PAZ - Blogue luso-brasileiro
Quinta-feira, 5 de Maio de 2022
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - AS MÃES SE CONSTITUEM EM APOIO PARA A VIDA E EM FONTE DE TRANSFORMAÇÃO.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por ocasião deste domingo que lhes é dedicado, homenageamos as mães em geral, de diferentes povos, raças e culturas, não só pela constante eloqüência de gestos autênticos, como pela imensa sensibilidade e permanente devotamento, inerentes ao poder materno que  naturalmente traduz uma história de habilidade insuperável de desprendimento e profunda compreensão do ser humano como obra-prima do Criador.

 

Dentre as inúmeras versões sobre a criação do Dia das Mães, a mais conhecida e divulgada é a que indica maio de 1905, numa pequena cidade do Estado da Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, onde Anna Jarvis, filha de pastores e que tinha perdido sua mãe, junto com algumas amigas iniciaram um movimento para se estabelecer uma data em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. Em 1914, o presidente Thomas Woodrow instituiu o Dia Nacional das Mães a ser celebrado no segundo domingo de maio enquanto no Brasil, a promoção foi da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, a partir do dia 12 de maio de 1914, tendo o presidente Getúlio Vargas oficializado a celebração em 1932.

            Trata-se de uma festividade que apesar de seus inúmeros apelos comerciais, carrega um grande significado de reconhecimento, gratidão e ternura pela  maternidade que é um dom natural de vida,  fortalecedor da união dos casais e  da estrutura da instituição  famíliar, e que se firma como o aspecto principal da dignidade feminina. Nessa trilha, invoquemos Simone Regina Paccanaro: “E Deus criou os céus, a Terra, os rios, os mares, os peixes, as aves, os animais, o homem e por fim criou a mulher: a obra prima de sua criação. A missão da mulher é nobre, suprema e divina, pois em comunhão com Deus, ela recebeu o dom sagrado da maternidade. Não há dom maior no mundo que este. A influência da mãe sobre os filhos não pode ser calculada, mensurada ou concebida. Pois, além de prover as necessidades básicas de subsistência de seus filhos, ela gera a segurança emocional e espiritual, tão necessárias ao bem estar familiar” (Correio Popular, 09/05/2010- p.A3).

Com efeito, já se disse que se todo ato humano deve ser regido pela responsabilidade de quem o pratica, muito mais isto é válido em se tratando da riqueza que é o ato de gerar uma nova vida, um ser que significa poder garantir-lhe tudo de que ele necessita para tornar-se uma pessoa digna, nas condições normais do ambiente em que vive. Daí as normas jurídicas protetoras da concepção e dos filhos. No entanto, há muito ainda a se concretizar nesse amparo legal, devendo-se cobrar de nossos legisladores a edição de diplomas que valorizem de modo irrestrito a maternidade, para o próprio bem das comunidades em geral, sem nunca lhes negar direitos básicos.

Por outro lado, nada mais justo do que homenagear as mães exaltando seus permanentes atributos, mostrando-lhes quanto representam ao equilíbrio da ordem social, oferecendo-lhes ainda as mais variadas manifestações de afeto e de respeito. Reitere-se que cada uma possui sua própria vivência pessoal, mas são semelhantes nos objetivos que as movem e nos desafios que enfrentam: são elas quem mais sofrem no físico e na alma as dores dos rebentos desempregados, marginalizados, injustiçados, viciados ou afastados por quais motivos. São elas também que estão aos seus lados em todos os momentos, tristes ou alegres, agasalhando em si mesmas, os percalços e os êxitos daqueles que conduziram ao mundo após aninha-los em seus ventres. Constituem-se em apoio para a vida e em fonte de transformação.

Ao comemorarmos o dia das mães, reproduzimos o poeta Mário Quintana: “Mãe. São três letras apenas desse nome bendito. Também o céu tem três letras e nelas cabe o infinito. Para louvar a nossa, todo bem que se disser, nunca há de ser tão grande, como o bem que ela nos quer”. E no dizer de Simone Regina Paccanaro, “sejamos sempre gratos por aquelas que nos trouxeram a vida, que com sacrifício nos criaram e nos deram o melhor que podiam nos dar dentro de sua compreensão, capacidades e limitações próprias”.

 

              “Porque Deus permite/ que as mães vão se embora?/ Mãe não tem limite,/ é tempo sem hora,/ luz que não se apaga/ quando sopra o vento/ e a chuva desaba,/ veludo escondido,/ na pele enrugada,/ água pura, ar puro,/ puro pensamento./ Morrer acontece/ com o que é breve/ e passa/ sem deixar vestígio./  Mãe, na sua graça,/ é eternidade./ Por que Deus Se lembra/ - mistério profundo –/ de tirá-la um dia?/ Fosse eu rei do mundo/ baixava uma lei:/ Mãe não morre nunca,/ mãe ficará sempre/ Junto do seu filho/ e ele, velho embora,/ com a mãe ao lado,/ será pequenino/ feito um grão de milho” (Carlos Drummond de Andrade).

 

 

 

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI  é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade e Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Autor de inúmeros livros (martinelliadv@hotmail.com)



publicado por Luso-brasileiro às 11:34
link do post | comentar | favorito

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - A DIÁSPORA MADEIRENSE: " SE MAIS MUNDO HOUVERA, LÁ CHEGARA."

 

 

 

 

 

 

Armando Alexandre dos Santos.jpg

 

 

 

 

 

Como vimos no último artigo, pela metade do século XVIII a produção de alimentos na Ilha da Madeira era insuficiente para a população, que crescia cada vez mais. Foi então que a Coroa portuguesa resolveu realizar a transferência maciça de madeirenses (como também de açorianos) para o sul do Brasil.

Vieram de Portugal, nessa ocasião, os famosos "casais" que povoaram a ilha de Santa Catarina e a região do Porto dos Casais (atual Porto Alegre). Com isso, não somente se aliviava o problema populacional das ilhas, mas também se garantia a ocupação do sul do Brasil, disputado à Espanha. Era mais um serviço que a Madeira prestava ao império luso e ao Brasil.

Note-se um pormenor muito importante: essa transferência dos casais teve início em 1747, precisamente na fase de maior esplendor das Minas. Era pelas Minas Gerais que os imigrantes portugueses sentiam maior atração, pois lá é que o enriquecimento podia ser mais rápido. Mas foi para o sul, para o que era então a parte mais dura da tarefa que foram os madeirenses, como também os seus irmãos, os não menos heroicos açorianos.

Um outro aspecto que deve ser lembrado, ainda na linha da dedicação do Arquipélago da Madeira a seus "irmãos menores", e especialmente ao Brasil, é a participação intensíssima de madeirenses para a defesa do Império luso contra seus inimigos. Aqui no Brasil foi enorme a participação deles nas lutas contra franceses, no Rio e no Maranhão, e contra holandeses, na Bahia e em Pernambuco. Entre muitos outros, basta lembrar os nomes do João Fernandes Vieira, nascido na Madeira, e André Vidal de Negreiros, cuja mãe era natural de Porto Santo.

Houve vários madeirenses que, na fase pior da luta contra os holandeses, quando parecia definitivamente implantada a dominação holandesa em Pernambuco (a ponto de o Padre Antônio Vieira considerar fato consumado e irreversível a existência de um Brasil holandês), armaram homens, fretaram navios e vieram por conta própria fazer guerra aos invasores. No Maranhão, um madeirense encabeçou a luta contra os franceses e os expulsou definitivamente. Assumiu o governo da capitania por aclamação popular e entregou-a depois às autoridades mandadas pelo Rei. Com isso, ficou arruinado economicamente, mas cumpriu o que julgava ser o seu dever.

Ao longo dos séculos XIX e XX, ainda prosseguiu a Diáspora. Para o Brasil, e depois para a Austrália, para a África do Sul, para o Canadá, para os Estados Unidos, a Madeira foi exportando o que tinha de melhor, ou seja, precisamente seus filhos mais capazes, com mais espírito empreendedor e iniciativa.

E por toda parte se foi fixando o emigrante madeirense, levando consigo o drama e a tragédia que representa, para todo ser humano cônscio de suas origens e de suas tradições - e o madeirense é bem assim - o romper violentamente com o torrão natal, sem nunca esquecer dele e levando sempre na alma a nostalgia do lar paterno, da aldeia nativa.

Maria Lamas registra em “O Arquipélago da Madeira, maravilha atlântica” numerosos casos de emigrantes que viajavam à procura de melhores condições de vida, deixando na Madeira esposa e filhos, na esperança de mais tarde poder regressar ou, talvez, chamá-los. Frequentemente acontecia (sobretudo no passado, quando as comunicações eram mais difíceis) que a família nunca mais tinha notícias. Muitos, aliás, dos que partiam eram analfabetos e nem lhes ocorria escrever para suas esposas, também analfabetas. Havia casos de rapazes que casavam e partiam para o estrangeiro logo na semana seguinte ao casamento. A esposa esperava, paciente e fielmente, o retorno do marido, vestida de preto, como se fosse viúva, até que, 30, 40 ou 50 anos depois, se convencia de que era realmente viúva. A "viuvinha", jovem vestida de preto, acabou se tornando figura típica no folclore madeirense. São os dramas da emigração...

Curiosamente, os emigrantes madeirenses, onde quer que estejam, na hora de casar tendem a procurar moças madeirenses, ou de origem madeirense. Essa tendência é muito antiga. Os jornais da Madeira frequentemente publicam, ainda hoje, anúncios de madeirenses bem sucedidos na vida que, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália, ou em qualquer outra parte, desejam casar e pedem, por anúncios, que se apresentem candidatas.

Foi muito grande a participação da Madeira no Brasil, e especificamente em São Paulo, na constituição populacional. Numerosas famílias brasileiras têm origem mais remota ou mais próxima, na Madeira. Pode-se com segurança afirmar que não há família tradicional paulista, mineira ou nordestina (para falar só nestas) que não tenha sangue madeirense nas veias.

Muito resumidamente, foi assim que se formou a alma madeirense. O caráter e a têmpera do madeirense se forjaram na luta, no enfrentamento dos obstáculos da natureza, das circunstâncias desfavoráveis da economia.

Essa a raiz das grandes qualidades do madeirense: coragem, gosto pela aventura, espírito empreendedor, amor ao trabalho, à família e ao torrão natal, lealdade, espírito independente e até desafiador, sem embargo de ser polido e delicado. Como todos os viajantes da Madeira assinalaram, o madeirense, mesmo quando rústico, é extremamente cuidadoso em tratar bem os outros.

Um viajante inglês de princípios do século XIX notou que os madeirenses tiravam o chapéu para qualquer senhora com quem cruzavam na rua, mesmo que não a conhecessem. E não tiravam o chapéu para as estrangeiras. Perguntou o porquê disso e ficou sabendo que os madeirenses gostariam de tirar os chapéus também para as estrangeiras, mas como haviam notado que os estrangeiros eram muito pouco educados e não tiravam o chapéu para as senhoras portuguesas a quem não haviam sido apresentados, os madeirenses haviam resolvido lhes pagar na mesma moeda.

Realmente, o espírito madeirense é delicado e facilmente tende para o lirismo. A poesia popular madeirense é rica e sugestiva.

Além de delicado, o madeirense é refinado. Até pessoas muito simples, por vezes analfabetas, possuem um senso artístico notável e um bom gosto que encanta os estrangeiros que visitam a Madeira. Basta lembrar a tradicional arte dos bordados e os encantadores jardins da Ilha, cobertos de flores maravilhosas.

Curiosamente, em meio a tanta luta e a tanta tragédia, o madeirense não é triste. Ele é alegre, gosta de cantar, de dançar. Seu folclore é riquíssimo. Essa é a alma madeirense. Essa a alma que devemos homenagear, por tudo quanto a Madeira, nossa irmã mais velha, fez pelo Brasil e fez por São Paulo.

 

 

ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS  -  é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.



publicado por Luso-brasileiro às 11:28
link do post | comentar | favorito

CINTHYA NUNES - O CICLO DA VIDA

 

 

 

 

 

Cinthya Nunes.jpeg

 

 

 

 

            A massa escura que eu não distinguia direito era mesmo um morceguinho morto. Estava com as asas enroladas em volta do corpo, tal qual uma bolinha. Uma das cachorras olhava para ele, aparentemente sem entender do que se tratava. Impedimos, em tempo, que fizesse uma verificação com os dentes e língua.

            Algumas horas antes eu havia colocado o néctar dos beija-flores e das cambacicas que, de noite, é consumido pelos muitos morceguinhos que aparecem no nosso quintal. Sempre me pergunto de onde eles vêm, pois surgem um pouco depois das 20h e, fazendo acrobacias áreas, dão rasantes pelas cabeças de quem se encontrar na pequena e verde área externa que possuímos.

            Em três outras oportunidades, durante os quase quatorze anos em que moramos nessa casa na zona sul de São Paulo, nossa gata Chica Maria apareceu com pequenos morcegos dentro de casa. Em todas essas ocasiões, contudo, os filhotes do Drácula saíram ilesos, sendo colocados de volta à liberdade e segurança. Caçadora habilidosa, a Chica é também cuidadosa e suas presas são presentes vivos que ela me traz.

            Acreditamos que a criminosa seja a Nina, outra gatinha nossa, igualmente frajola, mas que tem o dobro do peso da colega. Embora não tenhamos presenciado o crime, cremos que, leve e rápida, a Chica tenha capturado o morcego e, ao trazê-lo para dentro de casa, tenha sido interceptada pela Nina que não economizou na mordida, matando o pobrezinho.

            Depois de limparmos tudo, com o cuidado de esterilizarmos ao máximo os locais pelos quais o morcego foi sendo colocado enquanto estávamos fora da sala, abateu-se sobre mim a tristeza por essa morte tão sem sentido. Os gatos são predadores natos, mesmo quando não precisam da caça para comer. Matam por instinto? Muitas vezes penso que é por brincadeira, assim como fazem com pequenas bolinhas de papel ou com tantas folhas que nos trazem de presente diariamente.

            É claro que vacinamos nossos animais regularmente e tudo o mais e gosto de ver os morceguinhos felizes se refestelando com o líquido adocicado, mas agora fico com a sensação de quem lhes preparou uma espécie de armadilha. Ainda que eu fixe os recipientes no alto, por alguma razão que desconheço, os morcegos gostam de se exibir em voos rasteiros, passando a poucos centímetros das cabeças humanas, felinas e caninas.

            Nem quis olhar o corpo do animalzinho. Parece-me uma sina injusta. Morrer de bobeira, por motivo nenhum. E isso me faz pensar na finitude e fragilidade de tudo aquilo que é vivo. Uma fração de segundo é capaz de mudar absolutamente tudo, sem que seja possível preparo, justificativa.

            Depois de enterrar o diminuto cadáver, notei que os outros morcegos continuavam por lá, ainda vivendo perigosamente.  Vivemos nós também quase às cegas, ignorando o fado que nos aguarda em algum lugar. Talvez, então, o melhor mesmo seja deixarmos nossos sonhos voarem livres por aí, por que todo voo pode ser o último? Ou, na ilusão de nos livrarmos do mal, devemos nos esconder em nossas cavernas, deixando que a vida passe à revelia de nossos medos? De um jeito ou de outro, nas nossas histórias reais os personagens morrem no final e essa é a única certeza do roteiro que trazemos para o lado de cá.

            Justa ou injusta, longa ou curta, a vida é uma linha tênue, invisível, na qual o Escritor primeiro, muitas vezes, parece confundir rascunho e arte final, colocando pontos onde somente esperávamos vírgulas.

 

 

CINTHYA NUNES  é jornalista, advogada, professora universitária e queria poder avisar aos morcegos que voassem um pouco mais altocinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 11:17
link do post | comentar | favorito

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - O DIA DAS MÂES DELA

 

 

 

 

 

CRIS.jpg

 

 

 

 


Ressurge o mês de maio em que há o “Dia das Mães”.
Observo as suas mãos desgastadas de um pouco mais de sete décadas. Sorri diante da data. Não teve experiência de maternagem. A mãe se foi quando ela era pequenina e a irmã mais velha, que já possuía filhos, acolheu de imediato as menores, contudo sem estrutura financeira para uma sobrevivência com dignidade.
A miséria empurra sim meninas e mocinhas para o comércio de carnes, para relações tóxicas, para vazios existenciais... Faltam olhares mais longos sobre essa realidade toda.
Observo suas mãos desgastadas. Não usa mais os anéis que cintilavam em seus dedos. Pensa e diz sobre os filhos que foram criados em corredores escuros, estudaram pouco, enquanto ela buscava, na sua precariedade, em relações relâmpago, que não experimentassem a fome que sentira.
Recupero os retalhos do que sei de sua história. Quantos homens se estenderam em seu corpo, nenhum deles, no entanto, quis saber de seus sentimentos.
Não carrega revoltas e desespero. Foi daquele jeito e, agora, vive uma situação por vez, sem ilusão qualquer na costura de seus pedaços.
Ao receber uma notícia boa dos filhos ou dos netos, partilha de imediato. Partilha e acrescenta, pois sonhava para eles uma vida sem os massacres da sua.
Já faz mais de dois anos que o filha apareceu com o moço de vida desregrada como a dela. Apresentou-lhe a barriga. O companheiro era conhecido. Diminuiu os passos nos dois últimos meses da gravidez, porque não passava bem. A mãe teve esperança de que dessa vez permanecesse. Triste engano. A bebê estava com três meses, quando a filha retornou aos becos onde o som da música alta não consegue esconder o grito das aves de mau agouro. Possui notícias dela esporadicamente.
A menina cresce nos braços da avó, que é para ela de maternidade. Os cabelos enfeitados com fitinhas coloridas, vestido com babados.
Todos os dias dela de mãe, seja para filhos, netos, sobrinhos, adotados, com as mãos desgastadas, contudo que embalam, rezam, trazem ao colo e aproximam do coração, para dizer de amor.
Feliz “Dia das Mães” a ela e a todas as pessoas que possuem colo com cantiga de ninar, cuidam, ajudam a crescer e apresentam o mundo sem deixar de apontar o Céu.

 

 

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -

 Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

 

A história do ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro



publicado por Luso-brasileiro às 10:53
link do post | comentar | favorito

ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - 34. DOLOROSO(A)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A palavra “doloroso” é composta do substantivo  latino “dolor” com o sufixo “oso” formando o adjectivo “doloroso”.Também provém do latim “dolorosus,a,um”. É uma palavra que exprime dor, que causa dor. Tem  alguns sinónimos: aflitivo,  lancinante,                                    penoso, pungente.

Existem diversas frases que  usam  este adjectivo, para expressarem a dor:

“A dor consente, não se manifesta, não fala; é uma coisa muda, solitária, esquiva, tudo quanto se conta de doloroso não era dor.”. Ignio Tarcheti.

-“Aquilo que foi doloroso suportar torna-se agradável depois de suportada; é natural sentir prazer no final do próprio sofrimento.   Séneca

 

“-O comissário europeu disse que o processo de ajustamento não teria sido tão doloroso

  se Portugal tivesse actuado logo em Junho de 2010”.

-“A reestruturação da RTP será um processo doloroso e vai custar vários milhões de

   euros.”

-“A civilização  brasileira é um sucesso doloroso, um fracasso exaltante”.

-“Dez anos depois, um carcinoma no  canal anal, exigiu doloroso tratamento”

   Radioterápico”.

-“Essa luta entre o que eu falo e sou, é um problema doloroso, arraigado na natureza

   Humana”.

-“Está sendo chamado de um ia para outro para lembrar que se deve curar, depois de

   uma ano tumultuado e muitas vezes doloroso”.

-“Para retornar a um pai amoroso também pode ser doloroso”.

-“Na maneira mais curiosa, ele é transparente, tão totalmente directo que chega a ser

   inquietante e até mesmo doloroso, ás vexes, para os que o cercam”..

-“O tabefe ou a palmada abreviam esse processo, muitas vezes doloroso, que é

   descobrir que nem sempre o nosso ponto de vista  é o mais certo”.

--“Patrícia Bath, oftamologista, foi quem inventou um método de tratamento a laser para

   cataratas, memos doloroso.”

-“Paulo e Octávio oferecem a sua solidariedade aos familiares e amigos neste momento

   doloroso.

A Síndrome do Ombro Doloroso é uma das causas principais +ara a procura dos cuidados de saúde, por causar incapacidade funcional e  psicossocial, que pode resultar num aumento de absentismo laboral. Analisar a relação entre  o cumprimento integral do tratamento proposto e necessidade de baixa médica com a  saúde mental e com o impacto desta  patologia nas actividades da vida diária são os objectivos  deste estudo.

Materiais e  métodos: O estudo contou com a participação de 70 utentes com idades entre os 20 e 65 anos, diagnosticados com síndrome do Ombro  Doloroso. Um questionário sobre a saúde mental, funcionalidade, dor e cumprimento do tratamento foi aplicado por chamada telefónica. Os dados recolhidos foram analisados recorrendo à estatística descritiva e inferencial, considerando-se um nível de significância de 0,05. Resultados; Foram verificadas  dependências entre o score de funcionalidade e o cumprimento integral do tratamento, score de funcionalidade, saúde mental e dor, e a necessidade de baixa médica, e uma correlação fraca e muito fraca entre a funcionalidade e dor coma saúde mental, respectivamente. Conclusões: os utentes que não aderiram ao tratamento demonstraram maior incapacidade. O grupo que necessitou de baixa médica demonstrou maior incapacidade funcional e dor, assim como piores níveis de saúde mental. Esses resultados são condizentes com estudos já realizados.

Mistérios Dolorosos. Porque esta palavra”Doloroso”  está incluída  nos Mistérios do Santo Rosário, vale a pena fazer uma referência especial  aos mistérios  dolorosos,  referentes ao  sofrimento de Jesus Cristo   antes de morrer na Cruz do Calváro.

 

.. A  agonia de Jesus no Horto. “  Retirou-se com eles(os apóstolos) para um lugar chamado Getsêmani e disse-lhes:”Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar”. E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de  Zebedeu, começou a entristecer-se e  angustiar-se. Disse -lhes, então “Minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai comigo”. Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou:”Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice Todavia não se faça o que eu  quero, mas sim o que tu queres” (Mat.26,36-39).

 

2ª.-A flagelação  de Jesus Cristo”  Então, lhes soltou Barrabás; mas  a Jesus mandou  açoitar, e o entregou para ser cruxificado”. Mt 27,26.

 

3ª. A coroação de espinhos”. “Os  soldados do Governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão. Arrancaram-lhe as vestes e  colocaram-lhe um manto escarlate. Depois, trancaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara. Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio: Salve, rei dos Judeus”. Mt 27,27-29,

 

4ª.Jesus carregando a cruz no caminho do Calvário”. Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz. Conduziram Jesus ao lugar chamado  Gólgota, que quer dizer lugar o crânio”. Mc. 15,21-22.

 

5ª A crucifixão e morte e Jesus. Chegados que foram ao lugar chamado Calvário, ali o cruxificaram, como também os ladrões, um à .direita e outro à  esquerda. E Jesus dizia:”Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”… Era quase a hora  sexta e em toda a terra houve trevas até a hora noa. Escureceu-se o sol e o véu do templo rasgou-se pelo meio. Jesus deu então um grande brado e disse:”Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” E dizendo isto, expirou. Lc.33-46.

Além dos mistérios dolorosos do Rosário, não podemos deixar de mencionar as 14 estações da “VIA CRUCIS”.A vida dolorosa está dividida em 14 estações que simbolizam cada um dos momentos cruciais da Paixão de Cristo. As chamadas “nove  estações da cruz” ficam do lado de fora, enquanto as  cinco restantes ficam dentro do Santo Sepulcro. Em muitas dessas paradas da Via Dolorosa, foram construídas Igrejas e Capelas que comemoram cada momento.

 

A seguir  damos a conhecer uma lista das  estações mais famosas da Via  Crucis:

 

a)-A condenação: estações I e II. A primeira estação da Via Crucis marca o julgamento de Pôncio Pilatos contra Jesus, seguido da coroa de  espinhos e das chicotadas, que  dão nome à Igreja da Flagelação. Na segunda estação está a Igreja da Condenação, onde Cristo foi forçado a carregar a cruz.

 

  1. b) As quedas de Jesus, estações III,VII e IX. Durante o caminho que Jesus percorreu carregando a cruz, cai três vezes ao solo. Em cada estação existem capelas e Igrejas onde os fieis param para orar e relembrar esses momentos.
  2. c) Os encontros: Os Evangelhos relatam que, ao longo do seu estreito caminho, Jesus se deparou com várias pessoas.
  3. d) Morte e Crucificação. As últimas quatro estações da Via Crucis ficam entro da Igreja do Santo Sepulcro representam o momento em que Jesus é despojado de suas roupas, sua crucificação, a sua morte, a retirada da cruz  o sepultamento.

 

Embora a  Via Crucis seja um percurso pensado para os mais religiosos, a atmosfera que se respira nesta rua de Jerusalem  faz com que qualquer turista queira percorrer esse caminho e Pedra.

 

 

ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES   -   Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira.  -    Email   goncalves.simoes@sapo.pt



publicado por Luso-brasileiro às 10:48
link do post | comentar | favorito

FELIPE AQUINO - O QUE SIGNIFICA A ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA ?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ouvi um padre amigo dizer na homilia da Missa da Assunção de Nossa Senhora, que nos lembra que “há um lugar em Deus para nós; e em nós deve, então, haver um lugar para Deus”. Deus nos fez para Ele e Ele nos quer vivendo sempre com Ele na eternidade. E, por isso, disse São Paulo, “Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da Terra” (Col 3,1-2).

 

A Virgem Imaculada foi elevada ao Céu de corpo e alma após sua morte, que a Igreja desde os primeiros séculos chama de “dormição”; Deus a ressuscitou e levou para o Céu. O Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, por meio da Constituição Apostólica “Munificientissimus Deus” proclamou como dogma de fé, dizendo:

“Finalmente, a Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do universo”.

A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto. A Assunção da Virgem Maria é uma participação especial na Ressurreição de Jesus e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos. A Liturgia bizantina reza: “Em vosso parto, guardastes a virgindade; em vossa dormição, não deixastes o mundo, ó mãe de Deus: fostes juntar-vos à fonte da vida, vós que concebestes o Deus vivo e, por vossas orações, livrareis nossas almas da morte”.

Na Missa da Assunção a Igreja reza: “Deus eterno e todo poderoso, que elevastes à glória do Céu, em corpo e alma, a Imaculada Virgem Maria, mãe do Vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos de Sua glória”.

Muitos santos perguntavam se o melhor dos filhos poderia recusar à melhor das mães a participação em sua ressurreição e o glorioso domínio à direita do Pai? Para eles sua dignidade de Mãe de Deus exige a Assunção. Para Santo Irineu de Lião (†200), como a nova Eva, Maria participou da sorte do novo Adão, Jesus Cristo, ressuscitou depois da morte, seu corpo não experimentou a corrupção.

 

 

 

 

Leia também: Festa da Assunção de Nossa Senhora

Quando foi instituída a Festa da Assunção de Nossa Senhora?

A Assunção de Maria na Tradição da Igreja

O que é Ascensão, Assunção e Circuncisão?

A Assunção da Virgem Santíssima ao Céu

 

 

 

A Assunção de Nossa Senhora ao Céu é, para nós que ainda vivemos neste vale de lágrimas, a certeza de que o Céu existe e é nosso destino. A chegada de nossa Mãe ao Céu é a certeza antecipada da vitória final de todos os justos amigos de Deus, que amam o Evangelho e obedecem a Igreja, vivendo como verdadeiros cristãos. Lá do alto a Mãe querida, ao lado do trono do Rei, prepara um lugar no céu para cada um de nós, e ali intercede por nós sem cessar, ela que é a “onipotência suplicante”. A Igreja reza na Assunção: “Hoje a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do Céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança para o vosso povo ainda em caminho” (Pref. da Or. Euc.).

A Assunção de Nossa Mãe ao céu é um sinal da nossa ressurreição. É uma mensagem especial e convite dessa Mãe a cada um de nós para segui-la ao Céu, desprezando toda a sedução dos apegos e prazeres desta vida, que por mais abundantes que sejam não conseguem saciar os anseios de uma alma imortal criada em Deus, para Deus e à semelhança de Deus. O coração do homem que foi feito para o Alto.

A Assunção de Nossa Mãe é o testemunho certo de que a filosofia consumista, materialista e hedonista de nossos tempos, que tiraniza o ser humano, afastando-o de Deus e dos irmãos, longe de trazer-lhe a verdadeira felicidade, ao contrário, enche sua alma de tristeza, frustração e pessimismo, numa vida sem rumo e sem ideal.

A Assunção de Maria é a festa da esperança do cristão verdadeiro que espera a felicidade eterna e perfeita. Maria subiu ao Céu deixando na terra um túmulo vazio, sinal de que nossa vida aqui nesta terra é uma caminhada para o Céu. É um alerta para que não nos deixemos enganar pelas delícias ilusórias da viagem, as quais não podem satisfazer os anseios infinitos do homem, cujo destino é viver em Deus para sempre.

A Assunção de Maria é a vitória da vida sobre a morte, da esperança sobre o pessimismo, do sofrimento sobre o prazer, da humildade sobre a soberba, do amor sobre o egoísmo, da pureza sobre a luxúria, da mansidão sobre o ódio, da bondade sobre a inveja, da solicitude sobre a preguiça… do bem sobre o mal.

A subida de Maria ao céu é um chamado vibrante a cada um de nós para que vivamos na terra como ela viveu: simples, humilde, pobre, oculta, silenciosa, discreta, generosa, mansa, bondosa e prestativa, para que sejamos um dia exaltados por termos vivido a humildade.

É lá na casa de Maria, no esplendoroso palácio celeste que deve habitar nosso pobre coração. Conquistar o céu, como Maria, deve ser a meta de cada um de nós, e o objetivo de todos nossos esforços.

O cristão vive com os pés na terra e o coração no céu.

São Paulo expressa isso bem quando diz: “Se é só para esta vida que temos colocado nossa esperança em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1Cor 15,19). Em outras palavras, é perder tempo querer seguir Jesus apenas para ser feliz nesta vida, que é rápida e muito precária. No céu é que receberemos a recompensa, “a herança das mãos do Senhor” (Cl 3,24).

Quem deseja o Reino de Cristo nunca pode esquecer-se de que Ele disse: “Meu reino não é deste mundo” (Jo 18,26). Cristo nos quer a todos no Céu, porque ali está nosso destino. Seu coração fica frustrado quando um lugar no céu não é ocupado por alguém. As alegrias do Céu são tantas e tão insondáveis que fizeram S. Paulo exclamar: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que O amam” (1Cor 2,9).

“Nós somos cidadãos dos céus. É de lá que também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Ele transformará nosso corpo glorioso” (Fl. 3,20-21). “Temos no céu uma casa feita por Deus e não por mãos humanas” (2Cor 5,1). Para o Apóstolo, era um exílio viver na terra. “Todo o tempo que passamos no corpo é um exílio longe do Senhor… suspiramos e anelamos ser sobrevestidos de nossa habitação celeste… Pois, enquanto permanecemos nesta tenda, gememos oprimidos… Estamos, repito, cheios de confiança, preferindo ausentar-nos deste corpo, para ir habitar junto do Senhor” (2Cor 5,2-8). Desejar o paraíso é desejar a Deus, diz Santo Afonso, nosso fim último, onde O amaremos perfeitamente.

 

 

Assista também: Festa da Assunção de Nossa Senhora

 

A vida aqui sem a perspectiva do céu é um desastre total, uma frustração inexplicável. Sem a fé no céu a vida na terra é vazia, sem sentido, como um barco que navega à deriva…

Maria, agora gloriosa no Céu, é a “âncora lançada no infinito de Deus”, é “a Porta do Céu” aberta para seus filhos devotos. Vamos ao Céu por Maria, Ela é a escada que Jesus nos deu para chegar até lá.

Pela Assunção de Nossa Senhora Deus nos revela o sentido pleno da redenção; isto é, uma completa divinização do corpo humano, a transfiguração da própria dimensão material do homem e a vitória sobre a morte em todas suas formas.

Outro aspecto muito relevante da Assunção de Nossa Senhora é que, com seu corpo transfigurado e glorificado, ela pode estar sempre presente ao lado de Jesus e, de modo muito especial numa presença misteriosa junto à Eucaristia. Em vista disso, São Pedro Julião Eymard deu a ela o título de: “Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento”.

 

 

 

FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino



publicado por Luso-brasileiro às 10:41
link do post | comentar | favorito

ALEXANDRE ZABOT - ANO DE DEBATES SOBRE FÉ E CIÊNCIA

 

 

 

 

 

Alexandre Zabot

 

 

 

 

 
Escrito em 12/2008
 


O mundo inteiro celebrará 2009 como o Ano Internacional da Astronomia (AIA) porque há 400 anos Galileu Galilei apontava sua luneta para o céu e começava a desvendar os segredos do universo. Nós brasileiros, de certa forma, seremos os anfitriões da festa porque receberemos no Rio de Janeiro a XXVII Assembléia Geral da União Astronômica Internacional, o maior órgão representativo dos astrônomos de todo o mundo. É conhecida por todos a controversa história entre o cientista italiano e a Igreja Católica. Entretanto, geralmente se conhece mal esta história. Pelo grande enfoque na mídia do AIA, vale a pena entender melhor o que realmente aconteceu.
É imprudente, ou até de má-fé, quem analisa acontecimentos do passado sem contextualizá-los com os fatos da época, sem buscar perceber as coisas como então se fazia. Na época de Galileu não existia a ciência como a concebemos hoje, não havia o “método científico”. Basicamente existiam os filósofos naturais, que seriam algo como os cientistas de hoje, mas com instrumentos técnicos e teóricos muito mais rudimentares. Buscava-se a verdade natural através da especulação filosófica, não através da experimentação. Muitos historiadores da ciência colocam Galileu como uma quebra de paradigma no rumo da história porque ele foi um dos primeiros intelectuais que levou a sério a experiência para desvendar os mistérios do universo. E, de fato, o fez de maneira gloriosa. Muitas de suas conclusões são válidas ainda hoje, quatro séculos depois. Por isso, com toda razão, é considerado o pai da física.
O “Caso Galileu”, como é conhecido o julgamento do cientista pela inquisição romana, é cercado de mitos. Um deles é que Galileu teria sido queimado na fogueira. Isso é mentira, ele foi condenado à prisão domiciliar e morreu vivendo confortavelmente em luxuosos aposentos, cercado por seus discípulos. Ele era católico fervoroso e tinha grandes amigos na cúria romana, inclusive o papa. O processo contra Galileu durou décadas e transcorreu em vários episódios separados. O motivo alegado era sua defesa da teoria de que a Terra gira em torno Sol, e não o contrário como se pensava na época. Pode parecer ridícula uma condenação da Igreja por causa de um motivo científico, mas a verdade é que na época acreditava-se que a bíblia defendia que era o Sol que orbitava a Terra. Galileu não tinha muitos argumentos para defender sua teoria e terminou apelando para a flexibilização da interpretação literal da bíblia. Entretanto, fazer isso durante a contra-reforma era uma péssima idéia. Há cerca de um século a reforma protestante vinha desafiando a doutrina católica e qualquer ato suspeito em assuntos de fé era motivo para fortes medidas da Igreja. A posição de Galileu, seu estilo irônico e sarcástico de escrever suas obras, e sua infeliz tentativa de defender sua teoria com uma exegese modificada e não com argumentos científicos, acabaram rendendo-lhe uma condenação do Santo Ofício. Sua condenação foi, portanto, muito mais por causas religiosas devido a sua nova interpretação bíblica, do que por motivos científicos.
Apesar do Caso Galileu não ter sido uma questão de “martírio científico” como se coloca hoje, mas de certa forma uma condenação compreensível para a época, o papa João Paulo II reconheceu humildemente o erro dos filhos da Igreja. Reabilitou Galileu e pediu desculpas por vários outros equívocos históricos. Atualmente a Igreja Católica incentiva fortemente a ciência, desde que liberta da filosofia materialista, que a torna cientificismo, doutrina ateísta que vai contra a Verdade. Dentre os principais incentivos, podemos citar a Pontifícia Academia de Ciências, que reúne cientistas de todas as áreas do conhecimento e de todo o mundo. Também vale lembrar do Observatório do Vaticano, dirigido por padres jesuítas que têm formação em astrofísica e que, além da pesquisa de ponta na área, dedicam-se à divulgação da harmonia entre a fé e a ciência. Além disso, muitos religiosos têm formação científica nos mais diversos tópicos de investigação e estão envolvidos nos esforços contínuos da Igreja de incentivar o progresso científico e tecnológico com ética e respeito aos valores humanos.
O ano de 2009 será um ano de muita divulgação científica na mídia. Por causa da celebração do AIA, a Igreja inaugurará uma estátua em tamanho real de Galileu nos jardins do Vaticano. Se nós católicos não estivermos prontos para defender a perfeita complementariedade entre a fé a e razão, 2009 deixará de ser um ano de festiva celebração da ciência para se tornar um ano de ataques à nossa fé pelo dito mundo “racional”.
 
 
 

ALEXANDRE ZABOT   -    Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina.   www.alexandrezabot.blogspot.com.br



publicado por Luso-brasileiro às 10:34
link do post | comentar | favorito

JOSÉ RENATO NALINI - DELENDA SÃO PAULO

 

 

 

 

 

 

José Nalini.jpg

 

 

 

 

 

            É paradoxal o status afetivo de São Paulo no coração dos brasileiros. Convicto de que “elogio em boca própria é vitupério”, não preciso enfatizar o que somos e o que representamos. Não só para o Brasil, mas para o mundo. Mas, é preciso reconhecer, humildemente, não agradamos a todos.

            A História é permanentemente revista. Nossos bandeirantes eram considerados os alargadores de fronteiras, os que tornaram letra morta o Tratado de Tordesilhas. Os que asseguraram esta imensidão de território, na verdade um continente, que permaneceu coeso enquanto as colônias espanholas se fragmentaram. Hoje, são apontados como violentos caçadores de índios, genocidas, brutos e cruéis.

            O Rio, capital da Colônia, do Vice-Reino, do Império e da República, sempre teve suas regalias por hospedar a elite e o poder. Durante a discussão no Parlamento imperial sobre a localização das duas Escolas de Direito que Pedro I queria criar, para formar a burocracia autônoma, desvinculando-se de Coimbra. São Paulo foi execrada: falava péssimo português, era terra provinciana, onde só chovia e cujo povo comia formiga. Foi preciso que Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, impusesse a verdade: São Paulo seria o berço ideal para as ciências jurídicas. Sua mocidade não teria os divertimentos da Corte, um atrativo para dispersar a vontade de estudar e aprender.

            Em 1932, São Paulo assimilava as mensagens de 1922, de 1924 e de 1930 e exigia uma Constituição democrática. Traído, lutou sozinho contra todas as forças que já se aninhavam, como continua a acontecer, no colo tutelar do governo da União. Os paulistas mostraram sua coragem, determinação, coerência e coesão, pois não foi um movimento restrito aos que pegaram em armas, lutaram e morreram. Foram as famílias paulistas, as mulheres paulistas, as crianças paulistas que sabiam estar em jogo algo muito mais importante do que a batalha cruenta. Era o fundamento democrático de uma sociedade civilizada que corria perigo. Não era maior do que o que agora ronda a Nação.

            A partir daí, apesar da proclamação de “vitória moral”, São Paulo paga um preço por haver repudiado a tirania. Foi acusado de separatista. Sua economia consegue carregar o fardo de um coronelato que ainda mantém estruturas de um Estado ineficiente, sugado pelo crescente agigantar-se de cargos, funções e burocracia. O discurso de “locomotiva da nação” não surgiu por acaso. É só comparar a performance bandeirante com a dos demais Estados-membros da Federação.

            Uma revanche contra São Paulo, que conclamou a nacionalidade a assumir um protagonismo pelo Estado de direito e pela democracia veio com a sub-representação de seus parlamentares dentro da Câmara Federal. É inadmissível que a Câmara dos Deputados, instância representativa do povo, subestime a importância paulista e emascule sua cidadania. São Paulo tem setenta deputados federais, embora sua população corresponda a praticamente um quarto dos habitantes do Brasil.

            Não se discute essa perversa diminuição da importância paulista junto ao Parlamento, absorvida num cenário político-partidário que só oferece testemunhos lamentáveis de retrocesso democrático.

            São Paulo continua a ser a meca de todos quantos necessitam do melhor tratamento médico-hospitalar do Brasil, comparável com os mais avançados do planeta. Possui três Universidades estaduais que são nicho de excelência e a Universidade virtual poderá seguir pelo mesmo caminho, se perfilhar a tradição de USP, UNICAMP e UNESP.

            A capital bandeirante, esta insensata conurbação de quase vinte e cinco milhões de seres humanos, pois a ocupação adensada não respeita fronteiras, frágeis e fictícias convenções formais de limites entre municípios, possui menos paulistanos do que provenientes de todos os lugares. É uma vis atrativa que explica seus encantos, mas também seus problemas.

            As críticas à Semana de 22, ressalvada a boa intenção de alguns, reflete – ao menos em parte – esse ressentimento contra São Paulo. Terra que também perdeu a coesão de 32. Há muitas dissensões em todos os setores. Naquilo que guarda pertinência com a minha vida profissional, vejo que outras regiões do País fazem convergir seu apoio a pretendentes aos cargos nos Tribunais Superiores. Esquecem-se diferenças paroquiais e somam-se esforços para o êxito da empreitada. Quando o candidato é paulista, os próprios conterrâneos elaboram dossiês para derrubar o concorrente. Por isso é que a representação paulista nas Cortes federais é desproporcional à importância do núcleo jurídico bandeirante.

            Quando surgirá alguém capaz de somar os anseios, de liderar este povo que trabalha, paga a conta e não vê retorno justo para o seu investimento?

 

 

JOSÉ RENATO NALINI é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.  

 

   



publicado por Luso-brasileiro às 10:27
link do post | comentar | favorito

MARIA DE LURDES FONSECAMARQUES - UM POSTAL

 

 

 

 

 

luisa.jpg

 

 

 

 
Não gostaste do postal
que te mandei nos teus anos
mas olha nem estava mal
para tantos desenganos.
Tinha florinhas de cor
e corações de cetim
tenho pena querido amor
mas no fundo eu sou assim.
Eternamente romântica
exultando as emoções
de certeza é da semântica
traduzida em sensações.
Corações empedernidos
das dores passadas, presentes
camuflando os sentidos
em sentimentos ausentes.
 
 
 
 
MARIA DE LURDES FONSECAMARQUES   - Professora de Filosofia.  Mestrada em: Filosofia e Cultura Portuguesa -  Portugal
 
 
 
 
Pode ser uma imagem de árvore, massa de água e natureza

 



publicado por Luso-brasileiro às 10:20
link do post | comentar | favorito

PAULO R. LABEGALINI - QUAL O SEU MAIOR FRACASSO ?

 

 

 

 

 

Paulo Labegalini.jpg

 

 

 

 

 

Em um programa que assisti na TV, perguntaram à entrevistada: “Qual o seu maior fracasso?” Ela pensou, pensou, e disse não se lembrar. Acredito que refletiu em fracassos profissionais, já que é uma jornalista de sucesso; mas, e os pecados de cada dia, não são fracassos pessoais?

Nesse sentido, todos nós já fracassamos, e muito! Quem discordar, é porque não se arrepende de ter ofendido a Deus e, nesse caso, ainda não foi perdoado. Mesmo aquele que só cometeu pecadinhos, deve haver algo um pouco mais grave que justifique um tipo de fracasso.

Entendo que contar pecados na TV é muito constrangedor e eu também pensaria bastante antes de abrir o coração em rede nacional; porém, no cursilho, o fazemos com naturalidade. Levados pela emoção e verdade, mostramos o quanto nos afastamos de Deus a cada tropeço na fé. E não há quem discorde: é impossível chegar ao Céu sem praticar os ensinamentos de Cristo.

Tenho um amigo que contesta a vida que levo. Segundo ele, basta rezar um pouco em casa, não prejudicar ninguém e gozar a vida. É claro que cada caso é um caso e a Misericórdia Divina é infinita, mas, considerando tudo quanto recebemos gratuitamente de Deus, concluo que temos muitas obrigações para com Ele – sempre!

Se dependesse de tempo sobrando, eu nem entraria na igreja! Se dependesse de oportunidades para diversões e passeios, eu nem estaria escrevendo este artigo. Se dependesse de períodos de cansaço, não atenderia alguns chamados do Pai. Portanto, ou é prioridade cumprir a nossa missão de cristão, ou corremos um sério risco de um grande fracasso após a morte!

Todos ouviram que Deus nos ajuda e nos perdoa enquanto vivos, e nos julga quando morremos. Quem tem fé e não duvida disso, com racionalidade cumpre os Mandamentos entregues a Moisés; porém, como cada um se salva por opção própria, precisamos rezar por aqueles que condenam a alma, mal usufruindo a liberdade que têm. Se priorizarmos levar Jesus no coração, tempo para as obras do Reino não faltará e nenhum outro grande fracasso virá!

Mas, e se um sonho de ‘ser rei’ fracassou, por onde recomeçar? Reflita nestes ensinamentos:

Certo homem, após uma longa e exaustiva caminhada, parou para descansar. Ao se deitar, fechou os olhos e num instante dormiu. Enquanto dormia um sono profundo, teve a oportunidade de fazer a retrospectiva do momento da sua concepção até os dias atuais. Em seu sonho, pôs a pensar cada etapa e instante vivido de maneira muito clara. Tudo lhe vinha à mente como num filme da melhor qualidade. Foi então que começou a perguntar sobre o seu desejo de ser rei: ‘O que foi que fiz até hoje? Quais foram minhas realizações? Onde foi que errei?’

Após estes questionamentos, as respostas começaram a surgir naturalmente:

Você fez muitas coisas, mas não as fez uma de cada vez, quis fazer tudo ao mesmo tempo como se cada coisa não precisasse tempo e exclusividade. Suas ações têm méritos e não podem ser descartadas. Apesar das atribulações, você não foi de todo um instrumento sem valor. Mas, com tudo isso, acabou perdendo o seu desejo e o sonho de ser rei, porque, para ser rei, algumas coisas são imprescindíveis.

Em primeiro lugar, é preciso saber escutar os outros e você não tinha tempo. Lembra quando aquele amigo que você dizia gostar tanto o procurou para desabafar a vida e você disse que precisava terminar uma tarefa e depois o procuraria? Isto não aconteceu! Vou lhe dar mais um exemplo para ver que o seu tempo era escasso:

Certa vez, seu filho pequeno perguntou:

– Papai, quanto é que o senhor ganha na empresa onde trabalha?

E você meio que apressado respondeu. Passados dez dias, seu filho falou:

– Papai, hoje o senhor pode sair uma hora mais cedo do trabalho! Eu juntei os jornais, ferro velho, garrafas de plástico que estavam lá na garagem, consegui vender e arrumei R$ 28,50, o preço de uma hora extra do seu trabalho. Este é o tempo que preciso para poder dizer que cresci. Eu lhe amo muito e quero lhe dar um abraço porque não consigo lembrar quando foi a última vez que nos abraçamos, e eu sinto tanta falta disso!

E o homem refletiu: ‘Mas, onde foi que errei?’

Às vezes, queremos ganhar o mundo e perdemos a vida. Talvez não tenha observado à sua volta. À nossa volta, existem pessoas que precisam de nós e que não podem esperar. Ser rei é ir além, é sair de si, é morrer para si mesmo, é viver para o outro. Pode parecer estranho tudo isso, mas têm coisas que só vivendo é que se pode entender.

Erramos quando acreditamos somente em nossa força, não damos ouvido aos outros, não perdoamos, não amamos e não nos amamos! Erramos mais ainda quando não acreditamos que, para ser rei de verdade, os palácios são dispensados, basta ter um grande coração e ser sonhador.

E o tempo? O tempo se encarrega de arrumar tempo quando for necessário ter tempo. Para ser rei não é preciso ter tempo, basta ‘ser’ somente. Como dizia Santa Terezinha do Menino Jesus: Tudo é Graça!

 

 

PAULO R. LABEGALINI   -  Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).



publicado por Luso-brasileiro às 10:09
link do post | comentar | favorito

HUMBERTO PINHO DA SILVA - A GUERRA E O FRADE REDENTORISTA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O incrível aconteceu: na velha e supercivilizada Europa, em pleno século XXI, explodiu hedionda guerra, verdadeiro e sangrento genocídio.

Uns, de cátedra, dizem que a terra é deles; outros, asseveram: o povo tem o direito de escolher, democraticamente, o governo e a  ideologia, que querem seguir.

A minha geração batia-se e defendia encarniçadamente, que os povos deviam ser livres. Os velhos impérios e o colonialismo tinham que ser varridos da face da Terra – Eram os ventos da História.

Os ventos mudaram, e parece que a definição de liberdade e democracia também se vão desmudando... São ventos variáveis.

Mas não é da guerra, nem dos beligerantes que quero falar, mas sim do deplorável caso que me contou o Sr. Martins, enfermeiro do antigo Hospital da Misericórdia de Gaia:

Numa calma e cristalina manhã, banhada de sol – era ainda adolescente, – tendo que fazer o habitual curativo, fui ao posto do enfermeiro-chefe. Este, depois de cuidar do ferimento, contou-me o seguinte:

Frade, do Seminário de Cristo Rei, compareceu acompanhado de sacerdote Redentorista, com os joelhos em estado lastimoso.

Constrangido, o sacerdote, contou concisamente, que o humilde discípulo de Afonso Maria de Ligório, ouvira no parlatório, que no Oriente havia sangrenta guerra.

Condoído, permaneceu de joelhos, durante horas, em piso irregular, em fervorosa oração, a ponto de lhe arrebentarem os joelhos.

O Sr. Martins – homem pouco crente, – ao contar-me a ocorrência, tinha os olhos embaciados, e notava-se pela voz apertada, que as palavras trancavam-se na garganta:

- "Ainda há gente boa! Avaliando o estado a que se encontravam os joelhos, posso calcular o lancinante sacrifício que o ingénuo homem fez, e as dores que sofreu."

Enquanto oligarcas e políticos convivem em fausto, indiferentes à dor e necessidade dos povos, para satisfazerem vaidades e orgulho, ainda há gente humilde, recolhida em silencio, que sofre com cilícios e penitencias, esperando que a divina Previdência, alcance a paz e a concórdia entre os povos.

 

 

HUMBERTO PINHO DA SILVA 



publicado por Luso-brasileiro às 09:53
link do post | comentar | favorito

EUCLIDES CAVACO - AMORA RIBEIRINHA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O meu fraterno abraço de sincera amizade.
 
 
 

  EUCLIDES CAVACO  -   Director da Rádio Voz da Amizade , Canadá.

 

***

 
HOMENAGEM À MÃEPrograma de HOMENAGEM À MÃE apresentado por Euclides CavacoCom votos dum FELIZ DIA DA MÃE para todas as MÃESVeja aqui neste link:https://www.facebook.com/euclides.cavaco/videos/590724918638437
Euclides Cavacocavaco@sympatico.ca
 
 
 
***
 
 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DO PORTO

 

 http://www.diocese-porto.pt/

 

 

NOTICIAS DA DIOCESE DE JUNDIAÍ - SP

 

 

 https://dj.org.br/

 

***

 

Leitura Recomendada:

 

 

Resultado de imagem para Jornal A Ordem

 

Jornal católico da cidade do Porto   -    Portugal

 

Opinião   -   Religião   -   Estrangeiro   -   Liturgia   -   Area Metropolitana   -   Igreja em Noticias   -   Nacional

 

https://www.jornalaordem.pt/

 

***

HORÁRIOS DAS MISSAS NO BRASIL


https://www.horariodemissa.com.br/#cidade_opcoes 

 

Site com horários de Missa, confissões, telefones e informações de Igrejas Católicas em todo o Brasil. O Portal Horário de Missas é um trabalho colaborativo onde você pode informar dados de sua paróquia, completar informações sobre Igrejas, corrigir horários de Missas e confissões

 

***



publicado por Luso-brasileiro às 09:48
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
arquivos

Julho 2024

Maio 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Dezembro 2023

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Abril 2022

Março 2022

Fevereiro 2022

Janeiro 2022

Dezembro 2021

Novembro 2021

Outubro 2021

Setembro 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

favoritos

JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINEL...

pesquisar
 
links