Carnaval de rua cancelado aqui em Sampa. As centenas de blocos que já estavam autorizados vão ter que recolher a serpentina que nem foi lançada. Pago para ver. Tenho certeza de que blocos de rebeldes haverão de sambar, sub-repticiamente, por ruelas dos bairros paulistanos. Festa de máscaras, literalmente. Ao menos deveria ser.
Mas o desfile no Sambódromo está garantido por ora. Lá, por certo, afirmam as autoridades, será possível rigorosa fiscalização. Ademais, será ao ar livre e o vírus, empático, não vai contaminar ninguém. Se for Lua minguante então, sem chance. Assim como na praia, onde o vírus morre pelo sol e pelo sal. As chances de dar errado são mínimas. Para o vírus, acredito.
Esse vírus, sobretudo essa variante mais recente, é um oportunista. Escolhe, aparentemente, os locais para atacar. Em outros, mostra-se apático e inoperante. Creio que esteja recebendo “um por fora” para se comportar assim. Só pode. Então tá tudo bem! Mesmo diante dos números de internações subindo, das notícias de casos de contaminação galopantes, a festa está garantida e tem muita celebridade com samba para dar e vender. Muita vontade de vender. E da outra coisa também. Sambar, é claro.
Eu quero mais desse mundo para mim também. Um lugar livre desse vírus maldito, onde seja possível fazer planos de viagens de cara limpa, ao lado de amigos, da família. E por mais que dentro de avião, segundo reza a lenda, o vírus também seja um cavalheiro comportado, parece que andam cancelando voos porque ninguém avisou aos pilotos e copilotos disso. Possivelmente nem ao vírus. Lamentável essa falha de comunicação. Isso deixa as pessoas confusas.
Confusão, aliás, é a palavra do momento. Só isso pode explicar certos comportamentos. Ainda ontem as pessoas pediam para não haver aglomeração, para ficarmos em casa. Agora tem a vacina, né? Aquela que evitava o vírus, depois evitava os casos mais graves, um pouco depois evitava a morte e agora, parece, depois da 4ª dose, faz tudo ser uma gripezinha. Então dessa vez podemos voltar para rua, sobretudo se for para “ver a banda passar, cantando coisas de amor”.
Semana que vem tomarei minha terceira dose e irei na quinta, sexta e quantas mais vierem. Meu braço já está a postos também para a vacina da HxNx, precaução numérica que tomo para evitar a pronta desatualização desse texto. Nem sei mais para que servem, nem se virarei um lagarto multicor, mas “ó abre alas, que eu quero passar” e “me dá vacina, me dá vacina para ninguém mais chorar”...
Ainda temos pouco mais de um mês até o Carnaval, no entanto. Será que até lá os planos podem mudar? Pouco provável. Depois da festa vai ser um tal de “Ei você aí, me dá um dinheiro aí “e de “Tristeza, por favor vá embora”, mas ao menos o povo terá gozado seus cinco dias de alegria, porque afinal de contas a vida é curta demais e “quem parte leva saudade de alguém que fica chorando de dor”.
“Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora, o dia já vem raiando meu bem eu tenho que ir embora” e “se eu perder esse trem, que sai agora às onze horas, só amanhã de manhã. E além disso mulher, tem outras coisas...”
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária. Adora marchinhas antigas, é vacinada, vermifugada, carimbada, mas chegou o Carnaval e ela não desfilou – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br
O Fernando e eu nos avistamos na região do terminal central. Perguntava-me várias vezes o que seria dele. Desapareceu. Atravessou a rua assim que meu viu. Fiquei feliz em revê-lo bem. Comentei que todos os dias rezo em sua intenção e não é de agora. Através das preces, não se perdeu de minha história.
Conheci-o no tempo das visitas da Pastoral Carcerária na cadeia do Anhangabaú. Ficou menos de um ano. Naquela época era usuário de drogas ilícitas e foi pego com uma quantia um pouco maior do que o permitido para ser considerado usuário. Seu olhar me trazia a impressão de falta de mãe e, de minha parte, queria lhe dar um pouco de maternagem. Embora não seja mãe, tenho esse sentimento com filhas e filhos que não são meus. Sensação de me fazer cantiga de ninar.
Desconheço os acontecimentos anteriores ao ser detido. Era de poucas palavras, mas me observava com proximidade. Desnecessário perguntar sobre aquilo que o aprisionara, pois sua fisionomia mostrava que vinha de vazios em vazios.
Ao sair da cadeia nos procurou. Passou um período residindo em um “mocó” próximo à antiga Vigorelli. Jamais me pediu dinheiro ou qualquer outra coisa, seu sonho maior era um emprego com registro em carteira.
No dia em que nos reencontramos, a primeira coisa que me perguntou foi sobre como estava nossa mãe. Contei-lhe que, no dia seguinte, faria um ano que ela partira. Não imaginava. Com ar pesaroso, seus olhos verdes, por instantes, se fizeram mar. “Meu povo” se tornara dela. Tratava-os muito bem. Lamentava quando algum deles ou voltava para cadeia ou estava doente. Desejava notícias e os colocava em suas súplicas a Deus. Achavam o máximo de certa forma ela vencer suas décadas com presença na Igreja e em outras atividades. Nos últimos anos, na praça da Catedral, três dos olhadores de carro disputavam quem abriria a porta do carro para ela descer e ainda lhe davam o braço para subir na calçada.
Prosseguindo com o Fernando. Não conseguiu mesmo uma vaga de serviço com carteira assinada, que era sua preferência. Para sobreviver, passou a trabalhar com reciclagem. Progrediu assim. Conseguiu até comprar uma pequena caminhonete usada para ampliar seus negócios. Mora em casa de aluguel em cidade limítrofe e sai de madrugada para recolher recicláveis. Parabenizei-o pelo esforço e pela resolução firme, desde que saiu do presídio, em abrir mão do ilícito.
Ah, continua com o mesmo olhar de falta de mãe e a me despertar maternagem!
Recordei-me do outro moço que há pouco tempo decidiu voltar para casa a 500 km daqui. Entrou e saiu da cadeia por diversas vezes. Conheci-o no período em que havia um “mocó” no coreto do centro. Lembro-me, vagamente, que após uma tragédia com os pais, a avó, em situação de miséria, procurava criar os netos. A irmã, para aumentar os rendimentos da casa, foi para uma zona de meretrício. Incomodou-se demais e decidiu, aos 14 anos, sair pelo mundo.
Em dezembro, contou-me que iria para sua cidade de origem, ficar com os familiares. Aqui não dava mais: aluguel alto do cômodo em que morava em um núcleo de submoradia, a solidão abafada com drogas, perspectiva alguma de futuro, risco de se envolver com o tráfico e acordar atrás da cela. Viajou antes do Natal.
Há um outro jovem que, há poucos dias, escreveu no seu Facebook: “Hoje, estava vendo esta foto minha e lembrando tudo que passei para estar aqui hoje. Eu fui sim um usuário de drogas. Cheirei muito pó. Vivi uma vida ‘loka’ nas ruas, apanhei muito na rua. Passei as maiores dificuldades que uma pessoa pode passar... Hoje, eu estou aqui, vivo, com saúde e ótimo para contar minha história de vida para quem quiser saber. Não me julgue por quem eu sou hoje, porque eu também tenho princípio e uma história como qualquer um. Eu agradeço a Deus sempre por ter tido Misericórdia da Minha Vida e da Minha Pessoa”. Acompanhei parte do que ele relata e sei o que doeu nele na adolescência.
Dar-se a vida... Os três do relato deram-se a vida, após situações funestas. Não ficar indiferente e ter olhar de maternagem com eles também me dá a vida.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil
Estímulos para a produção da droga. Leitura no Estadão de domingo, 7 de novembro, artigo de Mario Vargas Llosa sobre o apocalíptico problema da expansão do consumo das drogas ilícitas. Despertou em mim reflexões amargas que de há muito latejam; as raízes da América Latina estão apodrecendo. E aí, se a decadência prosseguir, a sociedade se decomporá por inteiro. O escritor peruano relata situações que em parte presenciei no Peru e na Bolívia: “No que os peruanos chamam de ‘sobrancelha da montanha’, entre os Andes e a Amazônia, o território da coca, fonte da cocaína, ocorrem três colheitas ao ano; apesar de os camponeses não consumirem a droga, somente a cultivam e a vendem. Eles mastigam a coca e o suquinho que extraem os protege do frio, da fome e do cansaço. Aviõezinhos colombianos chegam às desoladas paragens dessa serra e seus pilotos pagam em dólares pelas cargas que levam de lá”. A outra possibilidade, relata Vargas Llosa, é a compra feita pelo governo, caso os produtores queiram trocar cultivos: “Quem convenceria os camponeses que devem substituir seus cultivos de coca por produtos alternativos, que venderiam por caminhos espantosos, que lhes ocupam muitos dias, ao Agrobanco das cidades que pagam em sóis e, ademais, tarde ou nunca?” Na prática, possibilidade próxima de zero. Aqui está a cara do problema.
Mercados ricos adubam a expansão. A coroa, na mesma pena do Prêmio Nobel de Literatura: “As drogas são vendidas por toda parte. Os narcos as entregam nas portas dos colégios. Em cidades onde o uso das drogas era secreto e inconfessável, hoje em dia é quase público, está ao alcance de todos e se tornou uma exibição de modernidade, de juventude e de progresso. Os grandes traficantes são objeto de culto”. De um lado, enormes mercados, sobretudo em países ricos. E ali, no mundo industrializado, com estímulo do clima glamourizado, caem com maior rapidez as barreiras do horror em relação ao uso das drogas. De outro lado, representa o meio de vida de sem-número de famílias camponesas; dependem para sobreviver e progredir da venda das folhas da coca. É congruente, o consumo cresce em quase todos os recantos da Terra. Neste contexto de alarma crescente, a confusão mental se espalha à medida que pululam nos meios de divulgação as mais variadas, esdrúxulas, chocantes e contraditórias propostas de solução. Os cidadãos comuns, sujeitos ao bombardeio das discussões, preocupados, olham em volta e não percebem saída prática. Volto à comparação; a terra social no descanso esconde as raízes; revirada, mostra parte delas em decomposição. E não apenas na América Latina.
O exemplo elucidativo do Afeganistão. É o problema de fundo que infelicita o Afeganistão ▬ raízes largamente apodrecidas. Daquele país provêm cerca de 80% da heroína e do ópio ilícito consumidos no mundo. A droga corrompe e financia todos os grupos do país. Políticos, Estado islâmico, talibã, Al Qaeda, camponeses, tudo ali depende em grau maior ou menor do comércio da papoula. Tal câncer, virulentíssimo, com metástases generalizadas, contamina há muito qualquer possibilidade de saída aceitável para a situação de caos interno e miséria. Os Estados Unidos, no período de ocupação, vinte anos, gastaram por volta de 10 bilhões de dólares no combate ao comércio do ópio e da heroína. Resultados? Quase nenhum. De fato, o comércio cresceu durante a ocupação norte-americana. Em suma, o mundo assiste, em parte bestializado, ao afundamento gradual de um país agredido pelo narcotráfico, narco-religiões e narco-terrorismo.
América Latina envenenada. Metaforicamente, o Afeganistão não poderia berrar para a América Latina: “Eu sou vocês amanhã”? Haveria terreno comum, reflexão amargurada. E tal situação, lembrei, provoca caos interno e miséria. Existem, disseminados pela América Latina, o narcotráfico, os narcoterroristas, os narcogovernos, as narcoprisões. Mais amplamente, o tráfico intoxica partes do Brasil de norte a sul. O caso vai além. Segundo as agências norte-americanas de combate às drogas, são numerosos os países latino-americanos cujas lideranças políticas estão corrompidas pelo crime organizado; de outro modo, pelo comércio das drogas. Apenas como exemplo, os países da ALBA (que são ou eram onze), a organização tem entre seus filiados os intitulados narcogovernos.
A contaminação nas reservas indígenas. Assunto momentoso, delicado e de enorme importância. A qualquer momento, poderá estar na pauta do STF o julgamento do RE 1.017.365 (o processo do marco temporal). Contra a tese do marco temporal, já votou o ministro relator Edson Fachin. A favor da tese do marco temporal se posicionou o ministro Kassio Nunes Marques. Se no plenário, prevalecer a tese do ministro relator, pipocarão pelo Brasil novas reservas indígenas (propriedade estatal das terras, usufruto das etnias). Terão destino trágico parecido com as existentes, miséria, caos e abandono. Quanto ao uso de drogas, é doloroso e indispensável conhecer sua situação, em especial nas regiões de fronteira. Transcrevo abaixo informações que circularam amplamente nas redes, com base em reportagem de “O Globo” de abril de 2021, texto de Carolina Benevides e Marcelo Remígio: “Nas aldeias, índios plantam maconha, estão viciados até em oxi e trabalham para o tráfico. Nas reservas de Mato Grosso do Sul, número de homicídios e suicídios tem aumentado. Rio Branco, Acre. - Aldeias indígenas do Acre, do Amazonas e de Mato Grosso do Sul estão na rota de entrada das drogas no país. Sem policiamento, reservas próximas às fronteiras com Bolívia, Colômbia e Peru se tornaram pontos estratégicos para o narcotráfico e locais de recrutamento de mão de obra barata. Indígenas têm consumido cocaína, merla, crack e também oxi - uma nova droga, subproduto da cocaína e pior que o crack, que surgiu no Acre, já se espalhou pela Região Norte, por alguns estados do Nordeste e do Centro-Oeste e chegou a São Paulo, conforme O GLOBO mostrou no último domingo. Índios das aldeias Marienê e Seruini, no Amazonas, perto do município de Pauini, na fronteira com o Acre, plantam maconha nas terras indígenas para traficar e consumir. Eles levem a droga para a cidade, vendem para as bocas-de-fumo ou trocam por óleo, açúcar e sabão. Cocaína, oxi e merla também podem ser encontrados nas aldeias do Acre, especialmente em Boca do Acre, segundo índios que vivem perto da região”. No presente quadro de demagogia e abandono, a disseminação de novas reservas indígenas no Brasil (ou sua ampliação), decorrência a bem dizer inevitável da derrubada do marco temporal, agravará a situação de miséria indígena, além de facilitar a presença do narcotráfico em tais áreas. Retrocesso claro.
Avanço no rumo certo. Ter clara a situação é o primeiro passo da solução. Será fácil resolvê-la? Dificílimo. Fugindo da demagogia, sem romantismos, nem superficialidades, mas com perseverança e sensatez, é possível caminhar no rumo da saúde, raízes saudáveis. E aí brilha logo de saída a sanidade familiar, que repercutirá na saúde moral da juventude. São pedras para construir a via de saída.
PÉRICLES CAPANEMA - é engenheiro civil, UFMG, turma de 1970, autor do livro “Horizontes de Minas
A palavra “conflituoso” provém do substantivo “consciência” com o sufixo”oso” formando o adjectivo “consciencioso”. O consciencioso é:
-“ Meticoloso – que expressa cuidado, minúcia, esmero: político consciencioso.
-“Responsável- que se rege pela própria consciência: filho consciencioso.
-“Honesto – que se comporta seguindo as regras éticas aceitas socialmente.
-“Cuidadoso- que obedece regras: de realização detalhada: teoria conscienciosa;
discurso consciencioso
Sinónimos de consciencioso: escrupuloso, justo, meticuloso, cuidadoso, responsável, honesto.
Consciencioso em fazer o bem. Se trabalhasse num açougue. Venderia carne extra, orientaria um pedestre a tomar de noite uma estrada onde passava por uma zona bem perigosa, onde havia muitos crimes? É improvável que fizesse tais coisas. Por quê Havia um motivo íntimo de consciência. O seu senso íntimo do que é o direito e do sentimento que lhe diz que estas acções são erradas No entanto, põe ser que alguém, por causa. do seu mau ambiente, faça coisas que são erradas segundo a lei Deus e isso incomode a sua consciência. Mas o cristão deve fazer ajustes ao aprender como Deus encara o assunto .Como diz S. Paulo aos Gálatas;”Enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas principalmente para com os irmãos na fé”.
Ser consciencioso de que é preciso ter fé na adversidade. A sagrada Escritura (Bíblia) ajuda-nos a sermos conscienciosos. Os 66 livros do Antigo e Novo Testamento em conjunto”são a Palavra de Deus” O Novo Testamento chama a nossa atenção para muitas pessoas do tempo do Antigo Testamento que mostraram fé precioso perante a adversidade. Tomemos José filho de Jacó. Ele foi favorecido pelo seu pai porque ele era um filho temente a deus. Os seus irmãos tinham ciúmes dele e o atacaram e quase o mataram. Em vez disso, ele foi vendido a alguns comerciantes que o levaram para o Egipto. Lá, ele se tornou escravo, servindo um oficial egípcio. Ele provou ser fiel e consciencioso. Mas um dia a mulher do oficial acusou falsamente de tentar molestá-la. O resultado? Ele foi colocado na prisão. Apesar do facto e que tudo parecia estar dando errado de novo, José nunca perdeu a fé. Ele confiava que Deus estava desenvolvendo o seu carácter através da provação, que Deu tinha algum propósito de amor pêra com ele. Isso ficou claro quando, mais tarde ele assistiu o Faraó no governo e armazenou cereal durante os anos de abundância para utilização durante os anos da fome. A própria família de José em Canaã foram forçados a ir ao Egipto para comprar comida. Lá, numa série dramática de encontros, José revelou a seus irmãos que ele era aquele que ele tinham desprezado e vendido `a escravidão muitos anos antes. Será que ele procurou a vingança? Não, Ele viu qual tinha sido o propósito de Deus: A este propósito vejamos o que diz o livro do “Génesis 45,5) Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação d vida, Deus me enviou adiante de vós”.José queria que os seus irmãos enfrentassem o seu erro: mas ele queria avançar e trazê-los a uma relaç
Ão positiva com Deus. Ele mostra-nos claramente que a confiança em Deus nos ajuda a lidar com o que a vida nos apresenta. José acreditava firmemente nas promessas que Deus fizera ao seu bisavô, Abraão, ao seu avô Isaque, e ao seu pai, Jacó. Essas promessas eram uma garantia de que as pessoas que fazem parte do povo e Deus têm futur. Por mais que falhem, por muito que entrem em dificuldades , a crença a seus filhos e netos para se apegarem às promessas. Observemos, que José foi julgado e testado pelas circunstâncias da vida em Canaã e, m seguida, no Egipto. Ele foi traído pelos seus irmãos, vendido para a escravidão; injustamente acusado pela esposa do seu senhor; injustamente preso, e então esquecido até que a nação precisou ele. Não há qualquer registo de envolvimento satânico ou demoníaco na sua vida. Ele estava sujeito aos perigos usuais e desafios da vida e ele sobreviveu a estes com um notável estado de espírito, com compreensão e maturidade. Deus usou as circunstâncias duras da sua vida para desenvolver o seu carácter e prepará-lo para tudo o que estava por vir. Porque ele tinha aprendido a controlar e regular o Egipto através dos difíceis anos de abundância fome que estava para vir.
Expressões nas quais vem inseridas o palavra Conscioso(a)
-Como é animador e consolador quano médicos conscienciosos e compassivos respeitam a escolha de tratamento feita pelos pais”?
-“Fora isso, quando a questão envolve fracções de quaisquer componentes primários, cada cristão deve consciosamente decidir o que fazer, após cuidadosa meditação com oração” Atos 15,29).
-“Embora muita gente, hoje em dia, se esforce. Conscienciosamente, por manter a saúde dos seus corpos, a protecção da nossa saúde mental recebe consideravelmente menos atenção”.
-“Ao mesmo tempo, os resultados da investigação deverão ser disponibilizados ao grande público, a fim de permitir aos cidadãos da Europa adoptar uma posição”. Conscienciosa bo que se r refere *as questões que envolvem a igualdade dos géneros”.
-“Acha que ele tem sido menos consciencioso que de costume em meu caso ou no caso de sua mãe?”.
-“Ao passo que as testemunhas de Jeová crêem que se deva pagar a César o que é de César – e talvez poucos grupos paguem eus impostos e obedeçam às leis do país mais conscienciosamente do que elas - elas também pagam a Deus o que crêem que Ele requer, a saber, a adoração e a suprema lealdade”.
-“Isso implica que a cláusula dos direitos humanos, enquanto componente integral dos acordos de associação, seja objecto de uma análise crítica e conscienciosa e que dela se retirem as devidas consequências”.
-“ Outra coisa que mantém ocupados os cristãos conscienciosos e diligentes ´+e a necessidade de ajudarem seus irmãos cristãos, bem como de repararem partes para diversos programas de reunião, e assim por diante”.
-“Juro fidelidade à República e ao Chefe de Estado, respeitar lealmente as lei do Estado, e exercer as tarefas que me são confiadas com diligência, conscienciosamente e apenas no interesse público”.
- A Comissão pode ter-se esforçado conscienciosamente por comunicar com os observadores, mas isso não substitui a intervenção o parlamentares eleitos, que devem contribuir directamente para corrigir este défice democrático”.
(Deuteronómio 31-12: 2 Timóteo 3,15) – Muitas famílías iniciaram conscienciosamente, programas de estudo bíblico familiar, regular, mas depois deixaram que estes diminuíssem ou fossem negligenciados.
-“Um cálculo económico consciencioso por parte do Land enquanto co-proprietário permitiu também ao HLB tirar partido e futuras oportunidades de mercado para as suas actividades concorrenciais “
-“Um profundo apreço pela importância do Direito Canónico na vida da Igreja e a tomada e medidas em vista de garantir uma administração mais eficaz e conscienciosa da justiça. Devem constituir uma solicitude fulcral do vosso ministério episcopal”
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
JORGE VICENTE - Fribourg ( Suiça)
Recentemente veio à luz a reflexão sobre o destino das pessoas que atentaram contra a sua própria vida, depois da série na Netflix “13 Reasons Why” e da popularização do jogo de suicídio conhecido como “Baleia Azul”.
Mas, o que a Igreja Católica diz a respeito deste tema? Qual é o destino das pessoas que se suicidam segundo o Magistério?
O Catecismo da Igreja Católica assinala que o suicídio é um ato grave e, no numeral 2283, indica claramente que “não se deve desesperar da salvação eterna das pessoas que se suicidaram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, oferecer-lhes a ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora pelas pessoas que atentaram contra a própria vida”.
Pe. Guillermo Leguía, professor de teologia moral da Faculdade de Teologia Pontifícia e Civil de Lima (Peru), explica que não é correto dizer que se uma pessoa se suicida vai para o inferno.
Em declarações ao Grupo ACI, o sacerdote peruano indica que “é correto dizer que cometer o suicídio é um ato que está errado, mas ninguém pode fazer um julgamento sobre os elementos que ocorrem no coração da pessoa que fazem com que esse ato errado lhe seja plenamente imputável”.
“Ninguém pode conhecer ou saber se o suicídio faz com que a pessoa a vá para o inferno. Além disso, a Igreja não ensina isso”, precisa.
Para Dom Fernando Chomali, Arcebispo de Concepción (Chile), especialista em bioética e membro da Pontifícia Academia para a Vida, no caso de um suicídio, é necessário considerar os aspectos psicológicos e psiquiátricos, assim como o fato de que para todas as pessoas “a misericórdia de Deus é muito grande”.
“Acredito que há pessoas que chegam a um alto nível de desespero pela doença; e pode ser que a eutanásia ou o homicídio acabem sendo uma ‘resposta’ à grande solidão que a pessoa sente”, comentou ao Grupo ACI.
Leia também: O que dizer sobre o suicídio?
Não escolhemos viver, porque haveremos de escolher morrer?
Toda pessoa que se suicida está condenada?
Não desesperar da salvação dos suicidas
Podemos decretar a própria morte?
Pe. Leguía disse também sobre este caso que “é importante distinguir entre o ato que a Igreja ensina que é errado (suicídio) e o pecador que a Igreja sempre ama com um coração infinito e com uma misericórdia infinita. E bom, saber que às vezes há um conjunto de atos que mesmo que estejam errados não são totalmente atribuídos à pessoa que comete este ato”.
Um caso emblemático de suicídio é o de Brittany Maynard, que tirou a própria vida em 1º de novembro de 2014, porque tinha câncer terminal e cujo drama é utilizado para promover a eutanásia.
Sobre este caso, Pe. Leguía disse que a mulher pode ter estado “condicionada e sobrepassada pela experiência de dor, angústia”, o que a levou a “sucumbir” ante “tribulações e emoções mal dirigidas que, sem dúvida, diminuíram a responsabilidade e a liberdade”.
Entretanto, acrescentou, “isso não significa que o ato não seja um ato livre, mas pode haver atenuantes para a sua total atribuição e responsabilidade”.
Dom Fernando Chomali, que publicou no dia 5 de novembro uma carta pastoral sobre a eutanásia, que em países como o Chile o governo pretende aprovar, disse que é importante pensar “seriamente o que pode significar uma sociedade onde cada um possa dispor de seu corpo como se fosse uma propriedade pessoal. A verdade é que o corpo não nos pertence já que tem, ademais, uma dimensão social e, é obvio, outra sagrada que é preciso considerar”.
Após afirmar que diante de casos como o de Brittany é importante o “apoio espiritual, humano e psicológico” para que as pessoas não se suicidem, o Prelado declarou que “a sociedade empreende um caminho perigoso ao ser permissiva com a eutanásia”.
“A Igreja Católica diz não à eutanásia e ao encarniçamento terapêutico e diz sim aos cuidados paliativos; e, sobretudo, sim a muito amor e muito acompanhamento”, concluiu
.
Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/todos-os-suicidas-vao-para-o-inferno-78933/
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino
Sherlock Holmes e Dr. Watson foram acampar. Depois da refeição e de uma boa garrafa de vinho, deitaram-se para dormir na barraca. De madrugada, Holmes acordou e cutucou seu fiel amigo:
– Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
– Vejo milhares e milhares de estrelas.
– E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois responde:
– Astronomicamente, significa que há milhares de galáxias e bilhões de planetas. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte. Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03h15min pela altura em que se encontra a Estrela Polar. Teologicamente, posso ver que Deus é todo poderoso e somos pequenos e insignificantes. Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia amanhã. Correto?
– Watson, seu idiota, significa apenas que alguém roubou nossa barraca!
Esta história serve para mostrar que a vida é simples, nós é que temos a mania de complicar. E a complicamos porque julgamos e tomamos decisões erradas. As melhores decisões ocorrem quando:
– temos suficiente conhecimento do assunto;
– possuímos experiência pertinente ao fato; e
– raciocinamos com equilíbrio e responsabilidade.
Ser o mesmo na alegria e tristeza, afeto e raiva, coragem e medo, não é fácil, mas necessário e fundamental àqueles que têm nas mãos o destino de outras pessoas. Alguns exemplos, reais ou não, às vezes falam mais alto em nossa memória do que a própria teoria pregada sobre o assunto. Eis um fato bíblico:
“Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher que fora apanhada em adultério. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus: ‘Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés mandou-nos na Lei que apedrejássemos tais mulheres. Que dizes tu a isso?’ Perguntavam-lhe isso a fim de pô-lo à prova e poderem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente e escrevia com o dedo na terra. Como eles insistiam, ergueu-se e disse-lhes: ‘Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra’. Inclinando-se acusados pela própria consciência, eles se foram retirando um por um, até o último, a começar pelos mais idosos, de sorte que Jesus ficou sozinho, com a mulher diante dele” (Jo 8, 3-9).
Assim como este, a história nos tem mostrado um grande número de fatos retratando decisões acertadas, importantes e oportunas. Refletindo em cada caso, nossa conduta pessoal pode ser melhorada. Eis algumas conclusões que tiraram por nós:
Calar sobre sua própria pessoa, é humildade. Calar quando se vê o defeito do outro, é caridade. Calar quando a gente está sofrendo, é heroísmo. Calar diante do sofrimento alheio, é covardia. Calar diante da injustiça, é fraqueza. Calar quando o outro está falando, é delicadeza. Calar quando o outro espera uma palavra, é omissão. Calar e não falar palavras inúteis, é penitência. Calar quando não há necessidade de falar, é prudência. Calar quando Deus nos fala no coração, é silêncio. Calar diante do mistério que não entendemos, é sabedoria. Calar quando na escuridão da noite procuramos Deus e não o encontramos, é não saber procurar dentro do nosso coração. Ele sempre está conosco!
É muito simples entender que, até no silêncio, a tomada de decisões é uma habilidade da mente humana que pode ser aprendida como qualquer outra habilidade; porém, a decisão do momento quase sempre depende da definição dada ao problema e do grau de risco assumido por quem a toma.
Há uma piada de um paraquedista que, não conseguindo fazer abrir o seu paraquedas durante um salto, pediu ajuda ao santo:
– Meu São Francisco, me ajude!
No mesmo instante em que uma mão lhe segurou no ar, ecoou uma voz perguntando:
– São Francisco de Assis ou de Paula?
O paraquedista aflito, apressadamente se decidiu:
– De Assis.
A mão que o segurava o soltou... e a voz lamentou:
– Sou ‘de Paula’.
Também em casos reais, muitas pessoas estão vivas graças às decisões acertadas que tomaram. Disse Santo Agostinho: “Deus não manda o impossível, mas, ao mandar, aconselha que faças o que podes e peças o que não podes”. E você, reza o suficiente para pedir ajuda a Jesus ou espera acontecer alguma complicação primeiro?
Fazemos escolhas desde que a gente se levanta até a hora de dormir. A gente escolhe esta ou aquela camisa, esta ou aquela calça, este ou aquele sapato... Na hora do almoço, escolhemos esta ou aquela comida, esta ou aquela bebida, doce ou frutas; porém, existem escolhas que são mais importantes do que o comer e o vestir.
Algumas escolhas se referem à religião, outras, ao tipo de vida simples ou complicada, e irão nos acompanhar para sempre. Em resumo, toda decisão depende de um sim ou não, contudo, o cuidado com que a tomamos determinará o nosso êxito – agora e na eternidade!
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).
Havia tradição muito antiga – sem fundamento, – que dizia: o mundo acabará no ano de dois mil. Para acalmar os "crendeiros", acrescentava-se: ainda haverá mais uns " pozinhos"... (São abusões, que infelizmente, ainda parasitam a crosta do cristianismo.)
Nada corresponde à verdade. Todavia, a Parusia, virá – mas a respeito do dia e hora ninguém sabe, nem os anjos, nem o Filho, somente o Pai. (Mateus 24:36)
Todavia é bom advertir, que, se Deus puniu os homens, no tempo de Noé e de Ló, pela perversão que havia sobre a Terra; é, igualmente, de temer, que a bondade divina se enfade, diante o desregramento desenfreado, que campeia:
A pornografia, divulgou-se de tal forma, que até os recatados, pudicos e puritanos, a aceitam, em nome da liberdade!...
E em nome da liberdade e da livre expressão, também a Tv., o Cinema e a Internet – computadores e smartphones, – apresentam, sem rebuço, cenas depravadas, anestesiantes das mentes, a ponto de muitos já não conseguem distinguir: o bem do mal.
Por sua vez, os eleitos pelo povo, aprovam, sem pudor, indignidades, que bradam ao Céu: como a morte de nascituros e a eutanásia, – e muitos dizem-se cristãos!...
Os jovens erotizados – fermentes de prazer, – para saciarem os naturais impulsos, servem-se de preservativos e anticoncecionais; e escolas há que os incentivam (como mal menor) e os fornecem gratuitamente!
Para afrontarem, ainda mais o Omnipotente, expulsaram-nO: dos foros, dos parlamentos, das escolas, e proíbem que símbolos cristãos, sejam colocados em espaços públicos; e países há, em que a doutrina de Jesus, não pode ser ensinada em escolas publicas!...em defesa da liberdade e da igualdade!
E como não fosse bastante, na UE., já se pensa substituir a palavra" Natal", pela: "festividades"!...
Em suma: esbocei, a traços largos, o estado atual da moral do Mundo.
Vejamos, agora, o que profetisa a Bíblia, sobre a Escatologia:
Em 2ª Timóteo 3:1,5 – avisa-nos que tempos virão (precursores do Fim do Mundo,) que os homens perdendo o carácter e a probidade, viverão em verdadeira orgia moral.
Lucas 21:10,11 - Refere-se á disseminação de: fomes, calamidades, guerras e rumores de guerras e pandemias.
Marcos 13:7,8 - pressagia: que quando ouvirmos o que escreveu Lucas, não é ainda o fim, mas: "o princípio das dores".
Por sua vez, o Torá (Pentateuco) – no último livro (Deuteronómio 30:1,10) assevera: que os Judeus regressarão à Palestina – profecia realizada.
Mateus 24:14 – alerta, porém: que antes que o Mundo acabe, o Evangelho será proclamado em todas as nações – o que está acontecendo.
Não pretendo ser alarmista, nem insinuar a iminência da Parúsia, mas levar o leitor amigo, menos versado em exegese – porque os que são, conhecem perfeitamente - as " coincidências"; aconselhando-o a buscar as Sagradas Escrituras.
HUMBERTO PINHO DA SILVA - Porto, Portugal
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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O dia 15 de janeiro de 1929 marcou o nascimento de um dos maiores ativistas políticos da História, Martin Luther King, defensor dos anseios fundamentais dos cidadãos e pregador da união entre negros e brancos. Em homenagem à data, desde 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos Estados Unidos, o chamado DIA DE MARTIN LUTHER KING - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao seu aniversário, que nesse ano são coincidentes. Momento de refletirmos sobre sua grandiosa obra em favor da igualdade entre os homens
Incansável na concretização de ideais de Justiça e extremamente idealista, ele se tornou um dos mais importantes líderes pelos direitos civis norte-americanos e no mundo, através de uma intensa campanha propagadora da paz e de amor ao próximo. Por isso, foi-lhe outorgado o Prêmio Nobel da Paz em 1964, tendo sido até então a pessoa mais jovem a receber tal honraria. A sua morte, em 1968, vítima de assassinato, chocou a humanidade, que à época tinha em suas pregações, as esperanças de uma vida melhor para todos, sem discriminações e respeito recíproco entre os indivíduos.
Na realidade, Luther King foi um mártir da não violência. Desprendido e corajoso, empenhou-se na divulgação por uma convivência civilizada através da reverência aos verdadeiros valores - isonomia e respeito entre todos seres - única circunstância capaz de outorgar e solidificar a dignidade humana como propósito fundamental da vida em grupo.
Em homenagem a essa grande personalidade transcrevemos uma de suas famosas frases: "É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar./ É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final./ Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder./ Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver”
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas e autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com)
Como ficou dito no último artigo, Carlos, rei dos Francos e imperador do Sacro Império, realmente merece a designação de Magno, pois foi um dos maiores monarcas da História, grande chefe militar e político, administrador, legislador e incentivador de uma renovação cultural que os modernos historiadores europeus designam como “Renascimento Carolíngio”.
Colocou seu braço armado a serviço do Papado e estendeu seus domínios até o território da Polônia, a Leste, e a uma parte da Península Ibérica, a Leste, governando também boa parte da atual Itália. Protegeu a Europa de novas invasões provenientes do Leste e conteve definitivamente os muçulmanos na Península Ibérica, impedindo que prosseguissem sua investida além dos Pirineus. Unificou e administrou admiravelmente seu povo, foi o incentivador de uma política de incremento da cultura a tal ponto que seu tempo foi designado como de uma verdadeira renovação cultural, o Renascimento Carolíngio.
Auxiliado pelo monge Beato Alcuíno de York (c. 735-804) - homem cultíssimo e de grande capacidade de ação - Carlos Magno deu início a um amplo movimento de revitalização da cultura. A meta fixada por Alcuíno, que atuava à maneira do que seria hoje um Ministro da Educação, era fazer da Corte imperial uma nova Atenas, em nada inferior à antiga, mas inteiramente baseada no espírito cristão. Uma das muitas iniciativas de Alcuíno foi estabelecer sinais gráficos de pontuação, para facilitar a leitura, assim como também estabelecer a diferenciação em letras maiúsculas e minúsculas. Essas foram novidades, no tempo, pois até essa época tudo se escrevia em sequência, sem pontuação nem mudança de linha, e sem diferenciar maiúsculas e minúsculas - o que dificultava muito a compreensão dos textos.
Carlos não somente lhe deu apoio, mas foi propulsor e incentivador da obra de Alcuíno. Fundou a Escola Palatina, onde se ensinavam as sete artes liberais, estruturadas nos sistemas do Trivium (que estuda a Retórica, a Lógica ou Dialética e a Gramática, disciplinas referentes à linguagem) e do Quadrivium (voltado às disciplinas relacionadas com a matéria e as quantidades, ou seja, a Música, a Aritmética, a Geometria e a Astronomia). Essa educação era chamada liberal porque se entendia que somente podia ser assimilada por quem se entregasse ao seu estudo com as mãos livres, ou seja, em contraposição ao trabalho braçal. Inicialmente, beneficiava aos que se destinavam ao Clero - qualquer que fosse a procedência social de seus familiares - e àqueles destinados à vida de corte ou ao serviço público administrativo. Mais tarde, com o desenvolvimento intelectual do século XII, o Trivium e o Quadrivium passariam a ser ensinados nas Universidades, como passo inicial ou propedêutico, para os alunos a partir deles galgarem níveis superiores em várias áreas do conhecimento.
Carlos Magno também incentivou a fundação de escolas monacais e catedralícias, assim como a sistematização de um eficiente serviço de cópias de manuscritos antigos, não somente religiosos, mas também profanos, muitos deles provenientes da Antiguidade Clássica. Do ponto de vista político, Carlos Magno precisava de muitos homens instruídos, a fim de proverem aos serviços do estado com a ampla estrutura administrativa que organizou. Mas, independente dessa finalidade prática, a documentação primária da época permite afirmar que Carlos era um homem de visão muito larga, capaz de compreender, muito além do seu tempo, todo o alcance da obra cultural que estava promovendo. Um documento de Carlos Magno dirigindo-se ao Papa permite avaliar a preocupação demonstrada com o ensino e a formação intelectual dos jovens de todas as classes sociais:
“Imploramos também de V. Santidade que os ministros do altar e Deus adornem os seus ministérios com boas maneiras, e igualmente no que respeita às outras ordens que observam uma regra e às congregações de monges, e seja-lhes permitido agregar reunir e associar a si próprios, não apenas os meninos de condição servil, mas também os filhos dos homens livres. E que se estabeleçam escolas onde as crianças aprendam a ler. Emendai com cuidado, em cada mosteiro ou bispado, os salmos, os sinais da escrita, os cantos, o cômputo, a gramática e os livros católicos; porque muitas vezes alguns desejam rezar a Deus corretamente, mas rezam mal os livros por não estarem corrigidos.” (PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: textos e testemunhas. S.Paulo: UNESP, 2000, p.71.
A mesma preocupação com a cultura é também manifestada por Carlos Magno em uma Capitular dirigida ao Abade de Fulda, sobre a necessidade do estudo literário: “Nós temos deliberado, de acordo com os nossos conselheiros, que nos bispados e mosteiros cujo governo vos foi confiado, não é suficiente observar a regra e a prática da vida religiosa, mas que vos deveis aplicar, também, a instruir nas letras àqueles que são capazes de aprender, segundo a inteligência que Deus deu a cada um. A observação da regra contribui para o ornamento das palavras: da mesma forma que o zelo dedicado a ensinar e aprender contribui para a ordem e ornamento da linguagem. Aqueles que desejam suplicar a Deus, fazendo o bem, não devem negligenciar de suplicar falando bem. Nós temos frequentemente recebido, nestes últimos anos, cartas que nos escreveram de certos mosteiros, nas quais se fala da piedade e santas preces oferecidas a nós pelos monges. Nós temos encontrado na maior parte destes escritos excelentes intenções e uma linguagem inculta. O que uma piedosa devoção lhes dita ao coração, eles não podem expressar sem incorrer num estilo grosseiro e repleto de erros, por causa da negligência para instruir-se. Portanto, nós vos exortamos, não somente a não negligenciar o estudo das letras, mas a aplicar-vos a ele com ardor e humildade agradável a Deus, a fim de poder penetrar mais facilmente e com mais segurança nos mistérios das Sagradas Escrituras. Pois, como há nos livros sagrados figuras, tropos e outros ornamentos semelhantes, não há dúvida que cada um ao ler não capte depressa o sentido espiritual, nem sequer aquele que se encontra mais preparado para o ensinamento das letras. Desejo para esse mister homens que tenham ao mesmo tempo vontade e poder de se instruir e a vontade de instruir os outros. Nós desejamos que vós sejais, como convém aos soldados de Cristo, primeiro devoto e depois sábio. É conveniente que aqueles que vos visitam para honrar a Deus e à vida religiosa sejam edificados pelos vossos costumes e reconheçam vossa ciência ao ouvir-vos ler ou cantar, a fim de que se encham de alegria e deem graças a Deu. Não vos esqueçais de enviar cópias desta carta a todos os bispos sufragâneos e a todos os mosteiros, se quiserdes obter o nosso agradecimento.” (Op. cit, p. 170-171)
Em resumo, a renovação cultural carolíngia representou uma síntese de tudo quanto havia de melhor no passado (desde o da Antiguidade clássica até o passado dos povos bárbaros), uma reordenação e tudo quanto havia de caótico e confuso no status quo, uma sistematização e um direcionamento rumo ao apogeu que a Idade Média atingiria no século XIII.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
A gente bem que gosta de pensar que um novo ano possa ser melhor do que o anterior. Por razões místicas ou religiosas, muitos de nós apostam as fichas no ciclo que se reinicia tão logo nosso planeta termine seu giro em torno do Sol. De minha parte fico sempre na torcida por melhores notícias, por esperanças que se renovem, mas já passei da idade de acreditar que só a troca de números no calendário seja suficiente para transformar as coisas.
Como faço todos os anos, fui para o interior aqui do estado de São Paulo para passar uns dias com meus pais, irmãs e sobrinhas. Andando a pé pela cidade, notei, com tristeza, que tal qual acontece aqui na capital, há muito lixo pelas ruas, nitidamente descartado de forma negligente e impune pelas pessoas. Não há serviço de coleta que dê conta, seja lá ou cá.
Tivemos tanta evolução tecnológica nos últimos anos e cada vez mais se fala em conceitos que, penso, no futuro não tão distante serão comuns, tais como metaverso, inteligência artificial e multiverso, mas a grande maioria das pessoas parece não ter a simples habilidade de descartar corretamente os resíduos que produzem. Jogam no chão, nos rios, nas ruas, nas praias e pronto. Nem se importam ou tem ideia dos resultados nefastos de tais atos, nem mesmo a curto prazo.
O que se pode ver é que nada parece mudar, passe o tempo que for. Estamos em 2022 e ainda há tantas mazelas que poderiam deixar de existir com hábitos simples, tais como um pouco mais de empatia pelo outro e pelo planeta. Muitos reclamam dos governantes, mas pouco ou nada fazem para mudar o que está ao redor. Grandes mudanças começam com pequenas atitudes.
A quantidade de animais abandonados pelas ruas também me causa extrema tristeza, tanto quanto a indiferença das pessoas a esse respeito. Muitos, provavelmente a imensa maioria, não se importa se há animais passando fome ou morrendo. Aliás, se tampouco se importam com os humanos em condição de miserabilidade, o que dirá com os animais.
Nessa minha incursão ao interior do Estado ficou ainda mais evidente, para mim, a falta de políticas públicas voltadas à questão ambiental e animal. Falta conscientização da população e a ação estatal para diretrizes e para fiscalizar. Animais não são coisas. Sentem fome, medo, frio. Com os gatos, em especial, a ignorância e o preconceito ainda falam alto demais.
Gatos são criaturas incríveis. Amorosos, leais, companheiros, inteligentes, são excelentes animais de estimação. Só precisam de uma chance. Enquanto escrevo, uma de minhas gatas se esfrega em minhas mãos, procurando meu colo para se aninhar. Foi resgatada, assim como os outros quatro e só lamento não ter condições financeiras para fazer mais por outros animais em situação de risco.
A grande questão é que os gatos se reproduzem rapidamente e uma única fêmea não castrada pode facilmente, em um ano, trazer ao mundo cerca de vinte outros tantos animais. Desse modo, é preciso que pessoas castrem seus animais e que o Poder Público se encarregue de fazer o mesmo com os animais de rua ou comunitários. Sem uma ação conjunta e coordenada, a quantidade de animais abandonados e doentes só faz aumentar.
É necessário que as pessoas entendam que não existe isso de “levar para uma ONG” como se fosse um sumidouro de animais ou um lugar mágico no qual os recursos existam em abundância. Por detrás de toda ONG de proteção animal séria existe uma quantidade de pessoas que praticamente “enxugam gelo”, sem qualquer auxílio externo. A maior parte fecha as portas, abarrotada de abandonos alheios.
Não apenas quanto aos animais, mas em todas as coisas, nada vai mudar se não mudarmos, se não revermos crenças arraigadas e cravejadas em nós pela ignorância e pela irresponsabilidade. Assim, não jogue para o outro aquilo que deveria ou poderia partir de você. Faça a sua parte antes de criticar. Mude a você mesmo antes de discursar como mudar o país ou o mundo. De nada vale o ano ser novo, se os discursos continuam velhos.
Nesse primeiro texto do ano, desejo que em cada um de nós nasça ou cresça o desejo de fazer melhor do que antes e que esse querer se concretize em ação, em fazer. Por um 2022 de menos omissões...
CINTHYA NUNES, é jornalista, advogada, professora universitária e não tem medo de ser chamada de “velha doida dos gatos” – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil
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