Chamava-se Teresinha, e fazia hoje anos. Era morena, daquele moreno, centeio e transmontano que tem sol por dentro: rosto bronzeado de princesinha moira, seus olhos reais abertos para a irrealidade das coisas e das almas!...
Chamava-se Teresinha, e fazia hoje anos...
Tinha fartos cabelos insculpidos de ondas profundas, em pau-preto filamentado e dúctil. Quando saltava às cordas (" zás! zás! za´s! ") os pés muito juntinhos, aos pulos, saltando e saltando, – e a corda vermelha descendo e batendo: ("prás! prás! prás! “) os grossos e espiralados caracóis cor-de-noite, que lhe ladeavam a carita de porcelana tostadinha, também saltavam ("zás! zás! zás! "); também batiam ("prás! prás! prás!"): eram como sinos de carrilhão alegre, bimbalhando, em catedral de esperanças, um hino infantil de avezinha amanhecida...
Teresinha garota e traquina esfuziava, pelo liceu da Praça do Coronel Pacheco, como rastilho lúdico, estralejando risos e conquistando simpatias. Qual das suas antigas condiscípulas a recorda sem saudade?!...
Ai, as aulas do primeiro ciclo, com Teresinha, criança, sobre um banco para chegar ao quadro!...
Ai, as molhadelas até aos ossos, e os sapatos afogados!...
Ai, os outros sustos da " pedra-do- estiquete!..."
Ai, a figura sinistra e negra, da talvez ex-freira!...
Ai, o grande casarão monástico, transformado em cortiço minérvico de abelhinhas esculpidas em corolas rociadas !
Teresinha cresceu. Fez-se senhora. Já não saltava às cordas (" zás! zás! zás!"), os pés muito juntinhos, aos pulos, saltando e saltando, – e a corda vermelha descendo e batendo: (" prás! prás! prás! ")
Teresinha cresceu...
Casaquinho vermelho, de botões prateados, e saia escocesa; livros entalados no braço, na cabeça uma boina clara; no rosto uma larga pincelada de sol, onde bailavam sombras oscilantes de roseiras, e brilhavam dois olhos luminosos e meigos, semicerrados pela violência da luz estival, estou a vê-la chegar das aulas. Do alto do patim da escada, junto da qual floriam jarros, quantas vezes a esperei! E ela ao ver-me esperá-la, a sorrir:
- "Olá! Está ai?!"
- "Não! Estou lá fora! "
Teresinha parava. Olhava-me, entre risonha e trocista:
- "Com que então o " senhor" está lá fora?! Ora não querem lá ver?!!! "
E porque era transmontana, e achava delicioso, e saborosamente arcaico, certos termos e expressões da sua terra: (- " Dê-me um cibinho de pão!"; - " Colhi um mandil de casulas chicharas..." - "Estava arrimado ao fundo das escaleiras"), por vezes rematava apenas:
- " Ora não?"
No ar cruzavam borboletas brancas, e diluíam-se vagos perfumes de roseirais em flor!
Ao longe, gemiam rolas...
Lembras-te desse tempo, Teresinha?
Tu lembras-te?
" Ora não"?
Com areia fina entre dedos de criança, o tempo fugiu imperceptivelmente...
Teresinha acalenta os filhos. Por duas vezes ela os vê florir entre os seus braços:
- " Já se quer erguer!"
- " Já tem dois dentinhos!"
- "Já começa a andar! "
- "Já diz:"mamã"!
Teresinha mamã, sente-se inundada de felicidade!
Aperta ao coração os pequeninos que Deus lhe deu, e ergue os belos e grandes olhos castanhos para o azul do céu...É de lá, desse lago aéreo onde vagam as pombas, que descem os anjos pequeninos!...
- "Já se quer erguer!"
- "Já tem dois dentinhos!"
- "Já começa a andar! "
- "Já diz: "mamã!"
Lembras-te desse tempo, Teresinha? Tu lembres-te?
"Ora não"? "Ora não", Teresinha?
Na sua cama de doente, debaixo de uma colcha alvíssima e bem esticada, Teresinha geme baixinho. Sobre os grandes olhos castanhos, como sobre o seu espírito, que tão luminoso foi, desceu a treva. Lá fora também há escuridão: a escuridão da noite e das almas! E há gemidos: os ventos de Novembro, envolto em bátegas de chuva e de granizo...Noite de lágrimas!...
Lutando contra tudo e contra todos, os filhos conseguem chegar à sua cabeceira. Afagam-lhe a cabeça torturada; beijam-lhe o rosto crispado; apertam entre as suas mãos de homens as mãos femininas que lhes ampararam os primeiros passos...Mas Teresinha é tão infeliz que não se apercebe da sua presença, e continua a gemer baixinho...
Ai, as cordas vermelhas descendo e batendo!
Ai, os pés de Teresinha pulando e saltando!
Teresinha menina...
Teresinha estudante...
Teresinha mulher...
Teresinha mamã...
Chamava-se Teresinha e fazia hoje anos!
Pobre Teresinha!...
Transcrito de: “ O Comércio do Porto” – 01/081969 – secção: “Apontamentos”.
O Dia do Padre é celebrado de maneira oficial no Brasil no dia 4 de agosto, pois é nessa data que ocorre a festa de São João Maria Vianney, que é celebrada desde 1929, ano em que o Papa Pio XI o declarou como o padroeiro dos padres e de toda e qualquer pessoa que dedica a sua vida a servir aos mandamentos de Deus.
Ele é visto há muitos e muitos séculos como um representante de Deus na Terra. Cabe a ele, entre outras atribuições, a celebração de eventos como missas e batizados. Para muitos que creem na Igreja Católica Apostólica Romana, a sua figura e se equivale e se assemelha muito a de um pai, que inclusive é traduzido como “padre” em diversos idiomas. É aquele que é capaz de interceder com sua autoridade por seus filhos, ou melhor, fiéis, para que Deus esteja com eles.
Pode se dizer que a vida de um sacerdote é um verdadeiro exercício de amor, uma constante doação silenciosa e suas ações devem ser um constante exemplo e testemunho de como devemos nos portar diante da nossa vida terrena. Além de suas atividades eclesiais, ele dá o apoio e o suporte necessários para que os fiéis tentem seguir em frente e mantenham uma luz sempre brilhante para que eles saibam por que caminhos andar e por onde devem evitar passar.
Tanto que todos nós temos sempre uma boa lembrança de um padre, quer pelas cerimonias que presidiu, quer por palavras de carinho e conforto. Quando minha filha foi acometida por uma grave doença, tivemos o apoio permanente de Dom Hildebrando, na época responsável pelo Mosteiro São Bento de Jundiaí e até hoje grande amigo da família.
Por isso, o Dia do Padre é um momento de agradecimentos e de contemplação à uma pessoa que é tão humana quanto qualquer um de nós, mas que escolhe o tempo todo fazer a diferença, pregando a palavra de Deus, já que aceitou o seu chamado! E vale ressaltar: é muito bom encontrarmos pessoas, independentemente de crença e raça, que respeitam reciprocamente as seitas de cada cidadão, sem quaisquer preconceitos ou discriminações.
JOÃO CARLOS JOSÉ MARTINELLI é advogado, jornalista, escritor e professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Padre Anchieta de Jundiaí. Ex-presidente das Academias Jundiaiense de Letras e Jundiaiense de Letras Jurídicas. Autor de diversos livros (martinelliadv@hotmail.com)
Encanta-me Santa Maria Madalena, Maria de Mágdala. Vejo nela o olhar de ternura de Jesus, que desperta o Amor maior em seu coração abatido por “sete demônios” e espanta os fantasmas do passado.
Como escreveu, em 2016, a jornalista Liane Alves em “Red Lotus Spiritual Travels”, dizendo de sua viagem à França, onde há sinais da passagem de Santa Maria Madalena, é ela a síntese do amor profundo, dentro da dimensão do sagrado.
Há muitos documentários, livros e filmes sobre ela, contudo fico com os dados evangélicos. Em São Lucas (8, 1-3), encontramos: “Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e enfermidades: Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, administrador de Herodes, Susana, e muitas outras que o serviam com seus bens”. Segundo, São Gregório Magno, os sete demônios representariam os sete pecados capitais.
De acordo com teóloga italiana Lilia Sebastiani, em seu livro “Maria Madalena – De Personagem do Evangelho a Mito de Pecadora Redimida”, que não a reconhece nas outras personagens femininas que aparecem no Evangelho, para Maria de Mágdala e para as outras mulheres a cura tornou-se salvação integral, mudando de vida. “Não se sabe mais nada a respeito de Maria Madalena no período que intercorre desde sua cura e a morte de Jesus. Sabe-se que ela O seguiu até a cruz. Encontramos em São João (19,25): “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena”. Jesus aparece a ela ressuscitado e o Evangelho de São João (20. 18) nos relata: “Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que Ele lhe tinha falado”.
A Igreja celebra sua festa em 22 de julho. Na data, recebi algumas mensagens, extensivas à Pastoral / Magdala, falando de amor, mudança e ressurreição. Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Assessor Espiritual da Pastoral/ Magdala, disse sobre a santa mulher que ouviu o anúncio de Jesus e se apaixonou por Ele. Destacou sobre o amor de Jesus inflamar de tal forma a sua alma, que não se afastou do Santo Sepulcro.
Madre Teresa de Jesus, do Carmelo São José, desejou que Santa Maria Madalena fizesse crescer o apoio a quem precisa refazer a sua vida e a Irmã Madalena de Jesus Crucificado comentou que Maria Madalena se deixou olhar por Jesus, apaixonou-se por Ele contra toda o respeito humano e foi até o fim. Impeliu-a esse amor apaixonado. Padre Elias Pavan desejou que Deus nos conduza sempre no anúncio da alegria do Cristo Ressuscitado.
Há um soneto de que gosto muito com o título de: “A Santa Maria Madalena aos Pés de Cristo” de Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711). Das duas primeiras estrofes: “Solicita, procura, reconhece, / com desvelo, com ânsia, com ventura, / sem temor, sem soberba, sem loucura, / a quem ama, a quem crê, por quem padece. / Ajoelha-se, chora, se enternece, / com pranto, com afeto, com ternura, / e se foi indiscreta, falsa, impura, / despe o mal, veste a graça, o bem conhece”.
O amor místico de Santa Maria Madalena por Jesus venceu em sua vida. Despiu-se do mal e vestiu a graça.
Que o Senhor me dê esse amor apaixonado por Ele, de tal forma que de minha vida transborde o Ressuscitado!
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE - Professora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.
No quase meio século em que reinou D. Pedro II, de 1840 a 1889, pode-se situar, sem dúvida, uma fase sob muitos aspectos áurea da história brasileira. No Velho como no Novo Mundo, era bastante elevado o prestígio de que se revestia a figura de nosso monarca. Em consequência, era também muito alto o conceito do Brasil. Repetidas vezes o Imperador foi chamado a arbitrar pendências entre grandes potências mundiais.
Em 1871, os Estados Unidos e a Inglaterra submeteram a seu julgamento a rumorosa questão do barco Alabama. Representou o Brasil, no tribunal reunido em Genebra para a arbitragem, o Barão de Itajubá.
Um conflito surgiria, anos depois, entre as duas maiores repúblicas do mundo. A França reclamava dos Estados Unidos indenizações por danos que haviam sofrido cidadãos franceses durante a Guerra da Secessão. Ainda desta vez, o soberano do Brasil foi convidado oficialmente a integrar o tribunal que decidiria a contenda. Representou-o, em Washington, o Barão de Arinos.
Mais tarde, em 1884, os Estados Unidos, a França, a Alemanha, a Itália e a Inglaterra pediram a decisão brasileira sobre indenizações que deveriam ser pagas em decorrência de guerras do Pacífico.
Quando rebentou na América do Norte a Guerra Civil, Napoleão III, que então governava a França, ofereceu-se como mediador entre os sulistas e os nortistas. Foi recusado pelo Presidente Abraham Lincoln, que estava disposto, porém, a aceitar a mediação do imperador do Brasil - conforme declarou o Secretário de Estado William H. Seward, em 19 de setembro de 1861, ao Príncipe de Joinville (cunhado de D. Pedro II), ao Conde de Paris e ao representante diplomático brasileiro acreditado em Washington, Miguel Maria Lisboa.
Este último comunicou logo, ao governo brasileiro, o que era, evidentemente, pelo menos uma sondagem diplomática. D. Pedro II achou preferível não aceitar de imediato, mas dar uma resposta dilatória, o que fez, em 7 de novembro do mesmo ano, por despacho de seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Magalhães Taques. Nesse meio tempo a Guerra da Secessão já tomara, infelizmente, um curso que impossibilitava qualquer esperança numa solução pacífica, devendo arrastar-se até 1865.
Talvez nenhum episódio seja tão significativo do prestígio internacional do Brasil sob o reinado do segundo Pedro como o "caso Christie". Naquela contenda desencadeada em 1862 pela falta de tacto e pela imprudência do ministro inglês no Rio de Janeiro, William Dougal Christie, o Brasil saiu prestigiado e engrandecido.
O diplomata britânico, insatisfeito por não serem punidos, conforme desejava, policiais brasileiros que haviam prendido oficiais ingleses à paisana que, embriagados, faziam desordens nas ruas do Rio de Janeiro, enviou ao nosso governo violento ultimatum. Não sendo este atendido, ordenou que navios ingleses apresassem cinco embarcações mercantes brasileiras.
O Império não teria condições de sustentar uma guerra contra o Reino Unido. Mas venceu-o no campo diplomático. Sobretudo venceu-o moralmente.
A atitude do Imperador foi de firmeza total. Disse que preferia perder a coroa a mantê-la sem honra na cabeça. E recusou terminantemente qualquer negociação sob ameaça da esquadra inimiga, e enquanto não fossem devolvidos os barcos apreendidos.
Christie achou mais prudente recuar. Os navios brasileiros foram logo devolvidos. O caso, confiou-se ao juízo de um árbitro imparcial - o Rei Leopoldo I, da Bélgica, tio da Rainha Vitória. E Christie foi chamado de volta a Londres, sendo substituído por outro diplomata mais sensato, e até simpático ao Brasil, Cornwallis Eliot.
Mas D. Pedro II não considerou encerrado o caso. O decoro nacional exigia uma satisfação pela ofensa recebida. Como Londres não quisesse apresentar essa satisfação, seguiu-se o inevitável rompimento de relações. O ministro do Brasil em Londres, Carvalho Moreira (futuro Barão de Penedo), pediu seu passaporte e retirou-se da Ilha com toda a legação. E Mr. Eliot, por sua vez, foi convidado a retirar-se do Brasil, em junho de 1863. No mês seguinte, Leopoldo I proferia sentença favorável ao Brasil.
A Inglaterra ainda relutou longamente em reconhecer que seu representante havia agido mal, e tentou restabelecer relações diplomáticas, e sobretudo comerciais, sem pedir desculpas. Do ponto de vista econômico, é preciso dizer, não foram pequenos os prejuízos que sofreu o comércio inglês nos dois anos em que estiveram interrompidas as relações.
Afinal, ante a inflexibilidade do Império brasileiro, a Inglaterra acabou por ceder, e um emissário especial, Edward Thornton, foi enviado ao Imperador, para manifestar o quanto a Rainha Vitória lamentava todo o ocorrido e apresentar formalmente as desculpas do governo inglês.
Para cumprir sua missão, o emissário precisou deslocar-se até a tenda de campanha de D. Pedro II, no Extremo Sul do País, diante da cidade de Uruguaiana que as tropas brasileiras haviam acabado de reconquistar aos paraguaios.
Foi como vitorioso, e acompanhado de seus aliados argentinos e uruguaios, que o Imperador quis receber o pedido de desculpas da poderosa Grã-Bretanha.
ARMANDO ALEXANDRE DOS SANTOS - é licenciado em História e em Filosofia, doutor na área de Filosofia e Letras, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Academia Portuguesa da História.
—Vai logo! Ela vem vindo. Tira daí.
—Eu? Nem matando. Você que deixou cair. Coloca a mão lá e pega. Puxa rápido.
—Mas tem o seu xixi lá dentro. Isso é muito nojento. Ecaaaa.
Minutos antes, as duas meninas, de doze e oito anos, brincavam com o par de brincos de pressão que retiraram escondido do porta-joias da irmã mais velha. Carla, que não tinha orelhas furadas, gostava de usar brincos exagerados, afinal eram os anos oitenta e a palavra exagero parecia ter outro significado, ao menos na moda.
As pequenas, que assim como irmã, não tinham orelhas furadas, divertiam-se às escondidas, usando as bijuterias dela, fazendo pequenos desfiles em frente ao espelho do banheiro. Naquela noite, faziam exatamente isso, daquela vez usando brincos enormes, pretos e reluzentes, os preferidos de Carla.
—Nossa, como ela aguenta usar isso? Parece uma frigideira brilhosa – dizia Telma, a mais nova, enquanto os balançava nas orelhas e jogava os cabelos para trás.
—Sei lá! Melhor a gente guardar logo. Acho que escutei o portão abrir. Se ela vir a gente usando, vai dar bronca – lembrava Irina, a irmã do meio.
—Só mais um pouco, vai. Não tô parecendo aquelas índias? Aquelas que usam um “trecão” para ficar com orelhas grandonas?
—Acho que são mulheres da África que usam isso. Chega disso. Vou guardar antes que a Carla pegue a gente aqui. Me dá logo.
Tentando tirar os brincos das orelhas de Telma, Irina puxou um deles com força que, liso que era, saiu literalmente voando, como um disco voador. O problema maior foi o local escolhido para o pouso de emergência: a privada.
—Aiii meu Deus, olha o que você fez, Telma!! A Carla vai te matar!
—Euuu? Nem vem! Foi você que puxou da minha orelha com força. Agora se vira e pega lá.
—Gente, mas tem xixi lá dentro, Tê. Essa sua mania de não dar descarga. O xixi é seu, então você que coloca a mão e pega.
De repente, as duas escutam alguém subindo as escadas. No sobradinho onde moravam, era impossível chegar ao andar de cima sem ser denunciado pelo ranger dos degraus de madeira.
Paralisadas, as irmãs fecharam a porta do banheiro. Carla iria matá-las, era certo. E elas ainda levariam bronca dos pais, de brinde.
—Meninas, o que vocês estão fazendo aí no banheiro? Eu tenho que me arrumar. Vou sair hoje para dar uma volta com o pessoal da escola.
—Nós? Ééé... tamo fazendo nada não. Já vai. Pera.
Em sussurros, entre risos e pavor, as duas sortearam quem iria pescar o brinco no mar amarelo em que ele boiava, inocente.
Quase chorando, Telma, que perdeu no par ou ímpar, sentiu-se aliviada quando Irina por fim jogou o brinco dentro da pia. Estavam salvas. Agora era lavar e colocar no lugar.
—Você me paga viu, Tê? – sussurrou Irina, oscilando entre o nojo e as risadas nervosas.
E foi nessa hora que porta se abriu num repente, pois as duas meliantes se esqueceram de trancá-la, e Carla entrou.
—O que vocês estavam aprontando, hein? Estão com uma cara esquisita. E o que o meu brinco está fazendo na pia, todo molhado?
—Nós? Nada. Ah, seu brinco? Você deixou aqui no banheiro. Caiu na pia. Sei lá.
—Eu já falei que não é para mexer nas minhas coisas. Mas me dá aqui então. Vou colocar esse hoje, só para variar.
E foi assim que Carla, após sacudir os brincos os colocou na orelha e saiu, feliz da vida, para uma noite adolescente da década de oitenta.
Muitos anos depois, Telma e Irina, já adultas, com olhares cúmplices, rindo até perder o folego, confessaram à irmã o crime. E foi assim que eu, Cinthya, soube que um dia usei Essência de Xixi n.5 como perfume. Até hoje não sei de fato se Tricya e Ivy me revelaram totalmente o conteúdo daquele vaso sanitário, o que prefiro morrer ignorando.
CINTHYA NUNES é jornalista, advogada, professora universitária e foi enganada descaradamente pelas irmãs mais novas – cinthyanvs@gmail.com/www.escriturices.com.br
A palavra “genioso” é proveniente do substantivo “génio” com o sufixo “ozo”, formando o adjextivo “genioso”.
Genioso é aquele que tem um mau génio ou que se irrita facilmente, é uma pessoa colérica e irascível. Tem como sinónimos: irritadíssimo, irascível, irritável e colérico
A palavra “genioso aparece, tanbém nas seguintes entradas: bravo, violento, impetuoso,, ruim, neurasténico, pimenta,bravo, reimoso e marmento., Diz-se da pessoa cujo humor se altera com facilidade
.
Exemplos de frases nas quais se empregam o adjectivo “genioso”:
-“A verdade é que Bergman era “genioso”e também não se sentia bem.”
-“Além de trabalhador incansável, ele era um aquariano genioso. Corintianp roxo e churrasqueiro dos finais de semana. -“Eduardo Semerjan entrega-se de corpo e alma para dar vida ao velho ator “genioso”
E genial.
-Ele é um garoto muito génioso e usa teclologias inventadas por seu avô, um grande inventor.
-Ele era genioso, mas tinha um coração enorme e era uma pessoa muito do bem
-Em vez de géneo, será um nervoso genioso.-.
Génio difícil e temperamento forte. Quem não conhece alguém de temperamento forte? São os chamados “geniosos”. É comum ouvir no meio cristão, a pessoas dizerem que fulano é uma pessoa de Deus, mas tem um génio insuportável. Alguns, para piorar ainda nais a situação, afirjmmam que esse tpo de comportamento é perfeitamente normal- Quem faz tal afirmação está completamente desinformado do que diz a palavra de Deus a respeito desse assunto. Uma pessoa cheia do Espírito Santo famais sofre da "Síndrome de Gabriela” “eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser ser sempre assim De acordo com vários psicólogos o temperamento é a combinação de características congénitas que afectan o procedimento do ser humano. E las são recebidas dos avós e dos paios. É o jeito de ser de cada pessoa. Esse jeito precisa de ser trabalhado em suas deficiências. Algumas pessoas, por exemplo, apresentam dificuldades de entender o seu problema e a si próprio. O temperamento de fraquezaz e virtudes. Tudo muda, no entanto, quando o Espírito Santo está no controle. Todo o ser humano já nasce com um conjunto de características negativas e positivas que inconscientemente, influenciam p +rocedimento natural de crescimento. Existem quatro tipos fundamentais de temperamento:sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. O temperamento tem a ver com a raça, nacionalidade, sexo e sobretudo, com a herança genética. Ele é involuntário, imprevisível e origina o carácter. O temperamento é aperfeiçoado numa criança por mei e disciplina, d educação e dos comportamentos básicos da fé, por meio dos princí+ips da vida. Isso dará origem ao carácter –O que se sabe é que ninguém é cem por cento de um só temperamento, O ser humano é constituído de uma combinção de quatro temperamentos, um deles, porém, predomia. Quando uma pessoa aceuta a Cristo como nSalvador, vai dsenvolvendo pouco a pouco e naturalmente mudanças em seu carácter. De acordo com o querer da pessoa, o Espírito Santo, tem a liberdade de trabalhar no interior de cada uma.
Tipos de temperamento. O estudo de temperamentos, citado abaaixo, tem o objectivo d despertar os crentes no que se refere a uma reflexão de mudança. Um acordar para o crescimento espiritual no sentido de obter um completo controle e transformação de temperamento pelo Espírito Santo..
Existem, como foi dito, quatro tipos temperamento, Todos eles trazem um lado positivo e um negativo,
No temperamento sanguínio, pode-se encontrar uma pessoa eufórica, alegre, animada, cordial. Calorosa, amável. simpática, ,emotiva, exuberante. Normalmente, contagia quem a cerca e atrai pessoas com muita facilidade. Tem coração afectuoso e está sempre pronto a servir. Perdoa com facilidade ,é optimista e despreocupado. Por outro lado é um pouco desorgalizado e tem dificuldade em seguir instruções à risca. Dificilmente pára para paraanalizar seus pensamentos e suas acções. Explode com facilidade, e frequentemente é inseguro e temeroso-
Exemplos de sanguíneos na Bíblia :Adão, Jacob e Reboão
Steve Jobs, o mais genioso dos génios.Steve Jobs era um génio. Nos dois períodos em que ficou à frente da Apple ajudou a revolucionar o mercado de computação pessoal e descobriu a formula magica pata fazer um consumidor de sentir mais especial ao comprar produto Steve Jons, Era irresistível. Com uma boa dose de charme, fazia apresntações extremamente elaboradas parecerensimokes aos olhos da plateia, Eteve Jobs era persistente.Deopois dos fracassos- nãoo foram poucas ocasiões em que a housadia se transformu em prejuízo sempre conseguiu reerguer-se com manobras tão hábeis que ningu+m mais se lembrava do tombo.Ste Jobs era antes de tudo…genioso. Bem genioso. Para muita gente, foi justamente o jeito autoritário e intransigente do líder que garantiu quea Apple alcançasse o sucesso comercial entrotosférico que atingiu, principalmente ao+os o lançamento do IPHONE EM 2007. Ele era perfecionista e fazia questão de ter ao su lado somente os melhores entre os melhores profisionais. Mas não fazia nuita coisa para stimular os sesu times ou compacita funcionario precisava se virar se quisesse sr
se virar se quisesse digno de um cracha da empresa. E mesmo os melhores não estavam isentos de serem publicamente repreendidos, graças *as mudanças de hunor. As muitas facetas da história de Steve Jobs e da empresa que ele ergueu são tema de uma exposição que j+a passou pelo Rio de Janeiro. Segundo as biografias mais famosas- entre elas, Steve Jobs o LIVRO BEST-SELLER DE WALTER ISSAAC E O FIME JOBS, versão rmantizada estrelada por Ashton Kutcher- e co-fUndadior da Apple era mesmo uma pessoa if´+icil de compreender. Até um pouco contraditória, na verdade.
A busca pela espiritualidade, o contasco com valores filosóficos místicos e o aparente desapego aos bens materiais parecem entrar em conflito com o hábito de centralizar o trabalho, dificultando a comunicação entre diferentes deoartamentos da empresa e a busca impkac+vel pela excellência visual de seus produtos.No entanto, o que distingue Johs de outros grandes CEOS de sua geração é justamente a maneira como ele se expressava por meio de extremos.Ele era um artista apaixonadom, mas tamb+em, podia sr cruel. Ele via as pessoas como sendo géneios ousendo estúpidas, e de uma certaforma essa visºao se reflectia de volta para ele, disse Walter Isaacson em entrevista à FOLHA.~
Os fracassos as voltas por cima… No mundo daó multibilionários, um quarto de bilhão. Não tanto dinheiro assim. Em Março de 2011, poucos meses de morrer, Steve Jobs aparecia no 11ºº lugar na lista das pessoas mais ricas do planeta segundo a Forbes. A sua fortuna era estimada em 8,3 bilhões de dólares. E a sua moral também estava lá no alto. Em Junhp do mesmo ano, Steve Jobs fez sua última apresentação como GEO da Aplle para contar as novidades da emopresa: novos recursos de OS X Lion, o IOS 5, e o serviço de armazenamento Cloud. A recepção foi, como era de costume, calorosa.
ANTÓNIO FRANCISCO GONÇALVES SIMÕES - Sacerdote Católico. Coronel Capelão das Frorças Armadas Portuguesas. Funchal, Madeira. - Email goncalves.simoes@sapo.pt
ALEXANDRE ZABOT - Fisico. Doutorado em Astrofisica. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina. www.alexandrezabot.blogspot.com.br
Neste dia em que se celebra a festa de Santo Inácio de Loyola, este artigo apresenta alguns dados que marcaram a vida de um dos santos mais famosos da Igreja, fundador da Companhia de Jesus e criador dos exercícios espirituais.
A seguir, alguns dados que todo católico deve saber sobre a vida deste santo:
1. Foi um nobre
Iñigo de Loyola (não adotaria o nome “Inácio” até depois de seus estudos em Paris) vinha de uma família nobre e antiga do País Basco.
Dessa família, um cronista escreveria mais tarde: “Os Loyola foram uma das famílias mais desastrosas que nosso país teve que suportar, uma dessas famílias bascas que portava um escudo de armas sobre sua porta principal, para justificar melhor os erros que eram o tecido e o padrão de sua vida”.
2. Foi libertino
A situação sociopolítica no País Basco feudal do século XVI, na parte mais ocidental dos Pirineus, era extremamente violenta. Como alguns nobres da época, Inácio era conflitivo, violento e vivia uma sexualidade irresponsável.
O soldado espanhol convertido em místico pode ser o único santo com antecedentes policiais de brigas noturnas (obviamente antes de sua conversão).
3. Quase morreu em batalha
Em 1519, aos 28 anos, Inácio exigiu que seu pequeno grupo de soldados lutasse contra uma força invencível de 12 mil tropas francesas em Pamplona, Espanha. Seu valor (ou obstinação) lhe rendeu uma bala de canhão nas pernas, que destroçou uma afetou gravemente a outra.
Os valores de cavaleiro que possuía eram tão elevados que resultaram em um longo período de convalescência na casa familiar Loyola. Este período mudou sua vida, e o mundo, para sempre.
Leia também: 31/07 – Santo Inácio de Loyola
4. Converteu-se ao catolicismo lendo livros espirituais
Enquanto convalescência, leu textos sobre a vida de Cristo e dos santos e decidiu imitá-los. Uma noite, apareceu-lhe a Virgem Maria com seu Filho e, desde então, colocou-se a servir ao Rei dos céus.
Um dado curioso é que antes da invenção de marcadores, copiou passagens da vida de Cristo e dos santos: as palavras de Jesus foram inscritas em vermelho e as de sua Santíssima Mãe em azul.
5. Sua congregação ia se chamar a “Companha de Maria”
Depois de sua conversão, a Virgem apareceu a ele em até trinta ocasiões. Foram tantas que Inácio quis chamar sua nova ordem originalmente “A Companhia de Maria”.
Logo que terminou sua convalescência, foi em peregrinação ao famoso santuário da Virgem de Montserrat, onde adotou o sério propósito de dedicar-se a fazer penitência por seus pecados. Mudou suas luxuosas vestes pelos de um mendigo, consagrou-se à Virgem Santíssima e fez confissão geral de toda sua vida.
6. Tornou-se um mendigo
Inácio pensou muito sobre os “espíritos” em sua vida: os espíritos que conduzem a Deus e os espíritos nascidos do diabo. Isso o estimulou a viver de uma maneira que os historiadores chamaram seu período de peregrinação.
Durante este tempo, estava decidido a renunciar aos prazeres mundanos. Vestiu-se com um pano de saco e colocou um sapato com sola de corda.
7. Quis converter muçulmanos
Logo depois de completar os exercícios espirituais, Inácio declarou: “Deus quer que converta os muçulmanos!”. Foi até a Terra Santa em 1523, onde pregava nas ruas energicamente e evangelizava a todos os que podia.
Apesar do entusiasmo, só ficou um ano, porque a presença dos maometanos o enfurecia. Regressou para a Espanha e estudou latim, lógica, física e teologia. Também evangelizava as crianças e organizava encontros.
8. Seus companheiros foram chamados “Diabos”
Os primeiros companheiros que teve na Companhia de Jesus, fundada em 1540, foram descritos como os Sete Diabos Espanhóis, não nesse momento, mas no século XIX por um historiador inglês.
Os companheiros (na verdade eram seis e nem todos eram espanhóis) tinha se encontrado com Inácio durante seus estudos em Paris e se reuniram em Roma para tornar-se o núcleo da futura Companhia. Em menos de um século, Inácio de Francisco Xavier seriam canonizados.
9. Quando morreu, já havia milhares de jesuítas
Inácio viveu seus últimos anos em um pequeno quarto de Roma. Dali, governou a Companhia de Jesus e foi testemunho de seu crescimento: de apenas 6 jesuítas em 1541, passaram a 10 mil em 1556, ano de seu falecimento.
Os jesuítas se espalharam por toda Europa, Índia e Brasil durante esses anos.
FELIPE AQUINO - é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova. Página do professor: www.cleofas.com.br Twitter: @pfelipeaquino
Na primeira metade do século XX, floriram, em Portugal, vários jornais, muitos de carácter ideológico; com eles surgiram notáveis jornalistas, que deram brado e ficaram na História do Jornalismo português. Entre eles, destaca-se Pedro Correia Marques, que foi redator de: "A Época" e chefe da redação de: " A Voz", e igualmente editor do mesmo jornal.
No final do século passado, pedi a Dona Maria Helena Moreira que falasse de seu pai. Não da sua notável atividade profissional – que é sobejamente conhecida, – mas mormente a sua personalidade, modo de conduta e caráter.
A filha mais nova do jornalista (a caçulinha, como dizem carinhosamente os brasileiros,) moradora em Londrina, afavelmente narrou-me curiosas e inéditas facetas desse grande jornalista, estimado e respeitado, na sua época, principalmente em Lisboa.
Era um homem recatado, discreto e humilde, que normalmente orava em privado. Nas horas das refeições, porém, rezava sempre em latim.
Invocava sempre nas suas orações Nossa Senhora e de S. Pedro apóstolo. Tinha, todavia, especial predileção pelo nosso Santo António. Chegou mesmo a escrever uma obra intitulada: "Vida Maravilhosa de Santo António", ilustrada por Tom (D. Tomás Maria da Camara - filho de D. João da Camara e de sua mulher, Dona Eugénia de Mello Breyner, - diretor do Colégio Padre António Vieira, no Rio de Janeiro, - de quem minha querida amiga Dona Maria Eugénia, sua sobrinha e afilhada, falava-me sempre com muito carinho e admiração.
Pedro Correia Marques, segundo sua filha, gostava de participar nas brincadeiras das crianças, principalmente as da sua família.
A caçulinha recordou com ternura comovente, algumas cenas tocantes, que assistiu ou que escutou da boca de seus irmãos. Entre elas, recorda-se que, aos dez anos, o pai a levava às matinês de Carnaval, no cinema. Pedia à mulher para a mascarar. Nessa época o jornalista, tinha sessenta anos. Sentava-se, em regra, na plateia, com chapéu " à diplomata". Acabada a festinha, dirigia-se para a redação de: " A Voz". Antes, porém, levava-a à confeitaria, e enchia a menina de bolos...
A mulher, quando a filha chegava a casa, ralhava-lhe, por ter comido alimento impróprio para crianças. Esta, porém, defendia-se energicamente: " Eu não pedi. O pai é que me deu!..." A mãe ria-se, sacudindo levemente a cabeça.
Levava-a,também, muitas vezes, para o seu gabinete na "VOZ". Fazia-lhe uma caminha improvisada com jornais e cobria-a carinhosamente, com o seu sobretudo.
Durante a 2ª Grande Guerra, ajudava, com invulgar ternura, os refugiados, que procuravam auxílio na redação do jornal.(Recebeu a 15 de junho de 2022, a medalha: Virtus et Fraternitas, concedida pelo Presidente da Polónia, Andrzej Duda, por ter auxiliado refugiados ,vitimas de regimes totalitários.)
Nessa época – ele e a mulher – tomavam as refeições , na cozinha (pão e couves cozidas com água e sal.) Os avós e os cinco filhos comiam depois refeição mais suculenta na sala.
Quando ia de férias à terra natal, não se esquecia de visitar trôpega mulher, cega e velhinha, a "tia" Maria Gaia, que fora sua catequista. Quando esta o pressentia, dizia-lhe com a boca cheia de risos de felicidade: - "És tu Pedro?". Deixava-lhe,com palavras de conforto, farta esmola.
Certa manhã apareceu, na redação, estagiário, estudante universitário, muito pobre, que trabalhava para auxiliar a família, chamado Marcelo Caetano (mais tarde Professor Universitário e primeiro-ministro).
Nos dias de serão, como não tinha, e dinheiro para regressar a casa de táxi, ia a pé, se tinha a infelicidade de perder o último eléctrico
Pedro Correia Marques, sabedor disso, teve pena do pobre rapaz e mandava-o embora mais cedo, ficando a terminar a sua tarefa – rever, corrigir textos. Era nesse tempo, já o editor do matutino!
Se me permitem vou, agora, apresentar, em poucas palavras pequena biografia deste notável jornalista:
Nasceu a 26 de abril de 1890, em S. Pedro de Rates – Póvoa do Varzim.
O pai de Pedro Correia Marques era viúvo, quando casou com a mãe. Tinha cinquenta e cinco anos; a mãe contou aos pais o namoro e seu desejo de se casar. Estes não concordaram e meteram-na num convento. Ao fim de dois anos, atingindo a maioridade, casou contra a vontade dos pais, e do filho mais velho do viúvo, que foi para o seminário – mais tarde, Padre Marques, vigário de Cousel.
Quando o menino nasceu, fizeram as pazes, e os avós foram convidados para padrinhos. Escolheram o nome do santo do dia do nascimento: S. Pedro de Rates. Mais tarde, após a morte do marido, a mãe casou novamente.
Frequentou a escola Luís de Camões. Ao perfazer dez anos, foi para a Escola Claustral de Singeverga. Foi oblato de S. Bento, sob o nome denominado de fr. Hildbrand (usou esse pseudónimo, algumas vezes, na vida literária:)
Aos dezanove anos, não querendo ser sacerdote, ofereceu-se para o exército. Apresentou-se em Infantaria 20 – Guimarães. Seguindo para Lisboa – Infantaria 16.
A 4 de outubro de 1910, participou na revolução republicana, ao lado das tropas fiéis ao Rei.
Mais tarde aliciou colegas do quartel para realizarem uma revolução monárquica. Foi descoberto e preso no Castelo de S. Jorge, junto com presos comuns. Decorrido um ano foi absolvido e libertado. Na prisão tornou-se amigo de Tom, que era conhecido na cadeia pelo número 2099.
Amigos apresentaram-no ao Padre O'Sullivan, diretor de: "O Rosário", que o contratou como contínuo (ganhava cinco reis, ao mês), até que, o Padre, reconhecendo seus conhecimentos excepcionais, confiou-lhe missões jornalísticas.
Um dia, o Padre Alves Terças, administrador de "A Época", convidou-o para trabalhar na redação do jornal, que pertencia ao Conselheiro Fernando Sousa.
Faleceu a 8 de agosto de 1972.
HUMBERTO PINHO DA SILVA
As pessoas circulam, por aí,
a "passar", como diz Frei Heitor Pinto;
e creiam que é verdade, não lhes minto:
- a "vida"... é uma "passagem"!...
Eu, menti?!
"Passa" a gente, na "vida", e diz: - vivi!...
- mas não "viveu": "passou", que bem o sinto;
e "passou" num espaço tão sucinto
que os anos que eu "passei"... nem os senti!
É-se menino, moço, adulto e velho,
num abrir e fechar os olhos!
Meu conselho,
é: - vivei outra VIDA, além da vossa;
vivendo pelo ESPÍRITO, pela ALMA,
tereis a vida eterna, a vida calma,
a vida que não "passa", como a nossa!
Eu tenho dois princípios para servir a Deus e aos irmãos: humildade e qualidade. Mesmo sabendo que sou limitado nas minhas habilidades e pecador no comportamento, me esforço para conseguir os melhores resultados possíveis, sem fugir à responsabilidade de cada tarefa.
Hoje, o maior problema que enfrento refere-se à falta de tempo. Embora concordando que a pressa é inimiga da perfeição, os clientes exigem ‘um serviço rápido com garantia de qualidade’. Há muita incoerência nisso, mas é assim que vários consumidores de serviços se comportam, tenham ou não razão.
Para não me prejudicar na saúde, criei uma nova metodologia de trabalho: correr sorrindo. Já que não posso reduzir as inúmeras atividades de cada dia, por que não realizá-las com bom humor? Todos ganham com isso, principalmente eu! Então, quando surge um problema delicado ou sem solução, ao invés de ficar furioso, lamento sorrindo, dizendo algo mais ou menos assim: ‘Só me faltava essa!’
Logicamente que a oração e a esperança vêm acompanhando tudo aquilo que faço, portanto, quando não é a vontade de Deus que algo aconteça como eu desejaria, procuro compreender que não mereço receber um presente naquele momento e corro atrás do prejuízo, mas, como disse, sem estresse e palavrões, como nesta história:
Uma mulher em tratamento de quimioterapia acordou numa manhã, olhou no espelho e percebeu que tinha poucos fios de cabelo na cabeça.
– Bom – disse ela –, acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim o fez e teve um dia maravilhoso.
Na semana seguinte, ela viu que tinha somente uns dez fios de cabelo.
– Hum, acho que vou repartir meu cabelo no meio agora.
Mais um dia se passou, ela olhou no espelho e percebeu que tinha apenas três cabelos!
– Bem, hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.
E se divertiu com isso.
No dia seguinte, ela acordou, olhou no espelho e notou que não havia um único fio na cabeça.
– Yes! Não tenho que pentear meu cabelo hoje – falou sorrindo.
Agindo assim, a mulher ajudou muito na sua recuperação e não sofreu a todo instante pelo problema que lhe acometia.
Pois é, atitude é tudo! Vive mais quem é agradável com as pessoas, sabe perdoar, ama intensamente a família, não se apega somente às coisas materiais, age com simplicidade, tem um coração humilde, faz caridade e entrega sua vida a Deus. É difícil ser assim?
Concordo que jamais se desviar desse procedimento chega a ser anormal, mas quando penso nas consequências ruins que resultam das ações de um ser humano nervoso e injusto com o próximo, concluo que vale a pena ser bom, custe o que custar.
Veja a história de Bernadette, por exemplo, a jovem para quem apareceu a Virgem de Lourdes. Ela morreu aos 35 anos e seu corpo foi desenterrado três vezes num intervalo de 46 anos, devido ao processo de canonização, com a incrível surpresa que sempre estava intacto, apesar de seu rosário oxidado e o hábito úmido.
Para surpresa dos médicos que a desenterraram na primeira vez, tudo nela estava incorruptível; e continua assim, começando pelo fígado, que é o primeiro que se danifica, além dos dentes e das unhas. É algo extremamente sobrenatural!
Com tantos milagres acontecendo, não espere um sorriso para ser gentil. Não espere ser amado para amar. Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de um amigo. Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar. Não espere ter muito para compartilhar um pouco. Não espere a queda para se lembrar do conselho. Não espere a dor para acreditar na oração. Não espere ter tempo para poder servir. Não espere a mágoa do outro para pedir perdão, nem espere a separação para se reconciliar. Não espere, porque você não sabe quanto tempo tem de vida.
E como eu também não sei, pauto minha vida em atitudes cristãs. Não basta humildade no coração, sorriso no rosto e oração de vez em quando, é preciso tomar iniciativas que me levem a resultados expressivos na evangelização e na caridade.
Como disse o Beato Frederico Ozanam: “A caridade deve voltar os olhos para frente, porque as misérias futuras são infinitas”.
PAULO R. LABEGALINI - Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre - MG).
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