Na próxima quarta-feira, 1° dezembro, comemora-se sessenta e cinco anos do ato que libertou todo um povo: nesta data, a costureiraRosa Lee Parks não se levantou num ônibus em Montgomery, Alabama nos Estados Unidos, contrariando a norma de que os negros só podiam se sentar se não houvesse brancos no veículo. Por seu atrevimento, foi presa, julgada e condenada por conduta desordeira, assim como por violar a ordem local. Sua prisão inspirou e deflagrou um movimento de protesto e luta dos negros norte-americanos contra a segregação e pelo respeito aos direitos, tomando corpo em todo o país, com ampla projeção internacional.
Na noite seguinte à sua prisão, cinquenta líderes da comunidade afro-americana, chefiados pelo então quase desconhecido pastor protestante Martin Luther King Jr. reagiram contra este constrangimento cometido contra ela, organizando e realizando um boicote de trezentos e oitenta e um dias ao sistema segregacionista de transporte coletivo naquele estado. No ano seguinte, o caso Rosa Parks foi encerrado na Suprema Corte norte-americana e a discriminação entre brancos e negros nos ônibus foi declarada inconstitucional.
Por seu gesto, foi indicada pela revista “Time”, como um das vinte personalidades heroicas do século XX e sobre a repercussão de sua atitude e posicionamento, foram escritas milhares de artigos, livros e ensaios. Faleceu em 26 de outubro de 2005 em sua residência, dormindo, certamente ciente de que as políticas públicas de inclusão dos negros lhe deveram muito e se espalharam por todos os cantos, tornando-a um ícone da luta contra o racismo que infelizmente ainda persiste, mas a construção da igualdade de oportunidades avançou muito após a ocorrência que a envolveu. Vale lembrar a eleição de Barack Obama como presidente da maior potência do mundo.
A suave guerreira, que com seu simples gesto libertou todo um povo, constituindo-se na pioneira da luta pelos direitos civis americanos, “brilha fulgurante diante de nossos olhos, cada vez que preferimos a comodidade de conceder ao risco de protestar e lutar contra as injustiças que enchem o mundo em que vivemos”, como ressaltou Maria Clara L.Bingemer, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio (“Rosa Parks e o cansaço de conceder”- Jornal do Brasil- 31/10/2005- A15).
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas (martinelliadv@hotmail.com)
Rosa Parks com Martin Luther King,Jr.
A inconsciência diante do perigo é atitude muito frequente na História. Tal é a psicologia humana que, muitas vezes, é-nos mais agradável proceder à maneira de avestruz, que diante de uma agressão externa não luta nem foge, mas instintivamente enterra a cabeça na areia, na ilusão de que, protegida dessa forma a cabeça, o perigo desaparece.
O animal procede assim por instinto. Mas nós, animais da espécie Homo sapiens, frequentemente agimos da mesma maneira ilógica e desatinada. Tal se deu, por exemplo, no período da Belle Époque.
O fim da Belle Époque é consensualmente situado em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, mas seu começo é mais discutido. Alguns o colocam em 1870, com a Guerra Franco-Prussiana, seguida da queda de Napoleão III, da Comuna de Paris, do estabelecimento e consolidação da Terceira República francesa. Outros preferem situá-lo mais para o fim do século XIX, assinalando como marco a Exposição Universal de Paris, de 1889.
Seja como for, todos concordam que a Belle Époque constituiu um período histórico em que as ciências progrediram de modo muito rápido e acentuado, assim como as artes e a cultura em geral, acompanhando paralelo desenvolvimento econômico e dentro de um quadro de relativa tranquilidade política no continente europeu.
O período marcou uma fase de otimismo desenfreado e de orgulhosa autossuficiência, na certeza generalizada de que o mundo estava chegando à sua idade de ouro. O anseio que, desde os tempos do Iluminismo, começara a tomar conta da Europa, parecia afinal em vias de se realizar: a técnica, a Ciência, acabaria por extinguir todos os males, todas as doenças. Realmente, na Belle Époque ocorreram progressos assinalados em muitas ciências. A Medicina, a Biologia, a Psicologia deram verdadeiros saltos. A Química, a Física, a Engenharia igualmente avançaram de modo notável.
Embora a primazia econômica, em nível internacional, já estivesse na posse da Inglaterra e em vias de passar para o âmbito dos Estados Unidos, culturalmente a França ainda permanecia a capital indiscutível do globo inteiro. Pode-se mesmo afirmar que a Belle Époque marcou o apogeu do predomínio cultural francês no mundo.
Hoje, com a hegemonia maciça do norte-americanismo, do american way of life, é difícil, para as gerações mais novas, avaliar o que foi, no passado, a influência cultural da velha nação gaulesa. “Quando a França espirra, o resto do mundo assoa o nariz” – dizia-se correntemente. O francês era o segundo idioma de qualquer pessoa culta, em qualquer parte do mundo e era a língua internacional da diplomacia. Em francês se redigiam tratados internacionais e se apresentavam comunicações em congressos científicos.
Em 1910, visitou o Brasil o jornalista e político francês Georges Clemenceau (1841-1929). Nas suas anotações de viagem a respeito de São Paulo, comentou que todas as pessoas com quem se relacionou falavam o francês com perfeita correção e quase sem sotaque, de modo que ele às vezes tinha a impressão de não estar em viagem pelo estrangeiro, mas estar viajando dentro de seu próprio país. É claro que, em São Paulo, Clemenceau somente se relacionou com pessoas das elites culturais e políticas, não tendo acesso a segmentos sociais majoritários. Mas, mesmo assim, como indício da influência cultural francesa, o depoimento é deveras significativo. Registra-se, ainda, o caso pontual, mas muito digno de nota, de uma Câmara Municipal do interior do
Maranhão cujos livros de atas eram lavrados, na segunda metade do século XIX, em idioma francês.
A Belle Époque foi um período prolongado de paz na Europa (pois eram jogados para outros continentes, menos felizes, os embates bélicos causados pelos diversos interesses europeus em oposição), como também de acentuado progresso econômico. Tais circunstâncias propiciaram um desenvolvimento extraordinário da cultura em geral. A literatura teve manifestações inovadoras, nas artes surgiram estilos novos, como o impressionismo e o art-nouveau, houve a chegada do cinema, a difusão do telefone, do telégrafo sem fio e da luz elétrica, das bicicletas, dos automóveis e dos aeroplanos. Tudo isso contribuiu para que se firmasse a crença inabalável no mito do progresso.
O período assinalou uma grande expansão imperialista das potências europeias, que literalmente repartiram entre si o mapa da África. Os europeus, inflados de orgulho pelo brilho da sua civilização, julgavam-se com a missão de verdadeiros apóstolos do progresso, junto aos povos considerados inferiores.
Também foi um período de intensa fermentação cultural e ideológica, com polêmicas de natureza política (monarquia X república e conservadores X radicais), social (com o aparecimento de várias correntes anarquistas ou de fundo socialista, contestando abusos do sistema capitalista), religiosa (laicistas X católicos) e até mesmo étnico-raciais (o famoso affaire Dreiyfus).
A Europa estava agradavelmente despreocupada, mas em cima de um barril de pólvora. Não tardou muito e veio a Grande Guerra de 1914-18.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Dando sequência aos textos sobre ditados populares, escrevo hoje, por sugestão de um leitor da cidade de Bauru, sobre a expressão popular “Comigo não, violão”. No corpo do e-mail veio também um arquivo com uma música antiga, cantada por Francisco Alves, que leva o mesmo nome. A música me é vagamente familiar e talvez eu a tenha escutado quando criança, mas mesmo sem conhecer o sentido exato ou a origem da expressão, já a utilizei muitas vezes no contexto de muitas frases.
Nesse caso, creio, o significado é claro, ao menos para aqueles que já passaram dos quarenta. De acordo com dicionário informal, é frase utilizada como recusa para alguma atividade ou algo impossível. Quase como o atual (ou nem tanto?) “tô fora”. Muito provavelmente, no entanto, os mais jovens sejam incapazes de identificar o sentido dessa frase. Enquanto alguns ditos populares parecem eternizados pelo contínuo uso, outros vão desaparecendo quando perdem o contexto inicial ou, na melhor das hipóteses, perdem o sentido original.
Conforme minhas pesquisas rápidas no atual “pai dos burros” – outra expressão que muitos não devem conhecer mais - o Google, descobri que o dito popular que dá título a esse texto foi criado na primeira metade do século XX pela boemia carioca. Referia-se às mulheres cujos corpos repletos de curvas lembravam a forma de um violão. Assim, sempre que a mulher agia de forma a contrariar os costumes machistas da época, ou tratasse algum homem de forma mais ríspida ou jocosa, eles diziam, de forma desabonadora e em recusa: “comigo não, violão”.
Com o tempo, independentemente de para quem a recusa a algo indesejado se voltasse, a resposta era a mesma, tivesse ou não a criatura um corpo em formato de violão. Era um jeito de enfatizar uma recusa, algo que não se faria ou se admitiria fazer. Suponho que seria um sinônimo de “nem morrendo”, “nem vem que não tem”, “nem a pau, Juvenal”, “nem sonhando”, “espere sentado” ou outras tantas expressões igualmente populares.
O fato é que a gente deveria ser mais capaz de recusar aquilo que não nos faz bem, pouco importando a forma como isso pode ser dito. Recentemente tenho vivido estressada por conta de um trabalho que deveria ter recusado e gritado um “Comigo não, violão, bandolim, cavaquinho, guitarra e tudo mais”. Infelizmente, à época, não tive o alcance das ideias, a sabedoria ou a intuição de dizer não e hoje venho amargando as consequências dessa decisão que tomei sem pensar direito.
Nos últimos tempos, sobretudo nessa situação tão doida na qual o vírus maldito nos meteu, ficou, ao menos para mim, muito mais clara a fragilidade dos nossos dias. O quanto o que chamamos de vida, de normalidade, pode ser afetado e alterado drasticamente. O equilíbrio entre aquilo que queremos, aquilo que gostamos e aquilo que precisamos fazer é algo muito difícil de atingir, mas é fundamental de ser buscado.
A vida é um sopro e, por mais que essa frase seja um lugar comum, um jargão, reflete a verdade que não podemos ignorar. É preciso ter em mente que os melhores momentos são apenas isso, momentos e que nem todo dinheiro ou trabalho do mundo vale a troca pela nossa saúde, nossa família, nossa paz. Para o futuro, estou decidida sobre colar em letras garrafais na porta de casa, “COMIGO NÃO, VIOLÃO”, pois a vida é curta demais para perder tempo com o que não me faz feliz.
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e quer que as aves de mau agouro vão cantar em outra freguesia – cinthyanvs@gmail.com/ www.escriturices.com.br
Enquanto aguardo abrirem as portas da Catedral, observo a movimentação na Praça Governador Pedro de Toledo com seus andarilhos. Um ou mais se aproximam para pedir algo.
Domingo passado, um deles me abordou dizendo: “A porta da Igreja está fechada, mas a do Céu sempre aberta”. Foi a partir disso que iniciamos a conversa. Comentei com ele que dissera uma grande verdade, pois Deus é misericordioso e deseja todos os seus filhos de volta. Entusiasmado, fez várias citações bíblicas, principalmente do Antigo Testamento. Possui uma certa restrição ao rei Davi, porque não enfrentou a guerra, enviou Urias e ainda ficou com a esposa dele. Mas concluiu que até a Davi Deus perdoou. Esclareceu que é autodidata e o número de livros lidos, citando alguns significativos da literatura brasileira. Fiquei impressionada com sua fluência na fala e argumentação.
Contou-me que nascera na zona de meretrício e que, quase em seguida, o colocaram numa lata de lixo. A mãe era de família de posses. Grávida, no final da adolescência, de um namorado que os pais não aceitavam e que desapareceu ao saber da situação dela, propuseram aborto. Não consentiu. Pelo avô ter influência na cidadezinha, encaminhou-a para uma casa de prostituição.
Já ouvi um fato semelhante das primeiras décadas do século passado. Uma senhora, que me era muito querida, relatou-me que acontecera com uma amiga dela. Grávida aos 15 anos, foi levada pelo pai para uma área de comércio do sexo. Ela desejava muito visitá-la, mas os seus não permitiram. Conseguiu, pelo menos, através de terceiros, enviar-lhe um enxovalzinho de bebê com um escrito sobre estar com ela de alguma forma.
Contou-me décadas depois esse fato, com o sonho de retornar à sua terra e reencontrá-la. Tentou procurá-la uma vez, porém sem sucesso. O tempo não fez passar a dor que sentiu pela situação da companheira.
Voltando ao moço. A mãe morreu no parto feito na casa de luz vermelha. Avisaram a família. Responderam que não tinham filha. Colocaram-no na lixeira. Enterram-na em uma vala destinada aos empobrecidos. Uma mulher das proximidades se condoeu e o assumiu na precariedade em que vivia. Aos 12 anos dele, ela faleceu vitimada por várias doenças. Firmou o pé nos atalhos. Mostrou-me as mãos calejadas. Detém-se em alguns lugares e trabalha por um tempo na lavoura, no entanto, não consegue ficar. Há dentro dele algo que o empurra para continuar daqui para lá como se estivesse à procura de um porto com o propósito de permanecer. Jamais procurou a família da mãe. Sabe quem é. Se não a aceitaram, imagine a ele que é a mistura dela com o pai desconhecido que odiavam. Faz o seu próprio caminho. Há nele sinais de alcoolismo que compreendo.
A porta se abriu, pedi licença e ele me falou para não me esquecer de que as portas do Céu estão abertas para todos.
Fiquei com a presença do moço. Portas da família fechadas. Sem revoltas ou amargor. Prosseguindo.
Na mesma semana, li sobre uma imagem de Nossa Senhora, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma que, segundo informações, foi encomendada ao escultor Guido Galli, após a 1ª. Guerra, pelo Papa Bento XV, onde se encontra o título “A Rainha da Paz cuida do mundo”. Alguém – desconheço quem seja -, pela mão espalmada e esticada da imagem, deu a ela o nome de Nossa Senhora do “BASTA”, na perspectiva de que a verdadeira paz no mundo depende da derrocada do Império do Mal.
Na reunião com as integrantes da Pastoral da Mulher/ Magdala, refletimos sobre Nossa Senhora do “BASTA”. Perguntei-lhes: “Basta o que para vocês?” Responderam com firmeza: agressões, falta de educação, corrupção, tragédias, desemprego, fome, estupro, pobreza, feminicídio, homicídios, aguardente, drogas, roubos, subornos, preconceitos, falta de esperança e de amor...
Creio que basta de portas fechadas pelo poder que oprime – todos os tipos de poderes; basta de mentiras acobertadas pelos tapetes da indiferença; basta de exclusão; basta de desrespeito... As portas do Céu, que estão abertas para todos, podem se fechar para os cruéis, vingativos e dominadores.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil
Caloroso é uma palavra formada pelo substantivo calor, que acrescentada pelo sufixo “oso” forma o adjectivo “caloroso”.
.Significado de caloroso:
-“É o que contém ou causa calor; que é quente; que é calorento”.
-“Que expressa simpatia, que tende a ser afectuoso ou desperta o afecto em, é
simpático”.
-“ Que contém entusiasmo, que é veemente”.
Sinónimos de caloroso:
-“Afogueado, simpático. enérgico, veemente, afectuoso, calorento, ardoroso, cordial, carinhoso, calmoso, abafado, quente, calmo e afogueado”.
Frases feitas nas quais aparecem o adjectivo caloroso:-“Um caloroso obrigado aos senhores relatores, ao Senhor Presidente da Comissão e ao senhor Comissário”
-“A relatora, senhora deputada, introduziu nesta revisão aspectos vitais que merecem caloroso apoio.
-“O instrumento legislativo ora proposto “uma directiva-quadro- merece, por isso mesmo, o nosso caloroso apoio”.
-“Para que não haja dúvidas, eu sou a favor de continuar, de dar o meu caloroso apoio às reformas e aos reformadores”.
“Gostaria de dirigir um agradecimento especial e caloroso ao senhor deputado pelo seu construtivo trabalho”.
-“Por último, gostaria de dirigir um caloroso agradecimento ao competente chefe da delegação”.
“-Esta resolução poderia ser ainda mais forte, mas dou-lhe o meu caloroso apoio”.
-“A Geórgia é um país caloroso, de uma imensa hospitalidade e beleza”.
-“Senhor Presidente, todos nós temos conhecimento do seu total e caloroso apoio”.
-“A resolução contém diversas propostas nesse sentido, as quais merecem o nosso caloroso apoio”.
-“O apelo à descentralização, pelo contrário, merece o meu caloroso apoio”.
-“Senhor Presidente, gostaria de dirigir um caloroso agradecimento a todos os intervenientes”.
-“Por isso, esperamos o apoio caloroso da Comissão e do Concelho.
-“Senhor Presidente, estou bastante comovido hoje, e agradeço a todos vós o caloroso apoio.”.
-“Dou o meu caloroso apoio à proposta de resolução apresentada por sete políticos deste Parlamento”.
-“O relatório do Senhor deputado conta,.por isso, com o meu mais caloroso apoio.”
-“Gostaria que estas questões não fossem esquecidas no decurso do caloso debate que se avizinha”.
-“Como as flores de Ano Novo, eu gostaria de lhe enviar um abraço mais quente e melhores desejos.
-“Ainda que ela fosse um tanto reservada, tinha muita motivação para seus estudos académicos, e seu comportamento doce e caloroso despertava o melhor em todos que o conheceram”.
-“Eu gostava de posar para retratos com um rosto severo só para manter o público a uma certa distância, mas era caloroso e jovial”.
-“O apartamento é o lugar perfeito para a calorosa hospitalidade com uma decoração agradável”.
-“ Preparando-me para a próxima etapa da minha peregrinação nas terras da Bíblia, desejo agradecer a todos vós, a calorosa hospitalidade que nestes dias recebi na Jordânia”.
-“ A delegação da Santa Sé deseja começar esta intervenção, exprimindo o seu agradecimento e as suas felicitações ao Presidente e ao povo do México pela calorosa hospitalidade e pelas excelentes acomodações que nos foram reservadas nesta circunstância”.
-“Junte-se a nós para uma magnifica estadia em Montreal, onde calorosa hospitalidade de Quebec encontra a requintada sensação de estilo francesa em cada detalhe”
-“Desfrute da calorosa hospitalidade da requintada cozinha mediterrânea e regional no interior elegante e sofisticado do Restaurante Ticinbo
Carona e cumprimento caloroso ajudam-nos nos negócios.”.
A gratidão é um sentimento complexo, controverso, difícil de ser explicação, mas de grande valor nas relações de confiança e duradouras. Reflectindo sobre isso o empreendedor Gary sempre atenuando no mercado, percebeu que esta pura sensação de bem-estar não estava sendo aproveitada no mundo dos negócios, e resolveu compreender e descobrir os melhores caminhos para aplicá-la no cotidiano.”Os negócios de verdade não são fechados em reuniões de directoria, mas sim comendo bistecas num bar -restaurante ou durante o intervalo. De uma peça de teatro. Realizam-se por causa de um cumprimento , uma recomendação inesperada, ou ao oferecer uma carona de táxi num dia chuvoso. Agora imagine que poderíamos transportar essas interacções e expandi-lhas a centenas, milhares ou até milhões de pessoas que formam a sua base de clientes ou melhor ainda, sua base de potenciais cliente, inda Gary.
O palavra “caloroso” na Bíblia”,
-“Dêem uma calorosa acolhida qualquer irmão que deseje unir -.se a vocês, mesmo que a sua fé seja fraca. Não o censurem por ele ter ideias diferente das suas a respeito daquilo que está certo ou errado”S. Paulo aos Romanos 14,1
-“Quanto aos problemas de consciência, acolham o fraco na fé, recebe-o, não em contendas sobre dúvidas.
-“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse:” Zaqueu, desça. depressa. Quero ficar em sua casa hoje .Então ele desceu rapidamente e o recebeu
“calorosamente”.Lucas 19, 5-6.
-“Os habitantes da ilha mostraram extraordinária bondade para connosco. Fizeram uma fogueira e receberam calorosamente bem a todos nós, pois estava chovendo e fazia frio”.Actos dos Apóstolos 29,2.
-º”O jejum que eu desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo o jugo? Não é partilhar calorosamente a sua comida com o faminto, obrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou e não recusar ajuda ao próximo? Isaías 58, -7.
-“Talvez nem todos sejamos talhados para saudar os outros tão calorosamente como ele o faz, mas o seu empenho de cuidado é um bom lembrete para ns, Lemos n Bíblia para abrirmos a nossa casa cem grado(calorosamente) para os que necessitam de um lugar para se hospedar ou e forma centrada bo amor.(1 Pedro4,9). A hospitalidade no primeiro século incluía oferecer acomodações aos viajantes - e até isso começa se começa com uma saudação calorosa. Ao interagirmos com os outros, seja um abraço ou apenas um sorriso amigável, isso trará glória a Deus por meio de Jesus Cristo”. 8vers. 11).´
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
a letra não pertence ao poeta
ele é um mero escriba.
não é dele o verso
não é dele a estrofe...
nem mesmo uma sílaba!
nada é dele inteiro
poesia é meio
www.youtube.com/channel/UCS1xIGO5hmymVj7US-49zmw
Valquíria Gesqui Malagoli, escritora e poetisa, vmalagoli@uol.com.br
“Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta!”, disse Santa Teresa D’Ávila
São Tiago diz que a paciência nos leva à perfeição, a meta de nossa vida cristã. “É preciso que a paciência efetue a sua obra a fim de serdes perfeitos e íntegros, sem fraqueza alguma” (Tg 1,4). Ele chega a dizer que é uma “suma alegria” passar por diversas provações, já que elas produzem em nós a paciência (Tg 1,2). É impressionante esse “suma alegria”. Os santos dizem que há dois tipos de martírio: o da morte pela espada; e o da morte lenta, também por amor a Deus, pela paciência.
Não há barreira espiritual que não caia pela força da paciência, que é fruto da fé e do abandono da vida em Deus. Foi pela paciência que Abraão esperou o seu Isaac, 25 anos após a promessa de Deus. Foi pela paciência que Jó venceu as provações e agradou a Deus. Foi pela paciência que a Igreja venceu todos os seus inimigos até hoje: o império romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados dos seus filhos, etc. Sem paciência não é possível o crescimento humano e espiritual.
Leia também: Tem paciência contigo!
Oração a Jesus para pedir paciência
Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam, é preciso ter paciência conosco e aceitar a nossa dura realidade. Assim os santos chegaram à santidade. Quando é difícil caminhar depressa, então é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar. José e Maria salvaram o Menino das mãos de Herodes, indo passo a passo até o Egito. A pressa é inimiga da perfeição.
Quando o trabalho de cada dia se torna monótono e cansativo, é preciso fazê-lo com paciência, oferecendo cada gota de suor a Deus. Quando a oração se torna difícil, é preciso mantê-la com paciência, deixando que ela mesma aumente em nós essa virtude. Quando o obstáculo é intransponível às nossas possibilidades, é preciso saber esperar as circunstâncias mudarem, a graça de Deus agir, e tudo acontecer. Santa Teresa D’Ávila, doutora da Igreja, nos ensina: “Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta: Só Deus Basta!”
Quando o sofrimento se faz presente, é preciso não se desesperar, e fazer como os passarinhos que, quietinhos no ninho, esperam a tempestade passar… O remédio é a paciência!
“O sofrimento aceito com paciência é o mais rápido caminho da santificação”, nos garante São Francisco de Sales, com sua autoridade de doutor da Igreja. Foi o santo da paciência; nada lhe tirava o sorriso dos lábios.
Maria, nossa Mãe, é a mulher da paciência. Sempre soube esperar o desígnio de Deus se cumprir, sem se afobar, sem gritar, sem reclamar… A paciência é amiga do silêncio e da fé.
“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (…) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência… sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência” (Eclo 2,1-3).
Deus usa da natureza para nos fazer pacientes, já que esta lição é fundamental para nossa salvação. Para que todos pudessem sem se cansar aprender essa lição, Deus a colocou como a base da criação. Você semeia o grão de milho e tem de esperar pacientemente seis meses para colher a espiga. Primeiro o grão germina; gera a plantinha que cresce e se fortalece aos poucos, sem cessar e sem correr, silenciosamente. Se adapta ao solo, ao clima, ao tempo… Depois vêm as flores e por fim o fruto.
Toda a natureza nos dá essa lição: crescer devagar, sem parar, com paciência e em silêncio. Nós fomos uma única célula no ventre caloroso da mãe, ela se dividiu em duas… em milhões, aos poucos, lentamente. E assim Deus nos teceu no seio materno, como a mulher vai tricotando uma blusa, ponto por ponto, sem parar, sem correr. Que lição de vida!
É Deus nos falando pelo espelho da natureza. Feliz de quem sabe contemplá-la e aprender as suas belas lições. Tudo que a gente fizer sem paciência e sem contar com a natureza, ela mesma se incumbe de destruir. Deus atrelou nossa vida na paciência que a natureza nos ensina sem cessar.
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino
Artigo 231. Na momentosa questão do marco temporal, recorre-se sem cessar ao artigo 231 da Constituição, que, muitos o alardeiam, abrigaria verdadeiro estatuto do índio. Reza o caput do mencionado item: “São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
Artigo 3. Sua exegese, a do 231, por coerência constitucional, precisa ser feita de acordo com o artigo 3º que coloca os fundamentos, sobre os quais toda a carta deve ser interpretada ▬ em particular, hermenêuticas sistemática e teleológica. Comanda o mencionado artigo 3: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.
Construção da sociedade livre. Uma sociedade só é livre se composta de pessoas que à vera são livres, a saber, que podem usar bem de sua liberdade natural. De outro modo, pessoas pelo menos com inteligência razoavelmente desenvolvida, com autonomia, meios, personalidade. Vale para todos, vale, é claro, também para os índios. Aqui se desenha objetivo constitucional fundamental: participação dos índios como cidadãos plenos e para tal estímulos para que alcancem personalidades bem desenvolvidas. Avanços civilizatórios é o que comanda o mandamento constitucional; sem chapinar em estagnações desagregadoras.
Obstáculos na caminhada. Vou mencionar como exemplo apenas um obstáculo a tal objetivo. Os índios têm sido vítimas de doutrinas atrofiantes que empapam a sociedade em todo o período republicano: foram reduzidos à condição de servos da gleba, posseiros de terras estatais. Não podem avançar, têm de ficar empantanados no retrocesso, acorrentados pelo obscurantismo. De momento, toda a ação das esquerdas empurra para os algemar indefinidamente na condição de servos da gleba, posseiros em terras estatais. Onde está a liberdade? Onde ficou a construção da sociedade livre? Situação claramente anticonstitucional, s. m. j. Minha proposta, não é só minha, mas certamente de todo brasileiro esclarecido, é a seguinte: com senso de medida, gradualmente, estimular para que os índios alcancem logo que possível a condição plena de cidadãos brasileiros. O contrário é obscurantismo.
Restauração regenerativa. É marcha para restauração do que já tiveram no passado colonial. Regenera um tecido social dilacerado. Enfim, extingue o retrocesso, já multissecular, da mera posse perene. Retorna à estrada do avanço, que tem o domínio (a propriedade) em sua chegada, cuja construção foi iniciada pelos primeiros reis do Brasil.
Caminho real. Reitero, o caminho real aponta no termo para a propriedade (o domínio) e a inerente posse, representa o fim da sujeição atrofiante ao Estado-patrão ▬ entre nós, é o habitual, desorganizado, inclemente, perdulário, autoritário. Dando s costas para o obscurantismo, petrificado no período republicano, é preciso obedecer realmente ao preceito constitucional, objetivo fundamental (supremo) da Carta de 1988, a construção da sociedade livre: É óbvio, situação a ser legislada com sensatez, e tendo como pano de fundo os institutos do Direito Civil a respeito.
Desconfiança com o estatismo. Explico-me, repetindo o que escrevi em artigo anterior, citando o ministro Fachin (no caso, inteiramente insuspeito) em seu voto no RE 1.017.365 ▬ uma hora, espero, acaba entrando, à custa de muita repetição, na cabeça do pessoal que teima em manter os índios agrilhoados ao estatismo: “Assim, as cartas régias de julho de 1609 e de 10 de setembro de 1611, promulgadas por Filipe III, afirmam o pleno domínio dos índios sobre seus territórios e sobre as terras que lhes são alocadas nos aldeamento: ‘os gentios são senhores de suas fazendas nas povoações, como o são na Serra, sem lhes poderem ser tomadas, nem sobre elas se lhes fazer moléstia ou injustiça alguma; nem poderão ser mudados contra suas vontades das capitanias e lugares que lhes forem ordenados, salvo quando eles livremente o quiserem fazer’”. O mesmo reconhecimento do domínio [e posse, claro] dos indígenas sobre as terras, lembra o ministro Fachin, ainda se pode constatar em alvará régio de 1680: “Nada obstante o contexto fático, o reconhecimento de posse e domínio sobre as terras que ocupam ocorre com o Alvará Régio de 1680, o qual consignava: ‘[...] E para que os ditos Gentios, que assim decerem, e os mais, que há de presente, melhor se conservem nas Aldeias: hey por bem que senhores de suas fazendas, como o são no Sertão, sem lhe poderem ser tomadas, nem sobre ellas se lhe fazer moléstia’”. Foi o Direito contemporâneo que operou a regressão: suprimiu o domínio, esbofeteando o Direito Natural; reconheceu como grande concessão a posse. Da condição de senhores, reconhecida pelos reis, caíram para a situação de servos da gleba. Não estaria na hora de avançar, retomando com prudência e senso da justiça a trilha real? Facilitaria a inserção, a participação, a inclusão dos indígenas na sociedade brasileira. Seriam medidas eficazes contra a exclusão, que nos infelicita há décadas (pelo menos). Voltarei ao assunto.
PL 490. Minha proposta requer mudança constitucional, claro, a mais de debates amplos na sociedade. Em resumo, não é simples. Tem a vantagem inestimável, acho, de abrir as cabeças, desenhar uma solução que estimularia os índios a deixarem situações passivas, assumirem protagonismo. Seriam donos do próprio destino, participantes sociais plenos e não condenados a vegetar, para sempre, amarrados por utopias, pobres cobaias de grupos fanatizados e servos da gleba de estatismos delirantes. De momento, temos providência imediata e simples. A saída é começar pelo básico, o factível, procurar aprovar o PL 490. Para tal se requer o esforço de todos, em especial produtores rurais e lideranças indígenas realmente preocupadas com a prosperidade contínua e crescente de suas etnias.
PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas
Dizia Jesus às multidões: “Quando vedes uma nuvem levantar-se do poente, dizeis logo: ‘Vem lá a chuva’; e assim sucede. E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai haver muito calor’; e assim acontece. Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu; como é que não sabeis reconhecer o tempo presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?” (Lc 12).
A natureza realmente nos dá lições maravilhosas e nos permite espelhar nossas vidas em acontecimentos marcantes! Muitos animais se ajudam a cada dia, possibilitando a sobrevivência da espécie e a realização do objetivo almejado. Os gansos, por exemplo, retratam bem a união de um grupo a ser imitado pelos humanos.
Embora a internet já tenha divulgado isso exaustivamente, você saberia dizer por que os gansos, quando voam, estabelecem uma formação em ‘V’? Vou recordar em alguns motivos:
1. À medida que cada ave bate as asas, cria uma área de sustentação para a espécie seguinte. Voando em ‘V’, o grupo inteiro consegue resistir pelo menos 71% a mais do que se cada ganso voasse isoladamente.
2. Quando o ganso líder se cansa, ele vai para a parte de trás da formação enquanto um outro assume a frente. E os gansos da retaguarda grasnam para encorajar o da frente a manter o ritmo e a velocidade.
3. Quando por qualquer motivo um fica para trás, dois outros saem da formação e seguem-no para protegê-lo. Eles o acompanham até que suas condições melhorem e, então, os três reiniciam a jornada, juntando-se a alguma formação mais próxima – até encontrarem o grupo original.
Concluindo, um ganso sozinho possivelmente não chegaria ao destino sem a ajuda do grupo. Também Jesus ensinou isso aos discípulos: ajudem-se mutuamente; o considerado maior sempre sirva o menor; unam-se para realizar uma missão com sucesso; não caminhem sozinhos etc. Como Deus fez a natureza e também instruiu os discípulos, só há coerência nisso tudo, concorda?
O foco é a caridade, esse dom maior que recebemos no Batismo e que, às vezes, fica adormecido por algum tempo. Quem não demonstra que ama o irmão, acaba dando espaço ao egoísmo e cai em muitas tentações no cotidiano. É preciso, então, orar e agir segundo os ensinamentos de Jesus – que também estão presentes na natureza.
Mas, para facilitar a nossa busca, como todo bom ensinamento está contido nos Evangelhos, recordo estas palavras de Jesus aos discípulos: “Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (Mc 12,43-44). Ele se referiu às grandes ofertas feitas no templo pelos ricos, enquanto a viúva depositou apenas duas moedas no cofre.
Algumas pessoas sabem que a verdadeira caridade é aquela que brota do coração. Aliás, acho que todos sabem, mas poucos praticam. Um simples gesto de amor por parte de cada cidadão já seria o suficiente para alegrar e alimentar todo o planeta. Os ricos doariam dinheiro; os políticos zelariam pela justiça; os religiosos levariam a Palavra; os pobres retribuiriam com sorrisos; e os mansos de coração selariam a paz!
Não parece muito simples esta combinação? E é simples realmente! O problema é que muita gente não dá valor ao Reino de Deus e prefere prestar culto ao egoísmo e à ambição. Esses, de corações fechados à caridade, não entenderiam nem a mensagem desta história:
Dois irmãozinhos maltrapilhos iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira um morro. Estavam famintos e ouviam por diversas vezes: ‘Aqui não há nada, moleque’. Por fim, uma senhora humilde disse-lhes: ‘Vou ver se tenho alguma coisa para vocês, coitadinhos!’ Como também era pobre, voltou com uma pequena latinha de leite.
Que festa! Ambos se sentaram na calçada e o menorzinho disse para o de dez anos: ‘Você é mais velho, tome primeiro’. Então, o maior levou a lata à boca e, fazendo gesto de beber, apertou fortemente os lábios para que não penetrasse uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, disse ao irmãozinho: ‘Pronto, agora é sua vez. Só um pouco, hein!’ E o irmãozinho, dando um grande gole, exclamou: ‘Que gostoso!’
Isso se repetiu várias vezes, até que o menorzinho bebeu todo o leite sozinho. E o detalhe mais importante: o mais velho começou a cantar, a sambar, a jogar futebol com a lata de leite... de estômago vazio, mas com o coração trasbordante de alegria. Quem viu a cena aprendeu esta grande lição: ‘Aquele que dá é mais feliz do que aquele que recebe!’ E quem não viu e veio saber depois, será que também aprendeu alguma coisa?
Da mesma forma, muitos não O seguem porque não viram de perto o sofrimento de Jesus por nós. Infelizmente, se não mudarem, talvez nem O verão no Céu!
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).
Subia os Clérigos, quando deparo antigo condiscípulo, companheiro de muitas horas de lazer.
- "Há séculos que não te vejo? O que é feito de ti?"
- "Vivo no interior." – respondeu-me o Júlio
- "Fizeste bem. Há por lá ar mais puro, isento de poluição..."
- "Não o fiz por prazer..." – lamentou-se, mostrando fisionomia tristonha.
-"Gostava de viver na cidade, onde tenho velhos amigos. O campo não é bom para mim. Gosto de movimento. Sou citadino por natureza, mas..."
Explicou-me, então, a triste sina. Reformou-se no início do século. Não era muito, mas ia chegando...
Com o correr dos anos a reforma degradou-se.
Aumentaram as rendas de casa, substancialmente; aumentaram os géneros alimentícios.... Tudo vai aumentando, menos o que se recebe mensalmente.
Acrescentou, ainda com mágoa, as reformas mínimas têm subido, embora menos do que seria necessário; mas as outras?
O Júlio, desanimado, comentou de voz apagada, estar arrependidíssimo de não ter tentado lá fora, quando era novo:
- "Se tivesse emigrado, quem sabe, se não teria reforma mais confortável, para passar a velhice melhor? Quem sabe?... Ainda quem recebe duas reformas, vai aguentando, mas eu, que nunca quis que minha mulher trabalhasse.... Sabes? No nosso tempo os homens não queriam viver à custa das mulheres. Era ponto de honra. O marido devia sustentar a família. A esposa era dona de casa: cuidava dos filhos e levava a termo o governo do lar."
Tive pena do Júlio. Embora a minha situação não seja muito melhor.
Bem sei que na aldeia, como disse o Júlio, a vida é mais simples. Sempre há lavradores que oferecem punhado de batatas, mão cheia de feijões, e pinga de azeite.
Mas é triste chegar a velho e não ter fim de vida sossegado e feliz.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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O primeiro grito de liberdade ecoado na América Latina foi dado por Zumbi, que pagou com a própria vida por ter construído na Serra da Barriga, Alagoas, uma verdadeira república, onde conviviam em liberdade não apenas os negros fugidos do escravismo, mas também brancos foragidos da Justiça e índios. Trata-se de Palmares, que teve a duração de aproximadamente um século, foi o principal quilombo a se contrapor ao sistema escravista colonial vigente (séculos XVII e XVIII). Segundo o sociólogo Clóvis Moura, ela se constituiu em embrião de uma nova nação, “surpreendentemente progressista para a economia e os sistemas de ordenação social da época”. Sua execução ocorreu há 326 anos num dia 20 de novembro e é por isso que celebramos nessa data no Brasil, o DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA.
Os significados históricos e reflexivos desta data que alguns não procuram ou não querem entender, deveriam estimular o debate sobre a situação não só do racismo, mas também as variadas manifestações discriminatórias que ainda proliferam em muitos setores sociais. Os efeitos do primeiro são os piores possíveis. Em nome de uma suposta superioridade de determinada casta, registram-se subjugações, domínios, humilhações e atitudes desumanas. As segundas também impedem a completa viabilização da cidadania, já que é imprescindível proscrever o arbítrio para se garantir a liberdade, e a Justiça exige a igualdade, um de seus elementos primordiais. Além do mais, nada os justifica, são frutos de ideologias equivocadas e de questões de pura ignorância, sem quaisquer enfoques científicos, legais ou morais.
Efetivamente, preceitos constitucionais determinam a uniformização do estatuto jurídico para todos os homens, resultando na proibição de que, em razão de nascimento, raça, credo religioso ou de convicções políticas, estabeleçam-se distinções ou se criem privilégios de qualquer espécie. E apesar de proibido legalmente, o preconceito existe, ainda que dissimulado, revelando-se em fator determinante na definição da pirâmide social e das relações de trabalho. Constata-se assim, que apesar de alguns progressos, nenhum partido político ou movimento popular combate a injustiça racial com a mesma ênfase dada à injustiça social, numa nação onde muitos negros continuam vivendo à margem da comunidade, poucos atingem o ensino superior, são diferenciados em seus empregos e, muitas vezes, obrigados a se submeterem a salários inferiores.
Assim, tudo indica que o mito da democracia quanto às raças no Brasil não passa de um ideal, ainda distante de sua realidade. Evidencia-se a cada dia que promover a equidade é de extrema importância para o desenvolvimento grupal e econômico de um Estado. Os motivos de Zumbi continuam atuais, exigindo a mesma capacidade e a mesma disposição de busca por isonomia, reiterando-se que a educação é o instrumento primordial para alcançá-la. Além do que, nossa Constituição Federal coloca no topo da organização estatal o cidadão, assegurando-lhe o exercício de anseios considerados valores supremos e protegendo-lhe com as garantias da não discriminação, da dignidade humana, do acesso à justiça e do Devido Processo Legal.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas e autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com),
Sempre recomendo aos meus alunos o método “Assimil sem esforço”, para o aprendizado de línguas. Originário da França, tem traduções e adaptações em muitos países. Na França, são mais de 50 cursos, de línguas e dialetos do mundo inteiro. No Brasil, que eu saiba, somente foram traduzidos e publicados os cursos de alemão, francês, inglês e italiano desse método, todos pela Editora E.P.U.
É um método inteligente e eficaz, porque segue exatamente o mesmo sistema de aprendizado de uma criança, quando esta aprende sua língua materna, por assimilação passiva, no início, e somente depois passando para a fase ativa. Normalmente se distinguem, no ensino da Gramática, três níveis, ou três enfoques: a gramática não-consciente, a reflexiva e a teórica. A primeira é a praticada... na prática! É quando a criança, sem saber regra alguma, aprende que deve dizer “eu gostei” e não “eu gostou”. É puramente prática, sem reflexão. A segunda é quando a criança, na hora de falar que gostou do sorvete e quer mais, hesita, olha para a mãe, hesita mais um pouco e depois diz “gostei”. O sorriso da mãe é expressivo e confirma na criança o seu conhecimento em fase de consolidação. Ela aprende - já reflexivamente, mas ainda no campo da prática, que quando é ela que saboreou o sorvete, deve dizer “gostei”, e quando é outra pessoa, “gostou”. A terceira fase é a teórica, quando, já no Ensino Fundamental, toma contato com os pronomes e as formas verbais. Somente então começará a estudar as pessoas, os tempos e os modos verbais, com as respectivas desinências.
O método Assimil vai dosando, de modo gradual e processivo, o aprendizado de uma língua nessas três profundidades: a não-consciente (fase passiva, inicial, com muita prática e observação assimilativa), a reflexiva (segunda fase, já comportando reflexões e procurando descobrir, pela via da indução, mais do que da dedução, as normas que regem a linguagem) e, por fim, a terceira fase, a teórica (quando já se conhece a prática tão profundamente que se consegue sistematizar as normas que regem a língua, a ponto de reconhecer e identificar até mesmo as possíveis exceções).
São fases logicamente distintas e sucessivas, se bem que, no ensino, por vezes aconteça de um professor precisar dosar e, de certa forma até misturar, elementos de cada uma das fases. O processo de ensino/aprendizado não é linear e nem sempre é perfeitamente lógico, mas, pelo contrário, é “ondulado” e é analógico ou psicológico (dependendo essas “ondulações” de mil fatores variáveis conforme as matérias e, sobretudo, conforme a capacidade de absorção e os interesses dos alunos). Assim sendo, por vezes o professor pode ainda na fase inicial antecipar alguma formulação genérica que já tem algo de teórico. E também pode (e até deve) na fase da teoria, fazer contínuas remissões exemplificativas às fases anteriores. Teoria e prática, pois, se mesclam, se combinam, se equilibram num ensino bem calibrado do nosso idioma.
Foi pelo método Assimil que aprendi o latim, que não cheguei a estudar no curso regular de Ginásio. Ingressei no Ginásio na passagem de 1964 para 65, dois anos depois de ter sido extinto, infelizmente, o ensino do Latim nos cursos secundários, ensino esse priorizado pela célebre Reforma Capanema. Só fui estudar o latim por iniciativa própria, já aos 19 ou 20 anos de idade. Principiei pela teoria, usando um velho método muito corrente “in temporibus idibus”, chamado “Ars Latina”. Intoxiquei-me de regras e decorei dezenas de exceções, sem grande resultado. Era, tipicamente, um método que partia da teoria para a prática. Recordo que fiz com toda a seriedade, os dois primeiros livros da série. Teoricamente, já estaria habilitado a ler textos latinos correntes, não muito clássicos ou rebuscados, mas na prática não conseguia.
Conheci, então, o método Assimil. Segui o “Le Latin sans peine”, publicado na França, já que não havia uma tradução desse método para o português. Como, nesse método, é importantíssimo acostumar o ouvido e eu não possuía as fitas gravadas que deviam acompanhar o livro, gravei, com minha própria voz, os textos de todas as lições e o básico da Gramática, com as declinações e formas verbais completas, em 3 ou 4 fitas de 90 minutos cada. Eu as ouvia, mecanicamente e sem pensar, enquanto fazia a barba, tomava banho ou engraxava os sapatos, para assimilá-las. Fiz isso durante meses. E, ao mesmo tempo, fui seguindo o curso na forma recomendada, de início passivamente, depois ativamente.
E aconteceu algo que pareceu milagroso... Eu ainda estava na lição 40 da fase passiva, ainda não havia começado a fase ativa e já conseguia ler e entender perfeitamente o Evangelho de São Mateus, na Vulgata Latina. Com 40 lições passivas eu conseguia o que não tinha conseguido com o suado estudo de “Ars Latina”... Ainda hoje, quase 50 anos depois, conservo na memória as formas verbais latinas, ativas e passivas, de cor, sem erro, de tal modo elas se sedimentaram e consolidaram no meu espírito.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
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