é como Jesus Cristo poderia ser, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. A dificuldade levantada pelos nestorianos, da escola de Antioquia, fundava-se na doutrina de Aristóteles, segundo a qual a cada natureza humana concreta corresponde forçosamente um "eu humano" próprio (ou seja, uma pessoa própria). Se Jesus Cristo era verdadeiro homem, raciocinavam, não poderia deixar de ter uma pessoa humana distinta da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A ser assim, Maria seria somente Mãe de Jesus Cristo, não porém Mãe de Deus. Por trás do problema mariológico de saber se se pode aplicar a Maria Santíssima a designação de Mãe de Deus estava, pois, um problema cristológico: saber se em Jesus Cristo, Homem-Deus, havia duas pessoas distintas e justapostas (uma delas humana, outra divina), ou se havia uma única Pessoa.

O Concílio de Éfeso, convocado pelo Imperador Teodósio II a pedido de Nestório, porta-voz da escola antioquena, condenou, como dissemos, o nestorianismo. Como prosseguissem os debates em torno do assunto, um novo Concílio convocado em 451, em Calcedônia, reafirmou a doutrina definida pelo Concílio de Éfeso. São palavras textuais do Concílio de Calcedônia: "O Filho que, antes dos séculos, foi gerado pelo Pai segundo a Divindade, nos últimos tempos Ele mesmo, por causa de nós e da nossa salvação, nasceu de Maria Virgem, Mãe de Deus segundo a natureza humana".

Na realidade, Maria é Mãe de Jesus Cristo e, portanto, Mãe da Pessoa de Jesus Cristo. Como, porém, em Jesus Cristo havia uma só Pessoa, a do Filho de Deus, que assumiu natureza humana sem deixar de ser Deus, Maria é verdadeiramente Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e, portanto, Mãe de Deus. Maria é Mãe de Deus não na medida em que Jesus é Deus (já que Deus, sendo eterno, não pode ter Mãe); mas é Mãe de Deus na medida em que Deus quis, no tempo, fazer-Se homem.

Analogamente, cada um de nós, homens, tem corpo e alma e tem também uma mãe. A mãe de cada homem gera apenas o seu corpo, já que a alma é criada e infundida diretamente por Deus. Sem embargo, ninguém contesta que as mães sejam mães da pessoa de seus filhos, integralmente considerados

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -  é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.



publicado por Luso-brasileiro às 12:08
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