PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quinta-feira, 30 de Dezembro de 2021
JOSÉ CARLOS JOSÉ MARTINELLI - ANO NOVO, POESIA E ESPERANÇA...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

               

Normalmente, o final do ano nos convida a um balanço, impõe reflexões, renova anseios e traz um sentido poético, que em outros momentos não conseguimos revelar. Efetivamente, o mundo completa outra volta ao redor do sol e marca o início de um novo período. Vivemos a expectativa de encará-lo com otimismo e confiança, pois faz parte do coração humano esperar sempre. Entretanto, não podemos acreditar que as coisas vão melhorar só porque sábado já é 2022. Alias, o crescimento e o desenvolvimento de todos deve ser uma constante, independentemente de uma página virada no calendário. Apesar da condição humana se determinar pelo caráter do tempo, precisamos sempre acreditar em nós mesmos.

            O consagrado Carlos Drummond de Andrade assim se expressou em “Receita de Ano Novo”: “Para ganhar um Ano Novo/ que mereça este nome,/ você, meu caro, tem de merecê-lo,/ tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,/ mas tente, experimente, consciente./ É dentro de você que o Ano Novo/ cochila e espera desde sempre” (Editora Record. 2008). Também são lindas as palavras de Fernando Pessoa numa poesia que fez sobre o tema: “Ficção de que começa alguma coisa!/Nada começa: tudo continua./ Na fluida e incerta essência misteriosa/ Da vida, flui em sombra a água nua./ Curvas do rio escondem só o movimento./ O mesmo rio flui onde se vê./ Começar só começa em pensamento.”

            Ainda assim, no fim de cada ano, fazemos de conta que o seu fluir inexorável abre uma porta e fecha outra, lançando uma ponte para podermos atravessar de uma época para outra. Até tentamos mitificar esse instante de passagem, criando novos propósitos, prometendo o abandono de vícios e comodismos, além de aspirarmos cuidar melhor de nossa saúde, da família e do próximo. Enfim, essa fase nos impõe a inevitável sensação de urgência em terminarmos e fecharmos assuntos pendentes. No entanto, transcorridos os festejos e o “reveillon”, vem triste realidade:- continuamos os mesmos do ano passado e  os conflitos mais primários permanecem assolando nossa convivência e a mídia em geral. Parece que todas as esperanças lançadas entre os dias 31 de dezembro e 01 de janeiro são de artifício, como os fogos que estouram durante a euforia sem limites das comemorações típicas tradicionais.

            Por isso recorremos aos poetas. Eles deixam as coisas harmônicas, ou pelo menos, faz-nos mais sensíveis aos acontecimentos. Vinicius de Moraes em seu “Poema de Ano-Novo” magistralmente indicou: “É preciso que nos encontremos diante do amor como as árvores fêmeas cuja raiz é a mesma e se perde na terra profana/É preciso... a tristeza está no fundo de todos os sentimentos como a lágrima no fundo de todos os olhos/ Sejamos graves e prodigiosos, ó minha amada, e sejamos também irmãos e amigos...”.                 

            Na realidade, buscamos ser felizes, mas não conseguimos nos realizar coletivamente. Sonhamos em ser iguais, mas cultuamos os piores contrastes. O egoísmo gera o anonimato que impede o surgimento de alianças sólidas entre os indivíduos e as relações tendem a ser fortuitas e passageiras. O tempo passa mais rápido do que a capacidade de doação. Um cenário promissor à solidariedade acaba sempre se distanciando. Mas a esperança, apesar de Bertold Brecht ter afirmado que ela atrasou os povos latinos americanos que não reagem aos abusos e desmandos administrativos, ainda é a mola propulsora de um futuro melhor. Mário Quintana revelou com brilhantismo tal situação: “Esperança/ Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano/ Vive uma louca chamada Esperança/ E ela pensa que quando todas as sirenas/ Todas as buzinas/Todos os reco-recos tocarem/ - Ó delicioso vôo!/ Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,/ Outra vez criança…/ E em torno dela indagará o povo:/ - Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?/ E ela lhes dirá/ (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)/ Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:/ - O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…”

 

                                               DIA MUNDIAL DA PAZ

 

Em 1968, foi instituído o Dia Mundial da Paz em primeiro de janeiro. Vale dizer, ela não é um ato isolado, nem fruto de gestos individuais. É a soma de esforços de uma comunidade solidária que reconhece em cada indivíduo um valor maior: o de ser pessoa. É preciso deixar fluir emoções e sentimentos para buscarmos uma vida mais justa e fraterna. Talvez seja esse o maior propósito para 2022.  

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com)



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ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - SALMO 22: " O SENHOR É O MEU PASTOR"

 

 

 

 

 

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Continuemos o comentário do Salmo 22. Ainda recopilando comentários antigos e acrescentando os seus próprios, São Roberto Belarmino aponta como Davi, que possuía um perfeito conhecimento do ofício de pastor que exercera quando jovem, consegue referir em poucas palavras as oito necessidades básicas que têm as ovelhas e que compete ao pastor zeloso suprir: 1) receberem alimentação adequada e suficiente; 2) terem acesso a águas puras; 3) serem reconduzidas quando se extraviam; 4) serem conduzidas por caminhos cômodos; 5) serem defendidas de lobos e outros animais ferozes; 6) serem sustentadas quando exaustas; 7) serem aliviadas e reconfortadas quando se ferirem por espinhos ou pedras; 8) serem reconduzidas à noite para um abrigo seguro, a fim de descansarem e restaurarem as forças. Tudo isso está contido, com admirável espírito de síntese, nos versículos 2 a 4 do salmo.  (Supplementum...: t. I, 129).

Deus conduz o salmista “pelos caminhos da justiça”, isto é, pela via estreita dos seus mandamentos, para que viva corretamente (“per viam angustam praeceptorum suorum, ut juste viverem”), diz no mesmo local São Roberto Belarmino, acrescentando o modo como Deus o faz:

“Ele o faz removendo as ocasiões de pecado, diminuindo as forças do tentador, aumentando a caridade, tornando mais doce a prática da justiça, ilustrando, inflamando, atraindo, incutindo temor e de inúmeros outros modos. Se estivermos atentos a esses modos, em momento algum deixaremos de dar graças a tão doce Pastor, principalmente se não o fizermos alegando anteriores méritos nossos, mas por causa do seu nome, ou seja, para proclamar as riquezas de sua misericórdia e para louvar a glória da sua graça, como diz o Apóstolo São Paulo.” (Supplementum...: t. I, 130).

 A alusão à vara e ao bastão que consolam, no versículo 4, tem duplo significado. O bastão é um instrumento de apoio para o pastor, sobretudo nas montanhas e caminhos difíceis, e de defesa no caso de aparecerem ameaças ao rebanho; já a vara do pastor é o instrumento adequado para dar oportuno corretivo a alguma ovelha rebelde que precise de umas varadas de advertência para voltar ao bom caminho; nesse caso, atua como paternal castigo – “ad castigationem paternam”, na interpretação de Santo Agostinho (354-430). Assim também Deus procede com as almas dos fiéis, quando as vê fatigadas e morosas no progresso espiritual: às vezes as sustenta, às vezes as corrige por meio de castigos; em ambos os casos, é sempre consoladora a ajuda divina e com ela deve alegrar-se a alma, porque se sente conduzida pelo Senhor. O bastão também simboliza a autoridade natural que tem o pastor sobre o seu rebanho e por isso, mais tarde, transmutou-se no báculo, símbolo da autoridade dos bispos e dos abades de mosteiros (Supplementum...: t. I, 130).

A referência ao óleo derramado - que corresponde a costume festivo entranhado na cultura hebraica, como se viu no caso de Santa Maria Madalena ter ungido os pés do Senhor na casa do fariseu (Mt 26) - parece alusão aos sacramentos da Crisma e da Unção dos Enfermos, mas alguns comentaristas antigos viram nela uma lembrança do óleo que o profeta Samuel derramou sobre o jovem Davi, ungindo-o como futuro rei de Israel (1Sm 16 1-13). Já a mesa e o cálice são geralmente interpretados como prefigurativos do Santíssimo Sacramento, por meio do qual os fiéis comem e bebem verdadeiramente o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo e nisso encontram a mais plena das consolações. (Cursus Completus...: t. XV, col. 154). O cálice que inebria não deve ser entendido em sentido mau de uma bebedeira destemperada que faz perder os sentidos, mas no sentido de saciar plenamente: é um cálice que inebria porque irriga e alegra, porque é cheio de consolação, generoso e transbordante de excelentíssimo licor (“calix inebrians, irrigans, laetificans, consolatione plenus, exuberans, redundans excellentissimo liquore” – idem).

Essa mesa esplendorosa, que Deus preparou para o Salmista e dispôs diante dele (“in conspectu meo”), foi também colocada “à vista dos que me perseguem” (“adversus eos qui tribulant me”). Há um paralelismo por oposição entre as expressões adverbiais “in conspectu meo” e “adversus eos”. A mesa foi colocada diante de Davi, mas de modo a ser vista pelos seus inimigos e perseguidores. O advérbio “adversus”, que traduzimos aproximativamente por “à vista de”, assume nesse contexto um sentido desafiador e combativo. Em outros termos, a mesa glorifica Davi de tal modo que sua visão humilha e esmaga os inimigos que lhe moviam perseguição.

É curioso registrar que São Roberto Belarmino julgou adequado exprimir esse matiz linguístico fazendo uso não do latim, mas de uma expressão corrente e quase popular da língua francesa: “gallice diceres, `à la barbe de mes ennemis´” (como se tu dissesses em francês, nas barbas dos meus inimigos). (Supplementum...: 128). É uma expressão coloquial equivalente a “esfregar na cara”, ou “esfregar no nariz”, do português atual.

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -  é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.

 



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CINTHYA NUNES - FELIZ ANO NOVO

 

 

 

 

 

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            Últimos dias de 2021 e era inevitável pensar no ano que se aproximava. Para Mariana era sempre a mesma coisa. Ela sabia que nada mudaria só porque o calendário trocaria um número dali uns dias, mas ainda assim  fazia planos. No dia 1º começaria o regime definitivo: zero carboidratos, muitas frutas vermelhas e suco de gabiroba. Tia Ângela tinha garantido que era tiro e queda. Se bem que o melhor seria começar no dia 03, uma segunda-feira.

Acho que nem faz muito sentido um regime começar no domingo, pensou Mariana. O churrasco na casa da tia Lila também não era propriamente um incentivo. Ela levaria pavê de uva e seria um desperdício não comer algo de que gostava tanto. Talvez ela tomasse algumas cervejas também. Cerveja contava como carboidrato? Precisava conferir esse ponto com a Tia Ângela urgentemente.

Por conta da pandemia teria que adiar outra vez a tão sonhada viagem para o exterior. Viajar de avião estava fora de questão. Mariana morria de medo de ficar tantas horas fechada em um local com pessoas que ela não conhecia e potencialmente contaminante. E se alguém espirrasse perto dela sem usar máscara? Se conseguisse escapar do Corona, poderia sucumbir pela nova gripe. Até o passeio para Cananéia era arriscado, porque ir de ônibus dava medo também.

—Vou passar as últimas horas do ano em um momento mais introspectivo mesmo – respondia ela a quem perguntasse, mas na verdade era pura falta de opção.

Não tinha recebido nenhum convite interessante para a virada do ano. Dona Joana, sua mãe, considerava tudo uma bobagem e acabava aceitando os plantões da enfermagem, todos os anos, voltando para casa apenas no dia 01, já tarde da noite. Ir para casa da Vó Maria, que fazia a vigília  de vinte e quatro horas de São Epicuro estava fora de questão.

—Vó, eu acho que nem existe São Epicuro!

—Menina, deixa de blasfêmia! Minha mãe me contou toda vida desse Santo homem. Já consegui pelo menos três graças pela intervenção dele! Como você acha que minha verruga na coxa sumiu? Enquanto eu viver, São Epicuro vai ganhar uma vigília de orações nas primeiras horas de todos os anos novos. Ainda vou descobrir como fazer parte dos “Hedonistas dos Últimos Minutos”, pode apostar.

Mas em 2022 as coisas iriam mudar para Mariana. Ao menos ela acreditava que sim. Passaria sozinha, mas usaria seu melhor vestido.  Talvez abrisse o espumante que ganhou na rifa da quitanda. Seu Chotohiro, o dono, garantiu que era coisa fina, mas ela nunca tinha ouvido falar daquela marca “Espuma de Cobre”. Enfim, teria que servir. Ademais, boas vibrações atrairiam coisas boas para o próximo ano e Marina apostava nisso.

E daí que ela ia passar sozinha? No fim seria apenas um dia como qualquer outro. Faria um brinde e dormiria cedo. Era uma mulher emancipada, livre para tomar as próprias decisões, sem as amarras sociais. Além disso, sempre poderia pintar um convite de última hora e se fosse o caso, estaria disponível, aberta às chances do destino.

O último dia do ano chegou sem novidades, no entanto. Não aguentou esperar até perto da meia noite para jantar e quatro cervejas depois, estava na sobremesa. À meia noite tomaria a champanhe e faria a simpatia de boa sorte que pesquisara na internet. Nesse ano não daria margem ao azar. Teria que brindar dando sete pulinhos, gritando aquilo que desejava. A regra era clara: não poderia derramar uma só gota ou tudo estaria perdido.

Cansada, acabou dormindo no sofá. Já passava das duas da manhã quando abriu os olhos, assustada. Estava arruinada! Seria outro ano árido. Tudo perdido. Tantos planos e ela tinha que dormir cedo justo hoje? Era mesmo a história da vida dela. Nem gostava de champanhe. Gastou o que nem podia e desconfiava da conversa mole do Seu Chotoriho. A mãe dela que estava certa, no fim era mesmo tudo uma grande bobagem, só um dia como tantos outros na vida solitária dela.

—Nem vou mais fazer é regime nenhum! Suco de gabiroba... Onde que vou arrumar isso? O pavê de uva que me aguarde, isso sim.

Decidida a dormir até a hora do churrasco na casa da tia Lila, Mariana ouviu uns miados que pareciam vir do lado de fora, do corredor. Ressabiada, abriu a porta e encontrou, surpresa, dentro de uma caixinha, um gatinho minúsculo, preto e branco. Junto dele havia um bilhete escrito somente FELIZ ANO NOVO.

Horas depois, Mariana dormia ao lado de FELIZ, seu mais novo companheiro. Fosse como fosse, mesmo sem brinde, tudo estava diferente e melhor. O pavê de uva, na geladeira, já tinha um pedaço a menos, e na agenda, Mariana anotara o endereço de um fornecedor de suco de gabiroba. São Epicuro talvez fosse porreta mesmo. Estava pronta para os desafios de 2022.

Ali perto, dona Joana, que saíra do plantão mais cedo, sentia que havia feito a coisa certa...

 

 

CINTHYA NUNES   é jornalista, advogada, professora universitária, nunca tomou suco de gabiroba, mas deseja a todos que 2022 seja um ano de esperanças concretizadascinthyanvs@gmail.com/ www.escriturices.com.br

 



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ALEXANDRE ZABOT - O SANTO QUE MARCOU A MINHA VIDA

 

 

 

 

 

Alexandre Zabot

 

 

 

 

 

Muitos santos são guias importantes para minha vida, mas sem dúvida nenhum é tão especial quanto São Josemaria Escrivá. Recebi favores importantes por meio de sua intercessão, como empregos em momentos de necessidade ou ajuda em questões de saúde. Entretanto, sua maior influência em mim é através da sua vida e dos seus ensinamentos.

Há inúmeros aspectos da pregação de São Josemaria que me causam impacto, é difícil resumir tudo em tão pouco espaço uma vez que há livros que tratam exclusivamente de cada um destes itens. Apesar disso, feita a advertência da inevitável simplificação, vamos ao resumo.

Em primeiro lugar, marca-me a forma como viveu, ensinou e cobrou uma fidelidade heroica à doutrina, não só daquelas pessoas que eram do Opus Dei, celibatários ou não, mas de todos que se aproximavam dele. Dizia que “Na Igreja de Deus, é obrigação de todos nós perseverarmos com firmeza no propósito de ser sempre mais leais à doutrina de Cristo. Ninguém está dispensado” (É Cristo que passa, 81).

Para capacitar as pessoas a seguirem fielmente ao Senhor, foi um instrumento dócil nas mãos de Deus ao desenvolver uma espiritualidade laical própria para as pessoas que estão no meio do mundo. Nesta espiritualidade, não há lugar para os acomodados ou os covardes mas há para aqueles que querem amar a Deus de todo coração, seja um pai de família pobre ou um empresário rico. Por meio dele todos encontram um ensinamento sólido e concreto de como buscar a santidade no meio do mundo.

Falava com clareza: “Não há outro caminho, meus filhos: ou sabemos encontrar o Senhor em nossa vida de todos os dias, ou não O encontraremos nunca. Por isso, posso afirmar que nossa época precisa devolver à matéria e às situações aparentemente mais vulgares seu nobre e original sentido: pondo-as ao serviço do Reino de Deus, espiritualizando-as, fazendo delas meio e ocasião para o nosso e ncontro contínuo com Jesus Cristo.” (homilia Amar o mundo apaixonadamente).

Como meio concreto para buscar a santidade no meio do mundo, ensinou a necessidade de santificar o trabalho, termo em que cabiam muitas situações, não somente o trabalho profissional, embora este fosse o material a ser santificado por excelência.

Não cansou de lembrar a todos que somos filhos de “um Pai amoroso - quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos -, ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando... e perdoando.” (Caminho, 267). E que para os filhos de Deus o mundo não é coisa estranha ou castigo, mas a vinha do pai, onde tudo é propriedade nossa e o lugar onde nosso pai nos quer trabalhando.

Para São Josemaria, a liberdade dos filhos de Deus era tom certo de toda a vida cristã. Gostava muito de citar São Paulo (Rom 8, 21) recordando a “insondável riqueza do cristão: a liberdade da glória dos filhos de Deus! Nisso se resume a vontade boa que nos ensina a perseguir o bem, depois de distingui-lo do mal. Gostaria de que meditássemos num ponto fundamental que nos coloca diante da responsabilidade da nossa consciência. Ninguém pode escolher por nós. Este é o grau supremo da dignidade nos homens: que se encaminhem para o bem por si próprios, não por outros.” (Amigos de Deus, 27).

Lutou até o sangue para defender a liberdade dos leigos e das iniciativas apostólicas deles, para que não fossem como simples marionetes nas mãos de padres ou bispos, acusando o clericalismo mau e diferenciando-o da sã cooperação entre leigos e clérigos. Os fieis leigos formados na espiritualidade ensinada por ele sempre souberam tomar sobre si a responsabilidade das suas ações, tornando-se protagonistas das suas ações profissionais, sociais e apostólicas.

Para um filho de Deus é impossível esquecer dos seus irmãos, e oapostolado toma uma dimensão fundamental da vida cristã. Anunciar a boa nova é uma necessidade vital, que junto com a ascese laical própria e a santificação do trabalho, formam um conceito central na pregação de São Josemaria, a unidade de vida, que não é outra coisa do que exigir uma coerência entre essas três dimensões.

Não passo um único dia sem lembrar-me dele, e habitualmente tenho imagens dele perto de mim para recordarem-me deste grande santo, que para mim é um pai maravilhoso!

10/2015

 

ALEXANDRE ZABOT   -    Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.   www.alexandrezabot.blogspot.com.br



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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - COMO SER PÃO

 

 

 

 

 

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Recebi de meu querido amigo seminarista, teólogo agora, Ismael Felix, a música: “Dime cómo ser pan” da cantora espanhola Maria Rosa Marco Poque, cujo nome artístico é Salomé Arricibita. Lindíssima!
O Ismael, de quem sou fã, é um menino muito de Deus, da determinação e da esperança. Nascido em Umburanas, Ceará, carrega com ele: o olhar para o firmamento de onde um dia a chuva chega -, a força da terra e a sensibilidade do povo nordestino – que amo muito -, capaz de em um instante falar em versos.
Concluiu, no início de dezembro, o curso de Teologia e afirmou em seu Facebook: “Na conclusão dessa longa caminhada, posso dizer que o ouro dessa conquista vai muito além do saber teológico... repousa na arte de fazer-se próximo, na mística de ser irmão. (...) Tudo é graça, tudo é vida!”
Umburanas tem como padroeira a Senhora Sant’Ana. Em tempos de pandemia, ele enriqueceu os dias de nossa mãe, passando-lhe hinos, textos, orações, poemas ligados à Senhora Sant’Ana, de quem era devotíssima. Ela chegou mesmo a pensar em uma maneira de conseguir ir à festa lá, que em 2020 acompanhou via Facebook.
Permanecemos em tempo de Natal e o Ismael escreveu neste ano: “Natal do Senhor. Festa do encontro, da aproximação, do diálogo, da esperança, da fraternidade. Celebramos o Deus da vida, Deus que se aproximou de nós, se fez um de nós e nos pede que sejamos um com o irmão. Deus que nasceu na pobreza para enriquecer os homens com a sua graça. Deus que nasceu em um estábulo, repousou em uma manjedoura e, para se aquecer do frio teve apenas o braço maternal da Virgem Maria. Deus rodeado de animais, adorado por pobres pastores. Nosso Deus”.
Voltando à canção que me encantou, me fez refletir e me convidou a ser melhor: há nela o questionamento sobre como ser alimento que sacia por dentro e que traz a paz, como se aproximar daqueles que estão cansados e que pensam que é conversa poder rir e amar, como se deixar alimentar pouco a pouco, entregando o todo e aproximando-se mais, como ser para os outros, em cada momento, alimento e maná... E prossegue: “Vós que sois o Pão da vida, Vós que sois a luz e a paz, Vós que molhas a terra quando chove o Céu, Vós que fizestes de mim a Tua imagem, Vós que abraças as minhas fraquezas, Vós que saciais minha fome quando retorno de longe, diga-me como ser pão que cura a injustiça, que a cria a liberdade”.
Ah, como gostaria de ser esse pão, em todas as horas, para quem passa por mim! Ah, como gostaria de, como disse o Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Pároco da Catedral, em sua homilia no último domingo, não mais me encher de mim mesma, mas da graça de Deus, para cuidar do outro!
Ainda do Padre Márcio Felipe a respeito da música: “Quem quer ser pão, deve sempre lembrar que se faz necessário ser imagem e semelhança de Deus ao próximo”.
Bendito seja Deus que, apesar de minhas inúmeras misérias, é Pão que salva em minha história. Obrigada aos nossos pais por me colocarem pequenina nos caminhos da fé no Senhor da Misericórdia.
Um Ano Novo muito abençoado, com o maná do Céu, a todas e todos!

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil



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PÉRICLES CAPANAMA - AMAZÕNIA NO CENTRO

 

 

 

 

 

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No Exterior, ponto candente. Se você fosse um leitor comum (ou um cidadão comum) dos Estados Unidos ou de algum país europeu (Inglaterra, França, Alemanha, Itália, Espanha, por exemplo), você saberia vaga e distraidamente que longe de suas antenas palpita uma imensa área política chamada América Latina, onde existem cidades grandes chamadas Buenos Aires, São Paulo e Rio de Janeiro. Saberia ainda que por lá se sucedem meio confusamente golpes de Estado, pobreza, tráfico de drogas, roubalheira política. Um ponto e só um ponto lhe chamaria vivamente a atenção: a Amazônia. Conexo com ele, desmatamento ilegal, florestas pegando fogo, devastação ambiental. Situação normal? Bastante anormal. Ajuda o Brasil? Prejudica, e muito; em especial, aos mais pobres daquela região, são dezenas de milhões, irmãos nossos, merecem ainda (dever solidário de todos) ação eficaz contra o que sofrem. Porção das flechas que perfura a carne dos mais pobres é afiada pela ação dos corifeus da propaganda hostil contra a Amazônia.

 

Dados úteis. Vamos dividir o grosso do problema em seções, ficará mais fácil entender o caso. A Amazônia não é só Brasil. Mas a grande antipatia mundial pelo suposto descaso em relação à Amazônia recai quase tão-só sobre Pindorama, o vilão da história. A Amazônia é uma floresta tropical úmida que cobre a maior parte da Bacia Amazônica. Esta bacia hidrográfica está localizada no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Peru, Venezuela, Equador. Sete milhões de quilômetros quadrados, dos quais cinco e meio cobertos pela floresta. A maioria da floresta tropical está no Brasil ▬ 60% dela. A Amazônia abriga mais da metade das floretas tropicais da Terra e tem a maior biodiversidade no mundo em uma floresta tropical. A chamada Pan-Amazônia tem área de aproximadamente 7,8 milhões de km2 e abriga por volta de 40 milhões de habitantes. Amazônia Legal, tantas vezes falada, é outra coisa. Corresponde à área de atuação da SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia). Compreende floresta tropical, cerrado e ainda outras formações. É região composta de 772 municípios localizados em Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão. Tem superfície aproximada de 5.015.067,75 km2, 58,9% do território brasileiro. 45% do território da Amazônia Legal constitui área protegida legalmente. Ela abriga cerca de 30 milhões de brasileiros e seu PIB é por volta de 9% do PIB nacional. Agricultura, pecuária, mineração representam o futuro da região.

 

Tema envenenado. Aqui, realidade e propaganda se mesclam, acavalam-se desconhecimento de fatos e sobrevalorização de versões. É comum, grassam versões fantasiosas, fatos reais são ouvidos com apatia. Para o bem e para o mal, a Amazônia foi lançada no centro do interesse mundial. Na questão se aninha não apenas o interesse razoável e fundamentado, mas ainda crepita um desvelo artificial, novo, irritadiço, inflado. Cada vez mais incendeiam os espíritos a sustentabilidade ameaçada e o desmatamento desbragado. A fermentação induzida no Ocidente leva as populações do mundo desenvolvido a ter birra do Brasil (e não apenas do governo), supostamente desleixado com a a preservação de uma das maiores riquezas da Terra, penhor de futuro de prosperidade, patrimônio comum da humanidade.

 

Obrigação de esclarecimento. Preocupa a opinião hostil que se alastra; é ônus grave de todo brasileiro, na medida de suas possibilidades, procurar virar o jogo no cenário internacional (lá fora). No particular, tem pouco valor redarguir que os fatos apontam em direção contrária. Em geral se atribui a Gustavo Capanema observação sempre útil de lembrar quando nos debruçamos no exame dos cenários públicos: na política a versão vale mais que os fatos. As versões falsas precisam ser desinfladas, em boa parte, aí sim, pela difusão inteligente dos fatos que as desmontam. É ainda necessário somar esforços internamente para que consertemos tudo o que possa estar errado.

 

Lenha na fogueira. Não acho direito nesse momento, irrefletidamente (no mínimo), jogar lenha na fogueira, quando o importante é procurar extinguir o fogo. Pois o Brasil vai perdendo apoios importantes no Estados Unidos e na Europa, setores importantes estão sendo fermentados por propaganda inamistosa. Ao mesmo tempo, outro fato enorme assoma: a China está silenciosa e de sorriso enigmático. Duas forças de tração opostas, uma atrai, outra afasta. Para onde iremos?

 

Rumo que faz falta enfatizar. Destaco agora observações lúcidas, enraizadas na experiência e na erudição, impulsionam rumo de solução efetiva. Alysson Paolinelli é dos agrônomos de maior reputação no Brasil. Professor universitário, antigo secretário da Agricultura e ministro da Agricultura, opiniões pé no chão, sempre enfatizou a importância da ciência, pesquisa e experiência na solução dos problemas da agropecuária. Observou em entrevista recente sobre a Amazônia: “O Brasil está como vilão há muito tempo. As viúvas do Muro de Berlim não morreram. É evidente que a Amazônia está sendo desmatada. Mas 90% ainda estão preservados. Os outros 10% me preocupam. Agora, não será só proibindo o desmatamento que vamos resolver o problema. Enquanto a árvore valer mais deitada do que em pé não há polícia, não há exército que controle o desmatamento. O caminho é a biotecnologia. Temos de achar pela ciência uma forma de tirar rentabilidade sem degradar o bioma. No momento em que a ciência botar a árvore em pé valendo mais do que deitada, pode tirar a polícia da floresta. A primeira forma é o manejo sustentável da árvore. Hoje, temos técnicas de manejo sustentado com belíssimos resultados. Você corta a árvore que lhe interessa e dá dinheiro, planta duas ou três no lugar dela”.

 

Extrativismo de sobrevivência. Paolinelli colocou então cores fortes, talvez exagerou em muitos aspectos, mas mostrou por onde se pode resolver sensata e permanentemente o problema: “Nós temos na Amazônia mais de 25 milhões de pessoas famintas com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do país. Estão fazendo extrativismo. Elas precisam de renda. Você tem de arrumar uma forma de garantir renda para a população para que, pelo menos, o trópico úmido não seja mexido. Ele não serve para plantar, para boi. Chove demais”. De outro modo, só pelo estímulo a novas formas de exploração econômica (na agricultura e pecuária), bem como pelo aumento da produtividade, será possível impedir que a floresta seja utilizada para subsistência pura; cessaria então o extrativismo da sobrevivência. Foi além: “A organização do produtor é outro problema. As cooperativas do sul conseguem entrar na casa do consumidor europeu, asiático, porque os produtores são organizados. E na Amazônia e no Nordeste a gente não tem isso”.

 

Impulso sensato no rumo certo. Em resumo, os problemas da Amazônia poderiam ser minorados com policiamento mais efetivo, vigilância mais estrita. São medidas necessárias e urgentes. Contudo, só serão enfrentados com sabedoria efetiva se, ao longo dos anos, houver aumento expressivo de pesquisas, procura de métodos novos, aplicação de capitais e organização da produção. A demagogia vai pelo rumo contrário: com ela, a pobreza se agravará, generalizar-se-á a miséria, teremos na raiz agravamento das principais causas da presente degradação ambiental. Caminhando pela estrada iluminada parcialmente pela lanterna de Paolinelli, lucrarão (e muito) as populações residentes na Amazônia, o Brasil e o mundo.

 

 

 

 

 

PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas



publicado por Luso-brasileiro às 11:46
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ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - 16. CAUTELOSO (A) ( cOMPLETO)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A palavra “cauteloso” é composta do  substantivo  “cautela” com o sufixo “oso” formando o  adjectivo “cauteloso”.Cauteloso é aquele ou aquela que se comporta com cautela, prudência, moderação, precavido. É aquele que  busca afastar-se de riscos ou perigos, é prudente . “Cauteloso” tem vários sinónimos: circunspecto, sisudo, discreto, atilado, atento, cordato, cauto, precatado, sengo, prudente, vigilante, precavido, próvido,

supercauteloso, cautelosamente, previdente, preventivo, acautelado, circunspecto,, meticoloso, cuidadoso, judicioso. medido, moderado,  atento, precatado, preventivo

 

Exemplo com a palavra  “cauteloso”:”E de um momento para o outro  tudo acelerou no “Partido”. “O aparelho”, tão cauteloso até agora, está muito activo”.

 

Na metodologia DISC, a Personalidade Cautelosa está presente em pessoas analíticas e que amam seguir regras. Estas pessoas  também costumam ser cautelosas. Mas, ao chegar ao ambiente de trabalho, há certas maneiras de reconhecer e lidar com estas pessoas.

 

O que é a personalidade cautelosa? Uma das mais famosas ferramentas e assessement

Utilizada no mundo é a metodologia DISC. Por meio dela, profissionais de Rh  e gestores de equipe traça o perfil de um profissional usando os 4 factores da teoria: dominância, influência, estabilidade e conformidade. E é esta última letra que nos leva ao assunto do texto. As pessoas de personalidade cautelosa, cujo factor DISC predominante é a conformidade, costumam ser profissionais extremamente analíticos  e duros com regras, tanto com eles mesmos quanto com seus liderados. Elas são motivadas e  motivados por alto padrão e  eficiência, ou seja. Um ambiente de  trabalho com organização estrutural e processos bem definidos fará bem a este  tipo de profissional.

 

Como reconhecer pessoas   cautelosas? Todos nós temos características dos quatro factores DISC dentro de nós. Mas alguns traços podem destacar-se sobre outros de acordo com a factor dominante na nossa personalidade. Nas pessoas cautelosas, temos algumas coisas que se sobressaem. E estas características estão listadas aqui, para cada um de nós tente reconhecê-las em nós ou nos outros.

 

  1. 1. Elas são cuidadosas; vamos combinar, você já esbarrou com o tipo de profissional que não dá valor para tarefas pequenas. Bom, este profissional não tinha personalidade cautelosa. Pois os cautelosos valorizam cada tarefa e têm cuidado com todas elas.
    Elas são sistemáticas: a famosa pessoa “certinha demais” pode trazer coisas boas para o ambiente de trabalho. Elas têm produtividade elevada, além de serem muito organizadas.

3.Elas fazem boas perguntas: por pensar nos  detalhes de cada tarefa, a pessoa cautelosa percebe pequenos erros que outros colegas da equipe talvez não percebessem. E isso vem em forma das perguntas certas feitas na hora certa,

  1. 4. Elas são muito críticas: os cautelosos têm certo receio de mudanças. Isso os torna pessoas críticas demais, pois ao se acostumarem com algo, lutarão para que aquilo continue daquele jeito.

5.Elas  são perfeccionistas: isso significa que essas pessoas podem destacar-se no seu trabalho com excelência, mas também podem estagnar por nunca achar que o trabalho delas está bom, o suficiente para seguir para o próximo desafio.

Como lidar com a personalidade cautelosa no trabalho?  Uma  coisa que a sua empresa deve ter em mente é que as pessoas cautelosas gostam de regras e política empresarial.

- Elas querem saber a melhor maneira de agir de  acordo com cada situação. Então uma conversa  franca para evitar desencontros é essencial.  Outra dica é não deixar estes profissionais se perderem em detalhes. Se o projecto ou tarefa é simples, explique o motivo, e deixe claro quando é hora  de apenas sentar-se e trabalhar, sem se dar atenção aos detalhes que não mudarão o resultado.

- Dar prazos reais   para as tarefas desta pessoa, mas sinta-se à vontade para confortá-la caso este prazo não for alcançado. Pessoas cautelosas tendem a  ser muito duras com elas mesmas, e o gestor deve estar atento para apaziguar situações em que estas pessoas colocam até mesmo a equipe para baixo por não confiarem no seu trabalho.

Estas dicas não infalíveis. Por isso,, fazer um bom teste DISC é muito importante para que  cada um conheça a si mesmo e aos colaboradores que chegarem à sua empresa.

 

Ser cauteloso  segundo a concepção Bíblica.

-“acautelai-vos, porém, dos falsos profetas  que vêm até voz vestidos  como ovelhas, mas interiormente, são lobos devoradores”.Mateus 7,15.

-“Acautelai-vos, porém, dos homens: porque eles vos entregarão aos sinédrios, e  vos açoitarão nas suas sinagogas”. Mateus, 18,17.

-“E Jesus disse-lhes: Acautelai-vos  e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”.Lucas, 12, 15.

-“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardaivos da circuncisão”,. Fipipenses,3,2.

-“Eis que te envio um anjo diante de ti, para que te guarde neste caminho e te leve ao lugar que  te tenho aparelhado”Êxodo, 23,20

-“ Guarda-te e que não esqueças do Senhor. que te tirou da terra do Egipto, da casa da servidão”-Deuteronómio  8,12.

-“Vós, portanto, amados, sabendo  isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos  homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados e descaiais da vossa firmeza”.  2 Pedro   3,17

                          Exemplos e expressões que  usam o adjectivo  “cauteloso

-“Após o jogo deste Domingo Diego Aguirre não abandonou o  discusrso cauteloso. Mas mostrou-se  optimista”..

-Caso queira ser cauteloso, Barbieri pode optar por escalar Jean Lucas no meio e tirar um dos três atacantes”.

-“Ele tem sido muito  cauteloso, sobre essa questão da candidatura”.

-“Eu descordo  que o empresário esteja mais cauteloso”.

“O filme só aparece cauteloso demais quando comparado ao tratamento da mesma  questão na primeira temporada da série “13 Reasons Why”.

-“Questionado na segunda(27) em Porto Alegre, sobre o  racha, Alckmin foi cauteloso, talves por isso, e só por isso. Thaisa tenha sido poupada”.

 

Versículos do Livro dos Provérbios que usam a expressão “cauteloso”

-“ O sábio é cauteloso  evita o mal, mas o tolo é impetuoso e irresponsável. ´.

-“Quem é irritadiço faz tolices, e o homem cheio de astúcias é odiado.”.

-“Atestemunha sincera não engana. Mas a falsa transborda em mentiras”.

-“Quem anda direito teme o Senhor, mas quem segue caminhos enganosos o despreza.

-“A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a 

   sua.

 

 

ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES   -   Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira.  -    Email   goncalves.simoes@sapo.pt



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JORGE VICENTE - FELIZ NATAL...

 

 

 

 

Jorge Vicente.jpeg

 

 

 

 

 

Pode ser uma imagem de árvore e texto que diz "Feliz Natal... Neste Mundo de egoismo, triste, é viver sozinho... Cansado de trabalhar, nesta noite de Natal, Vai nascer luz de cristal, pra refletir e sonhar!... Feliz Natal vos desejo, iguarias de sobejo... Vivam com muita alegria, época de reflexão, também de muita união, sempre em feliz companhia! Feliz natal Jorge Vicente"

 

 

 

 

JORGE VICENTE - Fribourg ( Suiça)



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FELIPE AQUINO - POR QUE A SEXTA-FEIRA É CONSIDERADA O DIA DO AZAR ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sexta-feira 13! E o que temos a dizer a respeito disto é que antes foi quinta-feira 12 e depois, sábado 14.

Dito isto, deixemos as bobagens de lado e falemos de coisas relevantes, como o perigo das superstições e algo ainda mais insidioso e sutil: a superficialidade com que muita gente reduz todo o sobrenatural ao mesmo nível da superstição.

 

SUPERSTIÇÃO

 

Superstições são crenças, sem base na razão, que levam a criar falsas obrigações atreladas tanto a esperanças quanto a medos infundados. Em geral, envolvem sinais (objetos, pessoas, acasos) que provocariam determinados acontecimentos, bons ou ruins: um gato preto que provocaria 7 anos de azar, um trevo de 4 folhas que traria sorte, uma cor de roupa que traria dinheiro e por aí afora.

Um conjunto particularmente perigoso de superstições envolve “ritos” que lidam com “forças ocultas” a fim predizer o futuro ou desvendar segredos sem recorrer a Deus – ou supondo recorrer a Ele, mas de uma perspectiva não cristã, não filial. Deus revelou algumas coisas sobre o futuro: por exemplo, que haverá um juízo e que existe a vida eterna (aqui não custa ressaltar que toda revelação divina é matéria de fé: ou você acredita, ou você não acredita; se houvesse certeza tangível, não seria fé: bastaria constatar e pronto. Também não custa lembrar que fé não é superstição: a fé consiste em crer em “parceria” com a razão e em harmonia com campos do conhecimento como a filosofia, a história, a biologia, a psicologia… A fé é uma busca de resposta que não nega a racionalidade. Já a superstição é uma crença acrítica). Para nos prepararmos responsavelmente para esse futuro, Ele nos deu meios naturais como a inteligência, o estudo, a ciência e, tão importante quanto, a liberdade: com o livre arbítrio, nós próprios podemos tomar as decisões que a nossa consciência e a fundamentação em parâmetros objetivos nos indicam como as mais adequadas e sólidas. Graças a essa mesma inteligência e realismo, também podemos reconhecer que não temos um controle pleno sobre o nosso porvir: ele está nas mãos de Deus. Cabe a nós fazer a nossa parte com o máximo empenho, confiando em Deus como o Pai infinitamente bom, que sabe quais desafios e quais conquistas nos convêm. Em síntese, como se diz popularmente, cabe a nós propor e a Deus dispor. Nessa panorâmica cristã, não cabe o recurso a sinais e ritos que visem “especular” o que cabe a Deus ou “dar um jeitinho” naquilo que devemos resolver nós mesmos, com a nossa inteligência e liberdade que Deus nos deu precisamente para… usarmos.

 

DESDÉM: SERÁ QUE TUDO QUE É “SOBRENATURAL” PODE SER DESCARTADO?

 

Há o outro extremo: o de não a levar a sério nada que tenha relação com o sobrenatural, reduzindo sumariamente o mundo a matéria e mero acaso. Nesta visão, qualquer conceito espiritual é tratado com desdém.

Menos abrangente, mas igualmente perniciosa, é a tendência, entre muitos crentes em Deus, a negar não a existência do espiritual, mas sim a existência do mal – em concreto, a existência do diabo, visto como fruto de “superstição” ou de manipulação por parte da Igreja institucional.

Por fim, um risco que merece especial atenção: o de brincar com o sobrenatural, particularmente com o mal, na tentativa de “confirmar que nada disso é sério”.

Segundo o exorcista espanhol pe. José Antonio Fortea, está entre as principais causas de possessão pelo demônio a participação em cultos e ritos esotéricos em que se invocam os mortos e as genericamente chamadas “forças ocultas”. Muitas vezes, há quem participe de tais ritos “só por brincadeira” ou “por curiosidade”.

 

 

 

 

Leia também: Cuidado com as superstições

Papa adverte contra atalhos que levam às drogas ou aos rituais de magia

Uma superstição moderna

A existência do Diabo

 

NOSSA CULTURA LAICISTA E O AUMENTO DAS ATIVIDADES OCULTISTAS

 

Da brincadeira e da curiosidade às consequências imprevistas pode haver um passo curto.

O pe. Gary Thomas, exorcista norte-americano cujo livro sobre a própria preparação em Roma serviu como base para o filme “The Rite” [O Rito], de 2011, gosta de citar o papa emérito Bento XVI dizendo que, “quando a fé diminui, aumenta a superstição”. De fato, entre os fatores culturais que têm levado ao crescente interesse e prática do satanismo e de outras atividades ocultas, o mais óbvio é o declínio da fé cristã no Ocidente. Os ocidentais, no geral, são pessoas impacientes: mesmo entre os que se declaram católicos, há muitos que vão atrás de curandeiros e de alternativas a Deus, no afã de “soluções instantâneas”. A confusa mistura entre o declínio da fé, a sociedade supostamente laica e as “brincadeiras” e “provocações” ocultistas parece indicar uma relação. Segundo o mesmo pe. Gary, o número de pessoas que estão se metendo com o ocultismo, seja através do satanismo, do paganismo, da idolatria ou de alguma outra modalidade, “a sério” ou “por brincadeira”, tem sofrido um aumento acentuado nos últimos 30 anos.

Em “The Occult Roars Back: Its Modern Resurgence” [O Ressurgimento Moderno do Ocultismo], Richard Kyle, professor de História e Estudos Religiosos da Universidade Tabor, no Estado do Kansas, EUA, cita vários especialistas acadêmicos que escreveram sobre as causas do grande aumento do interesse pelo ocultismo. Jeffrey Russell, por exemplo, observou que, historicamente, “o interesse pelo oculto cresce significativamente nos períodos de rápido colapso social, quando os padrões estabelecidos deixam de dar respostas prontamente aceitáveis e as pessoas se voltam para outras referências em busca de garantias”. Mas, acrescenta Kyle, também há uma base de fatores para o aumento do interesse pelo oculto, conforme proposto por Catherine Albanese, que “ressalta que muita gente foi preparada pela cultura norte-americana para se voltar a si mesma e ao universo em busca de certezas religiosas. A tradição protestante tendeu a apoiar a importância do conhecimento ou da crença na religião. Depois, a ala liberal do protestantismo modificou esta abordagem, enfatizando a presença de Deus em todos os lugares e destacando o otimismo americano em relação à bondade inata da natureza humana. O caráter difusivo do liberalismo e a sua falta de limites nítidos ajudou as pessoas a se ajustarem à ideia de viver confortavelmente sem diretrizes religiosas rígidas”.

Albanese também observa que “a organização urbana e corporativa da sociedade” fragmentou todo o senso de vida comunitária. Em seu lugar, “a astrologia deu às pessoas um senso de identidade” e “as ajudou a estabelecer relações seguras com os outros. A autoajuda fez as pessoas adotarem certas medidas para conseguir a prosperidade, a saúde e a felicidade em meio às suas situações cotidianas. Videntes ofereceram cura física e orientação espiritual para lidar com os problemas do dia-a-dia”.

Ted Baehr, fundador e editor do Movieguide e autor de quase uma dúzia de livros, falou no II Congresso Mundial das Famílias sobre “Proteger as Crianças da Violência da Mídia”. Ele cita o estudioso Harold Bloom, da Universidade de Yale, que analisou “o surgimento da América pós-cristã em seu livro ‘A Religião Americana’, e que diz que o deus a quem adoramos somos nós mesmos. Ele afirma que a verdadeira religião da América do Norte é o gnosticismo, uma heresia elitista que combina filosofias místicas gregas e orientais e declara a necessidade do acesso a ‘conhecimentos especiais’ para se chegar ao mais alto dos céus”. A palestra de Baehr incluiu definições coerentes das crenças que atualmente competem com o cristianismo para conseguir seguidores nos Estados Unidos e em grande parte do mundo: o humanismo secular, o panteísmo, o materialismo, o niilismo, o romantismo, o existencialismo, o nominalismo, o idealismo, a New Age e o ocultismo.

 

OCULTISMO: MUITO MAIS ESTENDIDO DO QUE SUPOMOS

 

Richard Kyle fornece uma definição simples e moderna do ocultismo: “Primeiro, o ocultismo é misterioso, vai além do alcance do conhecimento comum. Segundo, é secreto e comunicado apenas para os iniciados. Terceiro, o oculto se refere ao mágico, à astrologia e a outras supostas ciências que alegam o conhecimento do secreto, do misterioso ou do sobrenatural”.

Até que ponto a crença no oculto é difundida? Uma pesquisa da Gallup, em 2005, revelou que três em cada quatro americanos acreditam em ocultismo. Considerando-se que a nossa cultura proporciona um terreno fértil para o crescimento do satanismo e das práticas ocultas, contemplemos o que temos semeado neste solo receptivo. Ted Baehr traz à tona o fato óbvio de que muitas crianças não estão sendo criadas numa relação de intimidade com Deus, mas em meio a influências como “Assassinos por Natureza”, “Halloween” e “Pânico”. Será um exagero? Muito provavelmente não. Considere as séries de televisão dos últimos anos: “Vampire Diaries” [“Diários de um Vampiro”], “True Blood” [“Sangue Fresco”], “Buffy the Vampire Slayer” [“Buffy, a Caça-Vampiros”], “Charmed” [“As Feiticeiras”], “Sabrina the Teenage Witch” [“Sabrina, a Bruxa Adolescente”], apenas para citar algumas. Ou filmes de grande sucesso, como “O Exorcista”, “O Bebê de Rosemary” e “The Craft” [“Jovens Bruxas”], que empalidecem em comparação com os filmes da saga “Crepúsculo”, com faturamento bruto mundial de 3,3 bilhões de dólares, e com os filmes de Harry Potter, que arrecadaram 7,7 bilhões de dólares. Também podemos recordar RPGs de fantasia ocultista, como “Dungeons & Dragons” [Caverna do Dragão], de 1974, e seus muitos “herdeiros”, todos ligados ao mundo da feitiçaria.

Estudos psicológicos indicam que 60% dos adolescentes com dependência química apontam a música “death metal” como seu gênero musical favorito. As letras glorificam o satanismo e o ocultismo, a anarquia, a violência, o abuso de mulheres e crianças, o assassinato, as drogas, o suicídio, o incesto, o estupro e a necrofilia. Richard Ramirez, famigerado assassino em série conhecido como Night Stalker, era obcecado com a banda de heavy metal (ou “death metal”) AC/DC (embora haja controvérsias técnicas quanto à precisão de catalogar esta banda como de death metal). Satanistas adultos são conhecidos por “recrutar” novos membros em shows desse tipo de música e em convenções de jogadores de videogame.

O Dr. Baehr observa que a maioria das crianças expostas ao satanismo e ao ocultismo por meio da mídia de entretenimento não adere automaticamente a esses grupos. Mas a maioria se torna insensível aos males ali representados e uma minoria significativa acaba ficando assustada e paranoica. Ele acrescenta que “pode haver consequências de longo prazo ao se assistir a material antissocial” e, “lamentavelmente, de 7% a 11% dos adultos e até 31% dos adolescentes dizem querer copiar aquilo que veem”.

Existe ainda outra forma de a nossa cultura promover a opressão demoníaca. Como explica o pe. Thomas, as pessoas atacadas por demônios têm muitas vezes feridas na alma, por terem sofrido abusos físicos ou sexuais na infância, o que muda a sua percepção da vida e de si mesmas e a sua capacidade de se relacionar com os outros. “Os demônios”, diz ele, “estão sempre à procura de seres humanos com relações fragmentadas”. Os demônios podem possuir ou oprimir uma pessoa através dos seus sentidos; eles precisam de uma abertura que torne a vítima vulnerável. As “aberturas” mais comuns, de acordo com o pe. Thomas, incluem o vício em pornografia na internet e o uso de cocaína, metanfetamina e outras drogas que causam alucinações.

A obra “O Reino do Oculto”, de Walter Martin e outros autores, traça o perfil de adolescentes do sexo masculino atraídos para o satanismo e para ocultismo por serem pessoas psicologicamente machucadas, rebeldes, hedonistas e niilistas, usuárias de drogas, solitárias e mal-sucedidas. Eles se sentem “impotentes, isolados e vítimas”, e o satanismo lhes dá uma sensação de controle, de status e de pertencimento a um grupo. Já os adultos são mais frequentemente atraídos para os cultos satânicos pelo seu elitismo, secretismo, hedonismo, pornografia, prostituição e desejo de adquirir poderes mágicos.

 

DEVEMOS TEMER?

 

O pe. Thomas salienta que não devemos temer os ataques demoníacos. O seu filho ou o seu neto que joga RPG e a sua filha ou a sua neta que “ama” algum personagem de “Crepúsculo” não vão necessariamente acordar de repente com os olhos esbugalhados e falando fluente aramaico. Mas o pe. Thomas recomenda quatro meios cotidianos para nos protegermos dos ataques demoníacos: uma vida vivida de acordo com a boa moral, uma vida de oração, uma vida de fé e uma vida sacramental. Todos nós faríamos muito bem se aceitássemos essas recomendações.

 

TÁ BOM, TÁ BOM… MAS E QUANTO À SEXTA-FEIRA 13?

 

Ela não significa nada, a não ser que a quinta-feira foi dia 12 e o sábado será 14. Aproveite-a para rezar o terço e ir à missa. Ajude alguma pessoa, com sincera caridade cristã e sem esperar nada em troca. Trabalhe com esforço e responsabilidade. Sorria! Alimente-se bem, leia, exercite-se, namore, brinque com seus filhos, beije seu cônjuge, visite seus pais, converse com seus amigos, analise com raciocínio crítico as notícias do dia, estude algo, combata seus vícios, pratique a virtude, engula aquela vontade louca de fofocar ou resmungar ou criticar os outros, faça comentários propositivos e construtivos, beba água. Fale com uma boca e escute com dois ouvidos. Se sobrar tempo, divirta-se com sua família vendo alguns vídeos engraçados no YouTube – sobre gatos pretos, de preferência: eles não dão azar, não. E tenha um ótimo fim de semana!

 

Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/01/12/amanha-e-sexta-feira-13-e-hoje-foi-quinta-feira-12-e-depois-e-sabado-14/

 

 

FELIPE AQUINO   -é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino

 



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HUMBERTO PINHO DA SILVA - A PRIMEIRA ROMARIA DO ANO EM PORTUGAL

 

 

 

 

 

Festa de São. Gonçalo - V.N. de Gaia.jpg

 

 

 

 

A 10 de Janeiro – ou domingo mais próximo dessa data, dia do falecimento de S. Gonçalo, realiza-se festa rija em Vila Nova de Gaia.

Penso que todos conhecem, pelo menos vagamente, quem foi S. Gonçalo de Amarante.

O Santo (beato,) nasceu em Tagilde (Vizela) e era sacerdote. Dizem que no dia do batismo, ao entrar na igreja, ergueu os bracinhos para a imagem de Jesus.

Era padre bondoso e caritativo. Um dia resolveu ir a Jerusalém, e para a Igreja não ficar sem pároco, deixou seu sobrinho, que, igualmente, era sacerdote.

Como passassem muitos anos (14,) e não regressasse, o sobrinho julgou-o morto e tomou definitivamente a paróquia.

Levava vida desbragada. Era cruel, e maltratava os pobres e os humildes.

Certo dia, o tio, inesperadamente, regressou. Vinha velho, desfigurado, de vestes sujas e rotas. Para se inteirar como o sobrinho dirigia a paróquia, foi bater à porta da residência, pedindo esmola.

O sobrinho, escorraçou-o, julgando ser um indigente, e soltou os agressivos rafeiros.

Amargurado pelo comportamento do atual abade, S. Gonçalo fez uma choça nas margens do Tâmega, e ai morreu (1262,) orando e fazendo penitencia. Contam-se enternecedores milagres do taumaturgo, como os casos: da ponte, dos touros e dos penedos.

É este santo que é festejado no dia do seu falecimento, em Vila Nova de Gaia, de forma profana e quase pagã.

Pelas nove horas, o grupo, com "zé-pereiras", dirige-se, em grande algazarra, para a casa onde é guardada a " cabeça" de S Cristóvão.

Entram as figuras principais, vestidos com trajos, mais ou menos, do século XVIII.

Um, frade, empunhando bordão de peregrino, com cabaça no alto, simbolizando S. Gonçalo, que era, como se sabe, dominicano; os outros, de cabeleira branca, calção, camisa e punhos rendados, casaco comprido e sapatos de fivela ou botas, de borracha, de embarcadiço.

Após entrarem, chegam à janela, para mostrarem, ao povo, a " cabeça".

 

 

Cena do folclore gaiense,o discurso de S. Gonçalo

 

 

 

Levanta-se alarido na rua e em uníssemos, gritam: " O Santo é nosso! O Santo é nosso, e, é, é!"

Segue-se improvisado discurso. De seguida, sempre com a " cabeça" à frente do cortejo, vão à casa onde se encontra S. Gonçalinho – pequena imagem de corpo inteiro, – e há novo discurso.

Percorre depois o cortejo as principais artérias de Santa Marinha. Pelas cinco ou seis horas da tarde, chegam à igreja de S. Cristóvão ( Mafamude) onde em regra, se encontram com os da "rasa" - Velha e Nova - ( grupos mais recentes que os " Mareantes do Rio Douro", que festejam de modo semelhante, o Santo.

 

Entram na igreja de costas (só as três figuras principais,) fazem oração e saem. O cortejo, então, dá três voltas ao redor do templo, seguindo para a sede do clube. Antes de cada um regressar a casa, há jantarada.

É festa profana, nada religiosa, a não ser a missa celebrada na capelinha do Senhor da Piedade.

A origem dos festejos, segundo reza a tradição, é muito antiga.

O abade de Santa Marinha, indignado com a falta de respeito aos " santos", resolveu colocá-los em lugar seguro.

Colocou a "cabeça" de S. Cristóvão numa cesta e tapou-a com alva toalha de linho, e pediu, a mulher, para a levar para o Porto.

Chagando ao rio, esta, solicitou a mestre passador - barqueiro que unia de barco as duas margens, - para a passar. O vento levantou a ponta da toalha e o barqueiro, vendo a " cabeça", pegou-a e gritou: "O Santo é nosso! O Santo é nosso!"

Começou, dai, a realizar-se, anualmente, o cortejo, nada religioso, e o povo acompanha, dançando e gritando: " O Santo é nosso! O Santo é nosso, e, é, é !..."

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA   -   Porto, Portugal

 

 

Brazão de Vila Nova de Gaia.jpg

 



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PAULO R. LABEGALINI - VIDA MODERNA

 

 

 

 

 

 

Paulo Labegalini.jpg

 

 

 

 

 

 

 

Vou relatar uma reflexão inteligente que recebi de minha filha, Thaís:

“Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro, uma banana pelo potássio, também uma laranja pela vitamina C e uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água, e uriná-los – o que consome o dobro do tempo. Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos, que ninguém sabe bem o que é, mas que, aos bilhões, ajudam a digestão. Todos os dias deve-se comer fibra – muita, muitíssima fibra! Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Cada dia uma Aspirina previne infarto; uma taça de vinho tinto também; uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso; um copo de cerveja para não lembro bem o quê, faz bem.O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber!

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia! E não esqueça de escovar os dentes depois de comer, ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma; sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia; menos você, porque todos os dias vai caminhar ao menos meia hora – por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma.

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente; o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando. Deve-se estar bem informado também lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia! A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo.

Tome banho frio com a boca aberta, assim você bebe água e escova os dentes. Sobrou uma mão livre? Chame os amigos e seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e dê a banana na boca da parceira ou parceiro. Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e uma colherada de leite de magnésia.

Não tem dado tempo para escrever aos amigos, mas tenho certeza que todos entendem muito bem a razão dessa falha.”

Acho que é quase tudo verdade! Mas se eu fosse orientar você apenas na parte espiritual, diria que uma hora por dia poderia ser dividida assim: 5 minutos para perdoar os inimigos, 10 minutos para ler a Palavra de Deus, mais 10 fazendo caridade, 15 para diálogo em família e 20 minutos para rezar o terço.

O tempo de perdoar com o coração pode ser acumulado e, no final da semana, ir pessoalmente dar um abraço no desafeto – a partir dali, não deixe de rezar por ele. A Palavra pode ser lida diariamente na Liturgia Diária. A caridade também pode ser acumulada e praticada com mais tempo no domingo – visitando um pobre ou um doente.

O diálogo em família precisa ser transparente e com oração, sem TV ligada e lançando desafios para melhorarem a vida espiritual neste mundo moderno. Quanto ao terço, pode ser rezado com apoio da internet, já que temos muitos rosários lindos à disposição. Mesmo no carro, em viagem, esta oração nos conforta e nos protege. Eu não deixo essas oportunidades passarem em branco. Ah, a missa pode substituir isso tudo num dia ou noutro.

E para minhas orientações não ficarem concentradas em apenas uma hora, veja quanta coisa pode-se fazer diariamente: falar a verdade, agir com humildade, dar um abraço, esbanjar sinceridade, sorrir, amar, acolher os famintos, e rezar a qualquer momento.

Reze pela conversão dos pecadores, por aqueles que precisam de libertação, pelas pastorais da Igreja, pelos pobres, drogados, jovens, pelos que não têm fé, pelas missões e vocações, pelo Papa, religiosos, sofredores, pela cura dos doentes, desempregados, almas do purgatório, paz no mundo, falta de amor nas famílias, pelos que praticam injustiças, pelos desesperados, presos, idosos abandonados, excluídos da sociedade, e peça proteção ao anjo da guarda – para conduzi-lo sempre longe dos pecados e perigos.

E que a vontade de Deus prevaleça em nossa vida moderna, neste tempo de Natal e no ano de 2022.

 

 

 

 

PAULO R. LABEGALINI   -  Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).



publicado por Luso-brasileiro às 10:33
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Euclides Cavaco - NATAL DA MINHA TERRA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O meu fraterno abraço de sincera amizade.
 
 
 

  EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 


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publicado por Luso-brasileiro às 10:28
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Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2021
JOSÉ CARLOS JOSÉ MARTINELLI - CELEBREMOS O NATAL DE MODO DIVINO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Até mesmo em países onde a população cristã é minoritária, o Natal marca a grande festa da solidariedade universal. Por mais que tentem revesti-lo como data fortemente comercial, tem resistido aos mecanismos de consumo, mostrando que sua mensagem é maior do que qualquer manipulação de seus símbolos, que frequentam tanto as vitrines iluminadas dos grandes magazines como a sala de visita de quase todas as casas, nos lugares mais recônditos do planeta.

É por isso que o clima natalino envolve as pessoas, sobretudo num clamor de poesia e ternura, singeleza e encanto, fazendo renascer sentimentos de sincera humanidade, de compreensão e de compaixão, alimentando a confiança mútua. Os sorrisos afloram com mais facilidade e as armaduras construídas na dura batalha cotidiana parecem menos impenetráveis, talvez em sinal de reverência, mesmo que inconsciente, a um Ser Superior que se fez homem, para assumir o mundo.

Celebrar o Natal, portanto, é assumir um permanente desafio: mudar a situação para que todos possam ter dignidade em suas trajetórias terrenas. É encontrar Deus a cada dia, em cada relacionamento, em cada circunstância. É revelar envolvimento com atitudes e gestos concebidos em fraternidade e solidariedade. É tentar conscientizar os mais humildes da possibilidade de satisfazerem seus anseios. É agir séria e concretamente no sentido de se extinguir o abandono que aflige os menos favorecidos. É dar provas de que a esperança e a vida podem florescer, mesmo em meio a tanta privação e sofrimento, enfrentando as elites na tentativa de se reverterem os quadros de opressão e prepotência.

Aquela criança colocada numa humilde manjedoura, demonstrando ternura e clamando por justiça, indica-nos o compromisso de acolher, preservar e promover a vida. Diante do presépio, não há momento mais propicio para se refletir sobre gestos de desprendimento, coragem e fé, iniciando o projeto de paz ao buscarmos Cristo onde ele concretamente se acha: na aceitação do diferente, no despojamento, na interação com os perseguidos, com os explorados, com os que resistem e transmitem esperança de dias melhores. Assim, além de presentes, abraços e cumprimentos, devemos meditar sobre a condução de um tempo novo, que anuncie à humanidade o perdão e a paz.

E cada pessoa assume o Natal toda vez que com um gesto de afeto, um apelo à igualdade, um abraço de perdão, permite que Jesus nasça em seu coração. Desejamos assim, aos nossos leitores e amigos, que a festa do menino de Belém aconteça na concórdia e em plenitude de amor. Podemos  encher os copos, mas também os corações de ternura.

São Gregório, bispo no século 4º, dizia às comunidades das quais era pastor: “Celebrem o Natal de um modo divino! Não à maneira do mundo, mas de uma maneira diferente da do mundo! Não como a nossa festa, mas como a festa que é nosso mestre!”.

 

      NATAL é luz!

 

Diante da obscuridade atual, com tanto desrespeito ao ser humano e intensa corrupção a minar as condutas e comportamentos, a celebração natalina é uma luz a mostrar que o povo de Deus se reúne para festejar a esperança de um mundo novo, pleno de amor, de paz e de união nas famílias, entre os povos e nações.

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com).



publicado por Luso-brasileiro às 15:16
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