JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI - MANIFESTAÇÕES DE BOA EDUCAÇÃO, SOLIDARIEDADE E CARINHO NUNCA SÃO DEMAIS.
No último 21 de junho, quando se iniciou oficialmente a estação do inverno comemorou-se o Dia Internacional do Aperto de Mão, cumprimento usado como expressão de sentimento, de amizade, afinidade e confiança; também para consolidar um acordo entre pessoas ou no desporto, como “fair play”. Pouco se sabe sobre a origem da data, mas em alguns países ela é celebrada com ênfase e objetiva destacar a importância desse gesto às relações sociais.
Efetivamente é uma das saudações mais antigas da história da humanidade, sendo que o seu primeiro registro foi encontrado nos hieróglifos egípcios. Os povos do Egito Antigo acreditavam que o faraó adquiria seu poder quando as divindades estendiam as mãos para ele. Em uma época em que praticamente todos os homens carregavam alguma arma, essa reverência representava um sinal de paz, já que agiam dessa maneira para mostrar que não estavam armados. Por isso, nasceu como um hábito tipicamente masculino, que com o tempo se generalizou entre os sexos.
Alguns o entendem como regra de etiqueta, mas na realidade, traduz gratidão, ligações amistosas e de respeito. Por isso, essa celebração é tão importante como o Dia do Beijo ou do Abraço, pois são eventos que simbolizam a união da humanidade e suas formas de demonstrar afeto.
Portanto, não economizemos apreço e simpatia. Devemos sempre que possível, estendermos as mãos, cumprimentando nossos amigos, vizinhos, colegas e os indivíduos em geral. Manifestações de boa educação, solidariedade e carinho nunca são demais. Ao contrário, aprimoram a convivência e a tornam mais afável. Ultimamente no entanto, com a pandemia em razão do Covid 19, por questões sanitárias, devemos tomar muito cuidado para não exagerarmos nos cumprimentos.
A ORIGEM DA FESTA DE SÃO JOÃO
Santa Isabel era muito amiga de Nossa Senhora e, por isso, costumavam visitar-se. Uma tarde, a primeira foi à casa da segunda e aproveitou para contar-lhe que, dentro de algum tempo, iria nascer seu filho, que se chamaria João Batista. Esta então lhe perguntou: - “Como poderei saber do nascimento do garoto?” – “Acenderei uma fogueira bem grande; assim você de longe poderá vê-la e saberá que Joãozinho nasceu”. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele. E cumpriu a promessa. Nossa Senhora viu, ao longe, uma “fumacinha” e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para o local e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia vinte e quatro de junho. Começou, assim, a ser festejado o Dia de São João com mastro, e fogueira e outras coisas bonitas como: foguetes, danças etc.…
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLIé advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. É ex-presidente das Academias Jundiaienses de Letras e de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com)
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - OS ANTECEDENTES DA GUERRA DO PARAGUAI
Ainda designo como “Guerra do Paraguai” o grande conflito armado que, de dezembro de 1864 a março de 1870, ensanguentou a América do Sul, envolvendo quatro nações. É difícil, depois de velho, mudar um hábito entranhado... Não sei bem por qual motivo, atualmente a historiografia brasileira prefere adotar a designação de “Guerra da Tríplice Aliança”, como tradicionalmente usavam nossos vizinhos argentinos. Seja como for, é ponto pacífico que o estopim desse conflito foi a chamada “questão uruguaia”.
O Uruguai tinha, na segunda metade do século XIX (e em alguma medida conserva ainda hoje) grande importância para a manutenção da paz na América do Sul, como “estado-tampão”. Representava, na América do Sul, papel análogo ao da Confederação Helvética, na Europa. Teoricamente, era um Estado neutro, situado entre duas potências muito maiores e mais fortes, o Império do Brasil e a República Argentina.
A solução da independência uruguaia, assentada ao final da Guerra da Cisplatina, foi inteligente e adequada às necessidades de todos os envolvidos. Nessa guerra, o Brasil perdeu a antiga Província Cisplatina, mas ganhou condições de paz muito mais convenientes ao seu futuro.
Do ponto de vista geográfico, o Uruguai era o prolongamento natural do Brasil, sem solução alguma de continuidade, enquanto do ponto de vista cultural estava muito mais próximo da Argentina, sendo, porém, separado dela pelo caudaloso Rio da Prata. A Geografia unia o Uruguai ao Brasil e o separava da Argentina. A Cultura (incluindo-se nessa designação o idioma e a formação tradicional) aproximava o Uruguai da Argentina e o afastava do Brasil.
Como Brasil e Argentina eram as duas grandes potências rivais, na América do Sul, qualquer uma delas que dominasse o Uruguai teria grandes vantagens sobre a outra, mas teria também que conviver com um contínuo foco de conflitos e tensões. Para complicar a situação, o Uruguai, embora pequeno, era movido por um forte sentimento nacionalista e autonomista, contrapondo-se a brasileiros e argentinos e pretendendo a plena independência. Para complicar mais ainda, numerosas famílias de estancieros uruguaios eram aparentadas com famílias argentinas e também com famílias gaúchas. Muitas possuíam extensas propriedades em território brasileiro, sendo também muito considerável o número de brasileiros que possuíam terras no Uruguai. Era comum grandes famílias atuarem política e militarmente, ao mesmo tempo, nos dois países. Apenas à guisa de exemplo, lembre-se que o grande caudilho gaúcho Gumercindo Saraiva, “o Napoleão dos Pampas”, o genial chefe militar na Revolução Federalista de 1893, era irmão de Aparicio Saravia, que também nasceu em território gaúcho, mas fez toda a sua carreira como chefe militar e político importante no Uruguai.
Nessas circunstâncias tão confusas, e com fronteiras ainda não precisamente delimitadas, os conflitos fronteiriços eram constantes. A solução de ficar o Uruguai independente, como estado-tampão, foi a mais indicada. Era o que melhor podia assegurar o equilíbrio estratégico geral, para toda a região que hoje chamamos Cone Sul.
Teria sido mais ajuizado, para o Uruguai, manter sempre estrita neutralidade e total equidistância entre os dois grandes vizinhos, mas isso não ocorreu em meados do século XIX. Na Argentina, no Uruguai e em vários outros países da Hispano-América, disputavam o poder Blancos e Colorados, que equivaliam, um tanto simplificadamente, a conservadores e liberais. No Brasil, também, os dois partidos dominantes eram o Partido Conservador e o Partido Liberal. Por afinidade político-ideológica, mas, sobretudo, por jogo de interesses, era frequente que as alianças entre grupos políticos dos vários países provocassem distúrbios diplomáticos que, algumas vezes, chegaram a guerras.
Entre 1862 e 1868, estiveram no poder sucessivos gabinetes do Partido Liberal, no Brasil. Na Argentina, desde 1862 estava no poder o Presidente Bartolomé Mitre, liberal e simpático aos colorados. No Uruguai, sempre dividido e em lutas internas, de 1860 a 1864 governou o blanco Bernardo Berro, sendo sucedido em 1864 por Atanásio Aguirre, do Partido Nacional e favorecedor dos blancos. O Paraguai era uma ditadura; depois de Carlos Antonio López ter sido presidente vitalício, em 1862 assumiu a presidência (teoricamente, por 10 anos) seu filho Solano López.
O Uruguai era, como disse, profundamente dividido internamente por grupos e facções de caudilhos, com exércitos próprios, em contínuo enfrentamento, reunidos em torno dos dois grupos (ou tendências) principais, blancos e colorados. Sua disputa interna era tão acirrada que o historiador brasileiro Francisco Doratioto chega a considerar que em 1864 a república vizinha estava vivendo uma verdadeira guerra civil (Revista de História da Biblioteca Nacional, outubro de 2013).
Essa a situação geral no Cone Sul - designação que, obviamente, não se usava na época - às vésperas da Guerra do Paraguai. Continuaremos na próxima semana.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
Eu escutava os murmúrios que aos poucos iam fazendo sentido. Eram orações. A procissão passava na rua de casa e da janela do quarto onde eu dormia com minhas irmãs, espiávamos as pessoas que, de madrugada, seguiam por vários quarteirões rogando ao Criador.
Os tapetes de Corpus Christi enfeitaram as ruas e de algumas cidades nas quais passei minha infância e minhas lembranças daquela época são mais afetivas do que religiosas. Sei que até hoje é uma tradição que se manteve em cidades pelo interior do Brasil, inclusive. Trazida ao Brasil no período da colonização, a prática portuguesa remete à acolhida de Jesus em Jerusalém.
Houve um tempo em que participei dos preparativos para o feriado religioso, ajudando a espalhar serragem, palha e outros materiais coloridos que iam dando forma a símbolos cristãos ligados à comunhão, ao Corpo de Cristo. Mas além de todo significado da religião, sempre era uma expressão artística e reconheço agora que as cores e as formas é que mais me encantavam.
Sem dizer que eu ficava com pena de ver todo aquele lindo trabalho pisoteado pelas pessoas que no feriado de Corpos Christi seguiam sobre os tapetes multicores entoando a Ave-Maria e o Pai-Nosso, endereçando, em voz alta, suas súplicas a Deus. Horas depois e tudo estava destruído, pois ao pó a arte também retorna.
Minha lembrança mais forte, entretanto, é do som das pessoas orando, passando pela rua de nossa casa, nas primeiras horas da manhã, quase sempre fria. Fecho os olhos e sou capaz de me transportar para aqueles momentos. Enrolada nas cobertas, eu abria um pouco a janela para ver se via rostos conhecidos entre os fiéis, principalmente o de minha tia Edna que, suspeito, também esperava esse momento, quase sempre acenando para mim, em meio aos demais.
Meu repertório de palavras é insuficiente para descrever a cena que vejo transcorrer diante da tela de memórias dos meus olhos, mas as vozes que iam entoando baixinho as orações, em conjunto, resultam em algo diferente, tal como um mantra que ia acordando o dia, numa promessa de tempos melhores.
Embora eu saiba que em algumas cidades ainda existam procissões como aquelas, há sentimentos que jamais terão lugar novamente. No meio dos fiéis não estarão mais as pessoas que me eram tão caras. Talvez elas ainda continuem orando e caminhando, agora rumo a destinos que não somos capazes de ver ou entender, sobre caminhos que não se desfarão sob seus pés.
Quem sabe se eu semicerrar os olhos e esticar meus ouvidos, em uma madrugada dessas, eu possa ouvir os caminhantes em prece e, entre o dormir e o sonhar, uma janela possa se abrir, mágica e discretamente. Então, se a realidade não me trair, talvez haja acenos, reconhecimentos e sorrisos. E eu os verei prosseguir, uma vez mais, resguardados em minhas memórias, ao som das orações, guardiões das minhas saudades.
Sei fatos da vida dela que me levam a traduzir algumas de suas colocações, sentimentos e atitudes. Semana passada, comentou que se considera bem resolvida. Não é brincadeira tudo que passou. Disse a uma parente que aquilo que me conta se transforma em crônica. Acrescentou que não se olha no espelho, pois nele se acha feia. A parente retrucou que não era bem resolvida. Quis interpretação minha. Precisaria ser psicóloga para decifrar o seu “mistério” do espelho, já que demonstra autoestima privilegiada. Lembrei-me do conto “O Espelho” de Machado de Assis, publicado em 8 de setembro de 1882 e da análise sobre ele da Doutora em Estudos da Cultura, Rebeca Fuks. Rebeca escreve: “O protagonista, Jacobina, encontra-se com quatro amigos em uma casa no bairro de Santa Teresa. Era noite e os senhores discutiam questões filosóficas. Tinham todos cerca de quarenta e cinquenta anos e debatiam efusivamente enquanto Jacobina assistia à discussão intervindo pouco e pontualmente. Até que, a meio da noite, o protagonista pede a palavra para contar um caso que aconteceu consigo. Ele se serve da história pessoal para ilustrar e defender a tese de que o ser humano tem duas almas. Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar de ombros, tudo; não admito réplica”. De acordo com sua análise, na tese de Jacobina, a alma interna é quem realmente somos e a externa aquilo que outros pensam de nós. Ou seja, o modo como os demais nos enxergam pode influenciar a nossa natureza e até modificá-la e isso é fato. Refleti sobre seu incômodo em se ver no espelho, se possui facilidade em convivência, não é acuada pelos acontecimentos. Parece-me que, ao se defrontar com o espelho, observa o que veio de fora sobre ela: “cuidados” com violência, falta de ternura e compreensão, a dor em lugar de boneca, fugas para não explodirem seus sentimentos represados, a rua, a sensação de, “embora mulher moça novinha - como ela mesma diz - e bonita, mas maltrapilha, vista apenas como um pedaço de carne que suja”. Guarda todas as coisas na alma, afirma, porém demonstra estar liberta. O que lhe falta, no entanto, na minha opinião, é constatar que foi vítima e não responsável pelos caminhos/descaminhos pelos quais andou. Impuseram-lhe uma trajetória de vida. Infância mal conduzida gera desajustes. Recordo-me da moça que, aos dez anos, década de 60, após perder o pai e a mãe, vivendo em situação de pobreza com a irmã mais velha e filhos, pegava, com as sobrinhas, em latinhas de cera, a comida depositada nos latões de lixo de um famoso restaurante. Os jovens de família de classe média alta, que ali ficavam, usavam o corpo das meninas em troca de doces, lanches... Ela não admite que foi vítima, assim como as sobrinhas. Clarice Lispector escreveu: “O que é um espelho? É o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio... esse alguém percebeu o seu mistério de coisa”. No espelho, em que ela olha, estão as crateras que provocaram de fora para dentro, mas que, mesmo assim, a vejo colocando nelas mudas de primavera.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE -
Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - 41. FANTASIOSO
”Fantasioso” é um adjectivo formado do substantivo “fantasia” com o sufixo “oso”. É uma palavra que é do domínio da fantasia. E da imaginação. Há várias palavras relacionadas com a palavra fantacioso: fantástico, fantasiosamente, caraminhola, romântico, utópico, mirabolante..
Há 16 sinónimos de romântico para 4 sentidos da palavra fantasia:
-“Apaixonado e poético”-apaixonado, amoroso, arrebatado, exaltado,
Há vários exemplos e frases, nas quais se emprega o termo”fantasioso”:
-“E disso que vive “A Forma da Água” desses sobressaltos em que algo de realmente fantasioso ocorre.”.
-“Há uma bússola moral dentro deles neste mundo “fantasioso”.
-“Nesse ponto, resulta quase fantasioso congelar a condição de um jardim”.
-“Obeso, comodista, fantasioso e fanfarrão, é uma mistura de Sancho e Dom Quixote
como não cansa de explicar o autor”,
-“Para isso a levam para um mundo fantasioso, com música, teatro, dança e circo.
-“Agora isso pode soar como um conto fantasioso”,
-“E não tenha medo de sobrecarregar o interior e torná-lo muito fantasioso e
romântico”.
Por que o “Evangelho de Judas” não faz parte da Bíblia? Porque há muita fantasia.
Além dos 4 Evangelhos que fazem parte da Bíblia Sagrada, há ainda os Evangelhos apócrifos. A tradução do Evangelho de Judas, que na verdade já era conhecido de Santo Irineu, por volta do ano 180,. Nada traz de novo para a Igreja. Os apócrifos são livros do Antigo e Novo Testamento que a Igreja rejeitou por não serem inspirados pelo Espírito Santo, e assim não os colocou na Bíblia(índice) desde o ano 200 com o cânone de Muratori e outros concílios como o de Cartago do século III e IV,.
Os Apócrifos foram excluídos da Bíblia por serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus e outros personagens bíblicos, principalmente os evangelhos gnósticos serem fantasiosos sobre a pessoa de Jesus Cristo e outros personagens bíblicos ou por possuírem heresias, especialmente os evangélicos gnósticos. Esses foram encontrados numa caverna da cidade egípsiade Nag Hammadi em 1945.Alguns levam os nomes dos Apóstolos e outros personagens bíblicos, mas não foram escritos por eles
.
Livros Apócrifos no Antigo Testamento. No Antigo Testamento temos os seguintes livros apócrifos: Jubileus, A Vida de Adão e Eva:
1 Henoque; 2 Henoque; Apocalipse de Abraão; Testamento de Abraão; Testamento de Isaac¸Testamento de Jacó; Escada de Jacó José e Asenet; Testamento dos Doze Patriarcas; Assunção de Moisés; Testamento de Jó Salmos de Salomão; Odes de Salomão; Testamento de Salomão; Apocalipse de Elias; Ascensão de Isaías; Paralipómenos de Jeremias; apocalipse de Sedrac; 3 Esdras; Sibilinos; Pseudo-Filon¸3 Macabeus; 4 Macabeus; Salnos 151-155; Oração de Manassés; Carta de Aristeu, As Dezoito Bênçãos; Ahigar; Vida dos Profetas; Recabitas.
Livros apócrifos no Novo Testamento. Os Apócrifos no Novo Testamento são: Evangelho segundo os Hebreus(gnóstico)- fim do século I; Proto Evangelho de Tiago(História do nascimento de Maria);Evangelho do Pseudo Tomé;(gnóstico);-meados do século II; o Evangelho de Nicodemos; Evangelho dos Ebonitas ou dos Doze Apóstolos;-meados do século II; O Evangelho segundo os Egípcios;-meados do século II: O Evangelho de André-Século II-III;Evangelho de Filipe;- século II-III; Evangelho de Bartolomeu- século II-III; Evangelho de Barbnabé; Evangelho de Judas(gnóstico).
Há ainda a acrecentar os seguintes livos O drama de Pilatos; A morte e assunção de Maria: A Paixão de Jesus; Descida de Jesus aos Infernos;Declaração de José de Arimateia; História de José, o carpinteiro; Atos de Pedro; Atios de Paulo, Atos de André; Atos de André; Atos de João; Atos de Tomé; Atos de Filipe; Atos de Tadeu; Epístloas de Barnabé;Terceira Epístola aos Coríntios:_sec.II; Epístola aos laodicenses- fim do séc. II: Caratas dos Apóstolos;-séc II; Correspondência enre Sébeca e São Paulo-séc. IV; Apocaplise de Pedro;-século II;Apocalipse São Paulo –Século IV E Sibila Cristã-século III.
Qual o porquê deste livros apócrifos não fazerem parte da Bíblia Sagrada que é usada nos dias de hoje?- Uma das razões é porque o conteúdo desses livros apócrifos era muito fantasioso. Outra razão é porque tornava a Bíblia Sagrada muito volumosa e havia necessidade de ter dois ou três volumes.
Vivemos, hoje, numa era de tecnologia orientada pela fantasia e cresce rapidamente o número de pessoas que vivem em mundos de fantasia. A imaginação humana é um dom de Deus e pode ser usada tanto para p bem quanto para o mal, mas a condição decaída do ser humano e da existência de poderes espirituais das trevas significam
que existem grandes perigos em viver fantansiando. A primeira aparição da palavra”imaginação” na Bíblia é uma advertência sobre as imaginações do mal. No primeiro livro da Bíblia-o Génesis 6,5, lemos o seguinte:”E viu o Senhor que a maldade do homem(homem e mulher) se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente”.
A mesma coisa acontece na vida dos indivíduos.. Se a imaginação se torna pervertida , a vida das pessoas reflectirá isso mesmo O coração é a fonte das acções do ser humano.
Controla afantasia e serás feliz!
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
JOSÉ RENATO NALINI - PUBLICAR É CADA VEZ MAIS FÀCIL
Recorro sempre a uma frase da querida Lygia Fagundes Telles, a mais cultuada romancista brasileira, sobre a escrita e os escritores: – “Hoje, todos escrevem! Há uma explosão de escritores! Nós precisamos é de leitores!”.
Ou seja: a grande escritora, acadêmica da ABL e da APL, vencedora do Prêmio Camões, presença corajosa na defesa da cultura e da literatura no regime autoritário, com obra filmada, teatralizada, televisionada, nunca viveu de direitos autorais. O Brasil não é um país de leitores.
Mas é legítimo querer publicar. Livros são, na verdade, como filhos. Concebemos, geramos, acompanhamos a sua formação, até que vêm à luz, quando publicados. Há muitos estímulos destinados a quem quer estrear na literatura. Recente artigo de Leandro Karnal era uma verdadeira aula de bem escrever. O filme “O autor”, disponível na Netflix, mostra um drama bem comum. O aspirante a escritor tem aulas, se submete a oficinas em que sua falta de talento é anunciada a todos os cursistas, não consegue concretizar seu projeto. Enquanto isso, a mulher, que escreve profusamente platitudes e clichês, cai no gosto do público e vende centenas de milhares de livros.
O bom escritor tem de ser melhor leitor. É lendo que se assimila estilo, linguagem, metáforas, figuras que podem tornar mais interessante uma obra. E escrever é treino. Deve-se escrever todos os dias. Um bom início é o diário. Registrar o que parece interessante. Ou aquilo que, não sendo interessante, assim se torna pelo talento descritivo do redator.
A boa notícia, que dá título a este artigo, é que existem inúmeras possibilidades de se publicar um e-book. Embora ainda não tenha caído no gosto popular, tenha vulnerabilidades como a pirataria, o livro eletrônico facilita bastante a publicação dos iniciantes. Para os novatos, é o caminho mais promissor. Pois o livro digital democratizou o acesso à publicação. Aqueles que não encontram editora interessada, podem recorrer a várias empresas que se propõem a publicar o livro. Em regra, fazem as duas versões: o livro físico e o livro digital. O primeiro só é adquirido on demand, ou seja, a partir da compra do interessado. Isso permite se publique um só livro. Ou dez exemplares, para entregar aos amigos ou à família.
A Amazon, grande conglomerado que é uma das gigantes contemporâneas, ao lado de Google, Microsoft, Alibaba e poucas outras, tem uma plataforma de publicação de livros digitais chamada Kindle Direct Publishing. Esses escritores já receberam de direitos autorais mais de um milhão e meio de dólares. O projeto da Amazon permite que os escritores recebam participação muito maior do que o usual nas editoras convencionais. Chegam, na Amazon, a receber até 70% do valor cobrado pelo e-book.
É um estímulo e tanto para quem não consegue reprimir a vontade de escrever. Como a maioria dos escritores escreve para si próprio, há uma demanda reprimida por publicação, que pode ser atendida pelo e-book. Uma reportagem de Lucas Agrela, para o Estadão, narra o sucesso obtido por Alberto Brandão, que publicou, sob o pseudônimo Startup da Real, a obra chamada “Este livro não vai te deixar rico”.
Ele desmistifica o empreendedorismo, um dos verbetes mais utilizados no cotidiano, que ilude muitos jovens à procura de sobrevivência digna num país que tem vinte milhões de nacionais passando fome e outros quinze milhões procurando emprego. As startups estão, para esse público, assim como o futebol costumava alimentar a fantasia dos moleques brasileiros. Todos se achavam potencialmente Pelés, Ronaldinhos ou Neymares… Quantos se deram bem no futebol? Quantos ficaram frustrados ou retidos no futebol de várzea?
Assim também as startups. Alguns vencem. Mas é preciso tenacidade, imaginação, um lastro cultural que, infelizmente, a escola não fornece. Ela está no medievo, transmitindo informações – quase sempre desnecessárias – para que o educando as decore. Arquive na memória para acertar quando for avaliado.
Por isso é importante escrever. Ler e escrever. Praticar. Treinar. Não esmorecer. Foi o que Alberto Brandão fez. Seu livro caiu na rede e foi apreciado por milhares de pessoas. Isso fez com que a editora Planeta se propusesse a publicar versão ampliada em edição impressa.
Publicar, portanto, é cada vez mais fácil. Não hesite. Ponha suas ideias no papel ou na telinha. Vale a pena.
JOSÉ RENATO NALINI é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Presidente da ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS – 2021-2022.
ALEXANDRE ZABOT - O CIENTIFICISMO E A PROMOÇÃO DO ABORTO
Escrito em 09/2015
Na raiz da promoção massiva do aborto também está a falta de uma visão da vida como algo sagrado, ou como um mistério. O homem atual sente-se dominador da natureza, e não como administrador. Será que a Ciência não é culpada disso? Afinal, foi a Ciência que nos deu poder de manipular a natureza e portanto, em última análise, só por causa do poder que ganhamos dela é que nos sentimos donos da natureza.
Na realidade o argumento está mal colocado. É verdade que a Ciência nos deu poder sobre a natureza (ainda que limitado). Mas esse poder não é mau em si, pois pode ser empregado de uma forma boa ou má. Mais uma vez estamos diante do grande dilema existencial humano: fomos criados livres por Deus. Cabe a cada um de nós escolher qual caminho tomar e arcar com as consequências.
A Ciência é algo desejado por Deus desde o princípio pois é um fruto natural da inteligência humana, dom do Criador. Quando bem utilizada, faz com que admiremos a Criação e encontremos nela reflexos de Deus. Eu diria até mais, que quando a pesquisa científica é orientada de acordo com os princípios éticos da lei natural colocada por Deus no coração de todos os homens, essa Ciência contribui para os desígnios de Deus no mundo. Ou seja, a boa pesquisa científica faz parte dos muitos e tão diversos mecanismos que a Providência Divina utiliza para levar o mundo ao fim último desejado pelo Criador.
Um cientista que trabalha de acordo com a reta razão, acredite em Deus ou não, irá encontrar-se com o mistério no seu trabalho. Normalmente, esse mistério se revelará por meio da beleza da natureza. Mas também poderá aparecer na bondade de todas as coisas que notavelmente estão ordenadas para uma harmonia entre si. Além disso, as grandes leis que regem os fenômenos naturais são coerentes entre si e formam uma espécie de tecido lógico impressionante e mais admirável ainda por ser compreensível para nós. Ou seja, o cientista que usa bem sua razão irá encontrar na natureza os atributos de Deus: a beleza, a bondade e a verdade.
Mas o que significa um cientista agir com a reta razão? Significa muitas coisas, mas principalmente que ele não extrapola para além do mundo material as conclusões empíricas que a Ciência lhe permite obter. A Ciência fala sobre o mundo material, não sobre o que lhe causou ou sobre a finalidade para que foi criado.
Entretanto, muitos cientistas querem passar a ideia de que a Ciência permite concluir sobre as razões e as finalidades do universo, algo que é um abuso tremendo e que comumente chamamos de cientificismo, ou seja, uma espécie de doutrina científica que não encontra fundamento na própria Ciência mas que mesmo assim é assumida por muitas pessoas. Cabe denunciar este cientificismo sem, no entanto, confundi-lo comCiência em si.
A consequência mais imediata do cientificismo é fazer o homem esquecer que a natureza foi criada e que não lhe pertence. Ou seja, que desde o início Deus nos colocou como meros administradores da sua criação e nos convidou a levá-la à plenitude com Ele, dando-nos um poder imenso de sermos co-criadores através do nosso trabalho.
Para o cientificista é lícito fazer qualquer violência à natureza desde que lhe seja conveniente. Muitos mascaram essa “conveniência” sob causas “bonitas”. É o caso das células tronco embrionárias, da eugenia, do aborto de tantos outros crimes contra a vida que são justificados com algo bom para o ser humano, como uma terapia ou a simples escolha de fazer da própria vida o que se quiser.
Não vou entrar no mérito destes argumentos, mas quero sublinhar que no fundo eles têm uma origem comum: ganhamos tanto poder sobre a natureza com a Ciência que não percebemos mais o caráter sagrado da natureza como Criação de Deus. Muitos a veem como um meio para satisfazer os desejos do homem.
Só a fé cristã permite conciliar plenamente a Criação e a Razão que Deus nos deu. É somente sob a perspectiva de sermos também nós criaturas de Deus e de estarmos aqui para cumprir um desígnio sagrado que podemos tomar consciência de que a natureza deve ser usada para este mesmo desígnio e que não temos o direito de fazer violência contra a própria identidade das coisas.
Dizer que a vida humana só começa na 14ª semana de gravidez (ou qualquer outra semana) é um exemplo de como distorcemos a própria identidade das coisas. Não podemos estabelecer um momento para quando começa a vida humana. Não importa quando surgem as faculdades neurológicas do feto, ou quando ele tem ou não condições de sobreviver fora do útero materno. De modo mais geral, nada que possa ser dito sobre as atividades naturais do feto pode ser usado como determinante do início da vida. Fazendo uma regressão extrema, nem mesmo o momento da entrada do espermatozoide no óvulo pode ser usado, pois não acontece num instante, mas num espaço de tempo.
Não podemos cair no jogo de discutir quando a vida começa, pois a questão não é essa, mas se temos ou não o direito de interferir. O começo da vida está cercado de mistério, pois é o início da existência de todo ser humano. Tentar definir esse momento é assumir que a vida humana é algo somente natural e esquecer que temos alma, que fomos desejados desde toda a eternidade por Deus Criador e que também somos suas criaturas. Respeitar o caráter sagrado da vida é algo que só faz sentido se limitamos a Ciência ao seu lugar correto de método investigativo e não tentamos usá-la inapropriadamente para validar filosofias malignas.
É plenamente possível e necessário conciliar a Fé cristã com a Ciência. Somente assim poderemos admirar a criação e levá-la ao fim determinado pelo seu Criador. A vida, especialmente a vida humana, um grande mistério, que o cientista deve aprender a admirar e aceitar que não pode ser violado.
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
FELIPE AQUINO - QUAL É O SIGNIFICADO DA TRANSFIGURAÇÃO DE JESUS ?
O episódio misterioso da Transfiguração de Jesus sobre um monte elevado, o Tabor, diante de três testemunhas escolhidas por ele: Pedro, Tiago e João, se situa no contexto a partir do dia em que Pedro confessou diante dos Apóstolos que Jesus é o Cristo, “o Filho de Deus vivo”.
Esta confissão cristã aparece também na exclamação do centurião diante de Jesus na cruz: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (Mc 15,39), pois somente no Mistério Pascal o cristão pode entender o pleno significado do título “Filho de Deus”.
A partir desta revelação de Pedro, inspirado pelo Pai, Jesus, diz S. Mateus, “começou a mostrar a seus discípulos que era necessário que fosse a Jerusalém e sofresse… que fosse morto e ressurgisse ao terceiro dia” (Mt 16,21). Pedro rechaça este anúncio, os demais também não o compreendem, mas Jesus mostra a eles que afastá-lo do cálice da Paixão, que ele deveria beber, era ser movido por Satanás.
O Evangelho segundo S. Lucas destaca a ação do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos de sua missão: antes de o Pai dar testemunho dele por ocasião do Batismo e também antes da Transfiguração, e antes de realizar por sua Paixão o plano de amor do Pai.
O rosto e as vestes de Jesus tornam-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, e é importante notar que o evangelista destaca sobre o que eles falavam: “de sua partida que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Uma nuvem os cobre e uma voz do céu diz: “Este é o meu Filho, o Eleito; ouvi-o” (Lc 9,35). A nuvem e a luz são dois símbolos inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as manifestações de Deus (teofanias) do Antigo Testamento, a Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo.
Na Transfiguração a Trindade inteira se manifesta: o Pai, na voz; o Filho, no homem; o Espírito, na nuvem clara. E Jesus mostra sua glória divina, confirmando, assim, a confissão de Pedro. Mostra também que, para “entrar em sua glória” (Lc 24,26), deve passar pela Cruz em Jerusalém. Moisés e Elias haviam visto a glória de Deus sobre a Montanha; a Lei e os profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. Fica claro que a Paixão de Jesus é sem dúvida a vontade do Pai: o Filho age como servo de Deus.
A rica liturgia bizantina assim reza na festa da Transfiguração: “Vós vos transfigurastes na montanha e, porquanto eram capazes, vossos discípulos contemplaram vossa Glória, Cristo Deus, para que, quando vos vissem crucificado, compreendessem que vossa Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que vós sois verdadeiramente a irradiação do Pai”.
No limiar da vida pública de Jesus temos o seu Batismo; no limiar da Páscoa, temos a sua Transfiguração. Pelo Batismo de Jesus foi manifestado o mistério da primeira regeneração: o nosso Batismo; já a Transfiguração mostra a nossa própria ressurreição. Desde já participamos da Ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que age nos sacramentos da Igreja. A Transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa do Cristo, como disse S. Paulo, “Ele vai transfigurar nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso” (Fl 3,21). Mas ela nos lembra também que com Jesus “é preciso passarmos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22). Por isso, como Cristo, o cristão não deve temer o sofrimento.
Unidos a Cristo pelo Batismo, já participamos realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3). “Com ele nos ressuscitou e fez-nos sentar nos céus, em Cristo Jesus” (Ef 2,6). Nutridos com seu Corpo na Eucaristia, já pertencemos ao Corpo de Cristo. Quando ressuscitarmos, no último dia, nós também seremos “manifestados com Ele cheios de glória” (Cl 3,3).
Santo Agostinho nos ensina que: “Pedro ainda não tinha compreendido isso ao desejar viver com Cristo sobre a Montanha. Ele reservou-te isto, Pedro, para depois da morte. Mas agora Ele mesmo diz: Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas sofrer?” (Sermão 78,6).
Assim, pela Transfiguração Jesus preparou os discípulos para não se escandalizarem com a sua Paixão e morte na Cruz, o que para eles foi um trauma e um grande desafio; mostrou-lhes a Sua glória e divindade; e deu-lhes conhecer um antegozo do Céu. Mas para isso, como Ele, temos que passar pelas provações deste mundo, sempre ajudados pelas consolações de Deus.
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino
Conheci o Padre Faria, quando participava na missa da Igreja de Santo Ildefonso, no Porto.
Era sacerdote afável e idoso. Queixava-se, algumas vezes, nas homilias, da sua doença: as pernas não lhe permitiam estar muito tempo sem as descansar.
Um dia, despediu-se dos paroquianos e dos fiéis habituais da sua Igreja. Deixou parte da biblioteca, espalhada sobre bancos da sacristia, para quem as quisesse.
Entre os livros expostos, encontrei alguns autografados pelos autores, com dedicatórias elogiosas.
Padre Faria quando era novo, foi excelente pregador e bastante solicitado para festas religiosas.
Foi substituído por ótimo sacerdote, culto e dinâmico, que muito beneficiou a igreja, realizando obras urgentes.
Decorrido meses, falando com paroquiano, fiquei a conhecer o triste destino do sacerdote.
Devido à idade, já não tinha muitos parentes próximos. Acomodou-se, como pode, na sua terra natal, mantendo a dignidade como sacerdote.
Mas quantos, chegando a velhice, não encontram o repouso e o sossego que merecem?
Se há padres que vivem folgadamente, outros passam-na em extremas dificuldades, e nada conseguem amealhar para o fim da vida.
Nas Igrejas Evangélicas, pelo menos algumas, o pastor recebe ordenado compensador, por vezes, bastante elevado, o que é, motivo de escândalo. Serão pastores de vocação ou profissão? – Que tosqueiam os fiéis, como dizia o bom Frei Bartolomeu dos Mártires.
Conheci pastor, que diziam – seriam as más-línguas? - que recebia, em Portugal, todos os meses, mais que o Presidente da República! Conheci, também, um, que sendo professor de Educação Física, renunciou o vencimento, que tinha direito, como pastor.
Mas, entre sacerdotes católicos?
É tema que pouco gostam de abordar, mas parece-me muito de ser lembrado.
PINHO DA SILVA– (1915-1987) – Nasceu em Santa Marinha, Vila Nova de Gaia. Frequentou o Colégio da Formiga, Ermesinde, e a Escola de Belas Artes, do Porto. Discípulo de Acácio Lino, Joaquim Lopes e do Mestre Teixeira Lopes. Primo do escultor Francisco da Silva Gouveia. Vilaflorense adotivo, por deliberação da Câmara Municipal de Vila Flor. Tem textos dispersos por várias publicações, entre elas: “O Comércio do Porto”, onde mantinha a coluna “ Apontamentos”, e o “Mundo Português”, do Rio de Janeiro, onde publicou as “ Crônicas Lusíadas”. Foi redator do “Jornal de Turismo”, membro da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, e secretário-geral da ACAP. Está representado na selecta escolar: " Vamos Ler", da: Livraria Didáctica Editora, com o texto : " Bacos e redes".
3 – O que mais devemos praticar: a oração ou a caridade?
4 – Qual o maior presente que você poderia dar hoje a Jesus?
5 – Em quem você mais confia: no seu anjo da guarda ou no motorista de ônibus que lhe conduz?
Se deixou de responder alguma pergunta, reflita mais um pouco antes de continuar a leitura...
Os argumentos que tenho para estas questões você ficará sabendo na sequência e, se não concordar com alguma afirmação, sugiro que procure outros aconselhamentos espirituais – de sacerdotes, por exemplo.
Santo Agostinho dizia: “Deus não manda o impossível, mas, ao permitir alguma provação, aconselha que faça o que pode e peça o que não pode”. Isto já responde muitas coisas, principalmente que Ele não nos castiga e fica de plantão para nos ouvir e ajudar. A maior prova disso veio com Jesus Cristo, sofrendo por nós, pedindo que nos amássemos e prometendo a salvação eterna a quem se libertar dos pecados mortais. Êpa! Este é o grande problema – se libertar dos pecados –; não é mesmo? Então, por onde começar: pela oração ou pela caridade?
Rezar nunca é demais e interceder pelos outros também é uma forma de caridade; portanto, todo processo de conversão começa pela oração. Abrindo o coração a Deus, Ele se manifestará com Seu amor e os frutos acontecerão em ações de caridade.
Há quem diga que é muito mais importante socorrer alguém do que ficar rezando num quarto o dia inteiro, mas se esquece que a caridade continua presente no mundo porque tem muita gente pedindo pelos necessitados. Até Jesus se recolhia e rezava! Todos os nossos santos protetores rezavam muito também. Mesmo São Vicente de Paulo, que socorria os pobres, meditava a Palavra de Deus horas por dia!
E quem respondeu que o maior presente que pode dar a Jesus é um grande gesto de caridade, não deve esquecer que somente o pratica se tiver amor a Deus e ao próximo. Ajudar por ajudar, tirando um peso da consciência, não é caridade. Então, quem não acredita em Deus ou não ama o irmão, pode até fazer filantropia, mas nunca caridade.
Isto também aprendemos na igreja durante as homilias dos sacerdotes, mas não é este o maior motivo que me leva à Casa de Deus. Vou para aprender a amar. Procuro me abandonar nas mãos do Pai e peço que me ensine a amar como Jesus Cristo amou os pecadores que O procuravam. Nunca chegarei a essa perfeição, mas continuarei tentando através da Eucaristia.
E quanto ao anjo da guarda, que atenção damos a ele? Confiamos plenamente na sua proteção? No início, fiz comparação com um motorista de ônibus porque, muitas vezes, entregamos nossas vidas em suas mãos. Enquanto ele dirige, conversamos, lemos, olhamos a paisagem e dormimos tranquilamente, mesmo sem o conhecermos! Se agíssemos assim com o anjo que nos guia, teríamos melhor qualidade de vida: sem tantas preocupações e acidentes pelo caminho.
Para isso, precisamos conversar com ele toda manhã, pedindo proteção para o nosso dia; e agradecer à noite, antes de dormir. Você age assim?
Pois bem, se Deus não nos castiga, se crescemos em espiritualidade nas missas, se rezamos, praticamos caridade e somos vigiados pelo anjo da guarda, por que não somos plenamente felizes? Um dos motivos eu posso responder: devido à ambição instalada no coração – que tira o sossego de muita gente.
No julgamento final, Deus não perguntará quantos metros quadrados tinha sua casa; perguntará quantas pessoas recebeu nela. Deus não perguntará que modelo de carro comprou; perguntará quantas pessoas transportou para ajudá-las. Não perguntará a marca da roupa em seu armário; perguntará quantos pobres vestiu. Não perguntará se era alto seu salário; perguntará se vendeu sua consciência para conseguí-lo.
Deus não perguntará que título tinha; perguntará se realizou o trabalho com o melhor de sua capacidade. Não perguntará quantos amigos fez; perguntará quantas pessoas consideravam você um grande amigo. Deus não perguntará em que lugar vivia; perguntará como tratava seus vizinhos. E não perguntará a cor de sua pele; perguntará pela pureza do seu interior.
Somente quem amou muito marca sua presença neste mundo.
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).
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