ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Durante muitos anos, tradicionalmente maio foi o mês das noivas. Posteriormente, com as constantes crises econômicas, muitos matrimônios passaram para dezembro, favorecidos pelo décimo terceiro salário no Brasil, forte auxílio frente às despesas com as respectivas celebrações. No entanto, independentemente da época e de seu caráter festivo, o casamento será sempre uma decisão importante na vida das pessoas que não devem considerá-lo como algo descartável, pois as consequências advindas de seu eventual rompimento a qualquer tempo são muito sérias e às vezes tristes, agravando-se sobremaneira quando resultam filhos dessas uniões posteriormente desfeitas.
A frágil concepção que alguns lhe outorgam demonstra a falta de preparação que persiste em nosso país quanto aos enlaces, focando-lhes uma perversa vulnerabilidade. Com efeito, a formação para uma vida em comum, que absorve os problemas e os transforma em experiência, saúde e forças espirituais, deve ser vista como uma preocupação constante de pais, educadores e religiosos em geral para que a estabilidade familiar, base da sociedade, possa se estruturar de modo a atingir os seus fins primordiais.
A ausência de orientação e diálogo sobre os deveres, direitos e efeitos do matrimônio gera um profundo vazio, tornando o divórcio uma solução imediatista e simples, que em muitos casos, revela-se num repúdio ao afeto, à capacidade de recuperação, ao uso da inteligência, do bom senso e do esforço para se resolverem dificuldades e dissiparem-se dúvidas, que não faltam à vida de ninguém e muito menos na constância da convivência de um homem e de uma mulher. Enfim, nega-se ao amor a capacidade de aprimoramento e de perfeição, para simplesmente destruí-lo nas primeiras dificuldades.
São tantos e inúmeros os reflexos negativos originários de uma comunhão mal sucedida que tal decisão chega a se caracterizar até como vital e irreversível em diversas situações. Já se disse que ser infeliz sozinho é penoso, mas a dois é muito mais. A solidão é sempre dura, mas a dois é angustiante. A solidificação da família depende de um casamento bem estruturado. Essa deve ser a meta de todos que pretendem contraí-lo, reduzindo-se os fracassos e ampliando-o em ideal superior para não entendê-lo apenas como um ajustamento puramente humano, mas também como sacramento.
Em nossa carreira profissional pudemos constatar que muitas dissoluções ocorreram ao menor sinal de frustração ou cobrança. Faltaram aos consortes uma visão mais sólida sobre a relevância, os resultados legais e as responsabilidades de uma junção entre seres humanos que não se revela apenas em momentos de prazer e de alegria. A despeito da intenção de viver bem, todos os que compartilham o cotidiano estão sujeitos a diversos inconvenientes. Para superá-los, os conjugues devem se esforçar permanentemente no sentido de preservarem valores como a cumplicidade, a solidariedade e a honestidade em seus relacionamentos, mesmo extraoficiais, pois a união estável, em quaisquer de suas modalidades, como instituição social, necessita de pressupostos a fim de se estabelecer e perdurar. Assim, é preciso garantir a lealdade e diante das grandes crises, só é verdadeiro e têm alicerces o amor que “é para o outro”.
Para que a aliança seja satisfatória e duradoura, a escolha do companheiro deve ser baseada na afeição e atração mútuas, com a complementação harmoniosa das personalidades, respeito mútuo, fidelidade recíproca e partilha de afeto e carinho. O resto é só ilusão passageira.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros.
Como vimos no artigo anterior, o direito babilônico antigo denotava clara preocupação no sentido de ser defendido o direito dos fracos e desprotegidos. Entendia-se como função do monarca ser o “rei de justiça”, o garantidor da manutenção do equilíbrio social quando ameaçado pelo maior poder econômico de uma das partes.
O famoso Código de Hamurabi incentivava que recorressem ao rei todos os desprotegidos, carentes de apoio seguro em suas necessidades: “Que o homem oprimido, que está implicado em um processo, venha diante de minha estátua de rei da justiça e leia atentamente minha estela escrita e ouça minhas palavras preciosas. Que minha estela resolva a sua questão, ele veja o seu direito, o seu coração se dilate!”
Competia ao monarca, como representante dos deuses e protetor do povo, zelar pela conservação dos campos, mantendo-os férteis e seguros, e igualmente irrigados de modo conveniente para serem garantidas boas e abundantes colheitas, sendo por isso responsável pela construção e preservação dos indispensáveis canais. Segundo o Prof. Marcelo Rede, da USP e da Universidade Federal Fluminense, o rei era “um fator de equilíbrio cósmico, atuando nas dimensões humanas e divinas da existência”. Ainda segundo ele, a atuação do monarca, para a preservação desse equilíbrio, dava-se, concretamente, por meio de seu decreto de mîsharum, “palavra que pode ser traduzida por justiça, mas que implica uma ação mais dirigida por parte do soberano, uma interferência ativa na vida social através de um decreto. É esse vocábulo que se encontra na origem de um epíteto real frequente: shar mîsharim, isto é, rei de justiça.”
Assim agindo, o monarca não promovia uma revolução social, nem alterava a ordenação social do reino. Tratava tão-só de corrigir pontualmente excessos geradores de perigosos desequilíbrios, com vistas à manutenção da ordem social e econômica vigente. Rede destaca que esses atos de reis babilônicos “não correspondiam a nenhum programa de reforma social profunda”, mas, muito pelo contrário, eles se revestiam de “um caráter conservador, de retorno à ordem estabelecida, momentaneamente conturbada, e de retomada dos parâmetros estáveis e seguros do passado”. E, muito acertadamente, aponta para o anacronismo de se quererem aplicar a uma realidade completamente diferente da nossa, os critérios da modernidade atual: “A noção de justiça social vinculada à monarquia mesopotâmica deve ser entendida em seus próprios termos históricos, e não a partir dos parâmetros modernos, que lhe seriam certamente anacrônicos.”
Rede estudou pormenorizadamente os numerosos decretos de mîsharum emitidos ao longo de séculos pelos monarcas da Babilônia, mas do mesmo modo estudou uma outra realidade mesopotâmica complementar. Os reis de Larsa, cidade-estado próxima e de situação socioeconômica muito parecida com a da Babilônia, também emitiam decretos periódicos do gênero da mîsharum; disso há notícia certa, embora não se tenham encontrado até hoje os textos de nenhum desses decretos; de Larsa, entretanto, foi preservada outra fonte documental preciosa, constituída por um grande conjunto de arquivos comerciais privados. Rede utilizou, como fonte primária básica para sua tese de doutorado, defendida na Sorbonne, em 2004, o arquivo privado de quatro gerações de membros da família Sanum, proprietários poderosos de Larsa que compravam terras de pessoas empobrecidas e conservaram seus registros.
Numerosos outros estudos de Rede, sobre a Mesopotâmia, traçam um quadro comparativo entre os reinos de Larsa e da Babilônia, trabalhando com a analogia de situações. Por exemplo, em “Les vendeurs et la vente de biens immeubles en Babylonie Ancienne” (2010), o autor estuda detalhadamente numerosos casos de compra e vende de bens imóveis urbanos na antiga Babilônia, com enfoques estatísticos sobre os tipos de vendedores e compradores. E em “Decreto do Rei: por uma nova interpretação da ingerência do Palácio na economia babilônica antiga” (2006), focaliza mais as operações econômicas em si - o objeto das operações de compra e venda, os tipos das operações realizadas (distinguindo as motivadas por necessidade das decorrentes de meras atividades comerciais), as consequências dos decretos reais sobre cada um desses tipos de operações, os valores envolvidos etc. Neste último trabalho, Rede levanta a possibilidade de a mîsharum não constituir uma inovação babilônica, mas ser algo já aplicado em outros reinos da região.
É provável que, com o avanço dos estudos sobre a antiga Mesopotâmia, novos documentos sejam revelados e novas luzes se façam sobre o curiosíssimo instituto jurídico da mîsharum.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História
Odeio frio. Em verdade nem sei se é ódio. Apenas sinto que o frio é, em muitos sentidos, incompatível com a vida. Com a minha vida, por certo. Exageros à parte, admito que até há glamour em locais turísticos, onde o frio significa, para os que lá estão a passeio, um menu de comidas reconfortantes, boas bebidas, roupas elegantes e passeios temáticos. Disso também gosto, é claro.
O frio raiz, aquele que vem me dizer olá assim que o alarme do celular toca, dando notícias de que tenho que me aprontar para mais um dia de trabalho, já não me seduz e nem me convence das suas boas intenções. Ainda mais um frio meio fora de época como este que a maior parte do Brasil tem vivenciado neste mês de maio. Ao leitor do futuro, àquele que porventura encontre esse texto perdido em algum canto do multiverso ou esquecido na forração de uma gaveta, esclareço que estamos no ano de 2022.
Tempos estranhos esses. Nem sei e nem quero imaginar como será o fim do mundo, mas o meio dele tá f@xx! Segundo li, esse frio extremo, com temperaturas mínimas de menos de dois dígitos, atípico, é mais um dos tantos reflexos do aquecimento global, dos muitos estragos que a intervenção humana causa no globo terrestre.
O fato é que os boletos continuam chegando e não dá para ficar no sofá, enrolada nas cobertas, lendo os policiais dos quais tanto gosto ou assistindo filmes. Por sorte continuo com várias atividades online, o que me poupa de enfrentar a friaca das ruas, mas assim como grande parte das casas no Brasil, não temos um sistema de aquecimento central e dentro de casa o frio ainda se faz presente.
Nessas horas é que me pergunto onde está a tal elegância que o frio proporciona? Acordo em um estado deplorável, após vencer a luta contra as cobertas que tentam me convencer a ficar um pouco mais, tão quentinhas e macias. Fico alguns minutos pensando em como ser rápida o suficiente para quase me teletransportar do pijama para outra roupa que ainda não se encontra aquecida por mim. Em alguns momentos, nessa transição, sinto minha alma se desprender do corpo, na tentativa de se proteger do choque térmico.
Para conseguir ficar minimamente confortável, visto-me com quase tudo que posso, na quantidade de roupas que, sobrepostas, não interrompam minha circulação sanguínea, usando e abusando de meias grossas e até de toucas. Sobre essas últimas juro que tentei ao máximo, mas nas duas últimas aulas dessa semana brindei os alunos com a imagem de uma professora friorenta e suas toucas feitas à mão. Foi o jeito que dei de não morrer de dor de cabeça, daquelas que sinto quando fica frio demais (coisas de quem vai envelhecendo ou que tem cabeça e orelha grande. Ou ambos).
Genteeeen e a fome que dá no frio? Eu pelo menos sou capaz de comer o dobro e nada de saladinhas e coisinhas leves. Quero arroz com feijão, ovo, sopa, pão, bolo, chocolate e
sopas variadas. Só comidinhas reconfortantes, daquelas que preenchem os espaços vazios e, infelizmente, ampliam os já ocupados. Dizem que no frio consumimos mais calorias, mas sei que a conta não fecha assim e vida que segue.
Nem chegamos no inverno, mas eu espero que o frio dê as costas logo. Ao menos esse frio que parece não se contentar com qualquer roupa, que deixa o nariz de quem tem renite pingando o dia todo, que me faz ficar encolhida, com os dedos duros enquanto digito destilando dele todo meu ódio.
Acima de tudo, desejo que ele se vá porque tantas pessoas sequer podem se dar aos meus pequenos luxos, sofrendo pelas ruas ou em locais totalmente inapropriados. O frio vitima pessoas e animais abandonados e essa tragédia existencial é o verdadeiro inverno que não podemos superar com brincadeiras.
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e nesse momento está com três meias – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br
Entrei no prédio sem uso, desgastado pelo tempo e por invasões periódicas. A estrutura me parece que não foi alterada. É doloroso ver a escuridão em que se encontra, paredes queimadas e sinais de quem passou por lá um ou mais dias. Seres humanos invisíveis para a sociedade na distância e considerados empecilhos nas proximidades deste ou daquele.
Em meio aos pinos de cocaína vazios, observei desenhos: uma cruz ao contrário, disco voador, olho no triângulo, uma múmia, uma espécie de rota de fuga por tubulações... No pequeno quadro, o Salmo 91(90): “Tu que estás sob a proteção do Altíssimo e moras à sombra do Onipotente, dize ao Senhor: ‘Meu refúgio, minha fortaleza, meu Deus, em quem confio’.”
Li algumas frases e palavras nas paredes e, dentre elas: “Na reflexão pensei sobre minha relação com o próximo e cheguei à conclusão de que eu realmente preciso ser mais humano” e “Ainda há esperança para a árvore cortada, mesmo que cortem sua raiz”.
As pessoas se traduzem naquilo que deixam em espaços como esses. Chamou-me a atenção aquele que disse sobre ser mais humano. Provavelmente a rua o embruteceu. A rua enrudece pela necessidade de sobrevivência. Você não sabe quem aparecerá em seu entorno e que pode se tornar ameaça. Recordo-me – e penso que já falei sobre isso – da época em que visitava os presídios, pela Pastoral Carcerária, do moço que me disse procurar, de toda forma, não absorver a proclamação do Evangelho que fazia e os comentários e orações posteriores. Justificou que, se ficasse emocionado, perderia a força que considerava prudente no caso de ser atacado. Triste, não é, a pessoa não poder se comover? Para falar assim, sem dúvida era ele sensível. Contudo não é só a rua que embrutece, há tantas outras coisas como o poder desmedido, a ambição por dinheiro, a prepotência, o uso das pessoas... Além disso, os invisíveis, inúmeras vezes, necessitam gritar para conseguir sobreviver em necessidades mínimas.
A outra frase me questionou mais ainda sobre a esperança para a árvore cortada mesmo que em suas raízes. Qual seria a esperança para a árvore cortada em suas raízes? Jesus diz: “O que é impossível para os homens é possível para Deus (Lucas 18, 27). Que raízes seriam essas? Da família, talvez, ou da sociedade que o condenou. Mas é alguém de esperança imensa, pela colocação.
Pergunto-me: “Que poderia ser feito para alimentar essa esperança? E para a pessoa conseguir ser mais humana?”
Talvez as raízes tenham sido cortadas pela falta de cuidados dos pais. Mas houve vínculos paternos? Quantas crianças registradas somente no nome da mãe, sem que se possa localizar o pai. Como seria a história da mãe? Foi cuidada e aprendera a cuidar? Existem tantas pessoas estranguladas em um círculo de morte... Se foi ele que amputou suas raízes quiçá pelos motivos anteriores igualmente.
Lembrei-me de um bilhete que o Padre Zezinho me enviou, a pedido de um amigo meu, pois não pude comparecer em um encontro do Movimento de Jovens, encerrado por ele, na década de 70, que dizia: “Que de você nasça um mundo como Jesus sonhava, quando esteve conosco pelas ruas da Galileia”.
Olhei os desenhos, as frases, a escuridão das paredes e me senti responsável por ajudar a florescer árvores sem raízes.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
A palavra “escandaloso” provém do su8bstantivo “escândalo” com o sufixo “oso”, formando o adjectivo “escandaloso”. Provém, também “ do latim “ scandalosu” que significa : abominável. Tem vários sinónimos: depravado, imoral, indecoroso, indigno, injurioso, ofensivo, indecente, vergonhoso”,deplorável “Escandaloso” é aquele que produz escândalo, é aquele que vai contra as convenções da moral e dos bons costumes de determinada sociedade, é o que choca e provoca indignação ou repúdio.
Exemplos de frases onde se emprega o adjectivo “escandaloso”:
“.A morte tirou a obra do lado mais escabaloso” e insignificante”?.
“.O árbitro deixou de marcar um penalti “escandaloso” a favor do Benfica.
“O amor escandaloso virou união estável, e, a essa união, os nossos juristas telúricos, académicos, de meia pataca e pataco inteiro, deram o nome de polifectiva, quem tal qual sua matriz homoefectiva, semanticamente, é palavra vazia, mas, politicamente, tem embutido certo quê.
“O viés asiático é escandaloso”.
~”Para o nosso tour, porém, embarcamos num micro-ónibus” adaptado e cheio de chintra, com janelas panorâmicas, vídeo e o logótipo escandaloso do TMZ.-
“ Quando ele fundou a antropologia já procurou ao evadir do preciosíssimo escandaloso.”.
“Eis um número muito mais escandaloso do que em Londres
Escandaloso e a Bíblia..Na Bíblia, quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento há passagens que se referem aos escandalosos.
-“ 1Reis 22-46 diz-se:”Também desterrou da terra o resto dos rapazes escandalosos que ficaram nos dias de Asa, seu Pai”.
“.Ezequiel 20, 18-19 diz-se:”Mas disse Deus a seus filhos no deserto:”Não andeis nos estatutos de vossos pais, nem guardeis os seus juízos, nem vos contamineis com o seus ídolos”.
-S. Marcos, 9, 41-48: “E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem -lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos e lançarem-no ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na via, do que, com, as dias mãos, ires para a geena, para o fogo que não se apaga, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena,”onde o verme não morre e o fogo não se apaga.”.
-S. Mateus, 5,29:”Portanto, se a tua vista direita for para ti origem de pecado, arranca-a e lança-a fora, pois é melhor perderes um dos teus ógãos do que todo o teu corpo ser lançado fora à Geena. E se a tua mão direita for para ti origem de pecado, corta-a e lança-a fora, porque é melhor perder-se um só dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado `Geena”.
-S. Lucas, 17.1-6:”Disse Jesus aos discípulos:””É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os causa! Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma pedra de moinho e o lançassem ao mar, do que escandalizar um só destes pequeninos..Tende cuidado convosco! Se o teu irmão te ofender, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes ao dia sete vezes te vier dizer: “Arrependo-me”, perdoa-lhe”.
A Bíblia tem sido utilizada como instrumento de acusação, exclusão, condenação e segregação. Principalmente quando o assunto é homossexualidade. Dentre tantos textos bíblicos utilizados pelos fundamentalistas religiosos, há outros menos conhecidos, mas igualmente importantes nos estudos da Teologia Inclusiva. Um exemplo são os versículos do primeiro Livro dos Reis: Alguns pregadores têm-se utilizado da expressão” rapazes escandalosos” como uma referência aos homossexuais. Tal interpretação é subjectiva e carregada de preconceito, afinal”escandalosos”, para tais pregadores, é um adjectivo perfeito para traduzir a sua versão acerca dos homens homossexuais. A expressão não é clara. Exactamente por isso, tem sido utilizada de forma inadequada por aqueles que desconhecem seu real significado. Qual era o pecado cometido por esses rapazes?
A Bíblia contesta a prostituição em qualquer esfera. Quando ela faz referência às prostitutas cultuais(qedessha) não está condenando sua orientação homossexual, mas a prática sexual idólatra. O mesmo vale para o termo qedesh(prostituto sexual). Enxergar homoafectividade nesses testos bíblicos exige um alto grau de desconhecimento sobre o contexto histórico do antigo Testamento.
Outras passagens da Bíblia que tratam do “escândalo”:
“Ai do mundo, por causa dos escandalosos, porque é mister que venham escândalos”, mas ai aquele homem por quem o escândalo vem”S, Mateus 18,7
“,Mas nós pregamos a Cristo cruxificado, que é escândalo para os Judeus, e loucura para os gregos”. 1 Coríntios 1,23.
“Mas vede que essa liberdade não seja de alguma maneira escândalo para os fracos” 1 Coríntios 8,9.~
“Não demos nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”.2 Coríntios 6.3
“Aquele que ama a seu irmão está na luz. E nele nãoi há escândalo” 1 João 2,10
“E disse Jesus aos discípulos: É impossível eu não venha, escândalos, mas ai daquele por quem vierem”. Lucas 17,1
“Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo”. Filipenses 1,10-
“Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, ne, aos gregos, nem à Igreja de Deus”. 1 Coríntios 10,32
~Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do eu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem, iniquidade”. Mateus 13,41
“E rogo-vos, irmãos, que opteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles”. Romanos 16,17.
“Não destruas por causa da comida a obra de Deus, É verdade que tudo é limpo, mas mal vai o homem que come com escândalo. Romanos 14, 20
“Se o sacerdote ungido pecar para escândalo do povo, oferecerá ao Senhor, pela seu pecado, que cometeu, um novilho sem defeito, por expiação do pecado”. Levítico 4,3.
“. Como está escrito, eis que eu ponho em Sião um, a pedra de tropeço e uma rocha de escândalo. E todo aquele que crer nela não será confundido” Romanos 9,33
“Ele, porém voltando-se disse, a Pedro: Para trás de mim. Satanás, que me serves de escândalo, porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens”. Mateus 16, 23.
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
Ao comemorar o Dia dos Pais neste domingo, no Brasil, a ACI Digital compartilha cinco chaves para ser um bom pai, extraídas da audiência geral do Papa Francisco de 4 de fevereiro de 2015, quando falou sobre “o aspecto positivo” da “figura do pai de família”.
1. Alegrar-se com o correto
“Toda família necessita de um pai. Um pai que não se vanglorie de que seu filho seja parecido com ele, mas sem que se alegre de que aprenda a retidão e a sensatez que é o que conta na vida. Esta será a melhor herança que poderá transmitir ao filho e se sentirá cheio de alegria quando ver que a recebeu e aproveitou”.
2. Educar com carinho
“O pai ensina o que o filho ainda não sabe: corrigir os erros que ainda não vê, orientar seu coração, protege-lo no desânimo e na dificuldade. Tudo isso com proximidade, doçura e com uma firmeza que não humilha”.
Leia também: Os Pais e as Famílias
Dia dos Pais: 6 pais de família católicos que alcançaram a santidade
A importância do Pai na construção da família
3. Acompanhar com paciência
“Estar presente na família, compartilhar as alegrias e tristezas com a esposa, acompanhar as crianças na medida em que crescem. A parábola evangélica do Filho Pródigo nos mostra o pai que espera na porta de casa o retorno do filho que se equivocou. Sabe esperar, sabe perdoar, sabe corrigir”.
“Também hoje os filhos, ao voltar para casa com seus fracassos, necessitam de um pai que os espere, que os proteja, os anime, ensine como seguir pelo bom caminho. Às vezes tem que castigá-los, mas nunca lhe dá uma bofetada na cara”.
4. Rezar com confiança
“Muitas vezes os filhos não admitirão os fracassos, mas necessitam do pai como todos necessitamos acudir ao único Bom Pai, como disse o Evangelho, ao Pai nosso que está no céu”.
5. Seguir São José
“Peçamos ao Senhor que nunca falte nas famílias a presença de um bom pai, que seja mediador e guardião da fé na bondade, na justiça e na proteção de Deus, como foi São José”.
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Novos tempos, novos desafios. A tecnologia avançava, mais em alguns nichos do que em outros. Mas a pandemia acelerou sua disseminação e criou opções até então pouco exploradas. Não é possível hoje, viver sem o mundo web.
Antes de 2019, o Brasil já possuía mais mobiles do que população. Foi o que possibilitou a intensificação das aulas remotas, dos trabalhos no sistema Justiça, que produziu mais de setenta e cinco milhões de atos e, principalmente, do atendimento na saúde.
Os millenials, que já nasceram com singular desenvoltura para o mundo virtual, encontraram opções e alternativas para simplificar a obtenção de bens da vida, para aperfeiçoar serviços e para tornar a vida comum afeiçoada à contemporaneidade. As crianças desta geração parecem já nascer com chips, tal a sua familiaridade com as redes.
Um dos instigantes paradoxos destes tempos é o recrudescimento da violência. A violência física não pode ser negligenciada, observa Lucien Sfez. “É uma força exercida com certo prazer contra tudo o que é fraco (espiral: força, vida, extensão da potência, no sentido de Spinoza)”.
Só que existem outras violências, algumas antigas, chamadas simbólicas, companhia permanente da espécie racional. Mas a violência intelectual ganhou singular contundência, com o emprego das vias digitais.
Embora a imensa maioria dos usuários das redes não tenha conhecimento preciso sobre as técnicas, nem acesso às mais recentes descobertas científicas, isso não impede que elas sejam utilizadas como instrumento de guerra.
As TICs propiciaram uma verdadeira revolução nas teorias da informação e nas técnicas do pensamento. As práticas que o império comunicacional primeiro exaltou e depois viabilizou, provocam uma intensa perturbação da razão habitual. Elas impactam o pensamento, que se submete, passivamente, a uma eficiente manipulação.
Para o professor de Ciência Política da Universidade Paris I, Lucien Sfez, está-se caminhando depressa para o “tautismo”, um neologismo que ele criou em “Crítica da Comunicação” e que “resulta da contração de autismo e tautologia, evocando um olhar totalizante, ou até mesmo totalitário. O tautismo é o mal absoluto, ameaçador, da sociedade da comunicação e das tecnologias da comunicação. Não nos surpreendamos que possa intervir aqui nas práticas de uma forma particular de tecnologias da comunicação, o que denomino “tecnologias do espírito”.
Tudo se torna mais sério e mais insidioso, com o apelo à interatividade. Acena-se com a máquina para agregar os homens, torná-los mais próximos, mais polidos, mais cooperativos. O chamado é sedutor: vê-se “o homem e a máquina unirem-se por amizade, numa aliança que pouco a pouco se torna casamento, até a espera apaixonada dos filhos nascidos da fecundação recíproca”. Mas que cria é esta? Surge uma prole irada, raivosa, pronta a atacar quem não pense da mesma forma. Só que esse pensamento, poderia ser uma potência remota antes da vulgarização do uso das máquinas inteligentes. A partir daí, tornou-se hegemônico e excludente. Só dá espaço para quem partilha dos mesmos ideais e codivide idêntica aversão.
Aquela malquerença passa a governar todas as outras. Elege-se o inimigo e ele deve ser exterminado. A contaminação dos espíritos opera um fenômeno facilmente apreensível: simples técnicas, elaboradas para unir, como ferramentas conceituais pertinentes para conformar um olhar determinado, convertem-se em tecnologias de visão totalitária.
Hoje, todos estão conectados. A rede tem vida própria: é uma árvore pulsante, um organismo vivo com inúmeras ramificações. Um só toque e se pode atingir grupos inteiros. A velocidade com que as mensagens atingem número incrível de destinatários é tão inimaginável quantas as ramificações possíveis sobre as quais incidem.
Um sistema conhecido por “rede” já por si constitui metáfora: não tem começo, nem tem fim. Circula sem ordem, com todas as suas ramificações e retransmissores impropriamente chamados “multimídia”, ou seja, um sistema aberto e incontrolável.
Como domar essa realidade, cujos desígnios não se subordinam à lógica tradicional, para que se extraiam das redes só os frutos bons, eliminando – ou pelo menos reduzindo – aqueles envenenados?
Pois não deixa de ser veneno letal o que se veicula como fake News, maledicência, deboche, humor cáustico e humilhante, que aprofunda a divisão entre semelhantes que, por pensarem de forma diferente, não devem ser tratados como inimigos.
O Brasil precisa, com urgência, de um plano consistente de obtenção de uma virtualidade essencialmente humana.
JOSÉ RENATO NALINI é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
Não sei se é bom ou ruim o fato de que tem gosto pra tudo na raça humana. Há um lado bom desta afirmação se pensarmos que todos se casam porque sempre há pretendentes de plantão. Seria terrível para os homens caso as mulheres só se apaixonassem pelos galãs das novelas, por exemplo; mas, quem sabe, seria pior para os artistas se precisassem demonstrar compromissos com as Leis de Deus para serem amados.
Pois é, infelizmente, também há adeptos para qualquer tipo de pecado: mata-se por dinheiro, as novelas têm melhor ibope do que as missas, a fama é mais valorizada do que praticar a caridade no anonimato, revistas pornográficas vendem em grandes quantidades enquanto a Bíblia fica jogada num canto da casa...
Quanta gente pode estar lendo isto e pensando: ‘Viver não é só rezar e nada mais!’ Concordo, mas exagerar nas coisas erradas sem se arrepender, caminhando para o inferno, é demais para a minha compreensão. Tem gente que diz ser incapaz de perdoar e vive pedindo perdão a Deus. Reza o Pai-nosso somente da boca para fora!
Como o Criador é amor, precisamos nos abrir a esse amor para sermos salvos. Quem se volta para Deus, recebe o perdão dos pecados e caminha rumo ao Céu. Pena que, ao invés disso, muitos preferem ficar na escuridão e se afundar na incredulidade.
Eu continuo tentando me aproximar de Jesus a cada dia, principalmente quando lembro o quanto Ele me ama. Os ‘milagres’ que recebi foram em grande número e até escrevi um livro contando, porém, recordo algumas graças que nunca narrei. Podem parecer pequenas, mas sem elas, talvez eu nem estivesse escrevendo este artigo.
Em novembro de 1973, fui a Campinas assistir algumas aulas de revisão no Curso Mac Poli Vestibulares. Fiquei hospedado numa república de amigos durante 40 dias. Certa manhã, ao perceber que um colega ainda não havia se levantado do beliche, comecei a fazer-lhe cócegas, pedindo que acordasse. De repente, ele desferiu um forte ‘coice’ e encaixou o calcanhar no meu olho direito. Fui jogado para trás e me desesperei por não estar enxergando quase nada.
Durante a aula, ao invés de prestar atenção no assunto, testava sucessivamente a visão, mas nada de enxergar. Como o jogador Tostão havia encerrado a carreira recentemente por um problema no olho, concluí que, como ele, a minha retina havia se descolado. Então, toda a esperança de cura recaiu na oração e comecei a rezar, rezar e rezar. No dia seguinte, tudo se normalizou. Hoje, meus olhos veem claramente os caminhos de Jesus Cristo à minha frente.
Também há mais de trinta anos em Monte Sião, eu voltava a pé da casa da Fátima, ainda minha namorada, numa noite muito fria. Não havia ninguém na rua e resolvi correr um pouco para me aquecer e terminar de assistir um jogo na televisão. Ao chegar na praça, tropecei e fui de cabeça na quina da calçada. Lembro que vi a um palmo de distância a quina de pedra à minha frente quando desviei o rosto. Levantei com a calça rasgada, mas dando graças a Deus por estar com a cabeça inteira. Foi um tremendo susto e uma grande bênção.
Um terceiro fato marcante ocorreu em 1994, quando eu e a Fátima íamos para Campinas aplicar o vestibular da EFEI. Perto de Itapira, devido à chuva pesada, parei o carro no acostamento e, em seguida, fomos atingidos por um veículo em alta velocidade. Resumindo a história, o meu Fiat Uno ficou completamente destruído na parte de trás e a seguradora deu perda total. Se tivesse alguém sentado no banco traseiro, provavelmente teria morrido.
Eis a providência Divina: todo ano meus filhos me acompanhavam nessa viagem; a única vez que isso não aconteceu foi naquele dia. Meio de última hora, eles ficaram e se salvaram. Além disso, se o violento impacto não tivesse sido exatamente no pneu traseiro esquerdo, a lataria do veículo não nos protegeria e teríamos nos machucado bastante, com certeza. Eu apenas cortei o supercílio.
Se estas graças foram as menores, imagine quanto Nossa Senhora e seu Filho já me ajudaram! Portanto, se alguém me considera muito ‘rezador’, já sabe os motivos que me levaram a isso, além da missão que tenho de evangelizar.
E concluindo, conta-se que havia um pastor que, independente do que lhe acontecesse, rendia graças a Deus, como orienta a Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses: “Em tudo dai graças; porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Certo dia, ele foi assaltado e o fato gerou tristeza, mas também muita curiosidade em saber, no culto seguinte, como ele iria relatar o caso e se conseguiria agradecer pelo assalto. Então, no domingo pela manhã, o pastor deu início à sua pregação, dizendo que lhe fora subtraída a carteira com algum dinheiro. Afirmou que gostaria de compartilhar com a comunidade quatro motivos de agradecimento a Deus pelo assalto:
Antes de encerrar a reflexão, o pastor falou: ‘Tem gosto pra tudo, mas o gosto da gratidão tem um sabor especial’.
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).
Todos reconhecem Camilo Castelo Branco, como escritor talentoso. Admiram-lhe a riqueza do vocabulário e a vernaculidade da prosa.
Pensam, contudo, os menos versados em literatura, que realizou aturados estudos para obter a invulgar cultura, que possuía, ou que frequentou curso de Letras.
Encontram-se redondamente enganados, os que assim pensam. Foi péssimo aluno, não por ausência de capacidade intelectual, mas porque era cábula e incorrigível boémio.
Na adolescência teve dois sacerdotes como professores: o Padre António de Azevedo, cunhado da sua irmã Carolina, e o Padre Manuel da Lixa, mestre de latim e famoso pregador.
Mas o proveito desse ensino foi diminuto, porque frequentemente fugia de casa, e pouco estudava. Ausentava-se para os montes, vagabundeava, errando pelos caminhos ou permanecia sentado no espigão de uma fraga, mirando e meditando na paz e placidez poética das serras, que se desenrolavam, ondeando, umas após outras.
Por fim a família assentou enviá-lo para o Porto, para prosseguir os estudos.
Veio a cavalo (macho?) de Vilarinho de Samardã, com 18 anos, em 1843. Deixou, na aldeia, a mulher, com quem casara com 16 anos, e o grande amor, por quem estava, na ocasião, apaixonado, a Maria do Adro.
Na cidade do Porto prestou provas no Liceu Nacional, a 12/13 de outubro.
Matriculou-se, de seguida, na Escola médica, no 1º Ano de Anatomia; pouco depois começou a frequentar a Academia Politécnica, a cadeira de Química.
Como estroina, que era, não estudava, nem compêndios comprava! Era seu professor, o Frade Joaquim de Santa Clara de Sousa Pinto. Muitas vezes saia de gatas da sala de aula, para passar despercebido do mestre.
Morava em velho e delapidado prédio, na rua Escura, a miúdo subia ao telhado, já que vivia nas águas-furtadas, com viola e livros.
Na véspera de exame estava à porta do Quartel-General a ouvir música (Ária da Norma,) resolvido a não fazer prova, porque nada sabia.
De súbito, surge-lhe o amigo e condiscípulo, Francisco Pereira Amorim de Vasconcelos, que o incentivou a ir a exame, prontificando-se a explicar-lhe a matéria.
Durante horas, Camilo escutou-o atentamente, até às 2 da madrugada.
No dia seguinte apresentou-se para fazer prova.…e passou!...
Só alguém com a inteligência de Camilo seria capaz de assimilar em pouca horas, a matéria, e conseguir prestar satisfatoriamente exame!
Pena é que o genial escritor, nunca se tenha aplicado afincadamente, ao estudo.
Onde chegaria, se não fosse tão preguiçoso e desinteressado, o maior prosador da língua portuguesa?
HUMBERTO PINHO DA SILVA
Eu fui um pequinto brincalhão
( tinha seis ou sete anos, tão-somente!);
além de pequenito, era inocente
e mais de que inocente: " inocentão".
Pois um dia, brincando no salão,
a atirar uma bola, alegremente,
minha mãe juntou-lhe outra certamente
que pasmei com uma tal aparição!
E parei de brincar. Peguei nas duas:
- Saira da primeira a outra bola ?!!!
Fui ter com minha mãe, a buscar luz.
Ela, então, respondeu: - " - Guarda-as!...São tuas!...
Por teres sido bonito, lá na escola,
lançaram-ta do Céu!...Vês?...Foi Jesus!
EUCLIDES CAVACO - Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.
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